Você está na página 1de 21

I – CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO ......................................................................................................................

2
I.1 – CONTRATO DE COMPRA E VENDA .......................................................................................................... 3
I.2 – CONTRATO DE MANDATO – 1157 CC ..................................................................................................... 3
I.2.1 – amplitude dos poderes do mandatário ........................................................................................... 3
I.2.2 – Mandato Comercial – 231 C. Comercial .......................................................................................... 4
I.3 – CONTRATO DE COMISSÃO – 266 C. COMERCIAL .................................................................................... 4
I.4 – CONTRATO DE AGÊNCIA ......................................................................................................................... 4
I.4.1 – Diferença com outras figuras ........................................................................................................... 4
I.4.2 – Caraterísticas ................................................................................................................................... 5
I.4.3 – Deveres do agente ........................................................................................................................... 5
I.4.4 – Direitos do agente............................................................................................................................ 5
I.4.5 – Formas de Cessação ......................................................................................................................... 6
I.4.6 – Consequências da cessação do contrato de agência ....................................................................... 6
I.4.7 – CONTRATO DE CONCESSÃO ................................................................................................................. 6
I.4.8 – CONTRATO DE FRANQUIA ................................................................................................................... 7
II – A PROTEÇÃO DA EMPRESA ........................................................................................................................... 7
III – PROPRIEDADE INDUSTRIAL .......................................................................................................................... 8
III.1 – ÂMBITO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL ............................................................................................... 8
III.2 – ATRIBUIÇÃO DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ................................................................ 9
III.2.1 – efeitos da concessão ou registo..................................................................................................... 9
III.2.2 – processo de concessão e registo ................................................................................................... 9
III.2.3 – transmissão e licenciamento do direito – 31 e 32 ....................................................................... 10
III.2.4 – Extinção dos direitos – 33 a 38 .................................................................................................... 10
III.3 – INVENÇÕES.......................................................................................................................................... 10
III.3.1 – PATENTES ..................................................................................................................................... 10
III.4 – MODELOS DE UTILIDADE .................................................................................................................... 13
III.5 – DESENHOS OU MODELOS ................................................................................................................... 13
III.5.1 – PROTEÇÃO LEGAL......................................................................................................................... 13
III.6 – MARCAS .............................................................................................................................................. 14
III.6.1 – Constituição das marcas – 222 .................................................................................................... 15
III.6.2 – Registo da Marca ......................................................................................................................... 15
III.6.3 – Extinção do direito à marca ......................................................................................................... 16
III.7 – LOGOTIPOS – 281 e ss ......................................................................................................................... 16
III.8 – DENOMINAÇÕES DE ORIGEM E INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS – 305 ................................................... 17
III.9 – DOMINIOS ........................................................................................................................................... 17
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

III.10 – CONCORRÊNCIA DESLEAL – 317 E 318 ............................................................................................. 18


III.10.1 – Categorias de atos ..................................................................................................................... 18
III.10.2 – Meios de repressão da concorrência desleal ............................................................................ 18
III.10.3 Defesa da concorrência ................................................................................................................ 18
IV – TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................................................................................. 19
IV.1 – FUNÇÃO E CONCEITO DE TíTULO DE CRÉDITO ................................................................................... 19
IV.2 – TIPOLOGIA .......................................................................................................................................... 20
IV.3 – PRINCIPAIS TíTULOs DE CRÉDITO ....................................................................................................... 20
IV.3.1 – Titulos cambiais: Letras, livrança e cheque ................................................................................. 20

I – CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO

Os contratos de distribuição são o resultado da crescente especialização dos industriais fabricantes no setor
produtivo, afastando-se da distribuição e venda aos consumidores dos produtos ou serviços resultantes da
sua atividade e deixando esse papel para outros agentes económicos especializados e melhor preparados
para essa função.

São vários os objetivos do produtor quando se socorre da intervenção de um terceiro para que este se ocupe
da função de distribuição dos seus produtos:
• Concentração de recursos naquela que é a sua atividade principal
• Criação de condições para atingir novos mercados aos quais não tem acesso por si só.
• Redução do risco da sua atividade, afastando-se das tarefas de colocação dos produtos no mercado

A distribuição comercial passa a desempenhar a função de elo de conexão entre os produtores e os


consumidores.

Distribuição Direta - Dependendo dos interesses particulares de cada fabricante, e do seu modelo de
negócios, estes poderão optar por realizar de forma integrada a distribuição dos seus produtos, devendo
para o efeito contar com os meios materiais e humanos e proceder à sua gestão.

Distribuição Indireta Simples – vender os bens a um distribuidor e ficar desvinculado com a política e plano
para o escoamento desses produtos entre os consumidores.

Distribuição indireta integrada – Atribuir a um terceiro a distribuição dos seus bens, mas manter certo
controlo sobre o processo de distribuição, sendo neste contexto que surgem os contratos de distribuição.

Contrato de Distribuição – Consiste no negócio jurídico celebrado entre duas ou mais partes com caráter
duradouro, sendo que o fabricante/produtor permite ao distribuidor (agente, franquiado ou concessionário)
que promova a venda dos seus bens ou serviços, devendo nesse processo obedecer determinadas diretrizes
do produtor/fabricante.

• Agência – Maior dependência – promoção de contratos em nome do agenciado


• Franquia – bastante independência – celebra contratos em nome próprio

2
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

• Concessão – bastante independência – celebra contratos em nome próprio.

I.1 – CONTRATO DE COMPRA E VENDA


Compra e venda é o contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma coisa, ou outro direito, mediante
um preço – 874 cc

É um contrato típico e nominado, que não exige forma especial. É um contrata oneroso e sinalagmático.

Tem efeitos reais de transferência da propriedade e efeitos obrigacionais uma vez que constitui obrigações
para as duas partes.

I.2 – CONTRATO DE MANDATO – 1157 CC


Contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou mais atos jurídicos por conta de outra.
• Mandato com representação – o mandatário age em nome do mandante, na esfera jurídica do qual
se repercutem os efeitos dos atos de execução do mandato.
• Mandato sem representação – o mandatário age em nome próprio, pelo que os efeitos dos atos se
refletem na sua esfera jurídica, obrigando-se este a num segundo momento transferir para o
mandante os direitos e obrigações desses atos – 1181 CC. Quando é praticado no âmbito de atividade
comercial assume a designação de contrato de comissão.

I.2.1 – amplitude dos poderes do mandatário


• Mandato geral – tem por objeto a pratica de atos genericamente definidos. De administração
ordinária.
• Mandato especial – abrange, para além dos atos nele referidos, todos os necessários à execução
daqueles.

Obrigações do mandatário – praticar os atos compreendidos no mandato segundo as instruções do


mandante

Obrigações do mandante
• Fornecer os meios necessários à execução do mandato
• Pagar a retribuição devida
• Reembolsar o mandatário das despesas que este tenha efetuado
• Indemnizar o mandatário pelos prejuízos que eventualmente tenha sofrido.

Extinção
• Pelo cumprimento das obrigações de gestão assumidas pelo mandatário
• Revogação
• Denuncia
• Caducidade
• Resolução

3
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

I.2.2 – Mandato Comercial – 231 C. Comercial


No mandato comercial o mandatário assume o encargo de praticar atos do comércio. É sempre um mandato
sem representação.

Tem carater oneroso.

Obrigações do mandatário
• Cumprir o contrato de acordo com as instruções recebidas – 238
• Informar o mandante de todos os factos relevantes que possam levá-lo a modificar ou revogar o
mandato – 238
• Avisar o mandante logo que executado o mandato – 240
• Pagar juros das quantias recebidas do mandante – 241

Obrigações do mandante
• Fornecer ao mandatário os meios necessário ao exercício do mandato – 243
• Pagar-lhe a remuneração acordada
• Reembolsar o mandatário das despesas por este efetuadas.

I.3 – CONTRATO DE COMISSÃO – 266 C. COMERCIAL


Sendo a comissão uma modalidade do mandato, o comissário tem de pautar a sua atuação pelas regras do
contrato de mandato.

O comissário age sem estar munido de poderes de representação, por isso os negócios por si celebrados
vinculam-no exclusivamente a ele próprio, obrigando-se a transmitir para o comitente os bens que tenha
adquirido ou os efeitos dos negócios que tenha celebrado no interesse deste - 268.

I.4 – CONTRATO DE AGÊNCIA


Carateriza-se por ser um negócio bilateral e oneroso por intermédio do qual o agente se compromete a
promover, em nome do agenciado ou principal, a celebração de contratos em certa zona ou relativamente a
determinado circulo de clientes com autonomia e estabilidade, recebendo, em contrapartida, uma
retribuição de cariz variável cujo valor é calculado em função do volume de negócios.

O agente é um profissional liberal que atua com autonomia por conta do principal, não sendo um trabalhador
subordinado, agindo assim em nome próprio, mas no interesse do agenciado.

I.4.1 – Diferença com outras figuras


Mandato Comercial (231 C. Comercial)
 A pessoa encarrega-se de praticar um ou mais atos de comércio por mandato de outrem
 Agente pratica principalmente atos materiais preparatórios e não jurídicos
 O contrato de agência tem tendência duradoura e estável, não se limitando a uma ou mais concretas
operações
 O mandatário tem direito a ser reembolsado pelas despesas incorridas (1167 CC)

Comissão (266 e ss C. Comercial)

4
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

 No contrato de comissão o comissário celebra contratos por si e em seu nome, não do comitente,
ainda que por conta daquele.
 O agente, tipicamente, promove a celebração de contratos diretamente entre o cliente e o principal.
 O agente não assume obrigações ou adquire direitos decorrentes dos atos materiais praticados

Mediação – 1154 C. Civil


 Prestação pontual não duradoura
 Remuneração por conta de qualquer um dos mediados
 Maior grau de independência do mediador
 Imparcialidade

I.4.2 – Caraterísticas
 Atuação por conta do principal: o agente pratica atos que se destinam a produzir efeitos na esfera
jurídica do principal, agindo em benefício deste. Nos contratos de franquia e de concessão o
franquiador e o concessionário atuam por conta própria.
 Autonomia – o agente promove os negócios do agenciado com a sua própria estrutura sendo
responsável por todas as despesas decorrentes da promoção dos negócios do agenciado. É o agente
que define a sua estratégia de abordagem aos potenciais clientes. É ele que define como, quando e
se atua face a cada uma das situações negociais que se lhe depara. No entanto o agente tem que
coordenar a sua atividade com a estratégia do principal.
 Estabilidade – a duração do contrato de agência pode ser variável (com ou sem prazo), mas não se
reduz à prática de atos isolados, o que acontece nos contratos de mediação, onde o mediador
intervém apenas na preparação de um negócio concreto.
 Onerosidade – como contrapartida dos serviços prestados pelo agente recebera do agenciado as
correspondentes comissões resultantes da angariação de clientes que venham a celebrar com ele
contratos de compra e venda ou aquisição de serviços.
 Exclusividade – existe a possibilidade de que o agenciado atribua ao agente uma zona geográfica ou
um conjunto de clientes exclusivos para o desenvolvimento da sua atividade.

I.4.3 – Deveres do agente


• Promoção de negócios
• Respeitar as instruções que ponham em causa a sua autonomia – 7
• Fornecer informações pedidas sempre que necessárias a uma boa gestão
• Esclarecer sobre a situação do mercado e perspetivas
• Prestar contas
• Obrigação de segredo – 8
• Obrigação de não concorrência – 9
• Convenção “del credere” garantia – 10
• Aviso de impossibilidade temporária – 11

I.4.4 – Direitos do agente


• Elementos necessários ao exercício da atividade- 12
• Informação contratos celebrados ou recusados
• Informação para calcular montante das comissões

5
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

• Pagamento da retribuição/comissões – 16
• Compensação pela obrigação pela não concorrência
• Aviso de falta de disponibilidade para celebração de mais contratos – 14
• Indemnização de clientela – 33

I.4.5 – Formas de Cessação


• Acordo das partes – 25
• Caducidade – 26
• Denuncia – 28
• Resolução 30

I.4.6 – Consequências da cessação do contrato de agência


• Remuneração – 16.3
• Indemnização – 32
• Indemnização de clientela – 33
• Obrigação de restituir – 36
• Segredo – 8
• Não concorrência – 9

I.4.7 – CONTRATO DE CONCESSÃO


O contrato de concessão comercial é o acordo pelo qual uma das partes (concedente) se obriga a vender os
produtos por si produzidos ou distribuídos à contraparte (concessionário), a qual se obriga a comprá-los e a
(re)vendê-los a terceiros, por sua conta e de modo estável, numa determinada circunscrição.

Constitui um contrato-quadro desprovido de regime jurídico próprio e sendo, nessa medida, embora
socialmente típico, um contrato legalmente atípico, que em termos gerais se pode definir como um contrato
inominado pelo qual uma das partes (concessionário) se obriga a comprar a outra (concedente) para revenda
numa determinada zona, com carater duradouro, bens produzidos ou distribuídos pelo concedente, e do
qual resulta uma relação obrigacional complexa em que o concessionário assume ainda determinadas
obrigações no tocante à sua organização, à política comercial e à assistência a prestar aos clientes,
sujeitando-se a um certo controlo e fiscalização do concedente.

 Contrato quadro – condições em que serão celebrados sucessiva e posteriormente diversos


contratos de compra e venda (obrigação de entregar o bem e obrigação de pagar).
 Atípico – na medida em que não existe um quadro legal específico que regule essa modalidade de
contrato, recorrendo-se ao Código comercial, ao código civil e ao regime jurídico do contrato de
agência.
 Duradouro – devido à sua utilidade para organização da distribuição e para a realização de vendas
por parte do distribuidor, o contrato terá subsidiariamente duração ilimitada.
 Plena autonomia – quer o concedente quer o concessionário são plenamente independentes
assumindo correspondentemente os respetivos riscos decorrentes da atividade.
 Exclusividade – geralmente está prevista numa proteção territorial ou de cliente concedida ao
concessionário e este pode comercializar os produtos do concedente de forma exclusiva ou não
(multimarcas).

6
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

 Controlo – das condições de venda aos consumidores finais


 Contrato quadro – cláusulas contratuais gerais/contratos de adesão.

O concessionário atua em nome próprio e por conta própria, adquirindo para si a propriedade dos produtos
que irá colocar nos mercados por si explorados. O concessionário assume diretamente o risco de
comercialização.

Tem como elementos essenciais:


• Obrigação que o concessionário assume de comprar para revender produtos do concedente,
estabelecendo-se no contrato de concessão as condições a que devem obedecer as futuras compras
e vendas.
• As obrigações do concessionário de promover a revenda dos produtos do concedente.
• O concessionário age em seu nome e por conta própria, assumindo para si os riscos da
comercialização.

I.4.8 – CONTRATO DE FRANQUIA


Contrato duradouro de execução continuada, atípico, que se rege pelas normas do código civil que
consagrem regras gerais, bem como, por analogia, pelas normas reguladoras de outros contratos,
designadamente do contrato de agência.

No contrato de franquia a obrigação assumida pelo franquiador é de “obrigação de meios” devido ao risco
inerente à natureza do negócio; assim, o sucesso do negócio não faz parte das obrigações a que se encontra
vinculado o franquiador.

Um dos elementos essenciais do contrato de franquia consiste na transmissão de um certo “saber-fazer” que
permitirá ao franquiado manter a reputação e a imagem da marca do franquiador. O franquiador está apenas
adstrito a transmitir o capital técnico necessário à prossecução do fim do contrato

II – A PROTEÇÃO DA EMPRESA
A concorrência constitui um fenómeno dinamizador das atividades comerciais, traduzindo-se na competição
entre as empresas pela conquista da clientela e de mercados, através da qualidade e atratividade dos
produtos, da propaganda e de outros meios de marketing. É uma emanação direta da liberdade de iniciativa
económica, isto é, a possibilidade de quem quer que seja ter acesso às diversas atividades económicas.

A liberdade de iniciativa económica tem como corolário a liberdade de concorrência, consagrada


constitucionalmente como umas das incumbências prioritárias do estado – 81/e) da CRP, e como objetivo da
política comercial “ concorrência salutar dos agentes mercantis” – 99/a) CRP.

Desta forma a concorrência é desejada pelos poderes públicos que procuram criar condições para o seu
desenvolvimento, através das normas de defesa da concorrência, sendo que estas têm por objetivo garantir
a liberdade de acesso ao mercado, assegurar a transparência do mercado e reforçar a competitividade dos
agentes económicos, os quais deverão contribuir para a prossecução dos fins últimos de salvaguardar os
interesses dos consumidores e favorecer os objetivos gerais de desenvolvimento económico e social.

7
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

Para realizar tais finalidades o legislador proíbe e combate determinadas condutas que impediriam o livre
funcionamento da concorrência.

Antes de procurar defender a efetividade da concorrência o legislador preocupa-se que a concorrência se


processe em termos consentâneos com os princípio e regras que devem nortear as atividades económicas,
ou seja, com a lealdade da concorrência e para isso dispõe de dois instrumentos jurídicos: a propriedade
industrial e a repressão da concorrência desleal.

III – PROPRIEDADE INDUSTRIAL


• Propriedade intelectual (ou direitos intelectuais – Piccard; ou direitos imateriais – Kohler)
Lato sensu consiste na capacidade de gozo e disposição conferida pelo ordenamento jurídico sobre
um bem de natureza imaterial. Tem uma dimensão moral e uma dimensão patrimonial.
Proteção legal e de relações jurídicas através das quais se criam, exercem e transmitem direitos sobre
as obras intelectuais.
o Direitos de autor – criações de carater literário, cientifico e artístico. É dado um tratamento
que exprime a sua consideração como emanação da personalidade humana do artista
criador. Geralmente enquadrados no direito civil. Não exige registo
• Propriedade industrial – Direitos relativos a atividades empresarias nos domínios industriais e
comerciais. Exprime um quadro de valores e interesses ligados à realidade comercial. Exige registo

A defesa da lealdade da concorrência e dos legítimos interesses das empresas comerciais com elas
relacionadas é obtida em via preventiva através da criação, concessão e proteção de direitos privativos sobre
determinados elementos objetivos de carater imaterial, integrantes do estabelecimento comercial: as
invenções, os modelos de utilidade, os modelos e desenhos industriais, as marcas, as recompensas, os
logotipos e as denominações de origem entre outras.

Estes diversos elementos podem classificar-se em 2 grandes categorias:


• Criações novas – conceções relativas à composição, processo de fabrico ou forma dos produtos: são
os casos das invenções, dos modelos de utilidade e dos modelos e desenhos.
• Sinais distintivos – sinais nominativos e ou emblemáticos que distinguem os produtos (marcas e
denominações de origem) e os próprios estabelecimentos ou empresas (logotipos)

Estas criações e sinais distintivos são bens jurídicos incorpóreos que fazem parte dos estabelecimentos
comerciais dos respetivos titulares, podendo ser alienados ou onerados, o que lhes confere um valor próprio
e independente. O valor dos mesmos baseia-se na importância que estes têm para a salvaguarda dos
relevantes interesses da empresa. Estes interesses são:
• Criações novas – utilização exclusiva de ideias e soluções inovadoras referentes aos seus produtos e
aos processos de os fabricar, ideias estas que os concorrentes ficarão proibidos de utilizar.
• Sinais distintivos – promoção da imagem da empresa, fator decisivo para projetar face às suas
concorrentes no mercado.
III.1 – ÂMBITO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Art.º 1º - A propriedade industrial desempenha a função de garantir a lealdade da concorrência, pela
atribuição de direitos privativos sobre diversos processos e técnicas de produção e desenvolvimento da
riqueza.

8
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

Tem um âmbito específico, referente ao conteúdo dos vários bens, que tipifica e protege em ordem à
proteção dos interesses das empresas associadas a cada um deles, tendo em vista defender o exclusivismo
do seu uso pelo respetivo titular.

A concorrência desleal tem um âmbito mais vasto e mais exigente nos seus requisitos, destinado à
preservação da ética comercial contra as condutas que possam violar os seus princípios e regras.

A propriedade industrial pressupõe o registo dos respetivos objetos, sendo delimitada pelo conteúdo e
eficácia desse registo.

Para a concorrência desleal é indiferente a existência do registo, sendo que a mesma depende de que o ato
praticado seja um ato de concorrência suscetível de causar prejuízos à empresa concorrenciada e que
envolva a violação de regras de lealdade mercantil.

De referir, ainda, que a Propriedade industrial se aplica a todas as empresas e não só às comerciais e a todas
as pessoas físicas ou jurídicas.

Propriedades sui genéris - Tem duração limitada e pode ser repetida

Efeitos no mercado: Exclusivo, excludente e livre concorrência

III.2 – ATRIBUIÇÃO DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL


III.2.1 – efeitos da concessão ou registo
Concessão – nos casos das patentes de invenção e modelos de utilidade.
Registo – Topografias de produtos semi-condutores, modelos e desenhos industriais, marcas, nomes e
insígnias e de estabelecimento, logotipos e denominações de origem.

A regra geral consta do artº 4/2, trata-se de uma presunção ilidível, quer por via do recurso – 39 e ss, quer
por via da declaração de nulidade – 33 e ss.

O registo tem efeitos acessórios: o registo de marcas, logotipos e denominações de origem e indicação
geográfica constitui fundamento para a recusa ou anulação das firmas confundíveis com aqueles sinais – 4/4
e 5. A anulação está sujeita a um prazo de caducidade de 10 anos.

Embora a eficácia constitutiva dos direitos de propriedade industrial resida nos atos de concessão ou registo
importa ressaltar a importância dos respetivos títulos como meios de prova de tais direitos – 7/1. Estes títulos
revestem a forma de documentos escritos.

III.2.2 – processo de concessão e registo


A concessão e registo compete ao INPI – artº 9 a 30.
A prioridade para a concessão dou registo cabe a quem primeiro apresentar regularmente o pedido – 11, 12
e 13.

9
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

Da apresentação de cada pedido é publicado pelo INPI aviso no boletim da propriedade industrial, de onde
decorrem 2 efeitos importantes:
• Proteção provisória – 5/1
• A partir da data da publicação corre o prazo para reclamações.

Das decisões do INPI cabe recurso judicial, que pode ser interposto para o tribunal da propriedade intelectual
no prazo de 2 meses a contar da publicação do despacho – 41 a 47.

III.2.3 – transmissão e licenciamento do direito – 31 e 32


Os direitos podem ser alienados com toda a amplitude – 31/1.

As alienações por atos entre vivos devem provar-se por documento escrito – 31/5.

Existe o contraste de concessão de licença de exploração – 32/1. Este contrato, que pode ser gratuito ou
oneroso não transmite ao licenciado a titularidade do direito, já que o licenciador conserva o direito de
explorar o respetivo objeto – 7

O contrato de transmissão do direito de propriedade industrial, ainda que com carater temporário implica
que o transmitente se demita da titularidade do direito e por conseguinte da possibilidade de explorar o
respetivo objeto.

No contrato de licença o licenciador conserva a titularidade do direito de propriedade industrial e de o


explorar.

O contrato de licença confere o gozo de todas as faculdades que assistem ao titular do direito – 32/4, com
algumas ressalvas:
• A duração da licença é a que resultar do contrato;
• A posição do licenciado não é alienável sem o consentimento escrito do licenciador;
• A licença pode ser exclusiva.

III.2.4 – Extinção dos direitos – 33 a 38


• Nulidade – 33/1
• Anulação – 34
• Caducidade – 37
• Renuncia – 38

III.3 – INVENÇÕES
Resultado de uma atuação criativa do espirito humano, consistente em um novo produto, ou um novo
processo ou meio técnico para obtenção de produtos – 51

Existem duas formas de proteção das invenções: patentes e modelos de utilidade


III.3.1 – PATENTES
A patente de invenção é um titulo de propriedade industrial que comprova a atribuição ao seu titular do
respetivo direito exclusivo, tendo por objeto uma invenção. O âmbito da proteção conferida reporta-se ao

10
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

próprio recorte do objeto da invenção, o qual, de acordo com o 97/1, é determinado pelo conteúdo das
reivindicações, servindo a descrição e os desenhos para as interpretar.

Necessidade de promover a inovação, o crescimento económico e a competitividade.

São necessários 3 requisitos para que haja uma invenção patenteável:


• Novidade – 55 e 56
• Atividade inventiva – resulta do facto de que não basta que uma invenção seja nova, é necessário
que ela produza um efeito surpresa, um efeito inovador.
• Utilidade industrial – Só podem constituir objeto de patente as invenções que permitam uma
atividade de produção em série do respetivo objeto.

A novidade e a atividade inventiva são aferidas em função do estado da técnica.

Não são patenteáveis (53) as invenções cuja utilização seja contrária à lei, à ordem pública, à saúde pública
e aos bons costumes.

III.3.1.1 – titularidade do direito à patente


A obtenção da patente pressupõe um direito que procede aquele que é conferido pela patente, trata-se do
direito à patente, o qual pertence ao inventor ou aos seus sucessores – 58 e 59.

Da concessão de uma patente resulta uma situação jurídica complexa, que envolve direitos e deveres:

Lado Ativo – adquire um direito vigente por 20 anos (99), sendo que este direito compreende os seguintes
poderes:
• Direito Exclusivo de explorar o invento – 101/1
• Direito de impedir terceiros – 101/2
• Direito de transmitir a patente ou conceder licenças
• Direito de usar a expressão “patenteado” – 100

Com os seguintes limites:


• Circunscrito ao âmbito das reivindicações – 101/4 + 62/1/a) + 97/1
• Não abrange o uso privado sem finalidade comercial – 102/a)
• Esgotamento do direito – 103/1

Lado Passivo
• Obrigação de explorar a invenção patenteada
• A exploração deve iniciar-se no prazo de 4 anos a contar do pedido da patente – 106
• Atribuição de licenças de exploração obrigatórias nos casos previstos no 107
o Falta ou insuficiência de exploração da invenção patenteada – 110
o Dependência entre patentes – 109
o Interesse público - 110

Limites da proteção do direito de patente:

11
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

• Atos realizados em âmbito privado e sem fins comerciais – 103/a)


• Atos com fins de ensaio ou experimentais – 103/c)
• Preparação de medicamentos feita no momento – 103/b)
• Utilização de patente e meios de locomoção – 102/2),f) e g)
• Esgotamento – 104
• Privilégio do agricultor – 98/6
• Direito de utilização prévia – 105
• Expropriação – 106
• Licenças obrigatórias – 108 e 112

III.3.1.2 – Transmissão
O direito emergente da patente pode ser objeto de transmissão – 80/3. Pode ser objeto de penhora e de
expropriação por utilidade pública – 105.

III.3.1.3 – Garantias do direito sobre a patente


Não pode ser concedida outra patente sobre a mesma invenção – 33/1/a) e 51/1

Se a nova patente sobre a mesma invenção for concedida pode ser declarada nula – 33/1/a), 35, 113/1/a)

Quem fizer uso indevido do invento patenteado ficará sujeito a penas criminais – 321.

III.3.1.4 – Extinção
• Declaração de nulidade da patente – 33 + 35 + 36 + 113
• Anulação da patente – 34 e 35
• Caducidade por
o Termo do prazo de 20 anos – 37/1/a) e 99
o Falta de pagamento de taxas – 37/1/b)
• Renuncia do titular

III.3.1.5 – processo de concessão de patentes


• Via nacional – 61 a 74
• Via europeia – 75 a 89
• Via tratado de cooperação em matéria de patentes – 90 a 96

III.3.1.6 – Regime internacional de Patentes

União internacional para a proteção da propriedade industrial


Assenta em 3 regras:
• Direito dos nacionais de um estado da união ao tratamento nacional
• Direito de prioridade unionista
• Princípio da independência das patentes

12
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

Tem o inconveniente de obrigar o inventor que deseja a proteção do seu invento em vários países a
apresentar em cada um destes um pedido independente, o que representa onerosas despesas e trabalho
intenso.

Tratado de cooperação em matéria de patentes

Sistema Europeu de patentes

III.4 – MODELOS DE UTILIDADE


É um titulo de propriedade industrial que é opção do titular do direito sobre uma invenção, pode ser por este
requerido alternativa, simultânea ou sucessivamente com uma patente.

O seu objeto é uma invenção, residindo a diferença para a patente na maior simplificação e celeridade do
processo do modelo de utilidade – 117/2.

São invenções cujo relevo se situa no domínio da utilidade industrial.

Os modelos e desenhos apresentam afinidades com as obras de arte e que têm um regime diferente do
modelo de utilidade.

O modelo é decalcado do das invenções

A grande diferença está nos prazos – 142.

Constitui uma via de proteção menos ambiciosa para proteger produtos que sem representar uma genuina
invenção revistam carater inovador, tendo como carateristicas mais aperfeiçoadas, que lhe aumentam a
utilidade ou melhoram o desempenho

III.5 – DESENHOS OU MODELOS


A descrição de desenho ou modelo está presente no artº 173.

As invenções distinguem-se dos desenhos ou modelos dado que aquelas constituem descobertas de utilidade
industrial, ao passo que estes limitam-se a dar nova apresentação a um produto conhecido, visando torna-lo
esteticamente mais agradável, à imagem de considerações de utilidade intrínseca do objeto.

III.5.1 – PROTEÇÃO LEGAL


A proteção legal pressupõe a satisfação dos seguintes requisitos:
• Novidade e carater singular – 176 a 180
A novidade é caraterizada segundo um critério de identidade combinado com o de ausência de
divulgação.
O carater singular é avaliado segundo um critério subjetivo: o da impressão global causada a um
utilizador informado.
• Tratar-se de produtos industriais ou de artesanato – 174

13
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

O direito à obtenção do registo obedece às mesmas regras das patentes, por força da remissão dos artº 181,
182 e 183.

A proteção legal obtém-se mediante o registo do modelo ou desenho, de acordo com o 184 a 198, o qual
confere:
• Direito exclusivo ao seu uso – 203
• Direito de autorizar ou proibir atos de utilização – 203/1
• Direito de identificar o desenho ou modelo protegido – 202

Estes direitos têm limites – 204, e estão sujeitos a esgotamento – 205.

Os efeitos do registo vigoram por 5 anos, renováveis por iguais períodos até ao limite de 25 – 201.

Está submetido às causas de invalidade previstas nos artº 208 a 210.

Podem ser protegidas como modelos de utilidade as invenções novas, implicando atividade inventiva, se
forem suscetíveis de aplicação industrial.

Os modelos de utilidade visam a proteção das invenções por um procedimento administrativo mais
simplificado e acelerado que o das patentes

A proteção de uma invenção que respeite as condições estabelecidas no nº1 pode ser feita por opção do
requerente, a titulo de modelo de utilidade ou de patente.

III.6 – MARCAS
Marca é um sinal utilizado para distinguir os produtos sobre os quais incide. É um sinal distintivo dos
produtos, serve para referenciar os produtos ou serviços distinguindo-os dos outros. É um fator de
publicidade indispensável – 222.

• Proveniência dos produtos ou serviços – garantir aos consumidores a identidade de origem do


produto, isto é, deve constituir a garantia de que todos os produtos ou serviços que a ostentam
foram fabricados ou prestados sob o controlo de uma única empresa à qual possa ser atribuída a
responsabilidade daqueles.
• Garantia de qualidade – para os consumidores uma mesma proveniência implica frequentemente
uma qualidade constante dos produtos de marca, mas o direito de marcas não protege essa
expetativa do consumidor
• Função publicitária – a utilização da marca constitui publicidade em si mesma.

Consoante as entidades que as usam as marcas podem ser de várias espécies:


• Marcas de produtos
o Marcas de produtor – marcas industriais (225/a))
• Marcas de serviços
• Marcas coletivas – 228
o Marcas de associação – 229. É uma marca própria embora sujeita a um regime especial de
propriedade e uso

14
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

o Marcas de certificação – 230/1

O uso das marcas é facultativo

III.6.1 – Constituição das marcas – 222


• Nominativas – compostas exclusivamente de elementos verbais escritos
• Figurativas – apenas desenhos e emblemas
• Mistas
• Plásticas ou formais – constituídas pela forma dos produtos ou da embalagem
• Sonoras – 238/1/a)
• Olfativas

A constituição das marcas é livre, podendo o empresário compô-las a seu arbítrio. A lei, no entanto,
estabelece algumas restrições resultantes dos princípios que regem a composição das marcas:
• Independência do produto – A marca não pode ser um elemento constitutivo do produto;
• Eficácia distintiva – A marca deve ser capaz de distinguir o produto dos de outros empresários
• Verdade – 239/1/b) e 239/2/a) e c)
• Licitude
• Novidade e especialidade – exige-se que a marca seja nova – 239/1/a)

O desrespeito destas regras tem como consequência:


• Recusa do registo da marca – 238 a 242
• Nulidade do registo que tenha chegado a ser concedido – 33/1/a)

III.6.1.1 – Novidade da marca

Quando uma marca não é nova aquele que a adota pratica. Uma usurpação, que pode revestir duas
modalidades:
• Contrafação ou reprodução – cópia integral da marca anterior
• Imitação – adoção de uma marca confundível com outra.

III.6.2 – Registo da Marca


A propriedade da marca resulta do seu registo que entre nós tem eficácia constitutiva ou atributiva daquele
direito – 224 e 233 e ss.

Só a marca registada goza de proteção do direito absoluto e exclusivo e é protegida independentemente da


ocorrência de qualquer dano, para o seu titular, causado pelo uso de marca semelhante. Há 3 exceções a
esta regras:
• Marca notória – 241/1
• Marca de prestígio – 242/2
• Se tiver sido feito um pedido num país estrangeiro goza de direito de prioridade durante 6 meses.

O registo da marca confere ao seu titular o direito ao uso exclusivo por 10 anos, renovável indefinidamente
– 255.

15
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

Quanto à marca de facto, não registada, ela não é objeto de um direito de propriedade legalmente titulado,
o que não invalida que não seja conferida alguma proteção ao seu titular:
• Uso do direito de prioridade – 12º
• Opor-se ao registo de outra marca semelhante com fundamento na falta de novidade ou
concorrência desleal – 239/a)

O processo de registo nacional está regulado nos art 233 a 246

Os direitos emergentes dos registos de marcas podem ser alienados, a titulo gratuito ou oneroso, total ou
oneroso, total ou parcialmente – 31/1

As marcas coletivas são intransmissíveis – 268

III.6.3 – Extinção do direito à marca


• Declaração de nulidade do registo sob os fundamentos previstos no 33 e 265.
• Anulação do registo – 34 e 266
• Caducidade 37 e 269

III.7 – LOGOTIPOS – 281 e ss


Logotipo é um sinal de uso facultativo que pode ser constituído por um sinal ou conjunto de sinais suscetíveis
de representação gráfica, nomeadamente por elementos nominativos, figurativos ou uma combinação de
ambos –.

Destina-se a identificar e a propagandear uma entidade que preste serviços ou comercialize produtos,
devendo ser utilizada, nomeadamente em estabelecimentos, anúncios, impressos ou correspondência

Pode ser constituído livremente. Este princípio da liberdade sofre as restrições constantes do 285:
• Eficácia distintiva
• Verdade
• Novidade
• Licitude
• Unidade

A duração do registo do logotipo é de 10 anos, sendo renovável indefinidamente por iguais períodos.

Trata-se de um direito de propriedade industrial, podendo o empresário fazer daquele sinal qualquer uso
conforme à natureza e função jurídica do mesmo

O titular pode valer-se da proteção legal do seu direito, impedindo terceiros de usar qualquer sinal idêntico
– 304-N, designadamente:
• Pedindo a declaração de nulidade do logótipo registado posteriormente – 33/1/a9 e 35
• Desencadeando a aplicação de coimas – 334 e 337
• Indemnização – 316

16
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

O logótipo só pode ser transmitido em conjunto com o estabelecimento a que estiver ligado – 304-P/3

Extingue-se por:
• Nulidade – 33
• Anulação – 34
• Caducidade – 37
III.8 – DENOMINAÇÕES DE ORIGEM E INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS – 305
As denominações de origem destinam-se a assinalar certos produtos como originários da certa área
geográfica – 305/1 e 2

As indicações geográficas são definidas de forma similar à primeira aceção das denominações de origem –
305/3.

Denominação de Origem – nome de uma região que serve paras designar ou identificar um produto originário
dessa região, cuja qualidade ou caraterísticas se devem, essencialmente ao meio geog´rafico, incluindo os
fatores naturais e humanos e cuja produção, transformação e elaboração ocorrem nessa área.

Ambas pertencem em comum aos efetiva e seriamente residentes ou estabelecidos naquela área geográfica
e podem ser usados por todos os que nela exploram qualquer ramo de produção caraterística – 305/4. Há
dois requisitos para o uso destes sinais:
• Residência ou estabelecimento na área
• Exploração do ramo de produção caraterístico da e na área.

A propriedade das denominações de origem e indicações geográficas, por tempo indeterminado, adquire-se
independentemente do registo, o qual poderá ser requerido e passado em nome da entidade representativa
dos produtores da localidade, área ou região, e que confere os direitos especificados pelo artº 312.

A proteção não se restringe ao uso do sinal em si mesmo, antes o transcende, pois abrange:
• Qualquer meio pelo qual um terceiro designe ou apresente um produto, por forma a indicar ou
sugerir uma origem geográfica inverídica, por forma a induzir em erro o público.
• Qualquer outra forma de utilização qua constitua concorrência desleal
• O uso por quem não esteja autorizado pelo titular do registo.

Além disso só os produtos provenientes da zona geográfica considerada é que podem utilizar a respetiva
denominação de origem ou indicação geográfica – 312/2.

III.9 – DOMINIOS
A net está construída tecnicamente com base em 2 elementos:
• Um protocolo de comunicação TCP/IP que estabelece uma linguagem de comunicação comum entre
as múltiplas redes e computadores autónomos.
• Um sistema de denominação e endereçamento – sistema de nomes e domínios – que permite a
identificação e o contacto de cada computador na rede em que se localiza, através do respetivo
endereço eletrónico.

17
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

O nome do domínio é um sinal distintivo nominativo que identifica de forma universal e unívoca um site e
que se presume facilitar a identificação e memorização dos endereços.

O registo de nomes de domínio obedece a regras substancialmente idênticas em todas as entidades nacionais
ou internacionais, nomeadamente quanto aos seus dois princípios essenciais:
• Princípio da novidade ou exclusivo
• Princípio da prioridade

III.10 – CONCORRÊNCIA DESLEAL – 317 E 318


Partindo da constatação da existência de princípios ético-jurídicos que devem ser respeitados na competição
entre os empresários foi-se aprofundando o entendimento de que a violação dessas regras deve ser
reprimida, quer pela aplicação de sanções penais, quer pela aplicação de sanções civis.

O legislador procurou criar uma proteção geral contra as condutas que fora do âmbito da proteção dos
direitos específicos da propriedade industrial podem coloca-las em risco de sofrer prejuízos ou mesmo
desaparecer em virtude de condutas de outrem que implicam violação dos princípios da ética comercial.

• O ato de concorrência desleal terá de ser um ato de concorrência, isto é, um ato de captação da
clientela de certo ou certos produtos ou serviços para outro ou outros análogos de outra empresa.
Logo é necessário que as empresas exerçam atividades idênticas ou afins:
o Idênticas – se produzirem ou comercializarem os mesmo bens económicos
o Afins – se se referirem a bens diversos mas destinados a satisfazerem a mesma necessidade.
• O ato de concorrência pode ou não produzir efeito, pode ou não captar a clientela, mas o seu sucesso
ou insucesso é irrelevante para a lei, que não exige a efetividade do prejuízo da empresa
concorrênciada.
• É necessário que o ato ou conduta do concorrente viole as normas e usos honestos da atividade –
347
• Há que distinguir a concorrência desleal da concorrência ilícita, proibida ou não autorizada.
o Concorrência desleal – uso excessivo e anti-ético da liberdade da concorrência
o Concorrência ilícita – violação de norma legal ou de contrato

III.10.1 – Categorias de atos


• Atos de confusão – procura-se captar a clientela da concorrência induzindo os clientes em erro
• Atos de descrédito – denegrir a reputação do concorrente por forma a afastar dele a clientela
• Atos de apropriação – apoderar-se ou atribuir certos atributos ou vantagens que não lhe pertencem.
• Atos de desorganização – ataca-se a empresa adversária através do desvio de trabalhadores ou
fornecedores, venda de produtos ao desbarato, etc.

III.10.2 – Meios de repressão da concorrência desleal


• Responsabilidade contra-ordenacional – 331
• Responsabbilidade civil – 483 e ss CC
III.10.3 Defesa da concorrência

18
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

IV – TÍTULOS DE CRÉDITO
O crédito é essencialmente a troca de uma prestação presente por uma prestação futura, ou seja, o
diferimento no tempo de uma contraprestação.

O conceito de crédito comporta 2 pressupostos básicos:


• A confiança do credor na honestidade e solvabilidade do devedor
• Decurso do tempo entre a prestação atual do credor e a prestação futura do devedor.

O crédito constitui um fator fundamental para o desenvolvimento das atividades comerciais já que permite
ao comerciante obter dos seus credores a disponibilização antecipada dos bens capitais de que aquele carece
para investir ou fazer girar na sua empresa. Trata-se de viabilizar e acelerar a criação da riqueza através da
criação de oportunidades.

A promoção do crédito é um dos objetivos fundamentais do direito comercial.

IV.1 – FUNÇÃO E CONCEITO DE TíTULO DE CRÉDITO


Os títulos de crédito são documentos:
• Escritos, que representam declarações de ciência ou vontade
• Comprovam determinados factos

Destinam-se a tornar mais simples, rápida e segura a circulação da riqueza e a concessão de crédito.

A confiança constitui a base do desempenho da função dos títulos de crédito, e para. Que essa confiança
exista é essencial que o regime jurídico proteja os interessados da titulação do direito, do devedor e de quem
venha a adquirir de boa fé. Para isso é necessário que haja absoluta confiança em que:
• O titular é quem tem o titulo em seu poder
• O titular poderá transmitir esse titulo;
• O teor literal do titulo corresponde ao direito que ele representa
• A posição do atual detentor do titulo não pode ser posta em causa

São documentos que titulam uma obrigação de pagar, i.e., representativa de dinheiro com as seguintes
caraterísticas:

Estas 4 exigências correspondem às caraterísticas gerais dos títulos de crédito.


• Incorporação ou legitimação
• Circulabilidade
• Literalidade
• Autonomia

Lembrar que são diferentes o:


• Direito sobre o titulo – direito real que tem o titulo por abjeto
• Direito mencionado no titulo

19
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

Incorporação ou Legitimação – Significa que a detenção do titulo é indispensável para o exercício e a


transmissão do direito nele mencionado. A posse do titulo legitima o portador para exercer ou transmitir o
direito.

Circulabilidade – Os títulos de crédito destinam-se a circular, o que implica a potencialidade de serem


transmitidos de uma pessoa para outra.

Literalidade – Para a determinação da existência, conteúdo, limites e modalidades daquele direito é


exclusivamente decisivo o teor do próprio titulo. Isto porque a estrita ligação do titulo com o direito que ele
incorpora torna indispensável que tal direito valha apenas nos termos que são revelados pelos dizeres do
documento.

Autonomia – Autonomia face ao direito subjacente e face aos portadores anteriores.

Abstração – A partir do momento em que começa a circular o título fica desligado da relação causal inicial.

Exequibilidade – constituem titulo executivo

IV.2 – TIPOLOGIA
Critério da causa-função
• Causais – destinam-se a realizar uma típica e única causa-função. Inerente a um determinado tipo de
negócio jurídico do qual resultam direitos cuja transmissão e exercício o titulo se destina a viabilizar.
• Abstratos – não têm uma causa-função típica

Critério do conteúdo do direito


• Titulos de crédito propriamente ditos
• Titulos representativos
• Titulos de participação social

Critério do modo de circulação


• Titulos ao portador – não identificam o seu titular e transmitem-se por mera tradição manual. O
titular é quem for o detentor do documento – 483 c. com.
• Titulos à ordem – mencionam o nome do seu titular, tendo este, para transmitir o titulo, de nele
exarar endosso.
• Titulos nominativos – mencionam o nome do seu titular e a sua circulação exige um formalismo
complexo

Critério da natureza da entidade emitente


• Públicos – aqueles que são emitidos pelo estado
• Privados

IV.3 – PRINCIPAIS TíTULOs DE CRÉDITO


IV.3.1 – Titulos cambiais: Letras, livrança e cheque

20
DIREITO COMERCIAL – UAL – 4º ANO, 1º SEMESTRE - 1º TESTE

Letra – Titulo através do qual o emitente do titulo – sacador – dá uma ordem de pagamento – saque – de
uma dada quantia, em dadas circunstâncias, a um devedor – sacado – a favor de uma determinada pessoa –
tomador. O sacador (quem emite a letra) obriga-se a pagar a mesma.

Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada

Livrança – promessa de pagamento de uma certa quantia pelo seu subscritor ou emitente a favor do
tomador. É um titulo à ordem, transmissível por endosso e rigorosamente formal.

Cheque – Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada

21

Você também pode gostar