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Processo de Registro de Marcas e Patentes

Qual é a diferença entre marca e patente?


O que é marca?
Nos termos da lei de Propriedade Industrial (LPI) ou Código de Propriedade
Industrial (CPI), em seu artigo 122, “marca” corresponde aos sinais distintivos e
visualmente perceptíveis, mas não podem estar inclusos nas proibições legais do artigo
124.
O que é uma patente?
Patente pode ser definida como um documento por meio do qual o Estado
reconhece alguém como inventor, criador ou aperfeiçoador de um produto ou de um
processo de fabricação, conferindo, ainda, todos os direitos de propriedade e de
exclusividade para uso
Vale ressaltar que uma patente não é a mesma coisa que direitos autorais, que
protegem obras literárias, músicas, filmes, trabalhos artísticos, games e softwares
(código-fonte), por exemplo.
O registro da patente visa a resguardar invenções, criações ou
aperfeiçoamentos de propriedade industrial, a fim de que concorrentes delas não se
aproveitem.
Em outras palavras, o registro da marca objetiva a proteção para que outras
pessoas não utilizem a “cara” de uma empresa para o mesmo segmento de negócios;
ao passo que a patente, visa a resguardar as invenções, criações ou aperfeiçoamentos
de propriedade industrial.
O que é o INPI?
Criado em 1970, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é uma
autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia, responsável pelo
aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema brasileiro de concessão e garantia
de direitos de propriedade intelectual para a indústria.
Entre os serviços do INPI, estão os registros de marcas, desenhos industriais,
indicações geográficas, programas de computador e topografias de circuitos, as
concessões de patentes e as averbações de contratos de franquia e das distintas
modalidades de transferência de tecnologia. Na economia do conhecimento, estes
direitos se transformam em diferenciais competitivos, estimulando o surgimento
constante de novas identidades e soluções técnicas.

Como proceder para registrar patentes?


É preciso ser feito um pedido de concessão ao Instituto Nacional de
Propriedade Intelectual – INPI que após uma análise, será competente para julgar
válido ou não a solicitação de patente.
Essa análise levará em consideração duas premissas fundamentais, que são o
privilégio de invenção e o modelo de utilidade. Ou seja:

 Se a invenção é novidade e tem aplicação industrial; e


 Se se trata de uma nova forma ou de uma nova disposição de alguma
forma existente, envolvendo ato inventivo que gere melhoria funcional
de um objeto.
O passo seguinte é o pagamento da taxa pelo pedido de registro. É preciso se
cadastrar no INPI e emitir uma Guia de Recolhimento da União (GRU), utilizando o
código 200, para fazer o pagamento.
Esse documento deve ser anexado ao pedido de concessão de patente, além
dos seguintes documentos:

 relatório descritivo com o conteúdo técnico da invenção;


 quadro reivindicatório;
 listagem de sequências (para os pedidos na área de biotecnologia);
 desenhos, caso sejam necessários;
 resumo;
 formulário FQ001 (disponível no site do INPI, mas caso se opte pelo
procedimento on-line de solicitação de registro, ele é dispensável);
 comprovante de pagamento da GRU.
Após, é preciso fazer o acompanhamento de todo o processo e fornecer
documentos adicionais, se forem solicitados pelo instituto. É possível acompanhar
também a Revista de Propriedade Industrial (RPI), que é publicada às terças-feiras.
Se a patente for aprovada, o detentor da patente precisa pagar anuidade para a
manter ativa. O prazo de vigência da patente é de 20 anos.
Quais produtos podem ser patenteados?
Não é tudo que pode ser patenteado. Os critérios para obter a patente de
invenção é que o produto ou o processo seja uma inovação e que possa ser
industrializado.
Os requisitos de patenteabilidade estão dispostos nos artigos 10 e 18 da Lei nº
9.279/1996.
Em seu artigo 10, está registrado o que não pode ser considerado invenção,
nem modelo de utilidade:
1. As descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos (Isaac
Newton, por exemplo, não poderia patentear a Lei da Gravidade, nem
Albert Einstein, a Lei da Relatividade);
2. As concepções puramente abstratas (como as ideias);
3. Os esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis,
educativos, financeiros, publicitários, de fiscalização e de sorteio;
4. As obras literárias, arquitetônicas, científicas, artísticas ou qualquer
criação estética (essas devem ser protegidas pelos direitos autorais,
como já falamos);
5. Os programas de computador em si (o código-fonte pode ser protegido
por direitos autorais);
6. A apresentação de informações;
7. As regras de jogo (por exemplo, a FIFA não pode patentear as regras do
futebol);
8. As técnicas e os métodos operatórios ou cirúrgicos, os métodos
terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação em corpos de seres
humanos ou animais;
9. O todo ou a parte de seres vivos naturais ou materiais biológicos
encontrados na natureza, ou dela isolados.
Já o artigo 18 registra o que não é patenteável:
1. Tudo que for contrário à moral, aos bons costumes, à segurança, à
ordem e à saúde pública;
2. As substâncias, matérias, elementos, misturas, produtos de qualquer
espécie, nem as mudanças em suas propriedades físico-químicas, os
processos de obtenção ou modificação, quando decorrentes da
modificação do núcleo atômico;
3. O todo ou a parte dos seres vivos, excluindo os micro-organismos
transgênicos que respeitem os três critérios de patenteabilidade:
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial (previstos no artigo
8º da mesma lei e que não constituam somente uma descoberta).
Exemplos

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