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Inovação Organizacional

Desenvolvimento Organizacional na Administração Pública

Licenciatura em Gestão Pública


INOVAÇÃO
Introdução...
Inovação – pequeno rótulo para uma grande variedade de fenómenos

Pode incluir:

— Novas soluções tecnológicas

— Processos de trabalho

— Lançamento de novos produtos

— Competição em novos mercados

— Descoberta de uma nova fonte de matéria-prima


— Contraria a noção que a inovação implica novos produtos, novos serviços ou descobertas

fantásticas.

— A inovação organizacional tem um papel relevante. É vista como a introdução de uma nova
forma de relacionamento entre a organização e a sua envolvente de modo a aumentar a
eficiência organizacional e/ou sua eficácia.
— Para Schumpeter a Inovação abarca cinco casos:

1) Introdução de um novo produto ou de uma nova qualidade do produto

2) Introdução de um novo método de produção

3) Abertura de um novo mercado

4) Conquista de uma nova fonte de fornecimento de matéria-prima ou de bens semi


manufacturados

5) Consumação de uma nova forma de organização de uma indústria como criação ou quebra
de um monopólio
DEFINIÇÃO DE INOVAÇÃO
Conceito
Algumas definições de inovação:

Adopção de meios ou fins que sejam novidade para a unidade organizacional que os adopta.
(Downs & Mohr, 1976)

Ideia, prática ou objecto percebido como novo por um indivíduo ou outra unidade organizacional de
adopção
(Rogers, 1983)
DEFINIÇÃO DE INOVAÇÃO
Caracteristicas
Características nucleares do conceito de inovação

— Ambiguidade (A inovação é por definição um processo aberto no qual os problemas


não são susceptíveis de soluções claras e as oportunidades não sugerem opções claras
para colmatá-las)

— Cumulatividade (A inovação organizacional pode ser concebida como um processo


cumulativo que evolui incrementalmente e que se baseia na tecnologia e no
conhecimento existentes).
INOVAÇÃO
Porque é a inovação tão importante para as organizações?
Existem pelo menos três razões justificativas da importância da inovação para as
organizações:

— Pode melhorar os resultados económicos;

— Pode ajudar a gerir a reputação organizacional assinalando que a organização


está a par das modas de gestão;

— Pode contribuir para melhorar a adaptação e renovação organizacional.


A inovação envolve um esforço determinado, coordenado e sistemático que se traduz:

1) na criação das condições mais favoráveis ao aparecimento de novas ideias

2) em garantir que essa criatividade se possa transformar em mais valor para os clientes
actuais e potenciais contribuindo para a melhoria da posição competitiva da empresa

3) em “vender” o projecto a uma grande diversidade de agentes tanto internos como


externos

4) na gestão rigorosa de todos os recursos


PROCESSO DE INOVAÇÃO
1. Fase inicial (geração da inovação) – Nesta etapa é reconhecida e avaliada uma
oportunidade de inovação.
— Várias fontes de inovação:
— As inovações podem ser geradas internamente (inventadas);
— Identificadas fora do sector de atividade (importadas);
— Inspiradas em outras organizações pertencentes aos mesmo sector (copiadas)

2. Fase intermédia (desenvolvimento) – Após a detecção de uma oportunidade as


organizações transformam essa oportunidade numa inovação traduzindo a ideia inicial
em algo de novo ou numa nova forma de fazer as coisas.

3. Fase final (difusão) – A difusão representa o culminar da atividade de inovação. A


difusão refere-se à propagação da inovação numa população de potenciais
utilizadores.
CASO F1.2
stímu lo s à cr iati vi d ad e in d ividual”
“E
INOVAÇÃO
Diferentes etapas diferentes actores
1. Na fase inicial intervêm as fontes organizacionais mais ligadas à descoberta de
novas ideias. Estas podem ser geradas internamente (dpt. Investigação e
desenvolvimento) ou ter proveniência externa.

2. A fase de desenvolvimento envolve um conjunto habitualmente numeroso de


funções organizacionais (dpt. de marketing, comercial, de produção, financeiro).

3. A fase da difusão volta a exigir ação intensa em particular dos departamentos mais
próximos do mercado (comercial e marketing).
INOVAÇÃO
Factor Diferenciador
Inovar nos Processos e Produtos

Patentes

Modelos e Desenhos
EMPRESAS
Inovar no Competir pela Inovar no
Marketing Diferença Design
Marcas

Métodos de Negócios

Inovar na Organização
MODELO DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS
PRODUTOS
— Um dos modelos mais palpáveis de compreender o processo de inovação consiste em
atender ao modelo proposto por Robert Cooper.

Modelo “stage-gate” de desenvolvimento de novos produtos


CASO F1.3
“Inovação e cópia exactas”
CLASSIFICAÇÃO DAS INOVAÇÕES
É possível detectar várias classificações dicotómicas das inovações.

— Distinção entre inovações de produto e inovações de processo:

— Produto – são as que resultam em novos produtos ou na mudança de produtos já existentes

(computador)
— Processo – são as que visam melhorar os processos produtivos da organização
(substituição de linhas de produção tradicionais)

— Distinção entre inovações sociais e inovações tecnológicas:

— Sociais – Por exemplo, o desenvolvimento do avião, o sucesso da Ford

— Tecnológicas – Por exemplo, a internet, redes globais de comunicação;


— Distinção entre inovações autónomas e inovações sistémicas:

— Autónomas – Podem ser desenvolvidas independentemente das outras (novo sistema de

travagem)
— Sistémicas – Aquelas cujo os benefícios só podem ser resultados em conjunto com
inovações relacionadas/complementares (fotografia instantânea – melhoria na máquina e
na película).

— Distinção entre inovações incrementais e inovações radicais:

— Incrementais – São as que melhoram o produto/processo dominante sem ameaçar a sua


existência
— Radicais – São as que introduzem um novo desenho para o produto/processo.
O que é Inovar?
Sondagem no Zoom
OS SETE MITOS DA INOVAÇÃO
1. Mito dos ovos da rã
— MITO - São necessárias muitas ideias inovadoras para que a inovação organizacional ocorra e seja bem
sucedida.

— REALIDADE – Importa criar condições para que os ovos fertilizem e se desenvolvam.

— LIÇÕES PARA A GESTÃO – Procure terreno fértil para as ideias criativas.

2. Mito do departamento inovador


— MITO – A inovação depende sobretudo da existência de um departamento de inovação.

— REALIDADE – É necessário que toda a organização atue em prol da inovação.

— LIÇÕES PARA A GESTÃO – Construa uma organização inovadora.


3. Mito da espontaneidade ou “roda livre”
— MITO – Para haver inovação basta que as pessoas sejam deixadas em “roda livre”, com condições para
produzirem ideias e projetos inovadores.

— REALIDADE – É necessário criar estrutura, sob pena de as ideias espontaneamente surgidas não se
desenvolverem.

— LIÇÕES PARA A GESTÃO – Capacite os inovadores com suficientes estruturas e processos.

4. Mito da alteração radical


— MITO – As melhores inovações são as radicais que cortam com o passado.

— REALIDADE – A inovação raramente ocorre num vácuo. Muitas inovações combinam elementos do
passado.

— LIÇÕES PARA A GESTÃO – Alavanque o passado e focalize-se no que realmente funciona – e não
apenas no que é radical.
5. Mito dos erros caros
— MITO – O cancelamento de um projeto representa um fracasso.

— REALIDADE – O erro é normal. Importa que os seus custos sejam minorados, mas sem que a propensão
para o risco seja anulada.

— LIÇÕES PARA A GESTÃO – Encoraje as pessoas a cometer erros iniciais.

6. Mito dos desvios à via principal


— MITO – As empresas devem focalizar-se nas suas competências nucleares e evitar “desvios” distractivos.

— REALIDADE – Um desvio pode acabar por tornar-se a via principal.

— LIÇÕES PARA A GESTTÃO - Perspectiva o horizonte e as vias laterais, construa o valor para o cliente.
7. Mito da novidade
— MITO – A inovação diz respeito à criação de novas coisas. Frequentemente está associada à ideia de
novas tecnologias ou novos produtos provindas de laboratórios de investigação e desenvolvimento.

— REALIDADE – A inovação pode tomar múltiplas formas:


— (a) “o quê” (produtos, tecnologias e serviços criados);
— (b) “quem” (segmentos dos consumidores e necessidades servidas);
— (c) “como” (processos operativos e capacidades empregues); “onde” (canais de distribuição).

— LIÇÕES PARA A GESTÃO – Para além dos produtos e serviços explore oportunidades de inovação em
outros domínios.
A ARTE DE INOVAR COM POUCO DINHEIRO
• A estratégia das organizações em países em desenvolvimento difere das orientações seguidas
por grandes e prestigiadas empresas que, em países em desenvolvimento, dispõem de
recursos de I&D suficientes para proceder a inovações tecnológicas de grande envergadura.

• As organizações em países em desenvolvimento têm entraves à inovação, como por exemplo:

• Instabilidade política;

• Volatilidade cambial;

• Baixos recursos materiais e tecnológicos;

• Carecem de uma base sólida de propriedade intelectual (científica, tecnológica e


universitária);

• Estão limitadas pelo elevado custo e escassez de capital;

• Enfrentam o fraco poder de compra dos consumidores.


Primeira estratégia – VIVER COM OS CONSUMIDORES

• Adaptar-se às circunstâncias especificas dos seus clientes, procurando soluções de baixo


custo.

• Exemplo – Uma empresa multinacional Chinesa “Hailer” esteve perto da falência há 20 anos.
Os reparadores da empresa notaram que muitos chineses usavam as máquinas de lavar, não
apenas para a roupa, mas também para lavar os vegetais. Introduziram alterações nas
máquinas (como o alargamento das tubagens) e colocou autocolantes explicando o modo de
uso e assim conquistaram o mercado.
Segunda estratégia – SISTEMATIZAR INOVAÇÃO NÃO TECNOLÓGICA

• As inovações nestas empresas focalizam-se menos em inovações tecnológicas e mais a


elementos não tecnológicos como logística, a distribuição ou finanças.

Terceira estratégia – IDENTIFICAR OPORTUNIDADES LOCAIS, PROCURAR IDEIAS E


RECURSOS GLOBALMENTE

• Embora focalizados nas necessidades locais, estas empresas socorrem-se de ideias e recursos
no plano global. Então não procedem à simples cópia das inovações das grandes empresas,
mas antes fazem recombinações de partes do processo e adaptam-nas às realidades locais.
TÉCNICAS SIMPLES DE INOVAR
• Existem formas de criar produtos de forma menos dispendiosa. Assim basta juntar 2
produtos existente num só.

• Criando um novo produto.

• Ou até mais, por exemplo o canivete suíço tem múltiplas funções.

• Existem ideias bem simples, colocar uma borracha na extremidade de um lápis foi
uma delas.

• Talvez a ideia que toda a gente tenha em mente seja mesmo os champôs 2 em 1
(champô + condicionador).
Exemplos de produtos já existentes
• Chocolate + brinde surpresas = Ovo Kinder

• Água + limão = Limonada ou Frize limão

• Água + gás = água gaseificada

• Àgua gaseificada + glucose = gasosa

• Carro + barco = Carro anfíbio

• Moto + carro = moto 4

• Moto + barco = Mota de água

• Moto + Sky = Mota de neve


INOVAÇÃO
Situação em Portugal
Debilidade das componentes do sistema de inovação:

1) Sistema científico pouco especializado em problemas empresariais

2) Sistema tecnológico muito preocupado com problemas de viabilidade

3) Sistema financeiro com problemas vocacionais para investir em inovação

Debilidade de atitudes e comportamento dos actuais agentes:

4) Insuficiente massa crítica de “conhecimentos” e “conhecedores”

5) Ambiente “cultural”, “regulatório” e “financeiro” pouco propício ao investimento em


inovações

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