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I.Introdução ................................................................................................................................... 1
1.1.Objectivos............................................................................................................................ 2
1.1.1Geral .............................................................................................................................. 2
1.1.2 Específicos .................................................................................................................... 2
1.2.Justificativa…………………………………..…………………………………………………………………………….2
1.3.Problema……………………………………….……………………………………………………………………………2
1.4.Hipótese de solução……………………………………………………………………………………………………3
1.5.Estrutura temática .............................................................................................................. 3
1.6.Metodologia ........................................................................................................................ 3
CAPÍTULO I .................................................................................................................................... 5
1.Resenha Histórica da Concorrência Parasitaria como Modalidade da Concorrência Desleal ... 5
CAPÍTULO II ................................................................................................................................... 9
2.Concorrência Parasitária no Âmbito das Marcas. ...................................................................... 9
2.1.Concorrência desleal ........................................................................................................... 9
2.1. Actos considerados desleais............................................................................................... 9
2.2. Concorrência parasitária. ................................................................................................. 18
2.2.1. Noção ........................................................................................................................ 18
2.2.2.Características da concorrência parasitária ............................................................... 19
2.2.3. Fundamentos da sua proibição ................................................................................. 20
2.3. Direito da Marca................................................................................................................. 9
2.3.1. Noção da Marca. ....................................................................................................... 10
2.3.2.Funções da Marca. ..................................................................................................... 12
2.3.3.Tipos de Marca. .......................................................................................................... 13
2.3.4.Princípios Informadores das marcas .......................................................................... 14
2.4.Principais Formas de Violação do Direito à Marca ........................................................... 17
2.4.1. Tipos de Violações. .................................................................................................... 17
2.4.2.Concorrência parasitária por meio de Contrafacção e Imitação de Marcas.............. 22
CAPITULO III ................................................................................................................................ 24
Direito Comprado ........................................................................................................................ 24
3.Soluções Adoptadas noutros Ordenamentos Jurídicos. .......................................................... 24
1.1.1Geral
1.2. Justificativa
A escolha deste tema, prende - se pelo facto de o licenciando ter notado a dificuldade
de, na actualidade, uma ausência base legal que consiste na aplicação da
responsabilidade civil de agentes praticantes de concorrência parasitaria, na medida em
que agentes tem agido de modo contrario às normas e usos honestos da actividade
industrial, comercial ou de serviços, portanto, usam marcas alheias por forma a lograr
no mercado. A economia Moçambicana vem registando um grande crescimento,
acentuado, no mercado. Sendo assim, novas empresas, marcas, produtos e serviços tem
sido registadas, portanto, por forma a ganhar mais clientela em relação aos seus
concorrentes, alguns empresários tiram ou tentam tirar proveito da reputação
legitimamente adquirida por terceiros ou das realizações pessoais de outrem, portanto,
por temer que num futuro muito próximo não haja este tipo de situações, há uma
necessidade de prever, aprimorar, este instituto da responsabilidade civil dos agentes
praticantes de concorrência parasitaria no âmbito das marcas.
1.3. Problema
Tendo em consideração a razão de escolha do tema pretende - se indagar qual será a
responsabilidade civil a ser a aplicada à aquele agente parasitário que faz uso de uma
marca notória ou notoriamente conhecida em seus productos ou serviços?
1.6. Metodologia
“A Itália também não fugiu a regra, sendo, que a jurisprudência também manifestou
receptividade em incluir a concorrência desleal no âmbito do ilícito extracontratual.”7
1
É uma expressão Francesa que significa “Deixar fazer, deixar passar, que o mundo caminhe por si só ”:
Cfr. GONÇALVES, Luís M.Couto, Manual de Direito industrial, 2ª edição, Almedina, 2008, p.401.
2
idem.
3
ibidem.
4
A ilicitude é uma qualidade dum determinado comportamento e tem de ser aferida tendo em
consideração o conjunto da ordem jurídica e não somente em relação ao direito penal ou civil. Ao
falarmos de acto ilícito, nos referimos a qualquer comportamento que não está em conformidade com a
Ordem Jurídica e que viola um determinado direito, causa um dano e cria o dever de indemnizar.
5
Cfr. GONÇALVES, ob.cit, 403.
6
ASCENSÃO, José de Oliveira, Concorrência Desleal, Almedina, 2002, p.20.
7
Cfr. GONÇALVES, ob.cit, p.403.
Deste modo, um acto desleal traduzia-se na contrariedade do acto com a cláusula geral
dos bons costumes, sendo, o agente que no tráfico mercantil realizasse actos com fim
último de concorrência e que atentassem contra os bons costumes, podia ser sujeito a
uma acção com vista à cessação e repressão de danos9.
Deste modo a Lei Alemã, veio culminar de modo coerente, num longo processo de
evolução legislativa e jurisprudencial com objectivo de modernização do instituto em
causa. A Lei visa a protecção dos interesses dos concorrentes, dos consumidores12 e de
outros participantes do mercado em relação a actos de concorrência desleal e a
protecção do interesse geral a uma concorrência não falseada, desta forma definido
como acto de concorrência, “o acto que uma pessoa realiza com o objectivo de
promover a venda de produtos ou aquisição de serviços – incluindo bens imóveis,
direitos ou obrigações exigíveis – próprias ou de um terceiro empresário”13 e acto de
concorrência desleal, definido por uma nova clausula geral, consideram – se proibidos
os actos de concorrência desleal susceptíveis de afectar de modo não insignificante a
concorrência em prejuízo dos concorrentes, consumidores ou participantes no mercado
”14
8
ibidem, p. 404.
9
idem, 404.
10
idem.
11
Convenção de Paris para protecção da Propriedade Industrial de 20 de Março de 1883.
12
Esta protecção colectiva tem como escopo proteger a liberdade de decisão dos consumidores.
13
Cfr. GONÇALVES, ob.cit, 405.
14
ibidem, p.407.
Este código, foi aprovado pelo “Dec. N0 30679 de 24 de Agosto de 1940 e tornado
extensivo as Províncias Ultramarinas através da Portaria n0 17043 de 20 de Fevereiro de
1959, cfr. BR n0 13, Ia série, 20 Suplemento, de 3 de Abril de 1959 ”18.
No entanto, há que notar que nestes dois diplomas (Dec. 18/99, de 4 de Maio e Dec. N0
4/2006, de 12 de Abril), o conceito de concorrência desleal, é o mesmo, não se
verificando nenhuma inovação. Porquanto se não vejamos: o art. 157, n 0 1, do Dec.
15
Cfr. GONÇALVES, ob.cit, p.409 e ss.
16
Idem.
17
Artigo 1 da Convenção de Paris para protecção da Propriedade Industrial de 20 de Março de 1883.
18
COMOANE, Ana, A Importância da Propriedade Industrial para os PVD’S, Maputo, 1998, p.2.
19
Pensamos, que o conceito adoptado pelo legislador moçambicano tem grande influência do conceito
adoptado pela Convenção de Paris de 1883, no seu art. 10 – bis.
2.1.Concorrência desleal
Numa acepção doutrinária21, define-se como acto de concorrência desleal aquele acto
susceptível de, no desenvolvimento de uma actividade económica, prejudicar outro
agente económico, um prejuízo que se consubstancia num desvio da respectiva
clientela, efectiva ou parcial, e que, quando se verifica em termos contrários às normas e
usos honestos de qualquer ramo de actividade económica, resulta num acto de
concorrência desleal;
Como referimos anteriormente, o uso de marca notória com o intuito de vender outras
marcas pode confundir o consumidor, prejudicando assim aos outros produtores ou
serviços em causa, ficando lesado o proprietário dos sinais distintivos ou da sua
reputação, gerando deste modo a concorrência parasitária, por isso há uma necessidade
de abordar a concorrência parasitária no âmbito das marcas.
20
Art. 174 n◦ 1 CPI
21
Cfr. Ob.Cit. P.252
22
Cfr. PAÚL, Jorge F.C.Patrício, Concorrência Desleal, Coimbra, 1965, Pp.162
23
Qualquer referência feita sem indicação do diploma legal em causa dirige-se ao Código da Propriedade
Industrial aprovado pelo Decreto no 4/2006 de 12 de Abril (Boletim da República, I Série, No 15).
24
ABREU, Jorge M. Coutinho de, Curso de Direito Comercial, I, 5a Edição, Almedina, Coimbra, 2004, p.
354.
25
Idem.
26
GONÇALVES, Luís Couto, Direito de Marcas, Almedina, Coimbra, 2002, p. 66.
27
Veja-se ainda a al. f) do art.1.
2.3.2.Funções da Marca.
34
ASCENÇÃO, José de Oliveira, As Funções da Marca e os Descritores (Metatags) na Internet.
Http://ld2.ldsoft.com.br/portal webseek/detalhe assuntos.asp. Acesso em: 28 Fev. 2013.
2.3.3.Tipos de Marca.
Consoante a natureza material ou imaterial dos bens a que se dirigem as marcas podem
ser de produtos e de serviço37.
Tendo em linha de conta a natureza das actividades em causa, podemos ter marcas
industriais, aquelas com que o produtor assinala os seus produtos, e comerciais, aquelas
que o comerciante adopta para assinalar os produtos com os quais exerce o seu
comércio, ou seja, as marcas comerciais são usadas por quem exerce a actividade
comercial38.
Como podemos verificar as marcas industriais são mais importantes do que as
comerciais dado que “ acompanham a mercadoria desde a sua origem até ao consumo,
ao passo que estas últimas, apenas indicam a casa comercial que as expediu ou pôs à
venda e podem ser suprimidas ou substituídas por todos os sucessivos revendedores”39.
Atendendo aos elementos constitutivos, as marcas podem ser nominativas, quando
constituídas por elementos nominativos (nomes, letras, números, palavras e sons),
figurativas, quando integram elementos emblemáticos ou desenhos, mistas, quando
agrupam elementos nominativos e figurativos simultaneamente e formais ou
tridimensionais, quando se evidenciam pela forma do produto40.
35
ASCENÇÃO, ob.cit, 28 de Fevereiro de 2013
36
Idem
37
Idem
38
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 38.
39
CARDOSO, J. Pires, ob. cit. p.98.
40
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 40.
2.3.4.1.Princípio da Facultatividade:
Regra geral as marcas são de uso facultativo, não sendo obrigatória a sua adopção.
Entende-se que assim seja, uma vez que, se por um lado, atendendo a função distintiva
da marca é ao empresário que o seu uso beneficia — é este que tem a preocupação de
facilitar a identificação dos seus produtos, é este que pretende fazer chegar aos clientes
os seus melhores produtos — por outro lado, em nenhum momento encontramos uma
disposição legal que obrigue a adopção de uma marca tal como sucede com a firma (art.
18 do Código Comercial)45.
Segundo o qual, a marca uma vez registada deve manter-se inalterada quanto a
constituição, enquanto durar esse registo, só admitindo-se alterações de vulto nos casos
especialmente previstos na lei. Com este princípio pretende-se acautelar o interesse dos
41
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 40
42
Ibidem, p.41
43
Podemos dar de exemplo o direito de uso exclusivo de marca, de impedir o uso ilícito e desautorizado
da mesma podendo o titular da marca intentar um processo judicial contra o infractor (nos 1 e 5 do art.
124, respectivamente).
44
O legislador atendendo as desvantagens de um sistema em que aqueles direitos se adquirissem
apenas pelo registo, procurou dar guarida aos casos de uso da marca não registada (arts. 124 no
2;125;126).
45
OLAVO, Carlos, ob. cit. p.45.
2.3.4.3.Princípio da Territorialidade
Pode ser tomado em dois sentidos. Por um lado, cabe a cada Estado definir o seu
próprio regime de tutela da marca. Quer isto dizer que, o regime aplicável a marca é em
princípio determinado pelo
Estado em que se pretende registá-la 47 . Por outro lado, os direitos conferidos pelo
registo de marcas encontram-se limitados ao território de um determinado Estado,
salvaguardando-se os casos de registo internacional de marcas48.
2.3.4.4.Princípio de Liberdade
Ao abrigo do qual o titular da marca goza de plena liberdade no que tange a sua
composição. Contudo, há que atender algumas limitações previstas na lei. Assim, a
marca a adoptar deve ter capacidade distintiva, ou seja, deve ser capaz de permitir a
distinção de produtos ou serviços semelhantes (al. a) do art. 110). Isto é compreensível,
pois, não se pode permitir o registo de uma marca que não possibilite a diferenciação
dos produtos ou serviços, sendo um elemento de confusão.
Não poderão ser registadas como marcas os sinais meramente descritivos de produtos.
Estes não têm eficácia distintiva na medida em que apenas descrevem a natureza ou a
identidade dos produtos e serviços para os quais são utilizados49.
46
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 46
47
Ciente das dificuldades que daí adviriam, actualmente a protecção internacional de marcas é feita
através de um sistema criado ao abrigo da Convenção de Paris de 1883, do Acordo de Madrid de 1891 e
do Protocolo referente a este acordo de 1989. Trata-se de um sistema de registo mais simplificado, que
tem a vantagem de aplicar ao registo internacional um conjunto unitário de normas e facilitar o registo
em todos os Estados membros.
48
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 47
49
in Curso Geral de Propriedade Industrial, ob. cit. p. 7. P.e. a adopção da marca ”caneta” para uma
caneta.
O princípio da novidade traduz-se na ideia segundo a qual, a marca deve ser nova, no
sentido de, não ser idêntica a outra já registada (al. i) do art. 110) 51. A ausência de
novidade desencadeia a usurpação de marca (conceito analisado adiante). Este requisito
da novidade restringe-se a um círculo de produtos e serviços que estabelecem entre si
uma relação de semelhança ou afinidade (princípio da especialidade). Ou seja, esta
limitação apenas se dirige a produtos semelhantes, pois, há que evitar incorrer o
consumidor em erro por confusão de marcas.
Quer isto dizer que uma marca aplicada num certo produto ou serviço, pode ser
adoptada para outro produto ou serviço desde que não exista semelhança ou afinidade
entre os mesmos.
Devemos notar que no princípio da especialidade a semelhança diz respeito aos
produtos e serviços, ao passo que no princípio da novidade essa semelhança abrange as
marcas individualmente consideradas.
Podemos nos perguntar como é que se afere a semelhança ou afinidade entre produtos e
serviços? E a semelhança entre marcas?
A afinidade ou semelhança entre produtos e serviços deve ser aferida tendo em conta,
por um lado, a natureza ou características, e por outro, as finalidades dos produtos e
serviços. Deverão os bens em causa ter natureza próxima e finalidades idênticas ou
similares 52 . Podemos avançar o exemplo de calças e calções. A semelhança existirá
igualmente quando os produtos apresentem apenas finalidades idênticas embora tenham
natureza diversa ( p.e. sapatos de cabedal e sandálias).
Quanto a semelhança entre marcas a al. c) do art. 111 é bastante ilustrativa. O legislador
exige a verificação de três requisitos, devendo a marca apresentar semelhança gráfica,
fonética ou figurativa, e ainda, ser susceptível de criar confusão ao consumidor. O art.
111 do CPI deve ser entendido em termos abrangentes para se abarcar igualmente os
casos de contrafacção de marcas.
Justifica-se a orientação doutrinária segundo qual a novidade existirá quando a marca
para além de ser idêntica ou semelhante a outra, se afigure capaz de induzir em
confusão o consumidor.
50
Trata-se de dois princípios, e por estarem intrinsecamente relacionados serão abordados em conjunto.
51
Ficam igualmente abrangidas as marcas de prestígio e as notoriamente conhecidas art. (al. f) do
art.110) assim como outros sinais distintivos do comércio (al. g) do art. 110).
52
ABREU, Jorge M. Coutinho de, ob. cit. p. 378.
2.3.4.6.Princípio da Verdade
Ao abrigo do qual a marca não deve ser enganosa. A marca é enganosa quando incorre
o público em erro sobre “ a natureza, qualidade, proveniência geográfica ou outro
aspecto (v.g. composição, destino ou finalidade) do produto ou serviço, signifique um
sinal falso, isto é, um sinal objectivamente contrário a verdade, signifique isso
simplesmente, um sinal capaz de gerar risco de engano no público” (al. c) do art. 110)54.
Depois de registada a marca, a lei confere ao seu titular uma série de direitos parte dos
quais constam do art. 12455. Ao lado do direito de uso exclusivo (no 1 art. 124), podem
ocorrer situações de uso ilícito da marca, quer motivadas por um terceiro, quer
perpetradas pelo próprio proprietário da marca.
As violações podem ser directas e indirectas. No primeiro caso, fica afectada a função
distintiva da marca, e no segundo, estaremos em face de situações que embora não
afectem a função distintiva da marca podem lesá-la em termos económicos56.
No que diz respeito às violações indirectas, importa frisar que a capacidade
identificadora e distintiva da marca não fica afectada — não se configurando o chamado
risco de confusão mas a sua reputação no mercado sofre uma depreciação. Trata-se
53
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 53 e ainda ABREU, Jorge M. Coutinho de, ob. cit. p. 382.
54
GONÇALVES, Luís Couto, ob. cit. p. 106. Não poderá p.e. se registar a marca “sedol” para tecidos de
seda, pois, tratando-se de tecidos a maioria de pessoas tenderá a associá-la a seda.
55
Cfr. p. 12 (nota 16).
56
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 73.
2.5.1. Noção
A doutrina diverge quanto ao seu conceito, como também o tipo de acto de concorrência
desleal.
Portanto, na verdade, o uso de marca notória com o intuito de vender, através de outras
marcas, serviços ou productos de marcas semelhantes pode confundir ao consumidor,
prejudicando assim aos outros produtores ou serviços em causa, ficando lesado o
proprietário dos sinais distintivos ou das reputações.
57
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 78.
58
P.e. A empresa que se dedica ao fabrico de roupas de linho de alta-costura pode ver a sua marca
desprestigiada em virtude de esta ser adoptada para vestuário de baixa qualidade.
59
OLAVO, Carlos, Propriedade Industrial – Vol.I, 2ª edição, Almedina, 2005, p.283.
60
PAÚL, Jorge F.C.Patrício, concorrência desleal, Coimbra, 1965. p.193
Aliás como assegura o Prof. José de Oliveira Ascensão, “concluímos assim que sempre
se deve incluir na concorrência desleal a concorrência parasitária. Deverá porém ter
carácter global, só assim ultrapassando os limites das actividades livres”61.
61
ASCENSÃO, José de Oliveira, Concorrência Desleal, Associação Académica, 1994, p.125
62
Obtido em
http://www.mcampos.br/posgraduacao/Mestrado/dissertacoes/2011/rafaelneumayraproveitamentopa
rasit%C3%A1riodoselementosdeidentificacaodaempresa.pdf, (consultado em 20 de Julho de 2012)
63
ASCENSÃO, José de Oliveira, Concorrência Desleal, ob. cit, p.198
64
idem
65
Ibidem p. 199
66
PAÚL, Jorge F.C.Patrício, ob.cit. 198
67
PAÚL, Jorge F.C.Patrício, ob. cit. 199
68
Idem.
69
Ibidem, p. 190
70
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 73.
71
Por esta via um terceiro usurpa a clientela e os lucros do titular da marca, e isto sem contar com
aspectos ligados a depreciação da mesma dado que o terceiro usurpador possui muitas vezes produtos
e serviços de qualidade manifestamente inferior àquela a que os consumidores estão habituados.
72
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 73
A questão de fundo que se coloca é de saber qual seria a responsabilidade civil que
impende sobre os agentes praticantes dos actos da concorrência parasitária uma vez que
o Código de Propriedade Industrial nada estatui sobre a responsabilidade civil. Por isso,
torna-se oportuno analisar outras ordens jurídicas.
73
OLAVO, Carlos, ob. cit. p. 74.
Direito Comprado
3.2.Espanha:
74
Decreto no 30.679, de 24 de Agosto de 1940
3.3.Brasil:
75
Ley 17/2001 de 17 de Deciembre
76
Cfr. art. 562 do nosso C.C.
77
Lei no 9279 de 14 de Maio de 1996
78
Veja-se em todo o caso, http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3151. Acesso, 29 Fev. 2008.
Embora de forma tímida a Ley 17/2001 de 17 de Deciembre, de Marcas, caminha neste sentido ao
prescrever no no 5 do art. 43 o seguinte: “El titular de la marca cuya violación hubiera sido declarada
judicialmente tendrá, en todo caso y sin necesidad de prueba alguna, derecho a percibir en concepto de
indemnización de daños y perjuicios (...)”. (Grifo nosso)
79
COSTA, Mário J. de Almeida, Direito das Obrigações, 4a Ed., Coimbra Editora, 1984, p. 343. No mesmo
caminho, TELLES, Inocêncio Galvão, Direito das Obrigações, 6a Ed., Coimbra Editora, 1989, p. 194.
80
Existe uma discussão doutrinária, preferindo alguns autores a designação responsabilidade
obrigacional e extra obrigacional, e outros, responsabilidade contratual e extracontratual. Seja como for,
trata-se de uma discussão de ordem terminológica. Adoptaremos a designação responsabilidade
contratual e extracontratual uma vez que embora o contrato não seja a única fonte das obrigações é
inquestionavelmente que é a principal fonte dos direitos de crédito. De qualquer modo, esta orientação
não é imune a críticas. Com maiores desenvolvimentos, COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 352 e
353; VARELA, João de M. Antunes, Das Obrigações em Geral, I, 6a Ed., Almedina, Coimbra, 1989, p. 490
e 491, TELLES, Inocêncio Galvão, ob. cit. p. 198-200.
81
VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. p. 490. Veja-se ainda, COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit., p. 352.
82
A responsabilidade extracontratual por intervenções lícitas não mereceu regulamentação específica.
83ALARCÃO, Rui de, et al., Direito das Obrigações (Policopiado), s. ed., Coimbra, 1983, p. 241. Sem
grades contrariedades, NORONHA, Edgard Magalhães, Direito Penal, I, 34a Ed., Saraiva Editora, São
Paulo, 1999, p. 100 e 101.
84
VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. p. 603. Veja-se ainda, com maior profundidade LEITÃO, Luís M. T.
de Menezes, Direito das Obrigações, I, 2a Ed., Almedina — Coimbra, 2003, p. 49 e 50.
85
A contrário do que se passa com a responsabilidade por factos ilícitos, na qual a ilicitude e a culpa são
requisitos do seu funcionamento (no 1 do art.483 C.C.), na responsabilidade pelo risco o dever de
indemnizar resulta de uma conduta lícita mas perigosa do responsável funcionando assim,
independente da ilicitude e da culpa. Em todo o caso veja-se, COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 403.
86
CORREIA, A. Ferrer, Lições de Direito Comercial, LEX, Lisboa, 1994, p. 201; VARELA, João de M.
Antunes, ob. cit. p. 503; ALARCÃO, Rui de, et al., ob. cit., p. 242. Estes dois últimos em considerações
sobre a ilicitude como pressuposto da responsabilidade por factos ilícitos.
Para que se possa responsabilizar alguém, a lei exige que se verifiquem algumas
condições. É necessário que haja a prática de um facto, qualificável como ilícito, e que
seja imputado ao lesante, facto esse que origina um dano o qual encontra-se ligado a
aquele por um nexo causal. Discriminando, são pressupostos da responsabilidade civil o
facto, a ilicitude, a culpa, o dano e o nexo causal87.
Importa ter em linha de atenção que nem todos os autores adoptam a mesma
sistematização quanto à abordagem desta matéria. Assim, quanto aos requisitos, uns
falam em dano e imputação e outros falam de acto ilícito e prejuízo reparável88. De
qualquer modo, tudo depende da perspectiva de análise de um mesmo fenómeno, razão
pela qual no fundo, quer num caso, quer noutro, acaba-se percorrendo os aspectos
essenciais da responsabilidade por factos ilícitos89.
4.3.1 O Facto.
Como primeiro pressuposto encontramos o facto que se traduz num acto humano.
Quando falamos em acto humano, pretende-se fazer referência a todos os
comportamentos domináveis ou controláveis pela vontade90. Só estes importam, ficando
de fora os danos causados por força maior ou pela actuação irresistível de circunstâncias
fortuitas91. Há assim, uma limitação dos danos ressarcíveis sendo apenas indemnizáveis
os danos causados por uma conduta livre do agente.
O facto voluntário do agente pode revestir a forma de acção ou de omissão. A acção
traduzir-se-á na existência de um facto positivo (p.e. danificação de um bem alheio,
ofensa ao nome de alguém). Já a omissão, existirá nos casos em que a obrigação de
indemnização se justifica pelo facto de o agente não emitir um comportamento que de
contrário seguramente teria obstado a verificação do dano (arts. 486 e 563 C.C.)92.
87
COSTA, Mário J, direito das obrigações de Almeida, 9ᵃ ed, 2001 509-510.
88
Veja-se para o primeiro caso, CORDEIRO, António Menezes, Direito das Obrigações, II, 1a Ed., AAFDL,
Lisboa, 1988, p. 281. Para o segundo, JORGE, Fernando Pessoa, Direito das Obrigações, I, AAFDL, Lisboa,
1975/76, p. 494 e 495.
89
A maioria dos autores adopta a primeira forma de abordagem, que no fundo possui até apoio legal
(no 1do art. 483 C.C.). A título demonstrativo veja-se, COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 364;
ALARCÃO, Rui de, et al., ob. cit. p. 238; VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. p. 495.
90
VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. p. 499.
91
Idem. O autor avança o caso de alguém que é irresistivelmente empurrado pelo vento, partindo o
vidro da vetrine de um local.
92
COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 511.
4.3.2. Ilicitude.
93
LIMA, Fernando Pires e VARELA, João de M. Antunes, Código Civil Anotado, I, Coimbra Editora,
Coimbra, 1967, p. 332 e 333.
94
NORONHA, Edgard Magalhães, ob. cit. p. 100.
95
COSTA, Mário J. de Almeida, 9ᵃ ed, ob. cit. p. 514
96
COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 369.
4.3.3. Culpa.
Procura-se aqui estabelecer uma relação entre o facto e o agente, em termos de aquele
puder ser atribuído a este. Ou seja, culpa em sentido geral traduz-se na possibilidade de
imputação do facto ao lesante 99 . Tal imputação implica a verificação de algumas
condições, é necessário que o lesante seja capaz de ser objecto de censura por ter agido
como agiu (imputabilidade).
Num plano mais preciso, culpa é a imputação de um acto ilícito ao seu autor, traduzida
no juízo segundo o qual este devia ter-se abstido desse acto100. A imputabilidade dirá
respeito ao conjunto de condições que devem existir para que haja a imputação, a tal
atribuição do facto ao agente. Torna-se assim necessário “que o agente tenha a
capacidade natural para discernir e apreciar o carácter ilícito do seu acto (elemento
intelectual) e a faculdade de dirigir o seu comportamento de um modo conforme à
apreciação feita (elemento volitivo)”101. 27
97
VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. p. 509-510.
98
Dado o objecto do nosso trabalho é desnecessário abordar em especial estas questões daí que nos
limitamos a remeter o leitor para as obras que com algum rigor tratam desta matéria. Veja-se em
especial COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 372 e ss; VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. p. 520 e
ss; CORDEIRO, António Menezes, ob. cit. pp. 355 e ss.
99
COSTA, Mário J. de, ob. cit. p. 381.
100
TELLES, Inocêncio Galvão, ob. cit. p. 341.
101
ALARCÃO, Rui de, et. al, ob. cit. p. 249.
102
Estamos perante uma presunção tantum iuris admitindo-se prova em sentido contrário (no 2 do art.
350 C.C.)
103
ALARCÃO, Rui de, et. al, ob. cit. p. 251.
104
idem
105
COSTA, Mário J. de, ob. cit. p. 382
106
Será o caso de um mestre-de-obras encarregado de edificar um murro, que ao proceder a sua
construção faz recurso a um material barato e inapropriado para tal tarefa. Nesta situação se o mestre
na edificação do murro prevê a possibilidade da sua queda haverá dolo eventual. Já se confia na não
queda do murro haverá negligência consciente: COSTA, Mário J. de, ob. cit. p. 382
107
idem
108
VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. p. 537.
109
Em todo caso veja-se COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 584-587; VARELA, João de M. Antunes,
ob. cit. p. 560-567.
110
Ao lado da apreciação da culpa em abstracto, existe a apreciação em concreto, nos termos da qual se
deve tomar em consideração a diligência habitual, normal do lesante. Com maior detalhe veja-se
ALARCÃO, Rui de, et. al, ob. cit., p. 254.
111
COSTA, Mário J. de, 9ᵃ ed, ob. cit. p. 542
112
Defende-se igualmente que a responsabilidade civil prossegue uma finalidade sancionatória
evidenciada por alguns aspectos do seu regime (art. 494; no 2 do art. 497 e art. 570, todos do C.C.).
113
COSTA, Mário J. De Almeida, ob. cit. p. 389; ALARCÃO Rui de, et. al, ob. cit. p. 270.
114
COSTA, Mário J. de, 9ᵃ ed, ob. cit. p. 546
115
Uma questão que merece atenção tem que ver com os critérios da avaliação do dano. Assim, se por
um lado, segundo o critério da avaliação concreta do dano, considera-se que na determinação do
montante da indemnização se deve atender o valor que aquele bem tinha para o lesado (p.e. uma peça
de arte de família transmitida de geração em geração), por outro prisma, se consagra o critério da
avaliação abstracta, no qual se deverá considerar apenas o montante objectivo daquele bem
independentemente do valor que tinha para o lesado (p.e. preço de um carro no mercado). A avaliação
em concreto tem sido repudiada por muitos: COSTA, Mário J. de, 9ᵃ ed, ob. cit. p. 545
116
COSTA, Mário J. de, 9ᵃ ed, ob. cit. p.547
117
ALARCÃO, Rui de, et. al, ob. cit., p.271. Uma vez que neste domínio levantam-se acesos debates, veja-
se VARELA.
118
COSTA, Mário J. de Almeida, ob. cit. p. 397.
119
COSTA, Mário J. de, 9ᵃ ed, ob. cit. p.554
120
LIMA, Fernando A. Pires de; VARELA, João de M. Antunes, ob. cit. (III), p. 76.
Internet
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3151
Http://ld2.ldsoft.com.br/portal webseek/detalhe assuntos.asp