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1 Aula teórica 1: Empreendedorismo e Inovação

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNIO DE GAZA


CADEIRA DE EMPREENDEDORISMO

AULA TEÓRICA NO 1

EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Objectivo Geral da Aula
Estudar os conceitos gerais de empreendedorismo

Objectivos Específicos da Aula


Definir o empreendedorismo considerando a sua integração no curso;
Diferenciar invenção, inovação e criatividade;
Tipos de inovação;
Perceber a importância da criatividade e inovação para o sucesso dos
empreendimentos;
Diferenciar empreendedor e administrador/gestor;

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1. EMPREENDEDORISMO
A palavra Empreendedor tem origem francesa “Entrepreneur”, que quer dizer aquele que assume
os riscos e começa algo novo.

Para Filion (apud Dolabela, 1999a), a literatura a respeito da definição sobre empreendedorismo
apresenta divergências. Duas correntes do pensamento abordam o conceito de empreendedor
de formas diferentes: os economistas o associam à inovação enquanto os comportamentalistas
se concentram nos aspectos, criativo e intuitivo.

“Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor dedicando o tempo e os


esforços necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e
recebendo as consequentes recompensas da satisfação e independência econômica e
pessoal” (HISRICH, 2004, p. 29).

Empreendedorismo é uma actividade que consiste na capacidade de um indivíduo, isolado ou


integrado numa organização, identificar uma oportunidade e criar um negócio. Tem sua origem
no termo empreender, que significa realizar, fazer ou executar. Empreender é, ainda, agregar
valor, saber identificar oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo.

2. EMPREENDEDOR
Para (Drucker, 1993), a designação de “empreendedor” não pode ser aplicada a todos e
qualquer indivíduo que começa um pequeno negócio.
✓ É aquele que identifica uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela
assumindo riscos;
✓ (Fortin 1992 apud, DOLABELA, 1999) define o empreendedor como o indivíduo com
capacidade de transformar um problema em uma oportunidade de negócios e,
consequentemente, criar uma empresa viável;

“O que é preciso para que alguém se torne um empreendedor?”

Considere os indivíduos a seguir para cada um deles, faça a si mesmo esta pergunta: “Essa
pessoa é, de fato, um empreendedor?”.

Uma mulher que gosta de fazer aperitivos para as festas que dá em sua casa e é sempre
elogiada pelos amigos(as), que lhe dizem como são gostosos, abre uma empresa para
fazer e vender esses aperitivos.
Um pesquisador universitário envolvido em pesquisa básica sobre a bioquímica da vida
faz importantes descobertas que ultrapassam as fronteiras de sua área; no entanto, ele

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não possui interesse em identificar os usos práticos de suas descobertas e não faz
nenhuma tentativa a esse respeito.
Após ser “cortado” de seu emprego de gerente, um homem de meia-idade tem a idéia
de processar pneus velhos de uma maneira especial para produzir cercados para jardins
(bordas que mantêm os diferentes tipos de plantas separadas).
Um oficial reformado do exército desenvolve a idéia de comprar do governo veículos
anfíbios obsoletos e usá-los em uma empresa especializada em viagens para regiões
selvagens e remotas que pretende abrir.
Uma jovem cientista da computação desenvolve um novo software muito melhor do que
qualquer um disponível atualmente no mercado; ela busca capital para abrir uma
empresa e vender o produto

Quais desses indivíduos são empreendedores? À primeira vista, você pode ficar tentado a
concluir que apenas os dois últimos são empreendedores de fato – que apenas eles estão
criando algo realmente novo. No entanto, acreditamos que todas essas pessoas, com exceção
do pesquisador universitário, são empreendedoras. Por quê? Lembre-se de nossa definição: o
empreendedorismo envolve reconhecer a oportunidade para criar algo novo – e isso não precisa
ser um novo produto ou serviço. Muito pelo contrário, pode se tratar de reconhecer uma
oportunidade para desenvolver um novo mercado, usar uma nova matéria-prima ou
desenvolver um novo meio de produção, para mencionar apenas algumas possibilidades.

Assim, em essência, o empreendedorismo requer a criação ou o reconhecimento de uma


aplicação comercial para uma coisa nova. A nova aplicação comercial pode assumir diferentes
formas, mas simplesmente inventar uma nova tecnologia, produto ou serviço ou gerar uma nova
ideia não é suficiente por si só.

Muitas invenções nunca resultam em produtos reais pelo simples motivo de não oferecerem
benefícios comerciais (ou porque ninguém imagina um uso comercializável para elas), não
podendo, assim, servir de base para uma nova empresa lucrativa.

Para concluir em qualquer definição de empreendedorismo encontramos os seguintes aspectos


de referentes ao empreendedor:

Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;


Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e
económico onde vive;
Aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar.

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3. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE

Como ser criativo? Como ser inovador? Como a criatividade e a inovação podem contribuir
para o sucesso do empreendimento?

▪ A invenção é aceite como a criação de algo novo que não existia antes.
▪ A Inovação entende-se como alterações a algo estabelecido, introduzindo algo novo ou
melhorado, oferecendo valor para os clientes ou utilizadores.
▪ A criatividade está focada em pensar em coisas novas. Em outras palavras criar é inventar
algo e inovar é transformar esse novo em algo que sirva às pessoas, ou seja, que possa
ter valor utilidade.
▪ Empreender é transformar esse novo (produto, serviço) que tem utilidade, em negócio;
Assim, um trabalho, uma ação, uma invenção, uma criação que não sirvam às pessoas, não
surtem efeito. Empreender, então, é fazer chegar, aquilo que foi criado e que tem uma utilidade,
a quem precisa e que, ao mesmo tempo, gere lucro a quem produz.

4. TIPOS DE INOVAÇÕES
4.1 Inovação incremental ou de continuidade
A inovação incremental altera um produto, processo ou serviço, melhorando o valor, sem
“destruir” a solução que estava a ser usada. Consiste na introdução de pequenas alterações, de
forma contínua, em produtos, processos ou serviços.

4.2 Inovação radical ou disruptiva

A inovação radical cria uma solução nova, substituindo completamente a solução anterior, ou
respondendo a uma necessidade pela criação de uma solução que não existia.
Exemplos: O telefone, o mp3, a fotografia digital, a WEB, podem aceitar-se como inovações
radicais.
5. IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE
Os clientes baseiam as suas opções de compra na perceção de valor, dos produtos e serviços
que lhe são apresentados. A noção de valor surge como a relação entre os benefícios que o
produto ou serviço lhes oferece e o preço que lhes é pedido. Assim, uma empresa, para garantir
vantagens competitivas, deve ser capaz de apresentar produtos, serviços novos ou com
benefícios que superem os concorrentes ou, em alternativa, produtos semelhantes a preços
inferiores.

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5 Aula teórica 1: Empreendedorismo e Inovação

Dornelas (2001,) expõe alguns dos legados deixados pelo empreendedorismo no mundo. A
seguir algumas invenções e conquistas do século XX:
• 1915: teoria geral da relatividade de Einstein;
• 1923: aparelho televisor;
• 1928: penicilina;
• 1937: nylon;
• 1943: Computador;
• 1945: bomba atômica;
• 1947: descoberta da estrutura do DNA abre caminho para a engenharia
• genética;
• 1957: Sputnik, o primeiro satélite;
• 1958: laser;
• 1961: o homem vai ao espaço;
• 1967: transplante de coração;
• 1969: o homem chega à Lua; início da Internet, Boing 747;

Actividade 1: Mencionar as diferenças entre gestor de uma empresa e empreendedor.

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