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Capítulo 8 – Concorrência Imperfeita Monopólio: uma breve revisão

Nesse modelo, iremos focar nas economias internas de escala. → A curva de demanda (D) tem
inclinação decrescente, indica que a
Economias Internas de Escala: acontecem em mercados de concorrência empresa pode vender mais unidades de
imperfeita. produção somente se o preço da
produção cair.
- Implicam que o CUSTO MÉDIO É DECRESCENTE, isto é, conforme a
produção aumenta o custo médio diminui → Receita marginal (MR) corresponde
à curva de demanda, uma vez que a
Concorrência imperfeita, nos permite introduzir duas características adicionais das RMg é a receita adicional que a
empresas que são predominantes no mundo real: empresa ganha por vender uma unidade
1) Na maioria dos setores, as empresas produzem mercadorias que são a mais.
diferenciadas. - Em uma empresa monopolista, a RMg
2) Medidas de desempenho variam amplamente entre as empresas. é SEMPRE menor do que o preço,
porque para vender uma unidade a mais de um bem é necessário que ele baixe o
preço de todas as unidades.
A teoria da concorrência imperfeita
CARACTERÍSTICAS Concorrência Perfeita Concorrência
Imperfeita • Como chegar na Receita Marginal da empresa?
Número de empresas Muitas empresas Poucas empresas Supondo uma função de demanda linear: Q = A – BP
Tipo de produto Homogêneo Homogêneo ou
Diferenciado 1º Passo) precisa lembrar que a receita marginal é a derivada da receita total, ou
𝜕𝑅𝑇
Preços Price-Takers Price-Makers seja, 𝑅𝑀𝑔 = 𝜕𝑄 e que a fórmula de receita total é: 𝑅𝑇 = 𝑃. 𝑄
Lucro Zero Variam entre as
empresas 2º Passo) pegar a função de demanda e reescrever em função do preço (P):
Na concorrência perfeita, os produtores são tomadores de preços, ou seja, como
eles fazem parte de uma pequena fração do mercado, eles não têm a capacidade de 𝑄 = 𝐴 − 𝐵𝑃
influenciar os preços, assim eles podem vender mais sem impactar nos preços. 𝐵𝑃 = 𝐴 − 𝑄
Na concorrência Imperfeita, os produtores influenciam os preços de seus produtos, 𝑨 𝑸
assim só conseguem vender mais se reduzirem seus preços. 𝑷=( − )
𝑩 𝑩
- Exemplo: A Boeing, empresa de aviões, sabe que se quer vender mais 3º Passo) substituir o preço (achando no passo anterior) na fórmula de Receita
aviões só vai conseguir isso ao reduzir seu preço significativamente. total:
Para simplificar o modelo de concorrência imperfeita, iremos analisar uma 𝑅𝑇 = 𝑃. 𝑄
estrutura de monopólio.
𝐴 𝑄
𝑅𝑇 = ( − ) . 𝑄
𝐵 𝐵
𝑨. 𝑸 𝑸𝟐 1º Passo) lembrar que o custo total de uma empresa é composto pelo custo fixo e
𝑹𝑻 = − custo variável:
𝑩 𝑩
4º Passo) fazer a derivada utilizando a equação encontrada de RT para achar a 𝐶𝐹 = 𝐹
Receita marginal:
𝐶𝑉 = 𝑐. 𝑄
𝜕𝑅𝑇
𝑅𝑀𝑔 = 𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶𝑉
𝜕𝑄
𝐶𝑇 = 𝐹 + 𝑐. 𝑄
𝑨 𝟐𝑸
𝑹𝑴𝒈 = −
𝑩 𝑩 2º Passo) lembrar que o custo médio é calculado como o custo total dividido pelo
𝐶𝑇
5º Passo) reescrever a função de demanda em função de A para poder substituir na valor da produção: 𝐶𝑚𝑒 = 𝑄
equação de Rmg encontrada acima:
3º Passo) substituir o custo total na equação de custo médio:
𝑄 = 𝐴 − 𝐵𝑃
𝐹 + 𝑐. 𝑄
𝑨 = 𝑸 + 𝑩𝑷 𝐶𝑀𝑒 =
𝑄
6º Passo) substituir a equação de A na equação de RMg (encontrada no passo 4): 𝐹 𝑐. 𝑄
𝐶𝑚𝑒 = +
𝐴 2𝑄 𝑄 𝑄
𝑅𝑀𝑔 = −
𝐵 𝐵 𝑭
𝑪𝑴𝒆 = +𝒄
𝑄 + 𝐵𝑃 2𝑄 𝑸
𝑅𝑀𝑔 = −
𝐵 𝐵 O custo médio é maior que o custo marginal e ele diminui à medida que a
𝑸 produção aumenta (Q).
𝑹𝑴𝒈 = 𝑷 −
𝑩 OBS: O custo médio aproxima-se do infinito quando a produção é zero e
A equação de RMg mostra que quanto maior for B mais as vendas caem para aproxima-se do custo marginal conforme ocorre uma grande produção.
qualquer aumento de preço e a receita marginal fica mais próxima do preço
Em uma empresa monopolista a maximização de lucros acontece no ponto de
da mercadoria.
interseção entre RMg e CMg, ou seja, quando RMg = CMg.
→ O custo médio (AC) é o custo total dividido por sua produção. Nesse modelo, a
Para verificar se há lucros ou prejuízos basta olhar o ponto em que a em que a
inclinação da curva de CMe é decrescente, uma vez que existem economias
empresa produz (curva de demanda), no caso da figura é ao preço Pm e a
internas de escala, logo quanto maior a produção menor será seu custo por
quantidade Qm. E depois observar onde o custo médio passa, se é acima do ponto
unidade.
ou abaixo.
→ O custo marginal (MC) é o quanto custa para a empresa produzir uma unidade - Caso P > CMe: há lucros
extra, na figura supusemos que o custo marginal da empresa é constante. Logo, as
economias internas são oriundas do custo fixo. - Caso P < CMe: há prejuízos
• Como chegar ao custo médio de uma empresa?
Concorrência Monopolística
O caso de monopólio puro é raro, o mais comum é o caso da concorrência Equilíbrio de mercado
monopolística, que possui algumas características de concorrência perfeita e outras
de monopólio. → Todas as empresas são simétricas.

Características Concorrência Monopolística → Para descrever a indústria é necessário apontar duas características:
Tipo de Produto* Produto diferenciado 1) Quantas empresas existem (n)
Número de empresas** Muitas empresas 2) O preço cobrado por cada empresa (𝑃̅)
Preço* Price-Makers
Entrada de novas empresa** Não há barreiras à entrada Para determinar 𝑛 𝑒 (𝑃̅) é necessário seguir três passos:
i) Encontrar uma relação entre o número de empresas e o custo médio.
* Características de Monopólio. | ** Características de concorrência perfeita ii) Encontrar a relação entre número de empresas e o preço que cada uma
cobra.
O Produto diferenciado é a forma que as empresas continuam a ditar o preço de iii) Encontrar a relação entre os pontos 1 e 2 e determinar o número de
seu produto. Um mercado muito concorrido implica em menos vendas. Dessa empresas e o preço.
forma:
- Mercado muito concorrido → ↓ Demanda e ↓Lucros

i) O número de empresas e custo médio.


Suposições do modelo
1º Passo: Pegar a equação de demanda:
• A empresa vende MAIS quando:
1
- O preço de seus concorrentes é mais alto 𝑄 = 𝑆. [ − 𝑏. (𝑃 − 𝑃̅ )]
𝑛
- A demanda de mercado for alta 2º Passo: Como as empresas são simétricas (𝑃 = 𝑃̅), elas praticam o mesmo preço,
então:
• A empresa vende MENOS quando:
𝑆
- Existe muitas empresas no mercado 𝑄=
𝑛
- Seu preço é alto 3º Passo: Pegar a fórmula de custo médio:
A equação que descreve essas suposições é: 𝐶𝑇
𝐶𝑚𝑒 =
𝟏 𝑄
̅ )]
𝑸 = 𝑺. [ − 𝒃. (𝑷 − 𝑷
𝒏 𝐹
𝐶𝑚𝑒 = +𝑐
Se todas as empresas cobrarem o mesmo preço, cada uma terá uma parcela de 𝑄
mercado 1/n.
4º Passo: Substituir o valor de Q (encontrado no passo 2) na equação de custo
Nesse modelo inicial, supomos que as empresas são simétricas, ou seja, todas as médio:
empresas praticam o mesmo preço -> cada uma vende S/n unidades.
𝐹 3º Passo: Achar a receita marginal:
𝐶𝑚𝑒 = +𝑐
𝑆
𝑛 𝜕𝑅𝑇
𝑅𝑀𝑔 =
𝜕𝑄
𝑭
𝑪𝒎𝒆 = 𝒏. +𝒄 1 2𝑄
𝑺 𝑅𝑀𝑔 = + (𝑃̅ ) −
𝑏. 𝑛 𝑆. 𝑏
CURVA CC
4º Passo: As firmas são simétricas, então:
A curva CC mostra que quanto mais empresas existem, menor é a produção
de cada uma, assim maior é o custo médio delas: relação positiva. ↑n → ↓ 𝑆
𝑄=
produção individual → ↑ CMe. 𝑛
Exemplo para ilustrar a relação da curva CC: Uma indústria produz 100 5º Passo: Substituir o valor de Q na equação da receita marginal:
produtos, se essa indústria tiver 5 empresas, cada uma produz 20 produtos. 𝑠
No entanto, se a indústria tiver 10 empresas, cada uma produz 10 produtos. 1 2. 𝑛
𝑅𝑀𝑔 = + (𝑃̅) −
𝑏. 𝑛 𝑆. 𝑏
1 2. 𝑆
ii) Número de empresas e o preço cobrado. 𝑅𝑀𝑔 = + (𝑃̅) −
𝑏. 𝑛 𝑆. 𝑏. 𝑛
1º Passo: Pegar equação de demanda da firma e reescreve-la em função do preço: 1 2
𝑅𝑀𝑔 = + (𝑃̅) −
1 𝑏. 𝑛 𝑏. 𝑛
𝑄 = 𝑆. [ − 𝑏. (𝑃 − 𝑃̅ )]
𝑛 1
𝑅𝑀𝑔 = (𝑃̅) −
𝑆 𝑏. 𝑛
𝑄= − 𝑆. 𝑏. 𝑃 + 𝑆. 𝑏. (𝑃̅ )
𝑛 6º Passo: As firmas agem no ponto em que seus lucros são maximizados, ou seja,
𝑆 RMg = CMg:
𝑆. 𝑏. 𝑃 = + 𝑆. 𝑏. (𝑃̅) − 𝑄
𝑛 1
(𝑃̅) − =𝑐
𝑆 𝑆. 𝑏. (𝑃̅) 𝑄 𝑏. 𝑛
𝑃= + −
𝑆. 𝑏. 𝑛 𝑆. 𝑏 𝑆. 𝑏 𝟏
̅) = 𝒄 +
(𝑷
1 𝑄 𝒃. 𝒏
𝑃= + (𝑃̅) −
𝑏. 𝑛 𝑆. 𝑏 CURVA PP
2º Passo: Substituir o valor encontrado de P na fórmula de Receita Total: A curva PP mostra que quando existem muitas empresas, mais intensa é a
competição entre elas e, como resultado, menores são os preços que elas
𝑅𝑇 = 𝑃. 𝑄
cobram: relação negativa.
1 𝑄
𝑅𝑇 = ( + (𝑃̅) − ).𝑄
𝑏. 𝑛 𝑆. 𝑏
iii) Número de equilíbrio das empresas.
𝑄 𝑄2
𝑅𝑇 = + 𝑄. (𝑃̅) −
𝑏. 𝑛 𝑆. 𝑏
Exemplo: dois país, cada um produz anualmente um milhão de automóveis.
Quando resolvem fazer comércio o tamanho do mercado deles aumenta, passando
a ser dois milhões de automóveis -> Nesse mercado pós comércio, pode-se
→ A figura mostra o resumo de uma indústria em duas curvas. produzir uma variedade maior de automóveis e diminuir o custo médio.
- O comércio melhora o trade-off entre escala e variedade.
• Curva com inclinação Um mercado maior diminui o preço médio e aumenta a variedade de mercadorias
decrescente: curva PP -> quanto produzidas.
maior o número de empresas menor
é o preço que cada empresa vai
cobrar.
Os efeitos do aumento de tamanho do mercado
• Curva com inclinação
crescente: curva CC -> quanto O tamanho do mercado (S) afeta:
maior o número de empresas maior
é o custo médio de cada empresa. • O número de empresas
• Preços que ela cobra.
→ O Ponto E é o ponto de interseção entre a curva PP e a curva CC, esse ponto
apresenta o número de empresas é igual a n2. Em n2 o lucro das empresas é zero → Um mercado grande tem mais empresas atuando e maior é a produção, o que
na indústria. gera um aumento na variedade e uma queda nos preços.
→ Quando existem n2 empresas, o preço que cada uma cobra é P2 que é igual ao OBS: O tamanho do mercado só afeta a curva CC, uma vez que ela quem mexe
custo médio. 𝑭
com o tamanho do mercado: 𝑪𝒎𝒆 = 𝒏. 𝑺 + 𝒄.
→ Quando existem n1 empresas na indústria, o preço cobrado por essas empresas
é P1 e o custo médio é AC1. Nessa situação, temos que o custo médio é menor que → Os custos médios por empresa são
o preço, então tem lucros positivos -> Entrada de novas empresas. maiores quanto mais empresas existem na
indústria.
→ Quando existem n2 empresas na indústria, o preço cobrado por cada uma é P3 e
o custo médio é AC3. Nessa situação temos que o custo médio é maior que o → Observando a equação da curva CC
preço, então há prejuízo -> Saída de empresas. notamos que se a inclinação da curva é
dada por F/S. Dessa forma, quando ocorre
um aumento em S, a curva fica menos
Concorrência monopolística e comércio inclinada (CC1 – CC2).

Em indústrias que existem economias de escala, o comércio internacional faz: → Portanto, um aumento do tamanho do
mercado gera: AUMENTO DA VARIEDADE E DIMINUIÇÃO DOS PREÇOS.
• Com que aumente o tamanho do mercado e a variedade
• Com que diminua as limitações acerca da produção em escala.
O comércio traz ganhos mútuos: cada país pode se especializar na produção de
uma cesta limitada de bens e o que ele não produz pode importar.
Ganhos de mercado integrado
* ver exemplo numérico no slide do professor: SL 23 • Ocorre a diminuição do preço, uma vez que aumenta a concorrência.
O Exemplo numérico destacou duas novas características importantes:
1) A diferenciação de produtos e economias internas de escala levam a um
comércio entre países similares sem diferenças de vantagem comparativa
entre eles.
- Ambos os países exportam o mesmo bem -> Comércio Intra-indústria.
2) Comércio internacional gera benefícios no bem-estar por dois motivos:

• Aumenta a variedade de produtos – beneficia os consumidores


• Diminui o custo médio – beneficia as firmas.
OBS:

→ As figuras mostram as curvas CC e PP dos países doméstico e estrangeira. Diferenças Modelos Anteriores Modelo Atual
Estrutura de mercado Concorrência Perfeita Concorrência Imperfeita
→ Na ausência de comércio, doméstica tem 6 empresas e vende cada carro por 10 Comércio interindústria Intra-indústria
mil dólares.

→ Na ausência de comércio, estrangeira tem 8 empresas e vende cada carro por Respostas concretas para o comércio: vencedores, perdedores e desempenho da
8750 dólares. indústria

→ Quando os países resolvem fazer No exemplo teórico vimos como a integração econômica leva a um aumento na
comércio, o número de empresas competição entre as empresas.
passa a ser 10 e o preço pago por cada • Antes do comércio havia 14 empresas – 6 no país doméstico e 8 no
automóvel passa a ser 8 mil dólares. país estrangeiro.
• Com o comércio sobreviveram 10 empresas, mas cada empresa produz
em escala maior
Como no exemplo as empresas foram consideradas simétricas, então quais saíram
e quais sobreviveram não tem importância.
- O aumento da concorrência tende a prejudicar mais as empresas com pior
desempenho, porque são forçadas a retirarem-se do mercado.

CONCLUSÃO DE UM MERCADO INTEGRADO: - Ocorre a melhora no desempenho global da indústria com a integração,
uma vez que melhora a produtividade, já que apenas empresas com bom
• O mercado integrado suporta mais empresas. desempenho sobreviveram ao comércio.
• Ocorre o aumento das variedades, já que cada empresa produz mais.
→ As empresas entram no mercado até que seu custo marginal seja menor que o
custo mínimo. E essa entrada acontece até o ponto em que os lucros esperados
Diferenças de desempenho entre produtores sejam zero.
Até o momento supomos que a as empresas eram simétricas, isto é, as empresas
→ Custo marginal maior induz as empresas a aumentar o preço.
tinham a mesma curva de demanda e a mesma curva de custo.
→ OBS: se o custo marginal da empresa for maior que o custo mínimo, a empresa
A partir de agora as empresas continuam enfrentando a mesma curva de demanda,
terá lucros negativos, ou seja, prejuízo.
mas enfrentam curva de custo diferentes, porque elas produzem com níveis de
custo marginais diferentes.

Os efeitos do aumento de tamanho de mercado


O que acontece quando as economias se integram em um mercado único
maior?
Um mercado maior pode suportar um número maior de empresas do que um
mercado menor.
Um mercado integrado gera:

• ↑ do tamanho de mercado (S)


• ↑ o número de empresas (n) -> Maior concorrência

→ As figuras
resumem essas
repercussões
→ A figura ilustra as diferenças de desempenho entre as empresas 1 e 2 dado o induzidas pela
custo marginal diferente. integração de
mercado.
→ A curva de demanda (D) e a curva de receita marginal (MR) possuem o mesmo
intercepto vertical, isto é, c* que representa o custo marginal mínimo para entrar → No painel (a)
no mercado mostra o que ocorre
com a curva de
→ No painel (a) temos que CMg2 > CMg1; P2 > P1 e Q1 > Q2. Dessa forma
demanda quando há
podemos concluir que, quando a empresa tem um custo marginal menor ela: o comércio.
• Define um preço menor 1
→ A curva de demanda é dada por: 𝑄 = 𝑆. [ − 𝑏. (𝑃 − 𝑃̅)]. Colocando em função
• Produz uma quantidade maior 1 𝑄
𝑛
• Tem uma margem de lucro maior em cima do custo marginal do preço, temos: 𝑃 = 𝑏.𝑛 + (𝑃̅) − 𝑆.𝑏. Dessa forma, temos que:
• Tem lucros mais altos. 1
• A inclinação da reta é: − .
𝑆.𝑏

1
O intercepto vertical é: 𝑏.𝑛 + (𝑃̅) → Para simplificar o entendimento, vamos supor: 2 países, onde a empresa deve
sujeitar-se a um custo adicional t para cada unidade de produção que vender para
→ Assim, com o mercado integrado faz com que ocorra, um aumento do tamanho os consumidores através da fronteira.
de mercado (S), torna a reta menos inclinada e o aumento da concorrência faz
com que o intercepto vertical diminua. → Por causa do comércio e do custo de comércio t, as firmas definirão preços
diferentes em seu mercado de exportação em relação ao seu mercado nacional.
→ Ao combinar a diminuição da inclinação com a diminuição do intercepto temos
uma nova curva de demanda D’, que tem uma interseção vertical menor e mais → Considerando o casso das empresas localizadas em Doméstica:
achatada do que a curva de demanda original. • Mercado Interno -> Doméstica
→ O painel (b) mostra as consequências dessa mudança de demanda para os lucros - Funciona como o gráfico do tópico “Diferenças de desempenho entre
operacionais de empresas com diferentes níveis de custo marginal.
produtores”.
→ O ponto c* representa o custo mínimo inicial (antes da variação da demanda),
- Custo marginal das firmas 1 e 2 são: c1 e c2.
que a empresa precisava para ingressar ao mercado.
• Mercado Exportador -> Estrangeira
→ O ponto c*’ representa o custo mínimo (após a variação da demanda), que a
empresa necessita para ingressar ao mercado. - Possui a mesma função de demanda de que o país doméstico
• Empresas com o custo acima do novo custo mínimo (c*’) não - O custo marginal das empresas no mercado exportador é movido pelo custo de
conseguem sobreviver a essa diminuição de demanda e são forçadas a comércio t.
sair do mercado.
- Custo marginal das firmas 1 e 2 são: c1+t e c2+t.
→ O aumento do tamanho de mercado gera perdedores e ganhadores entre
empresas de uma indústria: OBS: O CMg fica mais alto com a adição do custo do comércio (t).
• Empresas com baixos custos: prosperam e aumentam tanto seus lucros Quais são os efeitos do custo de comércio nas decisões das empresas em
quanto as parcelas de mercado. relação ao mercado exportador?
• Empresas com custo alto contraem-se
• Empresas com o maior custo de todos saem do mercado.

Os custos do comércio e decisões de exportação


A partir desse ponto são inseridos os custos do comércio. Até o momento
estávamos considerando que as empresas eram indiferentes quanto a localização de
seus consumidores.
No entanto, no mundo real as empresas se preocupam com a localização dos
consumidores, uma vez que os custos de comércio (ex: custos de transporte)
podem reduzir ou inviabilizar as exportações das empresas.
→ Como visto anteriormente, custo marginal mais altos induz as empresas a → Considerando o caso da empresa 1, descrita na figura anterior. Quando a
cobrarem preços mais altos, o que acarreta em uma quantidade menor produzida e empresa está no mercado de exportação, ela enfrenta um custo marginal mais alto,
menores lucros. isto é, c1 + t. Supondo que seus preços sejam 𝑃1 𝐷 𝑒 𝑃1 𝑋 .
• ↑CMg → ↑P; ↓Q e ↓𝜋 → Dessa forma, a margem de lucro da empresa 1 é mais baixa quando a mesma
está no mercado de exportação, uma vez que 𝑒 𝑃1 𝑋 − (𝑐1 + 𝑡) – ou seja, o preço
→ Vimos também que quando o custo marginal (c) está acima do custo marginal
da exportação menos o custo marginal. Já no mercado nacional ela tem margens de
mínimo c*, a empresa opera no mercado com lucros negativos.
lucros mais altas, isto é, 𝑃1 𝐷 − 𝑐1.
→ Na figura, a empresa 2 quando atua no mercado nacional ela tem lucros, uma
→ O fato apontado acima implica que o preço cobrado para o mercado de
vez que o custo marginal (c2) é menor que o custo marginal mínimo (c*): c2 < c*.
exportação é menor do que o preço cobrado no mercado nacional: 𝑃1 𝑋 − 𝑡 < 𝑃1 𝐷
→ No entanto, quando essa mesma empresa vai operar no mercado de exportação,
ela tem prejuízo, já que com a adição da tarifa ela sai de c2 para c2+t e passa a → Quando a empresa cobra um preço menor para o mercado de exportação do que
atuar acima do custo mínimo: c2+t > c* o cobrado para o mercado nacional, é considerado dumping.

→ A empresa 1 tem custo baixo o suficiente para atuar em ambos os mercados, • Dumping é uma prática injusta, que visa “quebrar” os produtores
tanto o nacional quanto o de exportação, uma vez que seu custo marginal (c1) é locais do país que o bem é exportado.
muito menor que o custo mínimo (c*): c1 < c*. E quando vai para o mercado de OBS: Não haverá dumping se 𝑃1 𝑋 − 𝑡 ≥ 𝑃1 𝐷
exportação seu custo marginal passa a ser c1+t que é menor que c*.
Dumping é prejudicial? Para os consumidores não, uma vez que eles importam
→ Conclusão do modelo com os custos de comércio (t) mercadorias mais baratas. No entanto, para os produtores do país que importa é
• País apenas exporta o bem se: CMg + t < c ∗ prejudicial, já que pode destruir a produção por eles estarem praticando um preço
• País apenas atende o mercado nacional: CMg + t > c ∗ ≥ 𝐶𝑚𝑔 mais baixo.
• País sai do mercado: CMg > 𝑐 ∗

→ Na figura, a empresa 1 atenderia o mercado exportador e a empresa 2 apenas o Multinacionais e terceirização


mercado interno.
Por que uma empresa escolheria operar uma afiliada em uma localidade
estrangeira?
Dumping Para responder essa pergunta temos que pensar em duas categorias principais:
Como os mercados não estão mais integrados sem custo, as empresas podem 1) O afiliado repete o processo de produção em outro lugar do mundo;
escolher definir preços diferentes em diferentes mercados. 2) A cadeia de produção é quebrada e partes do processo são transferidas para
a localidade afiliada.
Os custos do comércio afetam como uma empresa responde à concorrência em um
mercado. → Afiliados do tipo 1 são chamados de IED horizontal e afiliados do segundo tipo
são categorizados como IED vertical.
• IED vertical: - Isso é chamado de perdas e ganhos de proximidade de concentração

→ É guiado pelas diferenças do custo de produção entre países.

→ A cadeia produtiva é divindade e tem partes transferidas para outros países. Decisão do IED horizontal

• Como o IED vertical é guiado por custos mais baixos, especialização, escala A exportação da empresa versus a escolha de IED vai envolver perdas e ganhos
cada país produz uma parte do produto final. entre o custo de exportação por unidade t do custo fixo F de criação de uma
instalação de produção adicional.
- Exemplo: A Intel quebrou sua produção de chips em: fabricação de wafer,
montagem e teste. Cada país ficou responsável por cada uma dessas partes do → Uma forma da empresa continuar a atuar no país, diminuindo seus custos é dar
processo produtivo. licença para firma independente produzir e vender seus produtos.

→ Característicos de IED em países em desenvolvimento.


Decisão de IED vertical

• IED horizontal: A decisão de quebrar a cadeia produtiva e se mover para as filiais envolve perdas e
ganhos entre custos por unidade e custos fixos.
→ É dominada pelos fluxos entre países desenvolvidos, isto é, tanto a matriz
multinacional como os afiliados estão localizados em países desenvolvidos. → Para não enfrentar os altos custos, uma firma independente é contratada para
executar partes específicas do processo de produção.
→ A razão para esse tipo de IED é ocar a produção próxima da maior base de
consumidores da empresa. • Esse substituto para a IED vertical é conhecido como terceirização
estrangeira.
→ Concentradas em setores com alto custo de comércio.
- Exemplo: a Toyota nos anos 80 produzia quase todos os seus carros no Japão e
exportava-os pelo mundo, sobretudo América do Norte e Europa. Exportar os Consequências de multinacionais e terceirização estrangeira
automóveis exigia altos custos de comércio. Assim, o alto nível de demanda por Quais são as consequências da expansão da produção multinacional e da
esses produtos nessas regiões fez com que a empresa em 2009 produzisse metade terceirização para o bem-estar?
de seus veículos em fabricas de montagem no exterior.
Realocar a produção para tirar vantagem das diferenças de custos leva a ganhos
globais com o comércio, mas também é provável que induza efeito de distribuição
Decisões da empresa em matéria de investimento estrangeiro direto de renda que deixa algumas pessoas em pior situação.

Um dos principais condutores para o IED horizontal eram os altos custos de


comércio associado a exportação, o que incentiva a alocação da produção perto dos
consumidores.

→ Em termos de custo, repetir o processo de produção por muitas vezes e operar


instalações que produzem pouco para tirar vantagem desse aumento nos retornos.

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