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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
ESTACAS DE DESLOCAMENTO1
RESUMO
1
Trabalho apresentado como avaliação complementar da disciplina de Fundações, do Curso de
Engenharia Civil da Universidade de Fortaleza (UNIFOR).
2
Estudante(s) do referido Curso de Engenharia Civil da Universidade de Fortaleza (UNIFOR).
3
Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Ceará, doutor em engenharia civil na área de
Concentração em Geotecnia (COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro), mestre em Geotecnia e
Infraestrutura pela Universidade de Hannover - Alemanha (1997).
1. Introdução
A estaca tipo Franki foi introduzida como fundação há mais de 85 anos por
Edgard Frankignoul na Bélgica. Ele desenvolveu a ideia de cravar um tubo no terreno
pelo impacto de golpes do pilão de queda livre numa bucha (tampão) de concreto seco
ou seixo rolado compactado, colocado dentro da extremidade inferior do tubo. Sua ideia
teve sucesso e este método de execução espalhou-se pelo mundo, mostrando eficiência e
produzindo uma estaca de elevada carga de trabalho. Frankignoul constituiu uma
empresa para explorar as patentes, registradas entre 1909 e 1925.
Este tipo de estaca foi empregado pela primeira vez no Brasil em 1935, na
Casa Publicadora Baptista no Rio de Janeiro. Em são Paulo, em 1936, foram executadas
as estacas no portal de entrada do Túnel Nove de Julho. A partir de 1960, após ter
expirado a licença de patente, o método Franki entrou para domínio público.
A execução de uma estaca tipo Franki para ser bem-sucedida depende da
observância ao método executivo, do uso de equipamentos adequados e de mão-de-obra
especializada e experiente. Por esta razão o conteúdo deste parágrafo dedica-se à
descrição do método de execução, dos equipamentos envolvidos na execução e da mão-
de-obra especializada que opera os equipamentos e executa a estaca. O parágrafo aborda
também métodos alternativos de execução, principalmente no que diz respeito à
cravação com tubo aberto comumente chamado de cravação com tração.
Também são apresentados os problemas executivos causados por certos tipos de
solo que podem afetar a qualidade da estaca, assim como as técnicas utilizadas na
solução destes problemas.
Por fim se discute o emprego da estaca tipo Franki e os fatores que influem na
sua escolha como fundação.
Cravação do tubo FRANKI:
a) Para estaca com diâmetro inferior a 450 mm é necessário que os últimos 90 litros
sejam introduzidos na base com uma energia mínima de 1500 KN.m;
b) Para estacas com diâmetro superior a 450 mm é necessário que os últimos 150
litros sejam introduzidos na base com uma energia mínima de 5000 KN.m.
2.5. Armadura
2.6. Concreto
Segundo a NBR 6122, as estacas metálicas podem ser constituídas por perfis
laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou tubos sem
costuras e trilhos. Essas estacas devem ser retilíneas e seu raio de curvatura não deve ser
maior que 400m ou apresentar flecha máxima de 0,3% do comprimento do perfil.
A solução de fundações em estacas metálicas não é nova, sendo que até há
pouco tempo, por problemas econômicos, se restringia à utilização de trilhos
provenientes da substituição de linhas de trem ou tubulações velhas vendidas no
mercado como sucata, que apresentam as seguintes desvantagens, como a baixa carga
estrutural que esses elementos possuem por serem materiais reutilizados.
No caso de trilhos usados, é frequente a necessidade de composição de dois ou
três trilhos soldados longitudinalmente para se formar uma estaca com capacidade
estrutural maior. Com isso aumenta-se a inércia e a área de aço visando diminuir torções
e flambagem durante a cravação, porém com a desvantagem dos custos elevados;
A utilização no Brasil dos perfis metálicos como elementos de fundações
profundas tem ganhado grandes avanços. Até pouco tempo, as estacas metálicas eram
tidas apenas como soluções alternativas para casos especiais, como exemplo: nos pilares
de divisa, em estruturas de contenções, para atravessar lentes de pedregulhos ou
concreções ou quando se queriam reduzir as vibrações decorrentes da cravação de
estacas de deslocamento. Por este motivo, durante muito tempo houve falta de perfis
adequados no mercado para a utilização em fundações (como alternativo utilizado:
trilhos soldados, tubos metálicos, perfis laminados, perfis soldados).
Este cenário tem mudado, e hoje já há disponíveis perfis de um mesmo grupo,
com mesma altura interna e dimensões externas praticamente iguais; o que permite a
criação de estacas metálicas de seção transversal decrescente com a profundidade. Isso é
possível devido à redução, devido a atrito lateral, da carga resultante na estaca.
Quanto ao processo de cravação das estacas metálicas, elas podem ser cravadas
por martelos de queda livre, martelos hidráulicos, martelos a diesel, martelos
pneumáticos ou martelos vibratórios. Essa escolha do tipo de cravação vai ser resultante
das características do solo, do comprimento da estaca que se quer utilizar e,
principalmente, do nível de barulho e vibração que ela pode provocar nos centros
urbanos. Desse modo, a escolha do martelo é de fundamental importância para o
processo de execução, pois ele proporcionará um melhor desempenho. Segundo a NBR
6122, para estacas de carga admissível até 1000KN, quando empregado martelo de
queda livre, a relação entre o peso do pilão e o peso da estaca deve ser o maior possível.
Quanto ao controle do processo de cravação, se faz o emprego pela nega,
repique e por carregamento dinâmico.
A nega consiste na penetração permanente de uma estaca causada pela aplicação
de golpes um pilão. Geralmente, ela é medida por uma série de dez golpes , que ao ser
fixada ou fornecida, deve ser sempre acompanhada do peso e da altura de queda do
pilão ou energia de cravação.
O repique consiste na parcela elástica do deslocamento máximo de uma seção da
estaca, decorrente da aplicação do golpe de um pilão.
HACHICH, Waldemar [et al]. Fundações – Teoria e Prática. São Paulo. Ed. Pini,
1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de Estruturas de
Concreto – NBR 6118. Rio de Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e Execução de
Fundações – NBR 6122. Rio de Janeiro, 2010.
8. ANEXO – QUESTIONÁRIO