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Resumo: Desde meados da década de 1990, a pesquisa corporativa foi desafiada em suas formas
tradicionais pelo surgimento de um regime competitivo de inovação, que agora afeta um número
crescente de indústrias. As expectativas para alcançar os resultados da pesquisa são mais urgentes
quando se trata de inovar as empresas de forma repetida e radical, enquanto, ao mesmo tempo, a
pesquisa está experimentando uma racionalização de seus orçamentos e seus processos. Embora
nem todas as inovações exigem a incorporação de um novo e significativo conteúdo de conhecimento,
algumas são baseadas em avanços científicos e técnicos. É o caso das inovações de produtos. O
presente trabalho tem como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre inovação, identificando e
analisando fatores determinantes e necessários em seu processo, no meio da organização até a
consolidação tecnológica. Do ponto de vista metodológico, quanto aos fins à pesquisa caracteriza-
se como descritiva, quanto aos procedimentos, bibliográfica quanto à análise do problema,
qualitativa. Atualmente o caminho de sucesso para as organizações encontra-se na inovação.
Palavras-chave: Inovação, Pesquisa, Organização.
1. INTRODUÇÃO
Para responder a esta pergunta, mostra-se oportuno falar primeiramente da definição da inovação
em vários aspectos, da gestão da inovação, da gestão das equipes, da inovação e suas vantagens, da
rentabilidade da inovação, dos ênfases estratégicos, da mobilização das competências dos atores, e
da consolidação tecnológica, além das conclusões.
2. DEFINIÇÃO DA INOVAÇÃO
Tabela 1: Autores e sua percepção da inovação (Fonte: Guia Valor Econômico de Inovação nas
Empresas, 2003).
Autores Definição
Martin Bell e Keith Pavitt A inovação pode ser vista como um processo de aprendizagem
organizacional.
Ernest Gundling Inovação é uma nova ideia implementada com sucesso, que produz
resultados econômicos.
Guilherme Ary Plonski Inovação pode ter vários significados e a sua compreensão depende
do contexto em que ela for aplicada. Pode ser ao mesmo tempo
resultado e processo ou ser associada à tecnologia ou marketing.
Peter Drucker Inovação é o ato de atribuir novas capacidades aos recursos (pessoas
e processos) existentes na empresa para gerar riqueza.
Price Pritchett Inovação é como nós nos mantemos à frente do nosso ambiente. As
inovações fora da nossa organização vão acontecer "quando elas
quiserem" estejamos prontos ou não.
Simpósio de Engenharia de Produção
Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão
28 a 30 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil
Ronald Jonash e Tom Inovação é um processo de alavancar a criatividade para criar valor
Sommerlatte de novas maneiras, através de novos produtos, novos serviços e novos
negócios.
3. GESTÃO DA INOVAÇÃO
No entanto, o desafio da gestão de recursos humanos tem sido estudado em pesquisa, bem como
o impacto e os efeitos perversos de certos dispositivos de gerenciamento, como a escala dupla
(reconhecimento da contribuição dos especialistas em paralelo com os gerentes) (ALLEN; KATZ,
1988).
Um pesquisador que frequentemente pergunta sobre os resultados da pesquisa, não é confiável ou
preguiçoso. A admiração de pares é um motor poderoso e Steve Jobs usou isso para estimular os
desenvolvedores da Apple, que poderiam ser aplaudidos ou silenciados de acordo com a impressão
dada por suas atitudes (SCULLEY, 1988).
Bailyn (1996), por sua vez, mostra a má interpretação dos gerentes ou dos orientadores que
geralmente oferecem pouca orientação sobre os objetivos de uma pesquisa, acreditando que os
pesquisadores compreendam melhor as questões em seu campo, mas impõem trabalho bastante
rígido, enquanto os pesquisadores esperem o contrário, desejando ter uma grande margem de manobra
tática na forma de se organizar, justificada pela sua competência profissional (BAILYN, 1996).
Gerenciar os horizontes de conflitos de operações e pesquisas é um desafio adicional dos gerentes.
Assim, o gerente de uma equipe de pesquisadores se comporta como um empresário: ele resolve os
problemas materiais para permitir que o pesquisador “se concentra em sua arte”, ele promove os
resultados do pesquisador externamente e a relevância do seu trabalho, ele reforça o status do
pesquisador, fazendo-o sentir-se apreciado. Este tradutor de empresários infla a atenção de seus
diversos interlocutores, fazendo com que o pesquisador esteja ciente das prioridades estratégicas da
organização e, portanto, dos temas relevantes e permitindo que os colaboradores da empresa apreciem
a contribuição do pesquisador. Além disso, o gerente desempenha um papel de tela ou tampão entre
as diferentes lógicas e, em particular, entre os horizontes temporais em conflito: o da empresa que
deseja uma grande reatividade e a do pesquisador que precisa de tempo para construir uma
competência (WEIL, 2003).
Embora a inovação ofereça uma vantagem competitiva, sua rentabilidade permanece incerta, e
pode dificultar o desenvolvimento da empresa. No entanto, a rentabilidade da inovação é incerta
devida aos seus efeitos anticoncorrenciais. A inovação tem um impacto na estrutura dos concorrentes
e dos preços. Isso pode levar a distorções em relação ao modelo competitivo tradicional (concorrência
pura e perfeita) e, também, às situações de otimização de Pareto. Portanto, com a preocupação de
otimizar a alocação de recursos, as empresas poderão projetar uma política para monitorar os efeitos
anticoncorrenciais da inovação, eliminando os benefícios adicionais da inovação. É o caso do maior
fabricante de software do mundo, Microsoft. Inicialmente beneficiando de uma vantagem
tecnológica, o Microsoft, por um lado, conseguiu impor aos fabricantes de microcomputadores seus
sistemas operacionais (MS-DOS e Windows) e, por outro lado, assinou contratos com eles com base
um sistema chamado “processador” que forçou os fabricantes a equipar seu hardware com o software
do Microsoft. A empresa do Bill Gates foi, assim, construída nos anos 80 como um monopólio virtual
no mercado de softwares de aplicação (WEIL, 2003).
Esta parte, centra-se na gestão das atividades de pesquisa dentro das empresas que são implantadas
em um contexto competitivo marcado por um peso muito forte da inovação. Certas indústrias pensam
em computadores, eletrônicos, automóveis ou nas indústrias criativas em torno da moda e do design
e estão hoje envolvidas em uma competição por meio da inovação (WEIL, 2003).
Autores como Chapel (1997), Hatchuel et al. (1998), Hatchuel (2001), afirmam que as indústrias
(eletrônicas, automóveis), entraram em um regime real de “inovação intensiva”, que refere-se à
frequência de inovação. A inovação afeta todas as dimensões da oferta (produto/serviço, distribuição,
etc.). Para as empresas que operam no setor mercadológico, a capacidade de suportar a alta taxa de
inovações, traz novas funções, novos valores de uso para os clientes e até mesmo sua sobrevivência
no mercado (BROWN; EISENHARDT, 1998).
As organizações de pesquisas em empresas industriais estão passando por uma grande
reestruturação, em particular com o enfraquecimento ou mesmo a desestruturação de grandes
laboratórios centrais, longos emblemas do poder científico das grandes empresas ocidentais
(BERGER, 2006).
Para responder à questão referente a utilidade ou a inutilidade da pesquisa em relação à inovação,
é necessário especificar o que se entende por inovação, já que, por trás desse mesmo termo
extremamente diferente das inovações de marketing para o desenvolvimento de novos produtos para
satisfazer os clientes cada vez exigentes. O trabalho de Hatchuel (1996), Hatchuel e Weil (2003) e Le
Masson et al. (2006), são muito úteis para o conhecimento da noção de inovação. Esses autores
desenvolveram uma teoria chamada “C-K” que apresenta o raciocínio do design como uma jornada
de dois sentidos entre dois espaços: o espaço conceitual “C” e o espaço de conhecimento “K” (ver
Tabela 2). Eles caracterizam as inovações de acordo com duas dimensões: a diferença mais ou menos
importante entre o conceito em que se baseia uma inovação e os conceitos já existentes e o fosso mais
ou menos importante entre o conhecimento que a inovação incorpora e o estoque de conhecimento
existente. O pequeno desvio notado “δ” representa (pequeno delta) e o grande desvio notado “Δ”
representa (grande delta). Por meio dessas duas dimensões, é possível distinguir quatro tipos de
situações de inovação (ver Tabela 2).
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Tabela 2: As quatro situações de inovação, de acordo com a teoria (Fonte: Le Masson et al, 2006)
Conhecimentos K
δK ΔK
δC Novo processo químico reduzindo custos
Não mobilize pesquisa e pouco
desenvolvimento
Concepções Nylon
ΔC Tampa-prego
Algumas inovações exigem pouco conhecimento (coluna de pequeno delta (K) da Tabela 2). São
inovações que representam uma baixa expansão conceitual (de acordo com os termos da teoria C-K):
por exemplo modificações menores de um modelo de veículo; essas inovações incrementais não
necessitam de pesquisas e são menos desenvolvidas. Essas inovações não exigem novos
conhecimentos, mas introduzem um conceito inovador, por exemplo, o “suporte prego”, que consiste
em um dispositivo muito simples para manter um prego na posição desejada além de segurá-lo entre
os dedos, o que torna possível evitar esmagar esses últimos com golpes de martelo.
Por outro lado, algumas inovações exigem uma criação significativa de conhecimento (coluna
grande delta (K) da Tabela 2). Portanto, essas inovações não representam uma expansão conceitual
significativa. É o caso do desenvolvimento de um novo processo químico para reduzir custos, mas
sem alterar as propriedades do produto. Outras inovações combinam uma forte expansão conceitual
e uma importante criação de novos conhecimentos. Restando no campo da química, este é, por
exemplo, o caso da invenção do nylon por DuPont Nemours, que abriu imensas perspectivas no
campo dos têxteis e que decorreu dos esforços das pesquisas prolongadas.
No ambiente competitivo atual, a competitividade das empresas é principalmente focalizada na
capacidade de inovar com novas funcionalidades; oferecendo novos produtos/serviços para os
clientes que a empresa pode esperar para se destacar por um tempo de seus concorrentes, sem ser
obrigada a entrar em guerras de preços extremamente caros. Na maioria das vezes, requer-se uma
importante criação de conhecimento científico e técnico. As inovações do tipo (Δ C - Δ K), são
alavancas muito poderosas para a competitividade das empresas pertencentes a esse tipo de indústria.
As dificuldades que a inovação tecnológica encontra nas empresas, atualmente, são devidas às
vezes a uma insatisfação das direções das empresas, quanto à sua eficiência. A pesquisa seria útil para
inovar, mas ineficaz, ou pelo menos julgada como insuficientemente efetiva por seus financiadores.
A noção de eficiência refere-se tanto à definição clássica de controle de gestão (capacidade de
alcançar os objetivos estabelecidos) quanto à aceitação por Barnard (1938), ou mais tarde às teorias
de controle externo (especialmente a teoria da dependência de recursos de Pfeffer e Salancik (1978),
a capacidade de atender às expectativas, as demandas de grupos que dominam recursos escassos e
cruciais para a sustentabilidade da organização.
da organização uma cultura de mudança, valorizando as iniciativas, mesmo que falhem (WEIL,
2003).
Em grandes empresas, os empresários foram substituídos por gerentes que não têm uma cultura
de risco, o que dificulta a inovação, de forma inerente segue uma lógica de desordem: não deve ser
canalizada, mas guiada por uma partilha de valores comuns. A gestão geral da empresa, o principal
detentor do poder de decisão, tem um papel fundamental a desempenhar na mobilização e
envolvimento de todos os funcionários em todos os níveis da hierarquia, facilitando a transição da
lógica de planejamento para uma lógica de “intraempreendedorismo” (WEIL, 2003).
Os pesquisadores da inovação estão na origem da maioria das inovações na empresa. Eles devem
implementar uma determinada gestão que atenda suas expectativas para atraí-las e mantê-las. Essas
expectativas são específicas e não podem ser comparadas com os fatores motivacionais dos
funcionários. A maioria das empresas atribui importância à atmosfera cooperativa e amigável em que
ela trabalha, o que não é surpreendente quando sabe-se que as inovações atuais não são mais o
trabalho de um único homem e uma feliz coincidência, mas um esforço em equipe para criar sinergias
entre diferentes níveis da organização. No entanto, é importante fidelizar os pesquisadores
inovadores, pois a perda de um deles às vezes pode ser catastrófica para a empresa (WEIL, 2003).
7. CONSOLIDAÇÃO TECNOLÓGICA
8. CONCLUSÕES
O domínio da inovação permite que algumas empresas entrem no mercado enquanto outras
desaparecem por falta de modernização. O grau de inovação de um setor, portanto, condiciona o nível
de barreiras à entrada de novos concorrentes. No entanto, o empresário deve ter em mente que a
inovação requer estruturas capazes de assumir os riscos técnicos, financeiros, comerciais, humanos e
legais associados a ela.
As empresas procuram inovações em todas as suas formas, porque lhes permitem aumentar sua
competitividade, seja por um melhor controle de custos, seja por terem um monopólio (temporário
ou sustentável) no mercado. A inovação, portanto, determina a estratégia da empresa.
No entanto, esse processo de inovação gera restrições financeiras, técnicas e outras. A inovação e
a organização são dois conceitos antagônicos, o primeiro baseado na instabilidade, liberdade e
flexibilidade e outro que requer estruturas estáveis. Além disso, a empresa se esforça para
implementar estruturas flexíveis com objetivo de produzir resultados acionáveis.
O financiamento cada vez mais pesado tende a direcionar as empresas para uma estratégia
interativa de inovação que supõe que a empresa estabeleça novas relações com o meio ambiente
(fornecedores, clientes, ect.), para constituir uma verdadeira rede de inovação.
9. REFERÊNCIAS
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