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PÓS-GRADUAÇÃO

Análises de
fundações profundas
PÓS-GRADUAÇÃO

Estaca Strauss
Bloco 1
Bianca Lopes de Oliveira
Objetivos

• Apresentar as características construtivas de uma


estaca Strauss.
• Relacionar as vantagens e desvantagens do uso desse
tipo de estaca.
• Demonstrar o cálculo de capacidade de carga de uma
estaca Strauss.
Estaca Strauss

• Estaca de concreto moldada in loco, executada por


meio da perfuração do solo com uma sonda à
percussão ou piteira, com a simultânea introdução
de revestimento em camisa metálica.
• Sua concretagem é realizada lançando-se o
concreto enquanto é retirado gradativamente o
revestimento metálico com simultâneo
apiloamento do concreto.
Processo executivo da estaca Strauss
• Equipamentos utilizados:
Figura 1 – Guincho mecânico • Camisa metálica.
• Sonda mecânica ou piteira.
• Soquete.
• Tripé.
• Guincho mecânico.

Fonte: vbacarin/iStock.com.
Processo executivo • Após a perfuração, a camisa metálica
da estaca Strauss tem seu interior limpo com água e
são retirados a água e lama da sonda.
Figura 2 – Execução de
• É iniciada a concretagem.
estaca Strauss
• Apiloa-se o concreto, formando uma
espécie de bulbo pela expulsão
do concreto.

Fonte: Guimarães e Peter (2018, p. 96).


Vantagens – Estaca Strauss

• Não provocam vibrações, evitando danos em


construções vizinhas.
• Sua locomoção dentro da obra é fácil.
• Possibilidade de se conhecer as camadas de solo,
pela retirada de amostras.
• Possibilidade de execução em locais de pé direito
reduzido ou em terrenos de pequena dimensão.
• Apresenta custo relativamente baixo de execução.
Desvantagens – Estaca Strauss

• Não tem uso indicado para solos com lençol


freático alto, areia saturada e solos de elevada
resistência.
• Pequena capacidade de carga.
• Necessidade de controle rigoroso da
concretagem para que não ocorram falhas de
concretagem durante a retirada dos tubos.
Capacidade de carga de uma estaca
Figura 3 – Capacidade de carga de Aoki-Velloso (1975).
ruptura de uma estaca
Décourt-Quaresma (1978).
Capacidade de Carga de
Ruptura de fundação (P):

L > 8B
P = PL + PP
PL

PL: resistência lateral


PP: resistência de ponta

PP

Fonte: elaborada pela autora.


Método Aoki-Velloso (1975)
A capacidade de carga de ruptura da
estaca pelo método de Aoki-Velloso é:

𝑈 𝑁𝑃 . 𝐴. 𝐾
𝑃𝑅 = . ෍(∆𝐿 . 𝑁𝐿 . 𝐾. 𝛼) +
𝐹2 𝐹1
A carga admissível é calculada com
um fator de segurança global igual
a 2:
𝑃𝑅
𝑃𝑎𝑑𝑚 =
2
Método Decourt-Quaresma

𝑃𝑅
𝑁𝐿
= 𝛼. 𝐶. 𝑁′𝑃 . 𝐴 + 𝛽. 10. + 1 . 𝑈. 𝐿
3

A carga admissível é calculada com um


fator de segurança global igual a 2:
𝑃𝑅
𝑃𝑎𝑑𝑚 =
2
PÓS-GRADUAÇÃO

Estaca Strauss
Bloco 2
Bianca Lopes de Oliveira
Exemplo de cálculo
Calcular a carga admissível de uma
Figura 4 - Exemplo de cálculo estaca Strauss de 7 m, com 32 cm
de diâmetro, com um ensaio de
sondagem SPT ao lado, pelos
métodos de Aoki-Velloso e Décourt-
Quaresma.

Fonte: elaborada pela autora.


Aoki e Velloso Tabela 1 - Cálculo de Aoki e Velloso
L (m) N (médio) K (kPa) α (%) L.N.K.α

U = π.D = π.0,32 = 1,0m 1,74 5 330 3,0 86,13

2,56 12 (média entre 2, 450 2,8 387,07


15 e 21)

A = π.D2/4 = 0,0804m² 2,70 20 (média entre 20,


26 e 32)
550 2,2 653,4

1126,60

Fonte: elaborada pela autora.


𝑃𝑅
𝑈 𝑁𝑃 . 𝐴. 𝐾
= . ෍(∆𝐿 . 𝑁𝐿 . 𝐾. 𝛼) +
𝐹2 𝐹1
1,0 32.0,0804.550
= . 1126,60 +
6 3

𝑃𝑅 = 659,45𝑘𝑁

Para FS = 2  329,7 kN.


Decourt-Quaresma
U = π.D = π.0,32 = 1,0m
A = π.D2/4 = 0,0804m²
Considerando estaca Strauss como estaca
escavada, solo de silte arenoso (solo
intermediário) e Np sendo a média entre
26, 32 e 35:
𝑁𝐿
𝑃𝑅 = 𝛼. 𝐶. 𝑁′𝑃 . 𝐴 + 𝛽. 10. + 1 . 𝑈. 𝐿
3
𝑃𝑅
= 0,6.250.31.0,0804
14
+ 0,65.10. + 1 . 1,0.7
3
𝑃𝑅 = 631,69 𝑘𝑁

Para FS=2  315,85 kN.


PÓS-GRADUAÇÃO

Teoria em prática
Bloco 3
Bianca Lopes de Oliveira
Problema proposto
• Residência de dois pavimentos, que se prevê uma carga média por
pilar de 250 kN.
• As casas vizinhas são antigas, da década de 1960.
• A estaca Strauss pode ser utilizada nesse caso, e como isso seria
justificado ao cliente? Qual a capacidade de carga de ruptura dessa
estaca por Aoki-Velloso? Quantas estacas são necessárias por pilar?

Tabela 2 - Dados da sondagem


Espessura da Nspt Médio da Nível de água Tipo de solo
camada (m) camada
1 5 Não encontrado Argila
3,0 10 Silte argiloso
4,0 13 Silte argiloso

Fonte: elaborada pela autora.


Problema proposto

A estaca Strauss pode ser utilizada nesse caso, e como isso


seria justificado ao cliente?
Sim, é uma estrutura de pequeno porte.
Não há nível de água.
Solo sem saturação.
Cálculo da capacidade de carga
Adotar um diâmetro e profundidade: D= 0,32m e comprimento de 8m
• U = π.D = π.0,32 = 1,0m
• A = π.D2/4 = 0,0804m²
Tabela 3 - Cálculo
ΔL (m) N K (kPa) α (%) ΔL .N. K. α
1 5 200 6,0 60

3 13 230 3,4 304,98


4 20 230 3,4 625,60
Fonte: elaborada pela autora.

𝑈 𝑁𝑃 . 𝐴. 𝐾
𝑃𝑅 = . ෍(∆𝐿 . 𝑁𝐿 . 𝐾. 𝛼) +
𝐹2 𝐹1
1,0 20.0,0804.230
= . 990,58 +
6 3
𝑃𝑅 = 288,37𝑘𝑁

Considerando FS = 2  144 kN.


Quantidade de estacas por pilar

Número de estacas = carga do pilar/ capacidade de carga.


Número de estacas = 250/ 144 = 2 estacas por pilar.
PÓS-GRADUAÇÃO

Dica da professora
Bloco 4
Bianca Lopes de Oliveira
Dica de leitura

Leitura do anexo G, Estacas Strauss – Procedimentos


executivos da norma.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT
NBR 6122: projeto e execução de fundações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019.
Dica de pesquisa

• Custo de uma estaca Strauss para uso em obras de


pequeno porte, comparado a outros tipos de estacas.
• Quais cuidados devem ser tomados com relação a
série de equipamentos envolvidos em sua execução?
Referências
ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 3 ed. São
Paulo: Blucher, 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
ABNT NBR 6122: projeto e execução de fundações.
Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
GUIMARÃES, D; PETER, E. A. Fundações. Porto
Alegre, RS: SAGAH, 2018.

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