Memorial PCC Fundaçao

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
Curso: ENGENHARIA CIVIL

Componente Curricular: PCC – PROJETOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Professor(a): DIOGO BEVILAQUA
Acadêmico(a): GUILHERME BALDO
RELATÓRIO – PROJETO DE FUNDAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
O projeto de fundação realizado é de uma edificação residencial, com estrutura em concreto

armado convencional, localizada no centro da cidade de Chapecó. Considerando que todas as
tipologias de fundações estão disponíveis, os métodos de dimensionamento e os dados
considerados serão apresentados ao longo desse memorial. Em anexo segue detalhamentos da
fundação do edificio em questão.
2. PERFIL ESTRATIGRÁFICO DO TERRENO
Para determinação do perfil estratigráfico do terreno, inicialmente foram locados 5 furos de SPT,
localizados no terreno, com seus respectivos laudos geotécnicos. Conforme apresentado na Figura
1.
Figura 1 – Locação das sondagens SPT
Fonte: Elaborado pelo autor

A partir disso foi traçado dois perfis estratigráficos, conforme Figura 2 e 3, que apresenta o Corte
AA e BB respectivamento, onde é possível visualizar a sondagem dos 5 SPT’s. (Para melhor
visualização o perfil está anexado ao fim do relatório)
Figuras 2 e 3– Perfis estratigráficos

3. TIPOLOGIAS DE ESTACAS
A seguir são apresentadas as características de cada tipo de estaca que determinam se a mesma
pode ou não ser utilizada no projeto.
3.1. ESTACA DE MADEIRA
As cargas admissíveis de estacas de madeiras são baixas e limitadas à solos compostos por
areia compacta ou argila rija. Sua execução causa muitas vibrações e pela localização da
edificação ser no centro da cidade isso impossibilita a sua utilização.
3.2. ESTACA METÁLICA
As estacas metálicas podem ser executadas de três formas:
Cravada: Onde possuí vibração para executar, dificultando sua utilização em centros urbanos.
Vibração: Sua execução possui muita vibração, impossibilitando de ser executada em

centros urbanos conforme a cravada.
Prensagem: Como o nome já diz não possui vibração para sua execução ela é prensada contra o
solo, possibilitando utilizar em centros urbanos.
Todas podem ser executadas abaixo do nível d’água, possuem diversas seções transversais, alta
capacidade de carga. Porém o seu custo é bem elevado.
3.3. ESTACA PRÉ-MOLDADA
Por serem produzidas com concreto armado ou protendido tanto em obra como usina, elas são
uma boa solução, pois possui alta resistência à corrosão, além do controle da resistência
do concreto que garante alta capacidade de carga. Porém sua execução causa vibração.
3.4. ESTACA STRAUSS
A capacidade de carga dessa estaca é bem maior que a tipo broca, mas ainda continua sendo
baixa para uma obra grande (no máximo 650 kN), ela também não pode ser executada com a
presença de nível de água.
3.5. ESTACA FRANKI

Tem uma capacidade de carga alta, resistência de ponta elevada e ser possível executá-la abaixo
do nível de água, porém a execução da estaca Franki provoca vibrações.
3.6. ESTACAS ESCAVADAS
Possuem capacidade de carga elevada e podem ser executadas abaixo do nível de água, porém
sua execução abaixo do nível de água exige a utilização de paredes suportadas ou fluído
estabilizante, mais comum e que causa muita sujeira.
3.7. ESTACA RAIZ
A estaca raiz é a única estaca com capacidade de perfurar rochas, possuem alta
resistência, atravessa matacões e não causam vibrações, porém possuem um alto custo de
execução.
3.8. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
Podem ser executadas com diâmetros de 30 cm a 100 cm, podem atender a comprimentos de
até 30 m e sua carga admissível é elevada. Pode ser executada abaixo do nível d’água.
3.9. TUBULÃO
O tubulão deve ser executado acima do nível d’água, a utilização desse tipo de fundação
abaixo do nível d’água é recomendado apenas em solo muito argiloso, em que o fluxo de água
para a escavação seja muito pequeno e não comprometa nem o trabalho nem a estabilidade da
escavação. De modo geral, a execução do tubulão apresenta grandes riscos aos trabalhadores.
3.10. ESTACA BROCA
Sua utilização se restringe a obras de pequeno porte com cargas limitadas a 100 kN, são
geralmente executadas com diâmetro máximo de 50 cm e podem ser empregadas apenas em
situações em que a base fica acima do lençol freático. Devido a essas limitações, esse tipo de
estaca não pode ser empregado neste projeto.
4. ESCOLHA DA TIPOLOGIA DE ESTACA
Conforme apresentado, as estacas consideradas como opção para a fundação da edificação são:
estaca metálica, estaca raiz e estaca hélice contínua. Devido ao solo da edificação não ser tão
atrativo a primeira impressão confome os SPT’s se apresentaram, os cálculos de capacidade de
carga foram feitos e verificados para as três tipologias.
4.1 CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS
Para o cálculo da capacidade de carga foram adotados três diâmetros para cada estaca, para a estaca
hélice contínua foi adotado diâmetro de 35 cm, 50 cm e 70 cm, para a estaca metálica foi adotado
diâmetro de 35 cm, 40 cm e 45 cm, e para a raiz o diâmetro adotado foi 31 cm, 40 cm e 50 cm. O
comprimento definido para a estaca foi de 10 m em função do aumento no SPT das camadas, a
mesma ficou apoiada no maciço rochoso. Sua locação ficou no nível do terreno, conforme
apresentado na Figura 2 e 3.
Para calcular a capacidade de carga das estacas, foi utilizado o método de Décourt–Quaresma
(1978) e Aoki-Velloso. O cálculo foi realizado para as três tipologias de estacas com seus
respectivos diâmetros e para os 5 furos de SPT’s. Após realizar os cálculos consideramos o pior
caso no SPT- 02, onde apresenta valores mais conservadores, conforme apresentados na Tabela
1.
Tabela 1 – Capacidade de carga das estacas
STP02 CAPACIDADE DE CARGA (KN)
DIÂMETRO
ESTACAS AOKI VELLOSO DÉCOURT QUARESMA
(cm)
HÉLICE CONTÍNUA 35 261,91 392,43
METÁLICA 35 299,33 461,7
METÁLICA 40 343,31 523,4
METÁLICA 45 416,52 627,54
RAIZ 31 217,37 635,04
RAIZ 40 322,9 873,48
RAIZ 50 462,52 1166,96
A estaca escolhida foi a estaca raiz, porém a sua capacidade de carga apenas apoiada no maciço
rochoso não seria suficiente, dessa forma embutimos a mesma -3m, e obtivemos valores
significativos, apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 – Capacidade de carga de carga da estaca raiz embutida em rocha
SPT 02 CAPACIDADE DE CARGA
ESTACA Diâmetro (cm) Décourt Quaresma (KN)

Raiz embutida 1m 31 593,84
5. DIMENSIONAMENTO DA ESTACA
A estaca dimensionada será a raiz com diâmetro de 50 cm do bloco de coroamento B10. A mesma
é embutida 3m em rocha, possuindo 10 m de comprimento. O carregamento aplicado do Pilar
P10 com 4858,30 kN, e sua capacidade de carga por estaca é 1589,86 kN, necessitando utilizar 4
estacas.
5.1. DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS
Conforme a NBR 6122 (2019), considerando que a estaca será executada em um ambiente com
classe de agressividade II, o fck utilizado para as estacas raiz é de 25 Mpa, a porcentagem de
armadura mínima é de 0,4% e o comprimento da armadura é integral, incluindo a ligação com o
bloco de coroamento.
Para o dimensionamento da armadura a compressão, não foi verificado o nível tensão de

compressão simples atuante, pois é necessario armação em toda estaca. A armadura mínima de
compressão foi calculada e adotou-se 30 ϕ20 mm e para os estribos 50 ϕ5 mm espaçados a cada
20 cm.
A armadura de tração foi dimensionada e foram adotados 21 ϕ20 mm e para os estribos 50 ϕ5 mm
espaçados a cada 20 cm. O detalhamento das armaduras de compressão está apresentado na Figura
4 e o detalhamento das armaduras à tração está apresentado na Figura 5.
Figura 4 – Detalhamento da armadura da estaca à compressão

Figura 5 – Detalhamento da armadura da estaca à tração
5.2. RECALQUE DA ESTACA
O recalque em fundações profundas é calculado pela soma do encurtamento elástico da estaca e o

recalque do solo. Como a estaca dimensionada está embutida na rocha, o recalque do solo é zero.
O encurtamento elástico foi determinado por meio de uma metodologia de Aoki, que considera a
carga aplicada na cabeça da estaca e a resistência lateral da mesma.
A resistência lateral foi calculada pelo método de Aoki-Velloso, como o perfil estratigráfico da
camada onde as estacas estão locadas apresenta dois tipos de solo, obteve-se o valor da resistência
lateral da estaca para cada uma das camadas, conforme apresentado na Tabela 3.
Tabela 3 – Resistência lateral da estaca por camada de solo

Dados
P 1589 kN D (cm) 50 cm
Resistência L
Camadas Solo
Lateral (kN) (m)
1ª
Argila vermelha RL1 = 108 3
Camada
2ª Argila marrom variegada com
RL2 = 747 7
Camada areia
Ao calcular o diagrama de transferência de carga, o carregamento aplicado de 1111,57 kN (carga

para uma estaca), obteve-se P1 = 1535 kN, e P2= 1107,5 kN. Aplicando a lei de Hooke, o
encurtamento elástico da estaca é de 2,41 mm.
6. DIMENSIONAMENTO DO BLOCO DE COROAMENTO
Para o dimensionamento do bloco de coroamento, foi considerado um bloco para 4 estacas,

considerando o carregamento de 4858,3 kN e um pilar de 120 x 25 cm. Foram calculadas as
dimensões do bloco, considerando a estaca raiz com D = 50 cm. A partir disso, foi determinado a
largura, comprimento e a altura do bloco, sendo respectivamente, A = 230 cm, B = 230 cm e H =
120 cm.
Em seguida, a armadura principal foi dimensionada, onde será necessário de 4 ϕ25 mm de cada
lado do bloco, essas armaduras são dispostas em cima de cada estaca, para armadura de suspenção
27 ϕ12,5mm estas armaduras são dispostas como grelha, espaçadas a cada 8 cm e para armadura
de pele serão 10 ϕ10, espaçadas a cada 11 cm. O detalhamento do bloco está representado na
Figura 6.
Figura 6 – Detalhamento do bloco 12.
7. CONTENÇÕES
O edifício contém um subsolo, modificando a estrutura geológica do terreno, sendo necessária a

utilização de contenções para que seja possível a escavação onde as mesmas irão proporcionar a
resistência ao deslocamento do solo.
A tipologia de contenção mais indicada para esta situação é a cortina de estacas, mantendo a
estabilidade do solo e tornando possível a escavação do subsolo. A estaca adotada para esta
execução foi à hélice contínua de 30 cm de diâmetro, dispostas a cada 60 cm do seu eixo, pois o
solo é argiloso então não precisamos que elas estejam muito próximas umas nas outras. Sua
locação está representada na Figura 7.
Figura 7 – Locação cortina de estacas

8. PROVA DE CARGA
De acordo com a NBR 6122 (2022), para estaca raiz é obrigatório fazer prova de carga a partir de
75 estacas, como temos 145 estacas no total, será necessário à realização de prova de carga.

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RELATÓRIO – PROJETO DE FUNDAÇÃO

O projeto de fundação realizado é de uma edificação residencial, com estrutura em concreto

2. PERFIL ESTRATIGRÁFICO DO TERRENO

Fonte: Elaborado pelo autor

Fonte: Elaborado pelo autor

3.1. ESTACA DE MADEIRA

3.2. ESTACA METÁLICA

As estacas metálicas podem ser executadas de três formas:

Vibração: Sua execução possui muita vibração, impossibilitando de ser executada em

3.3. ESTACA PRÉ-MOLDADA

3.4. ESTACA STRAUSS

3.5. ESTACA FRANKI

3.6. ESTACAS ESCAVADAS

3.7. ESTACA RAIZ

3.8. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

3.10. ESTACA BROCA

4. ESCOLHA DA TIPOLOGIA DE ESTACA

4.1 CAPACIDADE DE CARGA DAS ESTACAS

SPT 02 CAPACIDADE DE CARGA

ESTACA Diâmetro (cm) Décourt Quaresma (KN)

Fonte: Elaborado pelo autor

5.1. DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS

Para o dimensionamento da armadura a compressão, não foi verificado o nível tensão de

Figura 4 – Detalhamento da armadura da estaca à compressão

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 5 – Detalhamento da armadura da estaca à tração

Fonte: Elaborado pelo autor

5.2. RECALQUE DA ESTACA

O recalque em fundações profundas é calculado pela soma do encurtamento elástico da estaca e o

Tabela 3 – Resistência lateral da estaca por camada de solo

Ao calcular o diagrama de transferência de carga, o carregamento aplicado de 1111,57 kN (carga

6. DIMENSIONAMENTO DO BLOCO DE COROAMENTO

Para o dimensionamento do bloco de coroamento, foi considerado um bloco para 4 estacas,

Figura 6 – Detalhamento do bloco 12.

Fonte: Elaborado pelo autor

O edifício contém um subsolo, modificando a estrutura geológica do terreno, sendo necessária a

Figura 7 – Locação cortina de estacas

Fonte: Elaborado pelo autor

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