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CASO CLÍNICO 2

Mulher com 55 anos de idade é portadora de hipertensão essencial, com pressão arterial
constantemente elevada apesar do uso de quatro drogas diferentes para o tratamento.
Há poucas semanas o médico iniciou o tratamento com metildopa, porém ontem ela
teve que procurar a emergência pois não estava se sentindo bem. Foram solicitados
vários exames laboratoriais, cujos resultados foram os seguintes:

Resultado Normalidade Unidade

Hemoglobina: 9,2 11,5 – 16,0 g/dL

HCM: 28,0 27,0 – 32,0 Pg

VCM: 91,8 77,0 – 92,0 Fl

Leucócitos: 7,2 4,0 – 11,0 X 109/L

Plaquetas: 376,0 150,0 – 400,0 X 109/L

Ferro Sérico: 25,0 11,0 – 32,0 mmol/L

Ferritina: 154,0 12,0- 200,0 mg/L

CTLFe – TIBC: 65,0 42,0 – 80,0 mmol/L

Vit. B12: 198,0 > 150 ng/L

Folatos: 6,5 > 2,0 mg/L

Bilirrubina Total: 45,0 3,0 – 17,0 mol/L

AST: 25,0 5,0 – 35,0 IU/L

ALT: 22,0 5,0 – 35,0 IU/L

GGT: 15,0 7,0 – 33,0 IU/L

Fosfatase 98,0 30,0 – 150,0 U/L


alcalina:
Urobilinogênio *: Positivo Negativo _

Reticulócitos *: 12,0 0,5 – 2,5 %

Coombs direto *: Positivo Negativo _

1) Como você faria a interpretação dos resultados laboratoriais? Qual a provável


causa?
As síndromes anêmicas podem ser classificadas quanto à proliferação (pelo índice
de reticulócitos) e quanto à morfologia (pela ectoscopia da hemácia ou valores de
VCM e HCM).
Conforme os dados, a paciente tem anemia normocítica e normocrômica, pois
apresenta perfil de ferro, valores de folato e vitamina B12 normais.
Além disso, pode ter anemia hemolítica, pois apresenta elevação de bilirrubina,
urobilinogênio positivo e reticulocitose superior ao normal.
O teste de Coombs direto positivo indica que há anticorpos envolvendo os
eritrócitos.
Assim, o diagnóstico é de anemia hemolítica autoimune induzida pelo tratamento
com o remédio que a paciente estava tomando, o metildopa.
O uso de metildopa foi responsável por 70% dos casos de anemia autoimune na
década de 1970 (causando anemia hemolítica autoimune verdadeira).
O uso de alguns fármacos (metildopa, levodopa) podem causar a anemia
hemolítica de anticorpos quentes porque estimulam a produção de anticorpos
contra os antígenos Rh (anemia hemolítica autoimune do tipo metildopa).

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