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CONTABILIDADE DE GESTÃO

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BEATRIZ ALMEIDA 1
Conteúdo
Cap2.Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção ............................................................. 4
Custo ............................................................................................................................................................................. 4
Gastos ........................................................................................................................................................................... 4
Despesas ....................................................................................................................................................................... 4
Pagamentos .................................................................................................................................................................. 4
Rendimentos ................................................................................................................................................................. 4
Rédito ............................................................................................................................................................................ 4
Receitas ......................................................................................................................................................................... 4
Recebimentos ............................................................................................................................................................... 4
Principais funções da empresa, gastos que lhe estão associados ................................................................................ 4
Custos diretos ............................................................................................................................................................... 5
Custos indiretos ............................................................................................................................................................ 5
Custos do produto ........................................................................................................................................................ 5
Custos do período ......................................................................................................................................................... 5
Componentes do custo industrial ................................................................................................................................. 5
o Custo Industrial da Produção (CIP) ................................................................................................................... 5
o Custo Industrial da Produção Acabada (CIPA) .................................................................................................. 7
o Custo Industrial da Produção Vendida (CIPV) ................................................................................................... 7
Custos Fixos/Variáveis- comportamento face a variações do nível de atividade ......................................................... 7
Cap.3 Demonstração dos resultados por naturezas. Demonstração dos resultados por funções- O apuramento dos
resultados ......................................................................................................................................................................... 8
Resultado do exercício .................................................................................................................................................. 8
Demonstração dos Resultados por Naturezas .............................................................................................................. 8
Variação de Inventários da Produção DRN ................................................................................................................... 8
Demonstração dos Resultados por Funções ................................................................................................................. 9
Custo das Vendas e o Custo Industrial dos Produtos Vendidos (CIPV) ......................................................................... 9
Cap.4 Produção conjunta ................................................................................................................................................ 10
Regime de produção conjunta e disjunta .................................................................................................................... 10
✓ Produção Disjunta ........................................................................................................................................... 10
✓ Produção Conjunta ......................................................................................................................................... 10
Principais tipos de produtos obtidos em produção conjunta ..................................................................................... 10
Apuramento de custos em produção conjunta .......................................................................................................... 11
Critérios de repartição dos custos conjuntos ............................................................................................................. 11
Critérios de repartição dos custos conjuntos pelos produtos principais .................................................................... 11
Critérios de repartição dos custos conjuntos pelos subprodutos .............................................................................. 11
Critérios de repartição dos custos conjuntos pelos resíduos ..................................................................................... 12
Limitações da informação obtida em regimes de produção conjunta ....................................................................... 12
Cap.6 Sistemas de custeio .............................................................................................................................................. 12

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Sistemas de Custeio .................................................................................................................................................... 12
Sistema de custeio Total ............................................................................................................................................. 13
Sistema de Custeio Total Completo ........................................................................................................................ 13
Sistema de Custeio Total Racional .......................................................................................................................... 14
Sistema de Custeio Total com Imputação dos Custos Fixos Industriais por Quota Teórica ................................... 15
Sistema de Custeio Variável ........................................................................................................................................ 15
Utilização do Sistema de Custeio Variável .................................................................................................................. 16
Sistemas de Custeio e Resultados ............................................................................................................................... 16
Produção igual às vendas ........................................................................................................................................ 16
Produção superior às vendas .................................................................................................................................. 16
Produção inferior às vendas ................................................................................................................................... 17
Resultados e Valorização dos Inventários................................................................................................................... 18
Produção igual às vendas ........................................................................................................................................ 18
Produção superior às vendas .................................................................................................................................. 18
Produção inferior às vendas ................................................................................................................................... 18
Implicações do critério de valorização das saídas ...................................................................................................... 18

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Cap2.Conceitos, classificação de custos e apuramento do custo de produção
Contabilidade de Gestão- determinação e análise dos custos inerentes ao desenvolvimento da atividade da empresa
e consequente concretização dos seus objetivos.

Custo
Conceito de caráter económico que corresponde ao valor dos recursos utilizados numa organização, incluído no
conceito Gasto.

Gastos
Diminuição nos benefícios económicos durante período contabilístico na forma de exfluxos ou deperecimentos de
ativos ou na incorrência de passivos que resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam relacionadas
com distribuições aos participantes no capital próprio.

Despesas
Conceito de caráter jurídico e monetário que corresponde à assunção da obrigação de pagar os custos.

Pagamentos
Conceito de caráter financeiro em sentido restrito que corresponde ao fluxo de saída de meios líquidos das
organizações, constituindo a contraprestação dos recursos adquiridos.

Rendimentos
Aumento nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de influxos ou aumentos de ativos ou
diminuições de passivos que resultam em aumento no capital próprio, que não sejam relacionados com as
contribuições dos participantes no capital próprio.

Rédito
Conceito de caráter económico que consiste num rendimento proveniente das atividades correntes.

Receitas
Conceito de caráter jurídico e monetário que corresponde ao direito de receber réditos/rendimentos.

Recebimentos
Conceito de caráter financeiro em sentido restrito que corresponde ao fluxo de entrada de meios líquidos nas
organizações, constituindo a contraprestação dos bens ou serviços cedidos a terceiros.

Resultado exercício económico= Rendimentos – Gastos

Principais funções da empresa, gastos que lhe estão associados


Gastos de Aprovisionamento: funcionamento de armazéns de matérias ed e produtos acabados e semiacabados;

Gastos de Produção ou Industriais: valorização dos recursos utilizados na fabricação dos produtos ou prestação dos
serviços;

Gastos de Distribuição: funcionamento da estrutura Comercial;

Gastos Administrativos: funcionamento da estrutura Administrativa;

Gastos de Investigação e Desenvolvimento: atividades relacionadas com a pesquisa de novos produtos, serviços,
tecnologias e métodos;

Gastos Financeiros: não correspondem ao funcionamento de qualquer estrutura da empresa, identificando-se com o
custo associado à utilização de capitais alheios.

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➢ Relação com o objeto de custeio e não a natureza do custo em si. 2 grupos (diretos e indiretos) dos custos por
objeto de custeio:
Custos diretos
Custos que são exclusiva e especificamente de determinado objeto de custeio e que, portanto, não ocorreriam
se o objeto de custeio não existisse.

Custos indiretos
Custos que respeitam simultaneamente a vários objetos de custeio. A sua repartição pelos diferentes objetos de
custeios pressupõe que se definam critérios de imputação que, pela subjetividade que têm implícita, são sempre
questionáveis.

Custos do produto
Montante que lhe é atribuído para efeitos da valorização dos respetivos inventários. Desse valor, apenas o custo
referente às unidades vendidas deve afetar o resultado e, ser considerado gasto do período.

Custos do período
Aqueles que afetam o resultado de um determinado intervalo de tempo, incorporando o custo industrial dos
produtos vendidos e os gastos das restantes funções que ocorram nesse período.

Período de referência - mês civil

Componentes do custo industrial


Custos industriais são inventariáveis. Sendo que os gastos das restantes funções afetam sempre o resultado do
período em que ocorrem.

o Custo Industrial da Produção (CIP)


Somatório de todos os custos inerentes à Função Industrial (Produção) que ocorrem durante o período.

• Consumo de Matérias Primas (MP)


Custo direto do produto, montante dependerá da quantidade consumida e do respetivo custo unitário.
Custo unitário poderá incluir o custo de aquisição, todos os custos suportados até à chegada da matéria à
empresa.
A quantidade consumida poderá ser calculada a partir das requisições feitas ao armazém de matérias, onde
deverá registar não só a quantidade requisitada, mas também o objeto de custeio.

Critérios valorimétricos:

Inventário inicial: QII a VII (ex:1000kg a 20€/kg)


Compras: QP a VP (ex:5000kg a 22€/kg)
Consumos: QC (ex:5500kg)

♦ FIFO (first in, first out) vender 1º o que chegou 1º


Valorização dos consumos e respetivo inventário final

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Consumo (valor)=QII x VII + (QC – QII) x VP
=1000x20+4500x22=119000€
Inventário Final (Q)= QII + QP – QC
=1000+5000-5500=500kg
Inventário Final (V)= IF(Q) x VP
=500x22=11000€

♦ LIFO (last in, first out) vender 1º o que chega em último


Valor dos consumos e do inventário final
Consumo (V)= QP x VP + (QC-QP) x VII
=5000x22+500x20=120000€
Inventário Final (V)= (QC – QP) x VII
=500x20=10000€

♦ CMP (custo médio ponderado)


1º determinar o custo médio associado aos dois lotes em armazém- inventário inicial e compras. Este
critério conduz a que tanto os consumos quanto ao inventário final se encontrem valorizados ao
mesmo custo unitário
𝐐𝐈𝐈 𝐱 𝐕𝐈𝐈 + 𝐐𝐏 𝐱 𝐕𝐏
𝑪𝑴𝑷( 𝒎𝒂𝒕é𝒓𝒊𝒂 𝑹) =
𝐐𝐈𝐈 + 𝐐𝐏
1000x20 + 5000x22
=
6000
Consumo (V)= QC x CMP
=5500x21,67=119185€
Inventário Final (V)= (QP – QC) x CMP
=500x21,67=10835€

• Mão de Obra Direta (MOD)


Custos associados à remuneração dos trabalhadores. Considera-se: nº de horas registado por objeto de
custeio e o respetivo custo horário.
Custo horário: remuneração do trabalhado e encargos com remuneração (mês de férias, subsídio de férias,
subsídio de natal, segurança social, seguro de A.T. e outros encargos).

𝐎𝐫𝐝𝐞𝐧𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐫𝐞𝐥𝐚𝐭𝐢𝐯𝐨𝐬 𝐚𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡𝐨


𝐓𝐚𝐱𝐚 𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐜𝐚𝐫𝐠𝐨𝐬 𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚𝐢𝐬 =
𝐄𝐧𝐜𝐚𝐫𝐠𝐨𝐬 𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚𝐢𝐬

MOD= Nº de Horas x Custo Horário x 1, (Taxa de encargos sociais)

• Gastos Gerais de Fabrico (GGF)


Todas as restantes naturezas de custos industriais: Mão de obra indireta (MOI); Consumo de água,
eletricidade e combustível; rendas; amortizações; …
São custos maioritariamente considerados indiretos, alguns deles são comuns a vários objetos de custeio.
Custos diretos do objeto de custeio- MP e MOD
Custos indiretos- GGF

Custos diretos do produto Custo Primo (CP)= MP + MOD


Custo industrial em que é necessário incorrer para transformar as matérias em produto acabado:
Custo de Transformação (CT)= MOD + GGF

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o Custo Industrial da Produção Acabada (CIPA)
-Valor a atribuir aos produtos acabados durante o período.
-CIP- custos industriais que ocorreram no período, valor de eventual produção não acabada existente no início e no
fim do período.
-Bastante subjetiva.
-Permitirá valorizar os produtos vendidos, bem como os inventários em armazém no final do mês, tendo em atenção
o critério valorimétrico utilizado pela empresa e o inventário inicial de produtos acabados. Pvf- produto em vias de
fabrico
CIPA=custo da função industrial, correspondem à valorização dos bens e serviços consumidos para produzir as
unidades de produto acabado, assim CIP=CIPA
CIPA= CIP + IiPvf – IfPvf

𝐂𝐈𝐏𝐀
𝑪𝑰𝑷𝑨(𝒖𝒏𝒊𝒕á𝒓𝒊𝒐) =
𝐐𝐮𝐚𝐧𝐭𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐏𝐫𝐨𝐝𝐮𝐳𝐢𝐝𝐚

o Custo Industrial da Produção Vendida (CIPV)


Montante de custos industriais incorporados nos produtos/serviços vendidos durante determinado período,
independentemente do momento em que foram produzidos.

Trata-se de um custo do período. A partir da quantidade vendida e do custo de produção unitária.

A sua determinação, valor das existências finais de produtos acabados:


CIPV= CIPA + IiPA – IfPA

Gastos não industriais:


-Gastos de distribuição GD
-Gastos administrativos GA
-Gastos de inovação e desenvolvimento GID
-Gastos financeiros GF / Rendimentos Financeiros RF
A soma destas naturezas de gastos corresponde ao Custo Comercial em sentido lato.

Todos os custos que afetam o resultado de um determinado período:


Custo Complexivo = CIPV + C. Comercial

Custos pelas diferentes funções da empresa:


Resultado Bruto (RB) = Vendas Líquidas – CIPV
Resultado Operacional (RO) = RB- CD – CA – GID – OG
Resultado antes de impostos (RAI) = RO + RF - GF

Custos Fixos/Variáveis- comportamento face a variações do nível de atividade


Custos variáveis- cujo valor global vai depender do nível de atividade;

Custos fixos- em que, numa perspetiva de curto prazo, o montante se mantém constante independentemente da
atividade desenvolvida. Identificam-se com os custos de estrutura.

Definição de atividade: depende da natureza de custo que se está a analisar.


Custos industriais- variabilidade em função da quantidade produzida
Custos não industriais- variabilidade em função das quantidades vendidas

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Cap.3 Demonstração dos resultados por naturezas. Demonstração dos resultados
por funções- O apuramento dos resultados

Resultado do exercício
Obtém-se pela diferença entre os rendimentos (reconhecidos nesse mesmo período) e os gastos, necessários para a
formação desse rendimento. MATCHING

Custos de produção (ou industriais)→considerar como gasto o custo dos produtos vendidos (requer especialização
económica de gastos a imputar ao exercício, relativamente a despesas ou pagamentos que ocorram fora do período
de tempo de referência).

Demonstração dos Resultados por Naturezas


DRN- Contabilidade Financeira. No fim de cada exercício económico, coincidente com o ano civil, após as operações
de apuramento de resultados. Os gastos e os rendimentos são evidenciados atendendo à sua natureza,
objetivo→resultado líquido do exercício.

DRF- Contabilidade de Gestão→Períodos de tempo mais curtos

Cálculo do “Custo das Matérias Consumidas” - valorização das matérias primas, matérias subsidiárias e matérias
consumidas (desde que saiam do armazém).

Variação de Inventários da Produção DRN


Cálculo de “Variação de Inventários da Produção” – diferença entre os inventários finais e iniciais de produtos
acabados e intermédios, subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos e produtos e trabalhos em curso, corrigida
pela regularização de inventários. →DRN importante para empresas industriais ou de prestações de serviços

“Variação de Inventários da Produção” na DRL→ objetivo permitir o apuramento dos resultados na ótica dos
produtos ou serviços que são vendidos. Na natureza de gastos, correspondente à função industrial respeita apenas
aos custos industriais ocorridos no período. Referente à produção vendida (CIPV), torna-se então necessário
considerar adicionalmente a Variação de Inventários de Produtos em Vias de Fabrico (para chegar ao custo da

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produção acabada – CIPA) e a Variação de Inventários de Produtos Acabados (para chegar ao custo da produção
Vendida – CIPV).
𝐼𝑓𝑃𝐴 − 𝐼𝑖𝑃𝐴 𝐼𝑓𝑃𝑣𝑓 − 𝐼𝑖𝑃𝑣𝑓
𝐶𝐼𝑃𝑉 = 𝐶𝐼𝑃 ± ±
∆ 𝑃𝐴 ∆𝑃𝑉𝐹

Demonstração dos Resultados por Funções


Elaborada atendendo às funções desenvolvidas na organização.

Quadro demonstrativo dos resultados apurados num período de tempo específico, geralmente inferior a 1 ano.
→Contabilidade Gestão

Função industrial- “custos das vendas e de investigação e desenvolvimento de serviços prestados”


Função distribuição (ou comercial) - “gastos administrativos”
Função administrativa- “gastos de investigação e desenvolvimento”
Função financeira- “gastos de financiamentos líquidos”

Custo das Vendas e o Custo Industrial dos Produtos Vendidos (CIPV)


Custo de vendas → custo industrial dos produtos vendidos e/ou serviços prestados (CIPV)

Recorrer à rubrica “Custos industriais não incorporados (CINI)→ empresa adota determinado sistema de custeio que
não lhe permita imputar ao custo dos produtos todos os custos fixos industriais ocorridos, diferenças de imputação
resultantes da imputação de encargos estimados e sempre que sejam apurados desvios contabilísticos mo Âmbito
do sistema de custeio básico.

DRN e DRF →geralmente os resultados são iguais. A não ser que tenham períodos de tempo mais curtos que o ano e
não se proceda à especialização dos encargos socias na DRN. Esta divergência deve-se ao facto de a Contabilidade de
Gestão registar mensalmente um duodécimo dos encargos totais estimados para o exercício e a Contabilidade
Financeira registar os encargos pelos valores realmente processados.

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Cap.4 Produção conjunta
Processos produtivos:
-Processos produtivos simples, objeto é a fabricação de um único produto
-Processos produtivos múltiplos, obtêm vários produtos diferentes. Este podem ser disjuntos ou conjuntos.

Regime de produção conjunta e disjunta


✓ Produção Disjunta
Regime de fabricação múltipla, a partir da transformação das matérias-primas, obtêm-se vários produtos
autónomos, não verificam qualquer relação de interdependência, assim, podem ser produzidos independentemente
uns dos outros.

✓ Produção Conjunta
Regime de fabricação múltipla, a partir de uma mesma ou de conjunto de matérias-primas, obtêm-se vários
produtos interdependentes, não sendo possível fabricar um sem que, obrigatoriamente, se obtenha, por
arrastamento, o outro ou outros.

Geralmente existe uma fase conjunta da produção (corresponde à fase do processo produtivo em que os produtos
não se autonomizaram) e uma fase disjunta da produção (corresponde à fase do processo produtivo em que os
produtos já se autonomizaram e em que já podem ser objeto de operações de transformação específicas e
diferentes de produto para produto). Momento em que os produtos se autonomizam --> Ponto de separação (PS)

Principais tipos de produtos obtidos em produção conjunta


Para efeitos contabilísticos, os produtos podem ser classificados em 3 tipos:
-Produtos principais ou coprodutos
Objeto principal da atividade da empresa e têm um valor comercial mais elevado quando comparados com os outros
produtos que resultam de um regime de fabrico conjunto.

-Subprodutos
Não constituem o objeto principal da atividade da empresa, sendo obtidos por arrastamento da fabricação dos
produtos principais. Geralmente têm valor comercial, mas este tende a ser inferior ao dos produtos principais.

-Resíduos, desperdícios e refugos


Podem ter ou não valor comercial, podendo originar custos adicionais, ex: custos de remoção e de transporte.

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Apuramento de custos em produção conjunta
Conceitos de custos:
-Os custos conjuntos ou comuns, correspondem à fase conjunta (Fase 1) da produção e que respeitam
simultaneamente a mais do que um produto, não sendo possível conhecer o valor a imputar a cada um deles, esta
fase estende-se até ao ponto de separação (PS)
-Os Custos específicos, são aqueles que respeitam à fase disjunta da produção (fase 2 e 3), respeitam a cada um dos
produtos separadamente e são possíveis de imputar, de forma fiável, aos vários produtos.

Critérios de repartição dos custos conjuntos


Necessidade de repartição dos custos conjuntos pelos vários tipos de produtos, de modo a ser possível determinar o
custo industrial unitário de cada um deles. Regime de fabrico conjunto.

Critérios de repartição dos custos conjuntos pelos produtos principais


Existem 2 abordagens:
-Repartição dos custos conjuntos, utilizando uma medida de volume
-Atendendo ao valor comercial de cada produto principal

3 critérios de repartição dos custos conjuntos pelos produtos principais:


-Critério da quantidade produzida
Os custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente à quantidade produzida.
Desvantagem: apenas possa ser utilizado quando os produtos principais se encontram expressos na mesma unidade
de medida. Não atende ao valor comercial dos produtos nem aos seus custos especificamente industriais e não
industriais.

-Critério do valor de venda da produção ou valor de venda potencial


Custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao valor de venda da produção.
Vantagem: Possibilita a sua aplicação a produtos expressos em unidades de medida diferentes e ao ponderar o valor
comercial de cada produto
Desvantagem: não pondera os custos específicos industriais e não industriais de cada produto

-Critério do valor de venda da produção no ponto de separação


Os custos conjuntos são repartidos pelos produtos principais proporcionalmente ao valor de venda da produção no
ponto de separação, isto é, valor de venda da produção deduzido de todos os custos específicos industriais e não
industriais. Considera não só o valor comercial dos produtos, mas também os respetivos custos específicos
industriais e não industriais.

Critérios de repartição dos custos conjuntos pelos subprodutos


Geralmente um valor comercial inferior ao dos produtos principais, a sua existência afeta a repartição dos custos
conjuntos.

-Critério do lucro nulo


Consiste em atribuir ao subproduto um resultado nulo. Para tal, os custos conjuntos a imputar ao subproduto devem
ser iguais ao valor de venda da produção do subproduto deduzido de todos os custos específicos industriais e não
industriais que lhe estão associados. Subprodutos têm valor comercial.

-Critério do custo nulo


Consiste em assumir que o subproduto não tem qualquer custo, sendo os custos industriais imputados na totalidade
aos produtos principais. Subproduto não tem valor comercial.

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Critérios de repartição dos custos conjuntos pelos resíduos
Podem ter um valor comercial, originando geralmente custos adicionais. Aos subprodutos é possível aplicar os 2
critérios anteriormente descritos (subprodutos). Contudo, se os resíduos tiverem regularmente valor comercial é
preferível adotar o critério do lucro nulo enquanto que, se não tiverem, será mais adequado a adoção do critério do
custo nulo.

Limitações da informação obtida em regimes de produção conjunta


Surge da necessidade de se calcular o custo industrial unitário de cada produto pelo menos para efeitos de:

-Elaboração do Balanço
Necessário mensurar inventários de produtos acabados, subprodutos e resíduos no final do período.

-Apuramento dos resultados


Para apresentação de DRN (determinação da variação da produção) e por Funções (apuramento do custo das vendas
e, consequentemente, do resultado bruto).

• Contudo, a informação obtida não permite tomar decisões de gestão relativamente a cada um dos produtos
individualmente considerados, como por exemplo:
-Aumento ou redução da produção: as decisões só podem ser tomadas a partir do resultado global de vários
produtos em regime de produção conjunta. Assim, não é possível aumentar ou diminuir a fabricação de um produto
isoladamente, pois afetará necessariamente a fabricação de outros.
-Grau de transformação dos produtos obtidos no ponto de separação: as decisões relativas à venda de produtos
numa determinada fase de acabamento ou noutra não podem ser tomadas com base nos custos industriais
unitários. Estas devem ser tomadas comparando rendimentos adicionais com os custos específicos dos produtos que
aquelas ocasionam.

Cap.6 Sistemas de custeio


Sistemas de Custeio
O custo dos produtos fabricados e /ou dos serviços prestados, é determinado pelos respetivos custos de natureza
industrial. Estes podem ser diretos (se originados especificamente pelos produtos7serviços) ou indiretos (se
originados sem uma relação direta com os produtos/serviços), e, variáveis ou fixos.

Custos variáveis industriais – verificam uma relação de causalidade direta com o nível de produção, são
inequivocamente imputáveis aos produtos produzidos nesse período.

Custos fixos industriais – associados a uma determinada capacidade instalada, mantêm-se inalterados seja qual for o
nível de utilização dessa capacidade. Quando a capacidade instalada não estiver a ser utilizada no seu nível normal, a
parte dos custos fixos correspondente à capacidade não utilizada pode ser considerada como custos de
subatividade, sendo discutível se deve fazer parte do custo dos produtos.

Os que são incorporados no custo dos produtos/serviços afetam os resultados do período por via do
respetivo valor que é repercutido no Custo das Vendas ou no CIPV.

Os que não são incluídos no custo dos produtos/serviços afetam diretamente os resultados do período, numa
rubrica própria de Demonstração de Resultados, designada por Custos Industriais não Incorporados (CINI).

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Alternativas de custeio consoante o tratamento que é dado aos custos fixos industriais:

• Sistemas de Custeio Total


Custos variáveis industriais e custos fixos industriais são incluídos no custo do produto ou serviço.

• Sistemas de Custeio Variável


Apenas os custos variáveis industriais são considerados como custos do produto ou serviço.

→ O que os distingue?
O facto de os custos fixos industriais (diretos e indiretos) serem considerados como custos inventariáveis, já que, em
ambos os casos, os custos das funções não industriais, tanto variáveis como fixos, devem ser registados como custos
do período em que ocorrem.

→ PROBLEMÁTICA, escolha da melhor alternativa que associe os custos fixos de natureza industrial efetivamente
ocorridos em determinado período com a produção e as vendas desse mesmo período.

Sistema de custeio Total


Sistema de Custeio Total Completo
Incorporação no custo dos produtos/serviços dos custos variáveis industriais e da totalidade dos custos fixos
industriais ocorridos em determinado período.

CIPA = CV Ind Unit x Pr + Cf Ind

CV Ind = CV Ind x Pr (quantidade produzida), em determinado período

CF Ind representam a totalidade dos custos fixos afetos à produção, nesse mesmo período

Este sistema de custeio permite diferir os custos de subatividade correspondentes às unidades produzidas e não
vendidas, para períodos seguintes.

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Sistema de Custeio Total Racional
Inclui os custos variáveis industriais e apenas parte dos custos fixos industriais.

Aplicação: quando a produção real difere (para menos) de uma forma substancial da produção considerada normal.
Pr < Pn, o montante dos custos fixos industriais incorporado no CINI corresponde aos custos desta natureza
associados à subutilização da capacidade instalada.

Quando Pr = Pn todos os custos fixos industriais do mês são custos do período, logo SCTR = SCTC

𝑃𝑟
• Custos Fixos Industriais a incorporar no CIPA (CF’Ind) = 𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 𝑥 𝑃𝑛

𝑃𝑟
• CIPA = 𝐶𝑉 𝐼𝑛𝑑 𝑈𝑛𝑖𝑡 𝑥 Pr + 𝐶𝐹 𝐼𝑛𝑑 𝑥 𝑃𝑛

• CF Ind – CF'Ind = custo do período, incluída na DR na rubrica CINI


Diferença entre a totalidade dos custos fixos industriais ocorridos num dado período e os custos fixos industriais
incorporados no custo dos produtos

Preconizado pela NIC 2, regras para o reconhecimento e valorização dos inventários no âmbito da informação
financeira para o exterior. Esclarece que a imputação dos custos fixos industriais deve ser feita atendendo à
capacidade normal de produção, definida esta como a produção média que se espera alcançar durante um
determinado número de períodos, ou ciclos de exploração, tendo em linha de conta, a sua determinação os períodos
de paragem necessários à manutenção anual prevista.

Excecionalmente, a produção efetiva ocorrida num determinado período pode exceder a capacidade normal de
produção, contudo não existe acréscimo dos custos fixos industriais. Não devem ser imputados aos produtos mais
custos fixos do que os efetivamente verificados no período. Estes, são repartidos por uma maior quantidade
produzida, diminuindo o custo unitário do produto.

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Sistema de Custeio Total com Imputação dos Custos Fixos Industriais por Quota Teórica
Repartir os custos fixos industriais anuais uniformemente pelos vários meses do ano, independentemente do
volume de produção efetivamente registado nesse mês, para que os efeitos da sazonalidade não afetem, positiva ou
negativamente.

A imputação dos custos fixos industriais aos produtos é efetuada, através de uma quota teórica, que se multiplica
pelas quantidades produzidas no mês.

CIPA = CV Ind Unit x Pr + Quota Teórica x Pr

QT=custo unitário médio anual, divisão dos custos fixos industriais estimados para determinado nível de atividade
previsto em termos anuais, pela produção anual prevista

DR desse mês na rubrica de CINI: diferença entre o total dos custos fixos industriais registados em determinado
período e os imputados a esse mesmo período através da utilização de uma quota teórica é considerado como um
custo do período. Essa diferença pode ser positiva ou negativa.

Sistema de Custeio Variável


CIPA = CV Ind Unit x Pr

Os custos fixos industriais (CFInd) não dependem do nível de produção, estando relacionados com o período de
tempo, portanto, não são incorporados no custo dos produtos, sendo considerados na sua totalidade como custos
do período em que ocorrem, incluídos na DR rubrica do CINI.

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Utilização do Sistema de Custeio Variável
Conduz à determinação de resultados contabilísticos coerentes com a análise Custo/Volume/Resultado (CVR),
mesmo quando a produção do período difira significativamente das vendas, uma vez que se considera todos os
custos fixos industriais ocorridos em dado período como custos a afetar o resultado desse período.

Vantagens
No enquadramento do comportamento dos custos face a variações do nível de atividade, principalmente numa ótica
de curto prazo e dentro de determinado intervalo de volume relevante.

-Decidir sobre uma melhor utilização a curto prazo da capacidade instalada;


-Efetuar uma análise de sensibilidade dos resultados face a variações do volume de atividade;
-Analisar os resultados dos diferentes produtos e das diferentes estratégias de marketing.

Sistemas de Custeio e Resultados


A diferença de resultados (entre diferentes sistemas de custeio) é consequência do diferente grau de incorporação
dos custos fixos industriais na DR, considerados no custo das vendas (CIPV) ou nos custos industriais não
incorporados (CINI).

Pressupondo que uma empresa adota o LIFO como critério de valorimetria ou que o inventário inicial é nulo:
Produção igual às vendas
Toda a produção do mês é vendida, pelo que o montante dos custos fixos industriais incluídos na DR é
idêntico, qualquer que seja o sistema de custos.

Rct=Rcr=Rcv

Produção superior às vendas


Somente é vendida parte da produção do mês, apenas os custos fixos industriais correspondentes às
quantidades vendidas nesse mês afetam o custo dos produtos vendidos. DR apresenta resultados diferentes.

Parte dos custos fixos industriais estão incluídos nas quantidades que não são vendidas nesse mês
(inventário final), as quais só afetarão a DR em períodos posteriores, quando forem vendidas.

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O grau de incorporação dos custos fixos industriais na DR apresenta-se de forma crescente, logo terão uma
relação inversa.

Resultados: SCTC > SCTR > SCV

Válida no caso de a produção real ser inferior à produção normal, pois se a produção real for igual à
produção normal, todos os custos fixos industriais são incorporados no CIPA, pelo que não há distinção entre
o SCTC e o SCTR.

Rct> Rcr >Rcv

Produção inferior às vendas


As quantidades vendidas são superiores às quantidades produzidas em determinado período, os custos fixos
industriais incorporados no custo dos produtos vendidos contempla também custos desta natureza que se
encontram incorporados no inventário inicial e que, portanto, não são custos desse período.

Assim, a DR do mês compreende diferentes custos fixos industriais consoante o sistema de custeio adotado,
tanto no que respeita aos que se encontram incorporados nas quantidades vendidas que são produzidas
nesse mês, como as que fazem parte do inventário final.

Custos fixos industriais incluídos na DR: SCTC e SCTR > SCV

A relação entre SCTC e o SCTR depende da relação entre os custos fixos industriais incluídos no inventário
inicial.

Resultados, ordem inversa:

Rct < Rcr <Rcv

Síntese

BEATRIZ ALMEIDA 17
Resultados e Valorização dos Inventários
Os Custos fixos industriais, que em determinado período não são incluídos no custo das vendas (CIPV) ou no CINI,
encontram-se necessariamente incorporados no inventário final, cuja valorização difere consoante o sistema de
custeio adotado.

Produção igual às vendas


Inventário final coincide com o inventário inicial.

Rct = Rcr= Rcv

ΔIct = ΔIcr = ΔIcv

Produção superior às vendas


Apenas são custos do período a parte dos custos dos produtos relacionados com as quantidades vendidas, logo, os
custos fixos industriais não incluídos na DR são incorporados no inventário final.

A Δ de inventários de produtos acabados (Inventário Final - Inventário Inicial) surge valorizada com a incorporação
de mais custos fixos industriais pelo SCTC do que pelo SCTR; pelo SCV os inventários não incorporam quaisquer
custos fixos de natureza industrial, que estão na sua totalidade afetos à DR.

Rct > Rcr > Rcv

ΔIct > ΔIcr > ΔIcv

Produção inferior às vendas


A Δ dos inventários inclui menos custos fixos pelo SCTC do que pelo SCTR, dado que são considerados custos do
período os custos fixos industriais incluídos no inventário inicial que são vendidos no mês; pelo que SCV os
inventários não incluem quaisquer custos fixos.

Rct < Rcr < Rcv

ΔIct < ΔIcr < ΔIcv

Implicações do critério de valorização das saídas


No caso de ser adotado o FIFO, como os inventários inicias são os primeiros a serem vendidos, os custos fixos
industriais neles incorporados podem ser diferentes dos ocorridos no mês, pelo que não é possível estabelecer uma
relação entre resultados e custos fixos industriais considerados como custos do período (DR) ou incorporados no
inventário final.

BEATRIZ ALMEIDA 18

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