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SUMÁRIO
5 ROTEIRO DA PRODUÇÃO.................................................................................. 51
7 GESTÃO DE ESTOQUES...................................................................................... 89
1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO
1.1 Conceituação
Encontramos. no novo Novo Dicionário da Língua Portuguesa, do Prof. Aurélio,
algumas definições para Produção, das quais destacamos as seguintes: "Ato, ou efeito de
produzir, criar, gerar, elaborar, realizar." — "Aquilo que é produzido ou fabricado pelo homem,
e, especialmente, por seu trabalho associado ao capital e à técnica." — "O volume da produção
de um indivíduo ou de um grupo, levando-se em consideração fatores circunstanciais, como
tempo, qualidade, procura etc." — "Criação de bens e de serviços capazes de suprir as
necessidade econômicas do homem."
Para uma definição mais técnica podemos citar autores como Riggs, "'Sistema de
produção é um processo planejado pelo qual elementos são transformados em produtos úteis,
ou seja, um procedimento organizado para se conseguir a conversão de insumos em produtos
acabados."
Já Mayer apresenta uma clara distinção entre produção industrial e de serviço: "Em uma
organização fabril, produção é a fabricação de um objeto material, mediante a utilização de
mão-de-obra, materiais e equipamentos; já em uma prestadora de serviços, produção é o
desempenho de uma função que tenha alguma utilidade". Este é o enfoque de Moreira que
reserva a palavra produção para as atividades industriais e operação para as empresas de
serviço.
Monks oferece uma definição mais concisa: "Os sistemas de produção transformam
insumos em produtos de maior valor (insumos são recursos como mão- de-obra, materiais e
capitais); por outro lado, os produtos variam desde artigos montados até todo tipo de serviços".
Em seu livro encontramos a ilustração esquemática de dois sistemas de produção, um para a
produção de produtos e outro para a "produção" de serviços, que tomamos a liberdade de
reproduzir na página seguinte (ver Figura 1.1)
Como produção é um conceito intuitivo não se encontram muitas definições diferentes
do mesmo. Estas, entretanto, já são suficientes para definir Sistema de Produção como "um
processo organizado, que utiliza insumos e os transforma em bens ou executa serviços; ambos
devem se apresentar dentro dos padrões de qualidade e preço e ter procura efetiva".
Para ilustrar a conceituação de Sistemas de Produção apresentamos, no Quadro 1.1 (ver
p. 7), alguns exemplos de Sistemas de Produção, tanto de bens como
de serviços, explicitando os insumos, unidade de transformação e os produtos.
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Neste item vamos nos deter na produção industrial de bens que é a forma de produção
onde se exige uma administração mais complexa.
Embora muito difundida, a classificação em função do produto resultante não é
adequada ao estudo da Administração da Produção. Existe, por exemplo, mais semelhança entre
uma fábrica de roupas e uma de sapatos, embora uma esteja classificada na indústria de
confecções e a outra na de couro. Por outro lado, dentro da indústria metalúrgica existem
grandes diferenças entre uma laminação e uma oficina mecânica.
Vamos usar no livro a classificação clássica de produção que não depende do produto,
mas, sim, de determinadas características operacionais, como apresentada por Moreira nos três
tipos clássicos:
• contínuo ou em linha
• intermitente (repetitiva ou não)
• construção de projetos
COMENTÁRIOS
somente se começa a produzir quando se recebe um pedido formal (encomenda). Por outro lado,
por razões de mercado. há necessidade de se produzir antes mesmo de se conhecer com exatidão
as necessidades dos possíveis consumidores, estocando.
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Este assunto é bem abordado em Schroeder de onde nos valemos para apresentar, no
Quadro 1.3 a seguir, a chamada classificação cruzada onde a produção é classificada por este
critério e pelo anterior.
É preciso esclarecer que frequentemente uma unidade fabril produz mais de um produto
e assim pode apresentar mais de um tipo de produção. É o caso da fábrica de móveis e da
metalúrgica do Quadro 1.3 que produzem modelos usuais antecipadamente e modelos especiais
sob encomenda (podia ser o caso da fábrica de papel). A Cia. Telefônica também oferece alguns
serviços antecipadamente como é o caso da hora certa, despertador etc., que já estão gravados.
pelas donas-de-casa. Uma farmácia "estoca" seu serviço quando se estabelece e prepara
medicamentos.
Estocagem é a solução mais comum para um dos maiores problemas para qualquer
produtor, seja de bens ou serviços, que é a coordenação da demanda com a oferta. Entretanto,
existem outros recursos como variação de mão-de-obra, subcontratação, aumento do número
de turnos e compra de equipamento. Também se pode atuar do lado da demanda parcelando ou
atrasando as entregas.
Em geral, prestadores de serviço, para resolver o problema em pauta, atuam no lado da
demanda, embora possam usar os recursos sem estocagem. por exemplo, certos tipos de
pacientes podem ser enviados para outros hospitais e funcionários podem executar outras
tarefas durante o período de baixa.
Outro aspecto importante reside na qualidade que, no caso dos serviços, não pode ser
constatada antes do consumo, permitindo a aceitação de serviços defeituosos. Assim, a
reputação do produtor é a única garantia para a aceitação do serviço.
As organizações de serviço são, frequentemente, dispersas geograficamente porque
precisam produzir no ponto de consumo como bancos, supermercados, aluguel de automóveis
etc. Por outro lado, os produtores de bens podem produzir centralizadamente porque podem
despachar suas mercadorias para os locais de consumo.
Nos prestadores de serviço, as funções industriais e comerciais tendem a ser
intimamente relacionadas porque os serviços são produzidos ao mesmo tempo que consumidos.
Nas organizações industriais, ao contrário, essas funções atuam separadamente trazendo um
sério problema de coordenação.
1.6 Resumo
sapatos (couro). Por outro lado, na indústria metalúrgica existem grandes diferenças entre uma
laminação e uma oficina mecânica.
Vamos usar a classificação clássica: contínua (em linha), intermitente (repetitiva ou não)
e grandes projetos.
A característica fundamental é a relação entre o tempo de preparação e o tempo de
operação do equipamento; quanto esta relação assume valores pequenos temos uma produção
contínua. Outra característica determinante é a quantidade de produtos iguais que precisa ser
grande para justificar a adoção do tipo contínuo.
Secundariamente podemos citar a arrumação das máquinas, por produto na contínua e
por processo na intermitente; o fluxo de produção, rápido na contínua e lento na intermitente e,
finalmente, a capacidade ociosa, a qualificação dos operários, e a quantidade de instruções,
todas três pequenas na contínua e grandes na intermitente.
É muito comum na indústria a ocorrência do tipo misto: fabricação intermitente nas
Seções de Fabricação e operação contínua na Linha de Montagem.
Outra classificação é a que envolve a decisão de produzir. Por várias razões, somente se
começa a produzir quando se recebe uma encomenda. por outro lado, por razões de mercado,
há necessidade de se produzir antes de se conhecer as necessidades dos possíveis consumidores.
Como exemplos clássicos temos:
O produto acabado pode ser apresentado esquematicamente com seus diferentes itens
(matérias-primas), peças fabricadas, peças compradas e submontagens em diferentes níveis de
produção. A criação de submontagens deve-se à conveniência operacional da montagem ou por
exigência do mercado de reposição que demanda o item submontado.
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2 ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL
Como vimos no Capítulo anterior, os sistemas de Produção são exercidos por empresas.
Por esta razão vamos tecer, agora, alguns comentários sobre empresas e suas organizações.
Uma organização não surge de repente. Ela é o resultado de erros e acertos anteriores
na tentativa de ajustar a empresa às suas finalidades. Em outras palavras, é o resultado da sua
evolução.
Vamos analisar esta evolução começando pela empresa individual, onde já estão
presentes todas as funções gerenciais, com destaque para as chamadas funções básicas
(comercial, industrial e financeira). O empresário divide seu tempo entre levantar recursos
financeiros, produzir seu produto e colocá-lo no mercado. Esta modalidade de empresa não tem
propriamente uma estrutura de organização podendo ser representada pela Figura 2. 1.
Tendo escolhido um bom produto com procura adequada os negócios do empresário
progridem e ele passa a não ter tempo de exercer todas as funções eficientemente. Neste ponto
ele contrata alguém para ajudá-lo, delegando-lhe parte de suas responsabilidades. Logo em
seguida seu auxiliar contrata alguns operários, passando a atuar como mestre da produção. Na
Figura 2.2 mostramos a estrutura correspondente já com características de uma organização em
linha1.
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Nesta altura, o crescimento que vinha sendo feito "para baixo" terá que ser feito "para
os lados" destacando da função de linha (produção) algumas tarefas, e colocando-as sob a
responsabilidade de um especialista. É a criação da assessoria.
As funções típicas de ser transferidas para assessorias são aquelas que podem ser
facilmente atribuídas a especialistas e que não exigem autoridade específica sobre o pessoal
que executa as funções dos setores em linha.
O projeto do produto é uma função deste tipo. Ele terá a melhor solução quando
elaborado por projetistas que poderão produzir um projeto atualizado que atenda aos interesses
de todos, em contato permanente com o Setor Comercial (que representa o consumidor) e com
a Produção e de posse das últimas informações técnicas externas.
Nem todas as assessorias, entretanto, precisam ser entregues a especialistas e/ou
técnicos. Compras, por exemplo, embora necessite de conhecimentos técnicos, exerce, de fato,
uma função administrativa de identificar, negociar e acompanhar os fornecedores.
Uma alternativa para crescimento através da criação de cargos é a terceirização das
funções. Neste caso elas seriam entregues a outra empresa que se encarregaria de executar a
respectiva função. É o caso, por exemplo, da limpeza da fábrica, da confecção de ferramental,
da manutenção de alguns equipamentos etc.
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PCP é aquele setor responsável pela coordenação dos vários departamentos da fábrica,
com vistas ao bom atendimento das solicitações de Vendas que lhe são encaminhadas, cabendo-
lhe providenciar que as mesmas sejam atendidas no prazo e quantidade exigidos. Supondo a
existência de facilidades industriais adequadas em relação aos programas de venda e conhecida
a maneira de produzir o produto acabado, 0 PCP encarrega-se de emitir as várias Ordens,
programar e movimentar as Ordens de Fabricação e acompanhar a produção de um modo geral.
As providências por ele solicitadas destinam-se a Produção e também a Compras, ambos
funcionando, portanto segundo instruções do PCP. Esse relacionamento, entretanto, não
significa uma relação de dependência, isto é, não é necessário que aqueles departamentos lhe
sejam subordinados para que sigam suas instruções. Essa alternativa eliminaria, sem dúvida, o
provável atrito que caracteriza as relações do PCP com Produção e Compras, porém, agigantaria
desnecessariamente esse departamento, transformando-o numa verdadeira subgerência o que,
pelo menos no caso da pequena e média empresa, não nos parece recomendável.
Produção é o departamento linha por excelência da Gerência Industrial. É o encarregado
de produzir, isto é, transformar matérias-primas em peças fabricadas e essas, as peças
compradas, e as submontagens em produtos acabados, de acordo com as especificações
técnicas, dentro dos prazos, do custo previsto e da quantidade desejada. Compõe-se de Seções
de Fabricação e Linhas de Montagem.
Controle de Qualidade é encarregado de verificar se os padrões de qualidade
especificados pela Engenharia estão sendo obedecidos. Ele não é o departamento responsável
pela qualidade dos produtos apenas partilhando dessa responsabilidade com a Produção e
Compras, além é claro do próprio departamento de Engenharia. A ele devem ser encaminhadas
as reclamações de clientes quanto à qualidade dos artigos a fim de aprimorar seus métodos de
controle. Pode-se encontrar o Controle de Qualidade subordinado diretamente à Direção a fim
de evitar influências do Gerente Industrial cuja tarefa Orgânica é a produção. Essa subordinação
depende também de se a indústria é do tipo onde a qualidade é essencial ou muito relevante
como é o caso da indústria aeronáutica, farmacêutica e outras.
Da Manutenção espera-se que cuide adequadamente das máquinas, equipamentos e
instalações, bem como dos edifícios e terrenos. Terá que atender a pedidos de consertos
eventuais e executar um programa de manutenção preventiva. Às vezes é, também, a
responsável pela produção do ferramental da fábrica e de algumas máquinas mais simples. Sua
importância é bem maior na produção do tipo contínuo, onde as máquinas se encadeiam e a
paralisação de uma delas interrompe toda a produção.
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Num e noutro caso, cabe a Vendas informar à fábrica o que deseja. Se o produto acabado
a ser solicitado já está em produção na fábrica, Vendas encaminha sua solicitação diretamente
ao PCP. Caso contrário, envia-a, primeiramente, à Engenharia que vai projetar o produto
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Essas omissões justificam-se em face da simplicidade que queremos dar a essa primeira
abordagem do problema. Nosso objetivo é dar urna ideia panorâmica do funcionamento
dinâmico de uma empresa industrial, e, para isso, em primeira aproximação, o fluxo
apresentado na Figura 2.5. é suficiente. Esse esquema pode ser considerado como típico de uma
empresa de porte médio produzindo artigos para estoque, usando o método intermitente
repetitivo na fabricação e contínuo na montagem, ou seja, o tipo de produção misto já definido
anteriormente.
A prestação de serviços é muito variada e por isso não é possível falar de uma
organização empresarial desse tipo embora os princípios já abordados também aqui se
apliquem. Sempre podemos encontrar uma função de Produção e funções de apoio como
Vendas e Finanças.
Como exemplo apresentamos o organograma de uma Universidade no Quadro 2.1 a
seguir, onde os Centros de Estudo '"produzem" pesquisa e profissionais formados (ensino)
assessorados pelos demais órgãos. Na realidade, a Universidade tem outros setores prestadores
de serviços como Imprensa Universitária, NúCleo Audiovisual, Assistência Técnica, Integração
Ensino-Comunidade, Ação Comunitária e Hospital e Laboratório Universitário entre outros.
É interessante observar a inexistência da função comercial uma vez que se trata de um
órgão público. Na realidade, ela existe, pois a Universidade vive de verbas governamentais que
são repassadas mediante solicitação específica. Existe também uma pequena participação de
serviços cobrados como cursos de extensão, consultoria, serviços de laboratório, serviços
médicos etc.
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2.5 Resumo
Como os Sistemas de Produção são exercidos por empresas, vamos comentar a natureza
de sua organização cujo objetivo é fazê-la funcionar inteligentemente.
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3 PLANEJAMENTO E CONTROLE
Embora sejam dados questionáveis, servem para assinalar a direção das exigências da
demanda que as empresas que pretendem se manter no mercado devem considerar.
Segundo de instituições mundiais, os Sistemas de Planejamento e Controle da Produção
representam um papel decisivo entre as que vêm sendo tomadas para enfrentar esses desafios.
Um esforço paralelo é o atual interesse por programas que integram as atividades
manufatureiras conhecidas por "Computer Integrated Manufacturing" (CIM), do qual o PCP é
o centro como mostra a Figura 3.1, a seguir.
Vemos cinco "ilhas" distintas que Se integram através da ilha central onde são
mostrados tópicos como gestão de estoques, planejamento da produção, "material requirement
planning", programação e movimentação de ordens.
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diferentes artigos produzidos, da sua estrutura administrativa, do setor a que ela pertence, temos
necessidade de um PCP peculiar.
Isso para não falar das pessoas efetivamente disponíveis, para exercer as tarefas, fator
bastante relevante na prática, como já abordamos no capítulo 1.
A definição do PCP ficará melhor esclarecida depois de analisarmos o que se espera do
bom cumprimento dessa atividade. Faremos essa análise sob três pontos de vista: da Gerência
Industrial, de Vendas e de Produção.
A Gerência Industrial está preocupada com seu principal objetivo, o de cumprir o
Programa de Produção. Assim, espera-se que o PCP mantenha pressão constante sobre
Produção, Compras e outros departamentos, a fim de que sejam cumpridos os planos de
produção preestabelecidos. Essa é uma característica importante e difícil que devem possuir os
homens de PCP: saber conseguir resultados de setores que não lhe são subordinados, o que, em
geral, exige muito tato, pois nem sempre fica claro o Objetivo final da fábrica: cumprimento do
programa preestabelecido.
Vendas está principalmente preocupado com o consumidor. Para satisfazê-Io, gostaria
de ter à sua disposição, para pronta entrega, os melhores produtos do mercado, apresentados
através de uma grande variedade de modelos e todos ao menor preço possível. Também, como
não se situa dentro da fábrica, Vendas precisa ter no PCP o seu intérprete, seu representante.
Em última análise, ela deseja o mesmo que a Gerência Industrial: atendimento dos Pedidos dos
Clientes. Porém, às vezes, Vendas quer ainda mais; quer poder passar pedidos mais recentes na
frente de outros já programados. Ela dificilmente compreende que, embora seja natural que a
demanda sofra alterações, é muito difícil fazer com que a produção de uma fábrica seja por
demais flexível. Por outro lado, não é fácil encontrar na fábrica quem compreenda as
dificuldades de Vendas e que tenha mentalidade comercial. O PCP deve suprir essa necessidade
e procurar apoiar os interesses de Vendas que são, no final, os interesses do consumidor e,
portanto, da indústria.
Produção está preocupada principalmente com a eficiência da produção — a
produtividade. O ideal do pessoal de produção é o de fabricar grandes lotes de produtos
idênticos com o menor número de modelos possível. Assim, deseja do PCP programas os mais
estáveis possíveis e informações com a máxima antecedência. Deseja também que não deixe
faltar os materiais necessários à produção. É muito importante que o PCP compreenda as
dificuldades normais da Produção e procure diminuí-las. Um verdadeiro trabalho de equipe
precisa existir com esses dois departamentos. Um contato regular e frequente é indispensável e
uma franqueza cordial, recomendável. O PCP tem que se considerar corresponsável pelo
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atendimento do Programa de Produção e não tomar atitudes como essa: "A Produção já tem a
Ordem de Fabricação, agora é com ela". O PCP tem que se interessar pela produção e
acompanhá-la de perto, lutar por ela!
Como vimos, Vendas e Produção encontram suas próprias condições de eficiência em
estados divergentes. Cabe ao PCP buscar um estado de equilíbrio para dar condições de
eficiência à fábrica como um todo. O que, diga-se de passagem, não é fácil.
Como um organismo, o PCP exerce um certo número de funções a fim de cumprir sua
missão. Nem sempre, entretanto, todas essas funções estão sujeitas à chefia de um só
departamento.
Ainda que de uma maneira genérica, podemos listar as seguintes funções do
PCP:
Vamos, em seguida, dar uma primeira definição de cada uma delas, sugerindo,
preliminarmente, o exame da Figura 3.2, onde mostramos o Esquema de Informações e
Produção Pormenorizada, em que cada uma das funções do PCP aparece de modo a mostrar
sua inter-relação com os demais departamentos da empresa.
A Gestão de Estoques é a função através da qual o PCP mantém a produção abastecida
de matérias-primas, peças, componentes, acessórios, material auxiliar etc. Precisa estar em
contato permanente com a Emissão de Ordens e preocupar-se em não imobilizar
demasiadamente recursos financeiros no estoque.
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1. Esse recurso de criar comitês para resolver certos assuntos não-usuais é muito empregado em várias
organizações. No livro de Riggs há um interessante comentário sobre esse assunto. Em particular esse Comitê
de Planejamento constitui um grupo bastante eficiente para decidir sobre o Plano Geral de Produção (e, como
veremos num próximo capítulo, também para decidir sobre a introdução de novos produtos acabados), pois ele
dispõe de maiores autoridades em vendas, produção e finanças de companhia, além de um elemento da
Diretoria.
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3.6 Resumo
Este capítulo focaliza o Sistema de Produção "Just-in-Time" — JIT1, nos seus aspectos
iniciais a saber: Filosofia, Síntese do Sistema e Preceitos da Doutrina.
A Figura 4.1 sintetiza os aspectos mais importantes do Sistema JIT a começar pelo seu
objetivo — retorno sobre investimento — que pode ser alcançado por diferentes vertentes não
mutuamente exclusivas: aumento da receita, redução do custo e redução do imobilizado.
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1. É interessante saber que o termo "Just-In-Time" foi cunhado nos Estados Unidos e não no Japão, onde esse
sistema de administração industrial é conhecido com o Sistema de Produção da Toyota.
A figura mostra, também, como vários preceitos do JIT (a serem detalhados a seguir)
contribuem para aumentar o retorno sobre o investimento. Entretanto, devemos enfatizar o
aspecto mais importante (que encabeça todo o sistema) — a participação dos trabalhadores e
gerentes na solução dos problemas.
Para ilustrar uma das referidas vertentes apresentamos, na Figura 4.2, a conhecida
"analogia hidráulica" do sistema JIT. A produção é representada por um curso d'água que
esconde vários obstáculos que representam problemas comumente encontrados numa empresa
industrial. Pela filosofia do JIT, o nível d'água (estoque) é reduzido constantemente para que
esses obstáculos sejam expostos, analisados e, então... pulverizados!
Nos sistemas tradicionais o estoque (também indesejável) é aceito com mais tolerância,
pois é menor a pressão pela redução do imobilizado e considera-se que existem situações onde
ele é necessário (incerteza de demanda ou de entrega).
2. Esta atitude resultou em reduções espetaculares; muitas empresas continuam trabalhando neste sentido, porém,
agora, com resultados mais modestos.
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Sob o sistema JIT os fornecedores são tratados de modo diferente do que no sistema
tradicional. São considerados como parte da equipe de produção. Recebem instruções e
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5. Isto pode ser um problema de difícil solução quando se possui apenas uma unidade de um determinado
equipamento, que é o caso da média empresa, exigindo a aquisição de outra unidade.
6. Em alguns casos, como no da Toyota, os fornecedores acabam se relocalizando nas cercanias da própria fábrica,
a fim de facilitar as entregas.
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Os empregados não recebem remuneração extra, porém, caso a sugestão seja aceita e
adotada, participam financeiramente dos resultados. Na produção tradicional tem-se as
correspondentes Caixas de Sugestão de sucesso limitado (as sugestões costumam ser mal
elaboradas e pior recebidas).
Uma característica marcante do sistema JIT, exigência da produção em lotes pequenos
com preparação rápida, é a figura do operário polivalente, ou seja, aquele indivíduo que opera
eficientemente em mais de uma máquina.
Para isso é necessário um treinamento mais abrangente dos trabalhadores. É importante
assinalar que o JIT não apenas requer maior habilidade do operador, embora com menor
especialização, como também um maior trabalho de coordenação e até planejamento e controle.
A qualidade absoluta é essencial no sistema JIT onde não são previstas folgas para
retrabalho nem estoques para cobrir problemas de produção. Essa exigência acaba funcionando
como um estímulo para a própria qualidade absoluta7.
7. A abordagem moderna do assunto qualidade é o resultado do trabalho de J.M. Juran e W.E. Deming, dois
técnicos americanos, que foram chamados ao Japão com essa finalidade.
Esta é uma atitude tipicamente japonesa que enfatiza não se poder trabalhar com
qualidade e produtividade em um ambiente sujo e desorganizado.
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Os operários são responsáveis por arrumar e manter limpo o seu local de trabalho, bem
como seus objetos de trabalho (a conservação das instalações também exige uma atitude
participativa do pessoal).
Num sistema sem folgas as informações têm que fluir de forma praticamente instantânea
(de preferência automática e visual) tornando muito difundido o uso de painéis luminosos,
alarmes sonoros ou cartões de identificação.
O sistema "Kanban"8, que já existia antes da consolidação dos preceitos do JIT, se
constitui num verdadeiro PCP, "físico" pelo menos no que se refere à Emissão, Programação e
Movimentação de ordens.
Nesse sistema a programação e movimentação de ordens de fabricação e materiais são
comandadas através do uso de cartões pré-impressos onde a determinação da fabricação de uma
nova ordem é ditada pelo consumo das peças realizado pelo setor seguinte restringindo o
material em processamento.
8. Dada sua importância e extensão, vamos deixar sua apresentação detalhada para o capítulo sobre Movimentação
de Ordens e Materiais, onde o sistema "Kanban" melhor se adapta.
Esta sequência presume, é claro, que o custo de mudança entre os modelos é zero ou
próxima disto. Se não for este o caso, a Linha de Montagem deve ser redimensionada para se
conseguir um custo de preparação muito baixo.
Em alguns casos, não será possível ou econômico conseguir uma produção
perfeitamente mesclada na Linha de Montagem. Nesses casos, devem ser programados lotes
muito pequenos. O objetivo da produção unitária, entretanto, não deve ser abandonado, pois
ela, em geral, representa custos mais baixos para o sistema.
Tão logo o Plano Mestre mensal é elaborado, ele deve ser transmitido a todos Os Centros
de Trabalho e fornecedores. Eles vão planejar suas capacidades em termos de operários e turnos
necessários, terceirização e, possivelmente, aluguel ou compra de equipamento.
JIT não permite produção além da quota diária. Por exemplo, se esta quota de produção
for atingida em 7 horas, a produção é paralisada e o operário passa a fazer manutenção e/ou
limpeza ou, ainda, participar de reunião de CCQ. Da mesma forma, se a produção fica atrasada,
ela é recuperada em extraordinário, no mesmo dia.
O Plano Mestre, como foi descrito, tem a vantagem de se aproximar da demanda dos
consumidores numa fase diária. Isso diminui o estoque de produtos, e também ficam reduzidos
o material em processamento e o estoque de matéria-prima. A estabilização do Plano Mestre é
a chave da estabilização de todos os processos de produção.
4.5 Resumo
5 ROTEIRO DA PRODUÇÃO
Para melhor compreender a função do Roteiro da Produção vamos figurar uma situação
que nos parece a mais comum. analisando o que chega a esse setor, as decisões que ele toma e
os documentos que ele emite como resultado de sua atividade. Essa situação é a de uma fábrica
já funcionando, onde Vendas consulta sobre a possibilidade de produzir um novo artigo dentro
da linha de produção da empresa. Exemplos: uma fábrica de máquinas de escrever estudando a
possibilidade de produzir máquinas de calcular, uma fábrica de aparelhos eletrodomésticos
estudando a possibilidade de produzir componentes elétricos para a indústria automobilística
etc.
O que vamos passar a expor está esquematizando na Figura 5.1. Primeiramente
analisaremos as informações que devem ser fornecidas ao Roteiro da Produção; em seguida,
quais as decisões que estão a seu cargo e, finalmente, os documentos por ele emitidos, bem
como outras tarefas da Engenharia Industrial.
Vamos nos valer de um caso prático de uma fábrica de aparelhos elétricos onde Vendas
resolva entrar no mercado de Distribuidores para automóveis, oferecendo esse produto acabado
em três modelos a saber:
Recomenda-se que essa decisão de fabricar mais um produto seja tomada pelo Comitê
de Planejamento, já referido anteriormente, formado pelo Presidente da empresa, ou um Diretor,
o Gerente Comercial, o Gerente Industrial e o Gerente Financeiro.
Uma vez tornada a decisão de produzir novo artigo, caberá à Engenharia do Produto
elaborar o projeto definitivo do novo produto. Existem casos, principalmente na produção sob
encomenda, onde o próprio cliente fornece o projeto. Mesmo assim, é recomendável passá-lo
pela Engenharia, pelo menos para conferência e padronização. O projeto detalhado, quando
completo, consiste num pacote de desenhos e especificações de todas as peças e subconjuntos
componentes do produto.
Nas tabelas 5.1 a 5.6 a seguir, apresentamos as listas de peças dos conjuntos e
subconjuntos componentes do Conjunto do Eixo Completo para 6 cilindros, código 65.000,
assinalado na Figura 5.2.
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1. Os custos fixos neste contexto são principalmente custos de preparação de maquinas; são fixos no sentido de
que ocorrem uma vez só durante um lote de produção, qualquer que seja o tamanho deste lote.
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C = CF + q Cvu
onde
C é o custo total
CF é o custo fixo
q é a quantidade produzida
CVu é o custo variável unitário
Para obter os pontos de mudança entre as máquinas, precisamos resolver duas das
equações simultâneas simultaneamente para q. Assim, o ponto de mudança entre o torno
mecânico e o torno revólver será determinado resolvendo:
embora tenha boa escolaridade, tem pouca experiência e deverá determinar a maneira de
trabalhar para pessoas maduras, como o encarregado de fabricação e o operário que tiveram
formação diferente. Podem aparecer conflitos, resistência do mestre em aceitar uma tecnologia
nova, apego à experiência etc. Por isso, o roteirista terá que ter certa humildade para reconhecer
que, embora esteja melhor preparado para sua tarefa, o mestre da oficina está em contato diário
com os operários e com as máquinas e tem boas ideias também. Já conhece alguns dos erros
cometidos no passado e poderá alertar o roteirista. Daí se recomendar fortemente o
entrosamento do técnico com os elementos da Produção a fim de conseguir melhores roteiros e
Sequências de Operações que serão aceitas, pois foram estabelecidas com a ajuda de quem vai
trabalhar com elas.
(45.600), 1 Arruela Pequena (45.700) e outra Arruela Grande (45.800). Por sua vez o Conjunto
do Eixo e Suporte (45.100) se constitui de 1 Conjunto do Eixo e Condutor de peso (45.110), 2
Suportes de Mola (45.210), 2 Pivôs do Peso (45.130), 2 Arruelas Planas (PN 2 X 49) e 2 Rebites
Tubulares (PN 34 X 20). O conjunto do Eixo (45.110), por sua vez, se compõe de 1 Eixo
(45.111)e de 1 Condutor do Peso (45.112).
Estamos usando uma codificação numérica definida na Engenharia de Produto que
procura indicar o lugar de peça no produto acabado. Como as peças têm um único código,
aquelas que aparecem também no modelo pequeno (código 40.000) recebem o número que
tiverem na Estrutura daquele modelo. Burbidge apresenta de maneira ampla esse assunto de
simbologia identificatória, destacando a exemplificação do Sistema Brisch de Classilicação que
tem encontrrado aplicação crescente na indústria moderna.
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quantidade necessária à fabricação de um número fixo de peças (100 por exemplo) segundo o
método escolhido. Além disso, aparecem indicações sobre a aplicação da peça, isto é, em que
os produtos e modelos é usada, bem como a quantidade respectiva; esta informação é tirada da
Relação Geral de Peças ou das Estruturas de cada modelo.
— corpo — onde são anotados os dados característicos das operações que a peça ou
conjunto sofrem, bem como sua sequência. Esses dados são os seguintes: número de operação,
sua descrição, Seção de Fabricação (SF) onde será executada a operação, a máquina a ser usada
e os tempos-padrão de preparação (TPPr) em minutos e de operação (TPOp) em horas para 100
peças. Também existe uma coluna para outras informações de importância como ferramentas e
calibres a serem utilizados, ou detalhes de fabricação.
Cada peça fabricada deverá ter sua Sequência de Operações, bem como os subconjuntos
que serão produzidos nas Seções de Fabricação. Porém, tanto para montagem final como para
os subconjuntos produzidos nas Linhas de Montagem não se costuma preparar esses
documentos. Eles não são necessários, nesses casos, porque as Linhas de Montagem são
arrumadas, como na produção contínua, e balanceadas de maneira que as operações se sucedem
automaticamente, sem necessidade de informações escritas. É como se a própria Linha de
Montagem fosse uma Sequência de Operações.
Usualmente, cabe ainda ao Roteiro da Produção a determinação dos tempos-padrão,
tanto o de preparação como o de operação. Sem os tempos-padrão, pelo menos estimados, seria
impossível a confecção da Carga de Máquina, indispensável ao bom funcionamento do PCP.
Este serviço é bastante especializado e executado parte pelo roteirista e parte por cronoanalistas.
São inicialmente obtidos por estimativas pelo roteirista e posteriormente confirmados ou não
pelos cronoanalistas ao observar o trabalho real dos operários.
Para o processo de planejar e acompanhar a produção, esses dois tempos-padrões —
preparação e operação — são importantes, pois sem eles não há a menor possibilidade de fazer
programação das Ordens de Fabricação. Não é necessário que os tempos sejam exatos, mas que
sejam razoavelmente verdadeiros para o que devem ser periodicamente revistos. É muito
comum serem introduzidas modificações no processo produtivo que alteram substancialmente
o tempo-padrão de operações sem que o PCP seja disso avisado. Quando somente ele precisa
dos tempos-padrão é difícil que esses sejam mantidos atualizados. Já no caso de fábricas que
trabalham com incentivo à mão-de-obra, a situação melhora, pois, nesse caso, aparecem duas
forças interessadas que atuam no sentido de corrigir os tempos. Por um lado, são os operários
65
5.7 Resumo
— comprar ou fabricar;
— o fluxo de montagem;
— a forma e o tamanho da matéria-prima;
— a divisão do trabalho a ser feito em operações;
— a escolha da máquina, na qual cada operação será executada;
— a sequência segundo a qual as operações serão executadas;
— a escolha do ferramental.
Deve-se lembrar que a decisão de comprar ou fabricar pode também ser tomada
parcialmente, ou seja, produzir parcialmente e comprar.
Vale ressaltar que o roteirista ao tomar a decisão de como fabricar deve sempre ouvir
opiniões e sugestões dos encarregados da produção que muitas vezes com a prática adquirida
são capazes de antever problemas. Essa prática também facilita a aceitação da própria
Sequência de Operações pelas oficinas.
Os principais documentos emitidos pelo Roteiro são os seguintes:
o número de operações, sua denominação, seção de fabricação onde será executada a operação,
a máquina a ser usada, tempo-padrão de operação e ferramentas utilizadas.
Na Folha de Matéria-prima são anotados a especificação completa do material, seu
código e classificação ABC. Em seguida, listam-se peças que usam essa matéria-prima
anotando-se o código de peça, modelo em que é usada e quantidade de matéria-prima.
Na Folha de Máquina apresentam-se características, código e quantidade de máquinas
iguais existentes. Em seguida, listam-se as que têm operação executada no tipo de máquinas
em questão, apresentando o número da peça, sua denominação e a operação executada, modelo
que é aplicada e o tempo unitário para a produção.
Geralmente, cabe ainda ao roteirista, com o auxílio dos cronoanalistas, a determinação
dos tempos-padrão, tanto os de preparação como os de operação. Sem esses seria impossível a
confecção da Carga de Máquinas, indispensável ao bom funcionamento do PCP. Não é
necessário que eles sejam exatos, porém é necessário que sejam verdadeiros e periodicamente
revistos.
70
6 PLANEJAMENTO AGREGADO
O primeiro passo é plotar esses dados num gráfico cujas abscissas sejam os anos e as
ordenadas as entregas (Figura 6.1).
1. É fundamental que exista expectativa de repetição, ao futuro, dessas informações passadas. Para elaborar a
previsão de um artigo de verão, por exemplo, deve-se usar dados do último verão e não os mais recentes, que
seriam do inverno.
71
Na primeira alternativa traça-se uma reta a mão livre que fique, tanto quanto possível,
equidistante dos vários pontos plotados. Como essa curva vai depender da sensibilidade do
desenhista o método não tem precisão matemática, porém encontra muita aplicação devido à
sua extrema simplicidade. No caso, resultou, para o ano 16, entregas anuais iguais a 26.
Para a segunda alternativa precisamos calcular a média móvel ponderada dos últimos
três anos atribuindo a cada ano um peso respectivo (atribuímos pesos de 1, 2 e 3, pois nos
pareceu que os anos são gradativamente mais representativos, já que a demanda está crescendo
quase continuamente).
Teremos, então, para os últimos anos:
Esse cálculo deve, então, ser repetido para todos os anos anteriores e, com isso, se
conseguir uma curva mais suave, mais fácil, portanto, de ser estimada pela alternativa anterior.
Podemos, porém. grosseiramente, considerar que, como o valor achado representa o mês 11.
teremos para o mês 16:
Entrega 16 = 16 16/11 x 17,8 = 25,9
72
∑ 𝑦 = 𝑛𝑎 + 𝑏 ∑ 𝑥
∑ 𝑥𝑦 = 𝑎 ∑ 𝑥 + 𝑏 ∑ 𝑥 2
Com o auxílio da Tabela 6.1 acima, onde, para facilitar a computação, mudamos a
origem da contagem dos anos2, teremos:
∑ 𝑦 113
𝑎 = 𝑛 = 11 = 10,3
𝑐𝑜𝑚𝑜 ∑ 𝑥 = 0 >
∑ 𝑥𝑦 181
𝑏= = = 1,6
∑ 𝑥 2 110
2. Ao mudar a origem da contagem dos anos, o ano 6 passa para o ano 0, os anos anteriores ficam negativos e os
posteriores ficam positivos possibilitando que ∑ 𝑥 assuma o conveniente valor zero.
73
3. Nesse caso, a empresa pode produzir antecipadamente as peças de baixo custo, comuns aos seus vários modelos;
essas peças em geral representam mais de 60% do total de peças (o que significa considerável antecipação)
mas não atingem 10% do valor total (o que significa uma estocam sem grande imobilização).
74
Devido à grande antecedência não se pode esperar grande precisão deste tipo de
previsão: é uma informação genérica. Quando a empresa comercializa vários produtos o
Planejamento Agregado acaba sendo expresso em termos de uma unidade comum Como
toneladas, metros ou valores monetários5.
Mesmo assim várias estratégias de ação importantes são calcadas nas conclusões do
Planejamento Agregado. São aquelas que visam seu objetivo de conciliar a demanda de
produtos com a capacidade de produção e a existência de recursos financeiros; como precisam
ser estabelecidas com grande antecedência aceitam a imprecisão que é inerente às informações
deste tipo.
4. Em termos de Brasil. Em países do primeiro mundo, de economias estáveis, longo prazo seria qualquer coisa
em torno de cinco anos!
5. Desta aglutinação de produtos e/ou modelos em poucas categorias, chamadas "famílias" de produtos, resulta a
denominação de Planejamento Agregado.
75
Além dessas a empresa toma outras decisões baseada no Planejamento Agregado tais
como:
Diz-se que uma empresa está nivelada ou está no seu ponto de nivelamento quando não
apresenta, num período anual, nem lucros nem prejuízos.
Na Figura 6.3 apresentamos o gráfico do Ponto de Nivelamento onde plotamos a curva
da receita (que começa da origem) simultaneamente com a curva de custo (que parte de um
valor inicial = custo fixo). Elas determinam duas áreas: uma de prejuízo e outra de lucro. O
nivelamento ocorre quando a receita anual iguala a custo anual, num determinado nível de
produção = 𝑞̅ .
78
Teremos então:
receita = custo ou R = C
Quando se vende no ano tudo que se produz neste mesmo ano, portanto sem criar
estoque, teremos:
𝑅 =𝑝×𝑞
onde o p é o preço unitário de venda e q é a quantidade vendida e produzida no ano.
Por outro lado, considerando que o custo seja formado por uma parte fixa (CF) independente
do volume de produção e uma variável (CV) proporcional à produzida, podemos expressá-lo por: C =
CF + CV ou
𝐶 = 𝐶𝐹 + 𝑞 × 𝐶𝑉𝑢
(𝐶𝑉𝑢 é o custo variável unitário)
𝑅=𝐶
𝑝 × 𝑞̅ = 𝐶𝐹 + 𝑞̅ × 𝐶𝑉𝑢
79
e pode-se conseguir o volume anual de produção que mantém a empresa nivelada que é:
𝐶𝐹 𝐶𝐹
𝑞̅ = 𝑜𝑢 𝑞̅ = ×𝑞
𝑃 − 𝐶𝑉𝑢 𝑅 − 𝐶𝑉
Pela figura podemos ver que a situação mais interessante ocorre quando 0 < r < 0,5 (ou,
o que é a mesma coisa, quando o ponto de nivelamento não ultrapassa metade da produção
máxima), pois a área de lucro será maior e então haverá maior probabilidade de se produzir
lucrativamente.
O Ponto de Nivelamento encontra aplicação na Administração Industrial, pois permite
identificar o volume de produção mínimo que se deve atender, uma vez que, abaixo dele, a
empresa estará acumulando prejuízos. Como se vê na Figura 6.3 a área de lucros está limitada
entre 𝑞̅ e 𝑞𝑚 .
Pela figura, vemos que o lucro máximo ocorre quando temos a produção máxima. Não
é o que ocorre na prática. O que nos induziu a esta imprecisão foi que admitimos uma equação
linear para o custo anual ao longo de toda a variação da quantidade anual. Essa linearidade
somente ocorre, de fato, dentro do intervalo relevante entre valores nem muito pequenos nem
muito grandes dessa quantidade. Nos valores iniciais e finais da produção o coeficiente angular
é diferente fazendo com que o custo de produção cresça mais rapidamente que dentro do
intervalo relevante.
Isso se dá porque, de início, os fatores de produção não podem ser utilizados com bom
rendimento, não pode haver elevada divisão de trabalho; há, enfim, falta de ajustamento no
processo de produção.
À medida que esta vai aumentando, a produção e os fatores negativos apontados vão
desaparecendo, e o custo variável unitário vai diminuindo. Contudo, embora de início o
aumento de produção anual contribua para a eliminação dos desperdícios na utilização dos
fatores variáveis, a partir de determinado volume de produção aparecem retornos decrescentes
e o custo variável unitário cresce.
80
Na redução do custo fixo a reta do custo (custo 1) passa para uma paralela (custo 2) mais
baixa na figura e o ponto de nivelamento passa do ponto ̅̅̅,
𝑞1 para ̅̅̅.
𝑞2
81
Na redução do custo variável unitário a reta do custo (custo 1) passa para a reta de
coeficiente angular menor (custo 2) menos inclinada na figura e o ponto de nivelamento passa
de ̅̅̅
𝑞1 para ̅̅̅.
𝑞2
No aumento da receita a reta da receita (receita 1) passa para uma reta de coeficiente
maior (receita 2) mais inclinada na figura e o ponto de nivelamento passa do ponto para ̅̅̅
𝑞1 para
𝑞2
̅̅̅.
É interessante, também, registrar o que ocorre com o Ponto de Nivelamento e com a
área de lucros quando se muda a estrutura da empresa: com novos investimentos a fim de
82
permitir uma produção anual maior que a máxima. Podemos fazer observações acompanhando
a Figura 6.5.
— o início da área de lucros se deslocou para a direita, o que significa que a empresa
somente terá lucros na situação 2, a partir de uma produção anual maior que na situação 1; ̅̅̅
𝑞2 >
𝑞1
̅̅̅.
— a situação 2 permite lucros maiores que a situação 1; isso somente ocorre a partir da
produção anual X, abaixo da qual os lucros serão menores que o lucro máximo anterior.
Dessas duas observações conclui-se o cuidado que se deve ter ao aumentar a produção
máxima através de novos investimentos. Nem é interessante esse procedimento, pois,
dependendo do comportamento da curva de custos, poderá ser atingido um lucro máximo menor
do que o lucro máximo anterior. Esse raciocínio somente é válido a curto prazo, pois a longo
prazo poderio haver outras razões que justifiquem uma ampliação desse tipo como a
necessidade de manter a fatia de mercado.
Existem produtos e/ou serviços cuja demanda previsível é ciclicamente variável, isto é,
varia bastante conforme a época do ano. São exemplos os produtos feitos a partir de insumos
agrícolas ou comercializados em mercados fortemente sazonais como aparelhos de ar-
condicionado; vários serviços apresentam este tipo de comportamento como o turismo.
Esse tipo de demanda traz problemas para a produção que responde melhor a uma
demanda estável ou pouco variável. Já vimos como alterar a demanda o que, no caso, serviria
para atenuar as variações. Poderíamos acrescentar algumas de caráter tecnológico como
estender safras agrícolas e projetar aparelhos que sirvam para refrigerar e aquecer.
Confirmada uma determinada demanda, existem duas estratégias puras para o ajuste
com a oferta: a variável e a uniforme. Existem também muitas estratégias mistas entre esses
dois extremos. A escolha da estratégia mais adequada se faz determinando o custo total de cada
alternativa disponível (desde que aceitáveis pelos outros critérios da empresa).
Na Tabela 6.2 apresentamos dados sobre a demanda ciclicamente variável de um
produto6, os dias úteis de cada mês e a demanda diária (demanda mensal/dias do mês).
Quando a demanda é aleatória pode-se proteger as possíveis mudanças através de
acréscimo aos seus valores. Entretanto, é preferível usar estoque de segurança para as peças
componentes que apresentam comportamento diferenciado.
84
Vamos trabalhar com essa demanda diária que é mais realística do que a mensal (os dias
úteis dos meses não são iguais). No caso vemos que ela é de maior variação (57,9/13,0 = 4,45)
do que a mensal (1100/300 = 3,67).
Nas Figuras 6.6.a e 6.6.b apresentamos (por linhas cheias), respectivamente, a evolução,
mês a mês, da demanda diária e da demanda acumulada a partir dos dados da tabela anterior,
considerando o ano dividido em dias úteis.
Vamos agora determinar as estratégias de produção comentadas anteriormente:
6.6 Resumo
6. As demandas referem-se às necessidades de produção, ou seja, foi considerada a defasagem exigida entre
produção e vendas para produção e distribuição.
7. Os valores apresentados neste exemplo podem ser alterados à vontade resultando num sem número de estratégias
deste tipo.
86
Esse esquema é aceitável: Vendas não pode alegar dificuldade em fornecer informações
imprecisas mesmo com grande antecedência e a Produção pode fazer alguma coisa com os
dados fornecidos.
O Planeamento Agregado, devido à sua pequena precisão, costuma ser fornecido em
termos de unidades comuns aos vários produtos. Mesmo assim é indispensável no
estabelecimento de estratégias de conciliação da demanda com a oferta (capacidade industrial
e financeira) como as que se seguem:
Além dessas a empresa toma outras decisões baseadas no Planejamento Agregado tais
como: formulação de uma política de estoques; melhoria da produção; estabelecimento de uma
medida de eficiência; planejamento realista das expansões; distribuição adequada dos recursos
financeiros; eliminação ou substituição dos produtos e/ou modelos não-lucrativos;
desenvolvimento de controles eficientes; estabelecimento de uma política de pessoal justa.
Assim, o PCP encontra facilidades industriais e recursos financeiros dimensionados de
acordo com as necessidades de Vendas. Ele não toma providências de produção diretamente
calcadas no Planejamento Agregado a não ser a emissão de ordens de itens de longo tempo de
reposição.
As técnicas disponíveis para o Planejamento Agregado são adequadas também para a
computação manual sendo possível otimizar entre as diferentes soluções considerando o custo
respectivo e o efeito nas outras políticas da empresa. Mesmo assim, são poucas as empresas
brasileiras que usam este instrumento preferindo deixar para última hora e tomar providências
tardias.
É de grande utilidade, na elaboração do Planejamento Agregado, a organização do
gráfico Ponto de Nivelamento da empresa, embora válido apenas para empresas com apenas
uma "família" de produtos.
A empresa está no seu ponto de nivelamento quando não apesenta, num período anual,
nem lucros nem prejuízos ou, o que é a mesma coisa, a receita igual ao custo, indicando, assim,
a quantidade mínima que se deve produzir.
A fórmula de ponto de nivelamento é a seguinte:
𝐶𝐹 𝐶𝐹
𝑞̅ = 𝑜𝑢 𝑞̅ = ×𝑞
𝑃 − 𝐶𝑉𝑢 𝑅 − 𝐶𝑉
onde: q = quantidade do Ponto de Nivelamento, CF = Custo Fixo, p = preço unitário, 𝐶𝑉𝑢 =
Custo Variável unitário, R = Receita e CV = Custo Variável.
88
• produção com prejuízo, que pode apresentar três, modelos diferentes de solução:
redução do custo fixo, redução do custo variável unitário e aumento da receita;
• aumento da produção abaixo da produção máxima;
• aumento da produção acima da produção máxima, que vai exigir uma nova
estruturação da empresa com consequente aumento do custo fixo.
• o ponto de nivelamento aumenta o que reduz a área de lucros para os valores antigos;
• os lucros, para valores da produção próximos à produção máxima anterior, são
menores do que o lucro máximo anterior, o que define uma produção mínima que justifica a
expansão.
Alguns produtos e/ou serviços apresentam uma demanda ciclicamente variável o que
traz problemas para a produção que trabalha melhor com uma demanda estável.
Para ajustar essa demanda com a oferta existem duas estratégias puras (produção
variável ou produção uniforme) e várias mistas, a serem escolhidas em função do respectivo
custo total.
Na produção variável produz-se do mesmo molde que a demanda ajustando a
capacidade da fábrica à demanda do produto (resulta em grande movimentação de mão-de-
obra). Na uniforme produz-se a mesma quantidade ao longo do ano (resulta em grande
estocagem). Na produção mista produz-se em dois patamares estáveis (movimentação e
estocagem amortecidas).
89
7 GESTÃO DE ESTOQUES
A Gestão de Estoques não é propriamente uma função do PCP, porém como este
depende vitalmente de suas informações precisas e a tempo, vamos apresentá-la a seguir.
7.1 Introdução
Estoque é qualquer quantidade de material que seja armazenada. para uso futuro, por
algum intervalo de tempo. É constituído para regular o ritmo entre os vários fluxos de material
de uma indústria realizando:
Uma empresa de serviços não costuma trabalhar com estoque, porém, como já vimos
no Capítulo 3, algum trabalho pode ser feito antecipadamente, caracterizando um estoque. Além
disso tais empresas têm sempre, pelo menos, material de uso geral.
90
1. Matéria-prima é o material que vai ser processado; material em processamento é constituído pelas fases de
fabricação das peças; peças componentes são os itens do produto; produtos são os artigos de venda; material
auxiliar é o que entra no produto de forma indireta e material de uso geral é o usado por todos.
O princípio fundamental que deve servir de guia para a escolha da técnica de gestão de
estoques de um item é a identificação da natureza da demanda: independente ou dependente.
A demanda de um item é dita independente quando essa demanda não é relacionada
diretamente com a demanda de outros itens: quando não é função direta da demanda de algum
outro item de estoque. Como exemplo, temos itens de produtos e itens de uso geral. Os itens de
91
matéria-prima, como costumam ser relacionados simultaneamente com muitos itens até de
produtos diferentes, podem ser considerados como tendo demanda independente. A demanda
independente precisa ser estimada conforme veremos a seguir.
Por outro lado: a demanda é definida como dependente quando derivada da demanda de
outro item de estoque ou produto. Essa dependência pode ser '"vertical" como é o caso de um
componente necessário à produção de uma submontagem ou produto, ou "horizontal" no caso
de um acessório expedido junto com o produto. A demanda dependente não precisa ser
estimada, pois pode ser determinada com exatidão a partir da demanda daqueles itens dos quais
derivam.
Um item de estoque pode estar sujeito tanto à demanda dependente como independente
como no caso das peças usadas na produção e vendidas no mercado de reposição. Nesse caso,
a demanda independente é adicionada demanda dependente e, como tal, tratada.
Na maior parle das indústrias o grosso do estoque é representado por matérias-primas,
peças componentes e submontagens todos sujeitos à demanda dependente. Esses itens são
melhor controlados pela técnica do MRP. Os demais itens, sujeitos à demanda independente,
são melhor controlados pelo método do Ponto de Pedido apresentado a seguir, neste capítulo.
Nas Figuras 7.1 e 7.2 mostramos o desenvolvimento do estoque de dois itens, um com
demanda dependente e outro com demanda independente.
O termo ABC tem sido usado na prática de gestão de estoques há alguns anos. No
entanto, apesar de sua aplicação ter encontrado um terreno mais fértil, neste campo, ele significa
muito mais do que isso — significa ordem de prioridade.
A filosofia ABC em gestão de estoques foi aplicada, pela primeira vez, na General
Electric, e eu introdutor foi H. F. Dixie. Ele reporta que alguns itens em geral, embora
constituindo apenas pequena variedade dos itens em estoque, representam, em conjunto, alta
porcentagem do valor desse estoque. Outros itens, embora cheguem a grande quantidade,
representam apenas pequena parte do valor desse estoque.
Esta não é uma situação isolada. Quase todas as empresas, principalmente as que
trabalham no sistema misto de produção, produzindo um grande número de artigos compostos
de muitas peças, apresentam classificações com características semelhantes.
O grande mérito de Dixie foi, justamente, o de descobrir a importante vantagem da
classificação ABC para a diferenciação dos itens de estoque com vistas a seu controle e, o que
é mais importante, o custo desse controle. Ora, se os itens mais importantes são em pequeno
número e representam uma grande parcela do valor total, então podemos e devemos controlá-
los rigidamente. Podemos porque, embora um controle rígido seja oneroso, ele vai incidir,
apenas, sobre um número reduzido de itens e, portanto, não representará parcela considerável
do custo total de controle. Devemos porque as economias serão respeitáveis, pois estamos
tratando com a parcela mais representativa, em termos de importância (valor), do total do
estoque. Por outro lado, os itens de menor importância são em grande número, mas representam
uma parcela pouco significativa em valor, as economias que fizermos não terão repercussão no
valor total. Devemos porque seu grande número elevaria consideravelmente o custo do controle,
pois estaríamos gastando muito em controle já que incidiria sobre um número grande de itens
de estoque.
Na gestão de Estoques, a classificação ABC pode ser usada em relação a várias unidades
de medida. Pode—se fazer uma classificação por peso, por tempo de reposição, por volume,
por preço unitário etc. e, para qualquer dessas unidades, seria obtida uma solução específica.
Porém, o mais correto e de aplicação mais generalizada é fazer a classificação ABC pelo valor
mensal, isto é, o valor do consumo médio mensal, que é expresso da seguinte maneira:
decrescente de valor e nas ordenadas o valor acumulado desses itens, isto é, o valor total desde
o primeiro item até item considerado.
Essa figura mostra claramente a grande diferença entre os itens A e C. Vemos que, para
os primeiros 8% dos itens, o valor acumulado rapidamente atinge a 65%. São os itens classe A.
Em segunda, 22% dos itens respondendo por 28% do valor atingem a 93%. São os itens classe
B. E, finalmente. 70% dos itens representando apenas 7% do valor do estoque. São os itens
classe C.
Neste item vamos apresentar. com o auxílio da figura 7.4, os parâmetros da Gestão de
Estoques a saber: Consumo Médio Mensal, Tempo de Reposição, Lote de Encomenda, Estoque
de Segurança e Estoque Máximo.
94
Tempo de Reposição é o prazo normal que deve decorrer entre a emissão de ordens e
seu atendimento. É o somatório dos tempos de processamento de documentos, de procura e/ou
fabricação, de transporte e de recebimento e inspeção.
95
12 𝐴 𝑚 𝑞
𝐶𝑇 = 𝐶𝐴 + 𝐶𝑀 + 𝐶𝐸 𝑜𝑢 𝐶𝑇 = + 12 𝑚 𝑝 + 𝑡 𝑝
𝑞 𝑝
onde A = custo de uma ordem, m = consumo médio mensal, q = quantidade pedida, p = preço
unitário e t = taxa de estocagem.
Derivando e igualando a zero tem-se (para minimizar o custo):
24 𝐴 𝑚
𝑞 ′ = 𝐿𝐸 = √
𝑡𝑝
96
Na figura se pode concluir que não devemos falar propriamente em Lote Econômico e
sim em Faixa Econômica, bem como da pouca valia da fórmula.
Sua grande vantagem é a de esclarecer questões de princípios, mesmo que estejam
disponíveis dados grosseiros.
Por essa razão é muito comum e recomendável usar métodos empíricos, principalmente
os baseados na classificação ABC como o quadro a seguir:
97
Nos itens anteriores fizemos a suposição que tanto o consumo médio mensal como o
tempo de reposição eram invariáveis ou, pelo menos, podíamos trabalhar com suas médias sem
maiores problemas (pequenos desvios padrões).
Entretanto, na prática, essas suposições estão muito distantes da verdade. Tanto o
consumo médio mensal como o tempo de reposição variam bastante e, o que é mais complicado,
variam diferentemente de um item para outro e de uma época para outra.
Na realidade, seus valores deveriam ser encarados como números aleatórios. Entretanto.
para a pequena e média empresa o enfoque tem que ser, necessariamente, mais simples. É assim
que trataremos do assunto, valendo-nos do conceito de Estoque de Segurança.
Estoque de Segurança é um amortecedor que se deve prever para minorar os efeitos de
variações, tanto no consumo médio mensal como no tempo de reposição, ou de ambos. Deve
ser estabelecido com certo cuidado, pois é responsável pela imobilização de capital em estoque.
O problema se concentra em determinar uma reserva de estoque que equilibre de um lado os
custos de oportunidade das faltas de estoque e, de outro, os custos de estocagem de maiores
quantidades no Almoxarifado.
Seja uma frequência de demanda e sua distribuição para um item de S 250 de valor,
tempo de reposição 1 semana e 20% de custo de estocagem. Pede-se o estoque de segurança e
o custo de armazenagem para atendimento de 90%.
CÁLCULOS:
ES = 385-240 = 145
PP = ES + TR x CMM
onde:
PP = Ponto de Pedidos
ES Estoque de Segurança
TR = Tempo de Reposição
CAM = Consumo Médio Mensal
O Método do Ponto de Pedido pode ser executado de três maneiras: manualmente, com
ou sem fichas, ou com o auxílio de um computador.
No Quadro 7.1 mostramos um dos muitos modelos existentes de ficha dupla de estoques
(ficha de movimento e ficha de providências), onde exemplificamos numericamente para
101
Acompanhemos o que aconteceu com a peça código 203 — Eixo do Mancal — que
serve de exemplo. Em 12.6, o saldo de estoque era 4.980 unidades, não havia pedido pendente
e como essa quantidade era maior que o ponto de pedido (3.000) nenhuma providência se tornou
necessária.
No dia 25.6, houve saída de 1.000 unidades e o novo saldo de estoque passou para 3.980,
ainda acima do ponto de encomenda, portanto ainda nada deveria ser feito.
Em 13.7, a situação se alterou porque, com a saída de 990 unidades, o saldo de estoque
ficou em 2.990, abaixo do ponto de encomenda. Foi necessário tomar-se uma providência, que
102
foi o pedido de uma quantidade igual ao lote de encomenda. Emitiu-se, então, um pedido para
4000 unidades e registrou-se na ficha superior. O saldo de disponibilidade passou para 6.990 =
2.990 + 4000, acima do ponto de pedido.
Suponhamos agora que, em 26.7, tenham saído mais 1.100 unidades. Nada foi preciso
fazer, pois o saldo de estoque, 1.890, mais o saldo de pedido, 4.000, totalizam 5.890
(disponibilidade), ainda maior que o ponto de encomenda.
Em 12.8. aconteceu algo interessante. O estoque baixou para 990, porém ainda não
houve necessidade de novo pedido, pois a disponibilidade 4.990 = 990 + 4.000 ainda é maior
que o ponto de pedido. Entretanto, como não se deve permitir que o estoque físico fique abaixo
do estoque de segurança — 1.000 — deve-se apressar a entrega do pedido colocado em 13.7,
que aliás está para ser recebido, pois sua entrega foi prevista para 13.8.
7.7 Resumo
Estoque é um material armazenado por algum tempo, para uso futuro, assim regulando
o ritmo entre os fluxos de material dentro de uma indústria, às custas de alguma imobilização
financeira.
Apresenta vários tipos como: matéria-prima, material em processamento, peças
componentes, produtos. material auxiliar e de uso geral.
Cabe à Gestão do Estoque controlar a disponibilidade total, isto é, o estoque existente
nos Almoxarifados e o saldo dos pedidos pendentes, assim não permitindo que falte material
sem imobilizar demais os recursos financeiros.
A Gestão de Estoques pode subordinar-se a uma Gerência de Materiais ou fazer parte
do PCP eliminando, assim, problemas de coordenação entre essas duas unidades envolvidas
com materiais.
A demanda dos vários itens de um produto pode ter uma ou duas naturezas a seguir:
O termo ABC significa ordem de prioridade e é válido em qualquer campo, pois pode
servir para reconhecer a ordem de prioridade dos itens de uma lista de estoque, da mesma
maneira como determinar a prioridade em uma lista de problemas etc.
A filosofia ABC em estoques estabelece que os itens "A" embora constituindo, em geral,
apenas 8% dos itens de estoque, representam em conjunto 75% do valor do estoque. Os itens
"B " constituem 25% dos itens e representam 20% do valor e os itens "C" embora cheguem a
67% dos itens representam apenas 5% do valor do estoque.
Essa situação permite a dedução lógica que os itens de maior valor e em pequeno
número podem e devem ser controlados rigidamente de uma maneira diferente daqueles que
representam grande número e pouco valor.
A classificação ABC pode ser usada em relação a várias unidades de medida como peso,
tempo de reposição, volume. preço unitário etc. Porém, a de aplicação mais generalizada é a
classificação por valor mensal, isto é, o valor do consumo médio mensal.
Para que a classificação ABC seja significativa é necessário que o consumo médio
mensal seja razoavelmente constante. Esse fato ocorre na maioria dos casos com duas exceções,
itens de manutenção e itens de mercado com forte estacionalidade.
Consumo Médio Mensal é a média dos consumos mensais previstos ou realizados. É
preferível usar o consumo mensal previsto que é possível conseguir para itens de produção,
sendo, entretanto, difícil para materiais de uso geral quando se pode trabalhar com o consumo
mensal realizado.
Tempo de Reposição é o prazo normal que deve decorrer entre a tomada de providências
(emissão de ordens) e seu atendimento. É o somatório dos tempos de processamento de
documentos, do tempo de procura ou tempo de fabricação, do tempo de transporte e do tempo
de recebimento e inspeção.
Lote de Encomenda é a quantidade de material que se compra ou se fabrica de cada vez.
Quanto maior, mais acarreta redução nos custos fixos acompanhada, porém, de acréscimo na
imobilização no estoque.
A teoria procura otimizar as vantagens de custos unitários mais baixos para lotes de
grandes quantidades com as desvantagens de custos de capital mais elevados.
Dessa maneira foi desenvolvida a fórmula onde se verifica que o cálculo demanda o
conhecimento de parâmetros difíceis de estimar além de ser muito trabalhoso.
Por essa razão é comum usar métodos empíricos principalmente os baseados
na classificação ABC e no índice de rotatividade de estoque que se deseja obter.
Apenas como orientação pode-se indicar um esquema com os seguintes valores:
104
— controle periódico;
— ponto de pedido.
PP = ES + TR x CMM
O Método do Ponto de Pedido pode ser executado de três maneiras: manualmente por
fichas, manualmente sem fichas e com o auxílio do computador.
106
8 EMISSÃO DE ORDENS
1. Entretanto, um desvio maior do que 20% recomendaria o estudo de um novo Planejamento Agregado.
107
Em seguida é necessário verificar se existe algum gargalo que impeça a produção nas
quantidades calculadas anteriormente. No caso, sabe-se que o gargalo é representado pelas
peças "P" (grande ou pequena) dos modelos, limitadas a 35 por semana (em conjunto).
Para as duas primeiras semanas não haverá problema, conforme demonstram os quadros
a seguir, a partir dê dados dos dois modelos de peça "P".
Assim as Ordens em Andamento emitidas para entrega nas semanas 1 e 2 não terão
problemas de Peça "P". Já na semana 4 está prevista uma produção de 60 modelos pequenos
que terão que ser desdobradas em dois lotes (30 e 30) devido ao limite de produção da peça
"P". O mesmo procedimento foi adotado para a semana 8.
Considerando esses dados, as Tabelas 8.3 e 8.4 apresentarão as linhas de estoque e
produção assim modificadas:
É muito frequente que a fábrica trabalhe com um número menor de modelos, isto é,
alguns clientes são atendidos pelo mesmo modelo da em que se introduzem modificações de
pequena monta, principalmente no acabamento e na embalagem. Tem-se então que agrupar por
modelos para se chegar ao Plano Mestre de Produção.
Vamos apresentar a elaboração do Plano Mestre de Produção, versão demanda
independente, através de um exemplo.
109
Seja uma fábrica de componentes eletrônicos que produza três modelos (Códigos 2000,
3000 e 4000) para oito clientes e classificados na Tabela 8.5 e para a qual foi fornecida a
Estimativa de Vendas (por cliente) da Tabela 8.6.
Com esses dados pode-se calcular o Plano Mestre de Produção esquematizado na Tabela
8.7, que foi assim elaborado:
Para trabalhar com os valores médios é preciso que estes sejam representativos. O
Quadro a seguir mostra o desvio padrão dos valores dos três modelos de onde se conclui que o
modelo 2000 não fica bem representado pela média de seus valores (seria melhor trabalhar com
o valor 1.100).
Vamos ver agora a Emissão de Ordens propriamente dita que, conforme já anunciamos,
apresenta duas diferentes vertentes, conforme a demanda dos itens.
No caso de itens de demanda dependente deve-se utilizar o método do MRP —
"Material Requirement Planning".
No caso de itens de demanda independente deve-se utilizar o método do Ponto de Pedido
a partir do Consumo Médio Mensal apurado no Plano Mestre de Produção.
A determinação dos novos valores dos parâmetros deste método é feita através do
formulário apresentado na Tabela 8.8. Determina-se o Plano Mensal de cada item
multiplicando-se a aplicação pelo Plano Mensal de cada modelo. Conhecendo-se o Tempo de
111
𝐸𝐷 + 𝑆𝑃 − 𝐸𝑆
𝑇𝐸 =
𝐶𝑀𝑀
onde TE = tempo de entrega; ED = estoque disponível; SP = saldo de pedido; ES = estoque de segurança;
CMM = consumo médio mensal
No caso:
113
No caso, como o Tempo de Entrega disponível ficou menor que o Tempo de Reposição
(3 meses), a Ordem emitida precisou ser tratada como urgente
Tais medidas somente surtem efeito quando tomadas antecipadamente, daí a grande
utilidade da Verificação da Capacidade. Cumpre observar que o problema torna-se
particularmente grave quando a máquina é simultaneamente sobrecarregada e exige um tempo
de preparação elevado.
Embora com menor preocupação, deve-se procurar ocupação para as máquinas
subutilizadas.
4. Costuma se relacionar também outras medidas tais como propor segundo turno, comprar mais equipamento,
transferir pedidos para mais tarde ou mesmo recusar pedidos que, na realidade, somente podem ser aplicados
115
quando a Estimativa de Vendas se distancia tanto do Planejamento Agregado que se torna necessária nova reunião
do Comitê de Planejamento.
8.6 Resumo
O Pedido Firme, baseado na Estimativa de Vendas, cobre todo um mês, sendo usual se
fazer a distribuição (de montagem) diária uniforme ou de acordo com os interesses da Produção,
respeitando necessidades de Vendas ou restrições de montagem.
A partir do Pedido Firme são emitidas6 as Ordens de Montagem e Requisições Coletivas
de Peças.
5. Para trabalhar com valores médios é preciso que estes sejam representativos, isto é, apresentem pequenos
desvios-padrão.
6. A emissão de ordens conforme a segunda vertente é considerada uma característica da demanda da chamada
produção empurrada, pois as ordens de fabricação e compra são, aparentemente, emitidas sem conexão com as
ordens de montagem. A primeira vertente caracteriza a produção puxada onde a Montagem determina a
produção das peças.
118
As empresas que produzem produtos a partir de peças componentes compra das e/ou
fabricadas de demanda dependente precisam de um método sistemático de planejamento de
suas necessidades de materiais e capacidades, já que o método do Ponto de Pedido não se mostra
adequado a esta situação.
Durante os anos 60 o desenvolvimento da Informática1 abriu as portas, nos Estados
Unidos, ao método atualmente em largo uso para planejamento desses itens: o "Material
Requirement Planning" que costuma ser acoplado à Emissão de Ordens de Fabricação.
Embora o MRP focalize os materiais e a Programação de Ordens de Fabricação, o
tempo, a grande integração entre essas duas funções faz com que esta última seja,
frequentemente, considerada dentro de um Sistema MRP, que passa a abranger não só a
Emissão como a Programação de Ordens de Fabricação.
Na Figura 9.1 mostramos um Sistema MRP dentro deste conceito mais amplo de
inclusão da Programação.
O sistema começa pelo Planejamento Agregado e Estimativa de Vendas e desemboca
no Plano Mestre de Produção. Este mais a Estrutura do Produto e a situação da Disponibilidade
são insumos do MRP que geram as Ordens Planejadas.
Essas, não tendo restrições de materiais, seguem para Programação que vai verificar a
existência de capacidade. cotejando necessidades com disponibilidade. Caso positivo, as
Ordens São programadas e o MRP será autorizado a emiti-Ias e enviá-las para a Produção, via
Movimentação.
A pesquisa da matéria-prima é simples, bastando urna consulta à Gestão de Estoques.
No entanto, cabe aqui um comentário. Já vimos, anteriormente que uma mesma matéria-prima
serve a mais de uma peça, podendo ocorrer, portanto, que Ordens de Fabricação, que exijam a
mesma matéria-prima, sejam consultadas em curto período e que a Gestão de Estoques informe
a existência de quantidade suficiente para cada uma isoladamente, porém não exista quantidade
bastante para as duas em conjunto. Isso se resolve usando o sistema de alocação ou de estoque
que consiste simplesmente em anotar na ficha de controle o compromisso de determinada
quantidade de matéria-prima com cada Ordem de Fabricação em particular.
Os benefícios da adoção desta técnica São grandes e testemunhados por inúmeras
empesas que o adotaram, principalmente nos Estados Unidos. Destacam-se:
119
Pode, entretanto, sei dispendiosa e difícil para implantar e nem sempre dá certo.
Mais tarde surgiu o MRP II — "Manufacturing Resource Planning" que veio fechar o
circuito integrando informações, financeiras, contábeis, de pessoal, de engenharia e de vendas,
além das atividades de planejamento e controle da produção dos sistemas básicos de MRP.
1. Embora, como veremos, os cálculos necessários sejam relativamente simples, o uso do computador é
indispensável porque eles podem ter que ser repetidos 10.000 a 20.000 vezes aqui contadas as incontáveis e
constantes modificações
MRP — tem por Objetivo definir quais os itens que devem ser fabricados e/ ou
comprados (quantidades e momentos), a fim de atender o Plano Mestre de Produção. Também
indica a necessidade de reprogramar ordens abertas, propondo seu diligenciamento, loteamento,
protelação ou mesmo cancelamento (para, inclusive, reduzir o material em processamento).
Para o sucesso da aplicação do MRP precisam estar perfeitamente definidas as estruturas
dos produtos (nem sempre adequadamente formalizadas), as informações sobre a
disponibilidade de material fornecidas a tempo e com precisão absoluta, e os parâmetros da
Gestão de Estoques devem ser, tanto quanto possível, respeitados.
O MRP como foi visto é um método particularmente indicado para emissão de ordens
de itens de demanda dependente (pode ser usado em demanda independente também) em
empresas de qualquer tamanho, num mercado competitivo, com altos custos de estocagem que
fabriquem diversos produtos com estrutura complexa.
Como planeja as necessidades exatas de cada item, melhora o atendimento aos
consumidores, minimiza o material em processamento e aumenta a eficiência da fábrica; com
isso consegue melhor gestão de estoques, menores custos operacionais e, consequentemente.
maiores margens de lucro.
120
São estruturas2 fictícias que servem, entretanto, para exemplificar várias situações reais
a saber:
a) ambos os produtos "X" e "Y" apresentam uma submontagem comum "A", embora
com diferentes quantidades:
b) a peça pode ser deslocada para o nível 2 (mais baixo), o que caracteriza a esquemática
de computação;
c) os itens "B" e "D" são compradas (nível 3);
d) o item "E", ou é uma peça brota ou uma matéria-prima;
e) demanda de "X" e "Y", ver tabelas 8.3 e 8.4.
A seguir vemos um registro básico no qual se baseia a dinâmica do MRP (vide Tabela
9.1), e onde vamos basear nossa explicação.
Os períodos podem variar de um dia, uma semana ou um mês sendo este último o mais
comum.
As necessidades brutas de um item representam a demanda durante cada período
(provêm das necessidades líquidas ou ordens planejadas dos itens ascendentes e de eventual
demanda independente). No caso o item "A" tem necessidade bruta para o período n° 3 = 90,
pois a necessidade líquida de "Y" (ascendente de "A") é para mesmo período e "Y" contém 3
"A".
Os pedidos pendentes (recebimentos programados) assinalam as ordens emitidas
(abertas), firmes, em quantidades e período respectivos. Originam-se das Ordens Planejadas
depois de emitidas e ainda não-entregues3.
O estoque disponível (projetado disponível) representa o saldo depois de considerados
os pedidos pendentes e atendidas as necessidades brutas, respeitado o estoque de segurança.
As ordens planejadas (necessidades líquidas) resultam da demanda menos
disponibilidade considerando o tempo de reposição e o lote de encomenda. Indica intenção de
emitir (período indicado); quando é emitida passa para pedidos pendentes (período de entrega).
123
3. Neste ponto reside o "calcanhar de Aquiles" do MRP; esta informação, pelo menos no que diz respeito às Ordens
de Compra, costuma ser imprecisa. Alguns procuram introduzir mais segurança, porém acreditamos que uma
melhor interação com Compras deve resolver o problema.
No caso, mostramos o detalhe da decisão de planejar a ordem para 500 unidades do item
"D" no período n° 3: o estoque no período n° 5 iria a -64 0 que exigiu a entrada de 500 neste
período; como o Tempo de Reposição é de 2 semanas, a ordem tem que ser planejada para
emissão duas semanas antes, ou seja, no período 3.
No registro que serve de exemplo merecem citações algumas observações:
• o item "D" tem uma demanda independente de 10 unidades por período considerada
em suas necessidades brutas;
124
• os pedidos pendentes dos itens "A" e "C" poderiam ser postergados de um período
assim reduzindo o material em processamento;
• se o pedido pendente do item "D" atrasar, a demanda do item não será atendida;
• arredondamos a quantidade da ordem planejada do item "B" no período 6 por ser muito
pequena.
Como a matéria-prima "m" exige três semanas para ser entregue foi necessário
"quebrar" o lote de encomenda da peça "D" fabricando 64 unidades a partir dos 19 kg existentes
em estoque4 ("D" exige 30 kg para 100 peças).
Pode-se, também, estabelecer horário extraordinário, mexer no estoque de segurança e
até na própria demanda desde que se tomem cuidados paralelos recomendáveis. No caso, poder-
se-ia cogitar de solicitar ao fornecedor da matéria-prima "m" que fizesse a entrega da mesma
em duas semanas (talvez a um preço maior) assim evitando a "quebra" do lote de encomenda
da peça
Vamos apresentar, através do exemplo que segue, mais um caso em que serão indicadas
alterações nos parâmetros de gestão de estoques para resolver situações de emergência.
"Semanas atrás um fabricante de reguladores elétricos aceitou uma encomenda de um
cliente para 80 unidades a serem entregues, 40 unidades na semana 27 e mais 40 na semana 31.
Cada regulador usa um estator que exige uma semana para ser montado no primeiro (o que
define sua entrega nas semanas 26 e 30) e precisa de três para ser fabricado."
"NO registro abaixo mostram-se essas informações além do estoque (que inicia com 40
unidades) e o pedido pendente de 20 unidades na semana 27; o diagrama se completa com a
ordem planejada de 20 unidades para a semana 27 que, ao entrar em estoque na semana 30 (TR
= 3 semanas), vai atender à necessidade bruta de 40 unidades nesta semana, considerando o
estoque, na ocasião, de 20 unidades."
4. Seria interessante, neste caso, para evitar possíveis problemas futuros, estabelecer um estoque de segurança para
a matéria-prima "m".
126
Ou este outro, onde emitimos uma ordem urgente (TR 2 semanas) para 20 unidades na
semana 24, com entrega prevista para a semana 26:
b) Por causa da diferença de época entre produção e venda final. Esse assunto foi tratado
no Capítulo 6 onde mostramos que, embora o produtor possa trabalhar de acordo com a
demanda, eventualmente pode-lhe ser mais interessante produzir uniformemente, estocando.
Isto também ocorre quando a própria produção tem que se concentrar no tempo (safras
agrícolas).
c) Por causa do capital-de-giro. O produtor, embora pague seus insumos a prazo,
desembolsa à vista outros (mão-de-obra por exemplo) e costuma vender a prazo aos varejistas
resultando na necessidade de capital para cobrir esta diferença entre saída e entrada de recursos.
d) Por vários outros motivos tais como diferenças de embalagem, adequação de
propaganda e "marketing", exigência de quantidades mínimas, burocracia complexa, prestígio
comercial, comodidade do consumidor.
5. Vamos entender por varejistas os postos de venda como agências de veículos, banca de jornais e revistas, bares,
restaurantes e lanchonetes, concessionárias, feiras-livres, lojas em geral, postos de combustíveis,
representantes, supermercados, terminais de bancos entre outros.
9.7 Resumo
Também é usado para atualização, para isso confirmado ou não os dados planejados.
Registre-se que, ao emitir uma ordem, esta vai para Pedidos Pendentes, no período da entrega.
Eventualmente surgem problemas ocasionados por alterações nas informações
fornecidas tanto na demanda como nos pedidos pendentes ou nos estoques etc. As soluções têm
que ser encontradas dentro dos recursos gerenciais cabendo ao MRP apenas atestar sua
exequibilidade.
Existem situações em que se justifica a presença de intermediários no processo
produtivo: distancias relevantes, necessidades de estocagem e de capital-de-giro etc.
Através do DRP (que utiliza o mesmo algoritmo do MRP) podem ser planejadas as
ordens de entrega para atender um sistema de distribuição (fábrica, atacadistas, revendedores e
consumidores).
Mesmo os intermediários independentes podem ser beneficiados com esta técnica
colocando pedidos planejados em seus fornecedores possibilitando melhores entregas.
130
Na Figura 10.1 mostramos um exemplo de uma Ordem de Fabricação, isto é, corno ela
sai da Emissão de Ordens.
131
Nota-se que a Ordem de Fabricação tem vários pontos em comum com a sequência de
Operações. Todavia, os dois documentos têm diferenças básicas. Enquanto a sequência de
Operações estabelece a maneira pela qual a peça deve ser fabricada, a Ordem de Fabricação
determina e autoriza a produção de certa quantidade de peças dentro de determinado prazo.
Na primeira linha do formulário em questão encontramos a quantidade solicitada,
14.000 unidades, o nome da peça e o número da Ordem de Fabricação, obtido através do número
da peça seguido de um sufixo indicativo da sequência anual de ordens da peça. É muito útil a
numeração das Ordens de Fabricação. Serve, por exemplo, para diminuir o perigo de confundir
peças parecidas dentro das Seções de Fabricação. Facilita, também, qualquer pesquisa que se
precise fazer, a posteriori, sobre problemas de qualidade ou de desvio no custo de fabricação.
Na segunda linha, aparecem as informações quanto à matéria-prima necessária a essa
Ordem de Fabricação — especificação, código e quantidade necessária. Essa quantidade é
obtida multiplicando-se a quantidade padrão (constante da Sequência de Operações) pela
quantidade de peças a fabricar.
Na terceira linha, temos informações peculiares à Ordem de Fabricação e, portanto,
completamente diferentes das constantes na mesma linha na Sequência de Operações.
Compreendem a autorização para a execução da Ordem e as datas de emissão e de entrega. Essa
autorização é de necessidade óbvia. pois a produção de qualquer item numa fábrica precisa
depender da autorização de um responsável, normalmente o chefe do PCP.
O corpo da Ordem de Fabricação é cópia, em geral simplificada. do corpo da Sequência
de Operações. cabendo apenas algumas considerações quanto às (rês últimas colunas que
substituem a coluna de '"Observações". Elas se destinam ao trabalho de programação e, adiante.
mostraremos como são preenchidas.
Um dos documentos que acompanha a Ordem de Fabricação é a Requisição de Matéria-
prima que serve para autorizar a entrega de matéria-prima pelo Almoxarifado. Embora. para
esse documento, pareçam bastar as informações das duas primeiras linhas da Ordem de
Fabricação, a terceira e a quarta (primeira do corpo) são também indispensáveis, porque contêm
a autorização e informam a Seção de Fabricação que inicia a Ordem bem como a data em que
se vai executar a primeira operação.
132
— tarefas preliminares;
— operações de fabricação;
— tarefas intermediáriws;
— tarefas finais.
As tarefas preliminares são aquelas a serem executadas antes do início da produção, tais
como: programação e envio dessa à Movimentação, envio da Requisição de Matéria-prima ao
Almoxarifado, separação da matéria-prima, envio desta à Seção de Fabricação respectiva, envio
da cópia de Ordem de Fabricação. O tempo necessário a essas tarefas varia consideravelmente
de fábrica para fábrica, situando-se normalmente em três dias.
Para calcular os dias necessários às operações de fabricação temos que. inicialmente,
calcular o número de horas necessárias a cada operação. que é obtido multiplicando a
133
quantidade a ser produzida pelo tempo padrão de operação e dividindo por 100. Assim, para a
primeira operação da Ordem que estamos ilustrando, teremos:
14.000 × 0,07
= 9,8 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
100
Para o caso que estamos estudando, vamos supor que a fábrica trabalha 5 dias por
semana, portanto 9,6 horas por dia e que a eficiência de todas as Seções de Fabricação é igual
a 1. Então, teremos, para a primeira operação:
9,8 ℎ
= 1,02 ≅ 1 𝑑𝑖𝑎
ℎ
9,6 ×1
𝑑𝑖𝑎
Como vimos, costuma arredondar, sendo recomendável fazê-lo grupando as operações
de uma mesma Seção e procurando distribuir o arredondamento de maneira racional.
A operação de pintar foi estimada em 7 dias pela própria Produção, pois não tinha tempo
padrão fixado pela Engenharia (isto acontece quando o tempo da operação depende de fatores
aleatórios).
Finalmente, temos as tarefas intermediárias e finais que compreendem tarefas como
transporte do material em processamento ou peças acabadas, apuração e registro da quantidade
produzidas, e eventuais esperas1. Os tempos necessários a essas tarefas também variam de
fábrica para fábrica, porém é usual destinar um dia para tarefas entre operações executadas na
mesma seção e dois dias entre seções diferentes. Esses tempos estão assinalados na figura 10.1
134
(na coluna "Dias"), onde já tinham sido anotados o tempo necessário às tarefas preliminares e
os tempos necessários a cada operação de fabricação.
O somatório dos dias necessários à execução da Ordem de Fabricação (operações e
tarefas) constitui, na realidade, o Tempo de Reposição usado para o cálculo do Ponto de Pedido
(no caso 34 dias).
Se a Ordem de Fabricação é emitida no prazo, provavelmente teremos um prazo
disponível igual ao Tempo de Reposição. Se o prazo disponível for menor que o Tempo de
Reposição, com uma diferença igual ou maior que 10% desse índice, a Ordem de Fabricação
deve ser tratada como urgente. No exemplo da Figura 10.1 a Ordem não é urgente, pois temos
um prazo disponível de cerca de 36 dias úteis (de 30/10 a 23/12) e precisamos apenas de 34
dias úteis. Se, porém, tivéssemos disponíveis apenas 30 dias úteis a Ordem de Fabricação
deveria ser tratada conto urgente porque:
30 ≤ 34 − 10% 𝑑𝑒 34 = 31
1. Embora se deva trabalho no sentido de não permitir a ocorrência de esperas ou filas, elas ocorrem na prática, e,
por isso, é considerável prever folgas entre as operações.
Outra razão para destinar esses números de dias entre as operações é para termos folgas
entre as mesmas e, portanto, evitar que o Tempo de Reposição fique muito rígido; isso, veremos
adiante, não é desejável, pois frequentemente teremos que comprimir o tempo necessário à
Ordem de Fabricação e isso será dificultado se não tivermos previsto folgas. Obviamente: essas
folgas custam dinheiro. Um tempo de Reposição maior acarreta um Estoque de Segurança
maior e, portanto, um estoque médio maior e, finalmente, uma imobilização financeira maior.
1. O cronograma que permite uma visão gráfica do problema, além de poder ser usado
em sistemas manuais.
2. Regras de sequenciamento de uma Ordem numa Seção de Fabricação.
135
3. Carga finita onde um programa exato das tarefas é preparado para cada Seção.
O exemplo estruturado na Figura 10.2 vai servir para demonstrar alguns dos conceitos
básicos das técnicas da Programação das Seções de Fabricação.
Como tanto a Peça "P1" como a Peça "P2" realizam suas primeiras operações na Seção
101, mostramos, na Figura 10.4 a seguir, a programação parcial dessa Seção, para as Peças "P1"
e "P2".
A peça "P1" apresenta três programações: uma superior e duas inferiores. A
programação superior inclui o Tempo de Espera representando a folga que permite a escolha
das programações inferiores2. Nas duas inferiores a parte hachurada representa 1,8 dia de tempo
de preparação e de operação e a branca, o tempo de espera.
Na primeira destas programações a peça foi carregada o mais cedo possível e na segunda
o mais tarde possível, alternativas que podem se apresentar como mais convenientes na
verificação da disponibilidade.
2. Esta folga pode, se necessário, ser reduzida apressando a movimentação das peças.
137
A diferença entre os dois esquemas é ilustrada na Figura 10.5 abaixo com informações
que poderiam ser resultado do planejamento das necessidades de capacidade. Na referida Figura
são mostrados os dois perfis de capacidade: de carga infinita e de carga finita (que não carrega
nenhuma Seção além de sua capacidade).
3. Para isso um adequado sistema de comunicação tem que ser estabelecido entre as Seções de Fabricação e o PCP
(modernamente pode ser estabelecer uma rede de terminais de computador).
4. Relação entre o tempo que falta e o tempo de reposição faltante.
Ordem referida. Na prática, a Carga de Máquinas apresenta as máquinas ou, pelo menos,
aquelas mais carregadas. Também o período considerado costuma ser maior, abarcando três
meses.
É interessante notar que no cronograma anotam-se apenas os dias úteis. Algumas
empresas não usam o calendário civil por sua falta de regularidade de número de dias de
trabalho nos meses e nas semanas, usando os dias úteis numerados em sequência.
Do lançamento das Ordens no cronograma podemos obter as datas de entrega de cada
operação e transcrevê-las para a Ordem de Fabricação, na última coluna, como assinalamos na
referida Figura 10.6. Frequentemente, informa-se apenas a data de entrega da última operação
de cada Seção de Fabricação, o que significa deixar um certo grau de liberdade ao encarregado.
Assim. ele poderá programar a Ordem dentro de sua Seção, desde que obedeça à data de entrega
de suas operações. No caso, forneceríamos informações para as operações 40, 50 e 60, pois a
operação 40 é última da Seção 20 (29; 11) e as 50 e 60 sio as únicas das Seções 10 (7.12) e 30
(20.12) respectivamente.
Note-se que a peça levou exatamente 36 dias úteis desde o início das tarefas preliminares
(3 dias antes do início da primeira operação) até a entrega total das peças ao Almoxarifado (2
dias após o término da última operação)5.
Quando a fábrica usa o sistema de Manutenção Preventiva, o PCP deve assinalar na
Carga de Máquinas os dias que a Manutenção informa como necessários para suas tarefas. Caso
o Torno tivesse que ficar parado nas duas primeiras semanas de novembro, marcaríamos na
Carga de Máquinas, como mostra a Figura em pauta, com a letra "M".
Note-se também que, em Seções onde não existem máquinas como a Pintura, fazemos
a carga da Seção em lugar da carga de máquinas.
141
O primeiro recurso é o corte das folgas entre operações, o que significa que não serão
previstos tempos para as tarefas intermediárias ou que elas serão realizadas à medida que a
operação seguinte se processa. Não se recomenda a eliminação do tempo necessário às tarefas
preliminares. No caso em pauta, a ordem poderá ser realizada em 27 dias úteis.
Quando se precisa de uma redução maior no tempo, tem-se que recorrer ao agrupamento
das Operações, que consiste em não esperar que todas as unidades da Ordem de Fabricação
fiquem prontas para iniciar a operação seguinte. Isso possibilita que, no mesmo dia, a ordem
seja programada para mais de uma operação, obviamente em máquinas diferentes. (Não se
costuma respeitar os intervalos quando se agrupam operações, pois em geral precisa-se do
máximo de apressamento.)
No esquema a seguir mostramos corno ficariam as operações 30 e 40 da Ordem em
análise se agrupadas:
142
Os números que mostramos abaixo de cada dia constituem o total acumulado produzido
em cada operação por dia. Vê-se, portanto, que não haverá qualquer problema, pois sempre
teremos peças já processadas na operação 30, a fim de poder executar a operação 40.
Já entre a operação 40 e a 50 não podemos proceder tão simplesmente, pois pode ocorrer
não termos peças disponíveis para a segunda operação. Faz-se, então, o agrupamento de trás
para diante, como no esquema a seguir.
Esse recurso não poderá ser usado quando se produz uma Ordem de Fabricação de uma
peça única ou quando a operação seguinte exige uma quantidade mínima para ser processada,
como ocorre com o tratamento térmico, por exemplo.
Caso a operação 50 exigisse uma quantidade mínima de processamento de 7.000
unidades, teríamos de programar de outra maneira, perdendo um dia na abreviação, como
mostramos a seguir:
Fabricação. Por isso não se recomenda esse método em operações executadas em máquinas que
exigem preparação demorada.
10.6.4 Outros
Na Figura 10.8b podemos observar outro critério: os vários itens são produzidos tão
cedo quanto possível. As linhas pontilhadas indicam o tempo que esses itens ficam no
Almoxarifado, esperando para serem montados.
146
147
Na prática, é provável que nenhum dos dois arranjos seja aplicável. Uma
comparação entre as figuras a e b mostra que a peça n° 12 pode, se necessário, ser fabricada
completamente em pouco tempo e estocada ou pode ser iniciada mais tarde, ficando pronta
exatamente a tempo de se iniciar a submontagem n°10. Da mesma maneira, a submontagem n°
20 pode ser produzida e estocada ou pode ser processada mais tarde. O mesmo raciocínio se
aplica às outras peças e submontagens.
148
Na Figura 10.8c vemos uma situação mais próxima do real. O tempo total de produção
é fixado pelas condições da peça n° 11 e submontagem n° 10; as outras peças e submontagens
são produzidas acordo com a disponibilidade dos fatores de produção, mantendo a preocupação
de estarem prontas para as respectivas submontagens, porém com alguma antecedência. Nessa
fase, podemos nos defrontar com o mesmo problema que enfrentamos com as Ordens de
Fabricação, que era o de produzir em menos tempo, ou seja, ajustar a produção. Uma das
maneiras seria reduzir o tempo de fabricação das peças componentes, em especial as que
demoram mais. Não vamos nos estender sobre ela, pois não apresenta novidade em relação ao
que já apresentamos quando da descrição das Ordens de Fabricação.
Podemos, entretanto, começar a produzir produtos montados com tempo menor
lançando mão do recurso do loteamento. Uma possibilidade seria um plano com a montagem
final dividida em dois lotes. bem como a peça n° 11 e a submontagem n° 10, como mostramos
na figura 10.9a. Assim que o primeiro lote da peça n° 11 estiver pronto, inicia-se a produção da
submontagem n° 10. Quando essa submontagem está pronta, inicia-se a montagem final do
primeiro lote. No exemplo mostrado, as quantidades totais de todas as outras peças e
submontagens são fabricadas de uma só vez e ficam prontas para o uso, embora somente metade
da submontagem esteja sendo feita. Mais tarde, o saldo da peça n° 11 e o da submontagem n°
10 são preparados e tem-se o início do segundo lote da montagem final.
Podemos, também, agrupar a produção das peças e suhmontagens como mostra a Figura
10.9b. A submontagem n° 10 é iniciada tão logo as primeiras peças n° 11 sofram a última
operação de fabricação. Se o da Ordem da peça n° 11 é produzido mais rapidamente que a
submontagem n° 10, não haverá problema. Da mesma maneira, as submontagens n° 20 e a n°
40 poderiam começar antes das peças n° 21 , 41 e 43 estalem completamente prontas. É claro
que esse método — o agrupamento — só pode ser usado com as peças prontas, isto é, tendo
passado pelas últimas operações. Quando se diz que a Ordem de Fabricação não está
completamente pronta, significa dizer que a quantidade total não foi ainda produzida, porém
algumas peças já o foram.
10.9 Resumo
Antes de seguir para a Produção, a Ordem de Fabricação vai para a Programação a fim
de ser verificada, em definitivo, a disponibilidade de capacidade, já ensaiada na Emissão de
Ordens pela Verificação Preliminar da Capacidade. Embora tenha pontos em comum com a
Sequência de Operações a Ordem de Fabricação dela difere fundamentalmente: no cabeçalho
149
6. Embora se deva trabalhar no sentido de não permitir a ocorrência de "esperas ou filas" elas ocorrem na prática
e, por isso, é aconselhável prever folgas entre as operações; além disso, essas folgas tornam o Tempo de
Reposição menos rígido.
• corte das folgas entre as operações (exceto tarefas preliminares) obrigando-se a uma
movimentação mais atenta, própria de uma Ordem urgente;
• agrupamento de operações, isto é, iniciar uma operação tão logo já se tenha peças
prontas na operação anterior em quantidade suficiente para permitir operação contínua (o que
às vezes exige acumulação de material). Também é possível agrupar a última operação com o
Almoxarifado, porém não é possível quando a operação anterior exige uma carga mínima de
operação ou opera uma peça única;
• loteamento que consiste em dividir a Ordem em lotes, de preferência inteiros e iguais,
apressando apenas o primeiro. Deve ser usado com parcimônia pois multiplica o Tempo de
Preparação;
• programações simultâneas ou combinadas quando de mesma operação, ou muito
semelhante, usando a mesma máquina, é programada para Ordens diferentes.
7. Existem dois esquemas de programação: carga infinita (as Ordens são enviadas à Produção independente da
capacidade da Seção) e carga finita (as Ordens são, primeiramente, programadas considerando a capacidade da
Seção).
8. No agrupamento as peças vão sendo entregues à medida que são fabricadas; no loteamento o primeiro lote é
entregue no prazo e os outros à medida que o Estoque de Segurança é atingido.
152
11 COORDENAÇÃO DE PROJETOS
11.1 Introdução
Nesta fase, o projeto é desmembrado em passos principais (atividades) bem como são
identificados os responsáveis para cada passo e estimadas as durações de cada atividade. Em
seguida, a definição de cada atividades é refinada, consultando o pessoal responsável, que
também aperfeiçoa as estimativas de tempo2.
Também se prepara, nesta ocasião, uma lista dos "precedentes imediatos" criando,
assim, uma relação de precedência entre as atividades, assim como outras informações: número
e tipo de pessoal necessário, equipamento, tempos de reposição de material e outros. O
resultado, para um projeto hipotético de implementação de uma nova rotina num escritório, está
mostrado na Tabela 11.1na página seguinte.
Esta informação é usada para a construção do Diagrama de Rede, onde as atividades
vão ser representadas por retângulos e usando setas para indicar precedência.
153
1. "Program Evaluation and Review Technique" e "Critical Path Method" ambos desenvolvidos nos Estados
Unidos.
2. A estimativa de tempo deve ser feita com cuidado. Costuma-se pedir um tempo pessimista e um otimista além
de um mais provável, exigindo do estimador considerações sobre incerteza.
PRIMEIRA DATA DE INÍCIO — Toda atividade tem uma PDI que supõe todas as
atividades iniciando tão cedo quanto possível, respeitando as relações de precedência.
PRIMETRA DATA DE TÉRMINO — É, simplesmente. a PDIi = PDTi – ti da atividade
i, permitindo a seguinte fórmula para cálculo das PDI:
PDI = max {PDT das atividades precedentes de atividade i}
Reportando à Figura 11.1 vemos que a atividade "A" tem PDI=0 e PDT= 0 + 5 = 5 dias
e a atividade "D" tem PDI = 0 e PDT = 11. Para a atividade "C" vamos usar a fórmula:
3
𝑃𝐷𝐼 = max[𝑃𝐷𝑇𝑎 , 𝑃𝐷𝑇𝑑 ] = max[5, 11] = 11 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑃𝐷𝑇𝑐 = 𝑃𝐷𝐼𝑐 + 𝑡𝑐 = 11 + 6 = 17 𝑑𝑖𝑎𝑠
Depois fazer os cálculos para todas as atividades podemos anotar os resultados na parte
superior dos retângulos conforme mostrado na Figura 11.2.
155
Neste pequeno diagrama é fácil constatar que o caminho D-C-E é maior do que qualquer
outro, determinando quando o projeto poderá ser completado, e, por isso, chamado de Caminho
Critico.
Para determiná-lo analiticamente vamos definir outro conjunto de datas: as últimas
datas, trabalhando de trás para frente no diagrama e usando as seguintes fórmulas:
3. Isto significa que a atividade “C” só pode ser iniciada depois que a atividade “D” termina.
A razão que UDT para "D" é 11 em vez de 16 é porque se terminássemos "D" depois de
11, a atividade "C" será empurrada além de seu UDI, atrasando "E" e o projeto como um todo.
156
Isto ocorre porque não existe Folga no caminho D - C - E. Já a atividade "B" tem alguma folga:
pode começar dia 11 ou até 16 (Folga = UDIi – PDIi = 16 - 11 = 5 dias).
Na Figura 11.2 mostramos esses resultados na parte inferior dos retângulos além de
assinalarmos o Caminho Crítico; que é o caminho mais longo do projeto, determinando o tempo
de execução do mesmo — conforme Tabela 11.2 a seguir:
I — O instrutor do projeto deseja ter pelo menos um esboço dos novos formulários para
usar no treinamento preliminar. Quantos dias esta atividade pode esperar esses
esboços sem atrasar o projeto?
R — A UDI de "A" é 6 dias o que significa que se os forem entregues até o Sexto dia
não haverá atraso do projeto.
II — O fornecedor de formulários exige mais uma Semana (5 dias úteis) para entregar
o material sob pena de ter que trabalhar em horas extras e aumentar o preço. Qual
a melhor alternativa?
R — A atividade "B" tem 5 dias de folga; portanto poderíamos aceitar o aumento de
prazo do fornecedor, porém isso eliminaria toda folga da atividade fazendo com
que qualquer atraso de entrega dos
formulários atrasasse o projeto. Dependendo dos custos envolvidos tal vez seja melhor
pagar mais por maior segurança.
III — Novos recursos apareceram para apressar a atividade "D". Qual será o resultado
da redução de sua duração para 6 dias? 5 dias? 4 dias?
R — A atividade "D" está no Caminho Crítico e lá vai ficar até que fique menor do que
a atividade "A". Assim se "D" é reduzida para 6 ou 5 dias o projeto vai
experimentar a mesma redução. Entretanto, se "D" fica menor do que 5 dias o
Caminho Critico passa para A - C - E e o tempo de execução fica independente de
"D".
157
𝑎 + 4𝑚 + 𝑏 𝑏−𝑎
𝑡𝑒 = 𝛿=
6 6
onde a é o tempo otimista, b o pessimista e o mais provável, te é o tempo esperado e 𝛿
o seu desvio padrão.
Os tempos esperados vão substituir os tempos estimados maiores comentários. Porém,
os desvias padrões merecem alguma consideração.
Na Figura 11.6 representamos a incerteza de cada atividade através de triângulos
hachurados cuja base é duas vezes o desvio padrão4. Os valores assinalados serão calculados a
seguir.
160
Note que a folga de "A" é suficientemente grande para garantir que essa atividade
continua não-crítica. Porém, o triângulo do caminho "D" - "B" ultrapassa o final do diagrama,
indicando que o projeto possa atrasar devido a um caminho não-crítico.
O caminho crítico também ultrapassa o final do projeto o que indica, junto com a
observação anterior, que será mais prudente não se comprometer com sua execução e em 24
dias, principalmente se isto constar de multa contratual sem falar na reputação da empresa.
Agora voltando aos triângulos. Primeiro calcula-se o de cada atividade aplicando a
fórmula. Por exemplo, supondo, para "A" um tempo otimista de 2 dias e um pessimista de 8
8−2
teremos δ𝐴 = = 1,0. Da mesma forma e considerando tempos não-fornecidos teremos:
6
Em seguida, eles são combinados dentro de cada caminho, usando uma fórmula
estatística:
4. Indica, grosseiramente, que existe uma probabilidade de 2,3% que o tempo real ultrapasse o final do triângulo.
161
Um controle efetivo exige uma realimentação rápida e confiável do progresso até a data.
A experiência tem mostrado que os métodos mais simples são usualmente os melhores, pois os
mais complexos, além de mais caros, costumam demorar a fornecer informações.
Um dos métodos consiste em estabelecer revisões semanais dos tempos estimados das
atividades, assim atualizando o diagrama e antecipando futuros gargalos (atividades com
importantes sucessores que está se atrasando). Tais atividades devem exigir a atenção do
encarregado providenciando, a alocação de mais recursos para recuperá-los.
PERT-CUSTO é uma ferramenta de controle que informa o desempenho de custo e
tempo à medida que o projeto evolui. Também estima desvios do orçamento mantendo uma
comparação constante como as despesas ocorridas.
Embora os cálculos sejam relativamente simples o PERT-CUSTO exige um sistema
contábil e uma organização do projeto sofisticadas. Consequentemente, embora mais eficiente,
é mais caro de operar do que o convencional PERT-CPM.
O Diagrama de Rede é uma ferramenta útil de controle, especialmente se acoplada a um
cronograma. Deve ser construído de forma fácil de modificar, como representando as atividades
por cartões que se deslocam ou emitindo novos diagramas e cada revisão. O importante é
conseguir uma representação visual que permita uma imagem global do projeto e focalize a
atenção nos problemas potenciais.
A questão a seguir vai fornecer mais subsídios sobre o controle de projetos.
I — Suponha que, depois de ocorridos seis dias, descobriu-se que a atividade "D" não
poderá ser completada antes do dia 14 e não 11, como programado.
Pergunta-se:
(a) o que vai acontecer com o caminho crítico?
(b) Onde se deve alocar mais recursos para pelo menos terminar o projeto no dia 25?
162
11.6 Resumo
12.1 Introdução
O roteiro de uma ordem de Fabricação será visto com o auxílio da Figura 12.1 onde
consideramos que uma Ordem de Fabricação para uma única Seção é constituída apenas de seus
documentos principais: a Ordem propriamente dita e a Requisição de Matéria-prima.
A Ordem de Fabricação é emitida na Emissão de Ordens com o seguinte número mínimo
de vias e destinações:
1. No caso da Ordem de Fabricação tratada ao capítulo anterior teríamos três vias para as Seções 10, 20 (com
quatro operações consecutivas) e 30.
Nas diferentes operações realizadas numa mesma Seção a Movimentação não interfere.
Porém, quando o material em elaboração muda de Seção, ela deve contá-lo e transportá-lo para
a Seção seguinte. A contagem ou, pelo menos, a verificação da contagem pela Movimentação
é necessária porque nem todas as máquinas têm contadores automáticos ou, quando o tem,
existe a possibilidade de o operador se enganar na contagem.
168
Essa divisão traz algumas complicações que veremos com o auxílio da Figura 12.5, onde
apresentaremos o que acontece com uma Ordem de Fabricação que passe pelas Seções de
Fabricação 10 e 60, portanto envolvendo as duas estações da Movimentação.
170
Nesse caso, a Programação deverá fazer uma separação dos documentos, mandando
para cada estação o número respectivo e enviando cópias da Requisição de Matéria-prima para
a estação M1. Ambas terão a tarefa de separar as cópias da Ordem por Seção e data de início.
Caberá à estação M1 pedir a matéria-prima ao Almoxarifado e a cópia da Ordem de
Fabricação da Seção 10. Quando esta terminar o serviço, caberá à estação M1 contar o material
processado e avisar à estação M2 que está à sua disposição para enviar o material para a Seção
60. Quando a estação M2 verificar a conveniência desse transporte, avisará para que o
transporte seja feito e liberará a cópia da Ordem da Seção 60.
Caberá à estação M2 a remessa das peças prontas ao Almoxarifado de Peças e a
consequente emissão da Guia de Remessa.
Como vimos, a divisão de tarefas entre duas operações complicou a movimentação de
instruções e de material. Por esse motivo, procura-se manter o número de estações o menor
possível.
Outros preconizam a divisão das Ordens de Fabricação entre as estações e não a divisão
de tarefas dentro de uma mesma Ordem, como vimos. Assim, uma Ordem seria controlada por
uma única estação, quaisquer que fossem as Seções envolvidas. Essa alternativa facilita o
controle e elimina a necessidade de comunicação entre as estações, porém dificulta o trabalho
das Seções de Fabricação que tem que atender solicitações de duas Estações exigindo maiores
deslocamentos.
171
2. Com a Fabricação costumam ocorrer misturas de material e até mesmo acidentes pela inadequada arrumação.
A escolha entre os dois métodos depende do tamanho médio das peças do lote médio de
fabricação e da carga média nas Seções de Fabricação e o tipo de equipamento de transporte
usado.
Quando as peças são de pequeno tamanho, a carga nas Seções é restrita a necessidades
de curto prazo e os recipientes são padronizados. A escolha pelo primeiro método é a mais
indicada. No caso inverso a localização do estoque de material em processamento na estação
da Movimentação se impõe.
3. Algumas empresas de ponta estão usando "robôs" para executas as tarefas de transporte entre Seções.
4. Na Toyota usa-se um sistema com dois cartões: fabricação e transporte.
173
12.8 Resumo
𝐷 × (𝑇𝑒 + 𝑇𝑝 )
𝐾= × (1 + 𝑠)
𝑄
onde: K é número de recipientes ou cartões, D a demanda média diária para um
determinado mês, 𝑇𝑒 o tempo de espera, 𝑇𝑝 o tempo processamento, Q a quantidade de peças
por recipiente e s o coeficiente de segurança.
Quando se deseja reduzir o material em processamento pode-se reduzir o número de
cartões e recipientes (ou o tamanho dos recipientes).
O sistema KANBAN pode ser estendido a alguns fornecedores que passarão a atuar
como Seções da fábrica. É preciso, entretanto, que o fornecedor tenha instalado o seu próprio
sistema KANBAN e que, além das solicitações (cartões e recipientes), lhe seja fornecido o
Plano Mestre de Produção.
5. Se recipientes vazios se acumulam numa Seção de Fabricação (ou num fornecedor) fica evidente que a Seção
está com a produção atrasada.
179
13.1 Introdução
Outra dificuldade na execução das tarefas de controle reside no problema das relações
humanas porque, em todos os assuntos de desvios, aparece sempre um responsável, aquela
pessoa que falhou. E caberá ao Controle entrar em contato com essa pessoa, pedindo-lhe que
passe a evitar o erro, ou seja, reclamando, cobrando. Essa é uma tarefa antipática e geralmente
mal recebida. Por isso, a cobrança tem que ser feita com habilidade, para que seja eficiente,
pois o objetivo não é reclamar em si e sim conseguir a correção do erro.
Por essa razão, o pessoal do controle tem que ser escolhido entre os mais categorizados
do PCP. Não é rara a situação em que seu próprio chefe fica com a responsabilidade de tomar
decisões em relação à identificação das causas dos desvios e ao trato com o pessoal que precisa
ser alertado ou cobrado.
O Controle da Produção pode ser exercido em quatro níveis: Produção Global , Ordens
de Produção, Lista de Críticos e Desempenho das Seções de Fabricação (já mencionada no
Capítulo 10).
A figura fornece mais informações que o modelo Philco Hitachi está com um dia de
adiantamento; os modelos Mitsubishi, National e Sharp estão em dia e os modelos Philips,
Sanyo, Semp Toshiba e Telefunken estão atrasados, respectivamente, com 1 dia, 1 dia, 0,5 dia
e 0,6 dias de atraso.
Suponhamos, agora, a seguinte produção para o dia 5, dia útil seguinte:
182
Lançando essa produção no gráfico, ele tomará a posição retratada na Figura 13.2. A
produção total continua atrasada, porém, o atraso diminui para 50 unidades, que representa 10%
do programa para o dia 5.
A posição dos modelos mudou. A Philco Hitachi segue adiantada, agora com 1,2 dias
de adiantamento; em dia agora estão os modelos Mitsubishi, Sharp e Semp Toshiba e atrasados
os modelos National , Philips, Sanyo e Telefunken, respectivamente, com 0,5, 2; 0,2 e 1 dia de
atraso.
É interessante notar que, no caso presente, para colocar em dia (dia 6) toda a produção,
não basta produzir 550 unidades (2.000 — 1 .450) e sim 590 (30 + 200 + 240 + 100 + 20). Isso
ocorre devido ao adiantamento do modelo Philco, igual a 40 unidades, que não serão
desmontadas para que o modelo fique em dia.
Os Gráficos de Gantt estão longe de constituir um instrumento perfeito para os
propósitos de controle. Seu principal inconveniente decorre das dificuldades que se encontra
em mantê-los atualizados. A necessidade de frequente atualização do Gráfico de Gantt provém
183
dos desvios na produção e nas modificações na prioridade dos itens programados. Compreende-
se facilmente que esses desvios e essas alterações podem tornar bem incomodo o manuseio do
Gráfico de Gantt, pois o não cumprimento de uma parte do programa força, necessariamente, a
reformulação de toda a programação inicial.
Apesar desses inconvenientes, o Gráfico de Gantt tem a seu crédito várias vantagens,
que comentaremos a seguir.
Em primeiro lugar, os Gráficos de Gantt revelam, com antecedência, dificuldades que o
programa irá encontrar no seu cumprimento. Os responsáveis pelo controle, com uma simples
olhada no gráfico, podem ter uma ideia geral da situação.
Outrossim, revelam os desvios imediatamente, desde que os relatórios de produção
sejam recebidos e registrados em seguida, à medida que chegam. Eles são assinalados no gráfico
e, assim, são descobertos antes mesmo de terminada a Ordem de Fabricação.
Caso o Pedido seja entregue no dia 18 a cópia correspondente é retirada da pasta onde
estava. Com isso, a qualquer momento, os Pedidos ainda existentes no arquivo representam
pedidos pendentes, constituindo-se num depósito de Pedidos a serem produzidos.
À medida que os dias vão passando novas pastas são incorporadas ao arquivo e aquelas
correspondentes aos dias passados são esvaziadas identificando os pedidos atrasados que
continuarão a ser cobrados ou serão reprogramados.
Esse método é mais indicado quando o número de ordens é grande, porém não são muito
complexas. Nesse caso pode-se usar o Gráfico de Gantt como ilustramos na Figura 13.3 (Ordens
de fabricação).
184
c) Lista de Críticas — por mais organizado que seja o sistema de controle da produção
ainda assim poderão ocorrer, eventualmente. falta de peças na Linha de Montagem de produtos
ou serviços contratados.
A lista de críticas, mostrando as peças que ainda têm que ser providas para completar as
quantidades necessárias para um determinado período de montagem, pode ser preparada de
várias maneiras. Ela pode ser por exemplo, anotando, nas listas de montagem fornecidas pelo
Almoxarifado, as quantidades disponíveis de cada item. A lista de críticas pode então ser
preparada a partir dessas listas de montagem. Alternativamente, uma lista pode ser preparada
comparando as listas de montagem com os registros de estoque antecipadamente da data de
entrega, conseguindo-se, assim, um aviso antecipado das prováveis faltas.
O segundo método tem a vantagem de fornecer mais tempo para as ações corretivas,
mas, por outro lado, tende a trazer confusão para o problema, fazendo com que algumas peças
apareçam como críticas embora venham a ser completadas no tempo devido, mesmo que
nenhuma ação corretiva tivesse sido tomada.
d) Desempenho das Seções de Fabricação — É usual realizar uma reunião diária entre
o pessoal do Controle e o pessoal da produção, verificando-se o real atendimento do programa
186
e as ações corretivas necessárias. É importante compreender que essa reunião não objetiva
criticar quem não está seguindo as ordens e sim determinar as ações corretivas necessárias e
providenciar para que não ocorram erros futuros.
É preferível que essa reunião ocorra entre o controlador e os encarregados das Seções
de Fabricação para evitar inibições com a presença dos chefes. Semanalmente a lista pode ser
consolidada para apreciação deles.
Vamos agora examinar uma técnica especial de controle da produção conhecida como
Linha de Comparação. Esta técnica foi desenvolvida, nos Estados Unidos, para controle de
produção de produtos complexos envolvendo o inter-relacionamento de muitos componentes
sujeitos a muitas operações.
Em resumo, esta técnica pode ser descrita como uma aplicação avançada do Gráfico de
Gantt {demanda dependente), podendo ser dividida em quatro estágios: objetivo, programa,
produção e comparação.
O Objetivo — onde se compara a produção com o objetivo do programa. Na Figura 13.4
mostramos o Gráfico do Objetivo onde no eixo horizontal está o tempo (no caso semanas) e no
vertical a quantidade acumulada do produto (programada ou produzida).
A quantidade programada é obtida da encomenda recebida: no caso foram contratadas
6.000 unidades para serem entregues em 40 semanas sendo 500 nas cinco primeiras e cinco
últimas semanas e 5.000 nas demais.
A quantidade produzida é informada pela Produção: no caso
1. Nem todas as operações são controladas; apenas aquelas que são consideradas críticas para a execução do
produto.
188
Na prática, ocorre que um evento está quase pronto. Por exemplo, uma submontagem
pode estar praticamente pronta bastando um parafuso. Neste caso, costuma-se desenhar a barra
vertical sem hachura.
A Linha de Comparações é uma linha desenhada no Gráfico da Produção assinalando
onde deviam estar as barras verticais. Para construí-la devemos, em primeiro lugar, juntar os
189
três gráficos como fizemos na Figura 13.7. Em seguida localizando, no Gráfico do Objetivo, o
ponto correspondente à 15ª semana (data do estudo), 2.200 unidades, transfere-se-o para o
Gráfico de Produção definindo o primeiro trecho da Linha de Comparação.
2. Como os eventos n° 2 e n° 6 ocorrem duas vezes em cada submontagem "A" entrarão com metade desta
quantidade ao Gráfico de Produção.
3. O mesmo resultado seria obtido se se traçasse, ao Gráfico do Objetivo, tantas linhas quantas fossem os eventos
antecedendo o último.
191
13.5 Resumo