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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Vanessa da Luz Vieira

FUNDAMENTOS DA
MATEMÁTICA

1ª edição
Ipatinga – MG
2021

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Fabiana Miraz de Freitas Grecco
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br

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Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
chamam a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma
função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.

Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações


importantes aos quais você deve ter maior atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para esclarecer os significados de determinados


termos/palavras mostradas ao longo do livro.

Este espaço é destinado à reflexão das questões


citadas em cada unidade, associando-as às suas
ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
CONJUNTOS UNIDADE

Nesta unidade estudaremos os conjuntos, elementos, subconjuntos e as


relações que envolvem esses conceitos. Os conjuntos são de suma importância para
a compreensão de muitos exemplos e práticas, além de estarem presentes no nosso
dia a dia. Por Exemplo: o conjunto das pessoas que fazem curso em EaD na
Faculdade Única.

DEFINIÇÕES

A teoria de conjuntos é fundamental para o estudo da matemática, as


definições que perpassam essa teoria são primitivas, sendo assim, algumas são
incertas. As principais noções são: conjunto, elemento e pertinência entre elementos
e conjuntos.

Um conjunto é uma coleção de objetos bem definidos chamados de elementos, escritos


entre chaves e separados por vírgula ou ponto e vírgula, por exemplo, o conjunto dos
números 7, 8 e 9 pode ser denotado por {7, 8, 9}.

Podemos ter infinitos exemplos de conjuntos, como alguns descritos abaixo:

 O conjunto das vogais;


 O conjunto formado pelos números ímpares;
 Conjunto das pessoas que residem em Ipatinga – MG;
 Conjunto dos alunos da Faculdade Única.

A notação utilizada para representar os conjuntos é definida do seguinte


modo:

8
Os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C, ..., X, Y, Z.
Já os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c, ..., x, y, z.

Para relacionar um elemento a um conjunto, utiliza-se a palavra e o símbolo


pertence, como mostra os Exemplos:

 a pertence ao conjunto das vogais.


 5 é um elemento do conjunto dos números primos;
 2 pertence ao conjunto solução da equação x − 5x + 6 = 0.

Sejam B um conjunto e x um elemento. Se x pertence ao conjunto B,


denotamos (1):

𝐱 ∈𝐁 (1)

Caso x não pertença ao conjunto B, usamos (2):

𝐱 ∉𝐁 (2)

Os conjuntos podem ser representados por diagrama, sendo que os elementos


pertencentes ao conjunto ficam no interior. No Exemplo: abaixo, temos o conjunto A
e alguns elementos:

Figura 1: Conjunto A

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Podemos observar que b ∈ A, f ∈ A, mas e ∉ A e d ∉ A.


Se utilizarmos um conjunto no formato de círculo, esse se denotará como

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Diagrama de Venn.

DESCRIÇÃO DE UM CONJUNTO

A descrição de um conjunto pode ser realizada de duas formas: pelos


elementos, quando são listados ou pelas características/propriedades do conjunto.
Quando os elementos são enumerados, eles são representados entre chaves,
como nos exemplos a seguir:

 Conjunto dos divisores de 2: {1,2}


 Conjunto dos meses que iniciam com a letra j: {janeiro, junho e julho}
 Conjunto dos números naturais: {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}
 Conjunto dos múltiplos de 5 até 300: {0, 5, 10, 15, ..., 295, 300}

Quando não são enumerados, os conjuntos podem ser descritos por suas
propriedades. Considere um conjunto A, com uma característica Q para os
elementos x, então escrevemos (3):

A = {x|x tem a propriedade Q} (3)

e lemos: “A é o conjunto dos elementos x tal que x tem a propriedade Q”.

Observe os Exemplos a seguir:

 {x| x é um número primo menor que 10} é o mesmo conjunto que {2, 3, 5, 7}.
 {x| x é um estado da região Sudeste} pode ser representado por { Minas Gerais,
São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo}.

CONJUNTO UNITÁRIO E CONJUNTO VAZIO

O conjunto unitário possui apenas um único elemento.

Exemplos:

1) {x| x é um número par e primo}: {2}

10
2) Conjunto das soluções da equação 5x – 20 = 10: {6}

Já o conjunto vazio, é um conjunto que não possui nenhum elemento. É


representado pelo símbolo ∅ ou { }.

Exemplos:

1) {x| x é ímpar e múltiplo de 4} = ∅


2) {x| x ≠ x} = ∅

CONJUNTOS FINITOS E INFINITOS

Um conjunto é finito quando é enumerável, isto é, seus elementos podem ser


listados, como pode ser observado nos exemplos abaixo:

 Conjunto das consoantes: {a, b, c, d, e, ..., w, x, z}


 Conjunto dos divisores de 12: {1, 2, 3, 4, 6, 12}

Intuitivamente, o conjunto é infinito quando não pode ser contado, ele não é
enumerável.

 O conjunto dos múltiplos de 3: {0, 3, 6, 9, 12, ...}


 O conjunto das estrelas: infinito

Conjunto Universo

Os conjuntos e elementos são analisados dentro de um conjunto maior, que


no caso, é o conjunto universo. Admitimos a existência de um conjunto U ao qual
pertencem todos os elementos utilizados no tal assunto. Esse conjunto U recebe o
nome de conjunto universo.

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Observem nos exemplos a seguir, como a mudança do conjunto universo,
determina respostas diferentes.

 Conjunto das soluções da equação 2x + 7 = 24 nos números naturais: ∅


 Conjunto das soluções da mesma equação, 2x + 7 = 24 no universo dos números
reais: {8,5}

Pode-se notar que a mudança do universo na resolução da equação, altera


o conjunto, assim o conjunto universo é extremamente importante, e veremos
adiante mais sobre sua utilização.

Igualdade de Conjuntos

Dois conjuntos são iguais quando todos os elementos do conjunto A


pertencem a B, se somente se, todo elemento de B pertence a A. Essa igualdade
pode ser representada por (4):

A = B ⟺ (∀x)(x ∈ A ⟺ x ∈ B) (4)

Exemplos:

 {x| x é inteiro, par e menor que 15} = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14}
 {a, e, i, o, u} = {e, i, a, u, o}

12
Subconjuntos

Um subconjunto, como o nome sugere, é um conjunto menor que está


contido dentro de outro. Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B, se e
somente se, todo elemento de A pertence a B.
Podemos escrever que, A ⊂ B, que significa que A está contido em B, ou A é
subconjunto de B.

Figura 2: A subconjunto B

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Assim, traduzindo em termos matemáticos, essa relação pode ser escrita


como (5):

A ⊂ B ⟺ (∀x) (x ∈ A ⟹ x ∈ B) (5)

Exemplos:

1) {a, b} ⊂ {a, b, c, d}
2) {5, 6} ⊂ {5, 6}

Essa relação também pode ser descrita como B ⊃ A, que significa que “B
contém A” ou “o conjunto B contém o conjunto A”.
Como todos os conectores, há a negação, pois quando um subconjunto não
está contido (⊄) ou um conjunto não contém um subconjunto (⊅).
Exemplos:

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1) {3, 4, 5} ⊄ {4, 5, 6, 7}

2)

3)

A ⊄ B ou B ⊅ A

No exemplo 2 há elementos de A em B, mas como não são todos, 𝐴 ⊄ 𝐵 𝑜𝑢 𝐵 ⊅ 𝐴.

Propriedades da Inclusão

Considere três conjuntos quaisquer A, B e C, têm-se as seguintes propriedades:

 ∅⊂A
 A ⊂ A (reflexiva)
 (A ⊂ B e B ⊂ A) ⟹ A = B (anti − simétrica)
 (A ⊂ B e B ⊂ C) ⟹ A ⊂ C (transitiva)

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União de Conjuntos

Considere dois conjuntos A e B, a união de A e B é o conjunto formado pelos


elementos que pertencem a A ou a B, ou seja (6),

A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B} (6)

Observe que o símbolo U significa união, e se x ∈ A ∪ B ⟹ x ∈ A ou x ∈ B.

Exemplos:

1)

A ∪ B = {a, b, e, f} ∪ {c, d, f, g} = { a, b, c, d, e, f, g}

2)

A ∪ B = {a, b, e} ∪ {c, d, f} = { a, b, c, d, e, f}

Propriedades da União

Sendo A, B e C conjuntos quaisquer, considere as seguintes propriedades:

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 A∪A=A
 A ∪ ∅ = A (elemento neutro)
 A ∪ B = B ∪ A (comutativa)
 (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C)(associativa)

Interseção de Conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, a interseção de A e B é o conjunto formado por


elementos que pertencem a A e a B. Como notação matemática, temos (7):

A ∩ B = { x|x ∈ A e x ∈ B} (7)

O símbolo ∩ significa interseção, isto é, A ∩ B é formado pelos elementos que


pertencem a A e B simultaneamente.

Exemplos:

1)

A ∩ B = {a, b, e, f} ∩ {c, d, f, g} = {f}

2)

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A ∪ B = {a, b, e} ∩ {c, d, f} = ∅

Propriedades da Interseção

Sendo A, B e C conjuntos quaisquer, considere as seguintes propriedades:


 A∩A=A
 A ∩ U = A (elemento neutro)
 A ∩ B = B ∩ A (comutativa)
 (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C)(associativa)

Propriedades

Considere os conjuntos A, B e C quaisquer conjuntos, sendo as seguintes


propriedades relacionadas à união e interseção:

1) A ∪ (A ∩ B) = A
2) A ∩ (A ∪ B) = A
3) A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)
(distribuição da reunião em relação à interseção)
4) A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
(distribuição da interseção em relação à reunião)

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Diferença de Conjuntos

Dados dois conjuntos A e B quaisquer, a diferença entre A e B é o conjunto


formado pelos elementos de A que não pertencem a B (8).

A − B = {x|x ∈ A e x ∉ B} (8)

Exemplos

1)

A − B = {a, b, c, d, g} − {d, e, f, g} = {a, b, c}

2)

A − B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} − {3, 6, 7} = {1, 2, 4, 5, 8}


B − A = { 3, 6, 7} − {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} = ∅

Complementar de B em A

Considere dois conjuntos A e B, tais que B está contido em A, chama-se


complementar de B em relação a A, o conjunto A − B, ou seja, os elementos de A
que não estão em B. O símbolo que representa essa relação é (9):

∁ ou B (9)

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Figura 3: Complemento de B em A

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Observe que ∁ só é definido para B ⊂ A, assim temos ∁ = A − B

Exemplos:

1) Se A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4}, então ∁ = {1, 2}


2) Se A = {a, b, c, d, e, } = B, então ∁ = ∅

No estudo de conjunto, há exercícios que são comuns em concursos,


vestibulares e ENADE. Vamos estudar alguns exemplos.

Exemplo:

(UFBA) Em uma enquete, várias pessoas foram entrevistadas acerca de suas


preferências em relação a três esportes, Volei (V), Basquete (B) e Tênis (T), cujos
dados estão indicados na tabela a seguir:

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De acordo com esses dados, é correto afirmar que, nessa enquete, o número de
pessoas entrevistadas foi:

a) 400 b) 440 c) 490 d) 530 e) 570

Resolução:

Para resolver esse tipo de questão, devemos inserir os dados em um diagrama


de Venn, pois as interseções devem ser analisadas no início para descobrir os valores
exatos em relação aos três esportes. Primeiramente, vamos inserir o valor comum
entre os três esportes, pois eles se relacionam com os demais valores.

Após inserir os 50 na interseção dos três esportes, devemos colocar as


interseções entre dois esportes. Para isso é necessário tirar o valor que é comum dos
três, assim, teremos os cálculos.

V e T = 130 – 50 = 80
V e B = 180 – 50 = 130
B e T = 100 – 50 = 50

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Observem os valores encontrados destacados no diagrama das interseções.
Agora vamos descobrir os valores que faltam para completar os esportes. Realizando
os cálculos, retirando os valores já inseridos em cada esporte.

V = 300 – 130 – 50 – 80 = 40
B = 260 – 130 – 50 – 50 = 30
T = 200 – 50 – 50 – 80 = 20

Desse modo, como todos os valores inseridos, vamos somar os valores do


diagrama com o valor que representa as pessoas que não possuem preferência
nenhuma. Somando, 40 + 130 + 50 + 80 + 30 + 50 + 20 + 40 = 440. Logo, a alternativa
correta é a letra b.

21
Para mais informações sobre o conteúdo, você pode consultar o livro “Fundamentos de
Matemática”, de autoria de Araujo et al. (2018), unidade 2. O acesso está disponível em:
https://bit.ly/3fIGN4k. Acesso em: 14 fev. 2021

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FIXANDO O CONTEÚDO

1. (CRM ES 2016 – Quadrix) Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas


consultadas, 100 se informavam pelo site A; 150 por meio do site B; 20 buscavam
se informar por meio dos dois sites, A e B; e 110 não se informavam por nenhum
desses dois sites. Desse modo, é correto afirmar que o número de pessoas
consultadas nessa pesquisa foi de

a) 380.
b) 360.
c) 340.
d) 270.
e) 230.

2. Considere A, B e C conjuntos quaisquer. Classifique as seguintes afirmativas em


verdadeiras ou falsas, e posteriormente, marque a alternativa com a sequência
correta.

 ∅ ⊂ (A ∩ B)
 A ⊂ (A ∩ B)
 A ∈ (A ∩ B)
 (A ∩ B) ⊂ B
 (A ∩ B) ⊃ (A ∩ B ∩ C)

A sequência correta é

a) F, V, F, V, V.
b) V, V, F, F, F.
c) V, F, F, V, F.
d) V, V, V, F, F.
e) F, F, F, V, V.

3. (UFMG-Adaptado) Em uma pesquisa de opinião, foram obtidos estes dados:

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• 600 dos entrevistados leem o jornal A.
• 825 dos entrevistados leem o jornal B.
• 525 dos entrevistados leem o jornal C.
• 180 dos entrevistados leem os jornais A e B.
• 225 dos entrevistados leem os jornais A e C.
• 285 dos entrevistados leem os jornais B e C.
• 105 dos entrevistados leem os três jornais.
• 135 pessoas entrevistadas não leem nenhum dos três jornais.

Considerando-se esses dados, é correto afirmar que o número total de


entrevistados foi

a) 1.200.
b) 2.880.
c) 1.350.
d) 1.250.
e) 1.500.

4. (ENEM – Adaptado) Para a identificação de pacientes com sintomas de gripe


influenza A, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou hoje que
os voos procedentes do Reino Unido, Espanha e Nova Zelândia também serão
inspecionados por uma equipe da agência e por médicos da Empresa Brasileira
de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Inicialmente, apenas os voos vindos do
México, Canadá e Estados Unidos eram inspecionados. A decisão foi tomada
durante reunião da Anvisa com representantes das companhias aéreas, da
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero, no Aeroporto
Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Adaptado de: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/04/28/ult5772u3774.jhtm,
Acesso em: 09.05.2009.)

Em um voo proveniente de Miami, a Anvisa constatou


que entre todas as pessoas a bordo (passageiros e
tripulantes) algumas haviam passado pela cidade do
México. No diagrama, U representa o conjunto das
pessoas que estavam nesse voo; P o conjunto dos

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passageiros; M o conjunto das pessoas que haviam passado pela cidade do
México e A o conjunto das pessoas com sintomas da gripe influenza A.
Considerando verdadeiro esse diagrama, conclui-se que a região sombreada
representa o conjunto das pessoas que, de modo inequívoco, são aquelas
caracterizadas como:

a) passageiros com sintomas da gripe que não passaram pela cidade do México.
b) passageiros com sintomas da gripe que passaram pela cidade do México.
c) tripulantes com sintomas da gripe que passaram pela cidade do México.
d) tripulantes com sintomas da gripe que não passaram pela cidade do México.
e) tripulantes sem sintomas da gripe que passaram pela cidade do México.

5. (PUC/Campinas-SP) Numa comunidade constituída de 1800 pessoas, há três


programas de TV favoritos: esportes (E), novelas (N) e humorismo (H). A tabela a
seguir indica quantas pessoas assistem a esses programas:

Programas Número de Telespectadores


E 400
N 1220
H 1080
EeN 220
NeH 800
EeH 180
EeNeH 100

Por meio desses dados, verifica-se que o número de pessoas da comunidade que
não assistem a qualquer dos três tipos de programas é

a) 200.
b) 300.
c) 900.
d) 100.
e) 50.

6. Considere três conjuntos A, B e C e tais condições.

 A ∪ B ∪ C = {z, x, v, u, t, s, r, q, p}

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 A ∩ B = {r, s}
 B ∩ C = {s, x}
 C ∩ A = {s, t}
 A ∪ C = {p, q, r, s, t, u, v, x}
 A ∪ B = {p, q, r, s, t, x, z}

Marque a alternativa que indica corretamente o conjunto B.

a) {p, q, r, s}
b) {p, q, r, u, v}
c) {t, s, x, u, v}
d) {r, s, z, x}
e) {r, s, u, v}

7. Dados os conjuntos A = {x ∈ ℤ| 2 ≤ x < 10} e B = {x ∈ N| x é primo e menor que 20}.


Assinale a alternativa que corresponde à operação (A − B) ∪ (B − A):

a) {4,6,8,9,10}
b) {5,6,11,13,17,19}
c) {2,3,4,5,6,8,11,13}
d) {3,6,9,10,11,13,17,19}
e) {4,6,8,9,11,13,17,19}

8. Considere três conjuntos A, B e C quaisquer. Assinale a alternativa que representa


(B − A) ∩ C.

A)

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B)

C)

D)

E)

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CONJUNTOS NUMÉRICOS – UNIDADE
NATURAIS E INTEIROS

CONJUNTOS DOS NÚMEROS NATURAIS

O conjunto dos números naturais (10), representado por ℕ, é formado pelos


números 0, 1, 2, 3, … .

ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, … } (10)

Neste conjunto, são definidas duas operações, a adição e a multiplicação,


que apresentam as seguintes propriedades:

Considere a, b e c elementos do conjunto dos números naturais:

 associativa da adição  (a + b) + c = a + (b + c)
 comutativa da adição  a + b = b + a
 elemento neutro da adição  a + 0 = a
 associativa da multiplicação  (a. b). c = a. (b. c)
 comutativa da multiplicação  a. b = b. a
 elemento neutro da multiplicação  a. 1 = a
 distributiva da multiplicação em relação à adição  a. (b + c) = a. b + a. c

Alguns conceitos, como a subtração serão vistos nos próximos conteúdos,


pois, pela definição dos números naturais, é preciso estender esse conjunto
numérico.

CONJUNTOS DOS NÚMEROS INTEIROS

O conjunto dos números inteiros (11) é representado pelo símbolo ℤ, e é


definido pelos números:

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ℤ = {… , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, … } (11)

Nesse conjunto observa-se que ele é uma extensão dos naturais, pois ele
possui os números inteiros positivos (ℕ) e inteiros negativos. Assim, dentro do conjunto
dos inteiros, existem três subconjuntos notáveis, sendo eles:

 Conjunto dos inteiros não negativos (12):

ℤ = {0, 1, 2, 3, 4, … } = ℕ (12)

 Conjunto dos inteiros não positivos (13):

ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0} (13)

 Conjunto dos inteiros não nulos (14):

ℤ∗ = {… , −3, −2, −1, 1, 2, 3, … } (14)

Operações em ℤ

No conjunto dos números inteiros, são definidas as operações de adição e


multiplicação como no conjunto dos naturais e a operação de simétrico da adição.

simétrico ou oposto da adição:

Para todo a∈Z, existe-a ∈ Z tal que a+(-a)=0

Assim, a operação de subtração pode ser definida:

Para quaisquer a, b ∈Z, estabelece a operação a-b=a+(-b)

O CONJUNTO ℤ E A RETA

O conjunto dos números inteiros pode ser representado por uma reta
numérica orientada da seguinte maneira.

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1. Na reta marcamos a origem, que será representada pelo zero e o sentido
positivo (à direita da origem)

2. A partir da origem (zero) no sentido positivo, estabelece um segmento unitário


u ≠ 0, cuja extremidade será o 1

3. Para cada número inteiro, marcamos cada segmento unitário até atingir o valor
do número inteiro. Por exemplo: se for o número 5, teremos 5u.

Observe que quanto mais à direita, maior o número é, portanto, pode-se


concluir que:

 qualquer número negativo é menor que o zero;


 qualquer número positivo é maior que o zero;
 qualquer número negativo é menor que um número positivo.

Podemos então relacionar esses dois conjuntos numéricos por meio de


diagrama, pois ℕ ⊂ ℤ.

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Figura 4: ℕ ⊂ ℤ

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

REGRA DE SINAL

Nos números inteiros, devemos pontuar algumas regras sobre as operações.

Adição e Subtração

Sinais Iguais: soma e repete o sinal da base.

+ 6 + 7 = + 13
−4– 5 = −9

Sinais diferentes: subtrai e repete o sinal do número de maior valor absoluto.

+ 8 − 12 = −4
− 6 + 14 = +8

Multiplicação e Divisão

Sinais Iguais: o resultado será positivo


(−5). (−9) = +45
(+2). (+3) = +6
(−24): (−4) = +6

31
Sinais Diferentes: o resultado será negativo
(+12). (−3) = −36
(−81): (+9) = −9

DIVISIBILIDADE

Uma importante definição no conjunto dos números inteiros é de divisor.


Dizemos que o inteiro a é divisor do inteiro b, representado por a|b, indica que existe
um c inteiro tal que c.a=b.

a|b ⟺ (∃ c ∈ ℤ|ca = b) (15)

Exemplos:

1. 3|18 pois 6.3 = 18


2. 5| − 35 pois (−7). 5 = −35
3. −4|32 pois (−8). (−4) = 32
4. 2|0 pois 0.2 = 0

Seja 𝑎 ∈ ℚ, podemos falar que 0|a?

Assim quando a é divisor de b, podemos escrever que “b é divisível por a” ou


“b é múltiplo de a”. Indicamos D(a) o conjunto dos divisores de a, e M(a) o conjunto
dos múltiplos de a.

Exemplos:

D(3) = {1, −1, 3, −3}


D(5) = {1, −1, 5, −5}
M(3) = {0, ±3, ±6, ±9, … }
M(5) = {0, ±5, ±10, ±15, … }

Observe que são listados todos os divisores e múltiplos, os positivos e negativos.


Quando esse assunto é trabalhado na escola, abordamos apenas os divisores e

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múltiplos positivos, pois o conteúdo é abordado nos 5° e 6° anos, onde o aluno tem
apenas o conhecimento dos números naturais.
Um número especial p é chamado de primo, quando seus divisores são
apenas o 1 e o p nos números naturais ou {1, -1, p, -p} no conjunto dos números
inteiros.
São alguns exemplos de números primos, 2, 3, 5, 7, 11, -2, -3.

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM

Mínimo múltiplo comum (mmc), como o próprio nome sugere é o menor


múltiplo comum diferente de zero entre dois ou mais números inteiros ou naturais. Por
exemplo: no conjunto dos números naturais, o mmc (3, 4) = 12, pois M(3) =
0, 3, 6, 9, 12 , … e M(4) = 0, 4, 8, 12 , ….

O menor múltiplo comum (m.m.c) deve ser o menor múltiplo diferente de zero, pois o zero
é múltiplo de todos.

O mmc também pode ser calculado de uma forma prática.

Por exemplo:, calcule o mmc(6,9):


.
6 9 2
3 9 3
1 3 3
1 1 18
Para calcular, fatoramos os números 6 e 9 em fatores primos, e multiplicam-se
esses números primos e, assim, encontramos o mmc(6,9) = 18.

33
MÁXIMO DIVISOR COMUM

O máximo divisor comum (m.d.c) é o maior divisor igual entre dois ou mais
números inteiros.

Exemplo::

O mdc (12, 18)=6, pois D(12)= 1, 2, 3, 4, 6 , 12 e D(18)= 1, 2, 3, 6 , 9, 18 .

Do mesmo modo do mmc, o mdc pode ser calculado de outra maneira,


como definido a seguir.
Considere o mesmo exemplo: mdc(12, 18) = 6

Para calcular o mdc, fatoramos os números, destacamos os fatores primos


que são divisores comuns dos números, e depois multiplicamos esses fatores.

O m.d.c pode ser calculado utilizando o Algoritmo de Euclides. Nesse cálculo é utilizada
uma outra ferramenta que obtém o valor do máximo divisor comum. Para saber mais, veja
em: https://bit.ly/3dy9TRr.

34
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Analise as seguintes operações em verdadeiras ou falsas.

I. ℕ∪ℤ = ℤ
II. (2 − 3) ∈ ℕ
III. 0∈ℤ
IV. (−𝟒). (−𝟓) ∈ ℤ

Indique a sequência correta das afirmativas.

a) V, F, V, V.
b) V, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) F, F,V, V.
e) V,V,FV

2. Utilize o algoritmo estudado, e calcule o mmc dos seguintes números no conjunto


dos naturais.

 (2, 3)
 (6, 8)
 (10, 15)
 (7, 11)

Assinale a alternativa que corresponde aos valores encontrados.

a) 6, 30, 24, 77
b) 6, 24, 30, 77
c) 6, 48, 150, 77
d) 6, 48, 30, 77
e) 12, 24, 30, 77

35
3. (OBMEP – Adaptado) Dois rolos de arame, um de 210 metros e outro de 330
metros, devem ser cortados em pedaços de mesmo comprimento. Quantos
pedaços podem ser feitos se desejamos que cada um destes pedaços tenha o
maior comprimento possível?

a) 7 pedaços
b) 11 pedaços
c) 35 pedaços
d) 18 pedaços
e) 55 pedaços

4. (OBMEP – Adaptado) Dois ciclistas correm numa pista circular e gastam,


respectivamente, 30 segundos e 35 segundos para completar uma volta na pista.
Eles partem do mesmo local e no mesmo instante. Após algum tempo os dois
atletas se encontram, pela primeira vez, no local de largada. Depois de quanto
tempo da largada ocorrerá o encontro?

a) 60 segundos
b) 70 segundos
c) 90 segundos
d) 210 segundos
e) 420 segundos

5. (OBMEP – Adaptado) Se a = 2 . 5 . 7 identifique qual dos seguintes números são


múltiplos de a:

a) 2 . 5 . 7
b) 2.5. 7 . 13
c) 2 . 5 . 7
d) 2 . 3 . 5
e) 2 . 3. 5 . 7 . 11

36
6. Calcule o valor da expressão numérica envolvendo números inteiros.

[(18 + 3.2): 6 + 5.7] − 24

a) 15
b) 18
c) 24
d) 39
e) 42

7. Analise as afirmativas a seguir sobre o conjunto dos números naturais e inteiros.

I. (−4). (−3). (−2) ∈ ℕ


II. (−3 + 54 − 22 − 29) ∈ ℤ∗
III. (ℕ ∩ ℤ) ⊂ ℕ
IV. (−12): (+6) − 1 = −3

Marque a alternativa que corresponde à sequência correta das afirmativas.

a) V, F, V, V
b) F, F, V, V
c) V, V, F, F
d) F, F, F, V
e) V, V, V, F

8. Determine o menor número inteiro positivo de três algarismos que é divisível, ao


mesmo tempo, por 4, 8 e 10.

a) 80
b) 100
c) 110
d) 120
e) 160

37
CONJUNTO DOS NÚMEROS UNIDADE
RACIONAIS

CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS

O conjunto dos números racionais, representado pelo símbolo ℚ, é o conjunto


dos números que são representados por uma fração, sendo , em que a ∈ ℤ e b ∈ ℤ∗ ,

no qual a é o numerador e b o denominador.

Exemplo:

Vamos abordar algumas propriedades importantes desse conjunto, como a


adição e a multiplicação. Uma nova operação será definida, a divisão.
Considere a, b, c, d, e, f, g ∈ ℤ e as seguintes propriedades.

 + + = + +

 + = +

 +0 =

 + − = 0

 . . = . .

 . = .

 .1 =

 . + = . + .

Outra operação que podemos definir, é o simétrico ou inverso da

multiplicação. Assim, para todo ∈ ℚ∗ , existe ∈ ℚ tal que . = 1.

Portanto, podemos definir em ℚ∗ a operação de divisão, sendo : = . para

quaisquer e ∈ ℚ∗ .

38
FRAÇÃO E DECIMAIS

Fração

Uma fração representa quando um todo é dividido em partes, e indicamos


uma parte ou a união delas em relação ao todo. Como mencionado anteriormente
a fração é composta por dois números inteiros, sendo:

 o denominador representa as partes do todo que foram divididas.


 o numerador indica uma unidade ou união de algumas das partes que foram
divididas.

Assim, a fração é representada por dois termos, a e b ∈ ℤ, b ≠ 0, sendo o

numerador a e o denominador b.

Na fração , temos 4 como numerador e 9 como denominador. Ela pode

representar por exemplo, que um chocolate foi dividido em 9 partes e repartido 4


desses pedaços.

As frações possuem nomes diferentes conforme os números, por exemplo: se

lê “cinco oitavos”. Já a fração que possui denominador maior que 10, usamos avos
após o número do denominador. Assim, a leitura da fração será “três quatorze

avos”.

Exemplo:

Uma loja possui 50kg de laranja, e precisam vender dessa fruta para não perder a

mercadoria. Quantos quilos a loja deverá vender?

Resolução:

Para resolver, temos que multiplicar 50 por , isto é,

2 50.2 100
50. = = = 20
5 5 5

Portanto a loja precisará vender 20 kg de laranja.

39
Dadas duas frações e com b ≠ 0 e d ≠ 0, são iguais se e somente se a. d =

b. c, ou seja, a. d = b. c ⟺ = com b ≠ 0 e d ≠ 0. Quando acontece essa igualdade,

dizemos que as frações são equivalentes.

Simplificação

Exemplo::
2 6
= , pois 2.21=7.6=42, assim elas são equivalentes
7 21

Com a igualdade de frações, encontramos as frações equivalentes.

As frações são classificadas como próprias e impróprias. A primeira, são

frações que possuem o numerador menor que o denominador, por exemplo: e .

Já as frações impróprias possuem o numerador maior ou igual ao denominador,

exemplo: .

As frações impróprias podem ser transformadas em frações mistas, isto é,

representam a parte inteira e fracionária. Por exemplo: a fração = 1 + = 1 , assim

a fração imprópria = 1 .

Como sabemos, as frações representam uma divisão, assim, pode-se


transformar uma fração imprópria em mista ou vice-versa utilizando a operação da
divisão. Considere a fração imprópria, , realizando a divisão,

11 2
10 5
1

Assim, consideramos a parte inteira o número do quociente e o número do

resto o numerador da fração mista. Logo, a fração mista de será 5 . Para

transformar a mista em imprópria, multiplicamos a parte inteira pelo denominador e


somamos com o numerador e obtemos o numerador da fração imprópria, e o
denominador se repete, isso porque sempre estamos trabalhando com o todo

repartido. Então 5 = 5x2 + 1 = 11 ⟹ .

40
Exemplo:

Indique qual fração é maior ou 8 .

Resolução:

Para resolver, vamos, primeiramente, transformar a fração mista em imprópria,

8 = = . Analisando as duas frações, como possuem o mesmo denominador,

a maior é a que possui maior numerador, que será a 8 .

OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

Soma e Diferença de Frações

Para calcular a soma e a diferença de duas ou mais frações, é preciso verificar


se os denominadores são iguais. Se forem, basta repetir o denominador e somar ou
subtrair os numeradores. Observe os exemplos a seguir:

3 7 3 + 7 10 5
+ = = =
8 8 8 8 4
10 5 10 − 5 5
− = =
7 7 7 7

No caso das frações possuírem denominadores diferentes, é preciso encontrar


frações equivalentes que tenham denominadores iguais. Para isso, calculamos o
mínimo múltiplo comum (m.m.c).

Exemplo:

Encontre o resultado da seguinte operação + +

Resolução:
As frações possuem diferentes denominadores, assim, é preciso calcular o
m.m.c de (4, 8, 12), isto é, m.m.c (4, 8, 12) = 24

41
Agora, vamos encontrar as frações equivalentes com o denominador 24, e
resolver a operação.

1 3 5 6 9 10 6 + 9 + 10 25
+ + = + + = =
4 8 12 24 24 24 24 24

Assim, a resposta é .

Exemplo:

Simplifique a expressão numérica − .

Os denominadores são diferentes, portanto, é preciso encontrar o m.m.c (4,


10).

4 10 2
2 5 2
1 5 5
1 1 20

Substituímos as frações por frações equivalentes que possuam o denominador igual


a 20 e simplificamos a expressão.
9 1 18 5 13
− = − =
10 4 20 20 20

Logo, a simplificação da expressão numérica é

Multiplicação e Divisão de Fração

A multiplicação de frações é realizada multiplicando o numerador pelo


numerador, e o denominador pelo denominador. Dados e ∈ ℚ, b ≠ 0 e d ≠ 0, o
.
produto dessas duas frações é . = .
. Por exemplo:

4 3 12
. =
7 5 35
2 3 6 2
. = =
9 11 99 33

42
Na divisão das frações, conservamos a primeira fração, mudamos o sinal para
multiplicação e invertemos a segunda fração. Dados e ∈ ℚ, b ≠ 0 e d ≠ 0, temos a

divisão : = . ou = . . Observe alguns Exemplos:

7
10 = 7 . 5 = 35 = 7
2 10 2 20 4
5
1 3 1 8 8 4
: = . = =
6 8 6 3 18 9

Exemplo:
.
Simplifique a fração .
.

Resolução:
Para resolver, precisamos escrever os números como fatores primos, para depois
simplificar (cortar os termos comuns).
20.7 2.2.5.7 2
= =
15.14 3.5.2.7 3

Exemplo:

Simplifique a fração , sendo x ≠ 0, y ≠ 0 e z ≠ 0.

Resolução:

Nesse exercício, os fatores são números e letras, assim vamos escrevê-los em


fatores.

2.2. x. x. x. y. y 2xy
=
2.3. x. x. y. z. z. z 3z

43
Porcentagem

A porcentagem é uma forma de representar uma fração , sendo b = 100.

Nesse tipo de representação usamos o símbolo %, que se lê por cento e significa por

cem. Assim, por exemplo: 30% significa . A porcentagem é muito utilizada para

indicar dados de pesquisa, doenças, pessoas entre outros.

Exemplo:

Supondo que uma fila de espera para um transplante de fígado tinha cerca
de 6200 pacientes, dos quais 61% não tiveram condições para receber o transplante,
quantos restaram na fila?

Resolução:
Vamos calcular 61% de 6200, isto é,

61 61 6200 378200
61% de 6200 = . 6200 = . = = 3782
100 100 1 100

Assim, restam 3782 na fila.

Quando queremos calcular uma porcentagem de outra porcentagem, o que fazemos?


Exemplos 40% de 60%?

Representação Decimal

Todo número racional pode ser representado por um número decimal. Para

isso, dividimos a por b, isto é, o numerador pelo denominador. Quando é realizada


essa transformação, podemos encontrar dois tipos de números decimais.

1) Quando possui uma quantidade finita de algarismos, diferentes de zero.

44
5
=5
1
1
= 0,5
2
5
= 1,25
4
12
= 0,12
100

2) Quando o número possui uma quantidade infinita de algarismos que se repetem


periodicamente, que é chamada de dízima periódica.

1
= 0, 777 … = 0, 7 (período 7)
7
8
= 0,2424 … = 0, 24 (período 24)
33
259
= 0,2616161 … = 0,261 (período 61)
990

Podemos observar que os números decimais podem ser escritos na forma de


fração . Para cada situação, a fração se altera.

 Número decimal exato


O numerador da fração será o número decimal sem a vírgula, e o
denominador o algarismo 1 seguido de tantos zeros quanto forem as casas decimais
do número dado.

415 89256 64
4,15 = ; 8,9256 = ; 0,64 =
100 10000 10

 Dízima Periódica
Para transformar a dízima periódica em geratriz (fração), devemos analisar se
a dízima é simples ou composta. A dízima simples é composta apenas pelo período,
já a dízima composta possui o período e algarismos que não se repetem. Observe os
exemplos a seguir de cada uma.

45
a) Dízima periódica simples: para cada algarismo que se repete no período,
acrescenta o algarismo 9 no denominador, e escrevemos o período no
numerador.

23
0, 232323 … =
99
76 175
1,767676 … = 1 + =
99 99

b) Dízima periódica composta: para cada algarismo que se repete no período


acrescenta o algarismo 9, e o 0 para cada número que não se repete na parte
decimal, no denominador. No numerador escrevemos o número composto
pela parte que não se repete com a que se repete e subtraímos a parte que
não se repete.

456 − 4 452
0,4565656 … = =
990 990
913 − 0 913 20893
2,0913913913 … = 2 + =2+ =
9990 9990 9990

Há outras maneiras de obter a fração geratriz, envolvendo equação do 1° grau. Saiba


mais no vídeo do YouTube da página matemática no papel. Disponível em:
https://bit.ly/3rKYPFC. Acesso em: 27 mar. 2021.

OPERAÇÕES DOS DECIMAIS

Adição e Subtração

A adição e a subtração são definidas, armando os números decimais um


embaixo do outro, sendo vírgula abaixo de vírgula, e posteriormente realizando os
cálculos. Como, por exemplo:

 3,45+8,93= 12,38
3,45
+ 8,93
12,38

46
 14,89 – 9,23 = 5,66
14,89
+ 9,23
5,66

 4,76 + 19,734 = 24,494


4,760
+19,734
24,494

Multiplicação e Divisão

A multiplicação de números decimais é realizada multiplicando os números


normalmente e depois, a vírgula deve ser inserida de modo a deixar o número de
casas decimais igual à soma da quantidade de casas decimais dos fatores
multiplicados. Por exemplo:

3,46 8,7
X 1,29 X 3,15
3114 435
+ 692 + 87
346 261
4,4634 25,405

Na divisão, armamos o divisor e dividendo, e devemos igualar as casas


decimais, preenchendo com zero, quando necessitar. Após isso, ignoramos a vírgula,
e realizamos a divisão. Por exemplo: dividir 31,15 por 3,5.

31,15 3,50
- 2800 8,9
- 3150
3150
0

EXPRESSÃO NUMÉRICA

As expressões numéricas são conjuntos de operações definidas entre


parênteses, colchetes e chaves. Para resolver existe uma ordem a ser seguida. Entre

47
os símbolos, temos:

1. Parênteses
2. Colchete
3. Chaves

Nas operações, a ordem é a seguir:

1. Potenciação ou Radiciação
2. Divisão ou Multiplicação
3. Soma ou Subtração

Exemplo:

Resolva a expressão numérica

60 ÷ {2 · [−7 + 18 ÷ (−3 + 12)]} – [7 · (−3) – 18 ÷ (−2) + 1]

Resolução:

Iniciamos a resolução pelos parênteses

60 ÷ 2 · −7 + 18 ÷ (−3 + 12) – [7 · (−3)– 18 ÷ (−2) + 1]

60 ÷ {2 · [−7 + 18 ÷ 9]} – [7 · (−3) – 18 ÷ (−2) + 1]

Agora vamos analisar os colchetes, e as operações que têm prioridade

60 ÷ {2 · [−7 + 18 ÷ 9]} – [7 · (−3) −18 ÷ (−2) + 1]

60 ÷ 2 · −7 + 2 – 7 · (−3) + 9 + 1

60 ÷ {2 · (−5)} – [−21 + 9 + 1]

60 ÷ {2 · (−5)}– [−11]

Ficamos nesse momento nas chaves

48
60 ÷ 2 · (−5) – [−11]

60 ÷ (−10)– [−11]

Por fim, do lado externo aos símbolos, seguindo a ordem das operações

60 ÷ (−10) – [−11]

−6 – [−11]
−6 + 11
+5
Logo o resultado é +5.

Para mais informações sobre o conteúdo, você pode consultar o material da biblioteca
person, no livro “Fundamentos de Matemática”, de autoria de Araujo et al. (2018), unidade
9 e 13. O acesso está disponível no link https://bit.ly/3mm5hSv. Acesso em: 13 fev.2021.

49
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Calcule o valor da expressão 0,999 … + e assinale a alternativa que

corresponda à solução.
a) 2
b)

c)

d)

e) 1

2. (ENEM-2021) Um jogo pedagógico é formado por cartas nas quais está impressa
uma fração em uma de suas faces. Cada jogador recebe quatro cartas e vence
aquele que primeiro consegue ordenar crescentemente suas cartas pelas
respectivas frações impressas. O vencedor foi o aluno que recebeu as cartas com
as frações: 3/5, 1/4, 2/3 e 5/9. A ordem que esse aluno apresentou foi.

a) 1/4, 2/3, 3/5, 5/9


b) 1/4, 5/9, 3/5, 2/3
c) 2/3, 1/4, 3/5, 2/3
d) 5/9, 1/4, 3/5, 2/3
e) 2/3, 3/5, 1/4, 5/9

3. (OBMEP) Um garrafão cheio de água pesa 10,8 kg. Se retirarmos metade da agua
nele contida, pesar a 5,7 kg. Quanto pesa, em gramas, esse garrafão vazio?

a) 400.
b) 500.
c) 600.
d) 700.
e) 800.

50
4. (OBMEP – Adaptado) Sófocles recebe R$15,60 por hora como garçom. Em um
determinado dia, ele recebeu R$148,20 pelo seu trabalho. Quanto tempo ele
trabalhou neste dia?

a) 8 horas.
b) 8 horas 30 minutos.
c) 9 horas.
d) 9 horas e 30 minutos.
e) 9 horas e 50 minutos.

5. Um salão de festa possui um formato retangular com 22,5 m por 18,2 m. Para
instalar um piso, são gastos R$ 8,40 por m². Calcule o valor gasto na instalação do
piso.

a) R$ 683,76.
b) R$ 1.367,52.
c) R$ 2.735,04.
d) R$ 3.439,80.
e) R$ 5.743,58.

6. (ENEM – 2013) Cinco empresas de gêneros alimentícios encontram-se à venda.


Um empresário, almejando ampliar os seus investimentos, deseja comprar uma
dessas empresas. Para escolher qual delas irá comprar, analisa o lucro (em milhões
de reais) de cada uma delas, em função de seus tempos (em anos) de existência,
decidindo comprar a empresa que apresente o maior lucro médio anual. O
quadro apresenta o lucro (em milhões de reais) acumulado ao longo do tempo
(em anos) de existência de cada empresa.

51
O empresário decidiu comprar a empresa:

A) F.
B) G.
C) H.
D) M.
E) P.

7. Encontre o valor da expressão numérica.


5 7
. −1
4 3
2
9−3
Marque a alternativa correspondente ao valor correto.

a)

b)

c) −

d) −

e) −

8. Considere uma sequência de números


234 8
−3; ; 7,81; − ; 0,21111 … ; −6, 7
10 11

Indique a ordem crescente desses números.

a) −6, 7; −3; − ; ; 7,81; 0,21111 … ;

b) − ; −6, 7; −3; 0,21111 … ; 7,81;

c) − ; −6, 7; −3; 7,81; 0,21111 … ;

d) −3; − ; −6, 7; 7,81; 0,21111 … ;

e) −3; − ; −6, 7; 7,81; ; 0,21111 …

52
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS UNIDADE

Os conjuntos de números são representados por letras, como os símbolos Z e


Q, que são derivados do alemão Zahl (número) e Quocient (quociente).
Primeiramente, esses símbolos foram usados na obra "Éléments deemathématique:
Algèbre" de Nicolas Bourbaki. Nicolas Bourbaki é o pseudônimo de um grupo de
matemáticos franceses criado em 1935.
A seguir, abordaremos outros conjuntos numéricos, sendo os irracionais e os
reais. Eles são representados pelos símbolos 𝕀 e ℝ, respectivamente. Esses conjuntos
são importantes, e englobam operações como os conjuntos vistos anteriormente.

NÚMEROS IRRACIONAIS – 𝕀

Os números irracionais, representado pelo símbolo 𝕀, são números decimais


que possuem infinitas casas decimais, não periódicas. Ou seja, não possuem
representação em fração. Seguem alguns exemplos de números irracionais.

 7,89436231...
 0,3425187...
 -5,98009832...

Alguns números irracionais são usuais na matemática, como:

 √2 = 1,4142135 …
 π (pi) = 3,141592 …
 e = 2,71828182 …

Prove que √2 ∉ ℚ.

53
Um número irracional fácil ser identificado é a raiz quadrada de números
primos, isto é, se p é primo e positivo, p é irracional. Assim, √7, √11, √13 são números
irracionais.
As operações usuais definidas nos outros conjuntos, também são utilizadas no
conjunto, entretanto, quando há operações entre racionais e irracionais, o resultado
será irracional. Desse modo, dados a irracional e r racional não nulo, então:

a r
a + r, a. r, e são irracionais.
r a

Exemplo:

√7 4
√5 + 3, 6√2, ,
8 √2

Percebemos que o conjunto dos irracionais é disjunto dos racionais, ou seja,


não possuem elementos em comum.

CONJUNTOS DOS NÚMEROS REAIS - ℝ

O conjunto formado por todos os números racionais e irracionais é


denominado conjunto dos números reais (ℝ). Assim, os naturais, inteiros, racionais e
irracionais formam o conjunto dos reais.

Figura 5: Conjunto dos Números Reais

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

54
Como mostra o diagrama, os conjuntos numéricos possuem uma relação de inclusão. No
entanto, como apresentado, os conjuntos dos irracionais não possuem os demais
subconjuntos, pois ℚ ∩ 𝕀 = ∅.

Observamos pelo diagrama que, ℚ ∪ 𝕀 = ℝ. Então podemos dizer que o


complemento de ℚ em relação à ℝ é 𝕀, e vice-versa.
Além desses subconjuntos dos reais, podemos destacar os seguintes:

 ℝ = conjunto dos números reais não negativos


 ℝ = conjunto dos números reais não positivos
 ℝ∗ = conjunto dos reais não nulos

OPERAÇÕES EM ℝ

As operações de soma, subtração e multiplicação em ℝ são definidas como


no conjunto dos racionais. A divisão está definida em ℝ∗ . Na próxima unidade
abordaremos outras operações presentes no conjunto dos reais.

Os números reais na reta

Como vimos em unidades anteriores, os números podem ser representados na


reta numérica. Na unidade 2, destacamos os números inteiros.

Do mesmo modo, podemos destacar os números reais, tanto os racionais


como os irracionais. Devemos pensar que entre os números inteiros há espaços não
preenchidos, onde podem ser inseridos os racionais, e entre esses, os irracionais.
Assim, obtemos os conjuntos dos reais na reta numérica.

55
Essa reta representa todo o conjunto dos reais, cuja nomenclatura é reta real
ou reta numérica.
Observamos que os conjuntos numéricos se relacionam, e desse modo
mantêm propriedades e valores em comum.

Para mais informações sobre os conjuntos numéricos, pesquise na minha biblioteca, o livro
“Fundamentos de Matemática” de autoria de Araujo et al. (2018), na Unidade 2,
“Conjuntos Numéricos”. Disponível em: https://bit.ly/3rOR3ub. Acesso em: 29 mar. 2021.

56
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Analise as afirmativas abaixo:

I. ℕ ⊂ℝ
II. 4 + √5 ∈ ℚ

III. ∈ℝ

IV. 3 − √7 ∈ (ℝ − ℚ)

Assinale a alternativa que corresponde à sequência correta.

a) V, V, V, V.
b) F, V, F, V.
c) V, V, F, V.
d) V, F, V, V.
e) F, F, F, V.

√ √
2. O resultado da operação . pertence a qual conjunto numérico?

a) Racionais.
b) Inteiros.
c) Naturais.
d) Nulo.
e) Irracionais.

3. Os conjuntos numéricos se relacionam, como vimos nas unidades. O resultado da


operação (ℤ ∪ ℚ) é:

a) ℝ
b) 𝕀
c) ℤ
d) ℕ
e) ℚ

57
4. Observe as proposições abaixo, e aponte a verdadeira.

a) Todo número inteiro é racional e todo número real é um número inteiro.


b) A intersecção do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números
irracionais tem 1 elemento.
c) O número 1,83333... é um número racional.
d) A divisão de dois números inteiros é sempre um número inteiro.
e) A multiplicação de um inteiro com um irracional, é racional.

5. O valor da expressão abaixo, quando a = 8 e b = 15, é:


b
(b − a)

a) Um número natural.
b) Um número inteiro.
c) Um número irracional.
d) Um valor nulo.
e) Um número racional.

6. Sobre os conjuntos numéricos, marque a alternativa correta.

a) Alguns números naturais são também racionais.


b) Um número racional pode ser irracional.
c) Todo número negativo é um número inteiro.
d) O conjunto dos números reais é formado pela interseção dos números racionais e
irracionais.
e) As dízimas periódicas são consideradas números racionais, portanto, são também
números reais.

7. Seja A = {3,5}, B = {3,5,8} e C = {8,10}, determine os elementos da operação (A U B)


∩ (B U C).

a) {3,5,8}
b) {3,5}

58
c) {8,10}
d) {3,5,8,10}
e) {3,10}

8. Sobre os conjuntos numéricos, julgue as afirmativas a seguir:

I. A diferença entre o conjunto dos números reais e o conjunto dos números


racionais é igual ao conjunto dos números irracionais.
II. Zero pertence ao conjunto dos números irracionais.
III. O resultado de (-7,5).(+2) é um número natural.

Marque a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa I é verdadeira.


b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente a afirmativa III é verdadeira.
d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

59
POTÊNCIAS E RAÍZES UNIDADE

POTÊNCIA DE EXPOENTE NATURAL

A potenciação, também conhecida como exponenciação, é a


multiplicação de um determinado número por ele mesmo diversas vezes.
Para escrever essas multiplicações em forma de potenciação, usamos a
seguinte notação (16):

a = a. a. a . . . a. (16)

Na representação acima lê-se “a elevado à n”. Nela, o número real não-nulo


a é chamado de base, é o número que está sendo multiplicado por ele mesmo. Já
o número natural n é chamado de expoente e representa a quantidade de vezes
que o número é multiplicado. O resultado dessa multiplicação é chamado de
potência.
Vejamos alguns exemplos na tabela abaixo:

Tabela 1: exemplos de potenciação


BASE EXPOENTE REPRESENTAÇÃO POTÊNCIA
2 4 2 = 2.2.2.2 = 16 16
(2 elevado à 4 é igual à 16)
5 2 5 = 5.5 = 25 25
(5 elevado à 2 é igual à 25)
3 5 3 = 3.3.3.3.3 = 243 243
(3 elevado à 5 é igual à 243)
7 1 7 =7 7
(7 elevado à 1 é igual à 7)
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)a (2021)

Nos exemplos acima, consideramos expoentes diferentes de zero. Caso o


expoente seja zero, independentemente da base, a potência será sempre igual à 1.

60
Exemplos:

5 =1
(−2) = 1
(0,27) = 1
18947623 = 1

Vejamos agora algumas propriedades das potências de expoente natural.


Para isso, considere a, b ∈ ℝ e m, n ∈ ℕ. Então, valem as seguintes propriedades:

I. Produto e potências de mesma base (17):

a .a = a (17)

II. Divisão de potências de mesma base (18):

a
=a , com m ≥ n (18)
a

III. Potência de um produto (19):

(a. b) = a . b (19)

IV. Potência de um quociente (20):

= com b ≠ 0
(20)

V. Potência de potência (21):

.
(a ) = a (21)

Exemplos:

5 .5 = 5 = 5 = 125;
10
= 10 = 10 = 10;
10

61
(5.7) = 5 . 7 = 25.49 = 1225;
1 1 1
= =
2 2 8
(2 ) = 2 = 64

POTÊNCIA DE EXPOENTE INTEIRO E NEGATIVO

Dado um número real não-nulo a e um número natural n, definimos a potência


a () da seguinte forma:

1
a = (22)
a

Ou seja, a potência de base real não-nula e expoente inteiro negativo é


definida como o inverso da potência correspondente de expoente positivo.

Exemplos:

1 1
3
= =
3 3
1 1 1
2 = = =
2 2.2.2 8
1 1 1 1
(−4) = = = =−
(−4) (−4). (−4). (−4) −64 64
2 1 1 1 9 3
= = = = =
3 2 2 4 4 2
3 3 9

62
Exemplos:

5 4 4 16
= = = ;
4 5 5 25
1 6 6
= = = 216
6 1 1

Dados a, b ∈ ℝ não-nulos e m, n ∈ ℤ, as potências de expoentes inteiros


negativos possuem as seguintes propriedades:

a .a = a (23)

a
=a (24)
a

(a. b) = a . b (25)

a a
= (26)
b b

.
(a ) = a (27)

Observe que as propriedades são iguais às propriedades das potências de


expoente natural, apenas a propriedade (24) se altera, podendo m e n serem
quaisquer.

Exemplos:

1) Calcule o valor da expressão:

2 .4 .2
2 .8
Solução:

Observe que:

4 = (2 ) =2 e8 = (2 ) =2 .

63
Assim temos:

( )
2 .4 .2 2 .2 .2 2 2 1 1
= = ( )
= =2 =2 = =
2 .8 2 .2 2 2 2 4

2) Dados a, b reais não-nulos simplifique a expressão:

(a . b )
(a . b )

Solução:
Usando as propriedades descritas acima temos

(a . b ) (a ) . (b ) a .b a b ( )
= = = . =a .b =a .b = a .1 = a
(a . b ) (a ) . (b ) a .b a b

RADICIAÇÃO

Para estudarmos a radiciação, vamos pensar em um número elevado ao


cubo que seja igual a 125. Isto é, ( )³ = 125, esse número é 5, pois 5³ = 125. Essa
operação é inversa à potenciação, chamada de radiciação.
A representação da radiciação é definida como: √a = b, sendo:
√0 radical
a radicando
b a raiz
n o índice da raiz, um número natural maior ou igual a 1.

64
Figura 6: Radiciação

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)


Exemplos:

√9 = 3, pois 3 = 9
√8 = 2, pois 2 = 8
√−27 = − 3
√−25 = ∄ em ℝ

Quando o radicando é negativo, não existe raiz com índice par, pois um número elevado
a um expoente par sempre dará positivo nos reais. Por exemplo:
√−16 = ∄, 𝑝𝑜𝑖𝑠 (−2) = 16

Algumas propriedades da radiciação podem ser definidas. Considere m, n, p


inteiros e n > 1, p > 1 e m > 1, então, temos:

√ab = √a. √b (28)

a √a
= (29)
b √b

√a = √a (30)

𝐩
𝐧
√𝐚 = √𝐚
𝐩𝐧
(31)

Exemplos:

√8.7 = √8. √7 = 2. √7 = 2 √7

65
3 √3
=
5 √5

Podemos relacionar a raiz com a potência com expoente fracionário.


Considere a um número real positivo e seja um número racional, definimos a

potência de base a e expoente da seguinte forma (22):

a = √a (32)

Se a = 0 temos a seguinte definição especial

0 = 0.

Exemplos:

2 = 2 = √2;

3 = 3 = √3;

1 1 1 1
5 = = = =
5 5 5 25

2 3 3 3
= = = .
3 2 2 2

As propriedades de potências vistas até agora se aplicam às potências de


expoentes racionais. Assim, dados a, b números reais positivos e , números

racionais, valem as seguintes propriedades:

a .a = a (33)

a
=a (34)
a

(a. b) = a . b (35)

66
a a
= ; (36)
b
b

a =a
.
. (37)

Exemplos:
/ / /
2 .2 =2 =2 =2
/
7 /
/
=7 =7 =7
7
/ / / /
14 = (2.7) =2 .7
/
20 20 /
=
7 7 /
/ / . /
2 =2 =2

Uma vez que os números decimais são números racionais, para calcularmos
potências cujos expoentes são números decimais, basta escrevermos esse decimal
em forma de fração e utilizarmos a definição de potências de expoente racional.

Exemplos:

, / /
3 =3 =3 = √3
, /
0,2 = 0,2 = 0,2
, /
5 =5

As propriedades acima são de extrema importância no estudo das potências.


Vejamos alguns exercícios resolvidos que envolvem essas propriedades:

Exemplos:

1) Simplificar fazendo o uso das propriedades:

a) 16 /

b) 27 /

c) (81 ) /

67
Solução:
.
a) 16 /
= (2 ) /
=2 =2 =8

.
b) 27 /
= (3 ) /
=3 =3 = =

. .
c) (81 ) /
= ((3 ) ) /
=3 =3 =9

2) Simplifique:

a)
/ / /
2 .2 .2
b)
/ /
3 .3
3 / .3 / .3 /

Solução:

a)
/ / /
2 .2 .2 =2 =2 =2 =2
b)
/ / /
3 .3 3 3 3 3
/ / /
= = = = /
=3
3 .3 .3 3
3 3 3
/
=3 = 3

RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES

A racionalização de denominadores tem como objetivo transformar uma


fração que possui um denominador irracional em uma nova fração, que seja
equivalente à fração anterior, com denominador racional.

68
Quando multiplicamos o numerador e o denominador de uma fração por um
mesmo número real, obtemos como resultado uma fração equivalente. Dessa
forma, para racionalizar uma fração, basta multiplicar seu numerador e
denominador por um número que transforme o irracional do denominador em
racional. Esse número é chamado de conjugado.

Exemplos:

1) O conjugado de √2 é √2 pois, √2. √2 = √2 = 2 /


= 2.

2) O conjugado de √7 é √7 pois, √7. √7 = 7 /


.7 /
=7 =7 /
= 7.

Para encontrar o conjugado de um número irracional do tipo √x devemos:

1º) Escrever esse número na forma x /


;
2º) Pensar no menor número c ∈ {1,2,3, . . . , b − 1} tal que a + c seja um múltiplo de b;
3º) O conjugado será √x .

Exemplo:

1) Determine o conjugado dos seguintes números:


a) √24
b) √3
c) √7
d) √11

Solução:

a) Escrevendo √24 em forma de potência temos √24 = 24 /


. O número que
quando eu somo 2 resulta 3 é o 1. Logo o conjugado de √24 é √24 ;
b) Escrevendo √3 em forma de potência temos √3 = 3 /
. O número que
quando eu somo 4 resulta 7 é o 3. Logo o conjugado de √3 é √3 .
c) Escrevendo √7 em forma de fração temos √7 = 7 /
. O número que quando
eu somo 5 resulta 6, que é múltiplo de 2, é o 1. Logo o conjugado de √7 é √7.

69
d) Escrevendo √11 em forma de fração temos √11 = 11 /
. O número que
quando eu somo 23 resulta 25 é o 2. Logo o conjugado de √11 é √11 .

Para racionalizar uma fração devemos encontrar o conjugado do


denominador, multiplicar o numerador de denominador da fração pelo conjugado
e, por fim, simplificar a fração equivalente encontrada.

Exemplos:

1) Racionalize as seguintes frações:


a)

b)

c)

Solução:

a) Escrevendo √4 em forma de potência temos √4 = 4 /


. O número menor que 3
que quando eu somo 1 resulta um múltiplo de 3 é o 2, logo o conjugado de √4

é √4 . Multiplicando o numerador e denominado da fração por √4 temos:


1 √4 √4 √4 √2 √2 . √2 √2
. = = = = = .
√4 √4 √4 4 2 2 2

Logo, a forma racionalizada de é .

b) Escrevendo √6 em forma de potência temos √6 = 6 /


. O número menor que 5
que quando eu somo 1 resulta um múltiplo de 5 é 4, logo o conjugado de √6 é

√6 . Multiplicando o numerador de denominador da fração por √6 temos


3 √6 3 √6 3 √6 √6
. = = = .
√6 √6 √6 6 2

Logo, a forma racionalizada de é .

70
c) Escrevendo √32 em forma de potência temos √32 = 32 /
= (2 ) /
=2 /
. O
número menor que 3 que quando eu somo 1 resulta um múltiplo de 3 é o 2,
logo o conjugado de √32 é √32 . Multiplicando o numerador e denominador

da fração por √32 temos:


√ √ √ √ √ .√ . √ √
. = = = = = = .
√ √ √


Logo, a forma racionalizada de é .

EXPRESSÕES NUMÉRICAS

Vimos que para resolver expressões numéricas existe uma ordem a ser
seguida. Primeiro, eliminamos os parênteses resolvendo tudo que está dentro dele.
Depois, fazemos o mesmo para os colchetes e, em seguida, para as chaves. Dentro
de cada um desses delimitadores obedecemos à seguinte ordem:

1º) Potenciação e radiciação;


2º) Multiplicações e divisões;
3º) Adições e subtrações.

Vejamos alguns exemplos de expressões numéricas e como resolver cada


uma delas.

25 + 3 : 9 + [3 . 5– 3. (2 − 5 )] =
25 + 3 : 9 + [3 . 5– 3. (8 − 5)] =
25 + 3 : 9 + [3 . 5– 3.3] =
25 + 3 : 9 + [9.5– 3.3] =
25 + 3 : 9 + [45– 9] =

71
25 + 3 : 9 + 36 =
25 + 27: 9 + 36 =
25 + 3 + 36 =
= 64

4 + √8. 3 + 16: √64 − 35 +1 − 10 =

[(16 + 2.9) + (16: 8) − 35] + 1 − 10 =


[(16 + 18) + 2 − 35] + 1 − 10 =
[34 + 2 − 35] + 1 − 10 =
[34 + 4 − 35] + 1 − 10 =
3 +1 − 10 =
9 + 1 − 1=
=9

√64: 2 . 2 + √81 − 2 . 2 − 5 . √256 =


(8: 2). 2 + [(9 − 8). 2 − 5 ]. √256 =

4. 2 + [1. 2 − 5 ]. √256 =

4. 2 + [1.16 − 1]. √256 =

4. 2 + [16 − 1]. √256 =

4. 2 + 15. √256 =
4. 2 + {15.4} =
4. 2 + 60 =
4.4 + 60 =
16 + 60 =
= 76

72
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (Cesgranrio-1994) O número de algarismos do produto 5 . 4 é igual a

a) 17.
b) 18.
c) 26.
d) 34.
e) 35.

2. (CPCAR-2002-Adaptada) Simplificando , com x > 0 e y > 0 obtemos:

a)

b)

c)

d)

e)

3. (Fuvest-1981) Dos números abaixo, o que está mais próximo de


(5,2) . (10,3)
(9,9)
é

a) 0,625.
b) 6,25.
c) 62,5.
d) 625.
e) 6250.

4. (OBM-1998) Qual dos números a seguir é o maior?


a) 3

73
b) 9
c) 27
d) 243
e) 81

5. (UECE-2002) A expressão numérica 5 √54 − 3 √16 é igual a

a) √1458
b) √729
c) 2 √70
d) 2 √38
e) √140

6. Vunesp-1992) O valor da expressão 5 − é

a) 0,3
b) -0,3
c) -0,2
d) 0,2
e) 0

7. (UFPB-1977) A expressão 2√27 − √75 + 3√12 é igual a

a) 2√3
b) 4√12
c) 4√27
d) 7√3
e) 7√6

8. (IFSC - 2018) Analise as afirmações seguintes:

I. −5 − √16. (−10): √5 = −17.


II. 35: 3 + √81 − 23 + 1 . 2 = 10.

74
III. Efetuando-se 3 + √5 . 3 − √5 , obtém-se um número múltiplo de 2.

Assinale a alternativa CORRETA.

a) Todas são verdadeiras.


b) Apenas I e III são verdadeiras.
c) Todas são falsas.
d) Apenas uma das afirmações é verdadeira.
e) Apenas II e III são verdadeiras.

75
GEOMETRIA PLANA E ESPACIAL UNIDADE

NOÇÕES PRIMITIVAS DA GEOMETRIA

Ponto, reta e plano são as noções primitivas da geometria. Não existe uma
maneira de definir esses objetos, mas, precisamos de cada um deles para
construirmos todas as definições geométricas. O que podemos fazer é discutir as
propriedades e características de cada um deles, e ressaltar sua importância para
a Geometria.
O ponto não possui dimensão nem forma, ou seja, ele é adimensional. É muito
usado para indicar a localização de algum objeto no espaço. Utilizamos letras
maiúsculas para nomear um ponto.

Figura 7: Ponto

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

A reta é um conjunto de pontos que não fazem curva. É infinita para duas
direções. Uma vez que esses pontos estão lado a lado, conseguimos medir pedaços
de retas. Esses pedaços de retas são chamados de segmentos de reta. Mas
conseguimos medir apenas o comprimento, a largura não tem como medir. Por esse
motivo, a reta é um elemento unidimensional. Para nomeá-las usamos letra
minúscula.

76
Figura 8: Reta

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Assim como a reta é formada por vários pontos, o plano é formado por várias
retas alinhadas. Também pode ser visto como um conjunto de pontos. Ele é uma
superfície plana infinita para todas as direções e não faz curva. Nele é possível
desenhar diversas, medir o comprimento e largura de cada uma delas, por isso, o
plano é considerado um objeto bidimensional. Utilizamos letras maiúsculas do
alfabeto grego para nomeá-los.

Figura 9: Plano

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

O conjunto formado por todos os pontos é chamado de espaço. É nele que


desenvolveremos a Geometria Espacial.
Além dessas noções primitivas que não possuem definição, apenas uma ideia
do que seja, existem resultados que não têm demonstração. Esses resultados são
chamados de postulados. É a partir deles que conseguimos demostrar diversos outros
resultados da geometria. São eles:

77
I. Postulado da existência:

a) Existe reta e numa reta, bem como fora dela, há infinitos pontos.
b) Existe plano e num plano, bem como fora dele, há infinitos pontos.

II. Postulado da determinação:

a) Dois pontos distintos determinam uma única reta que passa por eles.
b) Três pontos distintos não colineares determinam um único plano e passa por
eles.

III. Postulado da inclusão

Se uma reta tem dois pontos distintos num plano, então ela está contida no
plano.

POSIÇÕES RELATIVAS DA RETA

Quando duas retas estão no mesmo plano pode haver uma certa interação
entre elas, gerando algumas definições e propriedades. São elas:

I. Retas paralelas:

Duas retas são paralelas quando não possuem nenhum ponto em comum
(paralelas distintas) ou, quando possuem todos os pontos em comum (paralelas
coincidentes). Uma propriedade interessante das retas paralelas distintas é que a
distância entre elas será sempre a mesma, independentemente do ponto que
escolhemos medir.

78
Figura 10: À esquerda, retas r e s paralelas distintas e, à direita, retas i e f paralelas
coincidentes.

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

II. Retas concorrentes:

Duas retas são concorrentes quando possuem penas um ponto em comum.


Essas retas formam 4 ângulos congruentes dois a dois. Esses ângulos formados são
classificados adjacentes ou opostos pelo vértice. Os ângulos opostos pelo vértice
possuem a mesma medida, enquanto os ângulos adjacentes são classificados em
suplementares. Quando o ângulo formado entre elas mede 90°, essas retas são
chamadas de retas perpendiculares.

Figura 11: À esquerda, retas r e s concorrentes, à direita, retas f e g perpendiculares.

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

III. Retas reversas:

Duas retas são chamadas de retas reversas se não existir nenhum plano que
contenha essas retas. Resumindo, dadas duas retas r e s temos:

79
Figura 12: Resumo das posições relativas das retas

Fonte: Adaptado Dolce e Pompeo (2013)

FIGURAS PLANAS

Uma região plana fechada por, no mínimo, três segmentos de retas, é


chamada de figura plana. Elas são bidimensionais: possuem comprimento e largura.
Todas as figuras planas com mais de três lados são chamadas de polígono.
As formas planas mais conhecidas na geometria são: círculo, quadrado,
triângulo, retângulo, trapézio, hexágono, pentágono, paralelogramo e losango.
Apesar do círculo não ser formado por segmentos de reta, ele também é uma figura
plana.

Figura 13: Figuras planas mais usuais

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Os polígonos cujos lados possuem o mesmo comprimento são chamados de

80
polígonos regulares.

Nomenclatura dos Polígonos

Os polígonos são nomeados de acordo com seu número de lados.


Acompanhe os principais na tabela abaixo:

Tabela 2: Nomenclatura das principais figuras planas de acordo com o número de lados
Número de lados Nomenclatura
3 Triângulo
4 Quadrilátero
5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Undecágono
12 Dodecágono
15 Pentadecágono
20 Icoságono
Fonte: Elaborada pela Autora (2021)

O quadrado, retângulo, trapézio, paralelogramo e losango são quadriláteros


especiais. O paralelogramo recebe esse nome devido ao fato de seus lados opostos
serem paralelos e, esses lados opostos possuem a mesma medida. O quadrado,
retângulo e losango são paralelogramos. O retângulo recebe essa nomenclatura
especial pois seus lados não paralelos são perpendiculares. O quadrado é um tipo
de retângulo. Recebe esse nome especial por possuir todos os quatro lados com a
mesma medida. O losango também possui os quatro lados com a mesma medida,
porém, seus lados não são perpendiculares. O trapézio possui apenas um par de
lados opostos paralelos chamados de bases, uma maior e a outra menor, uma vez
que os outros dois lados não são paralelos.

O círculo, também conhecido como disco, é uma figura plana que não possui
lados. É formado pelo raio, que a é a distância entre o centro e a extremidade e o

81
diâmetro, que é o segmento de reta que passa pelo centro e vai de um lado ao
outro.
Figura 14: Círculo com um raio e um diâmetro

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Elementos de um Polígono

Os polígonos possuem 5 elementos principais: vértices, lados, diagonais,


ângulos internos e ângulos externos.
O vértice é a “pontinha” do polígono. Ligando dois vértices consecutivos com
um segmento de reta obtemos um lado. Ligando dois vértices que não são
consecutivos obtemos uma diagonal. Os ângulos formados dentro do polígono são
os ângulos internos, já os ângulos formados fora do polígono são os ângulos externos.

Figura 15: Principais elementos de um polígono

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

82
Perímetro de Figuras Planas

O perímetro de uma figura plana é a soma de todos os seus lados. Já a área


é o tamanho da superfície da figura. O valor do perímetro será sempre dado, por
exemplo, em m, cm, km, entre outros. Já o valor da área será dado em m , cm , km ,
etc.
Vejamos como calcular o perímetro (P) e a área (A) das principais figuras
planas:

Quadro 1: Fórmulas da área e do perímetro das principais figuras planas


Significado dos
Figura Área Perímetro
termos da figura
Triângulo
b = base
h = altura
b. h
L = lado A= P =b+L+L
2
L’ = lado

Quadrado

L = lado A = L. L = L P = 4L

Retângulo

b = base
A = b. h P = 2b + 2h
h = altura

Trapézio
b = base menor
B = base maior
L = lado (B + b). h
A= P=L+L +B+b
L’ = lado 2
h = altura

Losango

L = lado
D. d
D = diagonal maior A= P = 4L
d = diagonal menor 2

Círculo
r = raio A = πr P = 2πr

83
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Observe que a tabela não comtemplou o hexágono, o pentágono e o


paralelogramo. Para calcular a área do hexágono e do pentágono basta dividir sua
região interna em triângulos a partir do centro, calcular a área desses triângulos e
somá-las. Já para a área do paralelogramo o cálculo é o mesmo do retângulo,
basta traçar sua altura e aplicar a fórmula do retângulo. Para o cálculo do perímetro
dessas figuras basta somar todos os seus lados.

Exemplos:

Calcule a área e o perímetro do seguinte paralelogramo, cujas medidas são


dadas em centímetros.

Figura 16: Paralelogramo e suas medidas

Fonte: Elaborado pela Autora (2021).

Solução: uma vez que o perímetro é a soma dos lados temos que
P = 8 + 8 + 8 + 8 cm.
A base desse paralelogramo mede 3 + 5 = 8 cm e a altura mede 5 cm. Logo sua
área é
A = 8.5 = 40cm .
Um ciclista costuma dar 10 voltas completas por dia no quarteirão circular
onde mora, cujo raio é de 3 m. Calcule a distância que esse ciclista pedala por dia.
(Use π = 3,14)
Solução: para calcular a distância D que esse ciclista pedala por dia, basta
calcular o perímetro P desse círculo e multiplicar por 10, já que ele pedala 10 voltas

84
por dia, ou seja,
D = P. 10 = (2π. 3). 10 = 188,4m.
Logo esse ciclista pedala por dia 188,4 metros.

FIGURAS ESPACIAIS

As figuras definidas no espaço tridimensional são chamadas de figuras


espaciais. Elas possuem comprimento, largura e altura. Essas figuras aparecem muito
em nosso cotidiano. Por exemplo, uma bola de futebol, uma caixa de sapato, um
chapéu de aniversário, são objetos que assumem a forma de algumas das principais
figuras espaciais.
As figuras espaciais possuem três elementos principais: vértices, arestas e faces.

Figura 17: Elementos de uma figura espacial

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Também chamadas de sólidos geométricos, algumas figuras espaciais se


destacam um pouco mais que outras. São elas: cilindro, cubo, cone, esfera,
paralelepípedo e pirâmide.
O cilindro é formado por duas bases circulares iguais. Essas bases são unidas
através de um retângulo, cujos lados são “encaixados” exatamente no contorno do
círculo.

85
Figura 18: Cilindro

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

O cubo, também chamado de hexaedro regular, possui 6 faces com a mesma


área, ângulos e quantidade de arestas.

Figura 19: Cubo

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

É um sólido geométrico que possui base poligonal e os lados são formados por
polígonos triangulares, unidos num vértice que não pertence ao plano da base.

86
Figura 20: Pirâmide de base triangular, também conhecida como tetraedro.

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

O cone é um sólido bem parecido com a pirâmide. Possui base circular e, por
esse motivo, não possui lados triangulares, assim como a pirâmide.

Figura 21: Cone

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

O paralelepípedo é um sólido geométrico formado por paralelogramos. Suas


faces opostas são paralelas, com ângulos retos.

87
Figura 22: Paralelepípedo

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

A esfera é um sólido geométrico que é limitada por uma superfície esférica. A


superfície da esfera é constituída por um conjunto de pontos que ficam a uma
distância do centro por uma medida chamada raio.

Figura 23: Esfera

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Os poliedros convexos, são sólidos geométricos que possuem faces planas e qualquer
segmento com extremidades dentro do poliedro estará totalmente contido no poliedro.
Nesses poliedros, aplicas-se a relação de Euler, V+F = A + 2, sendo V vértice, F face e A
aresta. Dos sólidos apresentados, quais são os poliedros são convexos?

88
UNIDADES DE MEDIDA

Unidades de comprimento

As unidades de medida de comprimento surgiram com a necessidade do


homem de medir distâncias. Existem diversas unidades de medida de comprimento
como jardas, pés; mas, a utilizada no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o metro
(m), seus múltiplos e submúltiplos.
Os múltiplos do metro são: quilômetro (km), hectômetro (hm) e o decâmetro
(dam). Já seus submúltiplos são: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Acompanhe os valores de cada um deles na tabela abaixo:

Tabela 3: Múltiplos e submúltiplos do metro


Múltiplos Submúltiplos
1 km = 1000 m 1 dm = 0,1 m
1 hm = 100 m 1 cm = 0,01 m
1 dam = 10 m 1 mm = 0,001 m
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Muitas vezes precisamos fazer uma conversão dessas medidas de


comprimento. Para isso, podemos nos basear na seguinte Figura:

Figura 24: Conversão dos múltiplos e submúltiplos do metro

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

89
Exemplos:

1) Transforme 8 cm para metros.

Solução: pela tabela acima, para transformar a unidade centímetros para


metros, basta dividir o número por 10 duas vezes, que é equivalente a dividir por 100:

8 : 100 = 0,08.

Logo, 8 cm = 0,08 m.

2) Transforme 12,4 km para decímetro.

Solução: pela tabela acima, para transformar a unidade quilômetros para


decímetros, basta multiplicar o número por 10 quatro vezes, que é equivalente a
multiplicar por 10000:

12,4 x 10000 = 124000.

Logo, 12,4 km = 124000 dm.

Unidades de Área

Vimos que a área pode ser calculada através do produto entre duas
dimensões do plano. Existem diversas unidades de medida de área, como, por
exemplo, o hectare, mas, a utilizada no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o
metro quadrado (m ), seus múltiplos e submúltiplos.
Os múltiplos do metro quadrado são: quilômetro quadrado (km ), hectômetro
quadrado (hm ) e o decâmetro quadrado (dam ). Já seus submúltiplos são:
decímetro quadrado (dm ), centímetro quadrado (cm ) e milímetro quadrado
(mm ). Acompanhe os valores de cada um deles na tabela abaixo:

Tabela 4: Múltiplos e submúltiplos do metro


Múltiplos Submúltiplos
𝟏𝐤𝐦𝟐 = 𝟏𝟎𝟔 𝐦𝟐 𝟏𝐝𝐦𝟐 = 𝟏𝟎 𝟐 𝐦𝟐

90
𝟏𝐡𝐦𝟐 = 𝟏𝟎𝟒 𝐦𝟐 𝟏𝐜𝐦𝟐 = 𝟏𝟎 𝟒 𝐦𝟐
𝟐
𝟏𝐝𝐚𝐦 𝟏𝐦𝐦𝟐 = 𝟏𝟎 𝟔 𝐦𝟐
𝟐 𝟐
= 𝟏𝟎 𝐦
Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Muitas vezes precisamos fazer uma conversão dessas medidas de área. Para
isso, podemos nos basear na seguinte Figura:

Figura 25: Conversão dos múltiplos e submúltiplos do metro quadrado.

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Exemplo:

1) Transforme 12,4 dam para decímetro quadrado e para quilômetro quadrado.

Solução: pela tabela acima, para transformar a unidade decâmetro


quadrado para decímetros quadrados, basta multiplicar o número por 10 duas
vezes, que é equivalente a multiplicar por 10000:

12,4 x 10000 = 124000.


Logo, 12,4 dam = 124000 dm .

Já para transformar de decâmetro quadrado para quilômetro quadrado,


basta dividir o número por 10 duas vezes, ou seja, dividir por 10000:

12,4 : 10000 = 0,00124.

Logo, 12,4 dam = 0,00124 km .

91
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UFSC-2011) Um ciclista costuma dar 30 voltas completas por dia no quarteirão


quadrado onde mora, cuja área é de 102400 m . Então, a distância que ele
pedala por dia é de

a) 19200 m
b) 9600 m
c) 38400 m
d) 10240 m
e) 320 m

2. (Enem-2011) Em uma certa cidade, os moradores de um bairro carente de


espaços de lazer reivindicam à prefeitura municipal a construção de uma praça.
A prefeitura concorda com a solicitação e afirma que irá construi-la em formato
retangular devido às características técnicas do terreno. Restrições de natureza
orçamentária impõem que sejam gastos, no máximo, 180 m de tela para cercar
a praça. A prefeitura apresenta aos moradores desse bairro as medidas dos
terrenos disponíveis para a construção da praça.

Terreno 1: 55 m por 45 m.
Terreno 2: 55 m por 55 m.
Terreno 3: 60 m por 30 m.
Terreno 4: 70 m por 20 m.
Terreno 5: 95 m por 85 m.

Para optar pelo terreno de maior área, que atenda às restrições impostas pela
prefeitura, os moradores deverão escolher o terreno.

a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

92
3. (PUC RIO-2008) Um festival foi realizado num campo de 240 m por 45 m. Sabendo
que por cada 2 m havia, em média, 7 pessoas, quantas pessoas havia no festival?

a) 42.007.
b) 41.932.
c) 37.800.
d) 24.045.
e) 10.000.

4. (Faculdade Santo Agostinho BA/2020) Beatriz quer colocar uma fita decorativa ao
redor do tampo de uma mesa redonda.

Para calcular o perímetro da mesa, ela considerou π = 3,1416. Se o raio da mesa


é 95 cm, então o valor inteiro, aproximado, do perímetro da mesa, em metros, é

a) 3 m.
b) 4 m.
c) 5 m.
d) 6 m.
e) 60 m.

5. (UNIRG TO/2020) No livro intitulado “Elementos”, do matemático grego Euclides


de Alexandria (300 a.C), há um quadrado de lado a, a partir do qual Euclides
procura encontrar a área de outro quadrado, destacado em cinza, na figura a
seguir:

93
Desse modo, a área do quadrado destacado em cinza na figura é obtida pela
expressão:

a) a = (a − b) + 2ab
b) (a − b) = a + b − 2ab
c) a = (a − b) − 2ab
d) (a + b) = a + b + 2ab
e) (a + b) = a − b + 2ab

6. (UNEMAT/2015) Na figura plana abaixo, ABCD é um paralelogramo; ABDE, um


retângulo de área 24 cm2 e D é um ponto do segmento EC.

Qual é a área da figura ABCE?

a) 36cm
b) 48cm
c) 52cm

94
d) 44cm
e) 30cm

7. (ENEM-2011) Um mecânico de uma equipe de corrida necessita que as seguintes


medidas realizadas em um carro sejam obtidas em metros:

(a) distância a entre os eixos dianteiro e traseiro.


(b) altura b entre o solo e o encosto do piloto.

Ao optar pelas medidas a e b em metros, obtêm-se, respectivamente,

a) 0,23 e 0,16.
b) 2,3 e 1,6.
c) 23 e 16.
d) 230 e 160.
e) 2 300 e 1 600.

8. Preciso colocar arame farpado em volta de um terreno retangular que mede 0,2
km de largura e 0,3 km de comprimento. Quantos metros de arame farpado
devem usar?

a) 500 m.
b) 600 m.
c) 1000 m.
d) 60000 m.
e) 7000 m.

95
CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO UNIDADE

7.1 INTRODUÇÃO

Nesta unidade, estudaremos as relações métricas e trigonométricas no


triângulo retângulo, que são resultados obtidos da semelhança entre triângulos. Com
base nessas relações, vamos deduzir uma das fórmulas mais famosas da
Matemática, o teorema de Pitágoras.
Esta é uma parte da Matemática com aplicação nas diversas áreas do
trabalho e na resolução de problemas que se apresentam nas atividades do mundo,
como nas Engenharias, na Arquitetura, nas Artes Plásticas, na Medicina e nas
diversas tecnologias.
Para além, é um dos temas mais conhecidos e manipulados por pessoas
comuns, tais como: costureiros, ferreiros, tecelões, marceneiros, pedreiros entre
outros profissionais e dos apreciadores do conhecimento matemático. Neste
módulo, conheceremos essas relações e suas aplicações.

7.2 ARCOS E ÂNGULOS

Seja o arco AB de uma circunferência de centro O. Por definição, a medida


do arco AB é a mesma do ângulo central A𝑂 𝐵.

Figura 1: Medida do arco AB

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

8
7.2.1 Unidades de medidas de arco

As mais usuais são:

 Grau (º): é o ângulo formado por uma das partes em que uma circunferência

fica dividida por 360, ou seja 1° = .

 Radiano (rad): é o ângulo formado por um comprimento de raio igual ao da


circunferência.

Figura 2: Arco em Radianos

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Comprimento da circunferência é, então, 360° = 2𝜋𝑟𝑎𝑑, logo: 180° = 𝜋𝑟𝑎𝑑 e


𝜋 ≅ 3,14.
Quando não se escreve a unidade do ângulo ou arco, por predefinição, a
unidade de medida é o radiano.

Exemplo 1:

Converter: 30° em radianos; basta fazer uma regra de três e aplicar a

a) propriedade fundamental da proporção (1):


30 𝑥 30 ∙ 𝜋𝑟𝑎𝑑 𝜋𝑟𝑎𝑑
= ⇒𝑥= = (1)
180 𝜋𝑟𝑎𝑑 180 6

9
b) Converter em graus (2):
7𝜋 7𝜋𝑟𝑎𝑑
𝑟𝑎𝑑 𝑥 ∙ 180
15 = ⇒ 𝑥 = 15 = 84° (2)
𝜋𝑟𝑎𝑑 180 𝜋𝑟𝑎𝑑

7.3 CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO

Dado um círculo de raio unitário e centro 𝑂, e um sistema de coordenadas


cartesianas ortogonais 𝑥𝑂𝑦, coincidindo o centro da circunferência com a origem
do sistema de coordenadas definimos o círculo trigonométrico cujo sentido positivo
é anti-horário e toma a forma:

Figura 3: Círculo trigonométrico Figura 4: Quadrantes

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

A circunferência fica dividida em 4 regiões denominadas de quadrantes e


numeradas a partir da parte positiva do eixo 𝑥, conforme a figura 4.
Os quadrantes do círculo trigonométrico apresentam as seguintes
extremidades em radianos ou o equivalente em graus:

Figura 5: Extremidade dos Quadrantes

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

10
Um arco de medida 𝛼 será limitado por pontos que denotamos de
extremidades do arco. Um dos pontos pode ser obtido percorrendo a circunferência
a partir da origem, no sentido anti-horário, se 𝛼 for positivo, e no sentido horário se
𝛼 for negativo, de acordo com as figuras.

Figura 6: Sentido do Arco Figura 7: Arco Positivo e Negativo

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Observe na figura abaixo os arcos com extremidades nos pontos 𝑃 e 𝑃 .


É comum o uso da letra grega minúscula para nomear um arco/ângulo.
Observe que a extremidade do arco de 120° ou 𝑟𝑎𝑑 é 𝑃 e 𝑃 é a extremidade do

arco 45° ou 𝑟𝑎𝑑.

7.3.1 Arcos côngruos

São arcos que tem a mesma extremidade e diferem apenas pelo número de
voltas inteiras, por exemplo: Os arcos 𝛼, 𝛽 e 𝛾 são côngruos se:
𝛼 = 70°, 𝛽 = 430° e 𝛾 = 790°; 𝛽 = 360° + 70° uma volta mais 70°; 𝛾 = 2 ∙ 360° +
70° que corresponde a duas voltas mais 70°;
Denomina-se primeira determinação positiva de um arco à medida 𝛼 do arco
côngruo a ele, tal que 0 ≤ 𝛼 < 360° ou 0 ≤ 𝛼 < 2𝜋𝑟𝑎𝑑.

Exemplo 2:

Calcule a 1ª determinação positiva e escreva a expressão geral dos arcos


côngruos ao arco de 1910°.
Solução:

11
1910 ÷ 360 = 5 𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎 110. Isto quer dizer que foram dadas 5 voltas
completas e um arco de volta igual a 110°. Logo a 1ª determinação positiva é
110°. A expressão geral é dada por: 𝛼 = 110° + 𝑘 ∙ 360°, 𝑘 ∈ ℤ.
A medida de um ângulo 𝛼 pode ser obtida pela equação (3):

𝛼 = (3)

Em que : comprimento do arco e 𝑟: raio da circunferência.


Sabendo que o comprimento da circunferência é dado pela relação e
corresponde a uma volta de 360° ou 2𝜋 𝑟𝑎𝑑 (4):
𝐶 = 2𝜋𝑟 (4)

Como cada arco trigonométrico tem como extremidade um único ponto na


circunferência, é comum indicar o arco por esse ponto, então, a cada número real
𝑥 associamos um único ponto na circunferência e esse ponto é a imagem de 𝑥 no
círculo trigonométrico.

7.4 RELAÇÕES MÉTRICAS DO TRIÂNGULO RETÂNGULO

O triângulo retângulo esteve presente nas mais diversas culturas e desde a


antiguidade podemos observar os mosaicos dos egípcios, o uso como medidas pelos
babilônios para cálculos astronômicos e, entre outras civilizações, tem-se registro do
triângulo retângulo no papiro de Rhind de aproximadamente, 1700 anos A.C..
O triângulo retângulo possui um ângulo reto, ou seja, um ângulo de medida
igual a (90º) e por esse motivo recebe o nome de triângulo retângulo. Seus lados têm
nomes especiais, o lado oposto ao ângulo de 90°, o maior lado do triângulo, é
chamado de hipotenusa e os outros dois lados são chamados de catetos. O famoso
teorema de Pitágoras relaciona as medidas dos lados do triângulo retângulo.

7.5 TEOREMA DE PITÁGORAS

Um pouco de História....
Pitágoras foi um filósofo e geômetra grego, nascido na ilha de Samos, por
volta do ano 580 a.C. Fundador da famosa escola pitagórica, que era um centro de
estudo de Filosofia, Matemática, Astronomia e Música. Esse grupo intitulado os
pitagóricos tinha um comportamento misterioso e secreto e deram relevantes

12
contribuições para as ciências e a música. Atribui-se aos Pitagóricos a descoberta
dos números irracionais, o surgimento da raiz quadrada e a escala de tons musicais
e a Pitágoras a descoberta da relação entre as medidas dos lados de um de um
triângulo retângulo, o famoso teorema de Pitágoras, possivelmente, é o resultado
matemático mais conhecido do mundo, com aplicação nos diversos ramos do
conhecimento, como na Geometria, na Trigonometria, na Física, na Engenharia, na
Arquitetura, nas Artes Plásticas e em muitas outras áreas. Ainda tem-se apresentado
como uns dos teoremas mais demonstrados da história por pessoas comuns
utilizando caminhos diferentes.

Esse teorema costuma ser enunciado da seguinte maneira:

 Em um triângulo retângulo o quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma


dos quadrados das medidas dos catetos (5)
ℎ = 𝑎 + 𝑏 (5)
Considere o triângulo retângulo cuja medida dos catetos é 𝑎 e 𝑏 e a medida
da hipotenusa é ℎ.

Figura 8: Elementos do triângulo Figura 9: Teorema de Pitágoras

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Pense uma demonstração para o teorema de Pitágoras!

13
Exemplo 3:
Considere um quadrado ABCD cujo lado mede e a diagonal com medida
𝑑. Determine a relação entre a diagonal 𝑑 e o lado .
Solução: considerando o triângulo retângulo ABC e aplicando o teorema
de Pitágoras, obtemos (6):

Figura 10: Quadrado ABCD


𝑑 = +

𝑑 =2 ⇒𝑑= 2 (6)
𝑑 = √2

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Vimos que o teorema de Pitágoras calcula a diagonal de um quadrado de


lado . E vários outros elementos da geometria plana e espacial.

Qual a relação que expressa a altura de um triângulo equilátero de lado l? E como ficaria
a altura de um cone reto, cuja a base é uma circunferência de raio r e o segmento de
reta que tem extremidades o vértice do cone e um ponto da circunferência da base é a
geratriz, representada por g.

14
Exemplo 4:

Dois ciclistas A e B partem em sentidos diferentes: o primeiro para o norte e


o segundo para o leste, o ciclista A com velocidade constante de 30 Km/h e o
ciclista B com velocidade constante de 40 Km/h. Qual será a distância entre eles
após 6 horas?

Solução:

Velocidade do ciclista A (7):


𝑽𝑨 = 𝟑𝟎 𝒌𝒎/𝒉
𝑽𝑩 = 𝟒𝟎 𝒌𝒎/𝒉(𝟕)
𝒕 =𝟔𝒉
Vamos supor que tenhamos um terceiro ciclista 𝐶 que após 6 horas
encontre o ciclista A e caminha na direção do ciclista B, quando este atinge 6
horas também, então obtemos a velocidade do ciclista 𝐶 pelo teorema de
Pitágoras, de acordo com o esquema (8).

Para o cálculo da
𝐕𝐂𝟐 = 𝐕𝐀𝟐 + 𝐕𝐁𝟐
distância utiliza-se:
𝐕𝐂𝟐 = 𝟑𝟎𝟐 + 𝟒𝟎𝟐
𝑑 = 𝑣. 𝑡 ,
𝐕𝐂𝟐 = 𝟗𝟎𝟎 + 𝟏𝟔𝟎𝟎(8)
então temos (9):
𝐕𝐂𝟐 = 𝟐𝟓𝟎𝟎
𝐕𝐂 = √𝟐𝟓𝟎𝟎 𝐝𝐂 = 𝟓𝟎. 𝟔
𝐕𝐂 = 𝟓𝟎 𝐤𝐦/𝐡 𝐝𝐂 = 𝟑𝟎𝟎 𝐤𝐦 (𝟗)

15
Uma outra maneira de resolver o problema é calcular as distâncias dos ciclistas
e em seguida aplicar o teorema de Pitágoras, lembrando que, além do teorema de
Pitágoras, existem outras equações métricas entre os elementos de um triângulo
retângulo, veremos na sequência.

7.5.1 Outras Relações Métricas do Triângulo Retângulo

Considere o triângulo retângulo de vértices ABC, o ângulo de vértice 𝐴


medindo 90° e ℎ a altura relativa a hipotenusa 𝐶𝐵. Ainda, considere os segmentos 𝑚
e 𝑛 como sendo a projeção dos catetos 𝑏 e 𝑐, respectivamente, sobre a hipotenusa
de medida 𝑎.

Figura 11: Projeções dos catetos e altura do triângulo retângulo

Fonte : Elaborado pelo Autor (2021)

As quatros relações podem ser demonstradas a partir da semelhança de


triângulos, sabendo que em todo triângulo retângulo, a altura relativa à hipotenusa
divide o triângulo dado em dois outros triângulos retângulos, semelhantes entre si e
semelhantes ao triângulo retângulo original, dessa maneira definimos (10):

𝒃𝟐 = 𝒂 ∙ 𝒎
𝒄𝟐 = 𝒂 ∙ 𝒏 (10)
𝒉𝟐 = 𝒎 ∙ 𝒏
𝒃∙𝒄=𝒂∙𝒉

16
Exemplo 5:

Determine as medidas dos catetos, a hipotenusa e a altura 𝐻.

𝑩𝑪 = 𝒁: Hipotenusa (11) 𝒙:cateto (12) 𝒚:cateto (13) 𝑯: altura (14)


𝒁 = 𝟏, 𝟖 + 𝟑, 𝟐 = 𝟓𝒄𝒎 (11) 𝒃𝟐 = 𝒂 ∙ 𝒎 𝒄𝟐 = 𝒂 ∙ 𝒏 𝑯𝟐 = 𝒎 ∙ 𝒏
𝒙𝟐 = 𝟓 ∙ 𝟏, 𝟖 𝒚𝟐 = 𝟓 ∙ 𝟑, 𝟐 𝑯𝟐 = 𝟏, 𝟖 ∙ 𝟑, 𝟐
𝒚𝟐 = 𝟏𝟔(13)
𝒙𝟐 = 𝟗(12) 𝑯𝟐 = 𝟓, 𝟕𝟔(14)
𝒚 = √𝟏𝟔
𝒙 = √𝟗 𝑯= 𝟓, 𝟕𝟔
𝒚 = 𝟒 𝒄𝒎
𝒙 = 𝟑 𝒄𝒎 𝑯 = 𝟐, 𝟒 𝒄𝒎

7.6 TRIGONOMETRIA NOS TRIÂNGULOS

O termo trigonometria está associado ao triângulo e suas medidas, palavra de


origem grega em que: tri = três, gono = ângulos/lados e metria = medidas.
A medida trigonométrica surgiu 300 a.C entre os gregos para resolver
problemas de astronomia. Por volta do ano de 150 d.C há registros do seu uso nos
mapas de Ptolemaios onde a trigonometria aparece para o cálculo de latitude e
longitude. Em seguida há registros da utilização das relações trigonométrica nos
estudos astrológicos na Índia, mas foi desenvolvida mesmo pelos Islâmicos, no ano de
800 aplicada na cartografia e na astronomia e com os Portugueses é aplicada nas
navegações com um forte valor econômico e se constituiu numa ferramenta muito
importante para a evolução da Matemática e para resolução de problemas como
a determinação de alturas e distâncias, por exemplo: o cálculo da altura do espigão,
um edifício que fica no bairro caiçara em BH, ou ainda, a largura da lagoa da
Pampulha, o nivelamento da calçada com a inclinação da rua entre outras
aplicações do cotidiano.

17
7.6.1 Razões Trigonométricas de um Ângulo Agudo

Considere o círculo trigonométrico abaixo, o ângulo de medida 𝜃 e raio 𝑂𝐴,


definimos os elementos:
ΔOAB: triângulo retângulo em B.
𝑂𝐴: raio/hipotenusa
𝐴𝐵: cateto oposto
𝑂𝐵 : cateto adjacente

Figura 14: Razões Trigonométricas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

A projeção do raio 𝑂𝐴 sobre o eixo das abcissas (x) define 𝑂𝐵 , então a razão
entre 𝐴𝐵 e 𝑂𝐴 é igual ao seno de 𝜃.
A projeção do raio 𝑂𝐴 sobre o eixo das ordenadas (y) define 𝐴𝐵, então a razão
entre 𝑂𝐵 e 𝑂𝐴 é igual ao cosseno de 𝜃.
E a razão entre 𝐴𝐵 e 𝑂𝐵 determina a tangente de 𝜃.
Podemos escrever (15):

𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒐 𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐 𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒐 𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆


𝒔𝒆𝒏 𝜽 = 𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒂 𝒉𝒊𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒖𝒔𝒂
𝒄𝒐𝒔 𝜽 = 𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒂 𝒉𝒊𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒖𝒔𝒂
𝑻𝒈 𝜽 =
𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒐 𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐
𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒐 𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆
(15)

7.6.2 Identidades Trigonométricas

Uma identidade é uma igualdade, que é sempre verdadeira, independente

18
dos valores atribuídos a variável.
Ainda podemos definir, utilizando a semelhança de triângulo as razões

𝟏
Secante: o inverso do cosseno: 𝐬𝐞𝐜 𝜽 = 𝐜𝐨𝐬 𝜽
𝟏
Cossecante: o inverso do seno: 𝐜𝐨𝐬𝐬𝐞𝐜 𝜽 = 𝐬𝐞𝐧 𝜽

7.6.3 Relação Trigonométrica Fundamental

Considerando o ciclo trigonométrico da figura e definindo o arco 𝜃 = 𝑥.


Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo formado, temos (16):

(𝒔𝒆𝒏𝒙)𝟐 + (𝒄𝒐𝒔𝒙)𝟐 = 𝟏𝟐
𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 + 𝐜𝐨𝐬 𝟐 𝒙 = 𝟏 (16)

Essa é a relação denominada relação fundamental, válida para todos valores


de 𝑥.
Derivam da relação trigonométrica fundamental (17;18):

𝒕𝒂𝒏𝟐 𝒙 + 𝟏 = 𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝒙 (17)


𝒄𝒐𝒕𝒈𝟐 𝒙 + 𝟏 = 𝒄𝒐𝒔𝒔𝒆𝒄𝟐 𝒙 (18)

 A primeira identidade é obtida dividindo a relação fundamental por cos 𝑥.


 A segunda identidade é obtida dividindo a relação fundamental por sen 𝑥.

Exemplo 6:

a) Simplifique a expressão 𝑠𝑒𝑛𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛𝑥

Solução:
Usando a relação fundamental trigonométrica, temos (19):
𝐬𝐞𝐧𝐱 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝟐 𝐱 − 𝐬𝐞𝐧𝐱

19
𝐬𝐞𝐧𝐱 ∙ 𝟏 − 𝐬𝐞𝐧𝟐 𝐱 − 𝐬𝐞𝐧𝐱 𝐬𝐮𝐛𝐬𝐭𝐢𝐭𝐮𝐢𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐬𝟐 𝐱 = (𝟏 − 𝐬𝐞𝐧𝟐 𝐱) (19)
𝐬𝐞𝐧𝐱 − 𝐬𝐞𝐧𝟑 𝐱 − 𝐬𝐞𝐧𝐱 𝐚𝐩𝐥𝐢𝐜𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐝𝐢𝐬𝐭𝐫𝐢𝐛𝐮𝐭𝐢𝐯𝐚
−𝐬𝐞𝐧𝟑 𝐱 ∎
b) Mostre que 𝑠𝑒𝑐𝑥 − 𝑐𝑜𝑠𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥 ∙ 𝑡𝑔𝑥

Solução :
Desenvolvendo o lado esquerdo temos (20):
𝟏 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝟐 𝒙 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 𝒔𝒆𝒏𝒙
− 𝒄𝒐𝒔𝒙 = = = 𝒔𝒆𝒏𝒙 ∙ = 𝒔𝒆𝒏𝒙 ∙ 𝒕𝒈𝒙 (𝟐𝟎)
𝒄𝒐𝒔𝒙 𝒄𝒐𝒔𝒙 𝒄𝒐𝒔𝒙 𝒄𝒐𝒔𝒙

c) Dado 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = , com 0 < 𝑥 < , calcule 𝑐𝑜𝑠𝑥.

Solução:
Usando a relação fundamental trigonométrica, temos (21):
𝟐
𝟑 𝟗 √𝟕
+ 𝐜𝐨𝐬 𝟐 𝒙 = 𝟏 ⇒ + 𝐜𝐨𝐬 𝟐 𝒙 = 𝟏 ⇒ 𝐜𝐨𝐬 𝒙 = ∓ (𝟐𝟏)
𝟒 𝟏𝟔 𝟒

Como 0 < 𝑥 < , temos que o arco pertence ao 1º quadrante, onde o 𝑐𝑜𝑠𝑥

é positivo, logo cos 𝑥 =

7.6.4 Tabela Trigonométrica

Para cada ângulo do triângulo retângulo associamos um único valor para o


seno, o cosseno e a tangente. A tabela a seguir mostra esses valores para alguns
arcos notáveis. Esses valores podem ser obtidos por meio de uma tabela ou pelo uso
de uma calculadora científica.

Tabela 1: Valores dos Arcos Notáveis


𝝅 𝝅 𝝅 𝝅 𝟑𝝅
0° = 0 30°= 45°= 60°= 90°= 180°= 𝝅 270°= 360°=2 𝝅
𝟔 𝟒 𝟑 𝟐 𝟐
1 √2 √3
Sen 0 1 0 -1 0
2 2 2
√3 √2 1
Cos 1 0 -1 0 1
2 2 2
√3
Tg 0 1 √3 ∄ 0 ∄ 0
3
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

20
Exemplo 7:

(UFG-adaptada) Uma pessoa deseja subir uma rampa de comprimento 𝑑


que forma um ângulo 𝛼 com a horizontal. Após subir a rampa, esta pessoa estará
ℎ metros acima da posição em que se encontrava inicialmente.

a) Represente a situação por meio de um desenho.


b) Qual é a relação existente entre os valores de d, h e 𝛼?
c) Considerando 𝛼 = 30° e ℎ = 3 𝑚, qual é o valor de d?

Solução:

d) Esboço do problema

A relação que existe são as relações trigonométricas, seno, cosseno e


tangente.
Uma das maneiras de obter d é aplicando o seno (22).

Figura 15: exemplo7

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐜𝐚𝐭𝐞𝐭𝐨 𝐨𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐡 𝟑 𝟏 𝟑


𝐬𝐞𝐧 𝛉 = 𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐚 𝐡𝐢𝐩𝐨𝐭𝐞𝐧𝐮𝐬𝐚
⇒ 𝐬𝐞𝐧 𝟑𝟎° = 𝐝 ⇒ 𝐬𝐞𝐧 𝟑𝟎° = 𝐝 ⇒ 𝟐
= 𝐝 ⇒ 𝐝 = 𝟔 𝐦 (𝟐𝟐)

Exemplo 8:

Um barco parte de um ponto A para atravessar o rio. A direção do seu


deslocamento forma um ângulo de 120° com o mesmo rio. Sendo a largura do rio
60 m, qual a distância percorrida pelo barco no sentido da correnteza?
Solução: Nos ajuda pensar quando realizamos um esboço do problema,
observe estamos interessados na distância 𝑦, que representa o cateto adjacente
em relação ao ângulo de 60°, então utilizando a tangente, temos (23):

21
Figura 16: exemplo 8

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

𝑡𝑔 𝜃 = ⇒ 𝑡𝑔 60° = ⇒ √3 = ⇒ 𝑦= ⇒ 𝑦 = 20√3 𝑚(23)


7.7 SENO E COSSENO DE ÂNGULOS

Estudamos as razões trigonométricas de um ângulo agudo, mas como seria


para um ângulo obtuso?
Se 𝜃 é a medida de um ângulo obtuso, isto é, 90° < 𝜃 < 180° então a medida
do ângulo agudo suplementar é 180° − 𝜃. Então podemos mostrar que:

I. O seno de um ângulo obtuso é igual ao seno do ângulo agudo suplementar


(24):
𝒔𝒆𝒏 𝜽 = 𝒔𝒆𝒏(𝟏𝟖𝟎° − 𝜽) (24)
II. O cosseno de um ângulo obtuso é igual ao oposto do cosseno do ângulo
agudo suplementar (25):
𝒄𝒐𝒔𝒔𝒆𝒏𝒐 𝜽 = −𝒄𝒐𝒔(𝟏𝟖𝟎° − 𝜽)(𝟐𝟓)

7.7.1 Cálculo do seno, cosseno e da tangente na calculadora científica

Nos dias de hoje com os avanços tecnológicos as calculadoras científicas são


de fácil acesso, encontradas no celulares e online, possibilitando os cálculos do seno,
cosseno e da tangente.

22
Para determinar o seno, cosseno, tangente ou mesmo as medidas das inversas
trigonométricas, primeiramente selecionamos a medida da unidade do arco, para
isso basta escolher uma das opções que será fornecida ao apertar a tecla Mode
obtendo:

1 DEG 2 RAD 3 GRADO

Se o ângulo for dado em graus você devera selecionar a opção 1 (DEG), caso
a medida do ângulo seja radianos, escolha a opção 2 (Rad), digitando o número 2,
por exemplo o cos60° = 0,5. Primeiramente a sigla DEG deverá estar ativa, em seguida
selecione a função cosseno digita 60 e aperte o igual. Caso a medida do ângulo seja
radianos, selecione a opção Rad, em seguida a tecla cos e digite em seguida a

função igual, no visor aparece a expressão cos = 0,5

7.8 LEI DOS COSSENOS

A lei dos cossenos é uma relação matemática para o cálculo das medidas dos
lados e dos ângulos de um triangulo qualquer, inspirada no teorema de Pitágoras, de
fato a lei dos cossenos é frequentemente chamada de “teorema de Pitágoras
generalizada”, pois contém o teorema clássico como um caso especial. A lei dos
cossenos é ferramenta necessária para resolver os casos de semelhança de triângulo
LAL(lado-ângulo-lado) e LLL(lado-lado-lado).
Considere o Δ𝐴𝐵𝐶 qualquer, com as medidas dos lados e dos ângulos de
acordo com a figura, definimos (26;27;28):

Figura 17: Lei dos Cosseno

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐 ∙ 𝒃 ∙ 𝒄 ∙ 𝒄𝒐𝒔𝑨 (26)
𝒃 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐 ∙ 𝒂 ∙ 𝒄 ∙ 𝒄𝒐𝒔𝑩 (27)

23
𝒄𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐 ∙ 𝒂 ∙ 𝒃 ∙ 𝒄𝒐𝒔𝑪 (28)

Em um triangulo qualquer, o quadrado da medida de um lado é igual à soma


dos quadrados das medidas dos outros dois lados, menos duas vezes o produto das
medidas desses lados pelo cosseno do ângulo formado por eles.

7.9 LEI DOS SENOS

Já sabemos que com a trigonometria podemos encontrar as partes do


triângulo, lembrando que um triângulo tem seis partes: três lados e três ângulos, uma
vez que a congruência é estabelecida e para isso basta fixar três partes
correspondentes. Para que isso corra faz-se necessário dois ângulos e um lado de um
triângulo para determinar sua forma e seu tamanho. A lei dos senos estabelece que
a razão do seno de um ângulo em relação ao comprimento do seu lado oposto é a
mesma para todos os três ângulos de um triângulo qualquer, dessa maneira temos
que:
Em um triangulo qualquer A, B e C com as medidas dos lados opostos a, b e c,
respectivamente definimos (29):

𝐬𝐞𝐧𝐀 𝐬𝐞𝐧𝐁 𝐬𝐞𝐧𝐂


𝐚
= 𝐛
= 𝐜
(29)

Essa igualdade estabelece proporções em que dados três elementos de um


triângulo qualquer pode-se obter o quarto elemento.

24
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Qual das alternativas abaixo, representa o seno do maior ângulo de um triângulo


cujos lados medem 4, 6 e 8 metros.


a)

b)

c)

d)

e)

2. Se o ângulo 𝜃 pertence ao intervalo [0, ] e satisfaz a equação 𝑠𝑒𝑛 𝜃 − cos 𝜃 = ,

então o valor da tangente de 𝜃 é dada pelo item?

a)

b)

c)

d)

e)


3. Sabendo que cos 𝛼 = e que o 𝑠𝑒𝑛 𝛼 = − , podemos afirmar corretamente que

cos 0 + + 𝑠𝑒𝑛 0 + é igual a: 1

a) 0

b) − −

c) +

d) −

e) − +

25
4. (EEAR- 2019) Analisando a figura, pode-se afirmar corretamente que o valor de 𝑥
é:

a) 16 − √2
b) 6√2 − 4
c) 6(2 − √2)
d) 12 − 2√2

e) 4 2 − √2

5. Um avião voa em velocidade e altitude constantes, segundo uma reta que o


levará a passar diretamente sobre uma estação de radar no solo. No instante em
que o avião está a 18.000 metros acima dela, um observador nela postado, com
auxílio de aparelhos, percebe que o ângulo de elevação do avião é de 30° e que
está aumentado a razão de 0,5° por segundo. Qual será o deslocamento
horizontal desse avião, passado meio minuto. Considere √3 ≅ 1,71.

a) 36.000 m
b) 31.177 m
c) 25.456 m
d) 13.140
e) 6588

6. No triângulo a seguir temos dois ângulos, um medindo 45°, outro medindo 105°, é
um dos lados medindo 90 metros. Com base nesses valores determine a medida
de 𝑥.

26
a) 100√2
b) 200√2
c) 90√2
d) 25
e) 100

7. Em uma fazenda, uma estrada reta que liga duas porteiras A e B, outra estrada
reta liga B a uma porteira C, sendo 𝐶𝐵 = 5 𝑘𝑚 , 𝐵𝐴 = 10√3 𝑘𝑚 e 𝐴𝐵𝐶 = 150° .
Calcule a distância entre os pontos 𝐴 e 𝐶 em 𝑘𝑚.

a) 5√19
b) 5√7
c) 9√3
d) 25
e) 10

8. Seja 𝑀= , com 𝑥≠ , 𝑘 ∈ ℤ. Utilizando-se as identidades

trigonométricas, pode-se considerar 𝑀 é igual a:

a) 𝑠𝑒𝑛 𝑥
b) cos 𝑥
c) cos 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝑥
d) cossec 𝑥
e) sec 𝑥

27
FUNÇÃO UNIDADE

8.1 INTRODUÇÃO

A matemática e suas aplicações estão repletas de relações entre grandezas


com as quais as variáveis quantitativas estão relacionadas. O estudo de funções é a
base para o cálculo diferencial e Integral com a aplicação nos fenômenos físicos,
químicos e biológicos.
Uma maneira intuitiva de compreender o conceito de função é no cálculo da
área de um quadrado. Pense em um quadrado com a medida do lado 𝑥 metros, a
área, representada por 𝐴 equivale ao produto do comprimento pela largura, então
podemos escrever 𝐴 = 𝑥 . Observe nessa relação que a área depende da medida
do lado, e que para cada valor de 𝑥 associamos um único valor para a área 𝐴.
Podemos concluir que a associação entre a área e a medida do lado de um
quadrado estabelece uma relação denominada função, formada por pares
ordenados (𝑥, 𝐴).

 Definição: uma função de um conjunto 𝐴 em um conjunto 𝐵 , não vazios, é uma


lei que associa a todo elemento de 𝐴 um único elemento em 𝐵.

Escrevemos função definida de 𝑨 em 𝑩 e representamos por: 𝒇: 𝑨 → 𝑩

Toda função é uma relação binária de 𝐴 em 𝐵, portanto toda função é um


conjunto de pares ordenados.
Existe uma lei 𝑦 = 𝑓(𝑥) aberta que, dado o elemento 𝑥 ∈ 𝐴 determina-se o
elemento 𝑦 ∈ 𝐵, tal que (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑓, então escrevemos 𝑓 = {(𝑥, 𝑦)|𝑥 ∈ 𝐴, 𝑦 ∈ 𝐵 𝑒 𝑦 = 𝑓(𝑥)}

28
Dados os conjuntos 𝐴 e 𝐵, a função 𝑓 tem a lei de correspondência 𝑦 = 𝑓(𝑥).

Denominamos o conjunto 𝐴 de domínio da função e o conjunto 𝐵 , de todos


os valores produzidos por meio da lei de associação, chamamos de conjunto
imagem. Às vezes, a função está definida de um conjunto 𝐴 para um conjunto 𝐶,
de modo que esse conjunto 𝐶, não seja o conjunto imagem, e sim um conjunto que
contém a imagem que é denominado de contradomínio, ou seja, o conjunto
imagem é um subconjunto do conjunto contradomínio.

8.1.1 Representação de uma Função

Uma função pode ser representada por meio de:

I. Uma expressão algébrica, uma lei de formação que associa o elemento 𝑥 ao


elemento 𝑦, como por exemplo: 𝑦 = 2𝑥 + 1
II. Por um diagrama de flechas que partem do 1° conjunto(domínio) e chegam
ao 2° conjunto (imagem).
III. Por meio de um gráfico.

Utilizando a notação de diagrama, veremos quais as condições para que


uma relação 𝑓 de 𝐴 em 𝐵 seja uma função:

Figura 18: Representação de uma Função por diagrama

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

29
I. É necessário que todo elemento 𝑥 ∈ 𝐴 participe de pelo menos um par
ordenado (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑓, com 𝑦 ∈ 𝐵, isso significa, que todo elemento de 𝐴 deve
servir como ponto de partida da flecha.
II. É necessário que todo elemento 𝑥 ∈ 𝐴 participe de apenas um único par
ordenado (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑓, isto é, cada elemento de 𝐴 deve servir como ponto de
partida de uma única flecha.

Para que uma relação seja uma função ela tem que satisfazer,
necessariamente as condições descritas acima.

8.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA FUNÇÃO

Toda função estabelece um relação biunívoca entre os conjuntos definindo


pares ordenados (𝑥, 𝑦), em que 𝑥 representa os elementos do domínio e 𝑦 representa
os elementos da imagem e (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑓. Esses pares ordenados representam pontos no
plano cartesiano. A união desses pontos definem o gráfico da função.

Para verificar se uma expressão algébrica é uma função é necessário escrever


a lei na forma 𝑦 = 𝑓(𝑥) e verificar que não haja ambiguidade quanto ao resultado de
𝑦, como por exemplo em 𝑦 = 𝑥 , para explicitarmos 𝑦, produzimos uma
ambiguidade: 𝑦 = ± 𝑥.
Outra maneira de verificar se uma relação é uma função graficamente, basta
traçar retas paralelas ao eixo 𝑦 (teste das retas verticais) e observar se essas retas
encontram sempre o gráfico da função em um único ponto, em caso afirmativo o
gráfico representa uma função.

30
8.2.1 Domínio e Imagem

As funções que apresentam maior interesse na Matemática são as funções


numéricas, isto é, aquelas em que o domínio 𝐴 e o contradomínio 𝐶, são
subconjuntos de ℝ.

Podemos observar que uma função 𝑓 fica completamente definida quando


são dados o seu domínio 𝐷 , o contradomínio 𝐶𝐷 e a lei de correspondência 𝑦 = 𝑓(𝑥).
A menos que tenhamos um modelo que necessita de um domínio restrito, como é o
caso do exemplo do quadrado no início da unidade, em que a variável 𝑥, assume
somente valores positivos, pois representa a medida do lado do quadrado.
Assumiremos que o domínio da função definida por uma expressão algébrica é um
subconjunto dos números reais, de acordo com as principais restrições:

I. Raiz de índice par e radicando negativo;


II. Zero no denominador
III. Raiz de índice par e radicando negativo no denominador;

Exemplo 10:

1) Encontre o domínio da função (30):

𝒇(𝒙) = √𝒙 + 𝟐 (30)

Solução:

A expressão dentro do radical não pode ser negativa, ou seja 𝑥 + 2 ≥ 0,


então 𝑥 ≥ −2.

2) O domínio de 𝑓 é o intervalo [−2, +∞) ou escrevemos: 𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ|𝑥 ≥ −2}(31)

√𝟐𝒙
𝒈(𝒙) = 𝒙 𝟏
(31)

31
Solução:

A expressão dentro do radical não pode ser negativa, ou seja, 2𝑥 ≥ 0, então


𝑥 ≥ 0. Ainda, o denominador de uma função não pode ser zero, portanto, 𝑥 ≠ 1.

3) Logo, o domínio de 𝑔 é o intervalo [0, +∞) , excluindo o número 1, o qual


podemos escrever: [0, 1[ ∪ ]1, +∞) ou escrevemos: 𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ|𝑥 > 0 𝑜𝑢 𝑥 ≠ 1} (32)

𝒙
𝒉(𝒙) = (32)
√𝒙 𝟑

Solução:

A expressão dentro do radical não pode ser negativa, além disso a raiz está
no denominador, ou seja, o denominador tem que ser diferente de zero, logo 𝑥 −
3 > 0, então 𝑥 > 3. O domínio de 𝑓 é o intervalo ]3, +∞) ou escrevemos (33):
𝑫𝒇 = {𝒙 ∈ ℝ|𝒙 > 𝟑} (33)

 Funções Iguais

Sejam as funções 𝑓: 𝐴 → 𝐵 e 𝑔: 𝐶 → 𝐷. Duas funções são iguais se, e somente


se, apresentarem:

1) Domínios iguais;
2) Contradomínio iguais;
3) 𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) para todo 𝑥 do domínio.

 Funções Crescente, Decrescente e Constante

Outro conceito de função que é fácil de entender graficamente ou por meio


de uma tabela é a propriedade de ser crescente decrescente ou constante em um
intervalo do domínio.

32
Figura 19: Função Crescente, Decrescente e Constante

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Tabela 2: Representação de valores das funções acima

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

 Definições:

Uma função 𝑓 é crescente sobre um intervalo se, para dois valores quaisquer
𝑥 e 𝑥 pertencentes ao domínio, com 𝑥 < 𝑥 tivermos 𝑦 < 𝑦 sendo 𝑦 e 𝑦 as
imagens correspondentes a 𝑥 e 𝑥 .
Uma função 𝑓 é decrescente sobre um intervalo se, para dois valores
quaisquer 𝑥 e 𝑥 pertencentes ao domínio, com 𝑥 < 𝑥 tivermos 𝑦 > 𝑦 sendo 𝑦 e
𝑦 as imagens correspondentes a 𝑥 e 𝑥 .
Uma função 𝑓 é constante sobre um intervalo se, para dois valores quaisquer
𝑥 e 𝑥 , distintos, pertencentes ao domínio, com 𝑥 < 𝑥 tivermos uma variação nula
para 𝑦 e 𝑦 , ou seja, valores distintos do domínio tem imagens iguais.

 Simetria

A simetria pode ser caracterizada graficamente, algebricamente ou

33
numericamente. Existem três tipos particulares;
1) Simetria com relação ao eixo vertical – Eixo 𝒀

Considere a função 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐

Graficamente o desenho é o mesmo quando olhamos do lado esquerdo e


direito do eixo 𝑦. Numericamente a tabela toma o aspecto:

Figura 20: Simetria em Y

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Numa análise algébrica podemos observar que para todos os valores 𝑥 do


domínio de 𝑓 temos que 𝑓(𝑥) = 𝑓(−𝑥), funções que assumem essa propriedade são
chamadas de funções pares.

2) Simetria com relação ao eixo horizontal – Eixo 𝑿

Graficamente o desenho é o mesmo quando olhamos acima ou abaixo do


eixo 𝑥, ou seja, o gráfico fica divido em relação ao eixo 𝑥, que é a reunião dos pontos
médios dos segmentos paralelos ao eixo y com extremidades na curva.
Numericamente a tabela toma os aspectos:

34
Figura 21: Simetria em X

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Numa análise algébrica podemos observar que gráficos com este tipo de
simetria não são de funções, mas podemos dizer que (𝑥, −𝑦) está sobre o gráfico
quando (𝑥, 𝑦) também está.

A simetria em relação ao eixo X formam curvas que não satisfazem as condições de uma
função. Você saberia por quê? Como poderíamos restringir a curva para torna-la uma
função?

 Simetria em relação a origem

O gráfico toma o mesmo aspecto quando olhamos tanto o seu lado esquerdo
para baixo como seu lado direito para cima.
Algebricamente os valores 𝑥 do domínio de 𝑓, assume 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥), funções
desse tipo são denominadas de funções ímpares. Numericamente a tabela toma os
aspectos.

Figura 22: Simetria em Relação a Origem

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

35
 Funções Limitadas

O conceito de função limitada é facilmente observado, tanto


algebricamente como graficamente, como podemos observar nas figuras abaixo:
Uma função 𝑓 é limitada inferiormente se existe algum número 𝑏 que seja
menor ou igual a todo número da imagem de 𝑓. Qualquer que seja o número 𝑏, este
é chamado de limite inferior de 𝑓.
Uma função 𝑓 é limitada superiormente se existe algum número 𝑐 que seja
maior ou igual a todo número da imagem de 𝑓. Qualquer que seja o número 𝑐, este
é chamado de limite superior de 𝑓.
Agora, dizemos que uma função é limitada se ela é limitada das duas formas,
inferior e superiormente e ainda a função pode ser limitada para um intervalo do
domínio.

Figura 23: Funções Limitadas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

 Extremos Locais e Absoluto

Um outro conceito muito importante para compreendermos o


comportamento de uma função são os pontos de máximo e mínimo locais. Esses
pontos são mais fácil de se ver graficamente do que descrever algebricamente.
Um máximo local de uma função 𝑓 é o valor de 𝑓(𝑐) que é maior ou igual a
todos os valores da imagem de 𝑓 sobre algum intervalo aberto contendo 𝑐. Agora,
se 𝑓(𝑐) é maior ou igual a todos os valores da imagem de 𝑓, então 𝑓(𝑐) é o valor
máximo absoluto de 𝑓.
Já o mínimo local de uma função 𝑓 é o valor de 𝑓(𝑐) que é menor ou igual a

36
todos os valores da imagem de 𝑓 sobre algum intervalo aberto contendo 𝑐. Agora,
se 𝑓(𝑐) é menor ou igual a todos os valores da imagem de 𝑓, então 𝑓(𝑐) é o valor
mínimo absoluto de 𝑓.

Figura 24: Extremos

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

 Assíntotas - Horizontal e Vertical

A reta 𝑦 = 𝑏 é uma assíntota horizontal do gráfico de uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) se


𝑓(𝑥) se aproxima do limite 𝑏 quando 𝑥 tende a mais infinito (+∞) ou a menos infinito
(−∞), na notação de limite, temos (34):

𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = 𝒃 ou 𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = 𝒃 (34)


𝒙→ 𝒙→

A reta 𝑥 = 𝑎 é uma assíntota vertical do gráfico de uma de uma função 𝑦 =


𝑓(𝑥) se 𝑓(𝑥) tende a mais infinito (+∞) ou a menos infinito (−∞), quando 𝑥 se
aproxima de 𝑎 tanto pela esquerda como pela direita, na notação de limite, temos

37
(35):
𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = ±∞ ou 𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = ±∞ (35)
𝒙→𝒂 𝒙→𝒂

Podemos observar no gráfico da função abaixo uma assíntota vertical em 𝑥 =


−1, o quociente não está definido para esse valor. Nesse mesmo gráfico, temos
também uma assíntota horizontal em 𝑦 = 0, pois quando 𝑥 → +∞, o quociente é zero.

Figura 25: Assíntotas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

As retas 𝑥 = −1 e 𝑦 = 0, são as duas asiintotas vertical e horizontal da função.

 Função Sobrejetiva

Quando contradomínio de uma função é igual a sua imagem dizemos que a


função é sobrejetiva.

 Função Injetiva

Uma função 𝑓 é injetiva se dados dois pontos 𝑥 e 𝑥 do domínio com 𝑥 ≠ 𝑥


tem-se 𝑓(𝑥 ) ≠ 𝑓(𝑥 ).

 Função Bijetiva

Dizemos que uma função é bijetiva quando ela é ao mesmo tempo injetiva e

38
sobrejetiva, ou seja, as duas condições são satisfeitas (35):
𝑰𝒎𝒇 = 𝑪𝑫
𝒙𝟏 ≠ 𝒙𝟐 ⇒ 𝒇(𝒙𝟏 ) ≠ 𝒇(𝒙𝟐 ) (35)

 Função Inversa

Diz-se que uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é inversível se a cada elemento 𝑦 do


contradomínio B estiver associado a um único elemento 𝑥 do domínio 𝐴, tal que 𝑦 =
𝑓(𝑥).
Podemos, então, pensar em uma função 𝑔: 𝐵 → 𝐴 , que a cada 𝑦 em 𝐴 associe
um único elemento 𝑥 em 𝐵, que é associado a 𝑦 em 𝑓, ou seja (36):

𝒙 = 𝒈(𝒚) ⇔ 𝒚 = 𝒇(𝒙) (36)

A função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é injetora, logo admite inversa denotada por (37):

𝒇 𝟏
: 𝑩 → 𝑨 tal que 𝒇 𝟏
= 𝒙 ⇔ 𝒇(𝒙) = 𝒚 (𝟑𝟕)

Exemplo 11:

Verifique se a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2, com 𝐷 = ℝ e 𝐶𝐷 = ℝ é inversível (37;38).

Solução:

Podemos ver que a cada 𝑦 ∈ ℝ está associado a um único elemento 𝒙 =


𝒚 − 𝟐 ∈ ℝ, tal que 𝒇(𝒙) = 𝒇(𝒚 − 𝟐) = 𝒚 (37)
Ainda para 𝒙𝟏 , 𝒙𝟐 ∈ ℝ, com 𝒙𝟏 ≠ 𝒙𝟐 tem-se 𝒙𝟏 + 𝟐 ≠ 𝒙𝟐 + 𝟐 e portanto 𝒇(𝒙𝟏 ) ≠
𝒇(𝒙𝟐 ) e 𝒇 𝟏
(𝒚) = 𝒙 − 𝟐. ∎ (38)

8.3 FUNÇÃO POLINOMIAL DO PRIMEIRO GRAU

As funções polinomiais estão entre as mais familiares de todas as funções.

 Definição de uma Função Polinomial

Seja 𝑛 um número inteiro não negativo e sejam 𝑎 , 𝑎 , 𝑎 ,..., 𝑎 , 𝑎 , números


reais com 𝑎 ≠ 0. A função dada por 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + ⋯ + 𝑎 𝑥 + 𝑎 é uma

39
função polinomial de grau 𝑛.
A função zero dada por 𝑓(𝑥) = 0 é uma função polinomial, ela não tem grau
nem coeficiente principal. Já a função constante assume a forma 𝑓(𝑥) = 𝑎, em que
𝑎 ∈ ℝ, isso significa que todo elemento 𝑥 do domínio está associado ao mesmo
elemento 𝑦 da imagem. O gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo
dos 𝑥 passando pelo ponto (0, 𝑎).
Funções polinomiais são definidas e contínuas sobre todos os números reais,
para seu estudo é importante reconhecer se a função é polinomial e qual o tipo.
A função zero e todas as funções constantes são polinomiais. Algumas outras
funções familiares são também polinomiais, como apresentado a seguir:
Funções polinomiais de grau indefinido ou de grau baixo, com 𝑎, 𝑏 e 𝑐 números
reais.

Tabela 3: Algumas Funções Polinomiais


NOME FORMA GRAU
Função Zero 𝑓(𝑥) = 0 Indefinido
Função Constante 𝑓(𝑥) = 𝑎, (𝑎
0
≠ 0)
Função do 1° grau 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 1
Função do 2° grau 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐 2
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

 Função do Polinomial do 1º Grau e seus Gráficos

Uma função polinomial do primeiro grau, também chamada de função afim


é uma função polinomial de grau 1, e assume a forma (38):

𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝒃, onde 𝒂 e 𝒃 são constantes reais e 𝒂 ≠ 𝟎 (38)

O número 𝑎 recebe o nome de coeficiente angular e representa a taxa de


variação da função do 1º grau. O número 𝑏 é o coeficiente linear, graficamente é
o intercepto da reta com o eixo 𝑌.
São exemplos de função polinomial de 1º grau.

𝟐
𝒇(𝒙) = −𝟑𝒙 + 𝟐; 𝒇(𝒙) = 𝒙 − 𝟏; 𝒇(𝒙) = 𝟏𝟎𝒙 𝒇(𝒙) = 𝒙 − 𝟑
𝟑

A equação geral da reta que passa pelo ponto (𝑥 , 𝑦 ) e tem coeficiente


angular 𝑎 é dada por (39):

40
𝒚 − 𝒚𝟏 = 𝒂(𝒙 − 𝒙𝟏 )
𝒚 𝒚𝟏
𝒂= (39)
𝒚 𝒚𝟏

O coeficiente angular é a taxa de variação da função polinomial de 1º grau

Uma função 𝑓 de ℝ em ℝ recebe o nome de função identidade quando a


cada elemento 𝑥 ∈ ℝ associa-se o próprio 𝑥, isto é: 𝑓(𝑥) = 𝑥 ∴ 𝑦 = 𝑥
O gráfico da função identidade coincide com as bissetrizes do 1º e 3º
quadrantes (quadrantes ímpares).

Figura 26 : Função Identidade

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Uma função 𝑓 de ℝ em ℝ recebe o nome de função linear quando a cada


elemento 𝑥 ∈ ℝ associa-se o elemento 𝑎𝑥 ∈ ℝ, em que 𝑎 ≠ 0 é um número real dado,
a consequência disso é que o ponto (0, 0) pertence a toda função linear, que
assume a forma 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥.

41
Figura 27: Função Linear

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O gráfico da função linear é uma reta que sempre passa pela origem.
Gráfico da Função polinomial de 1º grau
O gráfico cartesiano da função 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0 é uma reta que para
ser definida são necessários dois pontos da função, podemos utilizar os interceptos

com os eixos 𝑋 e 𝑌, que são os pontos (− , 0) e (0, 𝑏).

O conjunto domínio da função polinomial de 1º grau 𝑓: ℝ → ℝ, dada por


𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0, é o conjunto dos números reais e representamos por: 𝐷 =
ℝ.
O conjunto imagem da função polinomial de 1º grau 𝑓: ℝ → ℝ, dada por
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0, é o conjunto dos números reais e representamos por: 𝐼𝑚 =
ℝ.

 Raiz da Função Polinomial do 1° grau ou Zero da Função

É o valor de 𝑥 para o qual 𝑦 = 0 , ou seja, é resolver a equação polinomial do


1º grau, que consiste em isolar a variável 𝑥, aplicando as operações que conserva a
equivalência. A função do 1º grau apresenta uma única solução (40).

42
𝒃
𝒇(𝒙) = 𝒚 ∴ 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝒃 ∴ 𝒂𝒙 + 𝒃 = 𝟎 ∴ 𝒂𝒙 = −𝒃 ∴ 𝒙 = − (40)
𝒂

Logo 𝑥 = − é a raiz ou o zero da função polinomial de 1º grau.

Graficamente o zero da função do 1º grau é o intercepto da reta com o eixo


𝑋.
A função polinomial de 1 º grau 𝑓: ℝ → ℝ, dada por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0, é
crescente se a taxa de variação é positiva, ou seja, 𝑎 > 0, e é decrescente se a taxa
de variação é negativa, ou seja, 𝑎 < 0.

Exemplo 11:

Para a função 𝑓(𝑥) = −3𝑥 + 2 esboce o gráfico, encontre a raiz e


especifique se a função é crescente ou decrescente.

Solução:

1) Raiz: 𝑥 = − ∴ 𝑥 =

2) Como 𝑎 < 0, a função é decrescente, veja na


3) tabela que a medida que x aumenta y diminui.
4) O ponto de interseção da reta e o eixo y é (0, 2). A reta intercepta o eixo 𝑌
no valor de 𝑏 (coeficiente linear

 Sinal de uma função polinomial de 1º grau

Estudar o sinal de uma função 𝑓: ℝ → ℝ, dada por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0, é

43
responder a pergunta:
𝑓(𝑥) > 0
Para quais valores de 𝑥 tem-se: 𝑓(𝑥) = 0
𝑓(𝑥) < 0

Considerando que − é o zero da função do 1º grau, ou seja, o valor de 𝑥

para 𝑦 = 0, temos que (41; 42)

𝒂 > 0 (41) 𝒂 < 0 (42)


𝑏 𝑏
𝑓(𝑥) > 0 ⇔ 𝑥 > − 𝑓(𝑥) > 0 ⇔ 𝑥 < −
𝑎 𝑎
𝑏
𝑏 𝑓(𝑥) < 0 ⇔ 𝑥 > −
𝑎
𝑓(𝑥) < 0 ⇔ 𝑥 < −
𝑎

Exemplo 13:

Estude o sinal da função 𝑓(𝑥) = −3𝑥 + 2 (43)

Solução:
𝟐
𝒇(𝒙) = 𝟎 ⇒ −𝟑𝒙 + 𝟐 = 𝟎 ⇒ 𝒙 = . 𝒂 = −𝟑 ⇒ 𝒂 < 𝟎 ; (43)
𝟑

Para 𝑓(𝑥) > 0 tem-se 𝑥 < e quando 𝑓(𝑥) < 0 tem-se 𝑥 > .

8.4 FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU

Uma função polinomial do 2º grau, também chamada de função quadrática


é uma função que assume a forma:

44
𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙𝟐 + 𝒃𝒙 + 𝒄, onde 𝒂, 𝒃 e 𝒄 são constantes reais e 𝒂 ≠ 𝟎.
São exemplos de função polinomial de 2º grau (44)

𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙𝟐 + 𝟒𝒙 − 𝟑; 𝒇(𝒙) = 𝟒𝒙𝟐 ; 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐 − 𝟗; 𝒇(𝒙) = −𝟐𝒙𝟐 + 𝟕𝒙 (44)

O gráfico da função polinomial de 2º grau é uma parábola que assume os


aspectos:

 Se 𝑎 > 0, concavidade da parábola está voltada para cima, e admite valor


mínimo, que é o menor valor de 𝑦 na função.
 Se 𝑎 < 0, concavidade da parábola está voltada para baixo, e função
admite valor máximo, que é o maior valor de 𝑦 na função.

Qualquer função do segundo grau 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙𝟐 + 𝒃𝒙 + 𝒄, com 𝒂 ≠ 𝟎 pode ser


escrita na forma canônica (45):

𝒃 𝟐 ∆
𝒇(𝒙) = 𝒂 𝒙+ − (45)
𝟐𝒂 𝟒𝒂𝟐

A forma canônica permite um estudo analítico mais detalhado da função


polinomial do 2º grau.

 As raízes da função do 2º grau ou Zeros

Os zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐, com


𝑎 ≠ 0, são os valores de 𝑥 reais tais que 𝑓(𝑥) = 0 e, portanto, as soluções da equação
polinomial do 2º grau.
Para determinar as raízes da função polinomial do 2º grau fazemos 𝑓(𝑥) = 0 ,
na forma canônica, explicitamos a variável 𝑥, obtendo a fórmula de Bhaskara que
permite resolver qualquer equação polinomial do 2º grau (46).

𝑏 ∆ 𝑏 ∆ 𝑏 ∆
𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥+ − ⇔𝑎 𝑥+ − =0 ⇔ 𝑥+ − =0
2𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎
𝑏 ∆ 𝑏 ∆ −𝒃 ± √∆
⇔ 𝑥+ = ⇔𝑥+ =± ⇔𝒙= (𝟒𝟔)
2𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎 𝟐𝒂
Fórmula de Bhaskara

O símbolo ∆, delta, representa o discriminante da equação polinomial do 2º,

45
isto é, 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 , e ∆= 𝑏 − 4𝑎𝑐. As raízes ficam condicionada ao fato de √∆
ser real, definindo três situações:

1) ∆ > 0, a equação apresenta duas raízes distintas, que são (47):


𝒃 √∆ 𝒃 √∆
𝒙′ = e 𝒙" = (47)
𝟐𝒂 𝟐𝒂

2) ∆ = 0, a equação apresenta duas raízes iguais (48):

𝒃
𝒙′ = 𝒙" = (48)
𝟐𝒂

3) ∆ < 0 a equação não apresenta raízes reais, pois √∆ ∉ ℝ, apresenta raízes


complexas.

A interpretação gráfica das raízes da função polinomial do 2º grau são os


valores de x dos pontos onde a parábola corta o eixo 𝑋, ou seja, as raízes são os
interceptos da parábola com o eixo 𝑋.

 Eixo de Simetria

A reta de simetria para uma parábola é o seu eixo de simetria perpendicular


ao eixo 𝑋, o ponto sobre a parábola que cruza seu eixo de simetria é o vértice da
parábola, que pelo fato do gráfico da função polinomial ser sempre uma parábola
com concavidade para cima ou para baixo, seu vértice é sempre o ponto mais
baixo ou o ponto mais alto da parábola é determinado por (49):


𝑉(− ,− ) (49)

Como consequência definimos o Máximo e o Mínimo da função polinomial


do 2º grau:

 Se 𝑎 < 0, a função polinomial do 2º, 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐 admite valor máximo,


e esse valor é a ordenada do vértice (𝑦 ).
 Se 𝑎 > 0, a função polinomial do 2º, 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐 admite valor mínimo,
e esse valor é a ordenada do vértice (𝑦 ).

O conjunto domínio da função polinomial de 2º grau 𝑓: ℝ → ℝ, dada por

46
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐, com 𝑎 ≠ 0, é o conjunto dos números reais e representamos por:
𝐷 = ℝ.
O conjunto imagem da função polinomial de 2º grau 𝑓: ℝ → ℝ, dada por
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏𝑥 + 𝑐, com 𝑎 ≠ 0, é o conjunto definido por (50; 51):


1) 𝑎 > 0 ⇒ 𝐼𝑚 = {𝑦 ∈ ℝ| y ≥ − } (50)

2) 𝑎 < 0 ⇒ 𝐼𝑚 = {𝑦 ∈ ℝ| y ≤ − } (51)

Para fazermos o esboço do gráfico da função polinomial de 2º grau, são


necessários as informações:

𝒃±√∆
1) Encontrar as raízes 𝒙 = 𝟐𝒂
;

2) Encontrar o vértice 𝑉(− ,− );

3) Determinar o intercepto da parábola com o eixo 𝑌, o ponto (0, 𝑐);

4) Determinar o eixo de simetria 𝑥 = .

Exemplo 13:
a) Faça o esboço do gráfico da função 𝒚 = 𝒙𝟐 − 𝟒𝒙 + 𝟑.

Solução:

Seguindo os passos acima, calculamos (52):


Raízes: ∆ = 𝟒, 𝒙 = 𝟏 ou 𝒙" = 𝟑.
Vértice: 𝑽(𝟐, −𝟏)
Intersecção entre a parábola e o eixo 𝒀: (𝟎, 𝟑)
Eixo de simetria: 𝒙 = 𝟐.
𝑫𝒇 = ℝ
𝒂 > 𝟎 ⇒ 𝑰𝒎 = {𝒚 ∈ ℝ| 𝐲 ≥ −𝟏}
Valor Mínimo: 𝒚𝒗 = −𝟏 (52)

47
8.5 FUNÇÃO POTÊNCIA

Função potência formam uma importante família de funções pela sua própria
estrutura e aplicabilidade, além de fazer parte de outras funções.

 Definição

Qualquer função que pode ser escrita na forma 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 , onde 𝑎 e 𝑛 são
constantes reais diferentes de zero, é uma função potência. A constante 𝑛 é o
expoente e 𝑎 é a constante de proporção, dizemos então que 𝑓 é proporcional a
enésima potência de 𝑥.
Muitas das relações da geometria e da ciência são exemplos de função
potência, tais como: o comprimento da circunferência (𝐶 = 2𝜋𝑟), força da

gravidade (𝐹 = ), o volume de uma esfera (𝑉 = 𝜋𝑟 ), a lei de Boyle (𝑉 = ), entre

muitos outros modelos de função potência que são expressos por uma proporção.
As funções potência com expoente positivo são exemplos de variação direta,
já as funções potência com expoente negativo são exemplos de variação inversa.
Vejamos alguns exemplos de função potência (53):

𝟏 𝟏
; 𝒑(𝒙) = 𝒙𝟓 (53)
𝟑
𝒇(𝒙) = 𝒈(𝒙) = √𝒙 𝒉(𝒙) = 𝒙𝟒
𝒙𝟐 𝟐

Analisando a função 𝑔(𝑥) = √𝑥 , temos:

Reescrevendo a função 𝑔(𝑥) = 𝑥 , então o expoente é , a constante de

proporção é 1, ou seja, o coeficiente da variável 𝑥.

48
A função 𝑔(𝑥) é contínua com 𝐷 = ℝ e 𝐼𝑚 = ℝ, é crescente para todo 𝑥, é
uma função ímpar ou seja, simétrica em relação a origem, não é limitada, não tem
extremos e não tem assíntotas, como podemos verificar no gráfico.

Figura 31: Função Potência

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O gráfico representa uma função potência, 𝑔(𝑥) = √𝑥 , reparem que


quaisquer dois valores simétricos do domínio de uma função ímpar resultam em
imagens também simétricas ou opostas. As funções potências de expoente ímpar
são funções simétricas em relação a origem.

8.6 FUNÇÃO EXPONENCIAL

Dado um número real 𝑎, tal que 0 < 𝑎 ≠ 1, chamamos de função exponencial


de base 𝑎 a função 𝑓 de ℝ em ℝ que associa a cada 𝑥 real o número 𝑎 e
representamos por (54):

𝒇: ℝ → ℝ 𝒇(𝒙) = 𝒌𝒂𝒙 ; com 𝒌 ∈ ℝ (54)

As funções exponenciais estão definidas e são contínuas para todos os


números reais, são exemplos de função exponencial(55):

𝟏𝒙
𝒇(𝒙) = 𝟑𝒙 𝒇(𝒙) = 𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙 𝟏
𝒇(𝒙) = 𝟒 𝒙
𝒇(𝒙) = 𝟓 ∙ 𝟐𝒙 (55)
𝟐

 Propriedades

1ª) Na função exponencial 𝑓(𝑥) = 𝑎 , temos que para 𝑥 = 0 o 𝑦 = 1, com

49
𝑓(𝑥) = 𝑦, isto define que o par ordenado (0, 1) pertence a função para todo 𝑎 ∈ ℝ∗ −
{1}, geometricamente o gráfico da função exponencial corta o eixo 𝑌, no ponto de
ordenada 1.

2ª) Para qualquer função exponencial 𝑓(𝑥) = 𝑘𝑎 e qualquer número real 𝑥,

𝒇(𝒙 + 𝟏) = 𝒂 ∙ 𝒇(𝒙)

Se 𝑘 > 0 e 𝑎 > 1, então a função 𝑓 é crescente e é uma função de


crescimento exponencial, a base 𝑎 é o seu fator de crescimento.
Se 𝑘 > 0 e 𝑎 < 1, então a função 𝑓 é decrescente e é uma função de
decaimento exponencial, a base 𝑎 é o seu fator de crescimento.

 Gráfico

Com relação ao gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑎 , podemos dizer:

I. A curva representativa está toda acima do eixo 𝑥, pois 𝑦 = 𝑎 > 0


para todo 𝑥 ∈ ℝ.
II. Intercepta o eixo 𝑌 no ponto de ordenada 1.
III. Se 𝑎 > 1 a função é crescente e se 0 < 𝑎 < 1 , então a função é
decrescente.
IV. A função exponencial é injetora.
V. Os gráficos toma um dos aspectos.

Figura 32: Gráfico da Função Exponencial

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

50
Funções exponenciais são funções que modelam vários fenômenos da
ciências, engenharia, medicina, tais como, decaimento radioativo, capitalizações,
crescimento logístico, crescimento populacional, entre outros.
As funções exponenciais do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑎 , assumem:
𝐷 = ℝ , 𝐼𝑚 =]0, +∞), são contínuas, não são simétricas, limitada inferiormente,
não tem extremos locais, assíntota horizontal em 𝑦 = 0, é crescente para 𝑎 > 1 e
decrescente para 0 < 𝑎 < 1.
A função exponencial natural 𝑓(𝑥) = 𝑒 , tem base o número irracional 𝑒, que
tem valor 𝑒 = 2,718281 …, também chamado de número de Euler, que foi quem
introduziu a notação da função exponencial natural com a propriedade especial
de simplificar os cálculos matemáticos, qualquer função exponencial pode ser
expressa em termos da base natural 𝑒. Como 𝑒 > 1, a função assume as
características de uma função exponencial crescente.

 Função de crescimento logístico

Uma função de crescimento logístico mostra seu comportamento a uma taxa


crescente e não limitada superiormente. A limitação acaba existindo por razões de
capacidade inerentes ao fenômeno, com isso, devido as situações reais, a função
de crescimento é limitada tanto inferior como superiormente por assíntotas
horizontais.
Sejam 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝑘 constantes positivas, com 𝑎 < 1. Uma função de crescimento
logístico em 𝑥 é uma função da forma (56):

𝒄 𝒄
𝒇(𝒙) = ou 𝒇(𝒙) = , sendo 𝒄 o limite de crescimento (56)
𝟏 𝒌𝒂𝒙 𝟏 𝒌𝒆 𝒃𝒙

Se 𝑎 > 1 ou 𝑏 < 0, então os modelos serão de funções de decaimento


logístico. Já as funções de crescimento logístico têm comportamento nos extremos
do domínio real, dado por (57):

𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = 𝟎 e 𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = 𝒄, onde 𝒄 é o limite de crescimento (57)


𝒙→ 𝒙→

 Função de crescimento Populacional

Suponha que uma população se altere a uma taxa percentual constante 𝑟,


onde 𝑟 é a taxa percentual da alteração, seguindo o padrão:

51
Tabela 4: Modelos de Crescimento Populacional
Tempos em anos População
0 População inicial 𝑃(0) = 𝑃
1 𝑃(1) = 𝑃 (1 + 𝑟)
2 𝑃(2) = 𝑃 (1 + 𝑟)

T 𝑃(𝑡) = 𝑃 (1 + 𝑟)
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Se 𝑟 > 0, então 𝑃(𝑡) é uma função de crescimento exponencial, com fator de


crescimento 1 + 𝑟.
Se 𝑟 < 0, então a base 1 + 𝑟 < 1, 𝑃(𝑡) é uma função de decaimento
exponencial, com fator de decaimento exponencial 1 + 𝑟.
Os Modelos de crescimento e decaimento exponencial são usados para
populações, por exemplo, de animais, bactérias e átomos radioativos. Esses modelos
se aplicam em qualquer situação na qual o crescimento ou decaimento é
proporcional ao tamanho atual da quantidade de interesse.

 Decaimento Radioativo

As funções de decaimento exponencial modelam a quantidade de uma


substancia radioativa presente em uma amostra. O número de átomos de um
elemento especifico que se altera de um estado radioativo para um estado não
radioativo é uma fração fixada por unidade de tempo. O processo é chamado de
decaimento radioativo e o tempo que ele leva para que a metade da amostra
mude de estado é chamada de meia-vida da substância radioativa.

Exemplo 14:

a) Se, inicialmente, existem 1000 bactérias no meio, e a cada hora a população


dobra, ao fim de quantas horas a população chegará em 3.500.000 bactérias
(58).

52
Solução:

𝑷𝒐 = 𝟏𝟎𝟎𝟎, 𝒕 = 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐; 𝑷(𝒕) = 𝟑. 𝟓𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 , 𝑷(𝒕) = 𝑷𝒐 ∙ 𝟐𝒕


𝒍𝒏𝟑𝟓𝟎𝟎
𝑷(𝒕) = 𝟏𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝟐𝒕 ⇒ 𝟑. 𝟓𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 = 𝟏𝟎𝟎𝟎 ∙ 𝟐𝒕 ⇒ 𝟑𝟓𝟎𝟎 = 𝟐𝒕 ⇒ 𝒕 = 𝒍𝒏𝟐

⇒ 𝒕 = 𝟏𝟏 𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔 𝒆 𝟒𝟔 𝒎𝒊𝒏𝒖𝒕𝒐𝒔 (58)

b) Suponha que a meia vida de uma substancia radioativa é de 30 dias e que


existem 6 gramas presentes inicialmente. Qual é o tempo para que essa
substância chegue a 1 grama (59).

Solução:

Como 𝑡 é o tempo em dias, o tempo de meia vida será , 𝑄(𝑡) = 1𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎


𝒕 𝒕 𝟏
𝟑𝟎 𝐥𝐧
𝟏 𝟑𝟎 𝟏 𝟑𝟎 𝟔 𝟑𝟎∙( 𝟏,𝟕𝟗𝟏𝟕𝟓𝟗𝟒𝟔𝟗)
𝑸(𝒕) = 𝟔 ∙ 𝟐
⇒𝟏=𝟔∙ 𝟐
⇒𝒕= 𝟏 ⇒𝒕= 𝟎,𝟔𝟗𝟑𝟏𝟒𝟕𝟏𝟖𝟎
⇒ 𝒕 = 𝟕𝟕, 𝟓𝟓 𝒅𝒊𝒂𝒔
𝐥𝐧
𝟐

(59)

c) Um capital de R$ 12.000 aplicado a uma taxa de 15% ao ano durante 3 anos.


Qual seria o montante ao final dessa aplicação (60)?

Solução:

𝑪𝒐 = 𝟏𝟐𝟎𝟎𝟎, 𝒊 = 𝟎, 𝟏𝟓, 𝒕 = 𝟑 𝒂𝒏𝒐𝒔; 𝑴(𝟑) =? , 𝑴(𝒕) = 𝑪𝒐 ∙ (𝟏 + 𝒊)𝒕


𝑴(𝒕) = 𝟏𝟐𝟎𝟎𝟎 ∙ (𝟏, 𝟏𝟓)𝟑 ⇒ 𝑴(𝒕) = 𝟏𝟐𝟎𝟎𝟎 ∙ (𝟏, 𝟓𝟐𝟎𝟖𝟕𝟓) ⇒ 𝑴(𝟑) = 𝟏𝟖. 𝟐𝟓𝟎, 𝟓𝟎 (60)

8.7 FUNÇÕES LOGARÍTMICAS

A função exponencial é um exemplo de função que admite inversa. Uma


função exponencial 𝑓(𝑥) = 𝑎 admite inversa, representada por: 𝑓(𝑥) = log 𝑥 e
denominada de função logarítmica na base 𝑎, se 𝑓(𝑥) = 𝑎 com 0 < 𝑎 ≠ 1, então
𝑓 (𝑥) = log 𝑥, em que 𝑓 denota função inversa. Observe graficamente a
transformação que a inversa define.

53
Figura 33: Função Inversa

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

 Transformação entre a forma logarítmica e a forma exponencial

Algebricamente o conjunto domínio da função exponencial passa a ser o


conjunto imagem da função logarítmica e o conjunto imagem da exponencial fica
sendo o domínio da função logarítmica. Funções que apresentam essa
característica são funções que admitem inversa e tem a propriedade de funções
bijetoras.

Se 𝒙 > 𝟎 e 𝟎 < 𝒂 ≠ 𝟏, então 𝒚 = 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒙 se e somente se 𝒂𝒚 = 𝒙.

Daí definimos o cálculo logarítmico, exemplos (61):

𝐥𝐨𝐠 𝟏𝟎 𝟏𝟎𝟎 = 𝒙 ⇔ 𝟏𝟎𝒙 = 𝟏𝟎𝟎 ⇔ 𝟏𝟎𝒙 = 𝟏𝟎𝟐 , então 𝒙 = 𝟐.


𝟏𝒙
𝐥𝐨𝐠 𝟏 𝟒 = 𝒙 ⇔ 𝟐 = 𝟒 ⇔ 𝟐 𝒙
= 𝟐𝟐 , então 𝒙 = −𝟐 (61)
𝟐

Para resolver as expressões logarítmicas devemos recorrer as propriedades de


potenciação.

 Propriedades Básicas

Considere 𝑦 = log 𝑥, com 𝑥 > 0 e 0 < 𝑎 ≠ 1 e 𝑦 um número real,

1) log 1 = 0, pois 𝑎 = 1
2) log 𝑎 = 1, pois 𝑎 = 𝑎

54
3) log 𝑎 = 𝑦, pois 𝑎 = 𝑎
4) 𝑎 = 𝑥, pois log 𝑥 = log 𝑥

 Logaritmos com base 10 Quando a base do logaritmo é 10, não precisamos


escrever o número de denotamos a função logarítmica por 𝑓(𝑥) = log 𝑥.
 Logaritmos com base 𝒆: Logaritmos com base 𝑒 são chamados de logaritmos
naturais, utilizamos a notação 𝑙𝑛 para designar o logaritmo na base 𝑒, sendo
assim a função logarítmica natural é dada por 𝑓(𝑥) = ln 𝑥.

 Propriedades dos logarítmicos

Sejam 𝑎, 𝑏 e 𝑐 números reais positivos com 𝑎 ≠ 1 e 𝑛 um número real qualquer,


temos:

1) Regra do Produto: log 𝑏𝑐 = log 𝑏 + log 𝑐.

2) Regra do Quociente: log = log 𝑏 − log 𝑐.

3) Regra da potência: log 𝑏 = 𝑛 ∙ log 𝑏.

 Mudança de Base

As vezes torna-se necessário fazer uma mudança da base do logaritmo para


manipular as expressões, escrevendo o logaritmo em uma base conveniente, sendo
𝑎, 𝑏 e 𝑥 números reais positivo com 𝑎 ≠ 1 e 𝑏 ≠ 1, escrevendo o logaritmo na base 𝑏
(62):

𝐥𝐨𝐠 𝒙
𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒙 = 𝐥𝐨𝐠 𝒃 𝒂 (62)
𝒃

 Definição da função logarítmica

Definição: Dado um número real 𝑎 com 0 < 𝑎 ≠ 1, chamamos função


logarítmica de base 𝑎 a função 𝑓 de ℝ∗ em ℝ que associa a cada 𝑥 real o número

55
log 𝑥 e representamos por (63):

𝒇: ℝ∗ → ℝ 𝒇(𝒙) = 𝐥𝐨𝐠 𝒂 𝒙; com 𝟎 < 𝒂 ≠ 𝟏 (63)

As funções logarítmicas estão definidas e são contínuas para todos os


números reais. São exemplos de função logarítmica (64):

𝒇(𝒙) = 𝐥𝐨𝐠 𝟑 𝒙 b) 𝒈(𝒙) = 𝐥𝐨𝐠 𝟏 (𝒙 + 𝟏) c) 𝒉(𝒙) = 𝐥𝐧 𝟐𝒙 d) 𝒑(𝒙) = 𝐥𝐨𝐠 𝒙 (𝟔𝟒)


𝟓

 Propriedades

1ª) Se 0 < 𝑎 ≠ 1 então as funções 𝑓 de ℝ∗ em ℝ definida por 𝑓(𝑥) = log 𝑥 e


uma outra função 𝑔 definida por 𝑔(𝑥) = 𝑎 são inversas uma da outra.
2ª) Para qualquer função logarítmica 𝑓(𝑥) = log 𝑥 e um número real 𝑥 positivo
e diferente de zero, temos:

A função logarítmica é crescente se, e somente se, 𝒂 > 𝟏 e a função


logarítmica é decrescente se, e somente se 𝟎 < 𝒂 < 𝟏.

 Gráfico: com relação ao gráfico da função 𝑓(𝑥) = log 𝑥, podemos dizer:

I. A curva representativa está toda a direita do eixo 𝑌, pois pela condição de


existência o logaritmando tem que ser maior que zero (𝑥 > 0).
II. Intercepta o eixo 𝑋 no ponto de abscissa 1.
III. Se 𝑎 > 1 a função é crescente e se a função é decrescente 0 < 𝑎 < 1.
IV. Os gráficos das funções 𝑓(𝑥) = log 𝑥 e 𝑔(𝑥) = 𝑎 são simétricos em relação a
reta 𝑦 = 𝑥.
V. Os gráficos toma um dos aspectos.

56
Figura 34: Exemplos

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

8.7.1 Função logarítmica

 Domínio e Imagem

As funções logarítmicas, 0 < 𝑎 ≠ 1 e 𝑥 > 0 assumem:


𝐷 =]0, +∞) e 𝐼𝑚 = ℝ, são contínuas, não são simétricas, não é limitada nem
superiormente nem inferiormente, não tem extremos locais, não tem assíntotas
horizontais e a assíntota vertical é em 𝑥 = 0, é crescente para 𝑎 > 1 e decrescente
para 0 < 𝑎 < 1.

8.8 FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

 Função seno

A função seno é contínua, o domínio são todos os reais, a imagem é o


intervalo ] -1, 1 [, é periódica de período 2𝜋, isso significa que o comportamento da

57
função é repetitivo para cada intervalo de comprimento 2𝜋. É alternadamente
crescente e decrescente, é uma função ímpar (simétrica em relação a origem), é
limitada. Admite máximo absoluto em 1 e mínimo absoluto em -1. O gráfico da
função recebe o nome de senóide. Tem sinal positivo nos quadrantes I e II e negativo
nos quadrantes III e IV.

Figura 36: Gráfico da Função Seno

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

 Função Cosseno

A função cosseno é contínua, o domínio são todos os números reais, a imagem


é o intervalo ] -1, 1 [, é periódica de período 2𝜋, isso significa que o comportamento
da função é repetitivo para cada intervalo de comprimento 2𝜋. É alternadamente
crescente e decrescente, é uma função par (simétrica com relação ao eixo 𝑌), é
limitada. Admite máximo absoluto em 1 e mínimo absoluto em -1. O gráfico da
função recebe o nome de cossenóide. Tem sinal positivo nos quadrantes I e IV e
negativo nos quadrantes II e III.

Figura 37: Gráfico da Função Cosseno

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

58
 Função Tangente

A função tangente é contínua sobre seu domínio definido sobre todos os


números reais com exceção dos múltiplos ímpares de 𝑘 , a imagem é o conjunto

dos reais, é periódica de período 𝜋, isso significa que o comportamento da função


repete para cada intervalo de comprimento 𝜋. É crescente em cada intervalo do
domínio, é uma função ímpar (simétrica com relação a origem), não é limitada
superiormente nem inferiormente. Tem assíntotas verticais da forma 𝑥 = 𝑘 para todo

𝑘 ímpar. O gráfico da função recebe o nome de tangentoide. Tem sinal positivo nos
quadrantes I e III e negativo nos quadrantes II e IV.

Figura 38: Gráfico da Função Tangente

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

As funções trigonométricas representam modelos que envolvem fenômenos


periódicos, tais como a oscilação de molas em um sistema massa mola ou modelos
de corrente alternada distribuído nas residências antes de interferências até nos
aparelhos de som como analisador de espectro.

59
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (Prefeitura de Landri Sales – Auditor Fiscal- 2020) O domínio da função

𝑓(𝑥) = é dado por:

a) 𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ/ 𝑥 < 2}
b) 𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ/ 2 < 𝑥 ≤ 3}
c) 𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ/ 𝑥 ≥ 2 𝑒 𝑥 ≠ 3}
d) 𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ/ 𝑥 ≤ 2}
e) 𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 > 2}

2. Para as funções 𝑓(𝑥) = 𝑚𝑥 + 𝑏, com 𝑓(−2) = 3 e 𝑓(4) = 1, os valores de 𝑚 e 𝑏,


respectivamente, são:

a) 3 𝑒 4
b) −3 𝑒

c) −1 𝑒 −

d) 𝑒1

e) 𝑒

3. Uma imobiliária possui 1.600 unidades de imóveis para alugar das quais 800 estão
alugadas por R$ 300,00 por mês. Uma pesquisa de mercado indica que, para
cada diminuição de R$ 5,00 no valor do aluguel mensal, 20 novos contratos são
fechados pela imobiliária. A receita mensal máxima em reais para um aluguel de
R$ 250,00 é

a) 25.000,00.
b) 22.500,00.
c) 225.000,00.
d) 245.000,00.
e) 250.000,00.

4. Qual é o valor por onde o gráfico de 𝑓(𝑥) = 2(𝑥 − 1) + 5 intercepta o eixo das
ordenadas.

60
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 5.
e) 7.

5. A meia vida de uma substância radioativa é igual a 65 dias. Inicialmente há 3,5


gramas. A alternativa que representa a quantidade remanescente como função
do tempo é:

a) 𝑓(𝑡) = ∙

b) 𝑓(𝑡) = 7 ∙

c) 𝑓(𝑡) = ∙

d) 𝑓(𝑡) = 7 ∙

e) 𝑓(𝑡) = ∙

6. Dada a função 𝑓(𝑥) = log (𝑥 + 2), qual é a alternativa que não representa a
função:

a) O gráfico da função 𝑓(𝑥) = log (𝑥 + 2) é uma translação para a esquerda de duas


unidades.
b) A inversa da função 𝑓(𝑥) = log ( 𝑥 + 2) é a função 𝑔(𝑥) = 2 − 2.
c) O ponto de coordenadas (2, 2) é um dos pontos de interseção da função 𝑓(𝑥) =
log 𝑥 + 2 e sua inversa.
d) O domínio de 𝑓(𝑥) = log (𝑥 + 2) está definindo para todos os reais positivos exceto
o zero.
e) A função (𝑥) = log (𝑥 + 2) tem assíntota vertical em 𝑥 = −2.

7. Um investimento de R$ 8700,00 ocorre a uma taxa de juros de 3% ao mês. Qual


deve ser o prazo da aplicação com arredondamento para o inteiro mais próximo,
para que esse investimento atinja o valor de R$ 11.000,00?

61
a) 7meses.
b) 8 meses.
c) 11 meses.
d) 70 meses.
e) 80 meses.

8. Com relação a função 𝑦 = 3 cos no intervalo [−2𝜋, 2𝜋] podemos afirmar:

a) As raízes assume os valores {± , ± },

b) O Máximo absoluto é 3.
c) A função é contínua e ímpar.
d) A função é periódica e crescente no intervalo de ] 0, 2𝜋 [.
e) Tem assíntotas horizontais em 𝑦 = 3 e 𝑦 = −3.

62
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS E UNIDADE
PROGRESSÕES

9.1 INTRODUÇÃO

Nessa secção vamos tratar das sequências numéricas, padrões numéricos


presente em diversos fenômenos naturais, nas engenharias, nas finanças, nas
olimpíadas, nas estações do ano, na administração de medicamentos entre muitas
outras situações da vida.
A natureza do homem é perceber, compreender e observar esses padrões
para transformá-los em tecnologia.
As primeiras sequências observadas pelo homem, de que se tem registro, foi
dos Babilônios com a finalidade de prever as enchentes do Rio Nilo, evitando a
inundação das plantações. Os egípcios perceberam que as inundações ocorriam a
cada 365 dias, então criaram um calendário solar formado por 12 meses de 30 dias
e mais 5 dias dedicados aos deuses Ísis, Horus, Nephthys, Osíris e Sett. Os doze meses
foram divididos em três estações de quatro meses cada uma, cada estação
correspondia as fases do plantio: semeação, crescimento e colheita. Há ainda
registros de dois problemas de sequência na tábua de Louvre, datada por volta de
300 a.c. que traz a soma dos quadrados da sequência (1 , 2 , 3 , 4 , … ) e a soma dos
termos da progressão geométrica (2, 2 , 2 , 2 , 2 , …).

9.2 SEQUÊNCIA NUMÉRICA

 Definição

Uma sequência numérica é uma função ƒ : ℕ∗ → ℝ de tal forma que todo


número natural não nulo está associado a um número real. Observe a tabela: n: a
posição do elemento na sequência F(n): elemento da sequência

n 1 2 3 4 5 6
F(n) 2 4 6 8 10 12

A sequência numérica finita obtida representa os números naturais pares, e é

63
definida pela função 𝑓(𝑛) = 2𝑛. Dessa maneira podemos escrever os elementos da
sequência ordenadamente entre parênteses e separados por vírgula, ou seja,
escrevendo apenas a imagem de 𝑓.

(2, 4, 6, 8, 10, 12)

Generalizando para uma sequência finita, temos que:

𝐟 = (𝐚𝟏 , 𝐚𝟐 , 𝐚𝟑 , . . , 𝐚𝐧 )

Em que 𝑎𝑛 é o enésimo termo da sequência. No exemplo anterior temos, 𝑎1 =


2, 𝑎2 = 4, 𝑎3 = 6 e assim por diante, como a sequência é finita o último termo é 𝑎6 =
12.
As sequências infinitas são sequência que não tem um último termo, podemos
exemplificar pela sequência dos números primos positivos:

(2, 3, 5, 7, 11, 13,...)

Toda sequência numérica obedece a uma regra para sua construção, a essa
regra denominamos lei de formação. Uma regra pode ser representada de
diferentes maneiras, as mais comuns são por meio de uma fórmula, pela lei de
recorrência ou por uma propriedade.

 Fórmula

Considerando a sequência dos números naturais pares 𝑓(𝑛) = 2𝑛, podemos


expressar 𝑎𝑛 em função de 𝑛, definindo a relação 𝑎𝑛 = 2𝑛, essa fórmula determina
qualquer termo da sequência, como por exemplo: vamos encontrar o vigésimo
termo da sequência.

𝐚𝐧 = 𝟐𝐧
𝐚𝟐𝟎 = 𝟐 ∙ 𝟐𝟎
𝐚𝟐𝟎 = 𝟒𝟎

 Lei de Recorrência

Quando recorremos a um termo anterior da sequência para determinar os


termos seguintes, temos o que podemos chamar de sequências recursivas, como por
exemplo, a sequência que obedeça a lei de recorrência 𝑎 = 𝑎 + 1,  𝑛 ∈ ℕ e 𝑛 ≥

64
2, sabendo que 𝑎 = 2, temos:

𝒏 = 𝟐 ⇒ 𝒂𝟐 = 𝒂𝟐 𝟏 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟐 = 𝒂𝟏 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟐 = 𝟐 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟐 = 𝟑;
𝒏 = 𝟑 ⇒ 𝒂𝟑 = 𝒂𝟑 𝟏 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟑 = 𝒂𝟐 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟑 = 𝟑 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟑 = 𝟒;
𝒏 = 𝟒 ⇒ 𝒂𝟒 = 𝒂𝟒 𝟏 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟒 = 𝒂𝟑 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟒 = 𝟒 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟒 = 𝟓;
𝒏 = 𝟓 ⇒ 𝒂𝟓 = 𝒂𝟓 𝟏 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟓 = 𝒂𝟒 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟓 = 𝟓 + 𝟏 ⇒ 𝒂𝟓 = 𝟔;

A sequência pedida é (2, 3, 4, 5, 6).


Observe que recorremos ao termo 𝑎1 para obtermos 𝑎2 , recorremos ao termo
𝑎2 para obtermos 𝑎3 , procedendo dessa maneira podemos obter qualquer termo
dessa sequência.

 Um pouco de história

Quando se trata de sequências recursivas, um dos exemplos mais famosos e


conhecidos é a sequência de Fibonacci. Nascido em Pisa, na Itália, Leonardo
Fibonacci (1170-1240), também conhecido como Leonardo de Pisa. Conta-se que
seu pai foi um importante mercador de Pisa e representava os interesses comerciais
de sua cidade em Bugia, na atual Argélia, norte da África. Por causa da profissão de
seu pai às viagens eram necessárias, então Leonardo percorreu todo o Mediterrâneo,
conhecendo nestes lugares diversas culturas e familiarizando-se com a Matemática
dos povos árabes, que na época, era então a mais desenvolvida da Europa.
Leonardo Fibonacci tornou-se um dos responsáveis pela divulgação do
sistema de numeração decimal na Europa, por meio de seu livro Liber Abaci escrito
em 1202. Neste livro, Fibonacci apresentou um tratamento da Aritmética e da
Álgebra Elementar. Entre os problemas deste livro está o da reprodução dos coelhos:
“Quantos pares de coelhos serão produzidos num ano, a partir de um único casal, se
cada casal procria a cada mês um novo casal que se torna produtivo depois de dois
meses? ”
Consideremos que:

65
 todo mês cada casal de coelhos adultos gera um casal de filhotes, os quais se
reproduzirão da mesma maneira que o primeiro casal;
 nenhum coelho morre;
 não há problemas no cruzamento dos casais.

A população aumentará de acordo com a famosa sequência de Fibonacci,


que indica a quantidade de casais existentes em cada mês.

𝒇(𝒏) = (𝟏, 𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟓, 𝟖, 𝟏𝟑, 𝟐𝟏, 𝟑𝟒, 𝟓𝟓, … )

Então, já percebeu a regularidade na sequência de Fibonacci?


Ao longo dos séculos verificou-se que essa sequência possui significativas
propriedades, se aplica a vários estudos do crescimento populacional e também a
questões de lotaxia e crescimento orgânico. Ficou fácil perceber no problema dos
coelhos, que a relação de recorrência é dada, a partir do terceiro mês, pela soma
do número de casais dos dois meses anteriores, se necessário faça um esquema.

 Propriedade dos Termos

Em algumas sequências não é possível obter uma fórmula ou mesmo uma lei
de recorrência, então seus termos são obtidos por meio de uma característica
comum, como por exemplo:

 Os números naturais que iniciam com a letra 𝑑 entre 1 e 201:


(2, 10, 12, 16, 17, 18, 19, 200)
 Os números primos positivos:
(2, 3, 5, 7, 11, 13,..)

66
 Igualdade

Duas aplicações 𝑓 e 𝑔 são iguais quando têm imagens iguais para todo 𝑥 do
domínio, ou seja :

𝒇 = 𝒈 ⇔ 𝒂𝒊 = 𝒃𝒊 ; ∀ 𝒊 ∈ ℕ∗

9.3 PROGRESSÃO ARITMÉTICA

Em situações corriqueiras é comum nos depararmos com fenômenos em que


uma determinada grandeza sofre variações constantes em intervalos de tempos
iguais. Vejamos as situações:

 Uma fábrica de camisetas produziu duzentas unidades no mês de maio. A


partir do mês seguinte aumentou a produção em oitenta unidades a cada
mês. Qual é a produção do mês de dezembro?
 Um tio emprestou R$ 1000,00 reais a juros simples, para o seu sobrinho devolver
no final de 8 meses, a uma taxa de 2% ao mês. Quanto deverá devolver ao
tio?

Podemos responder a essas perguntas facilmente por meio de uma sequência


numérica denominada progressão aritmética ou (P.A). Observe que para a situação
das camisetas basta adicionar 80 unidades produzidas a quantidade do mês
anterior para obter a produção do mês atual, logo a sequência obtida é: (200, 280,
360, 440, 520, 600, 680, 760).

Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro


200 280 360 440 520 600 680 760

 Definição de P.A

Considere a sequência numérica (𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … ) em que cada termo, a partir

67
do segundo, é igual á soma do termo anterior com uma constante real 𝑟
denominada de razão da progressão aritmética (P.A). Sendo assim, toda sequência
𝑎1 = 𝑥
dada pela fórmula de recorrência 𝑎 = 𝑎 ; com (𝑥, 𝑟) ∈ ℝ e 𝑛 ∈ ℕ com 𝑛 ≥ 2
𝑛 𝑛−1 + 𝑟

é uma progressão aritmética (P.A).


Observe alguns exemplos de P.A

 (5, 12, 19, 26, 33, … ) P.A infinita, em que 𝑎 = 5 e 𝑟 = 7.


 (−3, −3, −3, −3, −3, … ) P.A infinita, em que 𝑎 = −3 e 𝑟 = 0.

 ( , , , , , , ) P.A finita de 7 termos, em que 𝑎 = e 𝑟 = 1.

 (5, , , 3, , … ) P.A infinita, em que 𝑎 = 5 e 𝑟 = − .

A razão de uma P.A é obtida pela diferença entre o termo posterior e o


imediatamente anterior (65).

𝒓 = 𝒂𝒏 − 𝒂𝒏 𝟏 = ⋯ = 𝒂𝟑 − 𝒂𝟐 = 𝒂𝟐 − 𝒂𝟏 (65)

 Classificação da P.A

As progressões aritméticas são classificadas em três categorias de acordo com


a razão.

 Crescente: P.A em que cada termo é maior que o anterior, para que isso ocorra
𝒓 >0.

Exemplos: (𝟏, 𝟒, 𝟕, 𝟏𝟎, … ); (−𝟐𝟓, −𝟐𝟎, −𝟏𝟓, −𝟏𝟎, −𝟓, … ).

 Decrescente: P.A em que cada termo é menor que o anterior, para que isso
ocorra 𝒓 < 0 .

Exemplos: (𝟓, 𝟒, 𝟑, 𝟐, 𝟏, 𝟎, −𝟏, … ); (−𝟏𝟐, −𝟏𝟒, −𝟏𝟔, −𝟏𝟖, … )

 Constante: P.A em que cada termo é igual ao anterior, para que isso ocorra 𝒓 =
𝟎.
Exemplo: (𝟓, 𝟓, 𝟓, … )

68
 Representações Especiais de P.A

Para algumas progressões aritméticas são válidas as notações:


 P.A de três termos: (𝑥, 𝑥 + 𝑟, 𝑥 + 2𝑟) 𝑜𝑢 (𝑥 − 𝑟, 𝑥, 𝑥 + 𝑟).
 P.A de quatros termos: (𝑥, 𝑥 + 𝑟, 𝑥 + 2𝑟, 𝑥 + 3𝑟).

 Termo Geral de uma P.A

Para otimizar o tempo na obtenção de um determinado termo de uma P.A


sem listar a sequência, utilizamos o teorema (66):

𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 + (𝒏 − 𝟏) ∙ 𝒓 (66)

É necessário conhecer o primeiro termo 𝑎1 , a razão 𝑟 e o índice 𝑛 do termo


desejado. A demonstração do teorema pode ser obtida pelo princípio da indução
finita, veja em:
Exemplo: dada a P.A (2, 5, 11, 14, … ) encontre o termo que ocupa a posição
550°, ou seja, o 𝑎550 .
Observe o esquema:

Figura 39: Formação de uma P.A

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O fato de que a diferença entre dois termos consecutivos de uma sequência


é igual a 𝑟, implica nas seguintes consequências:

1) O avanço em um termo na P.A e definido pelo acréscimo de uma razão.


2) A volta de um termo na P.A é definida pela diferença de uma razão.

Sendo assim, para obter o termo 𝑎550 saindo de 𝑎1 , basta adicionar ao termo
𝑎1 o número de razões necessárias para avançar até 𝑎550 . Para determinar esse valor
subtraímos os índices e encontramos a quantidade de razões, ou seja, 550 − 1 = 549,

69
esse valor é o número de razões que devemos adicionar ao primeiro termo para
obtermos 𝑎550 . Dessa maneira a equação para o problema proposto fica definida
por:

𝒂𝟓𝟓𝟎 = 𝒂𝟏 + (𝟓𝟓𝟎 − 𝟏) ∙ 𝒓

Substituindo o valor de 𝑎1 = 2 e 𝑟 = 3, temos (67):

𝒂𝟓𝟓𝟎 = 𝟐 + (𝟓𝟒𝟗) ∙ 𝟑
𝒂𝟓𝟓𝟎 = 𝟐 + 𝟏𝟔𝟒𝟕
𝒂𝟓𝟓𝟎 = 𝟏𝟔𝟒𝟗 (𝟔𝟕)

Logo podemos obter qualquer termo da P.A a partir de um termo anterior


dado. De maneira geral para ir de 𝑎𝑝 para 𝑎𝑛 é necessário deslocar (𝑛 − 𝑝) posições.

Então podemos definir (68):

𝒂𝒏 = 𝒂𝒑 + (𝒏 − 𝒑) ∙ 𝒓 (68)

O que acontece quando 𝑛 < 𝑝? Escreva a equação que fornece 𝑎 dado 𝑎 .

9.4 INTERPOLAÇÃO ARITMÉTICA

Em toda sequência finita (𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … , 𝑎 , 𝑎 ), os termos 𝑎1 e 𝑎𝑛 são


denominados de extremos e os demais termos são chamados meios. Interpolar,
inserir ou intercalar 𝑚 meios aritméticos entre 𝑎1 e 𝑎𝑛 , significa obter uma P.A com
𝑚 + 2, termos.

Exemplo 15:

Em um trecho de uma rodovia há um posto de gasolina no Km 3 e outro no


Km 88. Um empresário deseja construir mais 4 postos entre eles, mantendo-se entre
dois postos consecutivos a mesma distância. Determine em quais quilômetros
devem ser alocados cada um dos quatro postos.
Se entre um posto e outro a distância é mantida, então os marcos
quilométricos nos quais serão alocados os postos formam uma progressão
aritmética. A P.A terá 6 termos: os dois extremos (km 3 e km 88) e os outros 4 (meios)

70
que serão inseridos entre 3 e 88. Então, vamos determinar a razão, sabendo que:

Solução:

𝑎1 = 3 e 𝑎6 = 108. Logo: 𝑎6 = 𝑎1 + 5𝑟 ⇒ 108 = 3 + 5𝑟 ⇒ 105 = 5𝑟 ⇒ 𝑟 = 21


como 𝑟 é igual a 21 isso significa que, a partir do km 3, a cada 21 km, será
colocado um posto de gasolina, formando a P.A (3, 24, 45, 66, 87, 108) que
representa os quilômetros com postos de gasolina.

 Propriedades de uma P.A

I. Numa P.A finita, a soma de dois termos equidistante dos extremos é igual
à soma dos extremos.
Como podemos observar na P.A (3, 24, 45, 66, 87, 108) em que (69):

𝒂𝟏 + 𝒂𝟔 = 𝒂𝟐 + 𝒂𝟓 = 𝒂𝟑 + 𝒂𝟒 = 𝟏𝟏𝟏 (69)

II. Numa P.A. com número ímpar de termos, o termo médio é igual à média
aritmética entre os extremos.
Considere os três primeiros termos da P.A (3, 24, 45, 66, 87, 108), temos que
3 + 45
o termo médio ou termo central é 24, logo: = 24
2

III. De maneira geral, em uma PA de termos inteiros e razão não nula, todos
os termos deixam o mesmo resto quando divididos pelo módulo da razão.

A notação (𝑥 − 𝑟, 𝑥, 𝑥 + 𝑟) é muito importante na resolução de problemas de sequencias


aritméticas.

9.5 SOMA DOS TERMOS DE UMA P.A

Conta-se que aos nove anos de idade, um dos mais brilhantes matemáticos
e físico da história, Carl Friedrich Gauss (1777 - 1855) resolveu o problema
apresentado pelo seu professor facilmente: determinar o valor da soma dos 100
primeiros números inteiros positivos.
Para resolver o problema Gauss deduziu as propriedades de uma P.A, somou

71
a sequência duas vezes, da seguinte maneira:

Dessa maneira obteve duas vezes a soma dos termos da P.A, escrevendo:

𝟐𝑺 = 𝟏𝟎𝟏 ∙ 𝒏

Como 𝑛 é o número de termos da sequência, nesse caso 𝑛 = 100.

2𝑆 = 101 ∙ 100
2𝑆 = 10100
10100
𝑆=
2
𝑆 = 5050

Sendo assim, o teorema que estabelece a soma dos termos de uma P.A finita
é dada pela relação, em que 𝑆 é a soma dos 𝑛 termos da P.A finita.

(𝒂𝟏 + 𝒂𝒏 )∙𝒏
𝑺𝒏 =
𝟐

9.6 PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG)

Nas relações de investimentos buscamos os melhores rendimentos que estão


associados ao tempo e a taxa, vejamos uma situação: Uma pessoa deseja investir
R$ 10.000,00 durante 4 anos em um banco com taxa prefixada de 10% ao ano, ou
seja, a cada ano o valor investido é aumentado em 10%. Observe na tabela a
evolução do investimento:

Tabela 5: Tabela de Evolução do investimento


Período da Aplicação Montante Aumento Absoluto Aumento Relativo
Início da aplicação 10.000,00 ______ __________
1º Ano 11.000,00 1000,00 1000 ÷ 10000 = 0,1
2º Ano 12.100,00 1100,00 1100 ÷ 11000 = 0,1
3º Ano 13.310,00 1210,00 1210 ÷ 12100 = 0,1
4º Ano 14.641,00 1331,00 1331 ÷ 13310 = 0,1
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

72
Podemos observar que a cada mês, o aumento foi diferente em termos
absolutos, mas igual em termos relativos. As sequências que tem esse
comportamento são chamadas de Progressão Geométrica ou P.G e descrevem
comportamentos financeiros, mas com aplicações nas mais diversas áreas.

 Definição

Considere a sequência numérica (𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … ) em que cada termo, a partir


do segundo, é igual ao termo anterior multiplicado por uma constante real 𝑞
denominada de razão da progressão geométrica (P.G). Sendo assim, toda
𝑎1 = 𝑥
sequência dada pela fórmula de recorrência 𝑎 = 𝑎 ; com (𝑥, 𝑞) ∈ ℝ e 𝑛 ∈ ℕ
𝑛 𝑛−1 ∙ 𝑞

com 𝑛 ≥ 2 é uma progressão geométrica (P.G).

Observe alguns exemplos de P.G

 (3, 9, 27, 81, 243, … ) P.G infinita, em que 𝑎1 = 3 e 𝑞 = 3.


 (−1, −2, −4, −8, −16, … ) P.G infinita, em que 𝑎1 = −1 e 𝑞 = 2.
 (8, 8, 8, 8, 8 ) P.G finita de 7 termos, em que 𝑎1 = 8 e 𝑞 = 1.

 (256, 64, 16, 4, 1, ) P.G finita, em que 𝑎1 = 256 e 𝑞 = .

 (5, −5, 5, −5, 5, … ) P.G infinita, em que 𝑎1 = 5 e 𝑞 = −1.

A razão de uma P.G é obtida pelo quociente entre o termo posterior e o


imediatamente anterior .

𝒂𝒏 𝒂𝟑 𝒂𝟐
𝒒= =⋯= =
𝒂𝒏 𝟏 𝒂𝟐 𝒂𝟏

Perceba que utilizamos o nome razão tanto para as sequências do tipo P.A
quanto para PG. Entretanto, é interessante notar que, no caso de uma PG, a palavra
razão faz todo o sentido, visto que razão é o resultado do quociente entre dois
números.

 Classificação de PG

As progressões geométricas são classificadas em cinco categorias

73
 Crescente: P.G em que cada termo é maior que o anterior, e pode ocorre de
duas maneiras:
1) Quando 𝑎1 > 0 e q > 1; Exemplo: (2, 4, 8, 16, … );
2) Quando 𝑎1 > 0 e 0 < q < 1; Exemplo: (−54, −18, −6, … );

 Decrescente: P.A em que cada termo é menor que o anterior, e pode ocorre de
duas maneiras:

1) Quando 𝑎1 > 0 e 0 < q < 1; Exemplo: (81, 27, 9, 3, … );

2) Quando 𝑎1 < 0 e q > 1; Exemplo: (− , −1, −5, −25, … );

 Constante: P.G em que todos os termos são iguais, isso ocorre quando q = 1 ou
quando todos os termos são nulos.

Exemplos: (−𝟑, −𝟑, −𝟑, −𝟑, … ) e (𝟎, 𝟎, 𝟎, 𝟎, … );

 Alternada: Os Sinais de quaisquer dois termos consecutivos são contrários.

Exemplo: (𝟐, −𝟖, 𝟑𝟐, −𝟏𝟐𝟖, … );

 Estacionária: são progressões geométricas em que 𝑎1 ≠ 0 e 𝑎2 = 𝑎3 = 𝑎4 = ⋯ = 0,


ocorre quando 𝑞 = 0. Exemplo: (6, 0, 0, 0 … );

 Representações Especiais de P.G

Para algumas progressões geométricas são interessantes as notações:

 P.G de três termos: (𝑥, 𝑥 𝑞, 𝑥𝑞 ) 𝑜𝑢 ( , 𝑥, 𝑥𝑞).

 P.G de quatros termos: (𝑥, 𝑥𝑞, 𝑥𝑞 , 𝑥𝑞 ).

 Termo Geral de uma P.G

Utilizando a fórmula de recorrência pela qual se define uma P.G de termos


(𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … ), tomando o primeiro termo 𝑎1 ≠ 0, a razão q≠ 0 e o índice 𝑛 de um
termo, temos que (70):

74
𝑎2 = 𝑎1 ∙ 𝑞
𝑎3 = 𝑎2 ∙ 𝑞 ⇒ 𝑎3 = 𝑎1 ∙ 𝑞 ∙ 𝑞 ⇒ 𝑎3 = 𝑎1 ∙ 𝑞2
𝑎4 = 𝑎3 ∙ 𝑞 ⇒ 𝑎4 = 𝑎1 ∙ 𝑞 ∙ 𝑞 ∙ 𝑞 ⇒ 𝑎4 = 𝑎1 ∙ 𝑞3 (70)

Observe que a diferença dos índices é igual ao expoente da razão, a


demonstração para o teorema que define o termo geral da P.G pode ser
demonstrada pelo princípio da indução, para mais pesquise em. Sendo assim
podemos escrever o termo geral por:

𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝒏−𝟏

Dessa maneira fica fácil determinar o termo 𝑎100 de uma P.G, por exemplo:
Dada a P.G em que 𝑎1 = 1 e 𝑞 = 3, determine o centésimo termo.
Para resolver esse problema basta substituir na fórmula do termo geral 𝑎100 ,
𝑎1 = 1 e 𝑞 = 3 (71)

𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝒏−𝟏 ⇒ 𝒂𝟏𝟎𝟎 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝟏𝟎𝟎 𝟏


⇒ 𝒂𝟏𝟎𝟎 = 𝟏 ∙ 𝟑𝟗𝟗 ⇒ 𝒂𝟏𝟎𝟎 = 𝟑𝟗𝟗 (71)

^ e 𝒙𝒚

9.7 INTERPOLAÇÃO GEOMÉTRICA

Interpolar 𝑚 meios geométricos entre 𝑎 e 𝑎 , significa obter uma P.G com


𝑚 + 2 termos. Para determinar os termos dessa P.G é necessário encontrar a razão.

Exemplo 16:

Determine os termos que faltam para a progressão geométrica


decrescente (3072, __ , __ , __, __ , __ , __ , 24).

Solução:

Descobrir os termos que faltam na sequência é o mesmo que interpolar 6

75
meios geométricos entre os extremos 3072 e 24. O primeiro cálculo é encontrar a
razão 𝑞 da P.G. Sabemos que 𝑎1 = 3072 e 𝑎8 = 24, utilizamos o termo geral temos
(72):

𝟐𝟒
𝒂𝒏 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝒏−𝟏 ⇒ 𝒂𝟖 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝟖−𝟏 ⇒ 𝟐𝟒 = 𝟑𝟎𝟕𝟐 ∙ 𝒒𝟖−𝟏 ⇒ = 𝒒𝟕
𝟑𝟎𝟕𝟐

𝟏
∎ (72)
𝟕
⇒ 𝟕√𝟎, 𝟎𝟎𝟕𝟖 = 𝒒𝟕 ⇒ 𝒒 =
𝟐

Conhecendo a razão e aplicando a definição de P.G, obtemos os termos:

(3072, 1536, 768, 384, 192, 96, 48, 24).

 Propriedades de uma P.G

I. Numa P.G o quadrado de qualquer termo é igual ao produto dos termos


imediatamente posterior e anterior.
Como podemos observar na P.G ( 3, 9, 27, 81,...) em que (73):

𝟗𝟐 = 𝟑 ∙ 𝟐𝟕 = 𝟖𝟏 e 𝟐𝟕𝟐 = 𝟗 ∙ 𝟖𝟏 = 𝟕𝟐𝟗 (73)

II. Numa P.G. o produto dos termos equidistante dos extremos é constante.
Considere a P.G ( 3, 9, 27, 81, 243...) em que(74):

𝟑 ∙ 𝟐𝟒𝟑 = 𝟗 ∙ 𝟖𝟏 = 𝟕𝟐𝟗 (𝟕𝟒)

III. Em uma P.G de quantidades de termos ímpares o termo central é a média


geométrica dos demais. Considere a P.G (2, 4, 8, 16, 32,...), temos que o
termo central dessa P.G é 8, então (75):

𝟖 = √𝟐 ∙ 𝟒 ∙ 𝟏𝟔 ∙ 𝟑𝟐 = √𝟒𝟎𝟗𝟔 (75)
𝟒 𝟒

 Soma dos termos de um P.G finita

Existem dois teoremas para a soma dos termos de uma P.G. finita, Considere
a P.G finita (𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … , 𝑎 ) de razão 𝑞 e de soma 𝑆𝑛 .
Sabemos que, quando multiplicamos um termo da P.G pela razão, obtemos
seu sucessor, dessa maneira:

76
 Quando 𝑞 = 1, temos que a soma será dada por (76):
𝑆𝑛 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 + ⋯ + 𝑎𝑛

𝑆𝑛 = 𝑎1 + 𝑎1 ∙ 𝑞 + 𝑎1 ∙ 𝑞2 + ⋯ + 𝑎1 ∙ 𝑞𝑛−1 fazendo 𝑞 = 1, obtemos

𝑆𝑛 = 𝑎1 + 𝑎1 + 𝑎1 + ⋯ + 𝑎1 definindo o teorema:

𝑺𝒏 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒏 (76)

 Quando 𝑞 ≠ 1, temos que (77a):

𝑺𝒏 = 𝒂𝟏 + 𝒂𝟏 ∙ 𝒒 + 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝟐 + ⋯ + 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝒏−𝟏 (77a)

Multiplicando a equação (77a) por 𝑞 obtemos (77b):

𝒒 ∙ 𝑺𝒏 = 𝒂𝟏 ∙ 𝒒 + 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝟐 + 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝟑 + ⋯ + 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝒏−𝟏 + 𝒂𝟏 ∙ 𝒒𝒏 + (77b)

Subtraindo (a) – (b), obtemos (78):

𝑞 ∙ 𝑆𝑛 − 𝑆𝑛 = −𝑎1 ∙ 𝑞 + 𝑎1 ∙ 𝑞𝑛 , definindo o teorema:

𝒂𝟏 ∙(𝒒𝒏 −𝟏)
𝑺𝒏 = (78)
𝒒−𝟏

Exemplo 17:

a) Qual é a soma dos termos da P.G (2, 6, 18, 54, 162, 486, 1458)?

Calcular a soma 𝑆 = 2 + 6 + 18 + 54 + 162 + 486 + 1458 até que não é difícil,


mas para 𝑛 muito alto torna-se um cálculo demorado, utilizaremos a relação
desenvolvida acima.

Solução:

Na P.G 𝑎 = 2, 𝑞=3 e 𝑛=7 então, utilizaremos o teorema


∙( )
𝑆 = , substituindo (79)

77
𝟐 ∙ (𝟑𝟕 − 𝟏)
𝑺𝟕 =
𝟑−𝟏
𝟐 ∙ (𝟐𝟏𝟖𝟕 − 𝟏)
𝑺𝟕 =
𝟐
𝑺𝟕 = 𝟐𝟏𝟖𝟔 (79)

9.8 SOMA DOS TERMOS DE UMA P.G INFINITA

Observe a P.G infinita ( , , , , … ) a ideia para a soma dos termos dessa P.G

é pensarmos em uma tela quadrada de lado 1 metro, então a cada dia você pinta
uma fração da tela, no 1º dia você pintou a metade da tela, no 2º dia um quarto
da tela, no 3º dia um oitavo e assim por diante, qual é o dia que você terá terminado
de pintar toda a tela?
Prosseguindo dessa maneira, percebemos que quando o número de dias
aumenta a área a ser pintada aproxima de zero. No estudo de cálculo diferencial
chamamos essa forma de aproximação de tender a um número, logo teríamos que
a medida que o número de dias tende ao infinito (∞) a área a ser pintada tende a
zero. E a soma das áreas pintadas corresponde a soma de uma P.G infinita. Então
podemos escrever o teorema para a soma dos termo de uma P.G infinita.

𝒂𝟏
𝑺∞ =
𝟏−𝒒

78
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Em março Davi investiu R$1000,00 no fundo imobiliário. Ele pretende aplicar


R$150,00 a mais a cada mês em relação ao mês anterior até o mês de novembro.
Qual será a quantia aplicada no último mês?

a) R$ 2200,00.
b) R$ 2350,00.
c) R$ 2500,00.
d) R$ 2650,00.
e) R$ 2800,00.

2. (TJSP - 2015) Em um laboratório, há 40 frascos contendo amostras de drogas


distintas. Esses frascos estão numerados de 01 a 40, sendo que os frascos de
numeração par estão posicionados na prateleira Q e os de numeração ímpar
estão posicionados na prateleira R. Sabe-se que o volume, em cm3, de cada
amostra é igual à soma dos algarismos do número de cada frasco. Nessas
condições, é correto afirmar que a quantidade de frascos cujas amostras têm
mais de 8 cm3 é:

a) maior na prateleira R do que na Q.


b) maior na prateleira Q do que na R.
c) igual em ambas as prateleiras.
d) igual a 8.
e) maior que 13.

3. (Unicamp - adaptada) Dizemos que uma sequência de números reais não nulos
(𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , ) é uma progressão harmônica se a sequência dos inversos

( , , , … ) é uma progressão aritmética. Assinale a alternativa que representa

uma progressão harmônica.

a) ( , , , , … )

b) ( , , , … )

c) ( , , , , … )

79
d) ( , , , … )

e) ( , 1, , 2, , 3, , … )

4. (PUCSP - adaptada) Seja 𝑓 a função de ℤ em ℤ definida por:

2𝑥 − 1, 𝑥 𝑝𝑎𝑟;
𝑓(𝑥) =
0, 𝑥 í𝑚𝑝𝑎𝑟

Nessas condições a soma 𝑓(1) + 𝑓(2) + 𝑓(3) + ⋯ + 𝑓(998) + 𝑓(999) + 𝑓(1000) é


igual a

a) 50150.
b) 100500.
c) 250500.
d) 500500.
e) 100500.

5. Um serralheiro compra uma barra de ferro para cortar os 20 degraus de uma


escada. Considerando que os comprimentos dos degraus formam uma
progressão aritmética e se o primeiro e último degrau medem respectivamente
50 cm e 30 cm e supondo que não desperdício da barra no corte, o comprimento
mínimo da peça é

a) 8 m.
b) b) 80 cm.
c) 800 m.
d) d) 88 cm.
e) e) 880 cm.

6. A dizima periódica 0,707070 … pode ser escrita como uma soma 0,70 + 0,0070 +
0,000070 + ⋯ e sua fração geratriz pode ser determinada pela fração:

a) 100
1
1−
10

b) 100
1
1−
100

80
7

c) 10
1
1−
100

d) 10
1
1−
10

7
e) 1
1−
10

7. (Funec - 2016) Sobre uma progressão geométrica, em que 𝑎 = −378, é correto


afirmar que:

a) 𝑎1 = 7 e 𝑞 = −4
b) 𝑎1 = 6 e 𝑞 = −3
c) 𝑎1 = 6 e 𝑞 = −4
d) 𝑎1 = 7 e 𝑞 = −3
e) 𝑎1 = 14 e 𝑞 = −3

8. (EsFCEX – 2020) Considere uma P.G em que 𝑎1 = 1 e 𝑞 = √2. Sabendo-se que


𝑛
produto dos termos dessa progressão é 218 e que 𝑃𝑛 = (𝑎1 ∙ 𝑎𝑛 ) ∙ , então o
2

número de termos dessa P.G é igual a

a) 8.
b) 9.
c) 7.
d) 6.
e) 12.

81
ANÁLISE COMBINATÓRIA UNIDADE

10.1 INTRODUÇÃO

A teoria da Análise combinatória apareceu como um novo ramo da


Matemática por volta do ano de 1680. O mais antigo registro aparece no papiro de
Rhind com o problema 79 de contagem, porém, tem-se indícios de problemas de
contagem em diversas culturas e épocas diferentes, já que a contagem é uma
necessidade do cotidiano. Estudos mostram que por volta de 287 a.C, Arquimedes, e
nos séculos XV e XVII Newton e Gauss se dedicaram a Análise Combinatória.
Arquimedes ficou intrigado com as possibilidades (combinações) de solução do
quebra-cabeça Stomachion, o objetivo de montar um quadrado com todas as
peças, sem sobreposições ou buracos, muito parecido com o jogo chinês Tangran.
Outro problema que se relaciona com a análise combinatória é o da formação dos
quadrados mágicos.
Há em geral, quatro aspectos que definem a combinatória, são eles: listar,
escolher, estimar e contar e dois princípios de contagem que são a base na teoria
da aritmética e que podem também ser considerados como a parte fundamental
da combinatória: o princípio da adição e o princípio da multiplicação, sendo que o
1º diz que se queremos contar um conjunto de objetos, podemos dividir isso em duas
partes, contar as partes separadamente, e somar os resultados. Isso é fato da
experiência do dia a dia. Já no 2º princípio temos que se uma decisão pode ser
tomada de x maneiras e a partir dessa, outra decisão pode ser tomada de y
maneiras, então o número de maneiras possíveis será a multiplicação entre x e y.
O universo da análise combinatória é a formação, contagem e as
propriedades dos agrupamentos que podem constituir-se, segundo determinados
critérios, com os elementos de uma coleção. Constituído por elementos finitos,
a análise combinatória se baseia em parâmetros que possibilitam a contagem. Esses
agrupamentos distinguem-se, fundamentalmente, em três tipos: arranjos,
permutações e combinações, e podem ser formados por elementos distintos ou
repetidos.
A análise combinatória pode ser definida como sendo um conjunto de

82
técnicas e métodos que estudam as combinações e as possibilidades das variáveis
de um conjunto. É muito comum perceber esses agrupamentos em várias situações
do cotidiano, por exemplo na criação de códigos, nas escolhas dos agrupamentos
numéricos nas loterias, nas combinações para os registros - CPF, carteira de
habilitação, placa de carros, ao discutirmos sobre as possibilidades dos quatro
primeiros colocados do campeonato brasileiro, nas combinações de roupas, nas
escolhas de grupos para o desenvolvimento de atividades e entre outras
circunstâncias, se mostrando fundamental o estudo e os conhecimentos da análise
combinatória.

10.2 PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DE CONTAGEM

Esse princípio é subdividido em duas partes:

1ª Parte: Considere os conjuntos 𝐴 = {𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , . . , 𝑎 } e 𝐵 = {𝑏 , 𝑏 , 𝑏 , . . , 𝑏 }


podemos formar 𝑚 ∙ 𝑛 pares ordenados (𝑎 , 𝑏 ) tal que 𝑎𝑖 ∈ 𝐴 e 𝑏𝑗 ∈ 𝐵.

Exemplo 17:

Quantos números de dois algarismos distintos ou não podem ser formados


usando os elementos do conjunto 𝐴 = {1, 2, 3, 4, 5}.

Solução:

Temos 5 elementos agrupados dois a dois, então podemos formar 5 ∙ 5 = 25;


A ideia é pensar em escolhas, assim: para a primeira escolha temos 5 possibilidades,
como pode haver repetição, a segunda escolha também temos 5 possibilidades.
____ ____
5 5 possibilidades, ou seja 𝑚 ∙ 𝑛

2ª Parte: Os números de pares ordenados (𝑎 , 𝑎 ) do conjunto 𝐴 com 𝑚


elementos em que 𝑎𝑖 ≠ 𝑎𝑗 , com 𝑖 ≠ 𝑗 é 𝑚(𝑚 − 1).

83
Exemplo 18:

Quantos números de dois algarismos distintos podem ser formados usando


os elementos do conjunto 𝐴 = {1, 2, 3, 4, 5}.

Solução:

Já nesse problema, não pode haver repetição, logo na primeira escolha


temos 5 possibilidades, que representa a quantidade de elementos do conjuntos 𝐴,
na 2ª escolha sobraram 4 possibilidades, então podemos formar 5 ∙ 4 = 20.
____ ____
5 4 possibilidades, ou seja 𝑚(𝑚 − 1)

Exemplo 19:

Dispondo dos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4


algarismos distintos podem ser formados?

Solução:

Uma boa estratégia na resolução de problemas de combinatória e verificar


e dar prioridades as complicações, no caso (par e zero) e dividir o problema.
Terminando com 0 (P.F.C) 0
Terminando em 2, 4 e 6. 2, 4, 6
Como o conectivo é “ou” somar os resultados: 210 + 540 = 750

10.3 FATORIAL

O fatorial de um número consiste em um relevante mecanismo na resolução


de problemas de análise combinatória, pois a multiplicação de números naturais
consecutivos é muito utilizada nos processos de contagem.
Definição: Fatorial de um número consiste em multiplicar o número por todos
os seus antecessores até o número 1. Representamos o fatorial de um número natural
por 𝑛!, em que se lê: fatorial de 𝑛 ou 𝑛 fatorial, e o desenvolvimento de 𝑛! é dado por
(80):

𝒏! = 𝒏 ∙ (𝒏 − 𝟏) ∙ (𝒏 − 𝟐) ∙ … ∙ 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏 para 𝒏 ≥ 𝟐 (80)

84
Consequências da definição:
I. 𝟎! = 𝟏
II. 𝟏! = 𝟏

Exemplo 20:

Calcule (81)
3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6
5! = 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120
3! + 5! = 6 + 120 = 126 (81)

Exemplo 21:

Calcule (82)
3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6
5! = 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120
3! + 5! = 6 + 120 = 126 (82)

Exemplo 22:

( )!
Simplifique ( )!
(83)

( )! ( )∙( )∙( )!
( )!
= ( )!
= (𝑛 + 4) ∙ (𝑛 + 3) = 𝑛 + 7𝑛 + 12 (83)

10.4 ARRANJO

Seja 𝐴 um conjunto com 𝑛 elementos distintos, isto é, 𝐴 = {𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … , 𝑎 },


chamamos de arranjo dos 𝑛 elementos tomados 𝑝 a 𝑝, com 1 ≤ 𝑝 ≤ 𝑛 a qualquer
sequência de 𝑝 elementos, em que 𝑝 é um subconjunto de 𝑛.
Dados 𝑛 elementos distintos, vamos indicar por 𝐴 , o número de
agrupamentos desses elementos tomados 𝑝 a 𝑝, assim:

I. O primeiro elemento da sequência pode ser escolhido de 𝑛 formas possíveis.


II. O segundo elemento da sequência pode ser escolhido de 𝑛 − 1 maneiras
distintas, pois já foi feita a escolha anterior e não há repetição de elementos.

85
III. Feitas as duas primeiras escolhas, há 𝑛 − 2 maneiras diferentes de escolher o
terceiro elemento da sequência.
IV. Para escolher o p-ésimo elemento, a partir de 𝑝 − 1 escolhas anteriores sobram
𝑛 − (𝑝 − 1) opções.

Escrevemos e lemos: arranjo de 𝑛 elementos tomados 𝑝 a 𝑝 (84)

𝑛!
𝐴𝑛,𝑝 = (𝑛−𝑝)!
(84)

Os arranjos são agrupamentos em que se considera a ordem dos elementos.


Qualquer mudança na ordem dos elementos altera o agrupamento.

Exemplo 23:

De um baralho de 52 cartas, 4 cartas são retiradas ao caso sem reposição,


quantos agrupamentos são possíveis?

Solução:

Estamos procurando 𝐴 , = 52 ∙ 51 ∙ 50 ∙ 49, ou seja, para a 1ª opção


podemos escolher uma das 52 cartas, para a 2ª retirada, temos 51 opções e assim
até formar o agrupamento com 4 cartas (85)

𝟓𝟐! 𝟓𝟐∙𝟓𝟏∙𝟓𝟎∙𝟒𝟗∙𝟒𝟖!
𝐀𝟓𝟐,𝟒 = (𝟓𝟐 = (85)
𝟒)! 𝟒𝟖!

É fácil perceber que o arranjo é um agrupamento em que a ordem dos


elementos tem fundamental importância.

Exemplo 24:

Dado o conjunto 𝐵 = {1, 2, 3, 4, 5}, quantos números distintos de 3 algarismos


podemos ter?
Solução: 𝑛 = 5 e 𝑝 = 3, a ideia é: utilizando os 5 elementos do conjunto 𝐵,
quantos agrupamentos distintos de 3 algarismos serão possíveis de formar? (86)

𝟓! 𝟓∙𝟒∙𝟑∙𝟐!
𝑨𝟓,𝟑 = (𝟓 𝟑)!
= 𝟐!
= 𝟔𝟎 (86)

86
Então dentre esses grupos estão os números 123 e 132, os elementos
(algarismos) são iguais, mas os grupos (os números) são diferentes.

10.5 ARRANJO COM REPETIÇÃO

Seja 𝐴 um conjunto com 𝑛 elementos distintos, isto é, 𝐴 = {𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … , 𝑎 },


chamamos de arranjo com repetição dos 𝑛 elementos tomados 𝑝 a 𝑝, todo
agrupamento de tamanho 𝑛, formado por elementos de 𝐴 não necessariamente
distintos.
O número de arranjos com repetição de 𝑛 objetos tomados 𝑝 a 𝑝 com 1 ≤ 𝑝 ≤
𝑛, pode ser calculado pelo produto 𝑛 ∙ 𝑛 ∙ 𝑛 ∙ 𝑛 ∙ … ∙ 𝑛 com 𝑝 fatores. Denotamos esse
número por: (𝐴𝑅) , e lemos: arranjo com repetição de 𝑛 elementos tomados 𝑝 a p.

(𝑨𝑹)𝒏,𝒑 = 𝒏 ∙ 𝒏 ∙ 𝒏 ∙ … ∙ 𝒏 = 𝒏𝒑

Note que o número de arranjos simples ou com repetição de 𝑛 elementos


tomados 1 a 1 é igual a 𝑛.

Exemplo 8:

Qual é o número de agrupamentos com 3 elementos distintos ou não que


podemos obter com as letras 𝑎, 𝑏, 𝑐 𝑒 𝑑?

Solução:

Como pode haver repetição: para a 1ª escolha temos 4 opções, para a 2ª


escolha também 4 opções e para a 3ª escolha 4 opções, ou seja, trata-se de um
arranjo com repetição e com 𝑝 < 𝑛, temos (87):

(𝑨𝑹)𝟒,𝟑 = 𝟒 ∙ 𝟒 ∙ 𝟒 = 𝟔𝟒 (87)

10.6 PERMUTAÇÃO

Nesta seção estudaremos as permutações simples e as permutações com


repetição, que são agrupamentos formados por todos os elementos do conjunto
variando as posições. A palavra permutação vem de permutar, ou seja, trocar de
lugar, então na permutação estamos interessados em todas as ordenações possíveis

87
para os elementos de um conjunto.
Considere 𝐴 um conjunto com 𝑛 elementos, isto é, 𝐴 = {𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … , 𝑎 },
chamamos de permutação dos 𝑛 elementos todo arranjo em que 𝑝 = 𝑛, ou seja, o
número de elementos do conjunto é igual ao número de elementos do
agrupamento.

Exemplo 26:

De quantas maneiras Ana, Beatriz, Caio, Yuri e Artur podem posicionar-se


em uma fila indiana.

Solução:

Os problemas de análise combinatória são problemas de escolhas, então


pensamos assim:

Quantas escolhas são possíveis para o 1 lugar da fila indiana? Após a escolha
do 1° lugar, quantas são as possibilidades para o 2° lugar? E para o terceiro? E para
o quarto? E o 5° lugar?

Podemos montar o esquema:


𝟓 ∙ 𝟒 ∙ 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏 = 𝟏𝟐𝟎 𝒎𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒂𝒔 𝒅𝒊𝒇𝒆𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒔𝒑𝒐𝒓 𝒆𝒔𝒔𝒂𝒔 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒔 𝒏𝒂 𝒇𝒊𝒍𝒂 𝒊𝒏𝒅𝒊𝒂𝒏𝒂.

Representando a permutação por 𝑃𝑛 , em que 𝑛 é o número de elementos do


conjunto, temos que (88):

𝑛! 𝑛! 𝑛!
𝑃𝑛 = 𝐴𝑛,𝑛 = (𝑛−𝑛)!
= = = 𝑛!
0! 1

Logo, 𝑃𝑛 = 𝑛(𝑛 − 1)(𝑛 − 2) ∙ … ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 (88)

88
Exemplo 27:

Quantos são os anagramas da palavra DOENÇA?

Solução:

A palavra doença tem 6 letras diferentes, então podemos fazer:

𝑷𝒏 = 𝒏! 𝑷𝟔 = 𝟔! = 𝟐𝟒𝟎 anagramas

10.7 PERMUTAÇÃO COM REPETIÇÃO

Em situações corriqueiras é necessário calcular a permutação com elementos


repetidos. Considere a palavra AMAR, a letra 𝐴 aparece duas vezes, ou seja, repete.
Isso provoca uma diminuição no número de permutações quando os elementos são
distintos, pois a mudança das letras repetidas não promove um novo anagrama, de
acordo com o exemplo:
Considere 𝑛 elementos os quais 𝛼, 𝛽, 𝑦 representam a quantidade de vezes em
que um determinado elemento se repete, a permutação por repetição é calculada
por:

𝜶,𝜷𝜸 𝒏!
𝑷𝒏 =
𝜶! 𝜷! 𝜸!

Exemplo 28:

Quantos são os anagramas da palavra BANANADA que começam com


consoante.

Solução:
São 8 letras, 1B, 4A, 2N e 1D, as consoantes: B, N e D,

Condição:

Iniciar com consoantes. Problema de permutação com repetição. Temos 4


possibilidades para a 1ª posição e permutação de 7 com 4 repetições para a letra
A e 2 repetições para a letra N (89).

𝟒∙𝟕!
𝟒 ∙ 𝑷𝟒,𝟐
𝟕 = 𝟒!∙𝟐! = 420 (89)

89
Agora é com você! Quantos são os anagramas da palavra ARARA?

10.8 COMBINAÇÃO SIMPLES

A combinação simples nada mais é que a contagem de todos os


subconjuntos com 𝑝 elementos de um determinado conjunto. Determinar o número
de combinações simples de 𝑛 objetos, tomados 𝑝 a 𝑝, coincide em determinar o
número total de subconjuntos de 𝑝 elementos do conjunto com 𝑛 elementos.
Seja 𝐴 um conjunto com 𝑛 elementos distintos, isto é, 𝐴 = {𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … , 𝑎 },
chamamos de combinação simples dos 𝑛 elementos, tomados 𝑝 a 𝑝, aos
subconjuntos de 𝐴 constituídos de 𝑝 elementos.

Exemplo 29:

Dado o conjunto 𝑀 = {𝑒, 𝑓, 𝑔, ℎ}, as combinações dos 4 elementos, tomados


dois a dois, são os subconjuntos:

Solução:

Vamos formar todos os subconjuntos de 2 elementos do conjunto 𝑀 (90).

{𝒆, 𝒇}; {𝒆, 𝒈}; {𝒆, 𝒉}; {𝒇, 𝒆}; {𝒇, 𝒈}; {𝒇, 𝒉}; {𝒈, 𝒆}; {𝒈, 𝒇}; {𝒈, 𝒉}; {𝒉, 𝒆}; {𝒉, 𝒇}; {𝒉, 𝒈} (90)

Notemos que os conjuntos de azul são iguais aos conjuntos de verde, pois em
teoria de conjuntos, a ordem dos elementos do conjunto não determina conjuntos
diferentes, ou seja {𝑒, ℎ} = {ℎ, 𝑒}. Nesse contexto é importante notar a diferença entre
uma combinação (conjunto) e uma sequência, pois em uma combinação não
importa a ordem dos elementos ao passo que em uma sequência importa a ordem
dos elementos. Isso explica a essência desses dois tipos de agrupamentos, enquanto
no arranjo temos uma escolha seguida de uma ordenação, na combinação, temos
apenas a escolha, ou seja, a ordem na qual os elementos são escolhidos não
importa.
Nos estudos de arranjo percebemos que para cada escolha de 𝑝 dentre os 𝑛
elementos dados, temos um número de ordenação que coincide com o número de
permutações de 𝑝 elementos, dessa maneira definimos:

90
Uma combinação simples de 𝑛 elementos tomados 𝑝 a 𝑝, com 1 ≤ 𝑝 ≤ 𝑛, por
qualquer escolha de 𝑝 desses elementos e escrevemos :

𝑨𝒏.𝒑 𝒏!
𝑪𝒏,𝒑 = = (𝒏−𝒑)!𝒑!
𝑷𝒑

Em que denotamos por 𝐶𝑛,𝑝 e lemos: combinação simples de 𝑛 elementos

tomados 𝑝 a 𝑝.

 Ampliando os Conceitos de Combinação

Vamos estender o conceito de combinação simples de 𝑛 elementos tomados


𝑝 a 𝑝, para o caso em que 𝑝 = 0, definindo essa combinação como conjunto vazio.
Combinação de 𝑛 tomados 0 a 0
Dados os 𝑛 elementos 𝑎1 , 𝑎2 , 𝑎3 , … , 𝑎𝑛 a combinação desses elementos
tomados 0 a 0 é definida como um conjunto vazio.

10.9 COMBINAÇÕES COMPLEMENTARES

Considere o conjunto 𝐴 = {1,2,3,4,5} ao escolhermos os elementos 3, 4 e 5 os


elementos restantes ou complementar de 𝐴, que no caso, são os elementos 1 e 2
ficam escolhidos como conjunto complementar, definimos isso como combinações
complementares. Como consequência, enunciamos:
Dados os inteiros 𝑛 e 𝑝, com 1 ≤ 𝑝 ≤ 𝑛, temos que 𝐶𝑛,𝑝 = 𝐶𝑛,𝑛−𝑝 .

10.10 COMBINAÇÕES COMPLETAS

Dado o conjunto 𝑀 = {𝑎, 𝑏, 𝑐}, as combinações simples dos três elementos 𝑎, 𝑏


e 𝑐, tomados 2 a 2, são os pares não ordenados de objetos distintos 𝑎𝑏, 𝑎𝑐 e 𝑏𝑐. Mas
é possível formarmos outros pares com esses objetos, se não fizermos a exigência de

91
que os elementos sejam distintos. Por exemplo: podemos formar os pares 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 e 𝑐𝑐,
totalizando seis pares 𝑎𝑎, 𝑎𝑏, 𝑎𝑐, 𝑏𝑏, 𝑏𝑐, 𝑐𝑐. Dessa maneira temos que os pares
formados por elementos distintos são combinações simples, já os pares que
apresentam letras repetidas não são combinações simples.
Seja 𝐴 um conjunto com 𝑛 elementos distintos, isto é, 𝐴 = {𝑎 , 𝑎 , 𝑎 , … , 𝑎 }, uma
combinação completa desses elementos tomados 𝑝 a 𝑝 é qualquer lista não
ordenada de 𝑝 elementos distintos ou não.

Exemplo 30:

Determine a combinação completa de dois elementos do conjunto Y =


{ A, B, C, D} .

Solução:

Podemos formar os seguintes pares:

AB AC AD AA
BC BD BB
CD CC
DD

São 10 agrupamentos para a combinação completa, verifique que as três


primeiras colunas apresentam as combinações simples e a quarta coluna
combinações com elementos repetidos.

 Determinando o número de permutações completas

No exemplo, para determinarmos o número de permutações completas dos


cinco elementos do conjunto 𝐴, tomados 2 a 2, podemos pensar cada uma dessas
combinações como uma solução da equação 𝑛1 + 𝑛2 + 𝑛3 + 𝑛4 + 𝑛5 = 2, em que 𝑛𝑖
representa a quantidade de elementos 𝑖 presentes na combinação. Assim, a solução
(1,1,0,0,0) representa a combinação 𝐴𝐵; a solução (2,0,0,0,0) representa a
combinação 𝐴𝐴 ; a solução (0,0, 0, 1,1) representa a combinação 𝐶𝐷; e assim por
diante. Portanto, o nosso problema de determinar o número de combinações
completas de 5 elementos, tomados 2 a 2, se transforma no problema de determinar
o número de soluções, com certas propriedades, das equações Diofantinas.

92
O uso da calculadora científica para o cálculo de arranjo, permutação e combinação.
Utilizaremos as Teclas para os cálculos de permutação, arranjo e combinação.

Exemplos com a calculadora

1) Quantos Anagramas tem a palavra Aluno?


𝑷𝟓 = 𝟓! ; na calculadora, digita-se o número 5 a 2ª função e a tecla X!.
𝑷𝟓 = 𝟓! = 𝟏𝟐𝟎
2) Tenho 8 pessoas entre homens e mulheres. De quantas maneira é possível montar
uma comissão de 3 pessoas?
𝟖 𝟖!
𝑪𝟖,𝟑 = 𝟑
= (𝟖 = 𝟓𝟔 ; na calculadora, digita 8 mais tecla nCr mais a tecla
𝟑)!𝟑!

3 e igual.
3) Quantos números distintos de três algarismos podemos formar (3, 5, 8, 9)?
𝟒!
𝑨𝟒,𝟑 = (𝟒 = 𝟐𝟒 ; na calculadora, digita 4 e a 2ª função, mais tecla nCr mais
𝟑)!

a tecla 3 e igual.

93
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Valter, Márcio, Pedro, Lucas, Caio, Gil e Túlio estão disputando uma maratona.
Quantos são os agrupamentos possíveis para os três primeiros colocados.

a) 35.
b) 190.
c) 200.
d) 210.
e) 220.

2. Com doze fichas de cores distintas, de quantas maneiras diferentes posso


separá-las em caixas, colocando 4 fichas em cada caixa?

a) 485.
b) 495.
c) 496.
d) 1200.
e) 10800.

3. Quantos são os anagramas da palavra Família.

a) 5040.
b) 2520.
c) 1260.
d) 840.
e) 210.

4. (ITAIPU - 2017) Com relação aos anagramas da palavra ITAIPU, identifique com V
as afirmativas verdadeiras e com F as afirmativas falsas.

( ) Há 360 anagramas distintos.


( ) Há 30 anagramas distintos em que duas consoantes aparecem juntas.
( ) Há 24 anagramas que começam e terminam com a letra I.
( ) Há 200 anagramas em que as letras I estão separadas.

94
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

a) V, F, F, V.
b) V, V, F, F.
c) F, V, F, V.
d) V, F, V, F.
e) F, V, V, F.

5. (NC - UFPR) Durante uma cerimônia de formatura, cada um dos 32 formandos


cumprimentou uma única vez com um aperto de mãos cada um de seus
colegas e cada um dos 6 professores presente na cerimônia. Além disso, cada
um dos 6 professores também cumprimentou cada um de seus colegas uma
única vez.

Quantos apertos de mãos foram dados durante essa cerimônia?

a) 992.
b) 703.
c) 496.
d) 688.
e) 1214.

6. Determine a quantidade de múltiplos de 3 com 4 algarismos que podem ser


formados com os algarismos 2, 3, 4, 6 𝑒 9.

a) 72.
b) 24.
c) 48.
d) 86.
e) 108.

7. Uma empresa tem 5 diretores e 10 gerentes. Quantas comissões com 1 diretor e


4 gerentes podem ser formadas?

a) 210.
b) 215.

95
c) 1050.
d) 1055.
e) 1100.

8. Tomam-se 10 pontos sobre uma reta 𝑟 e 8 pontos sobre outra reta 𝑠, paralela a 𝑟.
Quantos triângulos podem ser formados com vértices nesse conjunto de pontos?

a) 73.
b) 120.
c) 320.
d) 340.
e) 640.

96
BINÔMIO DE NEWTON UNIDADE

11.1 INTRODUÇÃO

O binômio de Newton permite escrever na forma canônica o polinômio


correspondente a potência de um binômio. Apesar de receber o nome do
Matemático Isaac Newton, como uma homenagem, os binômios dessa forma, não
foram objetos de estudo do Matemático e Físico Newton, o que ele estudou foram
as regras para binômios de expoente fracionário ou inteiro negativo.
O binômio de Newton é uma ferramenta matemática que possibilita
desenvoltura algébrica para vários outros assuntos da matemática, tais como as
equações e as funções polinomiais.

A forma canônica de um polinômio é a forma mais simples, ou seja, é a forma


desenvolvida do binômio. Por exemplo, o binômio (𝑥 − 3) na sua forma canônica é
representado por 𝑥 − 6𝑥 + 9.

11.2 NÚMEROS BINOMIAIS

Sejam 𝑛 e 𝑝 números inteiros não negativos, com 𝑛 ≥ 𝑝 ≥ 0. O número de


combinações simples de 𝑛 objetos tomados 𝑝 a 𝑝 é chamado de número binomial

de classe 𝑛 e é denotado por 𝐶 , ou , que se lê: 𝑛 sobre 𝑝, temos que:

𝒏 𝒏
𝑪𝒏,𝒑 = 𝒑
= (𝒏 𝒑)!𝒑!

Os números binomiais podem ser representados ordenadamente por meio de


uma tabela denominada Triângulo de Pascal.
Nas figuras a seguir apresentamos o triângulo de Pascal: a esquerda formado
pelos binomiais e a direita o valor correspondente ao número binomial.

97
Figura 40: Triângulo de Pascal

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

11.3 SOMATÓRIO

Uma importante ferramenta da álgebra é o somatório que representa a soma


de um certo número de parcelas com alguma característica comum. O somatório é
utilizado com o propósito de representar uma soma finita ou infinita, que possuem
uma lei de formação.

A letra grega sigma Σ representa uma soma.

Nessa unidade utilizaremos o somatório na generalização do teorema do


desenvolvimento do número binomial.

∑ lê-se somatório do número binomial 𝑛 sobre 𝑖, com 𝑖 assumindo os valores inteiros


de 0 até 𝑛.

11.4 PROPRIEDADES DO TRIÂNGULO DE PASCAL

 1ª Propriedade: Todos os elementos da 1ª coluna são iguais a 1, pois =1

 2ª Propriedade: O último elemento de cada linha é 1, pois =1

98
 3ª Propriedade: Em qualquer linha, dois números binomiais equidistante dos
extremos são iguais.

Figura 41: Propriedades do Triângulo de Pascal

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

4ª Propriedade: Teorema da Coluna: a soma dos elementos de qualquer


coluna, do 1º elemento até um qualquer, é igual ao elemento situado na coluna à
direita da considerada e na linha imediatamente abaixo.

Figura 42: Teorema da Coluna

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

5ª Propriedade: Teorema das Linhas: a soma dos elementos da enésima linha


é2 .

99
Figura 43: Teorema das Linhas

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

A soma dos elementos de uma linha é definida pelo somatório (91):


∑ = + + +∙∙∙∙ + = 2 (91)

∑ lê-se somatório do número binomial 𝑛 sobre 𝑖, com 𝑖 assumindo os valores inteiros

de 0 até 𝑛.

6ª Propriedade: Teorema das Diagonais: a soma dos elementos situados na


mesma diagonal desde o elemento da 1ª coluna até o elemento de uma coluna
qualquer é igual ao elemento imediatamente abaixo deste.

Figura 44: Teorema das Diagonais

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

100
11.5 RELAÇÃO DE STIFFEL

Nessa propriedade, todo número que faz parte do triângulo é um resultado da


soma dos dois números que estão acima dele.

Figura 45: Relação de Stiffel

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Exemplo 31:

Calcule 𝐴 = + + + .

Solução:
!
Utilizamos 𝐶 , = =( )! !
(92)

𝟓! 𝟑! 𝟓! 𝟕!
𝑨= (𝟓 𝟐)!𝟐!
+ (𝟑 𝟑)!𝟑! + (𝟓 𝟎)!𝟎! + (𝟕 𝟏)!𝟏! ⇒ 𝑨 = 𝟏𝟗 (92)

Exemplo 32:

Determine 𝑚 na igualdade =

Solução:

Vamos analisar dois casos:


1º caso: binomiais iguais 2º caso: binomiais complementares
= =
⇒ 5𝑚 = 𝑚 + 8 ⇒ 5𝑚 + 𝑚 + 8 = 12
⇒𝑚=2 ⇒ 6𝑚 = 4
⇒ 𝑚 = 𝑛ã𝑜 𝑠𝑎𝑡𝑖𝑠𝑓𝑎𝑧, 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑚 ∈ ℕ.

101
Exemplos 33:

Determine o valor de 𝑛 que satisfaz a sentença ∑ = 512

Solução:

Vamos fazer 𝑘 variar de 0 até 𝑛, temos (93):


𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
𝟎
+ 𝟏
+ 𝟐
+ ⋯+ 𝒏
= 𝟓𝟏𝟐 (93)

⇒ 2 = 512; Escrevendo 512 na forma fatorada temos:


⇒ 𝟐𝐧 = 𝟐𝟗 ⇒ 𝒏 = 𝟗

Uma das utilidades do triângulo de Pascal é no cálculo de raízes. Aplicando o triângulo


de Pascal e suas propriedades, calcule a raiz quadrada de 51.

11.6 BINÔMIO DE NEWTON

A técnica estudada em análise combinatória, permite desenvolver o binômio


(𝑥 + 𝑎) para 𝑛 ∈ 𝑁 e 𝑥, 𝑎 ∈ 𝑅, um resultado importante para a álgebra.
Alguns binômios já nos são familiares... (94)

(𝒙 + 𝒂)𝟎 = 1
(𝒙 + 𝒂)𝟏 = 𝒙 + 𝒂
(𝒙 + 𝒂)𝟐 = 𝒙𝟐 + 𝟐𝒂𝒙 + 𝒂𝟐
(𝒙 + 𝒂)𝟑 = 𝒙𝟑 + 𝟑𝒙𝟐 𝒂 + 𝟑𝒙𝒂𝟐 + 𝒂𝟑 (94)

O desenvolvimento do binômio pode ser obtido aplicando o diagrama da


árvore, esse método torna-se muito trabalhoso a medida que 𝑛 cresce.

Figura 46: Binômio

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

102
Para (𝑥 + 𝑎) temos:
Somando o produto:

𝒙 ∙ 𝒙 + 𝒙 ∙ 𝒂 + 𝒂 ∙ 𝒙 + 𝒂 ∙ 𝒂 = 𝒙𝟐 + 𝟐𝒂𝒙 + 𝒂𝟐 ;

Logo, (𝑥 + 𝑎) = 𝑥 + 2𝑎𝑥 + 𝑎

 Definição: Denomina-se binômio de Newton, a todo binômio da forma


(𝑥 + 𝑎) , Sendo n, um número natural, chamado de ordem do binômio.

Para desenvolver o termo (𝑥 + 𝑎) sem recorrer ao diagrama da árvore


𝒏 𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
utilizamos os coeficientes binomiais que são os números: 𝟎
, 𝟏
, 𝟐
; ...; 𝒑
; ...; 𝒏
e

cálculo de combinação.
!
Lembrando que: 𝐶 , =𝐶 = =( )! !

Observe o desenvolvimento da potência (𝑥 + 𝑎) (95):

𝒏 = 𝟎 → (𝒙 + 𝒂)𝟎 = 𝟏

𝒏 = 𝟏 → (𝒙 + 𝒂)𝟏 = 𝟏𝒙 + 𝟏𝒂

𝒏 = 𝟐 → (𝒙 + 𝒂)𝟐 = 𝟏𝒙𝟐 + 𝟐𝒂𝒙 + 𝟏𝒂𝟐

𝒏 = 𝟑 → (𝒙 + 𝒂)𝟑 = 𝟏𝒙𝟑 + 𝟑𝒂𝒙𝟐 + 𝟑𝒂𝟐 𝒙 + 𝟏𝒂𝟑

𝒏 = 𝟒 → (𝒙 + 𝒂)𝟒 = 𝟏𝒙𝟒 + 𝟒𝒂𝒙𝟑 + 𝟔𝒂𝟐 𝒙𝟐 + 𝟒𝒂𝟑𝒙 + 𝟏𝒂𝟒 (95)

Podemos verificar que os coeficientes desses desenvolvimentos representam


as linhas do triângulo de Pascal e o número da posição da linha é igual ao expoente
de (𝑥 + 𝑎). Dessa definição podemos escrever (96)

𝟎 𝟎 𝟎
(𝒙 + 𝒂)𝟎 = 𝒂 𝒙
𝟎

𝟏 𝟎 𝟏 𝟏 𝟏 𝟎
(𝒙 + 𝒂)𝟏 = 𝒂 𝒙 + 𝒂 𝒙
𝟎 𝟏

𝟐 𝟎 𝟐 𝟐 𝟏 𝟏 𝟐 𝟐 𝟎
(𝒙 + 𝒂)𝟐 = 𝒂 𝒙 + 𝒂 𝒙 + 𝒂 𝒙
𝟎 𝟏 𝟐

⋮ ⋮ ⋮ ⋮

𝒏 𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
(𝒙 + 𝒂)𝒏 = 𝟎
𝒂𝟎 𝒙𝒏 + 𝟏
𝒂𝟏 𝒙𝒏 𝟏
+ 𝟐
𝒂𝟐 𝒙𝒏 𝟐
+⋯+ 𝒏 𝟏
𝒂𝒏 𝟏 𝟏
𝒙 + 𝒏
𝒂𝒏 𝒙𝟎 (96)

103
Assim, sendo 𝑛 um número natural qualquer, chamamos essa igualdade de
equação binomial e verificam-se as propriedades:

1) No 1º termo atribui-se ao expoente o valor 𝑛 e ao 2º termo o expoente 0.


2) Os expoentes do 1º termo vão diminuindo até zero e os expoentes do 2º
termo vão aumentando até 𝑛.
3) A soma dos expoentes de cada termo deve ser igual ao expoente do
binômio.
4) Os valores numéricos em cada termo, são chamados de coeficientes
binomiais, e são representados no triângulo de Pascal.
5) O desenvolvimento do binômio apresenta 𝑛 + 1 monômios.

Podemos escrever o desenvolvimento do binômio segundo os expoentes


decrescentes de 𝑥 como:

𝒏
𝒏
𝒏
(𝒙 + 𝒂) = ∙ 𝒙𝒏 𝒑
∙ 𝒂𝒑
𝒑
𝒑 𝟎

E um termo qualquer de ordem (𝑝 + 1), segundo os expoentes decrescentes de 𝑥


como:

𝒏
𝑻𝒑 𝟏 = 𝒑
∙ 𝒙𝒏 𝒑
∙ 𝒂𝒑

Exemplo 34:

Desenvolva o binômio (𝑥 + 3) .

Solução:

𝒏
𝑛 = 4 ; utilizando o somatório, temos: (𝒙 + 𝒂)𝒏 = ∑𝒏𝒑 𝟎 𝒑 ∙ 𝒙𝒏 𝒑
∙ 𝒂𝒑 (97)
𝟒 𝟒 𝟒 𝟒 𝟒
(𝒙 + 𝟑)𝟒 = 𝟎
𝒙𝟒 ∙ 𝟑𝟎 + 𝟏
𝒙𝟑 ∙ 𝟑𝟏 + 𝟐
𝒙𝟐 ∙ 𝟑𝟐 + 𝟑
𝒙𝟏 ∙ 𝟑𝟑 + 𝟒
𝒙𝟎 ∙ 𝟑𝟒 (97)

Calculamos as combinações (98):

𝟒 𝟒! 𝟒 𝟒! 𝟒 𝟒!
𝑪𝟒,𝟎 = 𝟎
= (𝟒 𝟎)!𝟎!
= 1 ; 𝑪𝟒,𝟏 = 𝟏
= (𝟒 𝟏)!𝟏!
= 4 ; 𝑪𝟒,𝟐 = 𝟐
= (𝟒 𝟐)!𝟐!
=6
𝟒 𝟒! 𝟒 𝟒!
𝑪𝟒,𝟑 = 𝟑
= (𝟒 𝟑)!𝟑!
= 4 ; 𝑪𝟒,𝟒 = 𝟒
= (𝟒 𝟒)!𝟒!
=1

(𝒙 + 𝟑)𝟒 = 𝒙𝟒 + 𝟒𝒙𝟑 ∙ 𝟑 + 𝟔𝒙𝟐 ∙ 𝟗 + 𝟒𝒙 ∙ 𝟐𝟕 + 𝟏 ∙ 𝟏𝟐

104
(𝒙 + 𝟑)𝟒 = 𝒙𝟒 + 𝟏𝟐𝒙𝟑 + 𝟓𝟒𝒙𝟐 + 𝟏𝟎𝟖𝒙 + 𝟏𝟐 (98)

Exemplo 35:

Qual é o coeficiente de 𝑥 no desenvolvimento do binômio (𝑥 + 1) ?

Solução:

𝒏
n = 6 e a = 1; para encontrar o termo geral utilizamos: 𝑻𝒑 𝟏 = 𝒑
∙ 𝒙𝒏 𝒑
∙ 𝒂𝒑
𝟔
substituíndo obtemos: 𝑻𝒑 𝟏 = 𝒑
∙ (𝒙𝟐 )𝟔 𝒑
∙ 𝟏𝒑 (99)
𝟔
𝑻𝒑 𝟏 = 𝒑
∙ 𝒙𝟏𝟐 𝟐𝒑
∙ 𝟏𝒑, pede-se 𝑥 , logo

12 − 2𝑝 = 8 ∴ 𝑝 = 2, então o coeficiente do termo 𝑥 é: 15


𝟔 𝟔!
𝟐
(𝒙𝟐 )𝟔 𝟐
∙ 𝟏𝟐 = (𝟔 𝟐)!𝟐!
∙ 𝒙𝟖 ∙ 𝟏𝟐 = 𝟏𝟓𝒙𝟖 (99)

Exemplos 36:

Qual é o termo médio no desenvolvimento de 𝑥 − ?

Solução:

Como o expoente do binômio e 8, no desenvolvimento teremos 9 termos e,


portanto, o termo médio é o 5º, dessa maneira (100):

𝒑+𝟏=𝟓⇒𝒑=𝟒

𝒏
Usando: 𝑻𝒑 𝟏 = 𝒑
∙ (−𝒂)𝒑 ∙ 𝒙𝒏 𝒑
, obtemos:
𝟖 𝟒 𝟐𝟓𝟔 𝟒 𝟏𝟕𝟗𝟐𝟎
𝑻𝟒 𝟏 = ∙ (− 𝟐 ) ∙ (𝒙)𝟖 𝟒
⇒ 𝑻𝟓 = 𝟕𝟎 ∙ ∙ 𝒙 ⇒ 𝑻𝟓 = ⇒ 𝑻𝟓
𝟒 𝒙 𝒙𝟖 𝒙𝟒
𝟒
= 𝟏𝟕𝟗𝟐𝟎𝒙 (100)

105
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Se + = , então 𝑝 vale:

a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 8.
e) 9.

2. A soma dos coeficientes do desenvolvimento do binômio (2𝑎 + 𝑏) é igual a

a) 81.
b) 128.
c) 243.
d) 512.
e) 729.

3. O termo independente de 𝑦 no desenvolvimento de (2𝑦 − 1) é

a) 1.
b) -1.
c) -12.
d) 60.
e) -120.

4. No desenvolvimento de (2𝑥 + 𝑦) , 𝑘 é o coeficiente do termo no qual o

expoente de 𝑥 e 𝑦 são iguais, o valor de é

a) 64.
b) 84.
c) 112.
d) 672.
e) 840.

106
5. Analise as afirmativas e identifique com V as afirmativas verdadeiras e com F as
afirmativas falsas.

(X) Se (𝑛!) = 18𝑛! + 144, então 𝑛 é um quadrado perfeito.


(X) O vigésimo nono termo no desenvolvimento de (𝑎 + 1) , segundo as
potências decrescentes de 𝑎 é igual a 30𝑎.
(X) O número de anagramas que podem ser formados com as letras da palavra
ÚNICA, de modo que as consoantes não fiquem juntas é igual a 72.
(X) O quarto termo no desenvolvimento do binômio (𝑥 − 1) é −1140𝑥 .
(X) No desenvolvimento do binômio (2𝑦 − 1) a soma do coeficiente do termo de
grau 3 com o termo independente é 1.

a) V, F, F, V, V.
b) V, V, F, V, F.
c) F, V, V, V, F.
d) V, F, V, F, V.
e) V, F, V, V, F.

6. Qual é o valor de 𝑛, sabendo que o 5° termo do binômio 2𝑥 + , segundo as

potências decrescentes de 𝑥, é 1120𝑥 .

a) 𝑛 = 4
b) 𝑛 = 5
c) 𝑛 = 6
d) 𝑛 = 7
e) 𝑛 = 8

7. O conjunto solução da equação = 21

a) {10}
b) {11}
c) {12}
d) {13}
e) {1 }

107
8. Qual é o valor de 𝑥 na igualdade +3 = 91

a) 4.
b) 6.
c) 8.
d) 9.
e) 12.

108
PROBABILIDADE UNIDADE

12.1 INTRODUÇÃO

Ramo da Matemática que visa a formulação de modelos teóricos, abstratos,


para o tratamento Matemático da ocorrência (ou não ocorrência) de fenómenos
aleatórios; em termos sucintos, pode caracterizar-se como a Matemática do acaso,
da incerteza.
O importante e fascinante assunto das probabilidades teve as suas origens no
século XVII através de esforços de matemáticos como Fermat e Pascal. É certo que
o italiano Jerónimo Cardano (1501-1576) escreveu um trabalho notável sobre
probabilidades -"Libar de ludo aleal", isto é, livros sobre jogos de azar (1663), Foi com
Fermat e Pascal a oficialização da Probabilidade como ciências a ser estudada.
Porém, foi Laplace (1749-1827) que enunciou pela primeira vez a definição clássica
de probabilidade, sendo Gauss (1777-1855) o pioneiros no uso das aplicações do
cálculo de probabilidade voltadas para a ciência. Gauss escreveu sobre a teoria
dos erros de observação (Theoria combinationis observatorium erroriluns minimis
obnoxia, 1809), estabelecendo o método dos menores enquadrados e justificando
o emprego na teoria dos erros da lei que designou por "normal" hoje conhecida
também por lei de Gauss ou lei de Laplace-Gauss. Foi no século XX que se
desenvolveu uma teoria Matemática rigorosa, baseada em axiomas, definições e
teoremas. Kolmogorov propôs uma axiomática completa e consistente do cálculo
de probabilidades.

109
Quis o acaso que o Cavaleiro De Méré e Pascal se encontrassem durante uma viagem à
cidade de Poitou. Procurando assunto de conversa para a viagem, De Méré apresentou
a Pascal um problema que fascinara os jogadores desde a Idade Média: "como dividir a
aposta num jogo de dados que necessite ser interrompido?"A propósito do problema
colocado pelo jogador De Méré a Pascal, iniciou-se uma troca de correspondência entre
Pascal e o matemático Pierre Fermat, que se tornou histórica. As suas cartas contendo as
reflexões de ambos sobre a resolução de certos problemas de jogos de azar, são
considerados os documentos fundadores da Teoria das Probabilidades.

O conceito de probabilidade é fundamental para o estudo de situações onde


os resultados são variáveis, mesmo quando inalteradas as condições de sua
realização.

A probabilidade prevê respostas para perguntas do tipo:

 Qual será o rendimento da Caderneta de Poupança até o final deste ano?


 E qual será a taxa de inflação acumulada?
 Quem será o próximo presidente do Brasil?

Para entendermos probabilidade são necessários compreender alguns


conceitos:

 Experimento Aleatório

É aquele que, ainda que sendo realizado sob condições fixas, não possui
necessariamente resultado determinado, ou seja, é uma ação com resultado incerto,

110
como por exemplo:

 Inspecionar uma peça;


 Lançar uma moeda e observar o resultado;
 Lançar um dado e observar o resultado;
 Sortear um estudante da FACULDADE ÚNICA e perguntar se ele é fumante ou
não;
 Sortear um doador de sangue cadastrado e verificar o seu tipo sanguíneo.

 Espaço Amostral (𝛀 ):

É conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório. Pode


ser representado pelo símbolo: Ω

Exemplo 37:

a) Lançamento de um dado, Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6} ;


b) Doador de sangue (tipo sanguíneo), Ω = {A, B, AB, O};
c) Peças perfeitas e defeituosas, Ω = {perfeitas e defeituosas}.

Exemplo 38:

d) Lançamento de um dado, Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6} ;


e) Doador de sangue (tipo sanguíneo), Ω = {A, B, AB, O};
f) Peças perfeitas e defeituosas, Ω = {perfeitas e defeituosas}.

12.2 EVENTOS:

É qualquer subconjunto de resultados possíveis do experimento.


Notação: 𝐸 , 𝐸 , 𝐸 , ...
Alguns exemplos de eventos.

111
𝑬𝟏 : sair face par; 𝑬𝟏 = {2, 4, 6} ꭥ
𝑬𝟐 : sair face maior que 3; 𝑬𝟐 = {4, 5, 6} ꭥ
𝑬𝟑 : sair face 1; 𝑬𝟑 = {1}
𝑬𝟒 : = {peça é defeituosa}

12.2.1 Tipos de Eventos

 Evento impossível

Quando o evento é um conjunto vazio, por exemplo: no lançamento de um


dado de 6 faces sair o número zero. A probabilidade de um evento impossível é zero.
𝑬𝟏 = ∅

 Evento Certo

Quando o evento é o próprio espaço amostral, por exemplo: no lançamento


de um dado de 6 faces sair um número inteiro no intervalo 1 ≤ 𝐸 ≤ 6.
A probabilidade de um evento certo é igual a um ou 100%.

 Eventos Mutuamente Exclusivos

Dados dois eventos 𝐸 e 𝐸 eles não podem ocorrer ao mesmo tempo, por
exemplo: no lançamento de um dado de 6 faces sair: 𝐸 : {1, 3, 5} e 𝐸 = {2, 4, 6},
observe que
𝑬𝟏 ∩ 𝑬𝟐 = ∅.

12.3 COMBINAÇÕES DE EVENTOS

Podemos usar operações com os eventos para formar novos eventos, para isso
utilizamos alguns conceitos de conjuntos.

112
 União de dois eventos

Sejam 𝐸 e 𝐸 dois eventos de um espaço amostral Ω , então 𝐸 ∪ 𝐸


determina um outro evento que ocorrerá se, e somente se, 𝐸 ou 𝐸 , ou ainda ambos
ocorrerem, sendo assim definimos que 𝐸 ∪ 𝐸 é a união entre os eventos 𝐸 e 𝐸 .
Podemos ler o símbolo ∪ (união) com o conectivo “ou”.

 Interseção de dois eventos

Sejam 𝐸 e 𝐸 dois eventos de um espaço amostral Ω, então 𝐸 ∩ 𝐸 determina


um outro evento que ocorrerá se, e somente se, 𝐸 e 𝐸 , ocorrerem simultaneamente,
sendo assim definimos que 𝐸 ∩ 𝐸 é a interseção entre os eventos 𝐸 e 𝐸 .
Podemos ler o símbolo ∩ (interseção) com o conectivo “e”.

 Complementar de um evento

Seja 𝐸 um evento de um espaço amostral Ω, então 𝐸 será um outro evento


se, e somente se, 𝐸 não ocorrer, sendo assim definimos que 𝐸 é o evento
complementar, lê-se “não ” 𝐸 .
Sejam 𝐸 e 𝐸 dois eventos complementares de um espaço amostral Ω, então
a probabilidade de 𝐸 mais a probabilidade de 𝐸 (não 𝐸 ) é igual a um,
escrevemos:
𝑷( 𝑬𝟏 ) + 𝑷( 𝑬𝟏 ) = 𝟏

Exemplo 39:

Num lançamento de um dado com 6 faces, considere as faces voltadas


para cima e os eventos:
𝐸 : ocorrer um número ímpar, 𝐸 = {1, 3, 5}
𝐸 : ocorrer um número par, 𝐸 = {2, 4, 6}
𝐸 : ocorrer um número menor que 4, 𝐸 = {1, 2, 3}

Solução:

𝑬𝟏 ∪ 𝑬𝟐 = {𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟒, 𝟓, 𝟔}; 𝑬𝟏 ∪ 𝑬𝟑 = {𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟓}; 𝑬𝟐 ∪ 𝑬𝟑 = {𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟒, 𝟔}


𝑬𝟏 ∩ 𝑬𝟐 = { }; 𝑬𝟏 ∩ 𝑬𝟑 = {𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟓 }; 𝑬𝟐 ∩ 𝑬𝟑 = {𝟐};
𝑬𝟏 = {𝟐, 𝟒, 𝟔} ocorrência de um número não ímpar;

113
𝑬𝟐 = {𝟏, 𝟑, 𝟓} ocorrência de um número não par;
𝑬𝟑 = {𝟒, 𝟓, 𝟔} ocorrência de um número maior ou igual a 4.

 Frequência Relativa

Em um experimento aleatório, todos os elementos da amostra têm a mesma


chance de ser sorteado, apesar de que alguns eventos ocorrem com maior
frequência. Associar aos eventos uma medida da ocorrência dos mesmos, quando
o experimento é repetido várias vezes, nas mesmas condições e determinar a
frequência relativa.

 Cálculo da Frequência Relativa

Dado um experimento aleatório de espaço amostral finito ꭥ, considere que o


experimento seja repetido 𝑁 vezes, nas mesmas condições. Seja 𝑛 o número de vezes
de ocorrência do evento elementar 𝐸 . Definimos a frequência relativa como o
quociente entre 𝑛 e 𝑁 e representamos por𝑓 .

𝒏𝒊
𝒇𝑹 = 𝑵

Exemplo 40:

Num lançamento de um dado de 6 faces lançados 50 vezes, os resultados


foram registrados na tabela: Encontre a frequência relativa da face 5 (101).

Faces 1 2 3 4 5 6
Frequência 5 15 6 4 16 4

Solução:

𝒏𝒊 𝟏𝟔
𝒇𝑹 = ⇒ 𝒇𝑹 = ⇒ 𝒇𝑹 = 𝟎, 𝟑𝟐 = 𝟑𝟐% (𝟏𝟎𝟏)
𝑵 𝟓𝟎

Isso significa que 32% dos lançamentos corresponde a face 5.

114
 Propriedades da Frequência Relativa

I. A frequência relativa de qualquer evento é um número no intervalo

𝟎 ≤ 𝒇𝑹𝒊 ≤ 𝟏

II. A soma das frequências relativas de todos os eventos é 1.

𝒇𝑹𝟏 + 𝒇𝑹𝟐 + 𝒇𝑹𝟑 + ⋯ 𝒇𝑹𝒌 = 𝟏,

Considere o exemplo acima, para a verificação da propriedade b, temos


(102):

𝒇𝑹𝟏 = 𝒔𝒂𝒊𝒓 𝒐 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝟏 𝒏𝒐 𝒍𝒂𝒏ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝒅𝒂𝒅𝒐

𝒇𝑹𝟐 = 𝒔𝒂𝒊𝒓 𝒐 𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝟐 𝒏𝒐 𝒍𝒂𝒏ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝒅𝒂𝒅𝒐

𝟓 𝟏𝟓 𝟔 𝟒 𝟏𝟔 𝟒
𝒇𝑹𝟏 + 𝒇𝑹𝟐 + 𝒇𝑹𝟑 + ⋯ + 𝒇𝑹𝟔 = 𝟓𝟎 + 𝟓𝟎
+ 𝟓𝟎 + 𝟓𝟎 + 𝟓𝟎 + 𝟓𝟎 = 𝟎, 𝟏 + 𝟎, 𝟑 + 𝟎, 𝟏𝟐 +

𝟎, 𝟎𝟖 + 𝟎, 𝟑𝟐 + +𝟎, 𝟎𝟖 = 𝟏 (102)

Exemplo 41:

Se P(A) = 0,30 , P(B) = 0,2 e P(A  B) = 0,1, determine as seguintes


probabilidades (103)

Solução:

𝑷(𝑨) = 𝟏 − 𝑷(𝑨) = 𝟏 − 𝟎, 𝟑 = 𝟎, 𝟕
𝑷(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝑷(𝑨) + 𝑷(𝑩) − 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) = 𝟎, 𝟑 + 𝟎, 𝟐 − 𝟎, 𝟏 = 𝟎, 𝟒
𝐏 (𝑨 ∩ 𝐁) = 𝐏(𝐁) − 𝐏 (𝐀 ∩ 𝐁) = 𝟎, 𝟐 − 𝟎, 𝟏 = 𝟎, 𝟏
𝐏(𝐀 ∩ 𝐁 ) = 𝐏(𝐀) − 𝐏 (𝐀 ∩ 𝐁) = 𝟎, 𝟑 − 𝟎, 𝟏 = 𝟎, 𝟐
𝐏(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝟏 − 𝐏(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝟏 − 𝟎, 𝟒 = 𝟎, 𝟔 (103)

 Definição de Probabilidade

Considere um experimento aleatório cujo o espaço amostral é ꭥ =


{𝒂𝟏 , 𝒂𝟐 , 𝒂𝟑 , … , 𝒂𝒌 } chamamos de 𝒑(𝑬𝒊 ) a probabilidade de o evento elementar 𝑬𝒊
ocorrer:

115
I. 𝒑(𝑬𝒊 ) é suficientemente próxima da frequência relativa do evento 𝑬, quando o
experimento é repetido um número grande de vezes.
II. A probabilidade de um evento ocorrer é a soma das probabilidades dos seus
elementos.

Exemplo 42:

Sair um número par no lançamento de um dado com 6 faces.

𝑷(𝑬𝟏 ) = 𝑷(𝟐) + 𝑷(𝟒) + 𝑷(𝟔)

 Cálculo da Probabilidade

A probabilidade de um evento 𝐸 é o quociente entre o número de elementos


do evento 𝑛(𝐸 ) pelo número de elementos do espaço amostra 𝑛(Ω).

no de casos favoráveis ao evento E1


P(E1 ) 
no de casos possíveis
𝒏(𝑬𝟏 )
𝑷( 𝑬𝟏 ) = 𝒏(𝛀)

12.4 PROBABILIDADE COM REUNIÃO E INTERSECÇÃO

É a probabilidade da ocorrência de duas condições e da ocorrência dessas


condições serem simultâneas.
Sejam os eventos 𝐸 e 𝐸 , a probabilidade de ocorrer um evento 𝐸 ou um
evento 𝐸 é .dada pela soma das probabilidades de os dois eventos ocorrerem
separadamente, menos a probabilidade deles ocorrerem simultaneamente.

𝑷(𝑬𝟏 ∪ 𝑬𝟐 ) = 𝑷(𝑬𝟏 ) + 𝑷(𝑬𝟐 ) − 𝑷(𝑬𝟏 ∩ 𝑬𝟐 )

Exemplo 43:

O resultado de uma pesquisa sobre duas redes de supermercado com 470


entrevistados, foi o seguinte: 250 entrevistados compram no supermercado A e 180
compram no supermercado B e 60 utilizam os dois supermercados. Escolhendo um

116
dos entrevistados ao acaso a probabilidade dele ser:

a) Comprador do supermercado A e B.
b) Comprador do supermercado A ou B.

Solução:

𝒏(𝛀) = 𝟒𝟕𝟎, 𝒏(𝑨) = 𝟐𝟓𝟎; 𝒏(𝑩) = 𝟏𝟖𝟎 𝒏(𝑨 ∩ 𝑩) = 𝟔𝟎

A probabilidade de que o entrevistado use os dois supermercados é a


probabilidade da intersecção (104)

𝒏(𝑨∩𝑩) 𝟔𝟎 𝟔 𝒏(𝑨) 𝟐𝟓𝟎 𝟐𝟓 𝒏(𝑩) 𝟏𝟖𝟎 𝟏𝟖


𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) = 𝒏(𝛀)
= 𝟒𝟕𝟎 = 𝟒𝟕; 𝑷(𝑨) = 𝒏(𝛀) = 𝟒𝟕𝟎 = 𝟒𝟕; 𝑷(𝑩) = 𝒏(𝛀) = 𝟒𝟕𝟎 = 𝟒𝟕
𝟐𝟓 𝟏𝟖 𝟔 𝟑𝟕
𝑷(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝑷(𝑨) + 𝑷(𝑩) − 𝑷(𝑨 ∩ 𝑩) ⇒ 𝑷(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝟒𝟕 + 𝟒𝟕 − 𝟒𝟕 ⇒ 𝑷(𝑨 ∪ 𝑩) = 𝟒𝟕 (104)

12.5 PROBABILIDADE CONDICIONAL

A probabilidade condicional de um evento 𝐸 ocorrer sabendo que o evento


𝐸 já ocorreu é denotada por P(A/B) e é calculada pela igualdade:

( ∩ )
𝑷 (𝐸 |𝐸 ) = ( )

Se 𝑃(𝐸 ) > 0.

Exemplo 44:

Em uma empresa com 60 empregados, 40 empregados trabalham somente


no setor de produção, 10 somente no setor de vendas e 5 empregados trabalham
na produção e nas vendas. Determine a probabilidade de um empregado do setor

117
de produção também trabalhar no setor de vendas.

Solução:

Sendo: 𝐸 = {𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜}, 𝐸 = {𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠} ; = 60 𝑛(𝐸 ) = 40 ; 𝑛(𝐸 ) = 10


𝑛(𝐸 ∩ 𝐸 ) = 5, o problema pede a probabilidade de um empregado trabalhar no
setor de vendas sabendo que ele já trabalhou na produção (105).

𝒏(𝑬𝟐 ∩𝑬𝟏 ) 𝟓 𝟏
𝑷(𝑬𝟐 /𝑬𝟏 ) = 𝒏(𝑬𝟏 )
= 𝟒𝟓 = 𝟗 (105)

12.6 EVENTOS INDEPENDENTES

Dois eventos E e E , são ditos independentes quando:

𝐏(𝐄𝟏 ∩ 𝐄𝟐 ) = 𝐏(𝐄𝟏 ) ∙ 𝐏(𝐄𝟐 )

Exemplo 45:

Retirando-se duas cartas ao caso, sem reposição, de um baralho de 52


cartas, qual é a probabilidade do naipe da primeira ser de ouro e o da segunda
ser de espada?

Solução:

Um baralho em 52 cartas, 13 de cada naipe. A probabilidade de ocorrer o


evento independente 𝐸 = {1ª 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑢𝑟𝑜} é (106):

( )
𝑃(𝐸 ) = ( )
⇒ 𝑃(𝐸 ) = ⇒ 𝑃(𝐸 ) = (106)

A 2ª carta é retirada sem reposição, ou seja, após a 1ª retirada restam 51


cartas no baralho. A probabilidade de ocorrer o evento independente 𝐸 =
{2ª 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑎𝑑𝑎}, sabendo que o número de cartas do espaço amostral é
𝑛(Ω ) = 51 (107)

( )
𝑃(𝐸 ) = ( )
⇒ 𝑃(𝐸 ) = ⇒ 𝑃(𝐸 ) = (107)

Então a probabilidade de a 1ª carta ser de ouro e a 2ª de espada é dada

118
pelo produto (108):

P(E ∩ E ) = P(E ) ∙ P(E ) ⇒ P(E ∩ E ) = ∙ ⇒ P(E ∩ E ) = (108)

Exemplo 46:

Um gerente de controle de qualidade utiliza equipamento de teste para


detectar modems de computador defeituosos. Retiram-se aleatoriamente 3
modems diferentes (um após o outro sem reposição) de um grupo onde há 12
defeituosos e 18 perfeitos. Determine a probabilidade de:

a) Todos os três serem defeituosos

Solução: 12/30 (11/29) (10/28)

b) Ao menos um ser defeituoso

1- (0 defeituoso = todos perfeitos) = 1- (18/30)(17/29) (16/28)

Exemplo 47:

Um depósito recebe três lotes de pilhas para lanternas. Sabe-se que as


percentagens de pilhas defeituosas no 1o , no 2o e no 3o lote são, respectivamente,
0,015, 0,02 e 0,04. Escolhida ao acaso uma pilha de cada lote, qual a probabilidade
de haver no máximo duas defeituosas

Solução:

Só não serve 3 defeituosas

1-{0,015(0,02)(0,04)}

Exemplo 48:

As falhas de diferentes máquinas são independentes umas das outras. Se há


quatro máquinas e se suas respectivas probabilidades de falha são 12%, 15%, 14%
e 10% e, determinado dia, calcule as probabilidades:

a) De todas falharem em determinado dia

119
0,12(0,15)(0,14)(0,1)
b) Pelo menos uma falhar

1- p( zero falhando) = 1- 0,88 (0,85) (0,86)(0,9)

Exemplo 49:

Há 90% de probabilidade de uma máquina fabricar um porca hexagonal


sem defeitos. Se a fabricação de peças sucessivas constitui um processo
independente (hipótese geralmente aceita num processo “sob controle”), calcule
as seguintes probabilidades:

a) De duas peças numa sequência serem defeituosas:

𝑷(𝒅𝒆𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐) = 𝟏 − 𝑷(𝒑𝒆𝒓𝒇𝒆𝒊𝒕𝒂)
𝑷(𝒅𝒆𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐) = (𝟎, 𝟏)(𝟎, 𝟏)

b) De uma peça perfeita e uma peça defeituosa, nesta ordem.


0,9 (0,1)
c) De uma peça perfeita e uma peça defeituosa, em qualquer ordem.
2 (0,9 x 0,1)

120
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A probabilidade de um televisor está funcionando daqui a 10 anos é 1/4 e de um


DVD Player é 3/5. A probabilidade de apenas o televisor estar funcionando é

a) 1/5
b) 1/4
c) 3/4
d) 1/10
e) 3/20

2. Uma empresa recebeu as seguintes peças no mês de fevereiro:

Peça perfeita Peça Defeituosa


Fornecedor A 300 50
Fornecedor B 340 60

Uma peça foi selecionada ao acaso. A probabilidade da peça ser defeituosa


sabendo que é do fornecedor A é de

a) 1/15
b) 1/4
c) 11/75
d) 1/7
e) 1/15

3. Uma oficina atende a quatro marcas de automóveis (A, B C e D). O tamanho do


automóvel pode ser pequeno, médio ou grande. Cada automóvel possui uma
das cinco cores: vermelho, preto, amarelo, cinza ou prata. Um automóvel chega
a oficina. O número de elementos do espaço amostral deste experimento é

a) 12.
b) 94.
c) 60.
d) 20.
e) 110.

121
4. Um estudo sobre fidelidade do consumidor à operadora de telefonia móvel, em
uma determinada localidade, mostrou as seguintes probabilidades sobre o hábito
de mudança:

A nova operadora é

A B C
Se a primeira A 0,5 0,35 0,15
operadora é B 0,2 0,70 0,10
C 0,4 0,30 0,30

A probabilidade de o primeiro telefone de um indivíduo ser da operadora A é


0,60; a probabilidade de o primeiro ser da operadora B é de 0,3; e de ser da
operadora C é 0,10. Dado que o segundo telefone de um cliente é da operadora A,
a probabilidade de o primeiro também ter sido é de

a) 0,75.
b) 0,70.
c) 0,50.
d) 0,45.
e) 0,40.

5. Em um curso de graduação, 1/3 dos estudantes são do sexo masculino e 2/3 dos
estudantes são do sexo feminino. A proporção de rapazes que estudam Estatística
é 20% e apenas 10% das moças dedicam-se a Estatística. Marque a alternativa
que representa a probabilidades de que um estudante de Estatística selecionado
ao acaso seja do sexo feminino.

a) 0,13.
b) 0,20.
c) 0,51.
d) 0,33.
e) 0,64.

6. Em certa fábrica, três máquinas A, B e C, fabricam, respectivamente, 30%, 25% e


45% da produção diária. As respectivas taxas de produtos defeituosos são de 1%,
1,5% e 2%. Da produção de certo dia, retirou-se ao acaso um produto,

122
constatando-se que era defeituoso. A probabilidade de esse produto defeituoso
ter sido fabricado pela máquina C é de

a) 0,190.
b) 0,238.
c) 0,572.
d) 0,654.
e) 0,728.

7. Considere todos os anagramas da palavra LONDRINA que começam e terminam


pela letra N. A probabilidade de escolher-se ao acaso um desses anagramas e
ele ter as vogais juntas é

a) 0,6.
b) 0,5.
c) 0,4.
d) 0,25.
e) 0,2.

8. Numa sala existem 5 cadeiras numeradas de 1 a 5. André, Beth, Caio, Dênis e Eva
devem se sentar nestas cadeiras. A probabilidade de que nem Caio se sente na
cadeira 3, nem Dênis na cadeira 4, equivale a

a) 54%.
b) 65%.
c) 69%.
d) 94%.
e) 96%.

123
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

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REFERÊNCIAS

CARVALHO, P. C. P. et al. Análise Combinatória e Probabilidade. 11. ed. Rio de Janeiro


: Editora SBM, 2020.

HAZZAN, S. Fundamentos de Matemática Elementar- Volume 5: Combinatória e


probabilidade. 8. ed. São Paulo: Saraiva , 2019.

IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar- Volume 3: Trigonometria. 9. ed. São


Paulo: Atual Editora LTDA, 2013.

IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar- Volume 4: Sequências, matrizes,


determinantes e sistema. 8. ed. São Paulo: Saraiva Didático, 2019.

LIMA, E. L. A Matemática do Ensino Médio. 11. ed. Rio de Janeiro : Editora SBM, v. 1,
2016.

WAGNER, E. et al. A Matemática do Ensino Médio. 7. ed. Rio de Janeiro : Editora SBM,
v. 3, 2016b.

WAGNER, E.; MORGADO, A. C. D. O.; ZANI, S. Progressões e Matemática Financeira.


6. ed. Rio de Janeiro : Editora SBM, 2015.

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