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INTELECTUAL
Cristiano
Prestes Braga
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-323-9
Introdução
Neste capítulo, você vai ler sobre o significado, o funcionamento e as
vantagens de usar o Patent Cooperation Treaty (PCT), traduzido como Tra-
tado de Cooperação em Matéria de Patentes, uma espécie de acordo que
possibilita a proteção de invenções em diversos países ao mesmo tempo.
Significado do PCT
Ao mesmo tempo em que os países industrializados evoluíam em termos de
inovações industriais, outros países se aproveitavam dessas inovações para
copiá-las e replicá-las nos seus respectivos territórios sem qualquer autoriza-
ção ou pagamento pelo uso dos inventos. Isso motivou a criação da chamada
Convenção da União de Paris (CUP), em 1883, cujo objetivo era estabelecer
princípios básicos e gerais para proteção dos direitos de propriedade industrial,
a serem observados pelos sistemas nacionais de proteção patentária de cada
país signatário. A sua última revisão ocorreu na reunião de Estocolmo, em
1967, e conta, atualmente, com 175 países membro na assembleia.
Embora a CUP tenha estipulado princípios básicos e gerais para harmo-
nização do sistema internacional de proteção dos direitos da propriedade
industrial, em momento algum foi alterada a condição da limitação territorial
da proteção patentária, ou seja, a invenção protegida via sistema de patente
no Brasil passou a ter validade apenas dentro do Brasil. Isso significa dizer
72 Propriedade industrial: patentes e PCT
Ao contrário do que pode parecer, o Sistema PCT não substituiu ou anulou o Sistema
CUP para pedidos internacionais de patente. Muitos inventores se aproveitam, na
verdade, dessas duas formas de proteção de inovações em outros países para extensão
do prazo de vigência das patentes, pois, como veremos a seguir, o pedido da PCT pode
ser realizado dentro do prazo da prioridade unionista da CUP.
O PCT, vale referir, não interfere no regramento da fase nacional do processo de pedido
de patente, pois se destina, exclusivamente, a unificar e a facilitar a fase internacional
dos pedidos de proteção patentária. Isto é, após o ingresso na fase nacional do pedido
de patente, o interessado deverá seguir o regramento do sistema normativo do País
ou dos países escolhidos para extensão da proteção. Portanto, o PCT não constitui
uma patente internacional, mas uma fase internacional do pedido de patente, que
deverá, dentro do prazo estipulado, ser nacionalizado nos países de interesse do titular.
O referido pedido de proteção via PCT não necessita ser feito no país onde
o depósito local foi requerido, dispondo o depositante de toda a relação dos
países signatários do tratado para reivindicar a sua prioridade. O país escolhido
pelo depositante será designado como organismo receptor.
Cada pedido internacional via PCT será submetido a uma pesquisa in-
ternacional, a qual será realizada por alguma das autoridades internacionais
designadas pelos países signatários do PCT, sendo as nacionais:
Austrália;
Áustria;
Brasil;
Canadá;
Chile;
China;
Egito;
Espanha;
Estados Unidos;
Rússia;
Filipinas;
Finlândia;
Índia;
Israel;
Japão;
Coreia;
Singapura;
Suécia;
Turquia;
Ucrânia.
Alguns depositantes têm receio em utilizar o PCT por medo de ver a sua tecnologia
replicada indevidamente em países que dificultem o controle e o combate da viola-
ção. Contudo, o pedido internacional de patente via PCT tem como prerrogativa da
confidencialidade até a data da sua publicação internacional. Efetivada a publicação
internacional, o pedido internacional de patente se tornará disponível para consultas
e análises.
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