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CÁLCULO DE ESTAQUEAMENTOS SIMÉTRICOS COM ESTACAS VERTICAIS
É claro que se podem usar estacas de diferentes tipos e diâmetro em um mesmo bloco,
como frequentemente ocorre em reforço de fundações, pois, na maioria das vezes não é possível
realizar esse reforço com o mesmo tipo de estacas usadas no projeto, mas nesse caso o cálculo
das cargas atuantes nas estacas deve levar em conta a rigidez relativa das mesmas, assunto que
será abordado mais adiante.
Mas pode-se, também, lançar mão de alguns cálculos preliminares para blocos padrões
conforme se expõe a seguir:
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1.2) Distribuição, em planta, das estacas em relação ao centro de cargas do(s) pilar(es)
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Figura 2: (2ª parte)
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1.3) Altura mínima dos blocos
Os blocos são dimensionados como “rígidos” e para tal, sua altura mínima deverá ser
conforme se mostra a seguir :
A altura do bloco deverá ser da ordem de grandeza de 1,2 vezes o diâmetro da estaca e, no
mínimo, igual ao comprimento de ancoragem dos ferros de espera do pilar. É recomendável que
blocos sobre uma única estaca sejam travados “ortogonalmente” por vigas aos blocos vizinhos.
Essas vigas devem ser dimensionadas para absorver uma excentricidade de 10% do diâmetro da
estaca. Embora a NBR 6122:2010 dispense esse travamento em estacas com diâmetro superior
a 30 cm, é sempre conveniente fazer esse travamento pois cria uma rigidez horizontal ao nível
dos blocos, principalmente se o estaqueamento estiver em solo de baixa resistência (argila moles
ou areias fofas). Somente em casos bem definidos é que se pode dispensar esse travamento,
desde que essas estacas sejam dimensionadas à flexão para absorver essa excentricidade
correspondente a 10% do seu diâmetro.
Também neste caso parte-se de uma relação d ≥ e/2, verificando-se, a seguir, se não ocorre
esmagamento da biela comprimida, analogamente ao que foi exposto para o bloco sobre duas
estacas.
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d) Bloco sobre quatro estacas
e 2
Neste caso parte-se, inicialmente da relação d ≥ e faz-se a verificação da não
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ocorrência do esmagamento da biela comprimida.
1.4) Volumes de concreto dos blocos para primeira estimativa do peso próprio dos mesmos
Tabela 1: Volume e altura útil mínimos dos blocos sobre estacas Franki
Qde Φ (mm) 300 350 400 450 520 600 700
1Φ V (m3) 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,60 0,70
d (cm) 70 70 70 80 80 90 90
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2Φ V (m ) 0,45 0,55 0,75 0,95 1,40 2,00 3,00
d (cm) 70 70 70 80 80 100 110
3Φ V (m3) 0,85 1,25 1,60 2,20 3,00 4,70 6,20
d (cm) 70 70 70 80 100 120 140
4Φ V (m3) 1,50 2,10 2,70 3,50 5,50 7,50 11,70
d (cm) 70 70 75 80 100 120 140
5Φ V (m3) 2,55 4,10 5,50 7,50 9,50 12,50 18,50
d (cm) 70 80 90 110 120 130 150
Tabela 2: Volume e altura útil mínimos dos blocos sobre estacas SCAC
Qde Φ(cm) 23 26 33 38 42 50 60 70
1Φ V (m3) 0,15 0,15 0,20 0,25 0,30 0,40 0,60 0,80
d (cm) 60 60 60 70 70 80 90 100
2Φ V (m3) 0,35 0,40 0,50 0,65 0,80 1,50 2,00 3,00
d (cm) 60 60 60 70 70 80 100 120
3Φ V (m3) 0,55 0,60 0,90 1,10 1,30 2,50 4,20 6,50
d (cm) 60 60 70 70 70 90 110 130
3
4Φ V (m ) 0,80 0,90 1,60 2,00 2,40 4,00 6,50 11,00
d (cm) 60 60 80 80 80 100 120 140
5Φ V (m3) 1,30 1,40 2,50 3,50 4,00 7,00 11,00 17,50
d (cm) 60 60 80 90 100 120 140 160
3
6Φ V (m ) 2,00 2,50 3,50 4,50 6,00 10,00 15,00 24,00
d (cm) 80 80 100 110 120 140 160 180
7Φ V (m3) 2,00 2,50 3,50 4,50 6,00 10,00 15,50 24,00
d (cm) 80 80 90 100 110 130 150 170
8Φ V (m3) 2,50 3,00 5,00 6,50 8,50 14,00 21,00 31,00
d (cm) 80 80 100 110 120 140 160 180
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1.5) Considerações complementares
a) O espaçamento “e” entre estacas deve ser respeitado, não só entre as estacas o próprio bloco,
mas também entre estacas de blocos contíguos (Figura 6)
b) A distribuição das estacas deve ser feita, sempre que possível, no sentido da maior dimensão
do pilar, conforme se mostra na Figura 7. Esta recomendação visa otimizar a altura e a
armadura do bloco, conforme se pode deduzir da análise da Figura 3.
c) Para blocos com mais de um pilar, o “centro de carga” deve coincidir com o “centro do
estaqueamento” (Figura 8).
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Figura 9: Distribuição de estacas para evitar momento torsor no bloco
e) No caso de bloco com duas estacas para dois pilares, deve-se evitar a posição de uma das
estacas sob o pilar (Figura 10).
Figura 10: Bloco com duas estacas para apoio de dois pilares
Solução:
1º caso:
Verifica-se que não há possibilidade de projetar o estaqueamento para cada pilar
independentemente. Assim sendo, deve-se associar os dois pilares num único bloco. Para tanto
calcularemos o centro de carga, por exemplo em relação ao centro do P1:
2.400 x170
x= = 80 cm distância ao centro do P2 = 170 - 80 =90 cm
(2.700 + 2.400)
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Estimativa do peso próprio do bloco: 0,05 x (2.700 + 2.400) = 255 kN
5.100 + 255
No de estacas n = = 8 estacas
700
2º caso:
A quantidade de estacas e o centro de carga é o mesmo calculado acima. O problema é que
não se pode usar o bloco acima pois, neste caso, a distância do centro dos pilares á divisa é 80
cm. Entretanto, como a primeira linha de estacas deve ficar a pelo menos 50 cm da divisa, sobra
entre esta primeira linha de estacas e o centro de carga de uma distância de 80 – 50 = 30 cm.
Como a segunda linha de estacas deve ser simétrica da primeira em relação ao centro de
carga, a distância entre as duas linhas será 2 x 30 = 60 cm.
Para se garantir a distância mínima de 100 cm entre estacas, faz-se uma construção
geométrica, como se indica a seguir:
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Solução:
a) A viga de equilíbrio não passa pelo centro do pilar P1 pois começa na interseção da linha
de cota horizontal com a face do pilar.
b) O centro do estaqueamento do P1 não coincide com o centro de carga pois para que isso
ocorra as estacas de cada linha devem estar dispostas simetricamente em relação ao
eixo da viga de equilíbrio.
c) Ao se fazer a correção acima, a estaca P1b fica praticamente à frente da estaca P1a, o
mesmo ocorrendo com as estacas P1c e P1 d. Portanto o espaçamento entre as duas
linhas de estacas do P1 deve ser aumentada de 86,7 cm para 100 cm.
d) A distância entre as estacas P2a + P2b e P2d + P2e ao centro do pilar P2 pode ser
diminuída de 100 cm para 86,7 cm.
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1.7) Estaqueamento simétrico com estacas verticais e cargas vertical, horizontal e
momentos
Para o caso genérico em que atuam cargas verticais, horizontais e momentos costuma-se
calcular as cargas axiais (compressão ou tração) que atuam nas estacas devido apenas às cargas
verticais e aos momentos. Quanto às cargas horizontais, elas serão resistidas por flexão nas
estacas (assunto que será tratado em outro capítulo) ou criando-se “cavaletes” com estacas
inclinadas que também será tratado em outro capítulo.
Assim, o cálculo das cargas axiais nas estacas será obtido por superposição, que consiste
em calcular a carga de cada estaca somando-se separadamente os efeitos da carga vertical e dos
momentos.
H x2 + H y2
A carga horizontal atuante nas estacas Hi = fará parte de outro capítulo
n
(estacas carregadas transversalmente ou criação de cavaletes com estacas inclinadas).
P + p. pbloco ( M x + H y .d ).xi ( M y + H x .d ) y i
Pi = ± +
n Σxi2 Σy i2
Exemplo: Calcular as cargas atuantes nas estacas do bloco abaixo, sabendo-se que as mesmas
atuam na cota de arrasamento das estacas e já se incluiu o peso próprio do bloco.
N = 2.000 kN
Mx = - 500 kN.m
My = + 400 kN/m
Desprezar as cargas horizontais.
Solução:
ΣX i2 = 4x1,52 + 2x0,52 = 9,5 m2
ΣYi 2 = 4x12 = 4 m2
Carga nas estacas:
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