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MARKETING
autora
SORAIA DUMBRA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
isbn: 978-85-5548-133-8
Objetivos 8
1.1 Por Que Planejar? 9
1.2 A Estratégia: Definição, Tipos e Função 10
1.3 Vantagem Competitiva 13
1.4 Definição de Objetivos e Metas, Feedback e Controle 14
1.5 Definição de Unidades de Negócio 15
1.6 Fases do Planejamento 17
1.7 Avaliação de Oportunidade de Crescimento 18
1.8 Etapas do Planejamento 22
1.8.1 Missão 22
1.8.2 Visão 23
1.9 Organização e Cultura Organizacional 24
1.10 Tipos de Planejamento 25
1.11 Análise Swot: Ambiente Interno, Ambiente Externo 27
1.12 Cinco Forças de Porter: Análise do
Ambiente Competitivo 30
Reflexão 33
Referências bibliográficas 34
2. Pesquisa de Marketing 35
Objetivos 36
1.1 Importância da Pesquisa de Marketing 37
1.2 Informações Versus Dados 37
1.3 Sistemas de Informação de Marketing 38
1.4 Tipos de Fontes de Informações 40
1.5 Dados Primários e Secundários 43
1.6 O Processo de Pesquisa de Marketing 45
1.6.1 Definição do Problema, das Alternativas
de Decisão e dos Objetivos da Pesquisa 46
1.6.2 Desenvolvimento do Plano de Pesquisa 47
1.6.3 Coleta de Informações 53
1.6.4 Análise das Informações 53
1.6.5 Apresentação dos Resultados 54
1.6.6 Tomada de Decisão 54
1.7 Ferramentas e Novas Tecnologias
Aplicadas à Pesquisa de Mercado 54
1.8 Questões Éticas Relacionadas à Pesquisa de Marketing 56
Reflexão 58
Referências bibliográficas 58
Objetivos 60
3.1 Mercado e o Processo de Marketing 61
3.2 Papel do Marketing no Nível Corporativo 64
3.2.1 Habilidades para a Implementação
de Programas de Marketing 64
3.2.2 Processo de Controle 65
3.2.3 Auditoria de Marketing 65
3.3 Importância do Marketing Estratégico na
Entrega de Valor 66
3.4 Planejamento de Marketing 70
3.4.1 Determinação dos Objetivos de Marketing 70
3.4.2 Matriz Ansoff 71
3.4.3 Estratégias de Posicionamento de Mercado 71
3.5 Plano de Marketing 74
Reflexão 77
Referências bibliográficas 79
4. Gerenciamento da Comunicação
de Marketing 81
Objetivos 82
3.1 Natureza da Comunicação de Marketing 83
3.2 Compreendendo a Comunicação de Marketing 85
3.3 Metas da Comunicação de Marketing 88
3.4 Elementos do Composto de Comunicação 91
3.5 Gerenciamento da Comunicação de Marketing 104
3.5.1 Definição de Objetivos 105
3.5.2 Seleção do Composto de Comunicação 105
3.5.3 Definição do Orçamento de Comunicação 109
3.5.4 Implementação e Controle da Estratégia de Comunicação 111
3.6 Algumas Questões Éticas e Legais Relacionadas à Comunicação 112
Reflexão 116
Referências bibliográficas 118
Objetivos 120
5.1 Principais Características da Comunicação Integrada de Marketing 121
5.2 Modelo de Processo de Tomada de Decisão sobre Comunicação de
Marketing 129
5.3 Decisões Fundamentais da Comunicação de Marketing 131
5.4 Decisões para Implementação da Comunicação de Marketing 133
5.5 Resultados da Comunicação de Marketing 135
5.6 Avalição do Programa 136
5.7 Os Efeitos Incertos da Propaganda 137
5.8 Funções da Propaganda 138
5.8.1 Informar 138
5.8.2 Influenciar 139
5.8.3 Servir de Lembrete e Aumentar o Destaque 139
5.8.4 Agregar Valor 140
5.8.5 Colaborar com os Esforços de outras Empresas 140
5.9 Criando e Administrando Campanhas de Propaganda 141
5.9.1 Revendo Metas e Orçamentos de Propaganda 145
5.9.2 Criando Mensagens 146
5.9.3 Escolhendo as Mídias 147
5.9.4 Testando Anúncios e Programando a Veiculação 151
5.9.5 Avaliando a Eficácia da Propaganda 151
5.9.6 Ajustando a Propaganda 152
Reflexão 153
Referências bibliográficas 154
1
Planejamento
Estratégico de
Marketing
OBJETIVOS
O capítulo 1 deste livro tem os seguintes objetivos principais:
8• capítulo 1
1.1 Por Que Planejar?
Segundo ACKOFF (1982 apud LUPETTI, 2012, p. 28), planejamento é um pro-
cesso que visa produzir um ou mais estados futuros desejados, que não deverão
acontecer a menos que alguma ação seja tomada. Assim, o planejamento pre-
ocupa-se tanto em evitar ações incorretas quanto em reduzir a frequência dos
fracassos ao explorar oportunidades. Em outras palavras, o planejamento deve
ser feito antes da tomada de decisão, ou seja, constitui-se em um processo de
decidir o que e como fazer antes que uma ação seja requerida.
Os autores Kotler e Keller (2006) citam que o processo de criar, entregar, e
comunicar valor exige inúmeras atividades de marketing diferentes. Dessa for-
ma, para garantir que sejam elencadas e executadas as atividades corretas, é
essencial que haja um planejamento estratégico, o qual requer ações em três
áreas-chave. A primeira é gerenciar os negócios da empresa como uma carteira
de investimentos. A segunda envolve a avaliação dos pontos fortes de cada ne-
gócio, considerando a taxa de crescimento do mercado e a posição competitiva
da empresa nesse mercado. E a terceira é estabelecer uma estratégia. É impor-
tante destacar que a empresa deve desenvolver um plano de ação para cada um
de seus negócios com o intuito de alcançar seus objetivos de longo prazo.
Para compreender a administração de marketing, é preciso compreender
o planejamento de marketing. Kotler e Keller (2006) citam que a maioria das
empresas de grande porte se organiza em quatro níveis: nível corporativo, nível
de divisão, nível de unidade de negócios e nível de produto. A matriz da empre-
sa é responsável pela elaboração de um plano estratégico corporativo que irá
guiar a empresa como um todo, também é responsável pela tomada de deci-
sões sobre a quantidade de recursos a serem alocados para cada divisão, assim
como sobre quais negócios iniciar ou eliminar. Cada divisão estipula um plano
cobrindo a alocação de recursos para cada unidade de negócios dentro dela.
Cada unidade de negócios, por sua vez, desenvolve um plano estratégico que
a conduza a um futuro promissor. Finalmente cada nível de produto (linha de
produto, marca ou categoria) dentro de uma unidade de negócios desenvolve
um plano de marketing para atingir seus objetivos de mercado.
Logo, o plano de marketing é o instrumento central para direcionar e coor-
denar o esforço de marketing e seu escopo pode ser dividido em dois níveis: es-
tratégico e tático. O plano de marketing estratégico, com base em um minucioso
estudo das oportunidades do mercado, aponta quais serão os mercados-alvos e
capítulo 1 •9
a proposta de valor que será oferecida pela empresa. Já o plano de marketing tá-
tico especifica as táticas de marketing, incluindo características dos produtos,
promoção, comercialização, determinação do preço, canais de vendas e servi-
ços (KOTLER; KELLER, 2006).
Atualmente os planos de marketing são desenvolvidos por equipes, com o
envolvimento e aprovação de diferentes departamentos dentro da empresa e,
então, implementados nos níveis apropriados da organização. Os resultados
são monitorados e, quando necessário, efetuam-se ações corretivas. O ciclo
completo de planejamento, implementação e controle é apresentado na Figura
1.1.
10 • capítulo 1
O autor Porter (1980 apud Kotler e Keller, 2006, p.54) propôs três estratégias
genéricas que fornecem um bom ponto de partida para o pensamento estraté-
gico: liderança total em custos, diferenciação e foco.
capítulo 1 • 11
apresentam o pior desempenho. Por exemplo, a fabricante de veículos pesados
International Harvester saiu do ramo de máquinas agrícolas porque não se des-
tacou como a empresa de menor custo, de maior valor percebido ou de melhor
atendimento a algum segmento de mercado.
Ainda no que tange a estratégia, Kotler e Keller (2006) mencionam que al-
gumas empresas estão descobrindo que precisam de parceiros estratégicos
para serem efetivas. Até mesmo para as grandes corporações como AT&T, IBM,
Philips e Siemens, é difícil alcançar a liderança, nacional ou globalmente, sem
construir alianças com empresas locais ou multinacionais que complementem
ou alavanquem suas capacidades e recursos. Muitas alianças estratégicas to-
mam a forma de alianças de marketing. Essas alianças podem ser divididas em
quatros categorias principais:
12 • capítulo 1
1.3 Vantagem Competitiva
Para ser bem-sucedida, a empresa deve realizar um trabalho melhor do que seus
concorrentes no que diz respeito à satisfação dos consumidores-alvo. Portanto,
as estratégias de marketing devem levar em conta não apenas as necessidades
dos clientes, mas também as estratégias dos concorrentes. Assim, o desenvolvi-
mento de estratégias de marketing competitivas começa com a análise do con-
corrente. A empresa compara constantemente o valor e a satisfação entregues
ao cliente por seus produtos, preços, canais e promoção com aqueles entregues
por seus concorrentes mais próximos. A empresa deve se perguntar: “quem são
meus concorrentes?”, “quais são seus objetivos e estratégias?”, “quais são seus
pontos fracos e fortes?” e “ como eles reagirão às estratégias competitivas que
utilizarmos?” (KOTLER; ARMSTRONG, 2003).
A estratégia de marketing competitiva adotada por uma empresa depende
de sua posição no setor. Uma empresa que domina o setor pode adotar uma
ou mais das muitas estratégias de líder de mercado. Entre as extremamente
conhecidas, por exemplo, estão a Coca-Cola (refrigerantes), Microsoft (softwa-
res), Carterpillar (equipamentos de construção de grande porte), e Wal-Mart
(varejo). As desafiantes são as empresas que se encontram em segundo lugar
e atacam agressivamente seus concorrentes para obter maior participação
de mercado. Por exemplo, a Pepsi desafia a Coca-Cola e a Komatsu desafia a
Carterpillar. A empresa desafiante pode atacar a líder de mercado, outras em-
presas de seu porte ou concorrentes locais e regionais (KOTLER; ARMSTRONG,
2003).
Algumas empresas que se encontram em segundo lugar optam por seguir
a empresa líder, em vez de desafiá-la. As empresas que utilizam estratégias de
seguidoras de mercado buscam participação de mercado e lucros estáveis se-
guindo os programas de marketing, os preços e as ofertas de produto dos con-
correntes. Empresas menores, ou mesmo empresas maiores que não possuem
posições estabelecidas, frequentemente adotam estratégias de buscadoras de
nichos de mercado. Elas se especializam em atender nichos de mercado que os
principais concorrentes não atendem bem ou ignoram. As empresas buscado-
ras de nichos evitam o confronto direto com as empresas maiores, apoiando-se
em linhas de mercado, clientes, produtos ou mix de marketing especializados.
Dessa forma, por meio de estratégias de nicho inteligentes, empresas menores
capítulo 1 • 13
em um setor podem se tornar tão lucrativas quanto seus concorrentes maiores
(KOTLER; ARMSTRONG, 2003).
Segundo Kotler e Keller (2006), usualmente o termo meta é utilizado para des-
crever objetivos levando-se em consideração a magnitude de tempo. O conjun-
to de objetivos de uma unidade de negócios pode incluir lucratividade, cresci-
mento das vendas, aumento da participação de mercado, contenção de riscos,
inovação e reputação. A unidade de negócios, após estabelecer seus objetivos,
pratica a administração por objetivos (APO) e, para tal, os objetivos da unidade
devem atender a quatro requisitos essenciais:
14 • capítulo 1
a empresa precisa observar os resultados e os novos acontecimentos nos am-
bientes interno e externo. Alguns mercados permanecem estáveis ano após
ano, outros evoluem lentamente e de maneira previsível, já outros podem mu-
dar de maneira rápida e imprevisível. Tais mudanças tornam necessário ana-
lisar e revisar a implementação, os programas, as estratégias ou até mesmo os
objetivos da empresa (KOTLER; KELLER, 2006).
Quando uma organização não consegue responder a uma mudança do am-
biente, fica cada vez mais difícil reaver a posição perdida. Assim, uma empresa
pode permanecer eficiente enquanto perde efetividade. Peter Drucker desta-
cou que é mais importante ‘fazer a coisa certa’ (efetividade) do que ‘fazer as
coisas de maneira certa’ (eficiência). As empresas mais bem-sucedidas fazem
as duas coisas muito bem (KOTLER; KELLER, 2006).
As organizações se estabelecem como máquinas eficientes, e é difícil, por-
tanto, alterar uma parte sem ajustar o todo. No entanto, elas podem ser alte-
radas por lideranças vigorosas, de preferência antes da crise. O segredo para
a saúde organizacional é estar disposto a examinar o ambiente em constante
alteração e, diante disso, adotar comportamentos e metas novos e adequados
(KOTLER; KELLER, 2006).
capítulo 1 • 15
estratégico. A definição de mercado-alvo tende a focar a venda de um produto
ou serviço. O mercado-alvo da Pepsi pode ser definido como todos os que be-
bem refrigerantes do tipo cola; seus concorrentes seriam, portanto, outras em-
presas que fabricam refrigerantes desse tipo. Uma definição de mercado estra-
tégico seria: todos os que bebem algo para matar a sede. Assim a concorrência
da Pepsi passaria a incluir empresas que fabricam outros tipos de refrigerante,
água mineral, suco etc. Para se tornar mais competitiva, a Pepsi poderia, en-
tão, decidir vender outros tipos de bebida, cuja taxa de crescimento parecesse
promissora.
Transportamos pessoas
Missouri-Pacific Railroad Operamos uma ferrovia
e mercadorias
Ajudamos a aumentar a
Xerox Fabricamos copiadoras
produtividade
Promovemos entreteni-
Columbia Pictures Fazemos filmes
mento
Fabricamos aparelhos de
Fornecemos controle cli-
Carrier ar-condicionado e aque-
mático residencial
cedores
Tabela1.1 – Definição de negócio por produto e por mercado. Fonte: KOTLER; KELLER
(2006, p.45)
16 • capítulo 1
Um negócio pode ser definido em três dimensões: grupos de clientes, ne-
cessidades de clientes, e tecnologia. Por exemplo, uma pequena empresa que
defina seu negócio desta forma: projetos de sistemas de iluminação incandes-
cente para estúdios de TV. Seu grupo de clientes são os estúdios de TV, a neces-
sidade deles é a iluminação e a tecnologia é a iluminação incandescente. A em-
presa pode querer expandir-se para outros negócios – pode optar por fornecer
iluminação para outros clientes, como residências, fábricas e escritórios. Pode
ainda fornecer serviços igualmente necessários a estúdios de televisão, como
aquecimento, ventilação ou condicionamento de ar, ou então desenvolver ou-
tras tecnologias de iluminação para esses estúdios, como luzes infravermelhas
ou ultravioletas (KOTLER; KELLER, 2006).
Normalmente empresas maiores administram diversos negócios diferen-
tes, e cada um exige uma estratégia própria. Fala-se aqui em unidades estraté-
gicas de negócios (UENs) que apresentam as seguintes características:
capítulo 1 • 17
• Análise SWOT ou Análise das forças e fraquezas internas e das oportuni-
dades e ameaças externas;
• Estabelecimento da missão, metas e objetivos organizacionais;
• Estratégia corporativa ou estratégia das unidades de negócio (afetam to-
das as áreas funcionais da organização, marketing, finanças, produção recur-
sos humanos, etc.);
• Metas e objetivos de marketing;
• Estratégia de marketing;
• Implementação;
• Avaliação e controle;
• Plano de marketing.
18 • capítulo 1
Figura 1.2 – Lacunas do planejamento estratégico. Fonte: KOTLER; KELLER (2006, p.46)
capítulo 1 • 19
deria desenvolver novos atributos para seus produtos, como maior capacidade
de armazenamento de dados ou durabilidade. Poderia igualmente desenvolver
produtos com diferentes níveis de qualidade ou buscar uma tecnologia diferen-
te (KOTLER; KELLER, 2006).
Examinando essas estratégias de crescimento intensivo, a administração
pode descobrir várias maneiras de crescer. Contudo, esse crescimento pode
não ser suficiente. Então a gerência deve avaliar também oportunidades de
crescimento integrado (KOTLER; KELLER, 2006).
Crescimento integrado: as vendas e os lucros de um negócio podem ser
aumentados pela integração com o setor do qual ele faz parte. Pode-se pensar
em uma retrointegração, em uma integração à frente ou uma integração hori-
zontal. Por exemplo, a farmacêutica Merck foi além de apenas desenvolver e
comercializar medicamentos. Adquiriu a Medco, um distribuidor de medica-
mentos por catálogo, e formou uma joint-venture com a DuPont para ampliar
sua divisão de pesquisa básica e outra com a Johnson & Johnson para levar al-
guns de seus produtos ao mercado de medicamentos de venda livre (KOTLER;
KELLER, 2006).
Como a Musicale poderia alcançar um crescimento integrado? Ela pode
adquirir alguns de seus fornecedores (fabricantes de matérias-primas, por
exemplo), para obter maior controle ou gerar maiores lucros (retrointegra-
ção). Também pode adquirir alguns atacadistas ou revendedores (integração
à frente). Por último, seria possível comprar um ou mais concorrentes, desde
que o governo não impedisse esse tipo de negócio (integração horizontal). No
entanto, essas novas fontes podem ainda não fornecer o volume desejado de
vendas, sendo assim, a empresa deve considerar a possibilidade de diversifica-
ção (KOTLER; KELLER, 2006).
Crescimento por diversificação: este tipo de crescimento apenas faz senti-
do quando existem boas oportunidades além dos negócios atuais. Uma empre-
sa está diante de uma boa oportunidade quando tem a composição de forças
necessária para ser bem-sucedida em um setor altamente atraente. Por exem-
plo, a Walt Disney Company diversificou seus negócios: ela licencia seus perso-
nagens para uso em bens de consumo, ingressou no ramo televisivo com um
canal próprio e a aquisição das redes ABC e ESPN e desenvolveu parques temá-
ticos e hotéis (KOTLER; KELLER, 2006).
Vários tipos de diversificação são possíveis. Primeiramente, a empresa pode
procurar novos produtos, com semelhanças tecnológicas e/ou de mercado com
20 • capítulo 1
as linhas existentes, mesmo que esses novos produtos interessem a um grupo
diferente de clientes (estratégia de diversificação concêntrica). Assim a Musi-
cale poderia começar a fabricar disco laser, porque sabe como produzir CDs.
Em segundo lugar, a empresa pode procurar novos produtos que interessem
aos clientes, mesmo que não apresentem relação tecnológica com a linha atual
(estratégia da diversificação horizontal). A Musicale poderia, assim, produzir
estojos para CDs, mesmo que isso exigisse um processo produtivo diferente. E,
finalmente, a empresa pode procurar novos negócios sem relação com a tecno-
logia, com os produtos ou com os mercados atuais (estratégia de diversificação
conglomerada). Nesse caso, a Musicale poderia investir na produção de aplica-
tivos ou agendas (KOTLER; KELLER, 2006).
Downsizing de negócios antigos: as empresas, em alguns casos, precisam
enxugar, ‘colher’ (maximizar o retorno de caixa a curto prazo) ou mesmo aban-
donar os negócios antigos, exauridos a fim de liberar recursos e reduzir custos.
Além do que, negócios fracos demandam atenção gerencial em demasia, e os
gerentes precisam manter o foco nas oportunidades de crescimento, sem gas-
tar energia e recursos na tentativa de salvar moribundos. Em 2002, após anos
de vendas estagnadas, a Heinz vendeu seu negócio de alimentos para animais
domésticos para a 9-Lives e Kibbles`n Bits, seu atum Starkist, sua sopa College
Inn e seu alimento infantil All-in-One para a Del Monte, com o objetivo de se
concentrar em seus principais negócios: ketchup, molhos e comidas congela-
das (KOTLER; KELLER, 2006).
Na sequência, serão abordadas as etapas do planejamento, as quais englo-
bam a missão e a visão da organização.
capítulo 1 • 21
1.8 Etapas do Planejamento
As etapas do planejamento englobam a elaboração da missão, seguida pela vi-
são da organização.
1.8.1 Missão
Segundo Kotler e Keller (2006), uma organização existe para realizar alguma
coisa, seja para fabricar automóveis, emprestar dinheiro, fornecer acomodação
etc. De modo geral, quando um negócio é iniciado, sua missão é clara e objeti-
va, porém com o tempo, a missão pode mudar para aproveitar novas oportuni-
dades ou responder a mudanças nas condições do mercado.
Segundo Peter Drucker (1973 apud KOTLER; KELLER, 2006, p. 43) para de-
finição da sua missão, a empresa deve responder a algumas questões funda-
mentais: Qual é o nosso negócio? Quem é o cliente? O que tem valor para o
cliente? Qual será o nosso negócio? Como deveria ser o nosso negócio? Embora
aparentemente simples, essas perguntas são consideradas como as mais difí-
ceis de serem respondidas. Empresas bem-sucedidas fazem essas perguntas
continuamente e respondem a elas com cautela. Vale ressaltar também que
uma empresa pode optar pela redefinição de sua missão caso esta venha perder
credibilidade ou deixe de representar o caminho para o crescimento.
Após formulada, a declaração de missão deve ser compartilhada com os co-
laboradores internos e, em alguns casos, com os próprios clientes da empresa.
Quando bem formulada, uma declaração de missão fornece aos funcionários um
senso compartilhado de propósito, direção e oportunidade. Ela orienta funcioná-
rios geograficamente dispersos a trabalhar com independência, embora coletiva-
mente, para alcançar as metas da organização (KOTLER; KELLER, 2006).
Kotler e Keller (2006) mencionam que declarações de missão satisfatórias
apresentam três características principais. Em primeiro lugar, concentram-se
em número limitado de metas. Por exemplo, a declaração “Queremos fabricar
produtos da mais alta qualidade, oferecer os melhores serviços, conseguir a
mais ampla distribuição e vender a preços baixos” é extremamente pretencio-
sa. Em segundo lugar, as declarações de missão enfatizam as principais políti-
cas e valores que a empresa pretende honrar, o que possibilita os funcionários
atuar com consistência em questões importantes. E em terceiro lugar, definem
as principais esferas competitivas em que a empresa pretende operar:
22 • capítulo 1
• Esfera setorial: setor de bens organizacionais, de bens de consumo ou de
serviços, entre outros. Uma empresa pode optar por atuar em um único setor,
ou em um conjunto de setores relacionados e também haverá aquelas que atu-
arão em qualquer setor.
• Esfera de produtos e aplicações: refere-se ao conjunto de produtos forne-
cidos pela empresa e suas respectivas aplicações.
• Esfera de competências: engloba as competências centrais, como as tec-
nológicas (computação, comunicação, componentes etc), que uma empresa
dominará e nas quais baseará seus negócios.
• Esfera de segmento de mercado: refere-se ao tipo de mercado ou de clien-
tes que a empresa atenderá.
• Esfera vertical: refere-se ao número de níveis de canais de que a empresa
participará, das matérias-primas até o produto final e a distribuição. Em um
extremo ficam as organizações com grande esfera vertical, como a Ford que, no
passado chegou a ter suas próprias plantações de borracha, fábricas de produ-
ção de vidros e siderúrgicas. No outro extremo ficam as empresas com pouca
ou nenhuma integração vertical que, geralmente, consistem em único escritó-
rio que terceiriza todos os demais serviços, incluindo o projeto, a fabricação, o
marketing e a distribuição física.
• Esfera geográfica: e por fim, a declaração da missão define a esfera ge-
ográfica, ou seja, as regiões ou países nos quais a organização atuará. Em um
extremo estão as que operam em uma cidade ou estado específico. No outro,
estão as multinacionais globais como Unilever e Caterpillar, presentes em qua-
se o mundo todo.
1.8.2 Visão
capítulo 1 • 23
Conheça um pouco mais sobre a missão da empresa com os exemplos a seguir:
3M – resolver problemas não solucionados de forma inovadora.
Hewlett-Packard (HP) – oferecer contribuições técnicas para o progresso e bem-es-
tar da humanidade.
Walt Disney – fazer as pessoas felizes.
Nike – experimentar a emoção da competição, da vitória e de vencer os adversários.
24 • capítulo 1
ideias criativas sobre estratégias podem surgir de vários lugares no ambiente
da empresa. Dessa forma, a alta administração deve identificar e estimular no-
vas ideias em três grupos que tendem a ser excluídos da formulação da estraté-
gia: os funcionários jovens com potencial, funcionários distanciados da sede e
funcionários novos no setor. Esses três grupos são capazes de desafiar a ortodo-
xia corporativa e estimular novas ideias (KOTLER; KELLER, 2006).
Antes de preparar a estratégia, é preciso identificar diferentes visões de futuro
e selecioná-las por meio de uma análise de cenário, que consiste no desenvolvi-
mento de uma representação plausível do futuro da empresa, tendo como base
diversas suposições sobre as forças que impulsionam o mercado e as diferentes
incertezas a ele inerentes. Os administradores devem refletir a respeito de cada
cenário com a seguinte pergunta: “o que faremos se isso acontecer?”, depois de-
vem eleger o cenário mais provável e, à medida que o tempo for passando, ficar
atentos a indícios que possam confirmá-lo ou refutá-lo (KOTLER; KELLER, 2006).
capítulo 1 • 25
O nível estratégico compreende os altos executivos da organização, respon-
sáveis pela definição dos objetivos e planos da empresa, e tomada de decisões
quanto às questões de longo prazo da empresa, como: sua sobrevivência, cres-
cimento e eficácia geral (BATEMAN, 1998 apud CORRÊA, 2008).
Kotler (2000) define o planejamento estratégico como um processo geren-
cial de desenvolver e manter um ajuste viável entre os objetivos, as habilidades
e os recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em cons-
tante mudança. Sendo seu objetivo dar forma os negócios e produtos da empre-
sa, possibilitando os lucros e crescimento almejados
Outra definição de Kotler (1998, p. 62) é: “O planejamento estratégico é um
processo gerencial de desenvolver e manter uma direção estratégica, alinhando
as metas e os recursos da organização. Preparando-a, para as mutantes oportu-
nidades de mercado.”
O planejamento no nível tático é utilizado para traduzir os objetivos gerais e
as estratégias da alta diretoria em objetivos e atividades mais específicos. (BA-
TEMAN, 1998 apud CORRÊA, 2008). O principal desafio neste nível é promover
um contato eficiente e eficaz entre o nível estratégico e o nível operacional.
Quanto ao planejamento no nível operacional, o processo é de uma menor
amplitude, onde o foco é trabalhar junto aos funcionários não administrativos,
implementando os planos específicos definidos no planejamento tático. (BA-
TEMAN, 1998 apud CORRÊA, 2008).
Importante ressaltar que o planejamento operacional preocupa-se com os
métodos de alocação de recursos como:
26 • capítulo 1
se marca líder, ser percebido como melhor da categoria, etc.), as de curto prazo
são mais quantitativas (rodar o estoque mais rápido, vender X% a mais etc.).
capítulo 1 • 27
Figura 1.4 – Matriz de oportunidades. Fonte: KOTLER; KELLER (2006, p.52)
28 • capítulo 1
Figura 1.5 – Matriz de ameaças. Fonte: KOTLER; KELLER (2006, p.52)
capítulo 1 • 29
conjunto, como uma equipe. Em uma importante empresa de produtos eletrô-
nicos, os engenheiros veem o pessoal de vendas como ‘engenheiros frustrados’,
e os vendedores veem o pessoal de atendimento ao cliente como ‘vendedores
frustrados’. Portanto, ao examinar o ambiente interno, é muito importante
avaliar as relações de trabalho interdepartamentais. Segundo Stalk (1992 apud
Kotler e Keller, 2006, p.52), empresas vencedoras são aquelas que alcançaram
superioridade nas habilidades internas, e não apenas nas competências cen-
trais. Toda organização precisa gerenciar processos básicos, como o desenvol-
vimento de novos produtos, a geração de vendas e o atendimento de pedidos e,
cada um desses processos cria valor e exige trabalho de equipe. Embora cada
departamento possa apresentar competências centrais específicas, o desafio
aqui é desenvolver uma capacidade competitiva superior no gerenciamento
dos processos-chave da empresa, o que constitui a essência da concorrência
baseada em capacidades.
30 • capítulo 1
ção do mesmo. Às vezes empresas rivais competem agressivamente, não só em
relação ao preço do produto, como também à inovação, ao marketing etc.
A empresa que tem maior flexibilidade para responder aos ataques da con-
corrência tem, sem dúvida, maiores chances de crescimento ou sobrevivência.
Nesse aspecto, deve-se analisar:
• Número de concorrentes;
• Taxa de crescimento da indústria;
• Diversidade de concorrentes;
• Complexidade e assimetria informacional;
• Nível de publicidade.
capítulo 1 • 31
• Economia de escala;
• Custos de transição.
32 • capítulo 1
tos (bens ou serviços) podem limitar os lucros em tempos normais, como tam-
bém podem reduzir as fontes de riqueza que a indústria pode obter em tempos
de prosperidade.
Outro fator seria que o produto comercializado ou produzido pela empresa
pode tornar-se obsoleto com o tempo. Para isso não acontecer, é preciso inves-
tir em avanços tecnológicos, produzir um derivado ou mesmo um novo produ-
to. A organização deve ficar atenta às novas mudanças/tendências do mercado/
produto. Caso nada seja feito, a concorrência pode adquirir parte do mercado
da empresa analisada.
Estas cinco forças, em conjunto, determinam a lucratividade de uma in-
dústria. O importante é definir uma posição menos vulnerável a estas forças, o
que pode ser conseguido pelo fortalecimento do relacionamento com os clien-
tes, pela diferenciação do produto (seja em suas características, seja na forma
como é comunicado ao cliente), pela diversificação da carteira de clientes e
fornecedores (menor concentração de negócios nas mãos de poucos), pelo de-
senvolvimento de novas tecnologias ou, o que é vital, pelo desenvolvimento da
capacidade de responder rapidamente a uma estratégia do concorrente.
REFLEXÃO
Neste capítulo, foram abordados os conceitos centrais relacionados ao planejamento estra-
tégico, os quais abrangem os tipos de estratégias, estabelecimentos de metas, a importância
da estratégia para a vantagem competitiva e análise do ambiente interno e externo, culmi-
nando no desenho da matriz SWOT e na análise das cinco forças de Porter.
LEITURA
Acompanhe as principais tendências de mercado no site: http://trendwatching.com/pt/sou-
thcentralamerica/
capítulo 1 • 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1982, p.2. In:
LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica: planejamento. 2 ed, São Paulo:
Cengage Learning, 2012, p. 28.
CORRÊA, K. Níveis de planejamento, 2008. Disponível em: <http://www.administracaoegestao.com.
br/planejamento-estrategico/niveis-de-planejamento/ > Acesso em: jul/2015.
DRUCKER, P. Management: tasks, responsibilities and practices. NOVA York: Harper and row, 1973.
In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006, p. 39.
FERREIRA, F. H. G. Segmentação de Mercado. Biblioteca Temática do Empreendedor, SEBRAE, 2003.
Disponível em <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/>
FERRELL, C. O. et. Al. Estratégia de Marketing. São Paulo: Atlas, 2000.
KOTLER, P.; Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10 ed, São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2000, 765p.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 9 ed, São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2003, 593p.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo:
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KOTLER, P.; JAIN, D. C.; MAESINCEE, S. Formulating a market renewal strategy. Marketing Movies.
Boston: Harvard Business School Press, 2002, p.29. In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de
Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006, p. 39.
LANNING, M. J.; MICHAELIS, E. G. A business is a value delivery system. McKinsey & Co., Inc., 41,
jun,1988 In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed,
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006, p. 35.
LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica: planejamento. 2 ed, São Paulo:
Cengage Learning, 2012, 190 p.
PORTER, M. E. Competitive strategy: techniques for analyzing industries and competitors. Nova York:
Free Press, 1980. In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing.
12 ed, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006, p. 39.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de in¬dústrias e da concorrência. Rio
de Janeiro: Campus, 7. ed. 1986.
STALK, G et al. Competing capabilities: the new rules of corporate strategy. Harvard Business Review,
mar/abr, p. 57-69, 1992. In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do
Marketing. 12 ed, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006, p. 39.
34 • capítulo 1
2
Pesquisa de
Marketing
OBJETIVOS
• Estudar a diferença entre informação e dados e detalhar o sistema de informação de
marketing;
• Investigar quais são os tipos de informações. Estudar a diferença entre dados primários e
secundários;
• Entender como acontece o processo de pesquisa de marketing;
• Aprender como desenvolver um plano de pesquisa de marketing;
• Identificar as ferramentas e as novas tecnologias que podem ser aplicadas em pesquisa;
• Levantar as questões éticas que envolvem a atividade de pesquisa de marketing.
36 • capítulo 2
1.1 Importância da Pesquisa de Marketing
Para sobreviver no mercado competitivo, os profissionais de marketing preci-
sam de informações sobre seu ambiente, em especial informações sobre clien-
tes e concorrentes. Precisam saber como os mercados-alvo respondem a um
composto de marketing atual e como reagiriam a mudanças nele. Além disso,
precisam saber como os concorrentes estão se saindo e prever o que eles plane-
jam no futuro (CHURCHILL; PETER, 2012).
Por este motivo, eles recorrem à pesquisa de marketing a fim de obter in-
formações sobre todas as áreas do marketing, especialmente a sua própria par-
ticipação de mercado e a dos concorrentes, o potencial de mercado de produ-
tos atuais e potenciais ou características dos consumidores e das organizações
existentes em seus mercados (CHURCHILL; PETER, 2012).
A seguir serão abordados os principais aspectos relacionados à pesquisa de
marketing que englobam a diferenciação entre informações e dados, os siste-
mas de informação de marketing, os tipos de fontes de informações, os dados
primários e secundários e o processo de pesquisa de marketing.
capítulo 2 • 37
também produzir gráficos das vendas de determinadas categorias de produtos
mês a mês e procurar mudanças sazonais. Nesses casos, o pesquisador está
convertendo os dados em informações (CHURCHILL; PETER, 2012).
Tais informações, por sua vez, são úteis para a tomada de decisões. Assim,
saber que cupons de R$ 0,50 aumentam a demanda por um saco de café em
17% ajuda a determinar o valor da estratégia do Café Pelé. Conhecer as tendên-
cias das vendas ajuda, ainda, a decidir quando aumentar os estoques ou com
que frequência pedir reposições de produtos (CHURCHILL; PETER, 2012).
Antes que os computadores facilitassem a tarefa de registrar, classificar e
analisar os dados, os profissionais de marketing geralmente tinham dificul-
dade para obter informações suficientes para tomar decisões. Atualmente, po-
rém, o profissional de marketing típico está sobrecarregado de fatos, relatórios
e análises. As informações necessárias estão disponíveis, mas pode ser difícil
de encontrá-las. Uma importante defesa contra esse tipo de problema é uma
abordagem bem refletida e abrangente para conduzir pesquisas de marketing
e para montar e usar um sistema de coleta, armazenagem e disseminação de
informações de marketing (CHURCHILL; PETER, 2012).
38 • capítulo 2
3. Sistema de diálogo que permita explorar o banco de dados e usarem os
modelos para produção de relatórios que abordem seus temas.
De acordo com Kotler (2006), Sistema de informações de marketing (S.I.M.) é uma "es-
trutura contínua e interagente de pessoas, equipamentos e processos, que congregam,
classificam, analisam, avaliam e distribuem as informações convenientes, oportunas e
corretas para uso dos responsáveis pelas decisões de marketing, para incrementar o
planejamento, a implementação e o controle de marketing."
capítulo 2 • 39
1.4 Tipos de Fontes de Informações
Basicamente, uma organização dispõe de dois tipos de fontes de informação:
as fontes internas e as externas. A Coca-Cola, por exemplo, combina dados da
empresa sobre o consumo per capita de seus refrigerantes nos países atendidos
por ela com dados externos sobre a população, para identificar os países com
maior potencial de crescimento das vendas. A China tem uma população de
mais de 1,2 bilhões de pessoas e um consumo per capita de quatro garrafas por
ano, o que sugere um grande potencial de crescimento se comparado ao Cana-
dá, por exemplo, que com sua população de 30 milhões de habitantes consome
anualmente 181 garrafas per capita, ou aos EUA, com uma população de 268
milhões de habitantes e um consumo per capita de 343 garrafas ao ano (CHUR-
CHILL; PETER, 2012).
Dentro da própria empresa, pode ser encontrada uma grande variedade de
informações muito úteis ao marketing. Como exemplo de fontes internas de
informações, existem os registros de vendas que indicam quais produtos ven-
dem melhor e quem os compram regularmente. Além disso, dados contábeis
podem indicar quais produtos são mais lucrativos. Dados de estocagem podem
indicar a velocidade com a qual os produtos deixam o estoque. Finalmente, por
meio da criação de programas especiais de descontos para compradores assí-
duos, é possível obter dados básicos sobre o tipo de clientes da empresa e onde
eles estão localizados. Entretanto, para que essas informações sejam geradas,
é preciso assegurar que os sistemas de manutenção de registros da empresa
possam fornecê-los com efetividade (CHURCHILL; PETER, 2012).
Evidentemente, os profissionais de marketing também precisam estar aten-
tos ao que acontece no ambiente externo. É preciso conhecer a economia, o am-
biente legal, seus clientes atuais, os potenciais etc. Tais informações podem ser
podem ser obtidas a partir de publicações empresariais e setoriais, serviços de
pesquisa, grupos profissionais, pesquisas com clientes, relatórios do governo
e banco de dados computadorizados (CHURCHILL; PETER, 2012). A tabela 2.1
traz alguns exemplos dos principais tipos de fontes externas de informações.
40 • capítulo 2
FONTE EXEMPLOS
Tabela 2.1 – Exemplos de fontes de dados externas. Fonte: CHURCHILL; PETER, 2012, p.
121.
Os fornecedores que trabalham com o banco de dados único são uma im-
portante fonte externa de informação para as empresas de bens de consumo.
Este tipo de banco de dados concentra dados sobre vendas por produto e mar-
ca, uso de cupons e veiculação da propaganda pela televisão. Os dados sobre
vendas e uso de cupons são provenientes de leitores ópticos de verificação que
leem os códigos de barras (códigos universais de produtos), e os dados sobre
exposição à propaganda vêm de dispositivos de registros instalados nos apare-
lhos de TV das famílias participantes (CHURCHILL; PETER, 2012).
A Figura 2.1 ilustra o processo de coleta de dados para um banco único cha-
mado Infoscan, comercializado pela Information Resources Inc.
capítulo 2 • 41
Figura 2.1 – Coleta de dados para um banco de dados único. Fonte: CHURCHILL; PETER,
2012, p. 122
CONEXÃO
Tipos de pesquisa de marketing.
Para fixar os tipos de pesquisa de marketing, leia o artigo disponível neste link: http://www.
administradores.com.br/artigos/academico/tipos-de-pesquisa-de-marketing/72792/
42 • capítulo 2
Embora ofereçam diversos benefícios, ao utilizar bancos de dados únicos,
é preciso ter em mente algumas de suas limitações. A primeira delas é que es-
ses dados são coletados em áreas geográficas limitadas, portanto os resultados
podem não se aplicar a todo o mercado da organização. Além disso, a coleta de
dados de um banco de dados único é dispendiosa e pode sobrecarregar os pro-
fissionais de marketing com mais dados do que eles tem condições de utilizar
de forma produtiva (CHURCHILL; PETER, 2012).
capítulo 2 • 43
deria concluir que provavelmente 35% a 39% de todas as adolescentes da região
fizeram o mesmo. A esse processo atribui-se o nome de inferência estatística
(CHURCHILL; PETER, 2012).
Para que a inferência estatística apresente resultados precisos, a amostra
deve ser representativa da população. Uma forma habitual de reunir amostras
representativas de populações é empregar a amostragem probabilística, ou
seja, a seleção de sujeitos pesquisados de forma que cada membro da popula-
ção tenha uma chance conhecida de ser selecionado, uma vez que a seleção é
aleatória. Desta forma, se, por exemplo, o pesquisador desejar informações so-
bre todas as pequenas empresas do país, a amostra não deverá se limitar a ma-
nufaturas ou a empresas cujos proprietários sejam conhecidos dos pesquisa-
dores. Assim como, se uma empresa necessita saber se seu mercado-alvo gosta
do seu produto, ela não deverá restringir a pesquisa aos clientes existentes. Isso
excluiria da pesquisa aqueles que não se interessam pelo produto e, portanto,
não os compram (CHURCHILL; PETER, 2012).
Muitas empresas têm buscado dados primários por meio da prática de ben-
chmarking, o que envolve identificar uma ou mais organizações que se des-
taquem na execução de alguma função e, posteriormente, usar suas práticas
como fonte de ideias para melhorar o próprio desempenho. O benchmarking
pode ser feito por meio de atividades como ler algo a respeito de outras organi-
zações, visitar ou telefonar para elas ou desmontar produtos dos concorrentes
para entender como são produzidos. Assim, o benchmarking é uma fonte de in-
formações porque o processo gera ideias para a melhoria do marketing e de ou-
tras atividades. Ele é indicado especialmente para a obtenção de informações
sobre produtos existentes, e não novos produtos, e sobre práticas empresariais,
incluindo-se maneiras de proporcionar valor aos clientes (CHURCHILL; PE-
TER, 2012).
44 • capítulo 2
dos secundários, ou seja, que não foram coletados para o estudo imediato em
mãos, mas para alguma outra finalidade. Sendo assim, o governo e as organi-
zações empresariais são as principais fontes externas de dados secundários; as
fontes internas podem incluir, por exemplo, registros de vendas e documenta-
ção de consertos de produtos (CHURCHILL; PETER, 2012).
Muitos dos tipos de dados secundários encontram-se disponíveis a um cus-
to baixo ou nulo. Uma das fontes de dados mais importantes sobre o Brasil é o
IBGE, que a cada 10 anos realiza oito censos econômicos, cada um descrevendo
um setor comercial (varejo, transportes, serviços públicos etc.). Cada empresa
deve informar estatísticas operacionais básicas como números de empregados,
folha de pagamento anual e o valor de bens e serviços produzidos no ano do
censo. Já as fontes de dados privadas incluem o Atlas do Mercado Brasileiro,
publicado pela Gazeta Mercantil, que traz tabelas estatísticas econômicas e so-
ciais sobre o poder de compra de cada Estado e principais municípios brasilei-
ros, incluindo o índice Potencial de Consumo dessas áreas. Além desse, outros
bancos de dados on-line proporcionam uma grande variedade de dados secun-
dários (CHURCHILL; PETER, 2012).
A realização de pesquisa de marketing exige a execução de várias atividades.
A seguir serão estudadas cada uma das etapas que compõem o processo de pes-
quisa de marketing.
capítulo 2 • 45
Figura 2.2 – Processo de pesquisa de marketing. Fonte: KOTLER; KELLER, 2006, p. 100.
CONEXÃO
A PMKT - Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e Mídia é resultado de
um propósito da ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, de ter uma pu-
blicação voltada para o desenvolvimento das pesquisas de marketing, opinião e mídia no
Brasil. Publicada pela primeira vez em 2008, a PMKT tem periodicidade semestral e é di-
rigida a profissionais, acadêmicos e estudantes de pesquisa de marketing. Seus objetivos
englobam “ser uma publicação técnica regular nos moldes das revistas científicas, com
artigos originais da área de pesquisa de marketing, opinião e mídia; estimular o aprimo-
ramento científico da atividade com a produção e divulgação de estudos de alta qualida-
de e a geração e divulgação de novos conhecimentos específicos e novas habilidades”.
Disponível em: http://www.revistapmkt.com.br/pt-br/home.aspx
46 • capítulo 2
um exemplo da companhia aérea American Airlines. Imagine que a companhia
deseja saber se seus passageiros gostariam de ter algum novo tipo de serviço
a bordo e quanto eles estariam dispostos a pagar por esse serviço. O gerente
de marketing juntamente com o pesquisador podem concordar em definir um
problema da seguinte forma: oferecer um serviço de internet a bordo criará pre-
ferência e lucro para a companhia que justifiquem seu custo, em comparação
com outros investimentos que a empresa poderia fazer? Para contribuir com o
planejamento da pesquisa, o gerente precisa determinar as decisões que deve-
rá tomar. Suponha que as decisões sejam estas:
Kotler e Keller (2006) citam que, a partir dessas decisões, o gerente e o pes-
quisador estariam aptos para definir os objetivos da pesquisa:
capítulo 2 • 47
para isso. Para elaborar um plano de pesquisa, é preciso decidir sobre fontes de
dados, abordagens de pesquisa, instrumentos de pesquisa, plano de amostra-
gem e métodos de contato (KOTLER; KELLER, 2006).
Conforme visto anteriormente, as fontes de informações podem prover da-
dos primários (são dados que serão coletados para uma finalidade específica
ou para um projeto específico de pesquisa) ou secundários (são dados que já fo-
ram coletados para outra finalidade e encontram-se disponíveis). Geralmente,
os pesquisadores iniciam a investigação por meio dos dados secundários para
observar se o problema pode ser solucionado parcial ou totalmente sem o custo
de coletar dados primários. Quando esses dados são ultrapassados, insuficien-
tes ou não confiáveis, o investigador tem de coletar dados primários, que é o
que acontece na maioria das pesquisas de marketing (KOTLER; KELLER, 2006).
Ao considerar a abordagem de pesquisa a ser escolhida, os pesquisadores
de marketing dispõem de cinco diferentes maneiras para a coleta dos dados
primários, sendo elas: a pesquisa por observação, pesquisa por discussão de
grupo, levantamentos, dados comportamentais e pesquisa experimental. A ta-
bela 2.2 traz exemplos das principais abordagens de pesquisa disponíveis se-
gundo Kotler e Keller (2006).
48 • capítulo 2
TIPO DEFINIÇÃO EXEMPLOS
capítulo 2 • 49
TIPO DEFINIÇÃO EXEMPLOS
Tabela 2.2 – Abordagens de pesquisa. Fonte: KOTLER; KELLER, 2006, p. 101 - 103.
50 • capítulo 2
No que diz respeito aos instrumentos de pesquisa, Kotler e Keller (2006) ci-
tam que os pesquisadores dispõem de três importantes instrumentos: questio-
nários, pesquisa qualitativa e instrumentos mecânicos.
capítulo 2 • 51
Após decidir sobre a abordagem e os instrumentos da pesquisa, o pesquisa-
dor precisa elaborar um plano de amostragem. Para tal, é preciso responder a
três questões:
Tabela 2.3 - Amostras probabilísticas e não probabilísticas. Fonte: KOTLER; KELLER, 2006,
p. 108.
52 • capítulo 2
Por fim, após ter definido o plano de amostragem, o pesquisador precisa
decidir sobre quais métodos de contatos empregar para contatar os entrevista-
dos. Dentre os diversos meios de contatos disponíveis atualmente existem os
questionários enviados por correios, as entrevistas realizadas via telefone, as
entrevistas pessoais e as entrevistas on-line (KOTLER; KELLER, 2006).
capítulo 2 • 53
1.6.5 Apresentação dos Resultados
54 • capítulo 2
nologias que tem se mostrado úteis à pesquisa de mercado, temos os Sistemas
de Informações Geográficas (SIG), a realidade virtual e a Internet.
capítulo 2 • 55
tecnológicos e mova-se rapidamente do conceito para a distribuição de um pro-
duto (CHURCHILL; PETER, 2012).
56 • capítulo 2
sua segurança ou privacidade, além de descartar a trapaça, a coerção e o envol-
vimento dos participantes em pesquisas sem seu conhecimento (CHURCHILL;
PETER, 2012).
Um dos problemas da pesquisa de marketing é que, dependendo da forma
como é conduzida, pode invadir a privacidade dos participantes. Portanto, ao
planejar uma atividade de pesquisa, os pesquisadores devem identificar as for-
mas como a privacidade poderia ser invadida para evitar que isso ocorra. Por
exemplo, os participantes podem sentir sua privacidade lesada se não tiverem
dado seu pleno consentimento para participarem da pesquisa. Nesse contexto,
seria considerada invasão de privacidade se um pesquisador observar consumi-
dores fazendo compras sem pedir permissão prévia. Duas maneiras de minimi-
zar este problema são, em primeiro lugar, afixar avisos de que há pesquisadores
observando clientes no local e, depois conversar com cada consumidor após
a observação e pedir-lhes permissão para usar os dados coletados. Em outras
situações, os pesquisadores podem sentir-se tentados a mentir para os parti-
cipantes. Por exemplo, podem prometer aos participantes que as respostas se-
rão anônimas, quando não é isso o que acontece de fato, pois os questionários
são secretamente marcados para que os participantes possam ser identificados
(CHURCHILL; PETER, 2012).
Outro tipo de invasão de privacidade envolve a espionagem industrial, ou
seja, esforços para descobrir secretamente o que um concorrente está fazendo.
Algumas maneiras de ter informações sobre um concorrente, como ler artigos
ou desmontar e estudar os produtos existentes do concorrente são considera-
das aceitáveis. Algumas organizações até permitem que os concorrentes visi-
tem suas instalações para usarem como benchmarking áreas de operação que
não consideradas segredos industriais. Entretanto, os profissionais de marke-
ting devem evitar coletar informações por meio de práticas enganosas, como
fazer o pesquisador fingir-se de funcionário de uma organização concorrente.
Da mesma forma, é antiético para os pesquisadores compartilhar informações
sobre clientes com outros clientes (CHURCHILL; PETER, 2012).
Em muitos casos, não há padrões seguros para decidir se uma determinada
prática é ética ou não. Porém, algumas perguntas podem ajudar os pesquisado-
res de marketing tomar decisões éticas:
capítulo 2 • 57
• A ação viola os direitos morais ou legais de algum indivíduo do grupo?
• A ação está de acordo com padrões morais aceitos?
• Há ações alternativas que tenham menos probabilidade de causar danos
reais ou potenciais?
REFLEXÃO
Neste capítulo foi apresentado a importância da pesquisa de marketing para que as empre-
sas possam elaborar melhor as estratégias de comunicação. Sendo a pesquisa de marketing
uma importante ferramenta para as empresas, é fundamental que todos seus elementos, tais
como: definição do problema de pesquisa, desenvolvimento do plano de pesquisa, coleta de
dados, análise e interpretação dos dados obtidos, apresentação dos resultados e tomada de
decisão, sejam cuidadosamente estudados.
LEITURA
A profissional de Marketing Digital, Rocío Miró, em seu post sobre fontes de dados, sugere
sete fontes de dados de reconhecido prestígio internacional para realização de pesquisa
de mercado, incluindo Google Trends e Nielsen. Disponível em: http://www.rociomiro.com/
marketing-digital-7-fontes-de-dados-para-sua-analise-de-mercado/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHURCHILL, G. A.; PETER, J.P. Marketing: criando valor para os clientes. 3 ed. São Paulo: Saraiva,
2012, 636p.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006, 750p.
58 • capítulo 2
3
Planejamento
Estratégico de
Marketing
OBJETIVOS
• Compreender o papel do marketing estratégico na criação de valor para o cliente;
• Abordar o planejamento estratégico nas suas diferentes dimensões;
• Apresentar o passo a passo para elaborar um plano de marketing formal.
60 • capítulo 3
3.1 Mercado e o Processo de Marketing
Mercados
capítulo 3 • 61
cados de necessidades (o mercado das pessoas que querem emagrecer), mer-
cados de produtos (o mercado de calçados), mercados demográficos (mercado
jovem), e mercados geográficos (o mercado francês ou brasileiro); é possível ex-
pandir este conceito para abranger outros mercados como o de eleitores, mer-
cado de trabalho e de doadores. Neste contexto, os vendedores enviam bens,
serviços e comunicação (anúncios, mala direta) ao mercado; em troca, recebem
dinheiro e informação (atitudes, dados de vendas) (KOTLER; KELLER, 2006).
Kotler e Keller (2006) citam quatro principais mercados de clientes:
62 • capítulo 3
dos bens e serviços que o fornecedor pode incluir em sua oferta. Por exemplo,
muitas compras dos órgãos públicos exigem licitação, e, na ausência de fatores
que justifiquem um preço mais elevado, é favorecida a proposta que apresenta
o menor preço.
Processo de marketing
Figura 3.2 – Fatores que influenciam a estratégia de marketing da empresa. Fonte: KOTLER;
ARMSTRONG, 2003, p.45.
capítulo 3 • 63
Os consumidores-alvo localizam-se no centro da figura. A meta é construir
conexões fortes e lucrativas com esses consumidores. Em primeiro lugar, a
empresa define o mercado total. Em seguida, divide-o em segmentos meno-
res, seleciona os mais promissores e se volta para o atendimento e a satisfação
desses segmentos. Ela também desenvolve um mix de marketing formado por
fatores sob seu controle – produto, preço, praça e promoção. Para encontrar o
melhor mix de marketing e colocá-lo em ação, a empresa se engaja na análi-
se, no planejamento, na implementação e no controle de marketing. Por meio
dessas atividades, observa o ambiente de marketing e se adapta a ele (KOTLER;
ARMSTRONG, 2003).
Kotler e Keller (2006) citam que, enquanto a estratégia aborda o quê e o porquê
das atividades de marketing, a implementação trata de quem, onde e como. As
duas estão intimamente ligadas, pois uma decisão estratégica implica deter-
minadas atribuições táticas de implementação em um nível inferior dentro da
organização.
Thomas Bonoma (1985 apud Kotler e Keller, 2006, p. 721) reuniu quatro con-
juntos de habilidades para a implementação de programas de marketing, a saber:
64 • capítulo 3
• Habilidades de diagnóstico: quando os programas de marketing não
atenderam às expectativas, o baixo índice de vendas deveu-se a uma estratégia
ruim ou à implementação inadequada?
• Identificação do nível da empresa: os problemas de implementação po-
dem ocorrer em três níveis: na função de marketing, no programa de marketing
e no nível de políticas de marketing.
• Habilidades de implementação: englobam habilidades de alocação de
recursos, habilidade de organização e habilidades de interação.
• Habilidades de avaliação: os profissionais de marketing também pre-
cisam de habilidades de monitoração para acompanhar e avaliar as ações de
marketing.
O controle do plano anual de marketing tem como objetivo garantir que a em-
presa atinja as vendas, os lucros e outras metas estabelecidas em seu plano
anual. O núcleo do controle do plano anual é a administração por objetivos e,
para isso, são necessárias quatro etapas: primeiramente as metas mensais ou
trimestrais são estabelecidas pela gerência; a segunda etapa engloba o moni-
toramento do desempenho; a terceira etapa corresponde à determinação das
causas dos grandes desvios no desempenho e, por fim, a quarta etapa corres-
ponde à tomada de medidas corretivas para eliminar as diferenças entre as me-
tas e o desempenho (KOTLER; KELLER, 2006).
Segundo Kotler e Keller (2006), esse modelo de controle se aplica a todos os
níveis da organização. Assim, a alta administração estabelece as metas de ven-
das e lucros para o ano, que são transformadas em metas específicas para cada
nível inferior da administração. E cada gerente se compromete em atingir um
nível determinado de vendas e de custos, assim como cada gerente regional ou
distrital de vendas e cada representante de vendas também se comprometem
com metas específicas. A cada período a alta gerência analisa e interpreta os
dados.
capítulo 3 • 65
marketing de uma empresa ou unidades de negócios, com o objetivo de deter-
minar áreas problemáticas e oportunidades, bem como recomendar um plano
de ação para melhorar o desempenho do marketing (KOTLER; KELLER, 2006).
As seguir serão apresentadas as quatro características de uma auditoria de
marketing segundo Kotler e Keller (2006):
Kotler e Keller (2006) destacam que a prática do marketing tem como objetivo
satisfazer as necessidades e desejos dos clientes e que todo tipo de negócio tem
o dever de oferecer valor ao cliente mediante lucro. Em uma economia extre-
mamente competitiva como a dos dias atuais, com compradores cada vez mais
exigentes diante de infinitas possibilidades, uma empresa apenas poderá se
destacar ajustando o processo de entrega de valor e selecionando, proporcio-
nando e comunicando um valor superior a seus clientes.
De acordo com a visão tradicional de marketing, uma empresa produz algo
e então o vende com a finalidade de obter lucro (Fig. 3.3a). Sob essa perspec-
tiva, o marketing é aplicado somente na segunda metade do processo (‘ven-
der o produto’). Neste cenário, a empresa sabe o que produzir, e sabe também
que o mercado absorverá unidades suficientes para lhe dar o lucro esperado.
Porém, essa visão tradicional apenas oferece maiores chances de sucesso em
economias caracterizadas pela escassez de bens e de serviços, em que os con-
sumidores não fazem questão de qualidade, recursos ou estilos, o que ocorre,
66 • capítulo 3
por exemplo, com os itens de primeira necessidade nos mercados emergentes
(KOTLER; KELLER, 2006).
Por outro lado, em economias bem desenvolvidas, em que os clientes têm
várias opções de oferta, a visão tradicional do processo de negócios mostra-se
pouco eficaz. Isso acontece porque o ‘mercado de massa’ vem se dividindo em
numerosos ‘mini’ ou ‘micromercados’, cada qual com seus próprios desejos
e percepções. Desta forma, o concorrente perspicaz projeta a sua oferta para
mercados-alvo bem definidos. Essa ideia se constitui na essência da nova visão
do processo de negócios, que coloca o marketing no início do processo de pla-
nejamento (KOTLER; KELLER, 2006).
Na nova visão do processo de negócios, ao invés de enfatizar a fabricação e a
venda, as empresas se veem como parte de uma sequência de criação e entrega
de valor. Na Figura 3.3B, é possível observar esse processo composto, o qual é
por três etapas.
Figura 3.3 - Duas formas de ver o processo de entrega de valor. Fonte: LANNING; MICHAE-
LIS (1988 apud KOTLER; KELLER, 2006, p. 37).
A etapa de seleção do valor representa a ‘lição de casa’ que deve ser feita
pelo marketing antes que qualquer produto venha a existir e representa a ideia
central do marketing estratégico. Nessa etapa, a equipe de marketing deve seg-
mentar o mercado, selecionar o mercado-alvo adequado e desenvolver o posi-
cionamento do valor da oferta. Na segunda etapa, o marketing deve determinar
as características específicas, o preço e a distribuição do produto. Por fim, a ter-
ceira etapa é ‘comunicar o valor’, o que será feito por meio da força de vendas,
da promoção de vendas, da propaganda e de outras ferramentas promocionais
capítulo 3 • 67
para informar o mercado sobre o produto. Importante aqui destacar que cada
uma dessas etapas acarreta custos para empresa (KOTLER; KELLER, 2006).
A visão de marketing holístico também auxilia a compreender o processo
de geração de valor para o cliente. Neste contexto, as atividades de exploração,
criação e entrega de valor para o cliente tem como objetivo construir relaciona-
mentos de longo prazo reciprocamente benéficos e prósperos entre os principais
interessados. Assim, os profissionais de marketing holístico obtêm sucesso ge-
renciando uma cadeia de valor superior que oferece altos níveis de satisfação a
seus clientes. Esses profissionais alcançam crescimento lucrativo através da ex-
pansão da participação dos clientes, da consolidação da fidelidade e da conquis-
ta de valor para o cliente ao longo do tempo (KOTLER; KELLER, 2006).
A Figura 3.4 ilustra a estrutura do marketing holístico e demonstra como a
interação entre os participantes principais (clientes, empresa e colaboradores)
e as atividades baseadas em valor (exploração de valor, criação de valor e en-
trega de valor) ajuda a criar, manter e renovar o valor para o cliente (KOTLER;
KELLER, 2006).
Figura 3.4 - A estrutura do marketing holístico. Fonte: KOTLER; JAIN; MAESINCEE (2002
apud KOTLER; KELLER, 2006, p. 39)
68 • capítulo 3
• Exploração de valor: aqui a pergunta que se busca responder é ‘como
uma empresa pode identificar novas oportunidades de valor?’. As empresas, de
modo geral, precisam de uma estratégia de valor muito bem definida, uma vez
que o valor flui dentro de mercados e entre eles, os quais são altamente dinâ-
micos e competitivos. Para tanto, é preciso entender a relação e a interação en-
tre três espaços: (1) o espaço cognitivo do cliente; (2) o espaço de competência
da empresa, e (3) o espaço de recurso do colaborador. O espaço cognitivo do
cliente envolve as necessidades existentes e latentes e engloba aspectos como
necessidade de participação, estabilidade, liberdade e mudança. O espaço de
competência da empresa pode ser descrito em termos de amplitude (escopo do
negócio abrangente versus focado) e profundidade (capacidades físicas versus
baseadas em conhecimento). O espaço de recurso do colaborador envolve par-
cerias horizontais, em que as empresas escolhem parceiros segundo sua habili-
dade de explorar oportunidades de mercado relacionadas, e parceiras verticais,
em que as empresas escolhem parceiros segundo sua habilidade de criar valor.
• Criação de valor: aqui pergunta-chave é ‘como uma empresa pode criar efi-
cientemente ofertas de valor mais promissoras?’. Para explorar uma oportunidade
de valor, a empresa precisa de competências relacionadas à criação de valor. Os
profissionais de marketing precisam identificar novos benefícios para o cliente sob
o ponto de vista deste; utilizar competências centrais do domínio de sua empresa;
selecionar e administrar parceiros de negócios de sua rede colaborativa. Para de-
senvolver novos benefícios para o cliente, os profissionais de marketing necessi-
tam compreender os anseios do cliente e também observar quem os clientes admi-
ram, com quem interagem e quem os influencia. Para otimizar suas competências
centrais, a empresa deva realinhar seu negócio, o que envolve três etapas: (1) (re)
definir o conceito do negócio, (2) (re)modelar o escopo do negócio e (3) (re)posi-
cionar a identidade de marca da empresa (como os clientes devem vê-la). Isso é o
que a Kodak procurou fazer à medida que as vendas baseadas na sua competência
central, ou seja, produção de filmes, câmeras, papel e revelação de fotos, caíram,
e os consumidores substituíram gradualmente as câmeras que utilizavam filmes
por equipamentos, produtos e serviços digitais com custos cada vez mais baixos.
• Entrega de valor: a questão básica aqui é ‘como uma empresa pode usar
suas capacidades e sua infraestrutura para entregar novas ofertas de valor com
mais eficiência?’. Em muitos casos, entregar valor significa fazer expressivos in-
vestimentos em infraestrutura e capacidades. A empresa deve adquirir habilida-
de na gestão do relacionamento com o cliente, na gestão dos recursos internos e
capítulo 3 • 69
na gestão das parcerias de negócios. A gestão do relacionamento com o cliente
permite à empresa conhecer seus clientes e possibilita que ela responda de for-
ma apropriada e rápida a diferentes oportunidades de atrair e reter clientes. Para
responder com eficiência, é necessária a gestão dos recursos internos, a fim de
integrar os principais processos do negócio (processamento de pedidos, conta-
bilidade, folha de pagamento e produção, por exemplo) em uma única família de
módulos de software. Por fim, a gestão das parcerias de negócios permite que a
empresa administre relacionamentos complexos com seus parceiros para obter,
processar e entregar produtos (KOTLER; KELLER, 2006).
O sucesso da administração de marketing requer, portanto, uma série de capa-
cidades, como entender o valor para o cliente, criar valor para o cliente, entregar
o valor para o cliente e sustentar o valor para o cliente. Empresas como Procter &
Gamble, Nike, Sony, Toyota, IKEA, Nokia e Lego destacam-se pela excelência em
marketing. Tais empresas tem o cliente como foco principal e, portanto, estão or-
ganizadas para responder eficientemente às constantes mudanças nas suas ne-
cessidades. Empresas como estas possuem departamentos de marketing repletos
de profissionais competentes e, para seus demais departamentos (pesquisa e de-
senvolvimento, qualidade, produção, financeiro e compras, por exemplo) também
vale a premissa de que “o cliente é o rei” (KOTLER; KELLER, 2006).
CONEXÃO
Leia mais sobre marketing holístico no artigo: “O marketing holístico como ferramenta de
gerenciamento.” Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-
marketing-holistico-como-ferramenta-de-gerenciamento/70679/
70 • capítulo 3
• Criar consciência do produto e induzir a experimentação.
• Maximizar a participação de mercado.
• Maximizar os lucros enquanto defende a participação de mercado.
• Reduzir gastos e tirar o máximo da marca.
Ansoff (1957 apud Kotler e Keller, 2006, p. 46) propôs uma estrutura bastan-
te útil para detectar novas oportunidades de crescimento denominada ‘matriz
de expansão produto-mercado’. Em primeiro lugar, a empresa deve verificar se
pode ter maior participação de marcado com seus produtos atuais e em seus
mercados atuais (estratégia de penetração de mercado). A seguir, avalia se pode
encontrar ou desenvolver novos mercados para seus produtos atuais (estratégia
de desenvolvimento de mercados). Avalia então se pode desenvolver novos pro-
dutos de interesse potencial para seus mercados atuais (estratégia de desenvol-
vimento de produtos) e, finalmente, examina se há oportunidades de desenvol-
ver novos produtos para novos mercados (estratégia de diversificação).
capítulo 3 • 71
• Aumento da sua quota de mercado: mesmo os líderes de mercado podem
fazer aumentar a sua quota ainda mais. Em mercados em que o mercado seja
muito dividido um aumento de 1% de quota de mercado pode significar ganhos
elevados. Há três formas – ganhar consumidores, ganhar concorrentes, ganhar
lealdade.
• Melhorar a produtividade: redução de custos como forma de manuten-
ção das suas forças; mudar o mix de produtos, agregar valor.
• Proteção da sua participação de mercado: para uma empresa defender a
sua posição no mercado ela tem que proteger as suas fraquezas (oportunidades
para os concorrentes), manter os custos baixos e os preços em conformidade
com o mercado. A melhor resposta perante o mercado que uma empresa pode
ter, ajudando a proteger-se é a inovação constante, e explorar as fraquezas dos
opositores.
72 • capítulo 3
Estratégias de desafiadores de mercado
Empresas que não são líderes, mas que ocupam segunda, terceira ou posições
mais baixas podem ainda assim ser grandes empresas e podem seguir uma de
duas estratégias: atacar agressivamente o líder e outros concorrentes em busca
de mais participação de mercado; ou podem desejar apenas manter sua parti-
cipação de mercado.
O objetivo dessa estratégia está relacionado com o concorrente que a em-
presa decidir atacar, o qual deve ser escolhido cuidadosamente de forma a evi-
tar o não cumprimento do objetivo. Escolha de uma estratégia de ataque:
capítulo 3 • 73
Estratégias dos seguidores de mercado
Há empresas que não estão interessadas em atacar o líder. Muitas vezes as em-
presas seguidoras têm muito mais a ganhar seguindo os passos do líder do que
o desafiando. Isto porque o líder de mercado faz muitos mais investimentos em
pesquisa, formação dos consumidores, planos de marketing, etc enquanto que
as seguidores só têm que copiar, ou as vezes melhorar um pouco os produtos
do líder, o que é muito menos dispendioso e, por vezes, permite a estas terem
lucros próximos dos do líder. Ser seguidor não significa não ter estratégia. Estas
empresas devem manter os custos reduzidos, a qualidade de produtos e servi-
ços elevada e deve aproveitar todas as oportunidades que puder, por exemplo,
novos mercados. As companhias seguidoras podem ser:
Quase todos os setores têm nichos de mercado, os quais são apro¬veitados por
empresas médias e pequenas que os exploram, sem se expandirem para todo
o mercado, e que conseguem ser extremamente lucrativas. O elevado lucro ob-
tido por estas empresas deve-se pelo fato de satisfazerem as necessidades dos
consumidores ainda não satisfeitas. Estas empresas, normalmente, exploram
nichos que consideram pouco arriscados e com potencial de crescimento e
conseguem assim grandes margens, em vez de grandes volumes.
74 • capítulo 3
produtos individuais, linhas de produtos, marcas, canais ou grupos de clientes.
Cada nível de produto (linha, marca, categoria etc) deve desenvolver um plano
de marketing para atingir suas metas (KOTLER; KELLER, 2006).
De acordo com Kotler e Keller (2006), o plano de marketing constitui-se o
documento que resume o que o profissional de marketing sabe sobre o merca-
do e indica como a empresa planeja alcançar seus objetivos. Contém diretrizes
táticas para programa de marketing e para a alocação de fundos ao longo do
período de planejamento.
Cada vez mais os planos de marketing estão se voltando para os clientes e os
concorrentes. Além disso, estão mais bem elaborados e mais realistas do que
no passado. Desenvolvidos em grupo, eles conseguem extrair mais informa-
ções de profissionais em todas as funções. Os executivos de marketing, cada vez
mais, vêem-se em primeiro lugar como gerentes e depois como especialistas.
Ao mesmo tempo, o processo e o conteúdo relativos ao plano de marketing
variam consideravelmente entre as empresas. O plano recebe nomes variados
como ‘plano de negócios’, ‘planos de marketing’ e algumas vezes ‘plano de ba-
talha’. A maioria dos planos de marketing é anual. Eles variam também de ta-
manho, podendo conter menos de 5 a mais de 50 páginas. Algumas empresas
levam seus planos muito a sério, enquanto outras veem apenas como roteiro de
ação. Os problemas mais frequentes dos planos de marketing atuais, de acordo
com os executivos da área, são a falta de realismo, análise competitiva insufi-
ciente e foco no curto prazo (KOTLER; KELLER, 2006).
Mas afinal, o que deve conter em um plano de marketing? Na sequência, serão
abordados os itens básicos para elaboração de um plano de marketing formal.
Resumo executivo e sumário: o plano de marketing é iniciado por um resu-
mo das principais metas e recomendações. Assim, este resumo permite que a
alta administração compreenda o direcionamento geral do plano. Um sumário
deve seguir a esse resumo, delineando o restante do plano com seus fundamen-
tos e detalhes. Abaixo é apresentado o exemplo da Pegasus Sports Internatio-
nal, fabricante de acessórios para patinação.
EXEMPLO
Exemplo De Sumário Executivo
“A Pegasus Sports International fabrica acessórios para patinação. Além disso, em parceria
com uma loja de patins local, está desenvolvendo o SkateTour, um serviço que leva os clientes
capítulo 3 • 75
para uma tarde de patinação in-line, com direito a alguns dos acessórios da Pegasus, como
o SkateSails. O mercado de acessórios para patins tem sido largamente ignorado. Embora
existam vários grandes fabricantes de patins, o mercado de acessórios não vem recebendo a
mesma atenção, isso proporciona à Pegasus uma oportunidade extraordinária de crescimen-
to. Prática em ascensão, a patinação é vista hoje ainda como uma atividade recreativa. Existe,
entretanto, um número crescente de competições que a envolvem, incluindo esportes em
equipe, como hóquei, ou individuais, como corridas de patins. A Pegasus está empenhada em
ampliar esses mercados, assim como em desenvolver um mercado de transporte por patins,
visando a um uso mais utilitário. Vários produtos por ela desenvolvidos estão com pedido de
patente requerido, e pesquisas de mercado indicam que existe grande demanda por eles.
Assim a Pegasus alcançará rapidamente uma penetração significativa de mercado graças a
um modelo de negócios sólidos, planejamento de longo prazo e uma equipe administrativa
forte, capaz de concretizar essa oportunidade. Os três diretores da equipe administrativa tem
mais de trinta anos de experiência pessoal no setor. Essa extensa experiência proporciona
à empresa informações empíricas, assim como o desejo de oferecer ao mercado de patins
os tão necessários acessórios. Inicialmente os produtos serão vendidos pela internet. Essa
abordagem ‘à la Dell’, direto ao consumidor, permitirá à Pegasus alcançar margens maiores
e um relacionamento estreito com os clientes, trunfo essencial para fabricar produtos com
uma demanda real de mercado. Até o fim do ano, a Pegasus terá desenvolvido também re-
lacionamentos com diferentes lojas de patins e começará a vender alguns de seus produtos
por intermédio de varejistas.”
(Fornecido por Palo Alto Software, Inc., disponível em www.mplans.com)
76 • capítulo 3
e necessidades o produto deve satisfazer. Em seguida estabelece o posiciona-
mento competitivo da linha de produtos, que orientará o plano de ação para
alcançar os objetivos. Tudo isso é feito com informações prestadas por outras
áreas organizacionais como compras, produção, vendas, finanças e recursos
humanos. Assim assegura-se que a empresa proporcionará o suporte apropria-
do para uma implementação eficaz do plano. A estratégia de marketing deve
ser específica no que diz respeito ao tipo de estratégia de branding e de cliente.
Projeções financeiras: aqui incluem-se previsão de vendas e de despesas e
uma análise do ponto de equilíbrio. No lado da receita eles mostram a previsão
de volume de vendas por mês e, por categoria de produto. Do lado das despe-
sas, mostram a previsão dos custos de marketing desdobrados em categorias.
A análise do ponto de equilíbrio mostra quantas unidades devem ser vendidas
mensalmente para compensar os custos fixos mensais e os custos variáveis mé-
dios por unidades.
Controles: por fim, esta seção do plano de marketing descreve os controles
para realização do seu monitoramento. As metas e o orçamento são especifica-
dos detalhadamente para cada mês ou trimestre. A alta administração pode, as-
sim, analisar os resultados a cada período e tomar as ações corretivas cabíveis.
Algumas medições internas e externas serão necessárias para avaliar o progres-
so e sugerir possíveis modificações. Algumas organizações incluem planos de
contingência que descrevem as atitudes que a gerência tomaria em resposta a
eventos adversos.
CONEXÃO
No site www.mplans.com , você encontrará diversos exemplos detalhados de planos de
marketing divididos em diferentes categorias.
REFLEXÃO
Foram apresentados nesse capítulo, os principais tópicos referentes ao planejamento de
marketing em uma empresa. Primeiramente, você conheceu sobre a abrangência do Merca-
do e processos de marketing. Na sequência foram explorados conceitos de implementação
e controle do planejamento.
capítulo 3 • 77
Você também pôde compreender as etapas para se desenvolver o plano de marketing, o
conteúdo de cada etapa e as estratégias que a empresa pode adotar para se diferenciar no
mercado.
LEITURA
A revista Exame traz 5 passos para elaboração de um bom plano de marketing em:
Cinco passos para elaborar um bom plano de marketing
Por Camila Lam - 10/07/2012 Revista Exame. Disponível em: http://exame.abril.com.
br/pme/noticias/5-passos-para-elaborar-um-bom-plano-de-marketing.
São Paulo – Independente do tamanho de seu negócio, ter um bom plano de marketing
ajuda a valorizar a sua empresa. “O planejamento de marketing auxilia no controle de gastos
e no registro de ações para aumentar o número de vendas, por exemplo”, conta Marcos Be-
dendo, professor de marketing estratégico da ESPM.
Para Timothy Altaffer, professor de marketing do Insper (Instituto de Pesquisa e Ensino),
um bom plano de marketing não precisa, necessariamente, ser um documento extenso, mas
é essencial que o empreendedor registre quais ações deram certo ou não.
“Alguns empreendedores têm um feeling e bom senso para montar o seu próprio plano”,
diz Bedendo. Entretanto, o acompanhamento de um especialista para elaborar as estratégias
é recomendável. Com a ajuda dos especialistas, Exame.com montou um passo a passo de
como fazer um plano de marketing:
1. Analise o ambiente de marketing: o primeiro passo é avaliar quais são os fatores exter-
nos e internos que podem influenciar a sua pequena empresa. “Além disso, é preciso analisar
o segmento e o produto e ver quais são as capacidades do negócio”, explica Altaffer. Para
ele, é imprescindível que o empreendedor tenha humildade para colocar no papel quais são
as suas forças e fraquezas, e o capital disponível que poderá ser usado nas ações de marke-
ting, pois caso contrário, o plano não terá sustentabilidade a longo prazo.
2. Entenda quem são os seus clientes: às vezes, o público alvo de sua empresa não é o
consumidor. O público alvo de uma determinada marca de leite achocolatado, por exemplo,
são as crianças, ainda que ela tenha um número grande de consumidores adultos. “Um pla-
no de marketing tem que ser voltado para o público alvo”, diz Bedendo. Analisar o mercado
também é importante, prestando atenção nas demandas, no potencial, na previsão de taxa
de crescimento e de participação. De acordo com Altaffer, é preciso também entender como,
78 • capítulo 3
por que e quando os consumidores usam o seu produto ou serviço. “A melhor pesquisa de
mercado é a conversa do balcão; não pode é ter medo de perguntar”, ensina ele.
3. Analise os seus concorrentes: avalie de maneira detalhada quem são e quais são os
objetivos dos principais players de seu mercado. “É importante também olhar para outras em-
presas do setor que possa entregar os mesmos benefícios que a sua empresa”, recomenda
Altaffer.
4. Defina suas estratégias e ações: primeiramente, é necessário estabelecer o objetivo do
plano. Por exemplo, se o empreendedor deseja aumentar o número de vendas, ele precisa
entender de onde vem o faturamento de suas vendas e avaliar se o ideal é fazer com que
os clientes comprem com mais frequência ou se a chave é buscar novos consumidores. Em
seguida, é hora de avaliar quais medidas serão adotadas pela empresa. Para os especialistas,
utilizar as redes sociais, dar desconto no mês de aniversário do cliente são alguns exemplos
de ações.
5. Estabeleça um cronograma: o monitoramento da duração de cada ação, os resultados
e os recursos necessários que foram utilizados devem ser colocados no papel. “Quando você
não tem isso registrado, fica difícil avaliar o que deu certo”, explica Bedendo.
Para Altaffer, todo plano de marketing não tem fim, pois é recomendável que este seja
revisado, refeito e atualizado com dados como número de vendas, faturamento, rentabilidade,
entre outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DRUCKER, P. Management: tasks, responsibilities and practices. NOVA York: Harper and row, 1973.
In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo:
Pearson Prentice Hall, p. 39.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 9 ed, São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2003, 593p.
KOTLER, P.; JAIN, D. C.; MAESINCEE, S. Formulating a market renewal strategy. Marketing Movies.
Boston: Harvard Business School Press, 2002, p.29. In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de
Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo: Pearson Prentice Hall, p. 39.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 750p.
LAM, C. Cinco passos para elaborar um bom plano de marketing. Revista Exame – Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/5-passos-para-elaborar-um-bom-plano-de-marketing>.
Acesso em: 31 de Mar. de 2015.
capítulo 3 • 79
LANNING, M. J.; MICHAELIS, E. G. A business is a value delivery system. McKinsey & Co., Inc., 41,
jun,1988 In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed,
São Paulo: Pearson Prentice Hall, p. 35.
STALK, G et al. Competing capabilities: the new rules of corporate strategy. Harvard Business Review,
mar/abr, p. 57-69, 1992. In: KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do
Marketing. 12 ed, São Paulo: Pearson Prentice Hall, p. 39.
80 • capítulo 3
4
Gerenciamento da
Comunicação de
Marketing
OBJETIVOS
• Apresentar características principais da comunicação de marketing;
• Estudar o gerenciamento da comunicação e suas atividades relacionadas;
• Compreender as questões éticas e legais relacionadas à comunicação de marketing.
82 • capítulo 4
3.1 Natureza da Comunicação de Marketing
De acordo com Shimp (2009), a comunicação de marketing representa um ponto crí-
tico dentro dos objetivos de marketing das empresas, sendo um fator determinante
dos sucessos ou dos fracassos dessas organizações. Recentemente a importância do
componente ‘comunicação de marketing’ do mix de marketing tem aumentando
de forma expressiva, inclusive, argumenta-se que marketing e comunicações são
praticamente inseparáveis. De modo geral, as organizações, sejam voltadas para o
mercado business to business (B2B), empresas engajadas em marketing business to
consumer (B2C) ou organizações sem fins lucrativos (como os museus, orquestras
sinfônicas, organizações filantrópicas etc), empregam várias formas de comunica-
ção para promover suas ofertas e alcançar metas financeiras e demais objetivos.
Os principais tipos de comunicação de marketing, segundo Shimp (2009), en-
globam a publicidade tradicional de mídia de massa (TV, revistas, jornais etc); a
propaganda on-line (sites na web, mensagens de e-mail, mensagens de texto etc);
promoções de vendas (amostras grátis, cupons, descontos, brindes etc); identifi-
cação visual da loja e comunicação do ponto-de-vendas; mala-direta; relações pú-
blicas aplicadas ao marketing e uniformes publicitários; patrocínio de eventos e
causas sociais; apresentações realizadas por equipe de vendas; e várias formas de
materiais de apoio impressos de dispositivos de comunicação. A Tabela 4.1 traz
um resumo das diferentes ferramentas de comunicação de marketing.
• Tv
6. Publicidade em mídia • Rádio
• Revistas
• Jornais
capítulo 4 • 83
• Painéis externos e boletins eletrônicos
8. Publicidade em locais • Cartazes
• Publicidade itinirante
• Publicidade em cinema
84 • capítulo 4
Venda direta
Tabela 4.1 Ferramentas de comunicação de marketing. Fonte: KELLER (2001 apud SHIMP,
2009, p. 27).
capítulo 4 • 85
não consiga decodificar corretamente a mensagem, existe então um ruído no
sistema de comunicação. O ruído pode apresentar a forma de som físico (como
um chiado nas transmissões por rádio ou TV, por exemplo), erro de impressão
ou pronúncia, ou pode ainda ser um mau entendimento, por parte do receptor,
da linguagem ou dos símbolos do remetente ou da má impressão, tal como a
provocada pela aversão de um cliente em relação à postura ou abordagem de
um vendedor (CHURCHILL; PETER, 2012).
86 • capítulo 4
transmiti-las por várias mídias (cinemas, televisão, jornais e revistas), que fo-
ram decodificadas (recebidas e entendidas) pelos receptores (frequentadores
de cinemas), os quais, em troca, forneceram um feedback positivo (compras de
ingressos para filmes).
Churchill e Peter (2012) ressaltam que todas as etapas da comunicação são
importantes para o esforço de marketing e que, portanto, uma falha em qual-
quer uma destas etapas pode atrapalhar a comunicação, causando ruído entre
a organização e seu público-alvo. Por exemplo, a escolha equivocada do nome
do produto pode prejudicar o entendimento da mensagem por parte do cliente.
Os profissionais de marketing esperam, portanto, que os receptores de
suas mensagens respondam comprando os produtos ou marcas oferecidos.
Entretanto, para atingir esse resultado, a comunicação precisa primeiramen-
te influenciar os clientes de diversas formas. Conforme é possível observar na
Figura 4.2, uma das formas de mensurar os esforços de comunicação é enxer-
gá-los como influenciadores da atenção, do interesse, do desejo e da ação dos
clientes, conhecido como modelo Aida (CHURCHILL; PETER, 2012).
De acordo com o modelo Aida, é preciso que seja criada uma comunicação
que rompa a desordem criada por todas as outras mensagens, de modo que o
público-alvo ao menos preste atenção a ela. Para que tenham maiores chan-
ces de serem levadas em consideração, as mensagens precisam ser distintivas
e relevantes para a sua audiência. Assim, profissionais de marketing que seg-
mentam corretamente seu público e se concentram na criação de valor para
o cliente apresentam melhores condições de criar mensagens que prendam a
atenção de seu público (CHURCHILL; PETER, 2012).
Em seguida, a comunicação visa gerar no público-alvo interesse pela orga-
nização e por seus produtos e marcas. Em outras palavras, isso significa infor-
mar os receptores da mensagem sobre como a empresa ou seus produtos po-
dem oferecer valor a eles. Uma forma efetiva de se fazer isso é concentrar-se
capítulo 4 • 87
na comunicação dos benefícios, e não apenas nas características dos produtos
oferecidos. Assim, por exemplo, uma carta promocional de uma consultoria de
pesquisa de marketing que diz: “nós podemos ajudá-lo a conhecer seus clientes
e suas necessidades” (benefício) tende a gerar mais interesse do que uma carta
que diga: “nós temos um poderoso computador para fazer análises estatísticas
sofisticadas” (característica). Se os benefícios forem satisfatoriamente apre-
sentados, os receptores poderão desenvolver o desejo pelos produtos descritos
(CHURCHILL; PETER, 2012).
A fase de ação - ou seja, a compra propriamente dita - representa a última
fase do modelo Aida, sendo também a mais difícil de ser alcançada. Os compra-
dores em potencial, mesmo concordando que estarão melhores com o produto
ou serviço, podem resistir à compra, uma vez que alguns custos estão envolvidos
nesse processo. Por esta razão, a comunicação de marketing frequentemente
inclui incentivos para estimular a compra mediante a redução dos custos en-
volvidos. Como exemplo, é possível citar os cupons de desconto, que reduzem
os custos e, até o mesmo, o “cafezinho” oferecido gratuitamente em um banco,
que torna a visita à agência mais agradável para o cliente. A concretização ou
não da compra fornece um feedback relativo ao sucesso da comunicação e da
estratégia geral de marketing. Evidentemente, os clientes também podem se
comunicar com a empresa de outras maneiras, por meio de elogios, reclama-
ções sobre os produtos e serviços, entre outras (CHURCHILL; PETER, 2012).
88 • capítulo 4
Uma empresa também pode aumentar suas vendas promovendo custos
mais baixos para seus clientes. As Lojas Americanas, por exemplo, ocasional-
mente promovem “queima” de produtos como CDs e DVDs por preços bem
abaixo daqueles praticados pelos concorrentes. Outra alternativa para incre-
mentar as vendas é promover os serviços de uma empresa fora de horários de
pico. Assim, muitos salões de beleza, por exemplo, oferecem descontos em
seus serviços às segundas ou às terças-feiras, quando o movimento é rotineira-
mente menor (CHURCHILL; PETER, 2012).
Os autores ressaltam também que as organizações sem fins lucrativos tam-
bém utilizam a comunicação para atingir suas metas. Como exemplo, pode-se
citar a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras, que
utiliza anúncios em diferentes meios de comunicação (anúncios televisivos,
jornais, revistas, e-mail e mala-direta) para arrecadar doações em dinheiro,
com o objetivo de promover cuidados médicos a populações carentes em dife-
rentes países.
Além de aumentar as vendas e os lucros, os profissionais de marketing tam-
bém podem empregar a comunicação com o intuito de atingir metas específi-
cas para a organização. Na Tabela 4.2, Churchill e Peter (2012) oferecem alguns
exemplos de metas estratégicas.
capítulo 4 • 89
META ESTRATÉGICA DESCRIÇÃO
90 • capítulo 4
canal. Neste sentido, os fabricantes podem acertar com os varejistas para que
estes distribuam cupons, montem displays ou realizem eventos promocionais
que podem aumentar o tráfego na loja e, consequentemente, incrementar as
vendas de seus produtos. Já os varejistas, por sua vez, apoiam os fabricantes
quando apresentam as marcas destes em seus anúncios para atrair comprado-
res. Desta forma, a cooperação nos esforços de comunicação pode ajudar a for-
mar relações de canal mais fortes.
Retendo clientes: a comunicação pode servir como apoio para criar valor
para os clientes e satisfazê-los de forma a fidelizá-los. Os programas de fideliza-
ção, por exemplo, podem fazer com que os clientes consumam mais frequente-
mente os bens ou serviços ofertados por determinadas empresas. Estes progra-
mas podem incluir malas diretas com informações sobre o número de pontos
necessários para ganhar brindes ou descontos oferecidos exclusivamente aos
participantes dos programas. Essa estratégia é amplamente utilizada por com-
panhias aéreas e operadoras de cartão de crédito.
Estabelecidas as metas estratégicas da comunicação, os profissionais de
marketing precisam decidir sobre quais elementos irão fazer parte do composto
ou mix de comunicação, de modo que este seja eficaz e eficiente, levando em con-
ta os pontos positivos e negativos de cada tipo de comunicação. Em seguida, serão
apresentados os principais elementos quem compõem o mix de comunicação.
capítulo 4 • 91
Segundo Kotler e Keller (2006), para desenvolver um programa de propa-
ganda, o primeiro passo é identificar o mercado-alvo e os motivos do compra-
dor. Depois a gerência de marketing deve tomar cinco decisões principais, co-
nhecidas como “os 5 Ms da propaganda”.
92 • capítulo 4
Ao optar pelo emprego da propaganda, os profissionais de marketing pre-
cisam levar em consideração questões como qual mídia utilizar (impressa, ele-
trônica, marketing direto ou outdoors) e quais mensagens enviar. Cada veículo
possui vantagens e desvantagens, e a mídia ou composto de mídias mais apro-
priado para um produto pode não ser satisfatório para outro. Por exemplo, um
comercial em rede nacional no intervalo da novela das oito da Globo alcança
muitos consumidores simultaneamente, mas pode não ser o modo mais efi-
ciente para divulgar uma liquidação em uma loja de roupas do Mato Grosso
(CHURCHILL; PETER, 2012).
Deste modo, Kotler e Keller (2006) ressaltam que o planejador de mídia
precisa conhecer a capacidade dos principais tipos de mídias disponíveis de
conseguir cobertura, frequência e impacto. Entende-se por ‘cobertura’ o núme-
ro de pessoas ou famílias diferentes expostas a determinada programação da
mídia ao menos uma vez durante um determinado período. Já a ‘frequência’
corresponde ao número de vezes em média durante determinado período em
que uma pessoa ou família é exposta à mensagem. E o ‘impacto’ refere-se ao
valor qualitativo de uma exposição em um determinado meio. A Tabela 4.3 traz
os tipos mais importantes de mídia, assim como suas vantagens e limitações.
Segundo Kotler e Keller (2006), os planejadores de mídias selecionam as mí-
dias considerando as variáveis a seguir:
capítulo 4 • 93
MEIO VANTAGENS LIMITAÇÕES
Seletividade de público,
flexibilidade, ausência de Custo relativamente alto,
Mala direta concorrência dentro do imagem de ''correspon-
mesmo veículo, persona- dência inútil''.
lização.
Apresentação sonora
Uso em massa, alto grau apenas, menor grau de
de seletividade geográfi- atenção do que a televi-
Rádio
ca e demográfica, baixo são, tarifas não tabela-
custo. das, exposição transitó-
ria.
94 • capítulo 4
MEIO VANTAGENS LIMITAÇÕES
Seletividade muitíssimo
alta, controle total, opor- Os custos podem fugir
Informativos
tunidades interativas, ao controle.
custos relativos baixos.
Veículo relativamente
Alta seletividade, possi-
novo, com um pequeno
Internet bilidade interativas, custo
número de usuários em
relativamente baixo.
alguns países.
Tabela 4.3 – Principais tipos de mídias. Fonte: KOTLER; KELLER (2006), p. 574.
capítulo 4 • 95
Publicidade: o composto de comunicação também pode incluir alguns es-
forços para gerar publicidade, que corresponde à divulgação de informações
sobre a companhia ou produto geralmente na forma de alguma mídia e vista
como não paga (BENNET, 1995 apud CHURCHILL; PETER, 2012, p. 463). A
publicidade pode se manifestar em diferentes formas, sendo as mais comuns
as reportagens da imprensa sobre novos produtos ou sucessos e fracassos de
companhias. Outros tipos incluem as resenhas (sobre, por exemplo, restauran-
tes, hotéis, equipes esportivas, filmes, álbuns etc) e as transmissões de entre-
vistas. Com o objetivo de obter a cobertura da mídia sobre um acontecimento,
os profissionais de marketing podem utilizar comunicados à imprensa (press
-releases), entrevistas coletivas e outros eventos destinados a atrair a atenção.
Embora seja gratuita, publicidade tem seu lado negativo, uma vez que os pro-
fissionais de marketing apresentam pouco ou nenhum controle sobre o que é
dito e sobre o público que recebe a informação. Como normalmente não parti-
cipam da edição da reportagem, entrevista ou resenha, certos comentários po-
dem ser descontextualizados, gerando mal-entendidos. Outras desvantagens
da publicidade incluem o difícil controle de ruído e a efemeridade da cobertura
(CHURCHILL; PETER, 2012).
Por outro lado, justamente pelos profissionais de marketing não terem con-
trole sobre o conteúdo da publicidade, o público fica mais propendo a aceitar
as informações como verídicas. Desta forma, a publicidade positiva pode ser
fundamental para a divulgação de produtos ou serviços de uma companhia
nova, pequena, sem fins lucrativos ou com orçamento apertado para comuni-
cação. Por exemplo, a empresa Virtual Vineyards, quando foi criada, recebeu
ampla publicidade porque o conceito de comercializar vinho pela Internet era
novidade. Segundo o presidente da companhia na época, essa publicidade foi
mais eficaz do que a propaganda paga pela própria companhia, talvez porque
os usuários de internet não dão a devida atenção aos anúncios de propaganda
(CHURCHILL; PETER, 2012).
96 • capítulo 4
Venda pessoal: esse tipo de venda envolve interação pessoal com o cliente,
seja ela face a face, por meio de telefone (telemarketing), fax ou computador.
Sendo feita por meio de qualquer veículo que possibilite a interação direta e
pessoal entre vendedor e comprador, a venda pessoal garante feedback imedia-
to, permitindo que a comunicação seja ajustada a cada situação. Desse modo,
se um cliente não entende como funciona um produto, o vendedor pode de-
monstrar seu funcionamento. Similarmente, se um vendedor por telemarke-
ting ligar para um cliente potencial em um momento inoportuno, o telefonema
poderá ser reprogramado (CHURCHILL; PETER, 2012).
Promoção de vendas: é frequentemente empregada quando se deseja rápi-
dos aumentos nas vendas de um produto a partir de sua campanha de comuni-
cação. A promoção de vendas pode ser definida como a pressão de marketing
feita dentro e fora da mídia e aplicada durante um período predeterminado e
limitado ao âmbito do consumidor, do varejista ou do atacadista, a fim de esti-
mular a experiência com um produto e aumentar a demanda ou a disponibili-
dade (BENNET, 1995 apud CHURCHILL; PETER, 2012, p. 463).
Importante observar que as promoções de vendas podem ser direcionadas
tanto para intermediários como para os usuários finais. As promoções de ven-
das direcionadas aos consumidores podem incluir cupons, descontos por tem-
po limitado, amostras grátis, brindes, concursos entre outros. Ressalta-se aqui
que a promoção de vendas usualmente ocorre em conjunto com a propaganda
ou com a venda pessoal. Sendo assim, um cupom, por exemplo, pode ser di-
vulgado em um anúncio de jornal ou por meio de mala direta. Quando as pro-
moções de vendas são dirigidas aos intermediários são chamadas promoções
comerciais e incluem, por exemplo, displays para produtos, entrega de prêmios
aos revendedores com melhor desempenho e exposição de produtos em pro-
gramas especiais (CHURCHILL; PETER, 2012).
Normalmente as promoções são criadas para impulsionar rapidamente
as vendas e criar lealdade, porém, se administradas continuamente, podem
tornar-se ineficazes. Assim, uma liquidação perpétua, cupons frequentes sem
data de vencimento ou a oferta continua de um brinde podem levar os compra-
dores em potencial a ignorar essas ações (CHURCHILL; PETER, 2012).
Kotler e Keller (2006) ressaltam que, ao optar pela promoção de vendas, a
empresa deve definir seus objetivos, selecionar as ferramentas, desenvolver
o programa, pré-testar esse programa, implementá-lo, controlá-lo e avaliá-lo
quanto a seus resultados.
capítulo 4 • 97
• Definição de objetivos: os objetivos da promoção de vendas derivam de
objetivos de promoção mais amplos, os quais decorrem de objetivos de marke-
ting básicos, estipulados para o produto. No caso dos consumidores, os obje-
tivos incluem o incentivo às compras em maiores quantidades, a experimen-
tação do produto e a atração de usuários das marcas concorrentes. No caso do
varejo, os objetivos consistem em persuadir os varejistas a adquirir novos itens
e manter maiores estoque, estimular a compra fora de época e o estoque de
itens selecionados, igualar as promoções da concorrência, estimular a fidelida-
de e conquistar novos pontos de varejo. Para a força de vendas, os objetivos in-
cluem o apoio a um novo produto ou modelo, o incentivo a uma maior prospec-
ção de vendas e o estímulo de vendas fora de época (KOTLER; KELLER, 2006).
• Seleção de ferramentas: o planejador de promoções de vendas deve levar
em consideração o tipo de mercado, os objetivos, as condições de competiti-
vidade e a eficácia em termos de custo de cada ferramenta. Dentre as princi-
pais ferramentas de promoção para o consumidor, tem se as amostras grátis de
produtos, os cupons de descontos, ofertas de reembolso pós-venda, pacotes de
descontos, brindes, programas de fidelidade, experimentação gratuita, entre
outros. No caso do varejo, as ferramentas englobam o desconto direto concedi-
do no preço de tabela dos produtos; as concessões, que correspondem a uma
quantia de produto oferecida em troca de o varejista concordar em destacar os
produtos do fabricante de alguma forma; e por fim, a oferta de mercadorias
gratuitas a intermediários que comprem uma certa quantidade ou incluam no
pedido determinado sabor ou tamanho. Para a força de vendas, as principais
ferramentas existentes incluem as feiras e convenções, os concursos de vendas
e as propagandas em brindes (KOTLER; KELLER, 2006).
• Desenvolvimento do programa: vários fatores devem ser considerados
para se decidir sobre a utilização de um incentivo em particular. Primeiro, é
preciso determinar o volume do incentivo e definir o volume mínimo para que
a promoção tenha sucesso. Segundo, é preciso estabelecer as condições de par-
ticipação. Terceiro, é preciso estipular a duração do programa. Quarto, o profis-
sional de marketing precisa escolher um veículo de distribuição. Por exemplo,
um cupom de desconto pode ser distribuído na embalagem, nas lojas, pelo cor-
reio ou em anúncios. Quinto, o gerente de marketing precisa estipular o timing
98 • capítulo 4
da promoção. E, finalmente, cabe ao profissional de marketing definir o orça-
mento total da promoção de vendas.
• Pré-teste, implementação, controle e avaliação do programa: é recomen-
dável conduzir pré-testes para determinar se as ferramentas são adequadas, se o
volume do incentivo é o ideal e se o método de apresentação é eficiente. Os gerentes
de marketing precisam preparar planos de implementação e controle que cubram
o tempo de preparação inicial e o tempo de venda para cada promoção. O tempo de
preparação inicial corresponde ao tempo necessário para preparar o programa an-
tes de lançá-lo. Já o tempo de venda se inicia com o lançamento promocional e ter-
mina quando aproximadamente 95% da mercadoria em oferta estejam nas mãos
do consumidor. Os fabricantes podem avaliar a eficácia da promoção de vendas
por meio dos dados de vendas, por pesquisas com consumidores e por experimen-
tações. O primeiro método envolve a utilização de dados de venda obtidos por lei-
toras de códigos de barras. As pesquisas com consumidores podem ser realizadas
para descobrir quantos deles se lembram das promoções e qual a opinião deles
sobre as mesmas. E, finalmente, as experimentações levam em conta a variação de
atributos como valor de incentivo, duração e meio de distribuição. É possível, por
exemplo, enviar cupons para metade das residências de certa faixa de consumido-
res e, os dados de leitoras de códigos de barras podem ser utilizados para observar
se os cupons resultaram em maiores vendas (KOTLER; KELLER, 2006).
capítulo 4 • 99
O crescente foco na comunicação dentro do ponto-de-venda baseia-se no
fato de que, conforme apontado por vários estudos, em muitas categorias de
produtos os consumidores tomam a maior parte de suas decisões de compra
dentro da loja. Um dos estudos sugeriu que 70% das decisões de compra são
concretizadas dentro da loja. Deste modo, por meio da comunicação dentro do
ponto-de-venda, os profissionais de marketing buscam aumentar o número de
decisões espontâneas de compra (KOTLER; KELLER, 2006).
Marketing direto: segundo Kotler e Keller (2006), o marketing direto cor-
responde ao uso de canais diretos para alcançar os consumidores e oferecer
produtos e serviços sem a necessidade de intermediários. Estes canais englo-
bam mala direta, catálogos, telemarketing, TV interativa, sites entre outros. O
marketing direto emprega um ou mais meios de comunicação para obter uma
resposta mensurável do cliente, geralmente um pedido de compra. Embora
esta definição enfatize a necessidade de uma resposta mensurável do cliente,
atualmente tem sido atribuído ao marketing direto um papel muito mais am-
plo, isto é, o de construir um relacionamento duradouro com o cliente. Neste
contexto, os profissionais atuantes no marketing direto, frequentemente, en-
viam mensagens de aniversário, informações de interesse e brindes para clien-
tes criteriosamente escolhidos. Como exemplo, é possível citar as companhias
aéreas e os hotéis que constroem sólidos relacionamentos com seus clientes
por meio de programas de ofertas relacionados à frequência de uso.
Gradualmente o marketing direto tem se tornado o caminho preferencial
para alcançar o consumidor final, pois, além de incrementar os resultados da
foça de vendas, as empresas, de modo geral, tem procurado substituir as ven-
das de campo por unidades baseadas em correio e telefone, como forma de re-
duzir os custos envolvidos na comercialização. Além disso, a “desmassificação”
do mercado revelou um número crescente de nichos com preferências distin-
tas e, os altos custos de transporte, os congestionamentos, a falta de estacio-
namentos, as limitações de tempo e de atendimento adequado no varejo tem
incentivado a compra feita em casa (KOTLER; KELLER, 2006).
Em seguida, a Tabela 4.4 traz as definições de algumas das principais ferra-
mentas do marketing direto.
100 • capítulo 4
Trata-se do envio de uma oferta, anúncio,
lembrete ou outro item a um indivíduo em
um endereço específico. Constitui-se em
um meio popular por permitir a seletivida-
de no direcionamento de mercado. Além
Mala direta disso, pode ser personalizada, é flexível e
permite realização prévia de teste e men-
suração de respostas. E embora o custo
para cada mil pessoas seja maior do que
com a mídia de massa, os clientes conta-
tados são mais promissores.
capítulo 4 • 101
A Internet tem oferecido às empresas
e aos consumidores oportunidades de
maior interação e individualização. As
empresas podem, por exemplo, comprar
espaços publicitários em sites relaciona-
Internet (Marketing interativo) dos com suas ofertas e também publi-
car anúncios a partir de palavras-chaves
pesquisadas em sites de busca. Assim,
a Internet pode alcançar o consumidor
quando ele efetivamente já iniciou o pro-
cesso de compra.
Tabela 4.4 – Ferramentas do marketing direto. Fonte: KOTLER; KELLER, 2006, p. 609 –
615.
102 • capítulo 4
De acordo com Kotler (2000), a atividade de RP de marketing pode contri-
buir para o alcance dos seguintes objetivos:
capítulo 4 • 103
Kotler e Keller (2006) citam que, do ponto de vista das empresas, existem
uma série de motivos par patrocinar eventos:
E por fim, Kotler e Keller (2006) ressaltam que, apesar das vantagens poten-
ciais sobre o patrocínio de eventos e experiências, existem também várias des-
vantagens. Por exemplo, o sucesso do evento pode ser imprevisível e estar fora
do controle do patrocinador, além disso, embora muitos consumidores valori-
zem os patrocinadores por oferecer suporte financeiro necessário para viabili-
zar o evento, alguns podem se ressentir do caráter comercial que ele apresenta.
Analisados os principais elementos do composto da comunicação de
marketing, é importante observar que se todos esses elementos forem combi-
nados de forma sistemática, possivelmente resultarão em maior impacto do
que uma comunicação desvinculada e aleatória (CHURCHILL; PETER, 2012).
Esta é a essência da comunicação integrada de marketing (CIM), tópico que
será apresentado em maiores detalhes na próxima unidade.
Após terem sido abordados a natureza, o processo de comunicação, as metas
e os principais elementos que compõem o mix de comunicação, serão apresen-
tadas as atividades relacionadas à administração da estratégia de comunicação.
104 • capítulo 4
jamento compreende as três tarefas interligadas de estabelecer os objetivos,
selecionar um composto e definir os orçamentos de comunicação. Já a imple-
mentação e o controle consistem em colocar em prática a estratégia de comu-
nicação, avaliar os resultados obtidos e, se necessário, alterar a estratégia. A
seguir, serão apresentadas cada uma dessas atividades.
capítulo 4 • 105
temente analisam o impacto de diferentes layouts de capas, distribuindo-os
em áreas geograficamente separadas e avaliando a resposta do público (CHUR-
CHILL; PETER, 2012).
Churchill e Peter (2012) citam que para determinar o composto de comu-
nicação, é preciso considerar pelos menos três questões-chave: a natureza do
mercado, a natureza do produto e escolher entre estratégia de comunicação de
expansão ou de retração.
106 • capítulo 4
a ideia de que os usuários dessas instituições não têm motivos com os quais
se preocuparem. Assim, observa-se que geralmente a comunicação de serviços
se concentra na formação de uma boa imagem ou reputação (CHURCHILL;
PETER, 2012).
Normalmente produtos técnicos altamente complexos demandam comu-
nicação que permita aos profissionais de marketing explicá-los em detalhes,
buscando-se enfatizar suas vantagens. Quando voltados a compradores orga-
nizacionais, na maioria dos casos os vendedores recebem treinamentos sobre
o produto ou linhas de produtos pelos quais são responsáveis, tornando-se
especialistas em determinados assuntos. No caso de produtos complexos vol-
tados para aos consumidores, os fabricantes podem fornecer treinamento es-
pecífico aos seus revendedores. Já os bens de preço elevado, como casas e car-
ros, por exemplo, geralmente requerem a venda pessoal. Outros meios menos
dispendiosos para comunicar produtos complexos incluem folhetos ou sites
da internet com informações detalhadas e demonstrações ou uma série de per-
guntas e respostas que moldam a apresentação às necessidades dos clientes
(CHURCHILL; PETER, 2012).
No entanto, a maioria dos produtos de consumo, como artigos de conve-
niência e muitos produtos vendidos em shoppings, dispensa a venda pessoal,
apresentando bom desempenho de vendas com anúncios e promoções. No
caso de produtos com demanda sazonal, como ventiladores, condicionadores
de ar ou aquecedores, os anúncios publicitários podem ser mais eficientes do
que uma equipe de vendas em atividade durante o ano todo. Já no caso de pro-
dutos de difícil diferenciação em relação aos concorrentes, a publicidade ajuda
a gerar imagens favoráveis (CHURCHILL; PETER, 2012).
capítulo 4 • 107
Já a estratégia de retração, por sua vez, confere força ao produto de modo
inverso, ou seja, comunicando-se diretamente com os usuários finais.
Estimulando a demanda final pelos produtos, os membros do canal respon-
dem pela formação de estoque. Assim que soube que a P&G estava saindo da-
quele mercado, a Tropicana utilizou uma estratégia de retração: aumentou em
1,2 milhão de dólares seus gastos com anúncios na televisão para incentivar a
demanda do consumidor por seu suco e enviou cupons de desconto para a resi-
dência dos antigos clientes da P&G (CHURCHILL; PETER, 2012).
Figura 4.3 Expansão e retração: duas abordagens para a comunicação de marketing. Fonte:
CHURCHILL; PETER (2012, p. 468).
108 • capítulo 4
3.5.3 Definição do Orçamento de Comunicação
capítulo 4 • 109
Método “baseando-se na concorrência”: neste método determina-se quan-
to os concorrentes estão gastando em comunicação para depois orçar a mesma
quantia ou certa parcela sobre ela. Entretanto, nem sempre os competidores re-
velam exatamente quanto estão gastando com comunicação ou podem apenas
revelar um orçamento global (possivelmente para intimidar os concorrentes),
recusando-se a discutir peculiaridades do orçamento. Assim como nos méto-
dos anteriores, o método de se basear nos concorrentes não se concentra nos
objetivos da comunicação ou nas necessidades de comunicação sobre o produ-
to. Além disso, acompanhar os orçamentos dos concorrentes pode resultar no
aumento dos gastos com comunicação por parte de todos os concorrentes, o
que não beneficia nenhum deles (CHURCHILL; PETER, 2012).
Método da disponibilidade de recursos ou do “tudo que se puder gastar”:
consiste em decidir o que a organização pode gastar em comunicação, distri-
buindo essa quantia entre os vários elementos do composto de comunicação.
Esse método é bastante adotado por pequenas empresas que vendem produ-
tos novos. Esse orçamento ajuda a impedir que a companhia esbanje, mas não
leva em consideração quanto dinheiro é necessário para atingir os objetivos de
marketing, como o de ingressar em um novo mercado ou o de aumentar a par-
ticipação no mercado atual. Por outro lado, esse método ajuda uma empresa a
concentrar seus gastos limitados nos elementos de comunicação mais eficazes
(CHURCHILL; PETER, 2012).
Método do “objetivo e tarefa”: baseia-se nos objetivos da comunicação e se
destina a satisfazer as necessidades de comunicação sobre os produtos. Segundo
esse método, primeiramente o profissional de marketing define os objetivos de
do composto de comunicação, em seguida avaliam cada elemento do composto
de comunicação e decidem quais são suas tarefas. Feito isso, aloca-se verba para
a realização de cada tarefa; o total é o orçamento de comunicação. Como des-
vantagem desse método, tem-se a dificuldade em determinar o composto de co-
municação necessário para atender aos objetivos estabelecidos e às tarefas que
cada elemento executa melhor. Além disso, o método não fornece nenhuma base
para definir prioridades entre os objetivos e, finalmente, ele pode resultar em um
orçamento de comunicação oneroso demais para ser custeado. Nesse caso, pode
ser necessário reduzir os objetivos ou encontrar formas mais econômicas de al-
cançá-los. Contudo, mesmo que seja necessário realizar mudanças, é de grande
110 • capítulo 4
valia utilizar um método de orçamento como esse, que considera claramente os
objetivos da comunicação (CHURCHILL; PETER, 2012).
Observa-se, portanto, que os métodos de orçamento de comunicação exis-
tentes apresentam vantagens e desvantagens, cabendo ao profissional de
marketing escolher o método que melhor se adapte à realidade e aos objeti-
vos da companhia. Em seguida, serão abordadas as etapas de implementação e
controle da estratégia de comunicação.
capítulo 4 • 111
anúncios e promoções de vendas, avaliando inclusive a rentabilidade das cam-
panhas (CHURCHILL; PETER, 2012).
A pesquisa de marketing representa outro modo de avaliar a eficácia da co-
municação de marketing. Para conduzir uma pesquisa simples, basta pergun-
tar aos clientes como ficaram sabendo da organização e de seus produtos. É
possível, ainda, enviar formulários de pesquisa pelo correio ou organizar me-
sas-redondas com a participação de consumidores, compradores organizacio-
nais ou atacadistas e varejistas. Por meio dessas reuniões, os profissionais de
marketing conseguem extrair dos consultados o que pensam a respeito do pro-
duto de modo geral e o que suas memórias fixaram da comunicação de marke-
ting (CHURCHILL; PETER, 2012).
Outros tipos de pesquisa de marketing concentram-se na avaliação das in-
tenções de compra dos clientes e no comportamento de compra baseado na
comunicação. Um centro de sementeiras e paisagismo, por exemplo, incluiu
cupons para seus produtos apresentados em informativos mensais, que são
enviados em resposta a pedidos de clientes. Monitorando o número de cupons
resgatados, a loja pode estimar o número de vendas gerado pelo informativo
(CHURCHILL; PETER, 2012).
112 • capítulo 4
mas alguns anúncios impressos são permitidos. Já em um país islâmico como
a Arábia Saudita, um anúncio impresso de uma mulher trajando biquíni e fu-
mando seria totalmente inaceitável (CHURCHILL; PETER, 2012).
Dentre os exemplos internacionais de anúncios desonestos e enganosos
tem-se a propaganda de uma determinada marca de cerveja que mostrava o
“time sueco de biquíni”, associando a bebida à conquista sexual e também um
cartaz educacional sobre como funciona o coração, que trazia ao seu lado anún-
cio de fast-food e doces (CHURCHILL; PETER, 2012).
• Propaganda de medicamentos: Não pode conter informações que não sejam pas-
síveis de comprovação científica, nem poderá utilizar depoimentos de profissionais que
não sejam legalmente qualificados para fazê-los.
• Propaganda abusiva: É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de
qualquer natureza, a que incite a violência, explore o medo ou a su-perstição, aproveite-
se da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambien-
tais ou que induza o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua
saúde ou segurança.
capítulo 4 • 113
uma fantasia ou metáfora, além disso, podem não compreender os custos en-
volvidos em uma transação. Mesmo na adolescência, muitos indivíduos podem
não ter desenvolvido totalmente as habilidades de pensamento necessárias
para refletir, por exemplo, se uma mensagem é preconceituosa ou não. Assim,
podem não ter a capacidade de diferenciar a comunicação feita por um anun-
ciante, por um jornalista, por um professor ou pelo próprio pai. Por esta razão,
os profissionais de marketing devem ter como padrão ético mínimo que esse
tipo de comunicação seja direta, literal e honesta (CHURCHILL; PETER, 2012).
Normalmente uma criança assiste em média 20 horas de televisão por se-
mana e a mais de 20 mil comerciais por ano. Assim, estão atentas a muitos pro-
dutos e desejando vários deles. Atualmente alguns grupos de defesa as direitos
das crianças fazem lobbies para proibir algumas campanhas de marketing, tais
como programas de desenhos animados que demandam uso de brinquedos in-
terativos, com o argumento que se tratava de anúncios levemente disfarçados
(CHURCHILL; PETER, 2012).
Algumas propagandas dirigidas às crianças despertaram as preocupações
por parte das autoridades com a saúde e a segurança. Foram os casos de dois
personagens bastante simpáticos ao público adolescente: Joe Camel, o masco-
te dos cigarros Camel (Figura 4.4), Spuds Mackenzie, o ex-mascote da cerveja
Budweiser (Figura 4.5). Ambas as companhias foram fortemente criticadas por
retratar o ato de beber ou fumar de maneira atraente para os jovens, entretanto,
ambas negaram que os personagens tivessem sido criados para atrair os jovens
(CHURCHILL; PETER, 2012).
O auge ocorreu nos EUA com a criação de um canal a cabo, conhecido como
Canal One, que oferecia às escolas vídeos diários de doze minutos, compostos
por dez minutos de noticiário e por dois minutos de anúncios de produtos di-
versos voltados ao público infanto-juvenil. Como o contrato do canal exigia que
as escolas garantissem que uma porcentagem mínima de estudantes assistiria
aos programas, isso representava um público claramente definido e uma audi-
ência garantida para os anunciantes. Embora os estudantes se beneficiassem
com as transmissões de noticiários, realizar propaganda em sala de aula é eti-
camente questionável (CHURCHILL; PETER, 2012).
114 • capítulo 4
Figura 4.4 – Joe Camel, mascote da marca de cigarros Camel. Fonte: http://en.wikipedia.
org/wiki/Joe_Camel#/media/File:JoeCamel.jpg
capítulo 4 • 115
CONEXÃO
Nos sites indicados abaixo você encontrará artigos contendo dados interessantes sobre a
regulamentação da comunicação no Brasil e algumas questões éticas acerca do assunto.
http://www.revistapontocom.org.br/artigos/a-propaganda-de-bebidas-alcoolicas-no-brasil
http://portaldacomunicacao.uol.com.br/graficas-livros/17/artigo199220-1.asp
http://propmark.uol.com.br/mercado/51244:cervejas-sofrem-restricao-de-horario-e-
conteudo-no-radio-e-na-tv
REFLEXÃO
Neste capítulo foram apresentados aspectos importantes relacionados à comunicação de
marketing, como a natureza, o processo de comunicação, as principais metas e os elementos
que compõem o mix de comunicação. Foram estudadas as principais atividades relacionadas
ao gerenciamento da comunicação, assim como algumas das questões éticas e legais acer-
ca da comunicação de marketing.
LEITURA
Apresentamos um artigo sobre Relações Públicas e sua aplicação como elemento de comu-
nicação de marketing publicado no site Administradores.com:
Relações Públicas: Conceitos, Definições e Atividades
Por: Julio Cesar S. Santos.
Relação Pública é a ciência e a arte de compreender, adequar-se e influenciar sobre o
clima das relações existentes entre as pessoas e as instituições de uma determinada socie-
dade.
As Relações Públicas se utilizam das ferramentas de marketing de massa e de relacio-
namento interpessoal, escolhendo personalidades influentes e formadoras de opinião dessa
sociedade. Sendo assim, pode-se dizer que a sua principal finalidade é interferir positivamen-
te em favor de um produto ou serviço de uma organização.
Nesse contexto, o principal objetivo das atividades de Relações Públicas é tentar criar
boa vontade nos diversos públicos com quem a organização se relaciona. Porém, pode-se
afirmar que Relação Pública não tem finalidade de controlar o público, mas ajudar as empre-
sas a se comunicarem com ele.
116 • capítulo 4
Percebe-se o valor das Relações Públicas na solução de um mal-entendido organiza-
cional, por exemplo. Ou ao tentar minimizar determinados preconceitos a respeito de um
produto, um serviço ou um posicionamento da empresa.
Além disso, as Relações Públicas servem para antecipar ataques de concorrentes e ob-
ter tratamento justo de órgãos governamentais sobre questões legislativas e tributárias.
A transparência das ações empresariais gera credibilidade e, numa sociedade onde a
imprensa atua livremente, se faz necessário aprender a atuar às claras. Na sociedade bra-
sileira atual, milhões de cidadãos são esclarecidos e bem informados, exigindo-se que as
corporações tenham coragem de apontar as próprias falhas e as soluções que estão sendo
implementadas.
Nas grandes organizações é muito comum o apoio de empresas especializadas em Re-
lações Públicas, trabalhando paralelamente com as agências de propaganda que também
cuidam da comunicação corporativa.
Embora Relações Públicas tenham ligação íntima com o Marketing em termos de ferra-
menta mercadológica, elas podem ser exercidas por pessoas de diferentes formações aca-
dêmicas, pois apresentam particularidades próprias.
No Brasil existem várias escolas de Relações Públicas, onde os profissionais que emer-
gem desses cursos abrem seu próprio espaço e criam associações de classe, tentando man-
ter sua identidade frente a profissionais oriundos de outras áreas.
Diante das atividades que podem ser realizadas pelo profissional de Relações Públicas,
veremos abaixo algumas que podem ser exercidas por profissionais oriundos de outras áre-
as:
a) Relacionamento com a Imprensa: repassar informações de interesse público, visando
atrair a atenção sobre a organização e seus produtos (e serviços). Minimizar o efeito de críti-
cas, campanhas difamatórias ou acidentes ocorridos que envolvam a organização.
b) Comunicações corporativas: criar informes (internos e/ou externos) a fim de promover
a compreensão do funcionamento da organização.
c) Lobby (tráfico de influência): trabalho feito junto aos legisladores (ou outros órgãos do
governo), visando criar normas específicas, ou minimizar o efeito de normas que prejudiquem
a organização (ou seus produtos e serviços).
Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/relacoes-
publicas-conceitos-definicoes-e-atividades/57899/>. Acesso em: 13 de Abr. de 2015.
capítulo 4 • 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENNET, P. D. Dictionary of marketing terms. 2 ed. Chicago: American Marketing Association, 1995. In:
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2012, 636p.
CHURCHILL, G. A.; PETER, J.P. Marketing: criando valor para os clientes. 3 ed. São Paulo: Saraiva,
2012, 636p.
KELLER, K. L. Mastering the Marketing Communications Mix: Micro and Macro Perspectives on
Integrated Marketing Communication Programs. Journal of Marketing Management, 17, p. 823-851,
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KOTLER, P.; Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10 ed, São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2000, 765p.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. 12 ed, São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006, 750p.
SANTOS, J. C. S. Relações públicas: conceitos, definições e atividades. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/relacoes-publicas-conceitos-definicoes-e-
atividades/57899/>. Acesso em: 13 de Abr. de 2015.
SHIMP, T. A. Comunicação Integrada de Marketing: Propaganda e Promoção. 7ed, Porto Alegre:
Bookman, 2009.
TOLEDO, G. L.; FORTES, W. G. Relações Públicas e Marketing: uma abordagem estratégica.
Revista de Administração, São Paulo 24(3), p. 3-10, julho/setembro, 1989. Disponível em: <http://
www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/teoriaseconceitos/0271.pdf>. Acesso em: 13
de Abr. de 2015.
118 • capítulo 4
5
Comunicação
Integrada de
Marketing (CIM) e
Gerenciamento da
Propaganda
OBJETIVOS
• Entender os conceitos centrais referentes à Comunicação Integrada de Marketing (CIM);
• Compreender a importância do CIM para a concretização dos objetivos da comunicação;
• Estudar as atividades que estão relacionadas ao processo de gerenciamento da propa-
ganda.
120 • capítulo 5
5.1 Principais Características da
Comunicação Integrada de Marketing
capítulo 5 • 121
Neste contexto, a CIM surgiu, em parte, para correção das consequências
prejudiciais da atitude dos profissionais de marketing que realizam um traba-
lho com objetivos contraditórios dentro das organizações, e também para res-
ponder às mudanças no ambiente, pois a competição mais intensa e globaliza-
da obrigada a empresa a considerar de perto a forma com que se comunica com
os clientes e lhes propicia valor (CHURCHILL; PETER, 2012).
Além disso, recentemente, algumas agências têm ampliado seu escopo de
atuação por meio de fusões com outras empresas ou criando novos departa-
mentos especializados nas áreas de crescimento de promoções de vendas, rela-
ções públicas aplicadas ao marketing, patrocínio de eventos e marketing direto.
Assim, muitos prestadores de serviços de comunicação de marketing, em con-
junto com seus clientes administradores de marca, tem adotado cada vez mais
uma abordagem integrada em suas atividades de comunicação. Atualmente a
CIM vem sendo adotada não somente pelos fabricantes de produtos, mas tam-
bém por diversos comerciantes do varejo e de serviços (SHIMP, 2009).
Mas o que vem a ser exatamente a CIM? Com base na definição desenvolvida
por membros da Faculdade de Comunicação e Marketing da Medill School, Shimp
(2009) define a CIM como um processo que envolve o planejamento, a criação, a in-
tegração e a implementação de diversas formas de comunicação de marketing (pu-
blicidades, promoções de vendas, eventos etc) lançadas, ao longo do tempo, para
os clientes ou clientes em potencial de uma marca. O objetivo da CIM é influenciar
ou afetar diretamente o comportamento do público-alvo. A CIM considera todos os
pontos ou fontes de contatos que um cliente tem com a marca como possíveis ca-
nais de entrega de mensagens e utiliza todos os métodos de comunicação relevan-
tes para estes clientes. A CIM determina que todas as mídias de comunicação de
uma marca possibilitem uma mensagem consistente. O processo da CIM também
requer que o cliente seja o ponto de partida para definir os tipos de mensagens e as
mídias mais adequadas para informar, persuadir e induzir a ação.
CONEXÃO
Assista o vídeo: CIM – Comunicação Integrada de Marketing.
https://www.youtube.com/watch?v=lwJteO5v7_A
122 • capítulo 5
A tabela 5.1 sintetiza as cinco características principais da CIM extraídas da
definição apresentada anteriormente.
CARACTERÍSTICAS RESUMO
capítulo 5 • 123
CARACTERÍSTICAS RESUMO
124 • capítulo 5
CARACTERÍSTICAS RESUMO
capítulo 5 • 125
CARACTERÍSTICAS RESUMO
126 • capítulo 5
CARACTERÍSTICAS RESUMO
Tabela 5.1 – As cinco principais características da CIM. Fonte: SHIMP, 2009, p. 30-37.
Nota-se, portanto, que a integração exige uma forte coordenação entre to-
dos os elementos de um programa de comunicação, o que se torna difícil de
ser alcançado quando diferentes serviços especializados operam independen-
temente uns dos outros. Normalmente, os gerentes de marca utilizam fornece-
dores externos, ou serviços especializados para ajudá-los a gerenciar diferentes
aspectos da comunicação de marketing, como agências de publicidade, de re-
lações públicas, de promoção de vendas, empresas focadas em mala-direta ou
capítulo 5 • 127
em eventos. Assim, um dos maiores obstáculos à integração talvez seja o fato
de que poucos fornecedores de serviços de comunicação apresentem todas as
habilidades necessárias para planejar e executar programas que afetam todas
as principais formas de comunicação de marketing (SHIMP, 2009).
De modo geral, as agências de publicidade, que oferecem uma gama maior
de serviços do que outros especialistas, são altamente qualificadas para desen-
volver campanhas de propaganda de mídia de massa; entretanto, a maioria de-
las não possui habilidades, por exemplo, para realizar marketing direto ou não
tem departamentos de promoções de vendas nem de organização de eventos
especiais. Deste modo, mesmo que muitas agências de publicidade tenham ex-
pandido seu leque de serviços, a CIM ainda precisa de mudanças importantes
na cultura dos departamentos de marketing e dos prestadores de serviços para
se tornar realidade em ampla escala. Neste sentido, o grande desafio que os
especialistas em marketing de marca enfrentam é garantir que todas as ferra-
mentas de comunicação sejam aplicadas de modo consistente (SHIMP, 2009).
Além disso, Kotler e Keller (2006) citam que as atividades de comunicação
de marketing cooperam com a construção do brand equity de diversas formas:
criando conscientização da marca, vinculando as associações corretas à ima-
gem da marca na memória dos consumidores; despertando opiniões ou senti-
mentos positivos sobre a marca, e/ou facilitando uma conexão mais forte entre
consumidor e marca. Conforme o conceito de brand equity, não importa a for-
ma com que as associações de marca são formadas. Ou seja, se o consumidor
faz uma associação forte, favorável e exclusiva da marca Subaru, por exemplo,
com os conceitos ‘ar livre’, ‘ativo’ e ‘rústico’ por causa da exibição de um anún-
cio na TV que mostra o carro percorrendo um terreno acidentado, ou se o con-
sumidor cria tais associações devido ao fato da Subaru patrocinar competições
de esportes radicais, o impacto em termos de brand equity é idêntico, qualquer
que seja a causa.
Entretanto, é necessário que as atividades de comunicação de marketing
estejam integradas a fim de transmitir uma mensagem coerente e um posi-
cionamento estratégico. O ponto inicial do planejamento da comunicação de
marketing é levantar todas as interações potenciais que os clientes possam ter
com a marca e com a empresa (KOTLER; KELLER, 2006).
128 • capítulo 5
Atualmente as agências enfrentam o dilema de em escolher serem “full service” ou es-
pecializada. Uma agência “full service” tem a vantagem de oferecer diversas atividades
de comunicação em um só local (promoção, merchandising, publicidade e propaganda,
branding, marketing digital etc), já as agências especializadas, como o próprio nome
diz, oferecem um único serviço de comunicação, e em geral, a qualidade do serviço
prestado é superior em relação às agências “full service”.
capítulo 5 • 129
Figura 5.1 – Modelo de processo de tomada de decisão de comunicação de marketing
(MARCOM). Fonte: SHIMP, 2009, p. 39.
130 • capítulo 5
5.3 Decisões Fundamentais da Comunicação
de Marketing
capítulo 5 • 131
As decisões sobre posicionamento e direcionamento devem caminhar lado
a lado, ou seja, as decisões sobre o direcionamento são tomadas em relação
aos alvos almejados e as decisões sobre posicionamento o se baseiam em uma
ideia clara de como as marcas devem se posicionar e se distinguir das ofertas
concorrentes.
f) Definir objetivos: para serem bem-sucedidas, as decisões dos comu-
nicadores devem ser atreladas a objetivos básicos. Evidentemente, o conteúdo
desses objetivos varia de acordo com a modalidade da comunicação aplicada.
Por exemplo, enquanto a propaganda de mídia de massa é adequada para gerar
a conscientização de uma marca nova ou aprimorada diretamente no consu-
midor, as comunicações no ponto de vendas são perfeitas para influenciar a
escolha da marca dentro da loja, assim como a venda direta é o melhor meio de
informar os clientes e varejistas de B2B sobre melhorias implementadas nos
produtos.
g) Preparar o orçamento: para atingir os objetivos pretendidos, devem ser
orçados os recursos financeiros para elementos específicos da comunicação de
marketing. As empresas empregam diferentes procedimentos de preparação
de orçamentos ao alocar recursos para os gerentes de comunicação de marke-
ting e para outras unidades organizacionais. Em uma extremidade, encontra-
se o orçamento descendente ou top-down (TD- top-down budgeting), no qual a
diretoria superior decide quanto cada subunidade receberá. No outro extremo,
existe o orçamento ascendente ou bottom-up (BU-bottom-up budgeting), no
qual os gerentes das subunidades (como no nível de categoria de produto) de-
terminam quanto será necessário para atingir seus objetivos; esses valores são,
então, combinados para estabelecer o orçamento total de marketing. A maioria
das práticas de elaboração de orçamentos abrange uma combinação de orça-
mento descendente e ascendente. Por exemplo, de acordo com o processo as-
cendente/descendente (BUTD), os gerentes das subunidades enviam as solici-
tações de orçamentos para um diretor executivo de marketing, que coordena as
diversas solicitações de depois um orçamento global à diretoria. Já no processo
descendente/ascendente (TDBU), inverte-se o fluxo de influência, ou seja, os
gerentes superiores definem primeiramente o valor total do orçamento e, en-
tão, dividem esse valor entre as várias subunidades. A pesquisa tem demons-
trado que uma combinação de métodos de preparação de orçamento (BUTD e
TDBU) é usada mais frequentemente do que os métodos extremos (TD ou BU).
O processo de BUTD é o mais utilizado, principalmente em empresas nas quais
os departamentos de marketing tem mais peso do que as unidades financeiras.
132 • capítulo 5
Para resumir a discussão sobre as decisões fundamentais da comunicação de marke-
ting, Shimp (2009) propõe a seguinte máxima: todas as comunicações de marketing
devem ser (1) direcionadas a um mercado-alvo específico, (2) devem estar claramente
posicionadas, (3) devem ser criadas para atingir um objetivo específico e (4) realizadas
de modo a alcançar o objetivo dentro do limite orçamentário.
capítulo 5 • 133
nível de gastos, não é possível determinar a alocação matemática ideal entre
propaganda e promoção, que maximize a receita ou lucros. Tal fato se deve a
dois motivos: primeiro, propaganda e promoção são quase sinônimos, isto é, as
duas ferramentas podem alcançar alguns dos mesmos objetivos. Deste modo,
é praticamente impossível saber ao certo que ferramenta ou combinação de
ferramentas é melhor em cada situação. Segundo, propaganda e promoções
geram um efeito sinérgico, seus resultados combinados são melhores do que
aquilo que alcançariam separadamente. Isso dificulta a determinação dos efei-
tos exatos que as diversas combinações de propaganda e promoção de vendas
podem gerar.
Embora a combinação matematicamente perfeita de gastos com propagan-
da e promoção seja difícil de ser alcançada, é possível formular um mix satisfa-
tório, considerando os diversos objetivos de cada ferramenta da comunicação
de marketing. Um aspecto estratégico chave a ser considerado é o estágio de
ciclo de vida de uma marca. Assim, uma combinação adequada para marcas
conhecidas provavelmente será diferente da combinação para marcas recém
-lançadas. Enquanto as novas marcas exigem investimento maior em promo-
ções para gerar compras experimentais, as marcas já estabelecidas no mercado
demandam um investimento em propaganda proporcionalmente maior para
manter ou aprimorar a imagem de uma marca.
O valor da marca também influencia na combinação satisfatória de propa-
ganda e promoção. As promoções com planejamento deficiente ou em número
excessivo podem prejudicar o valor da marca, depreciando a sua imagem. Se
uma marca costuma entrar frequentemente em liquidação ou se algum tipo de
negociação (reduções de preço, descontos etc.) é oferecido regularmente, os
consumidores vão demorar a comprar a marca até que seu preço seja reduzido.
Isso pode fazer com que a marca seja adquirida mais por seu desconto no preço
do que pelas características e vantagens não relacionadas ao preço.
b) Criar mensagens: a segunda decisão para a implementação é a criação
de mensagens na forma de publicidades, informes publicitários, promoções,
designs de embalagens e qualquer outra forma de comunicação. A tomada de
decisão, quando praticada de forma sistemática (em relação à ad-hoc), exige
que o conteúdo da mensagem seja determinado pela estratégia de posicio-
namento da marca e respalde o objetivo da comunicação para o público-alvo
designado.
134 • capítulo 5
c) Escolher a mídia: todas as mensagens de comunicação de marketing
exigem um instrumento ou meio de transmissão. Embora o termo mídia seja ge-
ralmente aplicado geralmente à propaganda (televisão, revistas, rádio, Internet
etc.), o conceito de mídia é relevante a todas as ferramentas da comunicação
de marketing. Por exemplo, as mensagens de venda direta podem ser emitidas
através da comunicação face a face ou por telemarketing; essas alternativas
de mídia têm custos e eficácia diferentes. Os materiais do ponto-de-venda são
transmitidos através da identificação visual dentro da loja, eletronicamente,
musicalmente e de outras formas. Mais uma vez, é importante ressaltar que as
decisões relacionadas às mídias são determinadas, em grande parte, pelas de-
cisões fundamentais tomadas anteriormente quanto à escolha do público-alvo,
estratégia de posicionamento, tipo de objetivos a serem alcançados e quanto
deve ser orçado para uma marca em cada período de preparação de orçamento.
d) Escolher o momento oportuno (momentum): a palavra momentum
está relacionada à força ou velocidade de movimento de um objeto - seu ímpeto.
Não basta simplesmente desenvolver uma mensagem publicitária, uma apre-
sentação de venda direta ou um informe publicitário, pois a eficácia de cada
uma dessas formas de mensagem requer uma quantidade de esforços suficien-
te e a continuidade desses esforços. Esse é o significado do momentum no to-
cante à comunicação de marketing. Na melhor das hipóteses, um momentum
insuficiente é ineficiente, e na pior das hipóteses, um desperdício de dinheiro.
capítulo 5 • 135
Figura 5.2 – Resultados da comunicação de marketing. Fonte: SHIMP, 2009, p. 39.
136 • capítulo 5
de vendas) ou com base nos resultados da comunicação.
As medidas de resultados da comunicação englobam a conscientização da
marca, o entendimento da mensagem, a atitude para com a marca e as inten-
ções de compra. Todos esses resultados são os objetivos da comunicação (e não
comportamentais), no sentido de que um anunciante tentou transmitir um ar-
gumento de mensagem específico ou criar uma impressão geral. Desta forma,
a meta para um anunciante de uma marca relativamente desconhecida pode
ser aumentar em 30% a conscientização da marca no mercado-alvo, no prazo de
seis meses a partir do início de uma nova campanha publicitária. Esse objetivo
(um aumento de 30% na conscientização) seria baseado no conhecimento do
nível de conscientização anterior ao início da campanha. A avaliação pós-cam-
panha revelaria, então, se o nível-alvo foi alcançado (SHIMP, 2009).
Segundo Shimp (2009), para avaliar o programa é necessário avaliar os re-
sultados dos esforços da comunicação em relação aos objetivos estabeleci-
dos no início. É fundamental avaliar os resultados de todos os programas de
comunicação de marketing. Se os resultados almejados não forem atingidos,
será necessária uma ação corretiva. Essa ação poderá exigir mais investimento,
uma combinação diferente de elementos da comunicação, a revisão da estra-
tégia criativa, alocação de mídias diferentes ou várias outras possibilidades.
Somente com a definição sistemática de objetivos e a avaliação dos resultados
é possível saber se os programas de comunicação estão funcionando como pre-
visto e de que modo os futuros esforços poderão ser aperfeiçoados em relação
aos anteriores.
capítulo 5 • 137
Tal hábito deixa de considerar implicitamente o fato de que a propaganda
não é apenas uma despesa corrente, mas, sim, um investimento. Desta forma,
embora muitos empresários concordem plenamente com o fato de que cons-
truir uma instalação de produção mais eficiente ou comprar um novo sistema
de computadores signifique investir no futuro de suas empresas, muitas dessas
mesmas pessoas costumam considerar a propaganda uma despesa que pode
ser reduzida ou até eliminada nos momentos em que são exigidas medidas de
contenção financeira (SHIMP, 2009).
Entretanto, para grandes empresas como P&G, Kellogg, General Mills, Coca-
Cola e PepsiCo, um investimento consistente em propaganda constitui-se em
fator-chave para a comunicação bem-sucedida. Para o vice-presidente da Booz
Allen Hamilton, uma importante consultoria de marketing, tais empresas não
atacam seus orçamentos para aumentar os ganhos apenas por alguns trimes-
tres e sabem que a propaganda não pode ser administrada como um custo va-
riável arbitrário. O momento adequado da propaganda pode ser comparado ao
exercício físico, ou seja, pare de se exercitar e você perderá o condicionamento
físico e poderá ganhará peso. Analogamente, pare de anunciar e sua marca pro-
vavelmente perderá uma parte de seu valor e de sua fatia de mercado (SHIMP,
2009).
5.8.1 Informar
138 • capítulo 5
ciente de comunicação capaz de atingir públicos em massa a um custo relativa-
mente baixo por contato, a propaganda facilita o lançamento de novas marcas e
aumenta a demanda sobre aquelas já existentes, principalmente por aumentar
a conscientização espontânea/imediata (TOMA – top-of-mind awareness) nos
consumidores de marcas estabelecidas em categorias de produtos amadureci-
das (SHIMP, 2009).
Segundo Shimp (2009), a propaganda também desempenha outra função
informativa valiosa, tanto para a marca anunciada, quanto para o consumidor,
informando novos usos para marcas existentes. O autor denomina essa prática
como publicidade para expansão de uso e cita três diferentes exemplos:
5.8.2 Influenciar
capítulo 5 • 139
nar uma marca mais destacada, ou seja, fortalecer o vestígio de uma marca na
memória, para que ela venha à mente em situações de escolha importantes.
A propaganda eficaz também aumenta o interesse do consumidor em marcas
amadurecidas e, com isso, a probabilidade de comprar marcas que, de outra
forma, poderiam não ser escolhidas. Além disso, a propaganda influencia com-
provadamente a mudança de marca, lembrando aos consumidores, que não
compraram uma marca recentemente, que ela está disponível e que dispõe de
atributos favoráveis (SHIMP, 2009).
140 • capítulo 5
tagens dos produtos. Além disso, a propaganda torna mais confiável as argu-
mentações do representante de vendas (SHIMP, 2009).
A propaganda também aumenta a eficácia das outras ferramentas da co-
municação de marketing. Por exemplo, os consumidores podem identificar as
embalagens dos produtos na loja e reconhecer mais rapidamente a importân-
cia de uma marca após sua exibição nos anúncios de televisão ou em revistas.
Outra função da propaganda é aumentar a eficiência das ofertas de preço. Sabe-
se que os clientes reagem melhor às ofertas de preços dos lojistas quando esses
preços foram anunciados do que quando não têm qualquer apoio publicitário
(SHIMP, 2009).
Tendo, portanto, sido apresentadas as cinco principais funções da propa-
ganda, na próxima secção, serão examinadas as etapas que compõem o proces-
so de gerenciamento da propaganda.
capítulo 5 • 141
TERMO DEFINIÇÃO
142 • capítulo 5
TERMO DEFINIÇÃO
Quando uma empresa opta por incluir propaganda no seu composto de co-
municação, cria-se e administra-se uma campanha de propaganda por meio de
uma equipe de trabalho. Na maioria das vezes, os profissionais de marketing,
principalmente de grandes empresas, utilizam outras companhias para auxi-
liá-los a desenvolver sua comunicação. Convocam, então, agências de propa-
ganda para ajuda-los a planejar e a preparar campanhas. Assim, a agência e o
cliente trabalham em equipe para criar uma propaganda eficaz e coerente com
o resto do composto de comunicação (CURCHILL; PETER, 2012).
Em um trabalho conjunto com o cliente, isto é, a empresa que a contratou,
as agências estudam os produtos para identificar atributos e benefícios que
possam ser destacados nos anúncios. Em seguida, analisam os mercados e
capítulo 5 • 143
desenvolvem estratégias para promove-lo. Quando a estratégia é aprovada pelo
cliente, os anúncios são desenhados e produzidos, as mídias são programadas
e os anúncios, pré testados. Em alguns casos, as agências podem ajudar a pla-
nejar e implementar o composto de comunicação em um esforço integrado de
comunicação (CURCHILL; PETER, 2012).
Para ser eficaz, a agência deve ter conhecimento completo do produto do
seu cliente, da mídia disponível para veiculação de anúncios e dos produtos
e das estratégias de propaganda dos concorrentes. Além disso, a agência tam-
bém precisa entender a filosofia, os objetivos e a imagem de seu cliente, assim
como conhecer seu público-alvo. Uma vez iniciado o trabalho com determina-
da agência, o cliente deve avaliar formal e informalmente a eficácia com que
trabalham juntos. Em alguns casos, são necessárias várias tentativas até que a
agência desenvolva uma campanha que agrade o cliente. Se isso nunca aconte-
ce, porém, o anunciante acaba descobrindo que um dos benefícios de se tercei-
rizar o serviço de propaganda é que, se os resultados não forem satisfatórios,
é relativamente simples encerrar a relação e tentar outra agência (CURCHILL;
PETER, 2012).
Sejam as campanhas desenvolvidas internamente ou por uma agência, elas
precisam ser administradas, o que inclui planejamento, implementação e con-
trole da campanha. Conforme ilustrado na Figura 5.3, o planejamento engloba
quatro tarefas: rever as metas e orçamentos de propaganda, criar mensagens,
selecionar mídias e realizar o pré-teste dos anúncios. A implementação con-
siste em programar os anúncios e veiculá-los. O controle requer avaliação da
eficácia e, se possível, a melhoria da campanha.
144 • capítulo 5
Figura 5.3 – Administrando o processo de propaganda. Fonte: CURCHILL; PETER, 2012,
p. 486.
Nos próximos tópicos, serão apresentadas cada uma das atividades inte-
grantes do processo de administração da propaganda segundo descrito pelos
autores Churchill e Peter (2012).
capítulo 5 • 145
5.9.2 Criando Mensagens
“Just do it” (Nike); “Abra a felicidade” (Coca-Cola); “Movidos pela paixão” (Fiat)
e “A batata da onda” (Rufles, da Elma Chips) são exemplos de slogans famosos
de propaganda que contêm mensagens que os profissionais de marketing de-
sejam que sejam lembradas e entendidas pelos clientes. Mesmo os anuncian-
tes sem fins lucrativos também recorrem a slogans marcantes, como “Cigarro:
apague esta ideia” (CURCHILL; PETER, 2012).
De modo óbvio, os anúncios são mais do que slogans atraentes, pois forne-
cem informações importantes para audiência-alvo, como o nome e o local de
um restaurante, as vantagens de um novo produto ou o horário de uma expo-
sição em cartaz em alguma galeria de arte. Para influenciar as percepções e o
comportamento do cliente, são usados símbolos, palavras, figuras, ações e ima-
gens. E, em geral, as mensagens da propaganda contêm vários tipos de apelos
(CURCHILL; PETER, 2012).
Um apelo racional, por exemplo, focaliza os benefícios mensuráveis de se
escolher o produto ou marca, enquanto que os apelos emocionais tentam criar
bons sentimentos sobre os produtos ou levar os clientes a experimentar emo-
ções diferentes. Já o apelo de medo desperta o temor ao demonstrar as con-
sequências de não se adquirir ou usar determinados produtos (CURCHILL;
PETER, 2012).
Os apelos sexuais sugerem que o uso de produto tornará o consumidor
mais atraente e sensual. De acordo com o CONAR e com o Código de Defesa
do Consumidor, uma propaganda não pode sugerir que bebidas alcoólicas ou
cigarros possam ter esse efeito. Já os apelos humorísticos baseiam-se no senso
de humor da audiência-alvo e, em geral, são eficazes por pouco tempo. E, por
último, o apelo moral tenta convencer a audiência de que usar ou aceitar uma
ideia é a coisa certa ou moralmente adequada a fazer. Anúncios para prevenção
do câncer ou a favor de uma dieta saudável, por exemplo, podem utilizar apelos
morais (CURCHILL; PETER, 2012).
Normalmente, criar mensagens e apelos é tarefa do pessoal de redação e
criação nas agências. Esses profissionais buscam transmitir as vantagens e a
imagem do produto de modo a capturar e prender a atenção do público e des-
pertar seu interesse e desejo. Embora isso exija criatividade, também requer que
os redatores entendam a estratégia geral de comunicação e o perfil do público
-alvo. Assim, os anúncios devem empregar palavras e imagens compreensíveis
146 • capítulo 5
e interessantes para a audiência-alvo, apresentar os benefícios e outros estímu-
los importantes para ela e apoiar a estratégia do cliente (CURCHILL; PETER,
2012).
capítulo 5 • 147
outdoor e a Internet. A tabela 5.3 resume as vantagens e desvantagens das prin-
cipais mídias (CURCHILL; PETER, 2012).
148 • capítulo 5
VEÍCULO VANTAGENS DESVANTAGENS
capítulo 5 • 149
VEÍCULO VANTAGENS DESVANTAGENS
Tabela 5.3 – Vantagens e desvantagens das principais mídias. Fonte: CURCHILL; PETER,
2012, p. 494.
150 • capítulo 5
5.9.4 Testando Anúncios e Programando a Veiculação
A eficácia da propaganda pode ser avaliada por meio de vários tipos de pós-tes-
tes. Com o teste de recall auxiliado, ou simplesmente recall, os profissionais
mostram um anúncio aos consumidores e depois perguntam onde eles teriam
capítulo 5 • 151
o teriam visto. É muito comum os entrevistadores perguntarem aos leitores
de algumas revistas selecionadas se eles se lembram de certos anúncios nelas
contidos. Os resultados são apresentados na forma de índices que refletem a
porcentagem de entrevistados que leram o anúncio como um todo e cada parte
dele (CURCHILL; PETER, 2012).
Para medir de forma mais direta os efeitos da propaganda sobre o compor-
tamento de compra, pode-se usar testes de sondagem. Nesses testes, os profis-
sionais incluem ofertas, como cupons, um número de telefone ou endereço na
Internet para obtenção de informações gratuitas, amostras ou outros artigos
promocionais, que exigem algum tipo de resposta ao anúncio. O número de
contatos resultantes é utilizado como medida da eficácia do anúncio na pro-
dução de uma resposta. Na Internet, a medida usual é o número de cliques na
produção num banner ou de acessos a um determinado site. Uma desvantagem
dessa medida é que ela não distingue os internautas casuais de clientes poten-
ciais interessados (CURCHILL; PETER, 2012).
Os testes de venda, finalmente, envolvem um esforço para encontrar víncu-
los entre propaganda e vendas. Para conduzi-los, os profissionais de marketing
podem realizar experimentos utilizando mídias variadas em diferentes locais
para verificar quais geram mais vendas. Do mesmo modo, é possível veicular
duas versões de um anúncio no mesmo veículo em cidades distintas, ou com-
parar antigas e novas campanhas e descobrir as diferenças em termos de ven-
das. Obviamente, esses testes não conseguem controlar diferenças em todas as
variáveis que podem afetar os resultados. Diferenças nas condições econômi-
cas ou climáticas, por exemplo, podem levar a alterações nas vendas que não
guardam relação alguma com as campanhas (CURCHILL; PETER, 2012).
152 • capítulo 5
CONEXÃO
Encontre a lista das 10 melhores agências de 2014 segundo a Age Advertising.
http://adage.com/article/special-report-agency-alist-2014/ad-age-s-2014-agency-a-
list/291441/
REFLEXÃO
Neste capítulo foram apresentados os principais conceitos sobre Comunicação Integrada
de Marketing (CIM) e sua importância para a concretização dos objetivos da comunicação.
Em seguida, foram examinadas as atividades inerentes ao processo de gerenciamento da
propaganda.
LEITURA
O artigo abaixo relata os atuais desafios das agências de publicidade. Tenha uma boa
leitura!
O futuro está no passado?
Quando o Meio & Mensagem nasceu, há 37 anos, a comunicação escrita mais rápida
era por meio de imensas máquinas de telex, o mercado publicitário brasileiro não contava
com o Cenp, as agências recebiam 20% de comissão dos veículos e a bonificação de volume
já era paga, mas de uma forma pouco profissional e não representava um valor expressivo
para a receita operacional das agências.
Começo com esses pontos para lembrar como o mundo mudou e o mundo publicitário,
mais ainda. No entanto, a maioria dos temas centrais da nossa atividade hoje continua pre-
sente, exatamente como naquela época.
A mensuração da audiência e a pesquisa sobre ela é hoje tão importante como sempre
foi. Porém, ganha uma luz especial porque a internet desorganizou o jeito tradicional de pro-
gramar mídia, mas ainda não provê ferramentas seguras para pensar, planejar e avaliar sua
programação com metodologias robustas, independência e precisão.
As agências full service voltam à moda e são o sonho de consumo dos gestores desse
negócio e até dos anunciantes. A maioria das agências médias e pequenas do maior merca-
do publicitário do mundo, os Estados Unidos, que se contam às centenas, continua usando
capítulo 5 • 153
esse modelo de atuação, que atende melhor os clientes e gera mais resultados para elas.
Enquanto isso a maior parte das grandes agências do mercado, em boa parte as mesmas
que operam aqui, está olhando com certa inveja para as médias e pequenas e vem no retorno
ao modelo tradicional uma excelente opção para assegurar seu futuro. No caso das agências
de mídia, elas estão agregando novos serviços de planejamento e até de criação e, nessa
toada, ainda vão “inventar” a agência full service...
Ainda não temos uma boa solução para os números da internet, mas o Brasil tem uma his-
tória bonita e bem-sucedida para contar sobre a questão das agências, pois enquanto o mundo
parecia ir para um desvio, ficamos firmes na manutenção e defesa do modelo full service.
Portanto, a situação atual nos favorece. Não ter de reinventar a roda é muito bom. Sofis-
ticar tecnologicamente a roda, contudo, é imperativo. Por aqui temos muitas e difíceis lições
de casa que precisamos fazer com coragem, inteligência e determinação.
Entre essas lições de casa, está a defesa mais ativa de nosso modelo de negócios e de
nosso trabalho, sabendo cobrar com maior empenho o valor justo pelo que fazemos. Pois
sabemos que nossa contribuição é fundamental para que as marcas tenham sucesso, sejam
sustentáveis ao longo do tempo e os clientes ganhem mais dinheiro...
Mas eles só não podem querer ficar com a nossa parte, porque, sem ela, desaparecemos.
Nós, das agências, temos de encarar os nossos problemas juntos e trazendo as novas
lideranças do setor para lutarem ativamente pela melhoria do ambiente dos negócios.
*Orlando Marques é presidente da Associação Brasileira de Agências de Publi-
cidade (Abap) e membro do conselho da Publicis Brasil
Fonte:http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2015/04/
16/Opiniao-O-futuro-esta-no-passado.html#ixzz3blKrgfCN
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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