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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no


Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

DIMENSÕES DA INOVAÇÃO
PERCEBIDAS PELOS CLIENTES:
ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA
DO RAMO MOVELEIRO
Roberto Birch Goncalves (UCS)
rbgoncal@ucs.br
Guilherme Bergmann Borges Vieira (UCS)
gbvieira@cpovo.net
Rodrigo Copat (UCS)
rcopat@brturbo.com.br

Vários estudos mostram a importância da inovação nas empresas para


a competitividade e a sustentabilidade dos negócios. O objetivo deste
trabalho foi identificar as dimensões da inovação mais significativas
para os clientes de uma empresa ddo setor moveleiro, localizada na
serra gaúcha, aqui denominada “empresa α”. O estudo foi
orientado especificamente às indústrias de móveis, às lojas de
ferragens e às lojas de móveis, clientes da referida empresa. Para a
coleta de dados foi aplicado um questionário com 15 questões, o qual
foi respondido via e-mail. Os resultados indicaram que todas as
empresas pesquisadas, apesar de apresentarem perfis diferentes, dão
importância a fornecedores inovadores. Os dados obtidos com a
aplicação dos questionários permitiram classificar, em nível de
importância, as diferentes dimensões da inovação. Nesse sentido, os
resultados obtidos revelaram a “extensão da inovação” como a
dimensão de inovação mais importante, seguida pelo “grau de
novidade” e pelo “tipo de inovação”.

Palavras-chaves: Dimensões da inovação, setor moveleiro, micro e


pequenas empresas
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
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1. Introdução
O ambiente organizacional moderno caracteriza-se por alta competitividade, elevada turbulência e
pela ocorrência de mudanças rápidas e descontínuas no macroambiente das empresas. A
necessidade de inovação na economia contemporânea já é consenso entre todos os atores
envolvidos no processo: empresas, parceiros estratégicos, governo, clientes e universidades. O
comportamento inovador tornou-se um dos maiores diferenciais das economias, com impactos
no seu nível de desenvolvimento, índice de crescimento e dinamicidade. Destaca-se, assim,
como um dos grandes responsáveis pelos ganhos de competitividade de países e empresas
(FDC, 2009).
Nesse cenário, é cada vez mais significativa a participação das micro e pequenas empresas
(MPEs), empresas essas que tem contribuído para a retomada do crescimento brasileiro.
Mesmo possuindo tecnologia obsoleta, carência de investimentos em pesquisa e
desenvolvimento (P&D), falta de agilidade na difusão de sistemas de gestão da qualidade e da
inovação, tais empresas são as que mais crescem no país (IBGE, 2005).
Embora tendo dificuldade até mesmo para avaliar a viabilidade técnico-econômica de uma
idéia inovadora, no Brasil, o universo das MPEs representa 5,5 milhões de estabelecimentos
industriais, comerciais e prestadores de serviço, os quais respondem por 20% do Produto
Interno Bruto (PIB), 12% das exportações, 43% da renda total e geram 60% dos empregos; ou
seja, 60 milhões de brasileiros têm ocupação remunerada nas empresas de micro e pequeno
porte (SEBRAE, 2007).
Dado esse contexto, o presente trabalho teve por objetivo identificar a importância das
dimensões da inovação pela ótica dos clientes (indústrias, lojas de móveis ou revendas de
ferragens) de uma empresa fornecedora de acessórios do ramo moveleiro, localizada na serra
gaúcha. Objetivou-se, também, no que tange à inovação, identificar quais as dimensões da
mesma, sejam elas de tipo, extensão ou grau de novidade, são mais importantes para os
clientes.
2. Inovação
O desenvolvimento tecnológico e a inovação são cruciais para o crescimento da produtividade
e do emprego. No entanto, o conceito de inovação ainda não é universalmente aceito e cada
autor apresenta uma definição distinta e uma justificativa para tal definição.
Para Hesselbein et al. (2002 apud BARBIERI; ÁLVARES, 2004, p. 17), “inovação é a
mudança que cria uma nova dimensão do desempenho”. Já Drucker (2003) diferencia
inovação de invenção e descoberta, justamente por não se caracterizar apenas por aquisição de
conhecimento, mas por um novo desempenho econômico em uma empresa. O autor afirma
também que inovação é a ferramenta por meio da qual o empreendedor gera nova riqueza,
seja produzindo novos recursos, seja encontrando novas aplicações para recursos conhecidos.
Conforme a Lei de Inovação, publicada em 02 de Dezembro de 2004, a inovação pode ser
entendida como a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou
social, que resulte em novos produtos, processos ou serviços (BRASIL, 2004). Já para Kim e
Mauborgne (2005) inovar é oferecer saltos no valor para os compradores e para as próprias
empresas que, assim, desbravam novos espaços de mercado. Para a OCDE (2004), uma
inovação tecnológica de produto é a implantação/comercialização de um produto com
características de desempenho aprimoradas, de modo a fornecer objetivamente ao consumidor
serviços novos ou aprimorados.

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A partir das definições anteriores e desconsiderando-se algumas diferenças semânticas, pode-


se dizer que a inovação é vista como um processo de criação e desenvolvimento de uma idéia,
que resulta no lançamento ou aprimoramento de um produto ou serviço no mercado, ou
mesmo na modificação de um processo produtivo.
Schumpeter (1988) propôs três fases básicas para o processo de inovação: i) invenção, como
resultado de um processo de descoberta, de princípios técnicos novos, potencialmente abertos
para exploração comercial, mas não necessariamente realizada; ii) inovação, como o processo
de desenvolvimento de uma invenção de forma comercial; e iii) difusão, como a expansão de
uma inovação em uso comercial, novos produtos e processos.
Nesse sentido, vê-se a inovação associada à comercialização de um produto novo ou à
implementação de um novo processo de fabricação.
2.1 Dimensões da inovação
O presente artigo utiliza o termo “dimensões” para classificar as inovações quanto ao tipo,
quanto à extensão da mudança e quanto ao grau de novidade.
Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005), diferenciam-se quatro tipos de inovação: de
produto, de processo, de marketing e organizacional. Considera-se importante distinguir os
conceitos de cada tipo de inovação, pois os mesmos estão ligados a diferentes áreas da
empresa.
Para Damanpour (1991) apud Müller Neto (2005), inovação de produto envolve novos
produtos e serviços introduzidos para atender as necessidades de um usuário externo ou de um
mercado. Complementando, o Manual de Oslo (OCDE, 2005) diz que uma inovação de
produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significantemente melhorado no que
concerne as suas características ou usos previstos. Incluem-se nesse conceito fatores como
melhoramentos significativos nos produtos; novas especificações técnicas, componentes e
materiais; sofwares incorporados; facilidade de uso ou outras características funcionais.
Seguindo uma mesma linha de raciocínio, para o IBGE (2006), inovação de produto
compreende produtos tecnologicamente novos ou tecnologicamente aperfeiçoados.
Damanpour (1991) apud Müller Neto (2005) define a inovação de processos como novos
elementos introduzidos nas operações de produção ou serviço de uma organização, o que
inclui novas matérias-primas; especificações de tarefas; mecanismos de fluxo de trabalho e de
informação e equipamentos utilizados para produzir um produto ou prestar um serviço. A essa
definição, o Manual de Oslo complementa que a inovação de processo é a implementação de
um método de produção ou de distribuição novo ou significativamente melhorado (OCDE,
2005). Incluem-se em mudanças significativas novas técnicas, equipamentos e/ou sofwares. Já
para IBGE (2006), inovação tecnológica de processo refere-se à implementação de um novo
ou substancialmente aperfeiçoado método de produção ou de entrega de produtos.
A inovação de marketing, por sua vez, é a implementação de um novo método de marketing
com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem; no
posicionamento do produto; em sua promoção ou na fixação de preços (OCDE, 2005).
Inovações de marketing são voltadas para melhor atender as necessidades dos consumidores,
abrindo novos mercados, ou reposicionando o produto de uma empresa no mercado, com o
objetivo de aumentar as vendas.
No Manual de Oslo consta que uma inovação organizacional é a implementação de um novo
método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de
trabalho ou em suas relações externas. Já Barbieri e Álvares (2004) denominam inovação

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organizacional as novidades que modificam os processos administrativos; a maneira como as


decisões são tomadas; a alocação de recursos ou as ações relacionadas com a gestão da
organização (OCDE, 2005).
Em se tratando da extensão das inovações, as mesmas podem ser incrementais ou radicais.
Shumpeter (1961) diz que as inovações “radicais” geram rupturas mais intensas, enquanto
inovações “incrementais” dão continuidade ao processo de mudança.
Conforme o anteriormente exposto, percebe-se que as inovações são caracterizadas sob duas
dimensões: o que é mudado e a extensão percebida da mudança. A primeira dimensão da
inovação refere-se à inovação de produto, processo, marketing e organizacional. A segunda
está relacionada à extensão da novidade envolvida, podendo-se tratar de inovação radical ou
incremental (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2003).
O Manual Oslo explica que algumas empresas inserem-se em projetos de inovação bem
definidos, como o desenvolvimento e a introdução de um novo produto, enquanto outras
realizam melhoramentos contínuos em seus produtos, processos e operações. Empresas de
ambos os tipos podem ser inovadoras, umas com inovações incrementais e outras com
radicais (OCDE, 2005). Esse mesmo manual define inovação radical como aquela que causa
um impacto significativo em um mercado e na atividade econômica das empresas inseridas
nesse mercado. Esse impacto pode, por exemplo, mudar a estrutura do mercado, criar novos
mercados ou tornar produtos existentes obsoletos (OCDE, 2005).
Além do tipo de inovação e de sua extensão, a inovação pode ser classificada quanto ao seu
grau de novidade. Nesse caso, existem três conceitos para o grau de inovação: nova para a
empresa, nova para o mercado e nova para o mundo (OCDE, 2005).
Para que seja considerada uma inovação, é necessário que, no mínimo, a mudança introduzida
seja nova para a empresa. Isso significa algum processo ou produto que já existe no mercado,
mas na empresa ainda não. Já a inovação para o mercado significa que a empresa que está
implementando a mudança é a primeira a fazê-lo no contexto do mercado em que compete,
podendo, nos demais mercados, já existir tais inovações. Finalmente, a inovação para o
mundo ocorre em todos os mercados, nacional e internacional. Uma inovação nesse nível
requer um grau de novidade qualitativamente maior do que os demais (OCDE, 2005).
A Figura 1 apresenta, de forma resumida, as dimensões da inovação citadas pelo referencial
bibliográfico.
PRODUTO
PROCESSO
TIPO
MARKETING
ORGANIZACIONAL
DIMENSÕES DA
RADICAL
INOVAÇÃO EXTENSÃO
INCREMENTAL
ORGANIZAÇÃO
GRAU DE NOVIDADE MERCADO
MUNDO
Figura 1 - Dimensões da inovação
Fonte: Adaptado de (OCDE, 2005).
3. As Micro e Pequenas Empresas
No Brasil, o universo das micro e pequenas empresas (MPEs) representa 5,5 milhões de
estabelecimentos industriais, comerciais e prestadores de serviço, os quais respondem por
20% do Produto Interno Bruto (PIB), 12% das exportações, 43% da renda total e geram 60%

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dos empregos, ou seja, 60 milhões de brasileiros têm ocupação remunerada nas empresas de
micro e pequeno porte (SEBRAE, 2007). No segmento de serviços prestados às famílias,
como alimentação, atividades recreativas e culturais, serviços pessoais, atividades de ensino e
alojamento, as MPEs contribuem com 22% do total de pessoas ocupadas no setor (IBGE,
2010).
Apesar dos indicadores positivos, o índice de mortalidade dos empreendimentos brasileiros é
alto: 22% das empresas encerram suas atividades com até dois anos de funcionamento. Se
consideradas as empresas com até quatro anos de existência, os índices sobem para 59,9%
(SEBRAE, 2007).
Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE no período de 2003-2005 com 14.181 empresas
constituídas nos anos de 2003, 2004 e 2005, distribuídas nas 26 Unidades da Federação e no
Distrito Federal, relaciona as principais causas para o fechamento prematuro das empresas:
comportamento empreendedor pouco desenvolvido (atitudes empreendedoras insuficientes);
deficiências no planejamento antes da abertura das empresas; deficiência na gestão após a
abertura do negócio; políticas insuficientes de apoio ao setor; conjuntura econômica
deprimida e problemas particulares, dentre outras de menor relevância (SEBRAE, 2007).
Em contrapartida, as causas para o sucesso dessas organizações estão intimamente ligadas à
capacidade dessas empresas inovarem no processo de gestão e no uso de novas tecnologias.
Nesse sentido, alguns autores, como Gonçalves e Gomes (1993), Nicolsky (2010) e
Schumpeter (1934, apud TEIXEIRA; ROCHA, 1994) incrementam a discussão, adicionando
o fator da inovação como diferencial para a sustentabilidade das organizações. A inovação
para as empresas destina-se a dar mais competitividade a uma tecnologia, ou descoberta
tecnológica de um produto ou processo, ampliando a participação da empresa no mercado e,
assim, agregando valor econômico e lucratividade (NICOLSKY, 2008).
No Brasil, raras são as empresas (menos de 1,7% do total das quase 4,5 milhões existentes)
que inovam permanentemente e conseguem manter acesa a chama da criatividade entre seus
colaboradores. Algumas iniciativas isoladas, aliadas à expectativa de retorno no curto prazo,
ainda imperam no ambiente da maioria das organizações, o que coloca o país em posição
desfavorável nos rankings de competitividade. Quando comparados com os de outros países,
os números brasileiros são ainda mais lamentáveis. Em 2006, os gastos do setor privado em
pesquisa, desenvolvimento e inovação representavam apenas 0,51% do Produto Interno Bruto,
muito pouco se comparado com os percentuais de países inovadores como Coréia do Sul
(2,49%); Finlândia (2,46%); Canadá (1,03%) e China 1,01% (FDC, 2009).
4. A Inovação na Micro e Pequenas Empresas
Estudos realizados pelo Núcleo de Competitividade da Fundação Dom Cabral reforçam que a
única variável competitiva capaz de explicar, de modo consistente, o crescimento de uma
economia é sua capacidade de promover a inovação, não apenas tecnológica, mas também de
produtos, processos, modelos de gestão e negócios (FDC, 2009). Uma pesquisa de inovação
tecnológica realizada pelo IBGE, confirma: as empresas brasileiras carecem de estruturas
organizacionais voltadas para a inovação, visão de futuro e expectativas de longo prazo
(IBGE, 2005).
Os empresários das micro, pequenas e médias empresas associam a inovação menos com a
elaboração diferenciada de produtos e serviços e mais com o fato de contar com um modelo
de negócio inovador - é o que mostra a pesquisa Deloitte (2007) sobre as pequenas e médias
empresas que mais cresceram no Brasil. Segundo a Deloitte, os empresários associam a
inovação à capacidade de expansão de seus negócios dentro e fora dos próprios mercados de

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atuação, sendo que dois terços dos entrevistados afirmaram que a inovação foi capaz de tornar
seus negócios mais rentáveis. Na avaliação sobre a dinâmica do mercado, a inovação é
entendida como um fator decisivo especialmente para se diferenciar da concorrência. Mais de
80% dos entrevistados afirmaram que inovar é importante para crescer mais rápido do que a
concorrência. Segundo o IBGE (2005), em 43,5% das pequenas empresas as vendas de
produtos novos (inovadores) tem participação no faturamento acima de 40%.
Para Morais, Mattos e Gastal (2006), o investimento em inovação é essencial quando se busca
competitividade. No tocante ao conhecimento científico e tecnológico, esse investimento deve
ser contínuo. Complementando, Kotler (1994) diz que a inovação contínua do produto é a
única maneira de evitar a obsolescência da linha de produtos da empresa. Inovar é entendido
pelas pequenas e médias empresas como parte da estratégia de negócios e, por conta disso,
exige investimentos constantes (DELOITTE, 2008).
Segundo Santa Rita (2010), a adoção de produtos e serviços de alta tecnologia possui uma
grande importância no cenário econômico mundial, não só pela temática da inovação, mas
também pela discussão da correlação da gestão mercadológica e a categoria de produtos e
serviços inovadores. Por esse prisma, as contribuições, à luz da teoria e da escala adotada,
trazem implicações que delineiam a competitividade no processo de desenvolvimento de
novos produtos e serviços. Para Facó, Duarte e Csillag (2009), as empresas inovadoras
possuem uma taxa média de crescimento da receita superior à média geral.
A Figura 2 expressa, na visão dos entrevistados pela Deloitte (2007), por que a inovação é
importante nas micro, pequenas e médias empresas. Os valores apresentados são expressos
em percentuais.

Figura 2 – Por que inovar é importante?


Fonte: (DELOITTE, 2007).
Apesar das dificuldades, verifica-se que, quando as MPEs inovam em seus processos e
produtos, elas conseguem uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes, o que
amplia suas possibilidades de sucesso e a longevidade dos negócios. Nessa direção, Fleck
(2003) afirma que a verdadeira medida de sucesso de uma organização é sua habilidade de
sobreviver. Para o autor, a capacidade de autoperpetuação do negócio está condicionada a
uma busca minuciosa por inovação nas soluções e nas respostas aos desafios do mercado.
5. Metodologia
Neste Capítulo é apresentada a metodologia utilizada no estudo, detalhando-se a
caracterização do ambiente de pesquisa; os objetivos estabelecidos e as técnicas e
procedimentos adotados.
5.1 Caracterização do Ambiente de Pesquisa
O presente estudo procurou avaliar a inovação pela ótica de todos os clientes de uma pequena
empresa fornecedora de acessórios aramados para móveis, localizada na Serra Gaúcha, estado
do Rio Grande do Sul, aqui denominada “Empresa α”. A população considerada no estudo foi
composta por 427 indústrias de móveis; 186 lojas de móveis multimarcas ou monomarcas e

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223 lojas de acessórios para móveis, distribuídas por todos os estados do Brasil, totalizando
836 empresas. Buscou-se, dessa forma, obter uma visão de todos os clientes da empresa, não
apenas os clientes do mercado regional. A população descrita anteriormente está composta
por micro, pequenas, médias e grandes empresas, sendo que o maior percentual está
concentrado entre micro e pequenas empresas.
A coleta de dados foi feita mediante a aplicação de um questionário desenvolvido para avaliar
a percepção das empresas respondentes quanto ao conceito de fornecedores inovadores e às
dimensões da inovação mais significativas. O questionário foi respondido pelo profissional
responsável pelo desenvolvimento de produtos em cada empresa ou, caso esse cargo não
existisse, pelo responsável por compras.
5.2 Objetivo da Pesquisa
O estudo objetivou identificar quais dimensões da inovação são mais importantes para os
envolvidos em desenvolvimento de produto (ou para o responsável por compras), no intuito
de identificar possibilidades de melhoria no sentido de atender (ou superar) as expectativa dos
clientes existentes através da inovação. Nesse sentido, o objetivo geral do presente estudo foi
“identificar as dimensões da inovação mais significativas para os clientes da “empresa α”,
pertencente ao setor moveleiro”.
5.3 Técnicas e Procedimentos Adotados
A pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira, de caráter exploratório, tratou-se de uma
revisão bibliográfica, a qual teve como finalidade analisar trabalhos relacionados e
desenvolver o instrumento de pesquisa (questionário). Já a segunda etapa tratou-se de uma
pesquisa do tipo survey que, de acordo com Malhotra (2001), caracteriza-se por um
questionário com perguntas relacionadas ao comportamento, intenções, atitudes, percepções,
motivações e características da amostra. O referido questionário foi aplicado aos responsáveis
pelo desenvolvimento de produto ou, em sua ausência, para os compradores das empresas. O
desenvolvimento do questionário baseou-se na revisão da literatura, onde foram identificadas
as principais dimensões da inovação.
Dawnson (2007) afirma que, na construção de um questionário, as palavras a serem usadas
devem sem bem pensadas, evitando o máximo possível o uso de jargões e termos técnicos,
pois isso pode deixar o significado ambíguo. Assim, buscou-se deixar as questões bem
esclarecidas, com algumas definições e conceitos antes da pergunta propriamente dita. Dessa
forma, as questões foram elaboradas de forma a tornar clara a informação, evitando que
pudessem ocorrer interpretações indesejadas, comprometendo o resultado da pesquisa.
Conforme Muñoz (2003), para evitar que o entrevistado oculte o que pensa, as questões
devem ser formuladas de forma indireta. Nesse sentido, as questões foram formuladas com o
objetivo de questionar o entrevistado de como a empresa em que ele trabalhava se
posicionava perante determinada situação e não como ele se posicionaria perante determinada
situação.
O questionário foi composto por 15 questões. As cinco primeiras questões serviram
simplesmente para coletar informações gerais como razão social, localização da empresa,
número de funcionários e cargo do entrevistado. As demais questões, elaboradas com base
nos objetivos da pesquisa, foram formuladas buscando ilustrar o tema inovação. A questão 6
buscou avaliar a importância dada pela empresa em relação a um fornecedor inovador. Já as
questões 7 a 10 buscaram avaliar a importância dada pelas empresas entrevistadas quanto ao
tipo de inovação (produto, processo, marketing ou organizacional). As questões 11 e 12
buscaram avaliar a importância dada à extensão da inovação (radical ou incremental). Nas

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últimas três questões buscou-se verificar a importância dada pelas empresas entrevistadas ao
grau de novidade, que pode ser na organização, no mercado ou no mundo. Para as questões 6
a 15 (relacionadas com os objetivos da pesquisa) foi utilizada uma escala do tipo likert de
cinco (5) pontos, sendo o menor ponto da escala o número um (1), que significa “não
importante” e o maior ponto o número cinco (5), que significa “extremamente importante”.
A Figura 3 apresenta o questionário utilizado na pesquisa.

N° Questão Tipo Alternativas


1 Razão Social da empresa: Descritiva -
2 Cidade: Descritiva -
Estado:
3 Qual a sua função na empresa? Descritiva -
4 Qual o segmento da empresa em que você trabalha? A( ) Indústria; B( ) Loja de
Objetiva Ferragens; C( ) Loja de Móveis;
D( ) Outro, qual?_____________
5 Qual o número de funcionários da empresa em que você trabalha? A ( ) 1 a 9; B ( ) 10 a 49;
Objetiva C ( ) 50 a 99; D ( ) 100 a 499; e
E ( ) 500 ou mais
6 Considerando que inovar significa criar um produto ou serviço novo ou
mesmo melhorar significativamente algum produto já existente no *A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
Objetiva
mercado, a empresa em que você trabalha considera importante ter um D ( ) 4; e E ( ) 5
fornecedor inovador?
7 Considerando inovação de produto como a introdução de um bem ou
serviço novo ou significantemente melhorado no que diz respeito as *A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
Objetiva
suas características ou usos previstos, qual a importância que a empresa D ( ) 4; e E ( ) 5
em que você trabalha dá a um fornecedor inovador em produto?
8 Considerando inovação de processo como a implementação de um
método de produção ou distribuição novo ou significativamente *A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
Objetiva
melhorado, qual a importância que a empresa em que você trabalha dá D ( ) 4; e E ( ) 5
a um fornecedor inovador em processo?
9 Considerando inovação de marketing como a implementação de um
novo método de marketing com mudanças significativas na concepção
do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em *A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
Objetiva
sua promoção ou na fixação de preços, qual a importância que a D ( ) 4; e E ( ) 5
empresa em que você trabalha dá a um fornecedor inovador em
marketing?
10 Considerando inovação organizacional como a implementação de um
novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na
*A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas, qual Objetiva
D ( ) 4; e E ( ) 5
a importância que a empresa em que você trabalha dá a um fornecedor
inovador organizacional?
11 Em se tratando de produtos novos, ou seja, que não existem no
*A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
mercado, a empresa em que você trabalha considera importante ter Objetiva
D ( ) 4; e E ( ) 5
fornecedores que busquem esse tipo de inovação?
12 A empresa em que você trabalha considera importante que seu
*A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
fornecedor faça melhorias nos produtos já existentes no mercado? Objetiva
D ( ) 4; e E ( ) 5

13 Qual o nível de importância que a empresa em que você trabalha dá *A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;


Objetiva
para um fornecedor que inova com produto em nível mundial? D ( ) 4; e E ( ) 5
14 Qual o nível de importância que a empresa em que você trabalha dá
*A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
para um fornecedor que inova com produto que não existe em seu Objetiva
D ( ) 4; e E ( ) 5
mercado, mas já existe em outros mercados?
15 Qual o nível de importância que a empresa em que você trabalha dá
*A ( ) 1; B ( ) 2; C ( ) 3;
para um fornecedor que inova com produto que já existe em seu Objetiva
D ( ) 4; e E ( ) 5
mercado, mas seu fornecedor ainda não possuía?
* Nas questões 6 a 15, foi utilizado escala de likert, onde 1 significa não importante e 5 muito importante.
Figura 3 - Questionário enviado aos clientes da “empresa α”

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5.4 Coleta e Análise de Informações


Dos 836 entrevistados, apenas 30 questionários foram devolvidos devidamente preenchidos, o
que representa 3,59% dos entrevistados. Alguns dados como razão social e endereço de cada
empresa foram omitidos em função do sigilo ético. A distribuição dos questionários válidos
por estado foi a seguinte: Rio de Janeiro (3,33%) – 1; Paraná (13,33%) – 4; São Paulo
(20,00%) – 6; Pará (3,33%) – 1; Rio Grande do Sul (36,67%) – 11; Minas Gerais (6,67%) – 2;
Sergipe (3,33%) – 1; Tocantins (3,33%) – 1; Espírito Santo (3,33%) – 1; Rondônia (3,33%) –
1; Bahia (3,33%) – 1. Das empresas que responderam ao questionário, 12 são indústrias de
móveis (37,4%); 5 são lojas de ferragens (15,6%); 10 são lojas de móveis (31,2%) e 5 são loja
e indústria (15,6%).

Quanto ao porte, 10 empresas (33,33%) possuíam número de funcionários variando entre 1 e


9; 15 empresas (50,00%) apresentavam número de funcionários variando entre 10 e 49; 2
empresas (6,67%) tinham entre 50 e 99 funcionários; 1 empresa (3,33%) possuía entre 100 e
499 funcionários e 2 empresas (6,67%) possuíam mais de 500 funcionários.
6. Resultados
Quanto à questão 6, cujo objetivo era avaliar a importância que as empresas onde trabalhavam
os entrevistados davam aos fornecedores inovadores (independentemente da dimensão da
inovação considerada), observa-se que foi obtida uma média aritmética de 4,77 em relação à
importância, em uma faixa que variava de 1 a 5 (escala likert utilizada). Isso demonstra a
elevada importância dada à inovação.
Com relação às dimensões da inovação (quanto ao tipo, à extensão e ao grau de novidade,
conforme revisado na teoria), percebe-se que, dos 30 entrevistados, apenas um deles não
respondeu a todas as questões referentes às dimensões da inovação. Em função disso, foram
desconsideradas apenas as questões não respondidas pelo entrevistado, não sendo descartado
todo o questionário de um entrevistado pelo fato de não ter respondido a alguma das questões.
A Tabela 1 apresenta as respostas às questões 6 a 15, referentes à importância dada à inovação
em termos gerais e em suas distintas dimensões.
Questão 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Valido 30 30 30 29 30 30 30 29 29 30
N
Perdido 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0
Média 4,77 4,70 4,63 4,24 4,47 4,83 4,77 4,66 4,55 4,37
Desvio Padrão 0,430 0,466 0,490 0,830 0,730 0,531 0,504 0,670 0,686 0,669
Variação 1 1 1 3 3 2 2 2 2 2
Mínimo 4 4 4 2 2 3 3 3 3 3
Máximo 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Tabela 1 - Estatística das questões respondidas pelos clientes da “empresa α”
A questão de número 6 objetivou visualizar a importância que a empresa onde trabalham os
entrevistados dava a fornecedores inovadores. Foram obtidas 23 respostas com pontuação 5 e
sete respostas com pontuação 4. Aplicando-se média aritmética nas respostas obtidas para
essa questão obteve-se um resultado de 4,77, ou seja, a importância para a amostra de 30
entrevistados foi bastante alta, considerando-se a escala utilizada.
Como visto anteriormente, as dimensões da inovação são classificadas quanto ao tipo,
extensão e grau de novidade. Assim, foram verificadas quais as dimensões mais importantes
para a amostra estudada. As questões 7 a 10 referem-se às dimensões da inovação quanto ao

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tipo; as questões 11 e 12 referem-se às dimensões da inovação quanto ao grau da novidade; e


as questões 13 a 15 referem-se às dimensões da inovação quanto à extensão.
Com o objetivo de avaliar quais dimensões da inovação tem mais importância para a amostra
pesquisada, fez-se a média de cada classificação das dimensões da inovação, chegando-se aos
seguintes resultados: em primeiro lugar e com média aritmética de 4,80, destacou-se a
extensão da inovação, que pode ser dividida em radical ou incremental. Em segundo lugar e
com média aritmética de 4,53, apareceu o grau de novidade, que pode ser dividido em
organizacional, mercado ou mundo. Em último lugar, mas nem por isso pouco importante,
com média aritmética de 4,51, apareceu o tipo de inovação, que pode ser dividido em produto,
processo, marketing ou organizacional.
Devido ao fato de que as dimensões da inovação são complementares, fez-se um estudo de
cada classificação das dimensões independentemente das demais. Assim, analisando a Figura
6, onde foram subdivididas as dimensões da inovação em tipo, extensão e grau de novidade,
observa-se que, em se tratando de tipo de inovação, o nível de importância dada pelos
respondentes foi: produto, com média aritmética de 4,70; processo, com média aritmética de
4,63; organizacional, com média aritmética de 4,47; e marketing com média aritmética 4,24.
Já com relação à extensão da inovação, os resultados obtidos foram os seguintes: radical, com
média aritmética de 4,83 e incremental, com média aritmética de 4,77. Em se tratando do grau
de novidade da inovação, os níveis de importância dados pelos clientes da “empresa α” foram
os seguintes: organizacional, com média aritmética de 4,66; mercado, com média aritmética
de 4,55; e mundo, com média aritmética de 4,37.
A partir dos resultados, pode-se perceber como é importante a inovação (de uma forma geral e
em qualquer uma de suas dimensões) para a amostra de clientes da “empresa α”, afinal
obteve-se em todos os quesitos médias de avaliações superiores a 4 em uma escala que
variava de 1 a 5.
Analisando as faixas de variação das pontuações de cada dimensão da inovação, percebe-se
quanto ao tipo de inovação uma maior importância dada à inovação por produto e processo,
uma vez que as questões 7 e 8 apresentaram graus de importância médios superiores aos das
questões 9 e 10.
Em se tratando da extensão da inovação, embora ambas as dimensões (radical e incremental)
tenham sido consideradas importantes para a amostra, observou-se que a empresa deve focar-
se mais em desenvolver produtos novos do que em melhorar através da inovação os produtos
existentes.
Quanto ao grau de novidade, que pode ser organizacional, mercado ou mundo, o resultado da
pesquisa foi surpreendente, pois foi dada maior importância pelos entrevistados a inovações
que já existem no mercado, mas ainda não existem na empresa. Com relação a essa
constatação, deve-se observar novamente que a amostra é pequena para a população em
questão e que grande parte dos entrevistados não tem envolvimento com o desenvolvimento
de produtos, o que pode gerar distorções nos resultados da pesquisa.

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7. Considerações Finais
A inovação tem se tornado uma das formas de obter competitividade e sustentabilidade nas
empresas da atualidade. Considerando o objetivo de definir quais as dimensões da inovação
são mais significativas, o presente estudo mostrou que, de uma forma geral, todas as
dimensões são importantes. Entretanto, a extensão da inovação mostrou-se mais significativa
que as demais (grau de novidade e tipo da inovação). No entanto, é imperioso que se leve em
consideração o tamanho da amostra, insuficiente para conclusões mais definitivas.
Quanto ao tipo de inovação, obteve-se a seguinte classificação quanto ao nível de importância
(do mais importante para o menos importante): produto, processo, organizacional e
marketing. Já para a classificação quanto à extensão da inovação, a percepção dos
entrevistados classificou a inovação radical como a mais importante, ficando em segundo
lugar a extensão incremental. Em relação ao grau de novidade, pela percepção dos
entrevistados da amostra da pesquisa, foi classificado como mais importante a organizacional,
ficando em segundo lugar a inovação para o mercado e, em terceiro, a inovação para o
mundo.
Em função dos resultados da pesquisa, recomenda-se à “empresa α” que invista em inovação
de uma forma geral. Se a empresa em questão quiser se tornar mais competitiva como
fornecedora no seu mercado, deverá buscar ferramentas para inovar, principalmente nas
dimensões que foram mais bem pontuadas pela amostra de seus clientes.
Salienta-se, porém, que em uma população de 836 clientes, apenas 30 responderam ao
questionário de inovação, o que representa somente 3,59% da população, um número bastante
pequeno para que se possa tirar conclusões mais realistas e definitivas. Outro ponto que deve
ser levado em consideração e que pode, de alguma forma, alterar o resultado da pesquisa é a
questão do entendimento do conceito de inovação e das dimensões da inovação por cada um
dos entrevistados que responderam as questões da pesquisa. Nesse sentido, pode-se questionar
se o embasamento dos respondentes era suficiente para avaliar corretamente a importância das
diferentes dimensões da inovação. Portanto, fica como sugestão para trabalhos futuros a
aplicação desta pesquisa em outras empresas, seja no mesmo segmento de mercado ou em
outros, para validar os resultados e avaliar os graus de importância dados às dimensões da
inovação por empresas do mercado moveleiro e de outros mercados.

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