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CURSO DE PEDAGOGIA

Gestão da Educação em Ambientes Não Escolares Atividade de Estágio Projeto:


Incentivo à leitura em ONG

Nome:Camila Maria Lucena de Lime

RA: 2010935

Ferraz de Vasconcelos – SP 2022


1 - APRESENTAÇÃO DO PROJETO:

É notório que na atualidade a tecnologia vem dominando espaços e ocupando


um papel de destaque no Brasil. Isso pode ser visto como uma coisa boa, no entanto,
analisando por outro ponto de vista é possível verificar o distanciamento e a falta de
interesse do ato da leitura que essa prática tem ocasionado nas crianças. Cada vez mais,
o hábito da leitura é escasso e as consequências são inevitáveis, como erros de
ortografia, uma língua culta pobre, dificuldade na compreensão de textos, falta de
coesão e coerência e baixa produtividade na produção de textos, levando a um
rendimento escolar cada vez mais distante do desejado. Estimular a prática da leitura
para que faça parte do cotidiano das crianças não só dentro da escola é importante, e
nesse contexto as ONGs (Organizações Não Governamentais) exercem um papel
relevante na transformação da sociedade, auxiliando em diversos setores em busca de
solucionar conflitos existentes já há bastante tempo.

1.1 – JUSTIFICATIVA:

O hábito de ler é um ato de extrema importância para o ser humano, pois através
dele se adquire vários conhecimentos. Na infância, isso deve ser estimulado para que
desde cedo essa prática se torne prazerosa e contribua para o desenvolvimento cognitivo
das crianças, facilitando assim que ela se torne um adulto leitor. Quando uma criança lê
ou mesmo ouve uma história, ela é transportada para outras dimensões, sente diversas
sensações e a sua imaginação entra em ação. Nesse sentido, Abramovich (1989, p. 17)
afirma:

Ler histórias para criança, sempre, sempre... É poder sorrir, rir, gargalhar com
as situações vividas pelas personagens, com a ideia do conto ou com o jeito
de escrever de um autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse
momento de humor, de brincadeira, de divertimento... É também suscitar o
imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é
encontrar outras ideias para solucionar questões (como as personagens
fizeram...). É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos,
dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos.

Assim, fica de fácil compreensão que a leitura exerce grande contribuição para a
inserção das crianças na cultura letrada, devendo esse
hábito ser incentivado na infância, oferecendo momentos de fantasia e imaginação,
impulsionando dessa forma o interesse por diversas outras leituras. Vale destacar que
além de ler, é interessante fazer interpretações de maneira divertida, prendendo a
atenção dos pequenos e auxiliando em todo esse processo, pois a leitura contribui para o
crescimento intelectual da criança, formando um indivíduo com senso crítico, reflexivo
e aumentando a sua criatividade e o seu aprendizado.
Ler para crianças demanda empenho e boa vontade. É importante que elas
tenham contato com variados tipos de texto e leitura como livros, revistas, jornais, gibis,
bilhetes, entre outros, pois isso servirá de base para que vá se formando um
entendimento sobre as características formais da linguagem. Para que se amplie o
imaginário da criança, deve-se diversificar as histórias lidas. De acordo com Coelho
(2000, p. 34, grifos do autor):

Predomínio absoluto da imagem (gravuras, ilustrações, desenhos, etc.), sem


texto escrito ou com textos brevíssimos, que podem ser lidos ou dramatizados
pelo adulto, a fim de que a criança comece a perceber a inter-relação entre o
mundo real que a cerca e o mundo da palavra que nomeia esse real. É a
nomeação das coisas que leva a criança a um convívio inteligente, afetivo e
profundo com a realidade circundante.

Dessa forma, esse projeto de justifica com o objetivo de envolver as crianças


com o mundo letrado, oferecer momentos de interação e descobrir o prazer da leitura,
impulsionando e conscientizando sobre a importância desse universo que transporta
para outras dimensões, desperta sensações e novas emoções e proporciona diferentes
experiências. No intuito de proporcionar às crianças de abrigos, condições para exercer
a leitura por meio de livros e materiais impressos, o processo de ensino-aprendizagem é
fortemente trabalhado com elas. Nesse cenário, as ONGs (Organizações Não
Governamentais) podem cooperar para o desenvolvimento de uma escola de qualidade.

1.2 – OBJETIVOS:

1.2.1 – OBJETIVO GERAL:


Impulsionar o prazer pela leitura, estimulando a imaginação e a criatividade,
bem como desenvolvendo o potencial criativo e cognitivo infantil, trabalhando variados
gêneros textuais, ampliando sua cultura e incentivando a socialização com outras
crianças.

1.2.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

✔ Incentivar nas crianças o desejo pela leitura;


✔ Colaborar para um enriquecimento cultural da linguagem formal;
✔ Proporcionar momentos de interação e reflexão;
✔ Estimular a criatividade, a imaginação e o sistema cognitivo das crianças;
✔ Promover conhecimento e aprendizado de gêneros textuais variados;
✔ Desenvolver pequenos leitores desde a infância.

1.3 – PÚBLICO-ALVO:

Crianças de 5 a 12 anos e apoios.

1.4 – METAS A ATINGIR:

Ao finalizar esse projeto de intervenção pedagógica, se espera que os objetivos


pretendidos tenham sido alcançados, contribuindo para a formação de leitores
pensantes, críticos e reflexivos.

1.5 – METODOLOGIA:

A metodologia utilizada nesse projeto tem como finalidade obter os resultados


esperados sendo realizada de acordo com o cronograma a seguir:

Etapa 1: Coleta de dados sobre as crianças que serão atendidas pelo projeto; Etapa 2:

Elaboração do projeto e apresentação à equipe da ONG;


Etapa 3: Realização do projeto com atividades de leituras diversificadas (leitura de
diversos gêneros textuais, discussão sobre as leituras, releitura de textos lidos, produção
de história em quadrinhos, construção de textos variados), em ambientes aconchegantes
como ao ar livre e nos espaços da ONG.

1.6– RECURSOS:

1.6.1 – RECURSOS HUMANOS:

Pedagogo, crianças e equipe da ONG.

1.6.2 – RECURSOS MATERIAIS:

● Livros infantis;
● Lápis grafite e lápis de cor;
● Papel;
● Revistas;
● Gibis;
● Materiais impressos;
● Cartolina;
● Caixa de som;

2 - ETAPAS DO PROJETO:

Esse projeto será realizado em nove encontros, sendo nas quartas-feiras e sextas-
feiras com duração de 2 h cada encontro.

Data
Atividades Carga
desenvolvidas horária
Sexta-feira Leitura do conto de fadas Rapunzel – Criação de novo final para a 02 horas
história com ideias das crianças;
Quarta-feira Leitura de cantigas de roda para aprender as letras – Brincadeira de 02 horas
roda cantando as letras aprendidas;
Sexta-feira Leitura de gibi da Turma da Mônica – Releitura da história; 02 horas
Quarta-feira Leitura de uma notícia de revista e um jornal – Produção de notícia, 02 horas
pelos alunos;
Sexta-feira Leitura de cartas – Elaboração de carta de um colega para outro 02 horas
colega escolhido;
Quarta-feira Leitura dos poemas A centopeia (Marina Colasanti) e A porta 02 horas
(Vinícius de Moraes) – Produção de poema pelas crianças;
Sexta-feira Leitura da fábula A cigarra e a formiga – Interpretação de texto e 02 horas
releitura da história;
Quarta-feira Leitura de receita – Criação de uma receita que os alunos gostem; 02 horas

Sexta-feira Finalização do projeto com competição de jogos de palavras 02 horas


Total 18 horas

3 - DETALHAMENTO DAS FUNÇÕES DO PEDAGOGO:

O pedagogo realizará as seguintes atividades para execução do projeto:

● Coletar informações referentes ao perfil das crianças atendidas no abrigo;


● Construção do projeto a partir dos dados obtidos;
● Realização de ações na comunidade a fim de arrecadar livros e materiais para
uso no projeto;
● Escolha das atividades e materiais utilizados para trabalhar com as crianças;
● Planejamento dos espaços físicos de forma que fiquem agradáveis para
realização do projeto;
● Instantes de leitura e releitura de diversos gêneros textuais;
● Momento de reconhecimento e valorização da participação e do interesse das
crianças no projeto;
● Análise dos resultados positivos obtidos, bem como das dificuldades enfrentadas
para que o projeto acontecesse;
● Produção de registros dos momentos mais importantes da realização desse
projeto com os alunos.

4 - REGISTRO REFLEXIVO:
Um profissional de pedagogia está devidamente capacitado para atuar em
diversos campos além da escola. Um segmento importante e favorável para a sua
atuação é nas ONGs (Organizações Não Governamentais) onde, exercendo uma
pedagogia social, ele é capaz de organizar formas de levar conhecimentos e aprendizado
para aplicação em espaços coletivos, desenvolvendo as potencialidades de crianças que
estejam em posição social desfavorecida, promovendo a igualdade de direitos e
estimulando novas experiências para serem vivenciadas.

[...] as práticas da educação não formal são passíveis de serem aplicadas a


todos os grupos etários, de todas as classes sociais e em contextos
socioculturais diversos [...] o trabalho com essa modalidade educativa não
implica e nem exige, em princípio, uma diferenciação de classe. (SIMSON;
PARK; FERNANDES, 2007, p. 23).

Objetivando a transformação de uma sociedade que oferte condições mais


igualitárias para as pessoas, a pedagogia empresarial trabalha pela melhoria da vida dos
indivíduos que estão em situações de vulnerabilidade, exercendo um importante papel
dentro desse cenário.

Nesse sentido a Pedagogia Social tem como finalidade de pesquisa a


promoção de condições de bem-estar social, de convivência, de exercício de
cidadania, de promoção social e desenvolvimento, de superação de condições
de sofrimento e marginalidade. Tem a ver com a construção, aplicação e
avaliação de metodologias de prevenção e recuperação. (CALIMAN, 2009, p.
59)

Não são apenas nos espaços escolares que se pode fazer educação, mas em
diversos outros meios como em casa, em eventos, na igreja, em hospitais, em centros
comunitários, e diversos outros lugares onde todos estamos envolvidos, de uma certa
forma, nesse processo educacional, passando conhecimentos e aprendendo também.
Nesse sentido, o desenvolvimento e o estímulo de hábitos mais frequentes de leitura em
locais que não se restrinjam apenas ao meio escolar potencializa o grau de letramento
das crianças ampliando o seu direito à cultura. Dessa forma, as autoridades públicas são
pressionadas a trabalhar em prol de mudanças que tragam melhorias e impulsionem a
formação de pequenos leitores pensantes.
Quando uma criança não pratica a leitura, seu desenvolvimento
cognitivo e letrado fica comprometido dificultando ações como interpretação de textos,
senso reflexivo e crítico, desenvolvimento da autonomia e demais habilidades
indispensáveis para uma vida produtiva e qualificada dentro da sociedade.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo:


Scipione, 1989.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria-análise-didática. São Paulo:


Moderna, 2000.

KLEIMAN, A. (Org.). Os significados do letramento. Campinas: Mercado de


Letras, 1995.

SIMSON, O. R. de M. Von; PARK, M. B.; FERNANDES, R. S.(et.al.). Educação


não formal: um conceito em movimento. In: Visões singulares, Conversas plurais. São
Paulo, v.3, p.13-41, 2007, Itaú Cultural.

TEZZARI, N. S. A constituição do aluno leitor: um estudo etnográfico. 2005. 252


p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2005.

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