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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais


Graduação em Biotecnologia

DISCIPLINA DIREITO E PROPRIEDADE INTELECTUAL

Prof. Dr. Alerte Antônio Martelli Contini

Acadêmica:
Sarah Keila Cerqueira Braga

Fichamento Individual III e IV

DOURADOS – MS
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
SARAH KEILA CERQUEIRA BRAGA

Fichamento Individual III e IV

Fichamento apresentado como método avaliativo da


disciplina de Direito e Propriedade Intelectual, sobre a
Propriedade Intelectual.
Professor Drº Alaerte Martelli Continni

DOURADOS
2023

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SUMÁRIO

1. UNIDADE III – DIREITO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL 3


1.1. CONVEÇÕES E TRATADOS E INTERNACIONAIS DO INSTITUTO DA PI 3
1.2. DAS PATENTES: OBJETIVO DE INVENÇÃO E MODELO DE UTILIDADE 3
1.3. DAS PATENTES: TITULARIDADE, PRAZO DE VIGÊNCIA; O QUE É PASSÍVEL DE
SER PATENTEADO; NULIDADE; PATENTES DE INTERESSE DA DEFESA NACIONAL. 4
1.4. DESENHO INDUSTRIAL (CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, REGISTRO) 4
2. UNIDADE IV – SIGNOS DISTINTIVOS: (MARCAS, NOME EMPRESARIAL). Direitos
intelectuais sui generis (programa de computador, cultivares). 5
2.1. MARCAS (CLASSIFICAÇÃO, PERDA DE DIREITOS, CRIMES) 5
2.2. NOME EMPRESARIAL (TÍTULO DE ESTABELECIMENTO E INSÍGNIA) 5
2.3. INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS (TIPOS, VANTAGENS) 6
2.4. PROTEÇÃO LEGAL DO PROGRAMA DE COMPUTADOR (SOFTWARE CONCEITO;
CARACTERÍSTICAS LEI. 9.609/1998; INFRAÇÕES E SANÇÕES) 6
2.5. CULTIVARES- LEI 9.456, de 25 de abril de 1997; RECONHECIMENTO DA
PROPRIEDADE INTELECTUAL DE CULTIVARES; TITULARIDADE; PRAZO; EXTINÇÃO
DA PROPRIEDADE INTELECTUAL DAS CULTIVARES 6
3. REFERÊNCIA 7

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1. UNIDADE III – DIREITO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL
1.1. CONVEÇÕES E TRATADOS E INTERNACIONAIS DO INSTITUTO DA PI
No âmbito da Propriedade Intelectual, especialmente no que se refere à Propriedade
Industrial, é comum ocorrer a aplicação direta das normas internacionais em nosso sistema
jurídico. O primeiro princípio estabelecido pela Convenção de Paris estipula que os cidadãos
de cada país signatário terão os mesmos direitos, em relação à Propriedade Industrial,
concedidos pela legislação do país em que se encontram ou que possam ser concedidos
posteriormente aos nacionais (Artigo II) (BARBOSA, 2017).
A Convenção, no entanto, não se limita a isso: "tudo isso sem prejuízo dos direitos
previstos por esta Convenção". Isso significa que, quando a Convenção conceder mais
direitos aos estrangeiros do que os derivados da legislação nacional, a Convenção
prevalecerá. Esse princípio é conhecido como "princípio do tratamento nacional"
(BARBOSA, 2017).

1.2. DAS PATENTES: OBJETIVO DE INVENÇÃO E MODELO DE UTILIDADE


De forma bastante precisa, o artigo 10 da Lei 9.729/96 faz uma distinção entre o que
não é considerado uma invenção e o que, embora seja uma invenção, não será protegido nos
termos da lei. Os códigos anteriores tendiam a confundir essas duas circunstâncias e tratá-las
como imprivilegiabilidades. A Lei 9.279/76, assim como outras leis nacionais, exclui da sua
proteção descobertas que representem um simples ato de conhecimento, incluindo material
biológico encontrado na natureza, criações estéticas, técnicas operatórias e de diagnóstico,
bem como todas as formas de criação prática não industrial (BARBOSA, 2017).
Em geral, as patentes menores são restritas a aperfeiçoamentos ou melhorias em
ferramentas, equipamentos ou peças, protegendo a criatividade de operários, engenheiros de

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linha de produção, pequenos inventores ou artesãos. Em tese, essas patentes tutelam
aprimoramentos que resultam em maior eficácia ou comodidade em um aparato físico
qualquer. Segundo a Lei 9.279/96, um modelo de utilidade é definido como "um objeto de
uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou
disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em
sua fabricação" (BARBOSA, 2017).

1.3. DAS PATENTES: TITULARIDADE, PRAZO DE VIGÊNCIA; O QUE É


PASSÍVEL DE SER PATENTEADO; NULIDADE; PATENTES DE INTERESSE DA
DEFESA NACIONAL.
A propriedade das patentes é atribuída ao inventor ou aos seus herdeiros, ou à
empresa ou instituição em que o inventor trabalha, se o invento foi criado em decorrência de
um contrato de trabalho ou de prestação de serviços. O prazo de validade da patente é de 20
anos para patentes de invenção e de 15 anos para patentes de modelo de utilidade, a partir da
data do depósito do pedido no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)
(BARBOSA, 2017).
Alguns inventos e modelos de utilidade não podem ser patenteados, como descobertas
científicas, teorias matemáticas, métodos de tratamento médico, plantas e animais em estado
natural, obras de arte, programas de computador, entre outros. Se a patente for concedida de
forma irregular ou em violação à lei, o INPI ou uma ação judicial pode anular-la. A nulidade
pode ocorrer quando o objeto da patente não atende aos requisitos legais de novidade,
atividade inventiva e aplicação industrial (BARBOSA, 2017).
Por último, há as patentes de interesse da defesa nacional, que podem ser concedidas
para invenções ou modelos de utilidade relacionados à defesa do país, como armamentos,
equipamentos militares e sistemas de segurança. Nestes casos, o prazo de validade da patente
pode ser prorrogado por mais 15 anos, mediante solicitação do titular da patente e avaliação
do Conselho Nacional de Defesa (BARBOSA, 2017).

1.4. DESENHO INDUSTRIAL (CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, REGISTRO)


Além de oferecer proteção aos sinais distintivos do negócio, às patentes de processos
produtivos e aos modelos de utilidade resultantes de melhorias em atividades industriais, a
Lei de Propriedade Industrial também concede garantias para o desenho industrial, também
conhecido como design produtivo (BARBOSA, 2017).
O desenho industrial é definido pela lei como "a forma plástica ornamental de um
objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa
servir de tipo de fabricação industrial" (BARBOSA, 2017).
Ao contrário do modelo de utilidade, a principal finalidade do desenho industrial é dar
uma nova forma a um produto existente, seja para diferenciá-lo dos demais disponíveis no
mercado ou para torná-lo visualmente mais moderno e atraente (BARBOSA, 2017).

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A principal diferença entre o desenho industrial e o modelo de utilidade é que o
primeiro não traz uma melhoria em seu processo de fabricação, mas sim um resultado visual
novo e original a um produto já existente. No entanto, não basta simplesmente aplicar uma
alteração no resultado visual de determinado produto. Esta alteração deve ser considerada
original em relação a produtos similares anteriores ao produto alterado (BARBOSA, 2017).

2. UNIDADE IV – SIGNOS DISTINTIVOS: (MARCAS, NOME EMPRESARIAL).


Direitos intelectuais sui generis (programa de computador, cultivares).
2.1. MARCAS (CLASSIFICAÇÃO, PERDA DE DIREITOS, CRIMES)
As marcas são categorizadas com base na sua finalidade: marcas destinadas a
identificar produtos e marcas destinadas a identificar serviços. Quanto à sua configuração, a
marca pode ser classificada como nominativa, figurativa, mista ou tridimensional
(PINHEIRO, 2013).
As marcas nominativas consistem em apenas identificar o nome da marca, sem usar
qualquer símbolo ou grafia especial. Já as marcas figurativas são aquelas identificadas por um
símbolo, sinal ou logotipo, sem qualquer nomenclatura ou grafia. São consideradas marcas
fortes, pois são identificadas apenas pelo seu desenho, sem a necessidade de ler o nome para
saber do que se trata (PINHEIRO, 2013).
A marca é concedida por um período de 10 anos, a contar da data de concessão.
Durante esse período, o titular da marca tem o direito exclusivo de explorá-la e pode impedir
terceiros de usá-la indevidamente (PINHEIRO, 2013).
Ao contrário de outros bens protegidos pelo direito de propriedade industrial, o prazo
de vigência da marca pode ser renovado indefinidamente por períodos sucessivos de 10 anos.
O titular da marca deve apresentar um pedido de renovação no INPI nos 6 meses anteriores
ao vencimento ou até 6 meses depois do prazo de vencimento, juntamente com o pagamento
da taxa de renovação correspondente (PINHEIRO, 2013).

2.2. NOME EMPRESARIAL (TÍTULO DE ESTABELECIMENTO E INSÍGNIA)


O nome empresarial é a designação adotada por uma empresa para se identificar no
mercado, podendo ser composto pelo nome civil dos sócios, por uma denominação social,
título de estabelecimento ou insígnia. O título de estabelecimento identifica o local onde a
empresa atua, enquanto a insígnia é o símbolo utilizado para identificar a marca ou produto
da empresa (PINHEIRO, 2013).
O registro do nome empresarial é obrigatório na Junta Comercial do Estado onde a
empresa está localizada, garantindo a exclusividade do uso do nome no âmbito estadual e
evitando confusão para os consumidores. A proteção do nome empresarial pode ser feita por
meio da Lei de Propriedade Industrial, que prevê o registro de marcas e patentes, ou pela Lei
de Direitos Autorais, que protege criações intelectuais como o logotipo ou nome fantasia da
empresa(PINHEIRO, 2013).

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Vale ressaltar que o nome empresarial difere da razão social, que é o nome oficial da
empresa registrado nos órgãos governamentais e presente em documentos legais como
contratos sociais e registros na Receita Federal. Enquanto a razão social é usada para fins
tributários e jurídicos, o nome empresarial é utilizado para identificar a empresa no mercado
e na publicidade (PINHEIRO, 2013).

2.3. INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS (TIPOS, VANTAGENS)


As Indicações Geográficas (IGs) são sinais que identificam produtos ou serviços
originários de uma região específica, cuja qualidade, reputação ou outras características se
devem principalmente à sua origem geográfica. Existem dois tipos de IGs: a Indicação de
Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO). A IP é atribuída a produtos com origem
geográfica específica, cujas características são influenciadas pelo ambiente natural e pelos
conhecimentos tradicionais da região, mas que podem ser produzidos em outras áreas. Já a
DO é atribuída a produtos cujas características estão diretamente ligadas ao seu local de
origem, incluindo fatores naturais e humanos, sendo produzidos exclusivamente naquela
região (PINHEIRO, 2013).
As IGs trazem diversas vantagens tanto para produtores como para consumidores.
Para os produtores, a IG pode agregar valor ao produto, diferenciando-o no mercado e
gerando um selo de qualidade e autenticidade, além de promover a preservação das tradições
e conhecimentos locais. Já para os consumidores, a IG oferece informações sobre a origem e
a qualidade do produto, permitindo que eles façam escolhas mais informadas e conscientes
(PINHEIRO, 2013).
No Brasil, existem várias IGs reconhecidas, como o queijo Minas artesanal, a cachaça
de Paraty e o café da região do Cerrado Mineiro. O registro das IGs é realizado pelo Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e a proteção desses produtos é regulamentada pela
Lei de Propriedade Industrial (PINHEIRO, 2013).

2.4. PROTEÇÃO LEGAL DO PROGRAMA DE COMPUTADOR (SOFTWARE


CONCEITO; CARACTERÍSTICAS LEI. 9.609/1998; INFRAÇÕES E SANÇÕES)
O artigo 7º da Lei de Direitos Autorais estipula que programas de computador,
comumente conhecidos como software, são elegíveis para a proteção concedida às obras
intelectuais. No entanto, a proteção dos programas de computador é regulamentada por lei
específica, a Lei de Software (Lei 9.609/1998), (PINHEIRO, 2013).
De acordo com essa lei, o programa de computador é definido como a expressão de
um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em
suporte físico de qualquer natureza, que é necessário para o funcionamento de máquinas
automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos
periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fins específicos. Em resumo, o
software é um conjunto lógico de instruções que organiza o funcionamento de um
determinado equipamento(PINHEIRO, 2013).

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2.5. CULTIVARES- LEI 9.456, de 25 de abril de 1997; RECONHECIMENTO DA
PROPRIEDADE INTELECTUAL DE CULTIVARES; TITULARIDADE; PRAZO;
EXTINÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL DAS CULTIVARES
A Lei de Proteção de Cultivares, regulamentada pela Lei nº 9.456/97, reconhece a
propriedade intelectual das cultivares, ou seja, das variedades de plantas desenvolvidas por
meio de melhoramento genético. Para obter a proteção da propriedade intelectual das
cultivares, é necessário realizar o registro no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares
(SNPC)(PINHEIRO, 2013).
O detentor da propriedade intelectual da cultivar pode ser o desenvolvedor da
variedade vegetal ou aquele que adquiriu os direitos por meio de contratos ou outras formas
de transferência de tecnologia. O prazo de proteção da propriedade intelectual das cultivares é
de 15 anos para espécies de árvores e videiras, e de 18 anos para outras espécies vegetais
(PINHEIRO, 2013).
A lei prevê que a propriedade intelectual da cultivar será extinta se o detentor não
efetuar o pagamento das taxas de manutenção no prazo estipulado, ou se a cultivar não for
comercializada por mais de três anos consecutivos. A proteção da propriedade intelectual das
cultivares traz vantagens para o setor agrícola, estimulando a pesquisa e o desenvolvimento
de novas variedades vegetais, gerando oportunidades de negócios para os produtores e
promovendo o acesso a variedades de alta qualidade (PINHEIRO, 2013).

3. REFERÊNCIA
PECK PINHEIRO, P. Manual de Propriedade Intelectual. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2013.
BARBOSA, Denis Borges. Propriedade intelectual: curso elementar. 3. ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2017.

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