DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 1. Introdução Histórica Pode-se dizer, pois, que o Direito de Propriedade Intelectual é gênero, do qual são espécies o direito do inventor (Direito Industrial), intrinsecamente ligado ao Direito Empresarial, e o direito do autor (Direito Autoral), mais ligado ao Direito Civil. O direito de propriedade industrial compreende, pois, o conjunto de regras e princípios que conferem tutela jurídica específica aos elementos imateriais do estabelecimento empresarial, como as marcas e desenhos industriais registrados e as invenções e modelos de utilidade patenteados. O direito autoral protege a obra em si, enquanto o direito de propriedade industrial protege uma técnica. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 2. A Lei n.º 9.279/1996 (Lei de Propriedade Industrial – LPI) Os bens protegidos pelo direito de propriedade industrial são, portanto, quatro: a invenção e o modelo de utilidade, protegidos mediante a concessão de patente (instrumentalizada por meio da respectiva carta-patente), a marca e o desenho industrial, protegidos mediante a concessão do registro (instrumentalizada por meio do respectivo certificado de registro). Ademais, o direito de propriedade industrial ainda reprime, como visto, as falsas indicações geográficas e a concorrência desleal. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 3. Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI Os direitos de propriedade industrial são concedidos, no Brasil, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, que é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a qual possui a atribuição de conceder privilégios e garantias aos inventores e criadores em âmbito nacional. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 4. Patente O resultado do exercício criativo da pessoa, quando preencher os requisitos de novidade, aplicação industrial e de atividade ou ato inventivo, pode ser protegido por patente, em duas naturezas distintas, e o design pode enquadrar-se em qualquer uma delas, conforme o produto/componente criado. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 4.1 Espécies de patentes:
1. Invenção (PI) – quando atende aos requisitos de
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial;
2. Modelo de Utilidade (MU) – é todo objeto de uso prático,
ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL Um produto/componente é considerado novo quando não compreendido pelo estado da técnica.
O estado da técnica é constituído por tudo que foi
tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente, por discrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil e no exterior, ressalvadas a divulgação pelo próprio criador e a prioridade unionista. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL Um produto/componente é considerado suscetível de aplicação industrial quando pode ser utilizado ou produzido em qualquer tipo de indústria.
Caso o produto/componente possua aspectos técnicos de
inventividade ou de funcionalidade além de aspectos estéticos, prevalece a caracterização como Invenção ou como Modelo de Utilidade.
A patente garante ao seu titular, o direito de excluir quaisquer
terceiros da exploração do produto/componente. Isto significa que, sem o consentimento do titular, ninguém pode fabricar e/ou vender no País, o bem protegido por patente. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 4.2 Procedimentos legais para obtenção de uma patente Para obter a patente para sua criação (produto/componente), a pessoa física e/ou jurídica deve apresentar seu pedido ao INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial, contendo: • requerimento; • relatório descritivo; • reivindicações; • desenhos, se for o caso; • resumo; e • comprovante do pagamento da retribuição pelo serviço do INPI, relativo ao depósito do pedido da patente. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL O formulário de requerimento e a ficha de compensação para pagamento da retribuição relativa ao depósito, são fornecidos pelo INPI, suas delegacias ou representações estaduais. Para a elaboração do pedido de patente, a pessoa física deve seguir as instruções técnicas constantes nos atos normativos do próprio INPI, de acordo com a natureza do invento. Após o depósito da documentação no INPI, o pedido fica em sigilo por um período de 18 meses até a sua publicação na Revista da Propriedade Industrial – RPI, veículo de comunicação do INPI. A publicação do pedido poderá ser antecipada a requerimento do depositante. A partir da data de depósito o interessado, dispõe de até 36 meses para solicitar o exame técnico. Não requerente este exame no prazo estipulado, o pedido de patente é arquivado. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL O pedido de patente poderá ser desarquivado pelo depositante, detentor de 60 dias contados do arquivamento, mediante pagamento de retribuição específica, sob pena de arquivamento definitivo. Publicado o pedido de patente e até o final da fase de exame, será facultada a apresentação, por interessados, de documentos e informações para subsidiarem o exame o INPI, já na fase de exame, emitirá parecer, concedendo ao depositante um prazo de até 90 dias para sua manifestação. Até o final do exame, o pedido de patente poderá ser dividido em dois ou mais, por solicitação do depositante ou em atendimento a exigência do INPI. Nestes casos, o pedido dividido deve: • fazer referência específica ao pedido original; e • não exceder à matéria revelada no pedido original. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL Concluído o exame, será proferida a decisão, deferindo ou indeferindo o pedido de patente.
A patente será concedida depois do pedido ser
deferido, e também após demonstrado e comprovado o pagamento da retribuição correspondente, e após será expedida a Carta Patente. Para que a patente seja mantida em vigor, o titular tem obrigações de pagar as anuidades e a exploração de seu objeto no território nacional. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 4.2 Vigência das patentes: •
• 15 (quinze) anos para o modelo de utilidade
(MU); •
• 20 (vinte) anos para invenção (PI), sendo
estes prazos contados da data de depósito do pedido no Brasil. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL O pedido pode ser depositado por pessoa física e jurídica, sendo este “depositante” o detentor/proprietário do monopólio, caso seja concedida a patente. Já o “inventor”, este só pode ser pessoa física e é sempre o autor do invento. O “depositante” e o “inventor” podem ser a mesma pessoa física e, neste caso, o inventor e simultaneamente, autor e proprietário do invento. O “depositante”, na condição de proprietário da patente, pode realizar vários tipos de negociação, tais como venda, licença para exploração, cessão de direitos, associações, etc. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL Para proteger aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no objeto da invenção, mesmo que destituído de atividade inventiva, o depositante, titular do pedido, patente de invenção poderá requerer Certificado de Adição.
O Certificado de Adição é o acessório da Patente,
tem a mesma data final de vigência desta e acompanha a para todos os efeitos legais. Legislação Aplicada ao Design
As Patentes no Sistema Agroindustrial Brasileiro e os Produtos Patenteados por Estrangeiros: O Brasil que não é mais nosso. Nossos produtos já estão patenteados por estrangeiros. Saiba quais.