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UNIDADE DE

APRENDIZAGEM

1
EMPREENDEDORISMO
E INOVAÇÃO

INOVAÇÃO
Sumário

• Breve contextualização ............. 03

• Apresentação do Ebook ............. 03

• Objetivos da Disciplina ............. 03

• 1. Unidade 1 ............. 05

• 2. Unidade 2 ............. 12

• 3. Unidade 3 ............. 21

• 4. Unidade 4 ............. 31

• 5. Unidade 5 ............. 44

• 6. Unidade 6 ............. 53

• Encerramento do E-book ............. 61


Breve contextualização:
aprender a classificar as inovações e as tecnologias, e entender
a importância da ciência e da pesquisa nesse contexto.

Na unidade 1 da nossa disciplina vamos estudar o Aprenderemos como o empreendedorismo e a inovação

significado do conceito de inovação no contexto das empresas cumprem papel fundamental para o sucesso – e até mesmo

e dos negócios. Compreenderemos os tipos de inovação sobrevivência – das empresas em um mundo cada vez mais

existentes, as áreas onde ela pode ser empregada e seus competitivo.

benefícios econômicos e sociais.

Objetivos da Disciplina:
Apresentação do E-book:
• Compreender o que é inovação.

ONa disciplina Empreendedorismo e Inovação • Compreender o que é inovação tecnológica.

Tecnológica vamos aprender o significado do • Compreender o que é empreendedorismo.

empreendedorismo, e sua importância para as organizações • Compreender o papel e a importância da inovação

contemporâneas, para o mercado consumidor e para a tecnológica no empreendedorismo.

sociedade. Compreenderemos o que é uma empresa, • Conhecer os elementos, tipologias, etapas e processos

como um negócio é desenvolvido, e as diferenças entre da inovação.

empreender e administrar. Juntamente com as atividades do • Aprender como se empreende com base na inovação

empreendedor e as caraterísticas do seu perfil profissional, tecnológica.

vamos comparar as vantagens e as desvantagens de se


empreender. Na disciplina Empreendedorismo e Inovação
Tecnológica também vamos compreender os conceitos de
inovação, de tecnologia e de inovação tecnológica. Vamos

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Para início de conversa: Objetivo de Aprendizagem
Na unidade 1 estudaremos o significado do termo do Capítulo:
inovação no âmbito dos negócios. Vamos aprender
• Compreender o significado do termo inovação no
que inovação não precisa ser algo inédito, totalmente
contexto dos negócios.
revolucionário, podendo se restringir ao aperfeiçoamento
• Compreender as diferenças e convergências entre
de um produto já existente. E que inovação não é sinônimo
inovação, criatividade e invenção.
de invenção, mas a aplicação prática de uma invenção,
• Conhecer as formas de classificar as inovações.
viável mercadologicamente. Entenderemos que, além de
ser empregada aos produtos (bens ou serviços), a inovação
pode ser incorporada a processos, técnicas e métodos
organizacionais. Também vamos conhecer as formas de
classificar as inovações: de acordo com a área do negócio
onde a inovação é realizada (inovação de produto, inovação
de processo, inovação de marketing, inovação organizacional),
de acordo com seu grau de impacto (inovação incremental,
inovação disruptiva) e de acordo com o controle possui sobre
ela (inovação aberta, inovação fechada).

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1. OQUE É INOVAÇÃO?
Nick Balding explica que inovação é a exploração de
novas ideias com viabilidade e sucesso. Enquanto a criatividade

É bastante comum as pessoas confundirem os termos se limita à construção de novas leituras ou de novas

inovação, criatividade e invenção. Portanto, nada melhor que perspectivas em torno de um dado tema ou objeto de estudo,

iniciar os nossos estudos da disciplina Empreendedorismo e a inovação culmina com uma sinergia desta perspectiva

Inovação Tecnológica fazendo a distinção entre esses conceitos. ao conceito de viabilidade. No âmbito dos negócios, essa

Comecemos com a definição do termo inovação. Será que viabilidade deve ser técnica, econômica, mercadológica etc. Ou

ser inovador nos negócios é o mesmo que ser extremamente seja: de que adianta uma empresa projetar o lançamento de

criativo? É o mesmo que ser inspirado, capaz de imaginar algo um novo produto se não há processo capaz de fabricá-lo ou se

fantasioso, totalmente fora da realidade? não existem consumidores dispostos a comprá-lo?


Paulo Bastos Tigre discorre sobre a diferença entre
invenção e inovação: enquanto a invenção se refere à criação
de um processo, técnica ou produto inédito, a inovação
ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção. É
aí que se revela a importância dos empreendedores e dos
profissionais que viabilizam uma invenção para o mercado
consumidor. Segundo a Harvard Business School, no campo
do Empreendedorismo, inovar consiste em identificar novas
oportunidades de negócios, independente dos recursos que
se apresentam, e capazes de gerar novas soluções para velhos
problemas.

FONTE: PIXABAY
Nem toda inovação precisa ser revolucionada, fora do comum.

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Curiosidade: Um assistente de Thomas Edison inventou
em 1889 o cinetoscópio, aparelho precursor do cinematógrafo.
Por estar atarefado com outros projetos, e não ver sucesso
comercial no cinetoscópio, Edison não registrou sua patente,
o que fez com que a invenção fosse fabricada e aprimorada
por outros cientistas da época (como os irmãos Lumière, que
entraram para a história como inventores do cinema).
Outro ponto importante é a crença de que a inovação
só existe em produtos totalmente inéditos, algo que ninguém
jamais pensou. Documentos de referência internacional, FONTE: PIXABAY
A bicicleta foi inventada na primeira metado do século XIX, mas hoje é
como o Manual de Oslo, definem que a inovação também considerada como recurso "inovador" para enfrentar os problemas de
se realiza em um produto já existente, desde que ele seja trânsito em muitas cidades do mundo.

significativamente melhorado. Peter Drucker, considerado o


pai da administração moderna, confirma essa definição ao Outra crença equivocada é a de que as inovações só
afirmar que “a inovação é a provisão de produtos melhores e podem ser realizadas em produtos. Retomando o Manual
mais econômicos”. de Oslo, uma inovação pode ser um produto novo (ou
Concluímos assim que uma inovação não precisa ser significativamente melhorado), ou um novo processo, um
obrigatoriamente 100% inédita para todo mundo. Ela pode ser novo método de marketing, um novo método organizacional
nova ou disruptiva apenas para um mercado consumidor ou nas práticas de negócios. Assim, o Manual de Oslo classifica as
contexto específico. inovações em quatro tipos:
• Inovação de produto.
Importante: “Uma inovação é a implementação de um • Inovação de processo.
produto novo ou significativamente melhorado.” (Manual de • Inovação de marketing.
Oslo). • Inovação organizacional.

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As inovações em processo representam mudanças
significativas nos métodos de produção e de distribuição Importante: Uma empresa ou negócio pode inovar em
de um produto. “As inovações organizacionais referem-se à diferentes dimensões. A Apple, por exemplo, investe tanto na
implementação de novos métodos organizacionais, tais como fabricação dos seus produtos, altamente tecnológicos, como no
mudanças em práticas de negócios, na organização do local marketing
de trabalho ou nas relações externas da empresa. As inovações
de marketing envolvem a implementação de novos métodos
de marketing, incluindo mudanças no design do produto e na
embalagem, na promoção do produto e sua colocação, e em
métodos de estabelecimento de preços de bens e de serviços”
(Manual de Oslo).

FONTE: PIXABAY
As inovações não são realizadas apenas em produtos. Elas podem ser
feitas nos processos produtivos e no marketing por exemplo.

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2. INOVAÇÃO E 3. CLASSIFICAÇÃO DAS
VIABILIDADE INOVAÇÕES
Conforme vimos anteriormente, enquanto a criatividade As inovações podem ser classificadas de diferentes
se limita apenas à construção de novas leituras ou de novas formas. Larry Keeley e seus coautores do livro Dez tipos de
perspectivas em torno de um dado tema ou objeto de estudo, inovação, por exemplo, elaboraram uma “taxonomia” da
a inovação culmina com uma sinergia desta perspectiva ao inovação estruturada em três categorias:
conceito de viabilidade. “Inovação é a criação de uma oferta • Inovação de configuração.
nova e viável”, destaca Larry Keeley. • Inovação de oferta.
Mas onde identificamos a viabilidade de uma • Inovação de experiência.
inovação? Essa viabilidade deve ser produtiva (fabricação,
armazenamento, transporte, distribuição), econômica, legal, São exemplos de inovação de configuração a inovação no
ambiental, cultural. Imagine como seria o lançamento de um modelo de lucro (venda de pacotes, preço flexível, assinatura,
novo produto que fosse dificílimo de fabricar. Ou contra o qual
diversas leis vigentes impedem a comercialização. Ou que
culturalmente seja inadequado.
No âmbito empresarial, uma inovação precisa ser
autossustentável e retornar seu custo ponderado de capital
investido no seu desenvolvimento. Ela deve retornar valor para
seus patrocinadores e retroalimentar o empreendimento.

Importante: Segundo Peter Drucker, a inovação é uma


função básica das empresas.

FONTE: PIXABAY
No âmbito dos negócios, uma inovação precisa ser viável.

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licença etc.), em rede (alianças, fusões, cooperação), na
estrutura (gestão descentralizada, design organizacional,
terceirização) e no processo (produção enxuta, automação
de processos, padronização). São exemplos de inovação de
oferta a inovação no desempenho de produto (funcionalidade,
design, segurança, impacto ambiental, customização) e no
sistema de produto (módulos, complementos, extensões, plug-
ins). E são exemplos de inovação de experiência a inovação
em serviços (degustação, test drive, programa de fidelidade,
atendimento pós-venda), de canal (venda direta, omnichannel),
de marca (cobranding, licensing) e no envolvimento do cliente
FONTE: ENVATO
(personalização, sensorialidade, comunidades).

Outra forma de classificar a inovação é conforme o seu


grau de impacto, que pode ser incremental e disruptivo. Sutil
e de menor efeito, a inovação incremental se configura em
um aperfeiçoamento decorrente de pequenas ou gradativas
transformações em um produto ou processo. Exemplos: as
diferenças do motor 1.6 ao motor 2.0, o lançamento de uma
linha de uma roupa com novas estampas, ou a fabricação
mais rápida de um mesmo produto. Por outro lado, a inovação
disruptiva é uma transformação radical em um produto ou
processo já existente, ou a criação de um produto ou processo
totalmente novo. São exemplos de inovação disruptiva
FONTE: PIXABAY a evolução do motor comum ao motor flex, do telefone
Inventada em 1879, a lâmpada elétrica foi uma inovação disruptiva, que
convencional ao smartphone, do filme em DVD ao streaming.
revolucionou os sistemas de iluminação residencial e urbana.

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Considerações Finais:
A inovação também pode ser classificada segundo
o controle que a empresa detém sobre o seu processo.
Trata-se da inovação fechada (close innovation) e da
Apesar de em um primeiro momento parecer trivial, o
inovação aberta (open innovation). No primeiro caso, a
conceito de inovação apresenta camadas de complexidade.
pesquisa, desenvolvimento e comercialização da inovação
Não pode ser interpretado simplesmente como criatividade
são realizados nos limites da empresa, com seus próprios
ou invenção, mas considerar que o produto ou processo
recursos (informacionais, humanos, financeiros etc.). Na
inovador precisa ser viabilizado, comercializado, implementado.
inovação fechada, a propriedade intelectual, investimentos
Ou seja, a inovação depende das atividades e talentos do
e lucros são exclusivos da empresa. Já na inovação aberta à
empreendedor, que deve buscar estar constantemente
pesquisa, desenvolvimento e comercialização da inovação
informado sobre as necessidades e tendências do seu
extrapolam os limites da empresa, com seus próprios recursos
tempo, e dominar os recursos empresariais. Conhecer
(informacionais, humanos, financeiros etc.). Mas a propriedade
aprofundadamente produtos (bens e serviços) e processos é
intelectual, investimentos e lucros são compartilhados com
imprescindível, tanto para promover inovações incrementais
parceiros.
como inovações disruptivas. É indispensável dominar também
as tecnologias da atualidade e futuras, conforme estudaremos
Curiosidade: Reflita sobre a inovação proporcionada
na próxima unidade.
pela plataforma Uber no período do seu lançamento nos
mercados mundiais. Tratou-se de uma inovação incremental
ou disruptiva? Foi uma inovação em produto, processo ou
marketing? Foi uma inovação de configuração, de oferta ou de
experiência?

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Referências:
2ª edição. Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/183207/pdf/0

CARSTENS, Danielle e FONSECA, Edson. Gestão da


Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível NOGUEIRA, Tânia. Cadê a garrafa de vinho? Vidro perde

em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/ espaço para lata, caixa e litrão. Portal UOL. Publicado em

pdf/0 09/08/2022. Disponível em https://www.uol.com.br/nossa/noticias/


redacao/2022/08/09/cade-a-garrafa-de-vinho-vidro-perde-espaco-

Coca-cola Brasil. Garrafas retornáveis da Coca-cola. paralata-bag-in-box-e-litrao.htm

Disponível em https://www.coca-cola.com.br/retornaveis
PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,

Criatividade e Inovação. Academia Pearson / Pearson ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em

Education do Brasil. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. https://pixabay.com/pt

Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/1996/pdf/0 TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da Inovação – a economia da
tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

KEELEY, Larry et al. Dez tipos de inovação: a disciplina de


criação de avanços de ruptura. Trad. Beth Honorato. São Paulo: VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica da

DVS Editora, 2015. Inovação. Curitiba: Contentus, 2020.


Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/

Manual de Oslo. Diretrizes para coleta e interpretação de Publicacao/184651/pdf/0

dados sobre inovação. 3ª edição. Trad. Flávia Gouveia. OCDE /


FINEP, 1997.

HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e


Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.

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UNIDADE DE
APRENDIZAGEM

2
EMPREENDEDORISMO
E INOVAÇÃO

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

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Para início de conversa: Objetivo de Aprendizagem
Na unidade 1 estudaremos o significado do termo do Capítulo:
inovação no âmbito dos negócios. Vamos aprender
• Compreender o significado do termo inovação no
que inovação não precisa ser algo inédito, totalmente
contexto dos negócios.
revolucionário, podendo se restringir ao aperfeiçoamento
• Compreender as diferenças e convergências entre
de um produto já existente. E que inovação não é sinônimo
inovação, criatividade e invenção.
de invenção, mas a aplicação prática de uma invenção,
• Conhecer as formas de classificar as inovações.
viável mercadologicamente. Entenderemos que, além de
ser empregada aos produtos (bens ou serviços), a inovação
pode ser incorporada a processos, técnicas e métodos
organizacionais. Também vamos conhecer as formas de
classificar as inovações: de acordo com a área do negócio
onde a inovação é realizada (inovação de produto, inovação
de processo, inovação de marketing, inovação organizacional),
de acordo com seu grau de impacto (inovação incremental,
inovação disruptiva) e de acordo com o controle possui sobre
ela (inovação aberta, inovação fechada).

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1. OQUE É TECNOLOGIA?
desses conhecimentos em produtos, processos e métodos
organizacionais. Para Jakki Mohr et al., “tecnologia é o acervo

O dicionário Houaiss apresenta o significado do termo de conhecimento relevante que permite a derivação de novas

tecnologia como “teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas e inclui o know-how tanto de produtos quanto de

técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou processos”.

mais ofícios ou domínios da atividade humana (p. ex., indústria, Considerando as tecnologias de acordo com o tipo de

ciência etc.)”. O dicionário também define tecnologia como artefato produzido, junto com a classe de informação científica

“técnica ou conjunto de técnicas de um domínio particular” utilizada, elas podem ser categorizadas em tecnologias físicas,

e “qualquer técnica moderna e complexa”. A relação entre químicas, biológicas, psíquicas, da informação e sociais.

tecnologia e técnica é explicada por Paulo Bastos Tigre que • Tecnologias físicas: dos diversos ramos da engenharia

escreve que, enquanto a tecnologia pode ser definida como (civil, mecânica, elétrica, nuclear e climática),

conhecimento sobre técnicas, as técnicas envolvem aplicações arquitetura e urbanismo.


• Tecnologias químicas: química industrial, engenharia
química.
• Tecnologias biológicas: agronomia, veterinária,
medicina, farmacologia, odontologia, engenharia
genética.
• Tecnologias psíquicas: psicologia clínica ou industrial,
psiquiatria, pedagogia etc.
• Tecnologias da informação: informática ou engenharia
do conhecimento, em particular a “inteligência
artificial”.
• Tecnologias sociais: podem ser específicas
FONTE: PIXABAY
Os semicondutores fazem parte de inúmeros produtos tecnológicos (administração, jurisprudência) ou gerais (a
do nosso cotidiano, como notebooks, smartphones, automóveis, “engenharia social”, base de políticas sociais).
eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

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Importante: Considerando a quantidade de de produto (bem e/ou serviço) abrange as ideias incorporadas
conhecimento científico de ponta utilizada, certos ramos aos produtos e aos componentes que o constituem. A
como o das engenharias química e nuclear ou da tecnologia tecnologia de processos abrange as ideias, materiais,
informática representam – por oposição ao resto – o que se equipamentos e métodos relacionados à fabricação de um
denomina “alta tecnologia” (high tech). produto.

Indústrias de alta tecnologia são aquelas envolvidas no Importante: Um produto pode ser um bem, um serviço
projeto, desenvolvimento e na introdução de novos produtos e/ ou uma combinação de bem com serviço. Um bem é um item
ou processos inovadores de fabricação por meio da aplicação comercializado por uma empresa que, mediante remuneração,
sistemática de conhecimento técnico e científico. transfere para o cliente a sua propriedade. Já um serviço,
diferentemente de um bem, é consumido durante a sua
produção, e não pode ser estocado.

FONTE: PIXABAY
Os drones estão cada vez mais presentes no dia-a-dia. Na
agricultura eles são utilizados para a aplicação de insumos e
monitoramento de lavouras, por exemplo.
FONTE: PIXABAY
A inovação tecnológica proporciona inúmeros benefícios
As tecnologias também podem ser classificadas em
para a sociedade.
tecnologias de produto e tecnologias de processo. A tecnologia

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2. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
que envolve a introdução de tecnologia de produção nova ou
significativamente aperfeiçoada. Os novos métodos usados
no processo podem envolver mudanças nas máquinas
e equipamentos e/ou na organização produtiva (desde
que acompanhada de mudanças no processo técnico de
transformação do produto).

Curiosidade: Transgênicos: a tecnologia da transgenia


possibilita a produção de alimentos com menor consumo de
água, menor uso de defensivos agrícolas e menor impacto
ambiental. O primeiro Organismo Geneticamente Modificado
FONTE: PIXABAY
(OGM) foi um tomate cultivado na Califórnia, em 2014.
Sua dificuldade para se adaptar às inovações das câmeras fotográficas
digitais tornou a Kodak um “case de fracasso”.

Mas quais seriam os benefícios de se investir em inovação


O relatório da Pesquisa Industrial de Inovação
tecnológica? Carstens e Fonseca apontam a obtenção de
Tecnológica (PINTEC/IBGE) apresenta a inovação tecnológica
vantagem competitiva, destacando que “para uma empresa
como a implementação de produtos (bens ou serviços) ou
ou marca se manter sólida e sustentável, é necessário inovar
processos tecnologicamente novos ou substancialmente
constantemente, avançar tecnologicamente”.
aprimorados. O documento discorre sobre a diferença entre
As inovações tecnológicas têm enorme impacto
os produtos e os processos: produto tecnologicamente novo
social, pois podem facilitar a comunicação entre as pessoas,
é aquele cujas características fundamentais (especificações
aperfeiçoar a produção de alimentos e medicamentos,
técnicas, usos pretendidos, software ou outro componente
facilitar a locomoção, colaborar com a preservação do meio
imaterial incorporado) diferem significativamente de todos
ambiente, melhorar a qualidade de vida etc. Além de estimular
os produtos previamente produzidos pela empresa. Já
a economia e gerar emprego e aumento de renda para os
a inovação tecnológica de processo refere-se a processo
colaboradores.
tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado,

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3. FONTES DE TECNOLOGIA
Conhecimento codificado: livros, manuais, revistas
técnicas, sites, feiras e exposições, software, cursos, programas

PARA EMPRESAS educacionais.

INOVADORAS Conhecimento tácito: consultoria, contratação de RH


experiente, informações de clientes, estágios e treinamento

Paulo Bastos Tigre descreve as fontes de tecnologia que prático.

estão disponíveis para as empresas inovadoras: Aprendizado cumulativo: processo de aprender fazendo,

Desenvolvimento tecnológico próprio: P&D, engenharia usando, interagindo etc. devidamente documentado e

reversa, experimentação. difundido na empresa.

Contratos de transferência de tecnologia: Licenças e Paulo Tigre apresenta como fontes internas de inovação

patentes, contratos com universidades e centros de pesquisa. tecnológica:

Tecnologia incorporada: máquinas, equipamentos e • Atividades de desenvolvimento de produtos e

software embutido. processos


• Programas de qualidade
• Desenvolvimento dos recursos humanos
• Aprendizado organizacional
• E como fontes externas de inovação tecnológica:
• Consultorias especializadas
• Livros, manuais, vídeos, relatórios setoriais, softwares.
• Obtenção de licenças de fabricação de produtos
• Tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos

Curiosidade: Atualmente o Brasil investe cerca de 1% do

FONTE: PIXABAY Produto Interno Bruto (PIB) em ciência e tecnologia. Países como
As empresas mais inovadoras investem fortemente em tecnologia. os Estados Unidos, Alemanha, Japão e Israel investem mais de 3%.

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Para compreender a inovação tecnológica, é
imprescindível entender o conceito de Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D). A P&D compreende a pesquisa ou
investigação básica, a pesquisa aplicada e o desenvolvimento
experimental. O Manual de Frascati (2002) indica que seu
processo começa na pesquisa básica (inicialmente “pura” e
depois “orientada”), passa pela pesquisa aplicada e finalmente
termina no desenvolvimento experimental. Enquanto o foco da
pesquisa básica é o avanço científico, com resultado no longo
prazo, a pesquisa aplicada visa a solução de problemas práticos.
Já o desenvolvimento experimental é voltado para a geração
FONTE: FREEPIK
de produtos, serviços e processos.
atividades complexas e dispendiosas. A transformação de uma

Pesquisa básica: seu foco é o avanço científico. É ideia ou protótipo em produto comercial requer atividades

geralmente de longo prazo. Uma vez que seus resultados complexas e dispendiosas como: adequação da ideia às

são incertos, a pesquisa básica é evitada pela maioria das necessidades do mercado, busca e seleção de fornecedores,

empresas. Seus resultados, entretanto, podem proporcionar definição de processos de fabricação, obtenção de licenças

saltos tecnológicos importantes para a sociedade e por isso são junto a órgãos governamentais, registro de marcas e patentes

geralmente assumidas por instituições de pesquisa sem fins etc. (Tigre, 2006).

lucrativos financiadas pelo Estado (Tigre, 2006).


Pesquisa aplicada: as empresas geralmente investem
mais em pesquisa aplicada, ou seja, nas etapas finais do
processo de inovação. Isso porque a transformação de
uma ideia ou protótipo em processos e produtos, ou a
transformação de um projeto em produto comercial, requer

18
Considerações Finais: Referências:
Aprendemos na unidade 2 que a inovação tecnológica CARSTENS, Danielle e FONSECA, Edson. Gestão da
está presente em inúmeros produtos presentes no nosso Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível em
cotidiano, e também em toda a sua cadeia produtiva. Seja https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/pdf/0
no produto ou nos processos de fabricação, divulgação e
comercialização, a tecnologia cumpre papel fundamental CUPANI, Alberto. Filosofia da tecnologia: um convite. 3ª
na competitividade empresarial. Existem tecnologias físicas, edição. Florianópolis: Editora da UFSC, 2016.
químicas, biológicas, psíquicas, da informação e sociais.
Tecnologias que são estudadas e desenvolvidas em centros EMBRAPA. Transgenia: quebrando barreiras em prol da
de pesquisa, instituições de ensino e laboratórios mantidos agropecuária brasileira. Disponível em https://www.embrapa.br/
pelas empresas, como pesquisa básica ou pesquisa aplicada. tema-transgenicos/sobre-o-tema
Conforme Paulo Bastos Tigre, a pesquisa empresarial visa
principalmente ao desenvolvimento de novos produtos, HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO,
ao aperfeiçoamento de produtos existentes, à melhoria Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da língua
dos processos produtivos e à introdução de inovações portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
organizacionais.
MANUAL DE FRASCATI. Proposta de Práticas Exemplares
para Inquéritos sobre Investigação e Desenvolvimento
Experimental. OCDE: Coimbra, Portugal, 2002.

MOHR, Jakki; SENGUPTA, Sanjit; SLATER, Stanley; LUCHT,


Richard. Marketing para mercados de alta tecnologia e de
inovações. Trad. Heloísa Coimbra e Juliana Geve. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2011.

19
PINTEC: Pesquisa Industrial – Inovação tecnológica. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Rio de Janeiro, 2020.

PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,


ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em
https://pixabay.com/pt

TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da Inovação – a economia da


tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica


da Inovação. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em https://
plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/184651/pdf/0

20
UNIDADE DE
APRENDIZAGEM

3
EMPREENDEDORISMO
E INOVAÇÃO

EMPREENDEDORISMO

21
Para início de conversa: Objetivo de Aprendizagem
Antonio Maximiano aponta as diferenças entre ser do Capítulo:
empresário, ou ter uma empresa, e ser empreendedor. “O
• Entender o que é uma empresa.
empresário representa o lado formal do negócio. É a pessoa
• Conhecer os elementos e etapas do desenvolvimento
que estabelece um negócio e o conduz no dia a dia. O
de um negócio.
empreendedor representa o lado criativo e, ao mesmo tempo,
• Compreender o que é empreendedorismo.
prático, essencial para o nascimento, crescimento e para a
• Conhecer as vantagens e desvantagens de se
sobrevivência de um negócio.” Essa explicação aproxima a
empreender.
Unidade 3 das unidades anteriormente estudadas, na quais
aprendemos que a criatividade e a inovação são essenciais
para a vantagem competitiva e o sucesso comercial das
empresas. Vamos entender agora de forma mais aprofundada
o que é uma empresa, quais são os elementos e etapas do
desenvolvimento de um negócio e quais são as vantagens e
desvantagens do empreendedorismo.

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1. EMPRESA
O sistema de operações é o conjunto de processos que faz
a transformação e agrega valor. Processos são sequências de

Uma empresa é uma iniciativa que tem o objetivo atividades realizadas por pessoas, máquinas e equipamentos.

de fornecer produtos (bens e/ou serviços) para atender Qualquer produto tem mais valor do que seus componentes

necessidades de pessoas, ou de mercados, e obter lucro com isolados (ex.: o pneu vale mais no automóvel do que no estoque

isso. Para que uma empresa obtenha lucro e prosperidade, o da fábrica). A transformação de um componente ou matéria-

empreendedor precisa aplicar recursos e estruturar um sistema prima agrega valor para o cliente.

de operações, em compromisso com a satisfação do cliente.


Basicamente, uma empresa é constituída de recursos, Uma das principais tarefas do empreendedor é estruturar

sistema de operações e resultados, conforme ilustra o o sistema de operações, que transforma os recursos em

diagrama abaixo, do livro Administração para Empreendedores: produtos. Isso significa organizar, entre outros fatores de

fundamentos da criação e da gestão de novos negócios, de produção, o local físico da empresa, a sequência dos processos

Antonio Cesar Amaru Maximiano. de transformação, as máquinas, os equipamentos e as pessoas,


o armazenamento, a distribuição e o suprimento de matérias-
primas e componentes.
A visão sistêmica da empresa revela como resultados
não apenas os produtos, mas também o incremento das
competências da mão de obra, o pagamento de impostos, a

FONTE: ANTONIO CESAR AMARU MAXIMIANO imagem da empresa etc. Assim, os resultados destinam-se não

Em essência, as empresas são formadas por grupos de apenas ao consumidor, mas às diversas partes interessadas (ou

pessoas que usam recursos materiais (como capital, espaço, stakeholders) (MAXIMIANO, 2011).

instalações, máquinas, móveis e equipamentos) e recursos


intangíveis (como tempo, informação e conhecimento). As
pessoas são o principal recurso das empresas e de todos os
tipos de organizações.

23
Importante: Os stakeholders são todos os indivíduos,
2. DESENVOLVIMENTO DE
grupos ou organizações que são parte interessada no negócio, UM NEGÓCIO
ou que podem ser afetados direta ou indiretamente (positiva
Ronald Degen aponta os principais motivos para se
ou negativamente) pelas atividades da empresa.
desenvolver um negócio próprio:
• Desejo de ganhar muito dinheiro.
• Desejo de sair da rotina.
• Vontade de ser seu próprio patrão.
• Intenção de desenvolver algo que traga benefícios não
só para si, mas para a sociedade.
• Necessidade de provar para si e aos outros que é capaz
de realizar um empreendimento.

“De acordo com David McClelland, as pessoas podem


ser divididas psicologicamente em dois grandes grupos: uma
minoria que, quando desafiada por uma oportunidade, está
FONTE: PIXABAY
disposta a trabalhar arduamente para conseguir algo, e uma
Uma empresa processa recursos em um sistema de operações,
visando resultados positivos para os seus stakeholders. maioria que, na realidade, não se importa tanto assim. As
pessoas que têm necessidade de realizar se destacam porque,
independente de suas atividades, fazem com que as coisas
aconteçam” (Ronald Degen).

24
Importante: O empreendedor tem, acima de tudo,
a necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática
ideias próprias. Essa característica de personalidade e
comportamento não é fácil de se encontrar.

Degen apresenta as etapas para criação ou


desenvolvimento de um negócio:
1. Identificar oportunidades.
2. Coletar informações.
3. Desenvolver conceitos. FONTE: PIXABAY
4. Identificar riscos. Além de criatividade e iniciativa, desenvolver um novo negócio requer
planejamento e conhecimento sobre administração.
5. Procurar experiências similares.
6. Reduzir riscos.
7. Avaliar potencial de lucro e crescimento.
8. Definir a estratégia competitiva.
9. Elaborar o plano de negócio.
10. Operacionalizar o negócio.

25
3. EMPREENDEDORISMO
A palavra empreendedor vem do latim imprendere,
que significa “colocar em execução”, “decidir realizar
tarefa difícil e laboriosa”. Tem o mesmo sentido da palavra
inglesa entrepreneurship, ao designar comportamento do
empreendedor ou espírito empreendedor.

Importante: “A ideia de um espírito empreendedor está


associada a pessoas realizadoras, que mobilizam recursos e
FONTE: PIXABAY
correm riscos para iniciar organizações de negócios” (Antonio
Maximiano). Um empreendedor geralmente possui perfil com as
seguintes características: criatividade, otimismo, perseverança,
Antonio Maximiano explica as diferenças entre ser capacidade de implementar, disposição para assumir riscos,
empresário ou ter uma empresa e ser empreendedor. senso de autonomia e independência.
Enquanto o empresário representa o lado formal do negócio,
sendo quem estabelece um negócio e o conduz no dia a dia, Curiosidade: Bill Gates, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e
o empreendedor representa o lado criativo e prático, essencial Elon Musk são grandes empreendedores, bastante presentes
para o nascimento, crescimento e para a sobrevivência de na mídia contemporânea. Reflita se eles possuem as
um negócio. “O empresário tem orientação administrativa; o características de empreendedor que estudamos.
empreendedor tem orientação estratégica. Todo empresário
deve ser continuamente empreendedor”. No diagrama a
seguir, Maximiano apresenta os papéis do empreendedor:

26
• Sacrifício pessoal: principalmente nos seus estágios
iniciais de desenvolvimento, um negócio geralmente
toma bastante tempo do empreendedor.
• Sobrecarga de responsabilidades: o empreendedor
acaba acumulando mais tarefas que um funcionário
assalariado regular.
• Pequena margem de erros: empresas novas são mais
vulneráveis às consequências de decisões erradas, que
podem até mesmo comprometer sua sobrevivência.

FONTE: PIXABAY
Além de criatividade, o empreendedor precisa ser otimista,
perseverante e capaz de implementar suas ideias.

Antonio Maximiano descreve as vantagens de se


empreender:
• Autonomia: independência e liberdade para tomar
decisões. Ser chefe de si mesmo.
• Desafio: para o empreendedor, o desafio de iniciar
um negócio é fonte de entusiasmo. A oportunidade de
transformar uma ideia em negócio é recompensadora.
• Controle financeiro: controle sobre o negócio e sobre
FONTE: PIXABAY
seus rendimentos.
Além dos pontos positivos, empreender tem pontos negativos, como o
tempo exigido do empreendedor, a sobrecarga de responsabilidades
e a vulnerabilidade a riscos.
Entretanto, Maximiano alerta que empreender também
apresenta desvantagens:

27
Um dos maiores teóricos do empreendedorismo, Joseph
Schumpeter elaborou no seu livro Capitalismo, Socialismo e Importante: “O empreendedor é o agente do processo de
Democracia, de 1942, o conceito de “destruição criativa”. Para destruição criativa.”
Schumpeter, o que interessa não é a forma como o capitalismo (Joseph Schumpeter).
administra as estruturas existentes, mas como as cria e destrói.

O processo de renovação ou superação de um ciclo


econômico ou paradigma tecnológico geralmente “destrói”
algo já estabelecido (como a caneta esferográfica tornou
obsoleta a caneta tinteiro, ou o transístor tornou obsoleta a
válvula eletrônica).
Processo que muitas vezes leva à falência empresas e
setores até então consolidados.

Para Schumpeter, a destruição criativa é o impulso


fundamental que aciona e mantém em marcha o motor
capitalista, criando constantemente novos produtos, novos
métodos de produção, novos mercados e, implacavelmente, FONTE: ENVATO
sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais
caros. Ronald Degen complementa: “Com o processo de
destruição criativa estamos desenvolvendo a capacidade do
país em produzir, em quantidade suficiente e a preços cada vez
mais acessíveis, os bens e serviços necessários ao bem-estar da
nossa população.”

28
Considerações Finais: Referências:
Os meios de comunicação frequentemente exaltam o CARSTENS, Danielle e FONSECA, Edson. Gestão da
empreendedorismo como uma das soluções para os problemas Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível
econômicos e sociais do país. Nesta unidade, estudamos em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/
o significado do termo, juntamente das características pdf/0
pessoais e profissionais e principais desafios enfrentados
pelo empreendedor. Compreender os recursos e processos DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da
das empresas, sob um enfoque sistêmico, é imprescindível, iniciativa empresarial. Colaborador: Álvaro Augusto Araújo Melo.
assim como saber atuar nas dez etapas de desenvolvimento São Paulo: Makron Books, 1989. Disponível em https://plataforma.
de um negócio – da identificação das oportunidades à bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1098/pdf/0
operacionalização. Concluímos assim que o conhecimento
tecnológico e científico – fomentado nos institutos de pesquisa, HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e
instituições de ensino e universidades – são poderosos aliados Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.
dos atributos de criatividade, otimismo e perseverança que 2. ed. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
compõem o perfil do empreendedor. Publicacao/183207/pdf/0

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração para


Empreendedores: fundamentos da criação e da gestão
de novos negócios. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2011. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/1994/pdf/0

29
PIXABAY. Site internacional de compartilhamento de fotos,
ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:
https://pixabay.com/pt

VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica


da Inovação. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://
plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/184651/pdf/0

30
UNIDADE DE
APRENDIZAGEM

4
EMPREENDEDORISMO
E INOVAÇÃO

AGENTES E CONTEXTOS DA INOVAÇÃO

31
Para início de conversa: Objetivo de Aprendizagem
Estudamos na Unidade 2 a importância da pesquisa do Capítulo:
básica (científica, “pura” e “orientada”), da pesquisa aplicada
• Compreender o que são startups.
e do desenvolvimento experimental para a inovação
• Entender o que são ambientes promotores de
em produtos e processos. Sem esse conhecimento fica
inovação.
praticamente impossível uma empresa inovar. Para
• Conhecer os modelos de hélice tríplice, quádrupla e
ter constante acesso às informações sobre os avanços
quíntupla de inovação.
tecnológicos, as empresas inovadoras procuram se inserir
• Entender o que são ecossistemas de inovação.
e interagir em ecossistemas formados por organizações
públicas e privadas voltadas para esse fim. Universidade,
indústria e governo unem forças para resolver problemas
e buscar melhorias no campo da saúde, transporte, meio
ambiente, qualidade de vida, economia etc. Compreender as
interações entre os integrantes dos ecossistemas de inovação
é fundamental para quem quer dominar o empreendedorismo
atual.

32
1. EMPRESAS INOVADORAS
Estudamos anteriormente o importante papel que a
pesquisa básica (científica, “pura” e “orientada”), a pesquisa
aplicada e o desenvolvimento experimental cumprem para a
inovação em produtos e processos. O livro Gestão da Inovação FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE
(SILVA HELENA HENRIQUES, 2018)
e Competitividade (2018), organizado por Silvia Helena
Henriques, apresenta o modelo linear de inovação formado O modelo interativo deixa claro não apenas o papel
sequencialmente pela pesquisa básica, pesquisa aplicada, fundamental da pesquisa e da gestão do conhecimento para
desenvolvimento, produção e distribuição e comercialização, empresas e órgãos de inovação, como também a necessidade
conforme a ilustração a seguir. de flexibilidade para avançar e retroceder pelas etapas.

Curiosidade: Henry Ford, um dos maiores


empreendedores do século XX, responsável pela fabricação
FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE e comercialização em massa do automóvel, enfatizou a
(SILVA HELENA HENRIQUES, 2018)
importância de antecipar as necessidades dos consumidores
O livro Gestão da Inovação e Competitividade também com a famosa frase: “Se eu tivesse perguntado às pessoas o
traz o modelo interativo de inovação, no qual a pesquisa e o que elas queriam, certamente teriam respondido: cavalos mais
conhecimento são acionados permanentemente nas etapas velozes.”
de análise do mercado potencial ou prospecção tecnológica,
concepção de projeto básico, desenvolvimento, teste, produção, No contexto dos negócios inovadores, um termo
distribuição e comercialização. Etapas que não seguem bastante popularizado nos últimos anos é o de startup. O
necessariamente o fluxo unidirecional – como no caso do termo é caracterizado por uma aura de inovação, remetendo
modelo linear –, mas que podem ser retomadas sempre que a empreendimentos lançados por jovens criativos e livres, que
necessário. desejam ser independentes do jugo de patrões. No livro Gestão

33
de Startups (2020), Elaine Cristina Hobmeir explica que uma contextos de elevada incerteza e que podem apresentar
startup é um modelo criado com base em ideias geradas por grande risco de perda do capital investido, o que dificulta a sua
empreendedores, que se mostra repetível e escalável. Apesar proliferação desordenada. “Há exemplos notórios, tais como
desse modelo ser criado para novas empresas, sua abordagem a Netflix, o Uber e tantas outras empresas que foram criadas
também pode ser adotada em empresas já existentes e em em meio à desconfiança geral e que acabaram se tornando
fase de reengenharia de procedimentos que não lhes deram a fenômenos em suas áreas de atuação, sofrendo muito combate
desejada liderança no mercado. Segundo Hobmeir, “o modelo e, em muitos casos, boicotes severos, devido a deslocarem
criado para as startups é, geralmente, uma solução que nunca muitas pessoas de suas zonas de conforto e ao enfrentamento
foi desenvolvida ou criada para concorrer em mercados que faziam às grandes empresas, que acabaram por substituir”
altamente competitivos, para oferta de produtos que sejam (HOBMEIR, 2020).
melhores que os da concorrência.” Apesar dessas empresas de grande sucesso serem as
primeiras que vêm à nossa mente quando ouvimos falar em
negócios inovadores, na verdade a maioria das startups criadas
não tem vida longa.

FONTE: ENVATO

As startups tecnológicas avaliadas em mais de 1.000


milhões de dólares (sem ter presença na bolsa) são chamadas
de unicórnios. “Estas empresas são avaliadas com base
nas suas oportunidades de mercado e no seu potencial
de mercado, a longo prazo” (SEBRAE, 2022). Entretanto, é
importante saber que as startups são empresas criadas em
FONTE: FREEPIK

34
Importante: “Há um indicativo negativo e que pode
afastar muitos criadores de boas ideias: a grande maioria das
startups criadas tem seu fechamento decretado antes que
completem um ano de atuação no mercado.”
(Elaine Cristina Hobmeir, 2020)

Na unidade 3 estudamos que o empreendedor precisa


ser criativo, perseverante e otimista. Hobmeir (2020) vai além e
se aprofunda no detalhamento dos conhecimentos que quem FONTE: PIXABAY
empreende em novos negócios, ou startups, deve possuir: As startups geralmente são lembradas como negócios inovadores,
gerenciados com criatividade e espontaneidade. Mas por estarem
• Estratégia
inseridas em contextos de elevada incerteza, muitas acabam fechando
• Tecnologia antes de completar um ano de atuação no mercado.

• Marketing Vendas
Diante de um mercado tão dinâmico e desafiador,
• Pessoas
as startups contam com o suporte das aceleradoras. As
• Finanças
aceleradoras são pessoas jurídicas – com ou sem fins lucrativos
• Criatividade
– que se dedicam ao apoio de negócios inovadores iniciais,
• Inovação
ou startups. Em troca, algumas aceleradoras almejam a
• Networking
participação societária futura nos negócios acelerados.
O apoio das aceleradoras é realizado por meio de um
processo organizado onde são cumpridas várias etapas
(seleção, capacitação, mentorias, oportunidades de acesso
a mercados, infraestrutura e serviços de apoio), além do
aporte de capital financeiro inicial próprio ou de sua rede de
investidores (ANPROTEC apud BUSATO, 2020).

35
Importante: As aceleradoras são agentes fortemente
2. AMBIENTES
orientados ao mercado e com capacidade de investimento PROMOTORES DE
financeiro, que cumprem a função de direcionar e potencializar
o desenvolvimento das startups.
INOVAÇÃO
Ambientes de inovação são espaços propícios à inovação
Os empreendedores de startups também podem contar e ao empreendedorismo. São ambientes característicos da
com outro importante agente do contexto da inovação: o economia baseada no conhecimento, que articulam-se com
investidor-anjo. De acordo com o SEBRAE (2022), “o investidor- empresas, Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação
anjo é um profissional com uma certa bagagem de mercado, (ICTs), governos, agências de fomento e organizações da
normalmente empresário, executivo ou profissional liberal, que sociedade civil. São exemplos de ambientes de inovação as
entra na empresa para agregar valor, compartilhando seus instituições de apoio à ciência, tecnologia e Inovação (CT&I),
conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos além instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICT),
de recursos financeiros.” parques tecnológicos, incubadoras de empresas, aceleradoras,
hubs, espaços coworking, open labs etc.
São exemplos de instituições de apoio a ciência,
tecnologia e inovação (CT&I) as universidades, o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação e os Institutos Nacionais de
Ciência e Tecnologia. Uma instituição científica, tecnológica
e de inovação (ICT) é uma entidade pública ou privada que
realiza pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou
tecnológico, ou o desenvolvimento de novos produtos ou
processos.
FONTE: ENVATO

36
No Brasil, 93 iniciativas de parques tecnológicos foram
cadastradas em 2021, sendo 58 parques tecnológicos em
estágio de operação, 13 em estágio de implantação e 22 em
estágio de planejamento; 1.993 empresas e organizações
estavam vinculadas aos parques tecnológicos brasileiros em
2021 (FARIA, 2021).
• Os maiores parques tecnológicos do Brasil são:
• Fundação Unicamp (Campinas)
• Parque Guamá (Belém)
FONTE: PIXABAY
Universidades, parques tecnológicos, incubadoras de empresas e espaços • Parque Tecnológico de Samambaia (Goiânia)
coworking são exemplos de ambientes promotores de inovação.
• Parque Tecnológico de São José dos Campos
Adriana Faria (2021) explica que um parque tecnológico • Parque Tecnológico do Rio (Rio de Janeiro)
é uma organização intermediária entre universidade, indústria • Parque Tecnológico Sapiens (Florianópolis)
e governo, equilibrando as aspirações dos stakeholders e da • Parque Tecnológico TecnoPuc (Porto Alegre)
sociedade para o desenvolvimento sustentável. • Porto Digital (Recife)
Um parque tecnológico é um complexo produtivo
• San Pedro Valley (Belo Horizonte)
industrial e de serviços de base científico-tecnológica que
• Vale da Eletrônica – Inatel (Santa Rita do Sapucaí)
promove a cultura da inovação, da competitividade e da
capacitação empresarial, incrementando a produção de
Curiosidade: Estima-se que no mundo existam mais de
riqueza de uma região. Luciano Busato (2020) comenta que
1.000 parques tecnológicos.
os parques tecnológicos beneficiam os empreendimentos
neles localizados por gerarem um ambiente de cooperação (Adriana Faria, 2021)

entre empresas inovadoras e instituições de C&T. Eles estão


difundidos em todo mundo como instrumentos de política As incubadoras de empresas são instituições que
pública de tecnologia e inovação para o desenvolvimento oferecem infraestrutura e suporte gerencial a empreendedores
regional. nas ações de desenvolvimento das suas ideias rumo ao sucesso

37
3. HÉLICES DA INOVAÇÃO
comercial. Para usufruir desse suporte, é necessário passar por
um processo seletivo com critérios que variam de acordo com
cada incubadora (BUSATO, 2020).
No livro Para Compreender os Ecossistemas de Inovação
De acordo com a Associação Nacional de Entidades
(2022), Cleyson Mello, José Almeida Neto e Regina Petrillo
Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC),
discorrem sobre o conceito da hélice tríplice da inovação, um
a incubação de uma empresa leva o tempo médio de 3 anos.
paradigma de produção de inovação que deixa de ser centrado
Geralmente é no final desse período que o empreendimento
apenas na indústria e passa a se apoiar em três elementos
está pronto para o mercado.
inter-relacionados: as empresas, as universidades e o governo.
As incubadoras podem ser:
“As intenções universidade-indústria-governo formam uma
• De base tecnológica: incubadoras que abrigam
“hélice tríplice” de inovação e constituem a chave para o
empreendimentos que realizam uso de tecnologias.
crescimento econômico e o desenvolvimento social baseados
• Tradicionais: incubadoras que fornecem suporte às
no conhecimento”.
empresas de setores tradicionais da economia.
• Mistas: incubadoras que aceitam tanto
empreendimentos de base tecnológica como de
setores tradicionais.
• Sociais: incubadoras que têm como público-alvo
cooperativas e associações populares
(BUSATO, 2020).

A incubação pode ser desenvolvida em duas FONTE: RODRIGO FERNANDES PISSETTI


modalidades: residente e não residente.
Mello, Almeida Neto e Petrillo (2022) também apresentam
No primeiro modelo, a empresa incubada ocupa um
no seu livro os conceitos da quarta e quinta hélice da inovação. A
espaço dentro das instalações físicas da própria incubadora.
hélice quádrupla caminha no sentido de reconhecer o importante
Já no modelo não residente, a empresa recebe o suporte da
papel da sociedade para a obtenção das metas e objetivos das
incubadora em sua sede própria.

38
4. ECOSSISTEMAS DE
políticas e estratégias de conhecimento e inovação. A sociedade
é, pois, construída e comunicada pela mídia e influenciada pela
cultura e valores. Assim, a hélice quádrupla associa a mídia às INOVAÇÃO
indústrias criativas, cultura, arte, valores e estilos de vida.
O Novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação
Já a quinta hélice da inovação diz respeito à preocupação
(2018) define que os ecossistemas de inovação são “espaços
com os aspectos ecológicos, ou seja, um caminho direcionado à
que agregam infraestrutura e arranjos institucionais e culturais,
proteção socioambiental que deve analisar o desenvolvimento
que atraem empreendedores e recursos financeiros.” O
sustentável e a ecologia social. A hélice quíntupla combina
documento complementa: “Ecossistemas de inovação são
conhecimento, know-how e o sistema natural-ambiental.
lugares que potencializam o desenvolvimento da sociedade
do conhecimento e compreendem, entre outros, parques
científicos e tecnológicos, cidades inteligentes, distritos de
inovação e polos tecnológicos.”
“Um ecossistema de inovação é um ambiente de
aprendizado favorável ao desenvolvimento da inovação.
É normalmente formado por atores como universidades,
entidades do terceiro setor e entidades governamentais que se
unem na busca por inovações”, afirmam Mello, Almeida Neto e
Petrillo (2022).

FONTE: ENVATO Os autores apontam os seguintes elementos como


formadores do ecossistema de inovação:

39
FONTE: LIVRO PARA COMPREENDER OS ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO
(MELLO, ALMEIDA NETO E PETRILLHO, 2022)

Ou seja, o ecossistema de inovação é um termo usado


para se referir aos sistemas interorganizacionais, políticos,
econômicos, ambientais e tecnológicos da inovação em que o
crescimento do negócio é catalisado, sustentado e apoiado.
O diagrama a seguir, também extraído do livro Para
Compreender os Ecossistemas de Inovação (2022), representa
muito bem a interdependência das organizações que
compõem um ecossistema de inovação, e as atividades
correspondentes a cada uma.

40
FONTE: LIVRO PARA COMPREENDER OS ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO
(MELLO, ALMEIDA NETO E PETRILLHO, 2022)

41
Considerações Finais: Referências:
No dinâmico mundo contemporâneo, para competir Associação Nacional de Entidades Promotoras de
em um mercado cada vez mais complexo, as empresas que Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC). Disponível em:
ofertam produtos e processos inovadores precisam aliar- https://anprotec.org.br
se às melhores organizações de pesquisa em busca do
aprimoramento da gestão estratégica do conhecimento. É CARSTENS, Danielle; FONSECA, Edson. Gestão da
necessário conhecer os ambientes promotores de inovação Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível
– física ou virtualmente. Lembrando que esses ecossistemas em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/
são sistemas interorganizacionais, políticos, econômicos, pdf/0
ambientais e tecnológicos, onde os investimentos e o
compartilhamento de informações e experiências devem BUSATO, Luciano Henrique. Atores, políticas e fomento
ser pautados mais no espírito de cooperação do que de à inovação-SNI, lei da inovação, incentivos, venture, capital,
competição. anjos, incubadoras, aceleradoras, startups. Curitiba: Contentus,
2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/187883/pdf/0

FARIA, Adriana Ferreira de. Parques Tecnológicos do Brasil.


Adriana Ferreira de Faria, Andressa Caroline de Battisti, Jaqueline
Akemi Suzuki Sediyama, Jeruza Haber Alves, José Antônio Silvério.
Viçosa, MG : NTG/UFV, 2021.

42
HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e SEBRAE. Investidor-anjo: entenda e veja como atrai-
Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. los ao seu negócio. Disponível em https://sebrae.com.br/sites/
2. ed. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/ PortalSebrae/ufs/ma/noticias/investidor-anjo-entenda-e-veja-
Publicacao/183207/pdf/0 como-atrai-los-ao-seu-negocio,9d36776485c4c710VgnVCM10000
0d701210aRCRD
HOBMEIR, Elaine Cristina. Gestão de startups. Curitiba:
Contentus, 2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com. SEBRAE. A cultura dos unicórnios. Publicado em
br/Leitor/Publicacao/184691/pdf/0 08/12/2022. Disponível em https://sebrae.com.br/sites/
PortalSebrae/artigos/a-cultura-dos-unicornios,5c0caebc123f4810V
MELLO, Cleyson de Moraes; ALMEIDA NETO, José Rogério gnVCM100000d701210aRCRD
Moura; PETRILLO, Regina Pentagna. Para compreender os
ecossistemas de inovação. Rio de Janeiro: Processo, 2022.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/203136/pdf/0

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.


Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br

NOVO MARCO LEGAL DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E


INOVAÇÃO. Disponível em: https://antigo.mctic.gov.br/mctic/
export/sites/institucional/arquivos/marco_legal_de_cti.pdf

PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,


ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:
https://pixabay.com/pt

43
UNIDADE DE
APRENDIZAGEM

5
EMPREENDEDORISMO
E INOVAÇÃO

MODELOS DE NEGÓCIOS

44
Para início de conversa: Objetivo de Aprendizagem
Agora que já dominamos os conceitos básicos de do Capítulo:
inovação, tecnologia e empreendedorismo, podemos
• Aprender a avaliar ideias de negócios.
avançar nas teorias, princípios e ferramentas mais usadas no
• Conhecer os principais modelos de negócios
planejamento e estruturação de novos negócios. Inicialmente,
existentes.
vamos aprender a avaliar novas ideias de negócios, em termos
• Compreender o quadro do modelo de negócio, criado
de concorrência, viabilidade de produção e de mercado,
por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur.
investimento e controle governamental. Em seguida, vamos
estudar os modelos de negócios já amplamente difundidos:
inovação de produto, excelência operacional, relacionamento
com o cliente, cauda longa, plataforma multilateral, grátis,
freemium e isca e anzol. Para concluir a unidade 5, vamos
conhecer o quadro do modelo de negócio, criado por
Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, que pode ser de grande
utilidade para quem deseja empreender.

45
1. AVALIAÇÃO DE IDEIAS
Viabilidade de produção
• Existem componentes e matérias-primas para fazer o

DE NEGÓCIOS produto ou prestar o serviço?


• Existem máquinas, equipamentos e instalações?
Ao avaliar uma ideia de negócio, é necessário considerar
• Existe a mão de obra?
sua concorrência, viabilidade de mercado, viabilidade de
• Qual a necessidade de desenvolvimento e de
produção, controle governamental, investimento inicial e
experimentação?
retorno.
• Qual é o investimento necessário?
Concorrência:
• Quem são os concorrentes?
• Quantos são? Onde estão?
• Quais são suas vantagens competitivas?
• Qual é o alcance e a eficácia de seus canais de
distribuição?
• Há barreiras para novos ingressantes?
• Quais são os fornecedores concorrentes?

Viabilidade de mercado:
• O produto tem compradores potenciais? FONTE: FREEPIK

• Com que frequência o produto seria comprado?


Controle governamental
• Quem compraria?
• Há controles governamentais sobre o produto ou tipo
• Quantos comprariam?
de negócio?
• Onde estão os compradores?
• Há necessidade de licenciamento ou aprovação?
• Qual preço aceitariam?
• Qual o investimento necessário para atender à
legislação?

46
2. MODELOS DE NEGÓCIO
Investimento inicial e retorno
• Qual é o investimento necessário?
• Qual é o período de retorno desse investimento?
Na etapa de planejamento de um novo empreendimento,
é preciso ter em mente que os teóricos da área da gestão já
identificaram padrões que se repetem em muitas empresas
do mundo. Os principais modelos de negócio existentes são:
inovação de produto, excelência operacional, relacionamento
com o cliente, cauda longa, plataforma multilateral, grátis,
freemium e isca e anzol.
Inovação de produto: modelo de negócio no qual o
produto é caracterizado pela alta qualidade, tecnologia e
inovação. Sua entrada antecipada no mercado em relação à
concorrência permite cobrar preços altos e o domínio sobre
grande fatia do mercado.

FONTE: PIXABAY
Curiosidade: Com o seu IPhone, a Apple oferece um
Antes de iniciar um negócio, é necessário avaliar adequadamente
sua concorrência, viabilidade de mercado, viabilidade de produção, bom exemplo de inovação de produto. Cada nova linha do
controle governamental, investimento inicial e retorno.
smartphone apresenta inovações tecnológicas surpreendentes,
inéditas nos equipamentos concorrentes.

Excelência operacional: modelo de negócio em que a


produção em grandes volumes possibilita o baixo custo do
produto que chega ao consumidor, em economia de escala. O
foco está na padronização, na previsibilidade e na eficiência das
operações.

47
Relacionamento com o cliente: modelo de negócio com compras de produtos relacionados. A intenção é obter maior
forte orientação para o serviço. A mentalidade é: “o cliente em lucro nas negociações futuras.
primeiro lugar.” Exige alto custo para atração e retenção dos
clientes. Curiosidade: Um bom exemplo de modelo de negócio
Plataforma multilateral: modelo de negócio que “isca e anzol” está no segmento das impressoras domésticas
aproxima grupos distintos, cria valor ao facilitar a interação e seus cartuchos de tinta. Enquanto as impressoras são
entre eles. Fundamenta-se no “efeito de rede”: sua relevância comercializadas com preços bem acessíveis, a venda dos
cresce com o aumento do número de usuários. cartuchos proporciona lucros bem maiores.

Freemium: modelo de negócio que combina serviços


básicos gratuitos com serviços pagos. Exemplo: sites onde
parte do conteúdo é liberado para o público em geral, parte é
exclusiva para assinantes.
Grátis: modelo de negócio em que um grupo não
pagante (consumidor) é financiado por outro segmento ou
outros segmentos de clientes.

FONTE: PIXABAY
Negócios como o Airbnb são exemplos de plataforma multilateral.

Cauda longa: modelo de negócio que procura “vender


menos de mais”. A intenção é ofertar um grande número de
produtos de nicho, de vendas infrequentes.
Isca e anzol: modelo de negócio onde uma oferta inicial FONTE: PIXABAY
Alguns jornais, financiados pelos anunciantes, são distribuídos
atraente, barata ou gratuita compromete o cliente em futuras
gratuitamente para os leitores. Trata-se do modelo de negócio “grátis”.

48
3. QUADRO DO MODELO
DE NEGÓCIO
Alexander Osterwalder e Yves Pigneur (2011) elaboraram
uma representação gráfica extremamente útil para se
compreender um negócio, estruturada em nove blocos
constitutivos básicos:
• Proposta de valor
• Segmentos de clientes
• Relações com os clientes
FONTE: RODRIGO FERNANDES PISSETTI, ADAPTADO DE ALEXANDER
• Canais OSTERWALDER E YVES PIGNEUS (2011)

• Fluxos de rendimento Proposta de valor: pode ser novidade, desempenho,

• Atividades-chave adaptação ao cliente, (customização), design, marca/

• Recursos-chave status social, preço, redução de custos, redução do risco,

• Parceiros-chave acessibilidade ou conveniência/facilidade de uso.

• Estrutura de custos Segmentos de clientes: Mercado de Massas. Nicho de


Mercado. Segmentado. Diversificado. Plataformas multilaterais.

Segundo os autores, o quadro de modelo de negócio já Relações com os clientes: Assistência pessoal. Assistência

foi usado com sucesso por grandes empresas mundiais como pessoal dedicada. Autosserviço. Comunidades. Cocriação.

a IBM, a Ericsson e a Deloitte. “Essa representação ilustrada e As relações com os clientes geralmente são motivadas para

sintética é um instrumento de grande utilidade para descrever, aquisição de clientes, retenção de clientes e/ou aumento das

visualizar, avaliar e modificar modelos de negócio. Descreve vendas. Que tipo de relação os nossos segmentos de clientes

a lógica de como uma organização cria, proporciona e obtém esperam que a empresa mantenha com eles? Quais são as

valor.” relações já estabelecidas? Essas relações são muito onerosas?


Como é que se integram com o restante do modelo de negócio?

49
Canais: os canais são as vias pelas quais uma empresa se Estrutura de custos: Custos fixos. Custos variáveis.
comunica, influencia e entrega os produtos comercializados Economias de escala. Economias de âmbito.
aos seus clientes. Eles viabilizam os fluxos informacional, Produção: atividades que dizem respeito à concepção,
material e financeiro. Os canais podem ser diretos (mantidos design, fabricação e entrega de um produto em quantidades
pela própria empresa – como sua força de vendas ou site na substanciais e/ou de qualidade superior. A atividade de
internet) ou indiretos. Os canais indiretos podem ser próprios produção domina os modelos de negócio das empresas
(como no caso das lojas de varejo de propriedade da empresa) transformadoras.
ou de parceiros (como distribuição atacado, varejo ou sites de Resolução de problemas: procuram encontrar soluções
terceiros). novas para os problemas individuais dos clientes (exemplo:
Fluxos de rendimento: Venda de ativos. Taxa de consultorias, hospitais, organizações de serviços etc.) Os seus
utilização. Assinaturas. Empréstimo/arrendamento/leasing. modelos de negócio pedem atividades como a gestão do
Licenciamento. Comissões de intermediação. Publicidade. conhecimento e a formação contínua.
Plataforma/rede: redes, plataformas de encontro,
Importante: Quando, considerando os nove blocos do software e até marcas podem funcionar como plataformas
quadro de Osterwalder e Pigneur, a ênfase está mais nos (exemplo: Mercado Livre, sites de Marketplace). As atividades-
segmentos de clientes, nas relações com os clientes, nos chave desta categoria dizem respeito à gestão da plataforma,
canais e nos fluxos de rendimento, a orientação do modelo de ao fornecimento de serviços e à promoção da plataforma.
negócios está direcionada ao valor. O modelo de negócio da Visa exige atividades de relações
e transações entre comerciantes, clientes e bancos. O
Atividades-chave: podem ser de produção, resolução de da Microsoft exige a gestão da interface entre os outros
problemas e plataforma/rede. vendedores de software e a sua plataforma de sistema
Parceiros-chave: Alianças estratégicas. operativo, o Windows.
Empreendimentos conjuntos para desenvolver novos negócios. Recursos-chave: abrangem os recursos materiais,
Relações comprador-fornecedor para garantir fornecimentos. humanos, financeiros e informacionais.
Cooperação (parcerias estratégicas entre concorrentes).

50
Importante: Quando, considerando os nove blocos do
Considerações Finais:
quadro de Osterwalder e Pigneur, a ênfase está mais nas
Os modelos de negócios que conhecemos nesta unidade
atividades-chave, nos recursos-chave, nos parceiros-chave e na
– inovação de produto, excelência operacional, relacionamento
estrutura de custos, a orientação do modelo de negócios está
com o cliente, cauda longa, plataforma multilateral, grátis,
direcionada à eficiência.
freemium e isca e anzol – podem ser combinados e adaptados,
de acordo com as características e demandas do mercado
consumidor. Cabe ao empreendedor, sustentando suas
decisões em sólidas informações obtidas em pesquisas,
estruturar sua empresa de forma inovadora e competitiva.
Para o planejamento e gerenciamento, o quadro do modelo
de negócios de Osterwalder e Pigneur é uma excelente
ferramenta.

FONTE: RODRIGO FERNANDES PISSETTI, ADAPTADO DE ALEXANDER


OSTERWALDER E YVES PIGNEUS (2011)
Quando, considerando os 9 blocos do quadro de Osterwalder e
Pigneur, a ênfase está mais nas atividades-chave, recursos-chave,
parceiros-chave e estrutura de custos, a orientação do modelo de
negócios está direcionada à eficiência. Quando a ênfase está mais
nos segmentos de clientes, relações com os clientes, canais e fluxos de
rendimento, a orientação do modelo de negócios direcionada ao valor.

51
Referências:
DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da
iniciativa empresarial. Colaborador: Álvaro Augusto Araújo Melo.
São Paulo: Makron Books, 1989. Disponível em: https://plataforma.
bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1098/pdf/0

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração para


Empreendedores: fundamentos da criação e da gestão
de novos negócios. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2011. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/1994/pdf/0

OSTERWALDER, Alexander; PIGNEUR, Yves. Business Model


Generation – inovação em modelos de negócios. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011.

PIXABAY. Site internacional de compartilhamento de fotos,


ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:
https://pixabay.com/pt

VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica


da Inovação. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://
plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/184651/pdf/0

52
UNIDADE DE
APRENDIZAGEM

6
EMPREENDEDORISMO
E INOVAÇÃO

PLANEJAMENTO E GESTÃO
DA INOVAÇÃO

53
Para início de conversa: Objetivo de Aprendizagem
O empreendedor dedicado a um negócio inovador do Capítulo:
precisa dominar conhecimentos e desenvolver competências
• Compreender o papel do planejamento e da gestão na
para gerir recursos materiais, financeiros e humanos. Tem
inovação.
que ser capaz de identificar oportunidades e ameaças
• Conhecer os principais modelos de negócios
ao seu empreendimento, e de estruturar um plano de
existentes.
negócios realista e eficaz. O bom empreendedor também
• Entender o papel do gerenciamento de equipes na
possui os atributos de um líder que sabe fomentar a cultura
inovação.
organizacional e conduzir as pessoas no processo de inovação.
• Conhecer os conceitos de aprendizado organizacional
“Compreender como é possível incorporar a inovação em sua
e cultura organizacional para a inovação.
organização – e criar uma capacidade de inovação interna
robusta – é um imperativo para qualquer empresa que opera
no mundo dinâmico atual”, afirma Larry Keeley.

54
1. PLANEJAMENTO E
As forças e fraquezas correspondem ao microambiente
organizacional, enquanto as oportunidades e ameaças dizem

GESTÃO respeito ao macroambiente.

Edelvino Razzolini Filho (2012) orienta quem está


Importante: Além da análise SWOT, o diagnóstico do
interessado em empreender a:
micro e macroambiente organizacional pode ser feito com
• Escolher um ramo de negócio compatível com seus
ferramentas como a matriz BCG, a matriz de Ansoff e a análise
conhecimentos e sua satisfação pessoal.
competitiva (“cinco forças”) de Michael Porter.
• Estabelecer expectativas realistas.
• Elaborar um planejamento estratégico competitivo.
Além do mapeamento ou diagnóstico do micro e do
• Gerenciar o negócio de olho nas transições do mundo
macroambiente empresarial, são características centrais
empresarial.
da gestão da inovação a otimização, a criatividade, a
produtividade, a competitividade e a lucratividade.
É possível observar que o planejamento e o
gerenciamento são tarefas centrais do empreendedorismo. Um
bom planejamento começa com a identificação ou diagnóstico
dos pontos fortes e fracos que a empresa possui em seu
microambiente, em termos de recursos materiais, humanos,
financeiros e informacionais, paralelamente a uma análise do
seu macroambiente, constituído pelas dimensões tecnológica,
econômica, legal, política, social, ambiental e cultural.
Uma ferramenta bastante utilizada para as análises de
micro e macroambiente é a matriz SWOT, uma abreviação de FONTE: PIXABAY
Na análise SWOT, as forças (strengths) e fraquezas (weaknesses)
Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas),
correspondem ao microambiente da empresa, enquanto
Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). oportunidades (opportunities) e ameaças (ameaças)
correspondem ao seu macroambiente.

55
2. PLANO DE NEGÓCIO
A partir dos textos de Paulo Zavadil (2013), Edelvino
Razzolini Filho (2012), Egon Wildauer (2012), é possível concluir

Um plano de negócio é um documento que descreve que basicamente um plano de negócios deve respeitar a

detalhadamente os aspectos de um novo empreendimento, ou seguinte estrutura:

de uma estrutura empresarial já existente. Ele é extremamente • Sumário executivo (síntese dos principais pontos do

útil para definir os objetivos do negócio, analisar seu mercado- plano)

alvo e estabelecer estratégias de marketing, finanças e gestão • Descrição da empresa (estrutura, localização, diretrizes

de pessoas. da empresa)

Um plano de negócio serve como um guia estratégico • Análise do mercado (análise do macroambiente,

para empreendedores, investidores e instituições financeiras, análise dos riscos)

ajudando a avaliar a viabilidade do negócio, a tomar decisões • Definição do público-alvo

informadas e a comunicar a visão e as estratégias da empresa. • Definição dos objetivos

Ele também pode ser usado internamente para orientar as • Definição das estratégias (de produto, de comunicação,

operações e monitorar o desempenho do negócio ao longo do de preço)

tempo. • Plano de marketing e vendas


• Plano de recursos humanos
• Plano financeiro

Citando Ades (2013), Silvia Henriques (2018) contextualiza


o processo de inovação, a estratégia organizacional e a
capacidade de inovar na seguinte representação visual:

FONTE: PIXABAY
Um plano de negócio é um documento que descreve detalhadamente os
objetivos, estratégias e projeções de um empreendimento.

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3. QUADRO DO MODELO
DE NEGÓCIO
Carstens e Fonseca (2019) discorrem sobre o papel das
pessoas, ou dos funcionários e colaboradores da organização,
em um processo de inovação.
Equipe: reunião de indivíduos em torno de objetivos
comuns, comprometidos e envolvidos. Soma de inteligências
bem lideradas, em que há sinergia e eficiência.
Grupo: não é o mesmo que equipe. Pode ser apenas uma
reunião de trabalhadores em torno de um fim comum, mas

FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE envolta em subjetividades e situações que influenciam seus
ADES (2013) ADAPTADO POR SILVIA HENRIQUES (2018)
desempenhos, aquém do esperado: uma gestão ou liderança
ineficaz pode contribuir para isso.
Atividade de gestão ou liderança: deve-se extrair das
equipes o que elas tiverem de melhor a oferecer para o
desenvolvimento de inovações.
Pessoas-chave: lideranças de equipes com papéis
específicos, seja por terem conhecimentos diferenciados, seja
para efetuarem mediação entre a alta gestão e as equipes
das quais estão à frente. Uma gestão ou liderança eficiente é
determinante para isso.

57
“Compreender como é possível incorporar a inovação em
Importante: Um grupo de profissionais não sua organização – e criar uma capacidade de inovação interna
forma necessariamente uma equipe. Em sinergia, um robusta – é um imperativo para qualquer empresa que opera
complementando a atividade do outro, os membros de uma no mundo dinâmico atual”, afirma Larry Keeley. Para isso, é
equipe trabalham cooperativamente, em busca dos mesmos necessário que o empreendedor tenha noções sobre cultura
objetivos ou propósitos. organizacional para inovação e aprendizado organizacional.
Conforme Tidd e Bessant (2017), citados por Carstens e
A partir de Vasconcellos et al. (2017), Silvia Henriques Fonseca (2019), a cultura organizacional para inovação possui as
(2018) identifica o papel do meio inovador interno, das pessoas, seguintes características:
dos processos de inovação e dos resultados, de forma interativa, • Trabalho em equipes interdisciplinares.

na roda da inovação. Na posição central estão localizadas a • Intercâmbio de conhecimento entre departamentos.

liderança e a estratégia. • Estímulo à autonomia, à liberdade e à criatividade.


• Capacidade de adaptação a mudanças.
• Ciência de que é necessário lidar com incertezas.
• Flexibilidade e adaptabilidade.
• Definição de regras de socialização e respeito ao
próximo no ambiente de trabalho.
• Cultura organizacional ética, na qual a postura dos
líderes sirva de exemplo e de incentivo.
• Estabelecimento de sistemas de reconhecimento e
recompensas.

Importante: “A inovação é um esporte de equipe. Na


verdade, uma organização que depende apenas de inovadores
individuais está fadada ao fracasso.”
FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE (Larry Keeley et al., 2015)
VASCONCELLOS ET AL. (2017) ADAPTADO POR SILVIA HENRIQUES (2018)

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Considerações Finais:
Segundo os mesmos autores, o aprendizado
organizacional é decorrente de:
• Tentativas, erros e acertos em projetos de pesquisa.
O monitoramento das pesquisas e o gerenciamento de
• Opinião de clientes, por meio de estudos que apontem
informações permitem que o empreendedor acompanhe as
necessidades, incluindo-os nas pesquisas.
mudanças e tendências do mercado, domine as tecnologias
• Assimilação de ideias de outras empresas. Imitação e
emergentes e identifique oportunidades de inovação.
aperfeiçoamento de outros produtos.
Para desenvolver produtos ou processos diferenciados,
• Cultivo incansável de novas ideias.
também é necessário saber planejar e gerenciar recursos
materiais e financeiros, assim como liderar pessoas em um
ambiente de trabalho motivador, de aprendizado e cultura
organizacional para inovação. Possuindo essas competências,
o empreendedor aumenta significativamente as chances de
sucesso do seu negócio.

FONTE: PIXABAY
Também é papel do empreendedor motivar e conduzir equipes de
colaboradores, canalizando seu potencial individual e coletivo para a
inovação.

59
Referências:
RAZZOLINI FILHO, Edelvino. Planos de negócios para o
século XXI. Curitiba: InterSaberes, 2012. Disponível em https://

CARSTENS, Danielle; FONSECA, Edson. Gestão da plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/6008/pdf/0

Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível


em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/ WILDAUER, Egon Walter. Plano de negócios: elementos

pdf/0 constitutivos e processo de elaboração. Curitiba: InterSaberes,


2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/

FERNANDES, Ciro Francisco Burgos; RIBEIRO, Edelclayton. Publicacao/6098/pdf/0

O empreendedor: plano de negócios do empreendedor. São


Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. Disponível em: https:// ZAVADIL, Paulo Ricardo. Plano de negócios: uma

plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3318/pdf/0 ferramenta de gestão. Curitiba: InterSaberes, 2013. Disponível em:


https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/9941/pdf/0

HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e


Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.
2. ed. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/183207/pdf/0

KEELEY, Larry et al. Dez tipos de inovação: a disciplina de


criação de avanços de ruptura. Trad. Beth Honorato. São Paulo:
DVS Editora, 2015.

PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,


ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:
https://pixabay.com/pt

60
Encerramento do E-book:
Estudamos na nossa disciplina que o empreendedorismo
e a inovação tecnológica são fundamentais para a prosperidade
econômica, para o avanço social e para o progresso humano.
Nas mais diversas áreas – da agricultura ao esporte, da saúde à
educação, das engenharias ao entretenimento –, a associação
do empreendedorismo com a inovação tecnológica pode levar
à superação de problemas complexos, gerar o desenvolvimento
ambiental sustentável e melhorar significativamente a qualidade
de vida das pessoas. Para isso, o empreendedor deve possuir
competências, habilidades e atitudes bastante específicas. Deve
ser criativo, proativo, resiliente e possuir visão estratégica. O
empreendedor também deve conhecer as fontes, os ambientes
promotores e os ecossistemas de inovação, saber analisar
modelos e estruturar planos de negócios, e ser capaz de aplicar
a pesquisa e o conhecimento científico no aprimoramento de
produtos.

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