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Legislação Aplicada ao Design

DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Prof. Me. Alessandro Galletti


DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL
1. Introdução Histórica
Pode-se dizer, pois, que o Direito de Propriedade Intelectual é
gênero, do qual são espécies o direito do inventor (Direito
Industrial), intrinsecamente ligado ao Direito Empresarial, e o
direito do autor (Direito Autoral), mais ligado ao Direito Civil. O
direito de propriedade industrial compreende, pois, o conjunto de
regras e princípios que conferem tutela jurídica específica aos
elementos imateriais do estabelecimento empresarial, como as
marcas e desenhos industriais registrados e as invenções e
modelos de utilidade patenteados. O direito autoral protege a obra
em si, enquanto o direito de propriedade industrial protege uma
técnica.
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2. A Lei n.º 9.279/1996 (Lei de Propriedade Industrial – LPI)
Os bens protegidos pelo direito de propriedade industrial são,
portanto, quatro: a invenção e o modelo de utilidade,
protegidos mediante a concessão de patente
(instrumentalizada por meio da respectiva carta-patente), a
marca e o desenho industrial, protegidos mediante a
concessão do registro (instrumentalizada por meio do
respectivo certificado de registro). Ademais, o direito de
propriedade industrial ainda reprime, como visto, as falsas
indicações geográficas e a concorrência desleal.
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3. Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI
Os direitos de propriedade industrial são
concedidos, no Brasil, pelo Instituto Nacional de
Propriedade Industrial – INPI, que é uma autarquia
federal, vinculada ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a
qual possui a atribuição de conceder privilégios e
garantias aos inventores e criadores em âmbito
nacional.
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4. Patente
O resultado do exercício criativo da pessoa,
quando preencher os requisitos de novidade,
aplicação industrial e de atividade ou ato
inventivo, pode ser protegido por patente,
em duas naturezas distintas, e o design pode
enquadrar-se em qualquer uma delas,
conforme o produto/componente criado.
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4.1 Espécies de patentes:

1. Invenção (PI) – quando atende aos requisitos de


novidade, atividade inventiva e aplicação industrial;

2. Modelo de Utilidade (MU) – é todo objeto de uso prático,


ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que
apresente nova forma ou disposição envolvendo ato
inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso
ou em sua fabricação.
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Um produto/componente é considerado novo
quando não compreendido pelo estado da técnica.

O estado da técnica é constituído por tudo que foi


tornado acessível ao público antes da data de
depósito do pedido de patente, por discrição
escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no
Brasil e no exterior, ressalvadas a divulgação pelo
próprio criador e a prioridade unionista.
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Um produto/componente é considerado suscetível de aplicação
industrial quando pode ser utilizado ou produzido em qualquer tipo
de indústria.

Caso o produto/componente possua aspectos técnicos de


inventividade ou de funcionalidade além de aspectos estéticos,
prevalece a caracterização como Invenção ou como Modelo de
Utilidade.

A patente garante ao seu titular, o direito de excluir quaisquer


terceiros da exploração do produto/componente. Isto significa
que, sem o consentimento do titular, ninguém pode fabricar e/ou
vender no País, o bem protegido por patente.
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4.2 Procedimentos legais para obtenção de uma patente
Para obter a patente para sua criação (produto/componente), a
pessoa física e/ou jurídica deve apresentar seu pedido ao INPI –
Instituto Nacional da Propriedade Industrial, contendo:
• requerimento;
• relatório descritivo;
• reivindicações;
• desenhos, se for o caso;
• resumo; e
• comprovante do pagamento da retribuição pelo serviço do INPI,
relativo ao depósito do pedido da patente.
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O formulário de requerimento e a ficha de compensação para pagamento
da retribuição relativa ao depósito, são fornecidos pelo INPI, suas
delegacias ou representações estaduais.
Para a elaboração do pedido de patente, a pessoa física deve seguir as
instruções técnicas constantes nos atos normativos do próprio INPI, de
acordo com a natureza do invento.
Após o depósito da documentação no INPI, o pedido fica em sigilo por um
período de 18 meses até a sua publicação na Revista da Propriedade
Industrial – RPI, veículo de comunicação do INPI. A publicação do pedido
poderá ser antecipada a requerimento do depositante.
A partir da data de depósito o interessado, dispõe de até 36 meses para
solicitar o exame técnico. Não requerente este exame no prazo estipulado,
o pedido de patente é arquivado.
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O pedido de patente poderá ser desarquivado pelo depositante,
detentor de 60 dias contados do arquivamento, mediante
pagamento de retribuição específica, sob pena de arquivamento
definitivo.
Publicado o pedido de patente e até o final da fase de exame, será
facultada a apresentação, por interessados, de documentos e
informações para subsidiarem o exame o INPI, já na fase de exame,
emitirá parecer, concedendo ao depositante um prazo de até 90
dias para sua manifestação.
Até o final do exame, o pedido de patente poderá ser dividido em
dois ou mais, por solicitação do depositante ou em atendimento a
exigência do INPI. Nestes casos, o pedido dividido deve:
• fazer referência específica ao pedido original; e
• não exceder à matéria revelada no pedido original.
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Concluído o exame, será proferida a decisão,
deferindo ou indeferindo o pedido de patente.

A patente será concedida depois do pedido ser


deferido, e também após demonstrado e
comprovado o pagamento da retribuição
correspondente, e após será expedida a Carta
Patente. Para que a patente seja mantida em vigor,
o titular tem obrigações de pagar as anuidades e a
exploração de seu objeto no território nacional.
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4.2 Vigência das patentes:

• 15 (quinze) anos para o modelo de utilidade


(MU);

• 20 (vinte) anos para invenção (PI), sendo


estes prazos contados da data de depósito
do pedido no Brasil.
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O pedido pode ser depositado por pessoa física e
jurídica, sendo este “depositante” o
detentor/proprietário do monopólio, caso seja
concedida a patente. Já o “inventor”, este só pode ser
pessoa física e é sempre o autor do invento. O
“depositante” e o “inventor” podem ser a mesma
pessoa física e, neste caso, o inventor e
simultaneamente, autor e proprietário do invento. O
“depositante”, na condição de proprietário da patente,
pode realizar vários tipos de negociação, tais como
venda, licença para exploração, cessão de direitos,
associações, etc.
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Para proteger aperfeiçoamento ou
desenvolvimento introduzido no objeto da
invenção, mesmo que destituído de atividade
inventiva, o depositante, titular do pedido, patente
de invenção poderá requerer Certificado de
Adição.

O Certificado de Adição é o acessório da Patente,


tem a mesma data final de vigência desta e
acompanha a para todos os efeitos legais.
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