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O Processo de
Inovação
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Doms, M.ª Daniela


SST Título: O Processo de Inovação / M.ª Daniela Doms
Local: 2019
nº de p. : 11

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O Processo de Inovação

Apresentação
Nos dias atuais, podemos perceber que o avanço das tecnologias, especialmente
das tecnologias de informação e comunicação, tem impulsionado diversas
mudanças na sociedade, fazendo da inovação uma regra de desenvolvimento.

Contudo, não podemos pensar que inovação seja, necessariamente, sinônimo de


tecnologia, a inovação pode ocorrer em qualquer produto, serviço, processo, ou
ainda no marketing e no contexto organizacional. Vamos juntos entender o processo
da inovação, bem como o avanço das tecnologias, especialmente as tecnologias de
informação e comunicação e as diversas mudanças na sociedade.

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O Processo de Inovação
A inovação é um conceito econômico, isso significa que deve ser comercializada no
mercado. É diferente, por exemplo, de uma invenção ou descoberta. A descoberta
pressupõe um novo conhecimento, já a invenção é um protótipo que foi produzido
com um novo conhecimento, mas não foi comercializado no mercado.

Curiosidade
Protótipo é um modelo elaborado com a finalidade de testar um
determinado produto ou serviço antes de sua produção em grande
escala e disponibilização no mercado.

A inovação parte de um novo conhecimento que vai gerar um protótipo e, então, ser
comercializada, ou seja, é um processo organizável e gerenciável que vai além da
alta tecnologia. Ela depende de muito trabalho e pesquisa para poder gerar valor.
A inovação pode ocorrer não somente em produtos e serviços, mas também nos
processos, na logística, na forma de organização e no próprio modelo de negócios
(DORNELAS, 2013).

Características da Inovação
Para o SEBRAE/CNI (2010, p. 20), a inovação apresenta as seguintes características:

• O risco de insucesso está sempre presente quando se busca inovar.


• Pessoas criativas são a matéria-prima básica do processo de geração de ino-
vações.
• Ambientes adequados geram transbordamentos favoráveis capazes de gerar
insights criativos e inovações.
• A inovação é um processo aberto.
• A inovação pode ser obtida de formas distintas, inclusive com o uso de méto-
dos estruturados.
• Inovação é um fenômeno que acontece em todas as áreas do conhecimento,
inclusive nos negócios.

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• A inovação deve estar alinhada à estratégia.


• A maioria das inovações vem de três fontes básicas: clientes, concorrentes e
funcionários.
• A inovação é um fenômeno que acontece no mercado.
• Inovar é criar valor para a empresa.

Inovação

Fonte: Deduca (2019)

Em geral, a inovação é importante para as empresas por permitir avanços em relação


à vantagem competitiva e impedir que o negócio decline ao lançar ou melhorar
produtos e serviços, por exemplo, mantendo-se à frente de seus concorrentes.
Para um país, uma empresa e toda a sociedade, a inovação é a mola propulsora do
desenvolvimento (DORNELAS, 2013). As organizações promovem a inovação via
duas estratégias:

Liderança em custos: neste sentido, a empresa


procura manter sempre um baixo custo e, com
isso, conquistar o mercado com melhores preços.

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Diferenciação: com esta estratégia, a empresa


busca inovar em produtos e serviços e, assim,
conquistar o mercado.

A inovação é fundamental para que a empresa se mantenha competitiva, para que


possa melhorar os processos, a organização, a logística, lançar novos produtos e
serviços, portanto, é uma condição de sobrevivência da empresa no mercado.

Os avanços tecnológicos, tais como as Tecnologias de Informação e Comunicação


(TIC), a nanotecnologia e a biotecnologia são fatores que impulsionam a inovação,
assim como a mudança de hábitos dos consumidores e da sociedade que
necessitam de demandas específicas. A intensificação da competição em nível
global também reduz a estabilidade dos mercados, a inovação deve ser uma reação
para a empresa manter-se competitiva, assim como as mudanças no ambiente de
negócios também exigem que a inovação seja o grande diferencial competitivo
(DORNELAS, 2013). A inovação pode ser classificada de diferentes tipos. Nos
últimos tempos, temos ouvido muito falar em inovação disruptiva, mas ela também
pode ser uma inovação radical ou incremental. Vamos entendê-las melhor?

Inovação disruptiva:

é o processo pelo qual um produto ou serviço aos poucos vai modificando a forma
como as coisas são realizadas, uma inovação que vai deslocar os concorrentes pela
mudança. Um exemplo pode ser dado com relação à fotografia. Há algum tempo, as
fotos necessitavam ser impressas, era preciso um rolo de filme e esperar o tempo
necessário para a revelação, só assim, poderíamos tê-las em mãos (DORNELAS,
2013). A máquina de fotografia digital alterou o modo como obtemos nossas fotos.
Hoje, não precisamos mais de rolos de filme nem esperar a revelação, imediatamente
após o “clique” já podemos visualizá-las, com qualidade cada vez maior. Portanto, os
hábitos mudam de acordo com a introdução das inovações disruptivas no mercado,
alterando também a base de competição entre os negócios.

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Inovação radical:

a inovação radical promove a criação de novos mercados ou a ruptura de mercados


já existentes. Esse tipo de inovação envolve muitas incertezas e riscos, contudo,
pode auferir um lucro de monopólio até que novos concorrentes se lancem no
mercado. Nesse sentido, a inovação radical precisa ser sustentada por inovações
incrementais. A inovação radical pode ser confundida com a inovação disruptiva,
pois são de fato disruptivas, contudo, as inovações disruptivas não são sempre
radicais; o telefone celular foi uma inovação radical e disruptiva, e um aplicativo de
motorista particular é disruptivo, mas não é radical.

Inovação incremental:

melhora algo que já existe, seja um produto, um processo ou um serviço. São as


mais comuns e geram menos valor, mas ajudam a sustentar as mudanças radicais
e disruptivas.

Atenção
A inovação deve ser compreendida, portanto, como um processo
gerenciável e organizável. O processo de inovação segue uma
sequência ordenada de atividades, que devem ser organizadas e
mensuradas. Alguns modelos de organização são por função ou
por projetos.

A organização por função é dividida por departamentos ou funções e, para fazer um


produto ou serviço em uma empresa, é preciso passar por diversos departamentos
especializados que possuem orçamentos, metas, recursos etc. Essa lógica de
produção fragmentada por departamentos impede uma visão ampla de mercado
(MAXIMIANO, 2012).

A organização por projeto está ligada a um conjunto de variáveis de desempenho.


Cada projeto é único e, por isso, podem ser desenvolvidos processos
sistematizados que organizem a empresa e gerem produtos inovadores.

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A gestão da inovação pode estar focada na pesquisa e desenvolvimento ou no


processo de desenvolvimento do produto ou serviço, e existem muitos modelos
de gestão que são utilizados de acordo com cada organização. Basicamente, o
processo de gestão da inovação passa por quatro fases (SEBRAE, 2013):

• Geração de ideias
• Desenvolvimento
• Implementação
• Difusão

Nesse sentido, é importante avaliar o grau de maturidade da empresa em relação ao


sistema de gestão da inovação. É possível definir quatro tipos de empresas quanto
ao grau de maturidade (SEBRAE, 2013):

Startups:
essas empresas atuam com alto grau de incerteza, por isso, é preciso identificá-las e gerenciá-las
tanto no ambiente interno quanto externo. O planejamento também é muito importante e deve ser
realizado levando em consideração as incertezas que envolvem o negócio.

Empresas maduras:
necessitam de indicadores de inovação, já que inovam radicalmente e precisam valorar os
projetos com uma boa gestão de portfólio.

Empresas que não têm um sistema de inovação consolidado:


é preciso diagnosticar o ponto fraco do processo de inovação para, então, poder transformar
ideias em produtos.

Empresas que não inovam:


essa é a realidade da maioria das empresas, ainda que mantenham a intenção de começar
a inovar. Para a gestão da inovação, é fundamental que a geração de ideias possa passar ao
estágio de desenvolvimento e que um protótipo possa ser transformado em produto ou serviço.
Caso contrário, as ideias podem se perder e a inovação pode não ser concretizada, deixando que
oportunidades sejam perdidas (MAXIMIANO, 2012).

Dimensões da Gestão Estratégica


O processo da gestão estratégica da inovação deve ser sistemático e sistêmico,
isso significa que deve possuir uma visão ampla e integrada do todo, compreendido
enquanto um sistema. Para isso, deve estar apoiado em seis dimensões, de acordo
com o SEBRAE/CNI (2010):

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Método:
É a descrição organizada e sistemática de como o processo de geração de inovação acontecerá.

Ambiente:
Para que a empresa comporte a inovação, é preciso que um ambiente propício seja criado. Esta
dimensão visa a propor as condições para desenvolver esse ambiente.

Pessoas:
Esta dimensão visa a facilitar o entendimento de como se pode estruturar um processo de
atração, desenvolvimento, retenção, reconhecimento e recompensa de pessoas, cujo talento é
responsável pela geração de inovações na empresa.

Estratégia:
Para ganhar competitividade com a inovação e mantê-la sustentável, é preciso que seja definido
um posicionamento estratégico que seja capaz de gerar diferenciação.

Liderança:
A implementação da gestão estratégica da inovação depende do engajamento emocional e
intelectual da alta administração e lideranças.

Resultados:
Os resultados obtidos com a gestão da inovação devem ser mensurados.

O processo de inovação também deixa de ser um processo fechado, restrito aos


limites da empresa. Atualmente, a inovação aberta é bastante valorizada por permitir
a interação da empresa com outros setores da sociedade, como universidades,
fornecedores, parceiros, etc. (MAXIMIANO, 2012).

As informações que são coletadas em rede podem ser trabalhadas e transformadas


em inovação. A internet permitiu que as fronteiras entre a empresa e a sociedade
fossem diminuídas e, além das ideias internas, a empresa passa a incorporar cada
vez mais as informações externas no seu processo de inovação.

Amplia-se consideravelmente a quantidade de informações disponíveis e, desta


maneira, também se ampliam as possibilidades de envolver, no processo de
inovação, para além do departamento de pesquisa e desenvolvimento, as pesquisas
realizadas em universidades, as contribuições de toda a cadeia produtiva e os
anseios dos consumidores (MAXIMIANO, 2012).

Dessa maneira, o processo de inovação passa a ser fundamental para agregar valor
aos produtos e serviços pelo gerenciamento de informações, conhecimentos etc.

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As diversas entradas do ambiente externo foram sendo cada vez mais incorporadas
pelas organizações, e essa diversificação ampliou o campo de visão das empresas,
que puderam dinamizar seus processos de inovação, gerando valor para o negócio.
Se, na sociedade industrial, a inovação era mais lenta e restrita aos limites da
empresa, na sociedade do conhecimento, a inovação passa a ser o principal fator
para gerar vantagens competitivas; as informações advindas do ambiente externo
passam a ser determinantes no processo de inovação e a colaboração passa a ser
fundamental para o sucesso do processo de inovação (MAXIMIANO, 2012).

Fechamento
As empresas que buscam serem consideradas inovadoras precisam estar
preparadas para inovar de maneira sistêmica, assim, a inovação precisa seguir
um processo estruturado para que possa ser mensurado seu impacto, bem como
avaliado seus resultados, a inovação precisa seguir etapas definidas para que
possam alcançar os resultados esperados.

A inovação está presente no cotidiano das empresas que lutam pela competitividade
em seus mercados, assim como outras ações organizacionais, ela também precisa
respeitar um processo para que possa ser desenvolvida a fim de atingir a eficácia
esperada.

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Referências
DORNELAS, J. C. A. Como fazer o plano estratégico do negócio do seu plano de
negócios. Disponível em <http://www.planodenegocios.com.br/www/index.php/
informcao/artigoscientificos/2950-entendendo-a-finalidade-e-a-eficacia-do-plano-
de-negocios>. Acesso em: 17 dez. 2019.

MAXIMIANO, A. C. A., Empreendedorismo. São Paulo: Pearson, 2012.

SEBRAE/CNI. Cartilha de Gestão da inovação. Publicações. 2010.

Disponível em: http://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/8/cartilha_


gestao_inovacao_cni.pdf. Acesso em: 17 dez. 2019.

SEBRAE. O Quadro de Modelo de Negócios: Um caminho para criar, recriar e inovar


em modelos de negócios. Arquivos. 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.
br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Cartilha%20o%20Quadro%20do%20Modelo%20
de%20Negocios.pdf. Acesso em: 17 dez. 2019.

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