Você está na página 1de 15

NOTAS DE AULA – PROF.

JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 1

GRAFOS

NOTAS DE AULA

PROF.: JÚLIO TADEU CARVALHO DA SILVEIRA


NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 2

SUMÁRIO
1. GRAFOS........................................................................................................................................................... 3
1.1 DEFINIÇÕES E TERMINOLOGIA....................................................................................................................... 3
1.2 GRAFOS BIPARTIDOS ................................................................................................................................. 13
1.3 REPRESENTAÇÕES COMPUTACIONAIS DE GRAFOS........................................................................................... 16
1.4 GRAFOS DIRECIONADOS (DIGRAFOS), GRAFOS PONDERADOS .......................................................................... 19
2. CONECTIVIDADE, PLANARIDADE, COLORAÇÃO ..................................................................................................... 23
2.1 GRAFOS SIMPLES – CAMINHOS, CICLOS, GRAFOS EULERIANOS E HAMILTONIANOS .............................................. 23
2.2 CAMINHOS E CICLOS EM GRAFOS PONDERADOS E/OU DIRECIONADOS............................................................... 31
2.3 SUBGRAFOS, CONECTIVIDADE, EMPARELHAMENTOS ...................................................................................... 33
2.4 PLANARIDADE .......................................................................................................................................... 39
2.5 COLORAÇÃO DE VÉRTICES........................................................................................................................... 42
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 3

1. GRAFOS

1.1 DEFINIÇÕES E TERMINOLOGIA

As definições a seguir se aplicam a grafos simples não direcionados.

• Grafo (ou grafo simples)

Um grafo G é um par G = (V, E), onde:

V ou V(G) é um conjunto não vazio.


Seus elementos são denominados vértices (ou nós) de G.
E ou E(G) é um conjunto de pares não–ordenados de elementos distintos de V.
Seus elementos são denominados arestas (edges) de G.

O nome grafo decorre de que esta estrutura admite uma representação geométrica.

EXEMPLO 1: G = (V, E), com |V| = 10 e |E| = 8

V = { v1, v2, v3, v4, v5, v6, v7, v8, v9, v10 }
E = { {v2,v3}, {v3,v4}, {v4,v5}, {v5,v3}, {v4,v6}, {v7,v4}, {v8,v9}, {v9,v10} }
Representação geométrica

FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DO GRAFO DO EXEMPLO 1.

Uma aresta é especificada pelos seus vértices extremos: e = {u,v} = {v,u}.


Outras notações: e = uv = vu ou ainda e = v-w = w-v

Alguns autores também usam a notação de par ordenado (v,w), utilizada em grafos
direcionados, para especificar um par não-ordenado quando o contexto estiver implícito.

No grafo do EXEMPLO 1, v2 ∈ V e {v5,v3} ∈ E.

Ou então (v5,v3) ∈ E
v3-v5 ∈ E
v5v3 ∈ E.
• CONVENÇÃO:

n = |V| e m = |E|. No grafo do EXEMPLO 1, temos n = 10 e m = 8.


NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 4

• Vértices adjacentes e vértice isolado

Vértices unidos por uma aresta são denominados adjacentes. No EXEMPLO 1, o vértice v3 é
adjacente aos vértices v2, v4 e v5. Um vértice isolado não tem vértices adjacentes. No EXEMPLO 1, v1
é um vértice isolado.

• Aresta incidente: uma aresta é dita incidente aos seus dois vértices extremos.

No EXEMPLO 1, a aresta (v2,v3) é incidente a v2 e a v3.

• Arestas adjacentes: duas arestas que possuem vértice extremo em comum.

No EXEMPLO 1, a aresta (v2,v3) é adjacente à aresta (v4,v3).

• Pseudografos e Multigrafos

É possível estender a definição de um grafo de forma a permitir arestas do seguinte tipo:

− Laços (loops): arestas da forma (v,v), unindo um vértice a si mesmo;


− Arestas paralelas: e1 = (v,w) e e2 = (v,w); ou seja, duas arestas distintas que unem o
mesmo par de vértices.

Um grafo que possua laços é denominado pseudografo; um grafo que contenha arestas
paralelas é denominados multigrafos, como ilustrado na FIGURA 2.

3
2

FIGURA 2 – PSEUDOGRAFO E MULTIGRAFO.

Neste estudo NÃO ABORDAREMOS pseudografos e multigrafos: o termo grafo sempre será
utilizado para designar um grafo simples (sem laços nem arestas paralelas).

• GRAFO TRIVIAL:

O grafo em que |V| = 1 é denominado grafo trivial.

FIGURA 3 – GRAFO TRIVIAL: n = 1, E = ∅


NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 5

• Grau de um vértice

Denomina-se grau de um vértice v, notando-se grau(v) ou d(v), ao número de arestas que


sejam incidentes a v. Ou, de forma equivalente, ao número de vértices adjacentes a v. A notação
d(v) refere-se ao termo degree (inglês).

Observe que d(v) ∈ IN; se d(v) = 0 então v é um vértice isolado.

No grafo do EXEMPLO 1:
d(v1) = 0 d(v6) = 1
d(v2) = 1 d(v7) = 1
d(v3) = 3 d(v8) = 1
d(v4) = 4 d(v9) = 2
d(v5) = 2 d(v10) = 1

• Isomorfismo

Dois grafos G1(V1,E1) e G2(V2,E2) são isomorfos se existe uma bijeção f: V1 → V2 que
preserve as adjacências entre seus respectivos vértices. Ou seja:

|V1| = |V2|
|E1| = |E2|
(v,w) ∈ E1 ⇔ ( f(v) , f(w) ) ∈ E2.

Em outras palavras, rearranjamos a disposição dos vértices (que podem até mesmo ser
renomeados) de forma que as arestas do “novo” grafo correspondam às mesmas arestas (e seus
respectivos vértices extremos) do grafo original.

Como consequência da definição acima, é imediato verificar que |V1| = |V2| e |E1| = |E2|
são condições necessárias (mas não suficientes) para o isomorfismo. Veja o exemplo ilustrado na
FIGURA 4 abaixo, e complete o quadro a seguir:

FIGURA 4 – GRAFOS ISOMORFOS.

Complete: f(v1) = f(v2) = f(v3) = f(v4) =


f(v5) = f(v6) = f(v7) =

Resposta: f(v1) = g f(v2) = e f(v3) = a f(v4) = c


f(v5) = f f(v6) = b ou d f(v7) = b ou d
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 6

O isomorfismo entre grafos pode ser visualizado mesmo sem rotularmos os vértices (apenas
identificando a mesma estrutura de conectividades), como na FIGURA 5 a seguir.

FIGURA 5 – ISOMORFISMO: G1 E G2 SÃO ISOMORFOS. G3 E G4 SÃO ISOMORFOS

• TEOREMA 1.1: A soma dos graus dos vértices de um grafo G(V, E) é um valor par, igual ao dobro
do nº de arestas de G:

d( ) = 2 ⋅ |E| = 2

Cada aresta (v,w) contribui com duas unidades para o somatório acima: sendo uma unidade
para o grau de cada um de seus extremos, d(v) e d(w). Desta forma, o somatório de todos os graus
dos vértices de V será igual a 2m.

• TEOREMA 1.2: Em um grafo qualquer, temos uma quantidade par de vértices de grau ímpar.

Em um grafo G(V,E), podemos particionar o conjunto de n vértices V = Vp ∪ Vi, onde:

Vp: subconjunto dos vértices de grau par, com np = |Vp| e


Vi: subconjunto dos vértices de grau ímpar, com ni = |Vi|.

Note que como Vp e Vi são disjuntos, temos n = np + ni. Seja S o somatório dos graus de
todos os vértices de V. Sabemos que S é par, e podemos desmembrá-lo em duas parcelas:

S = Sp + Si, sendo Sp: soma dos np valores pares (todos os graus pares), e
Si: soma dos ni valores ímpares (todos os graus ímpares).

Temos então:

S= d( ) = d( ) + d( ) = S + S = 2
∈ ∈ ∈

Analisemos Sp e Si separadamente:

(1) S =∑ ∈ d( ) Como Sp é um somatório de valores pares, Sp é um valor par.

Sendo S e Sp pares, de S = Sp + Si decorre que Si também será um valor par.

(2) S =∑ ∈ d( ) Sendo Si par, e consistindo de um somatório de ni valores


ímpares, decorre que ni é um valor par.
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 7

Comprove os teoremas 1.1 e 1.2 no grafo do EXEMPLO 1:


d(v1) = 0 d(v6) = 1
d(v2) = 1 d(v7) = 1
d(v3) = 3 d(v8) = 1
d(v4) = 4 d(v9) = 2
d(v5) = 2 d(v10) = 1
S = 16 np = 4 ni = 6
• Grafo regular:

Um grafo é dito r-regular, ou regular de grau r (para algum r ∈ IN) se o grau de todos os seus
vértices tem o mesmo valor r. Formalmente,

G é r-regular ⇔ (∀ v ∈ V) d(v) = r. Veja o exemplo ilustrado na FIGURA 6.

FIGURA 6 – UM GRAFO 3-REGULAR

Problema: Qual é o nº de arestas em um grafo r-regular com n vértices?

• Grafo completo: Kn

Um grafo G com n vértices é dito completo – e notado Kn – quando existe aresta unindo
todo par de vértices de G. Formalmente, (∀ v,w ∈ V, v ≠ w) (v,w) ∈ E.

Veja os exemplos ilustrados na FIGURA 7 a seguir. Observe que são ilustradas DUAS VERSÕES
ISOMORFAS para o K4.

FIGURA 7 – GRAFOS COMPLETOS

Como exercício, tente desenhar outros grafos completos.

Observe que nem todo grafo regular é completo, mas todo grafo completo é regular. Mais
precisamente, o Kn é um grafo (n-1)-regular. Por exemplo: observe que o K5 é um grafo 4-regular.
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 8

• Número de arestas do Kn – número máximo de arestas em um grafo


Qual o número máximo de arestas que um grafo G com n vértices pode ter?
Colocando em outros termos, quantas arestas tem o Kn?

A resposta vem da Análise Combinatória:


A solução consiste em calcular a quantidade de combinações com 2 elementos (pares
não-ordenados, que podem ser selecionadas dentre os n vértices possíveis.

2 ! ∙ ( − 1) −
|E(K )| = C = = = ⋯ = =
( − 2)! ∙ 2! 2 2
Aplicando ao K5, temos
2 5! 5∙4
|E(K # )| = C# = = = ⋯ = = 10
5 3! ∙ 2! 2
Além dos exemplos da FIGURA 7, verifique a fórmula para outros valores de n.

EXERCÍCIOS 1.1

1) Construir uma representação geométrica do grafo a seguir:

V = { A, B, C, D, E, F }
E = { {A,C}, {A,D}, {A,E}, {B,C}, {B,D}, {B,E}, {C,E}, {D,E} }

2) Caracterize os conjuntos V e E de cada uma das representações a seguir:

a) b)

V1 = { V2 = {
E1 = { E2 = {

3) Desenhe os grafos G3 e G4, obtidos do G1 (questão 2) através dos isomorfismos indicados:

c) d)

f : V1 → V3 f (1) = A f (2) = B f (3) = C g : V1 → V4


f (4) = D f (5) = E f (6) = F g(i) = 7 – i
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 9

4) Calcule d(v) para cada vértice dos grafos G1 e G2 anteriores.


Verifique se G1 e G2 satisfazem os teoremas 1.1 e 1.2.

5) Desenhe todos os grafos distintos (não isomorfos) contendo 2, 3 ou 4 vértices.

6) Existe algum grafo com 6 vértices, cujos graus são 0, 1, 2, 3, 4, 5?

7) Desenhe algum grafo com 6 vértices, cujos graus são 2, 3, 3, 3, 3, 3; ou prove porque tal grafo
não existe.

8) Desenhe um grafo com 10 vértices, em todos os vértices tenham grau 1; ou prove que não
existe grafo com tais características.

9) Existe algum grafo com 5 vértices, cujos graus são 0, 1, 2, 3, 4? Por que?

10) Prove que em qualquer grafo não trivial existem pelo menos dois vértices de mesmo grau.

11) Desenhe todos os grafos não isomorfos que tenham o mesmo número de vértices e também
o mesmo número de arestas. Faça isso para n = 3, 4, 5.

12) Quantos grafos não isomorfos com 5 vértices de graus 1, 1, 1, 1, 2, você consegue desenhar?

13) Quantos grafos não isomorfos com 5 vértices de graus 1, 1, 1, 2, 3, você consegue desenhar?

14) Quantos grafos não isomorfos com 6 vértices de graus 1, 1, 1, 1, 1, 3, você consegue
desenhar?

15) Desenhe dois grafos NÃO isomorfos com 6 vértices, que tenham graus 1, 1, 1, 2, 2, 3.

16) Desenhe TRÊS grafos NÃO isomorfos que sejam 2–regulares com 8 vértices.

a) b) c)

17) Desenhe todos os grafos NÃO isomorfos que sejam 2–regulares com 10 vértices.

18) Desenhe dois grafos diferentes (não isomorfos) com |V| = 6 e que sejam 3-regulares.
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 10

19) Qual é o nº de arestas em um grafo r-regular com n vértices?

20) Existe algum grafo com |V| = 6 e que seja 4-regular? Você consegue desenhar um?

21) Existe algum grafo com |V| = 5 e que seja 3-regular? Você consegue desenhar um?

22) Quantos grafos distintos (não isomorfos) 2-regulares com 10 vértices você consegue
desenhar? E 2-regulares com 11 vértices? E 2-regulares com 12 vértices?

23) Caracterize um grafo 2-regular.

24) Você consegue desenhar algum grafo 3-regular com 6 vértices? E com 8 vértices?
Caracterize o número de vértices em grafos 3-regulares; ou seja: que valores de n admitem
tais grafos, e que valores não admitem?

RESPOSTAS E COMENTÁRIOS DE ALGUNS EXERCÍCIOS

3)
c) d)

5)

6) Não. Demonstre esta impossibilidade a partir dos teoremas 1.1 ou 1.2.

7) Demonstre esta impossibilidade a partir dos teoremas 1.1 ou 1.2.


8)

9) Existe algum grafo com 5 vértices, cujos graus são 0, 1, 2, 3, 4? Por que?
Não. Suponha que exista tal grafo, sendo V = { v0, v1, v2, v3, v4 }. Considere que v0 e v4 os
vértices de graus d(v0) = 0 e d(v4) =4. Assim, o vértice v4 deveria ser adjacente a TODOS os
demais vértices do grafo – inclusive ao vértice v0. Mas isto é um absurdo, pois v0 é um
vértice isolado, e não poderia ser adjacente a nenhum outro vértice, inclusive ao v4. Logo,
tal grafo não existe.
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 11

10) Prove que em qualquer grafo não trivial existem pelo menos dois vértices de mesmo grau.
Dica. Em um grafo (simples) com n vértices, todos os graus dos vértices devem ser valores
entre 0 e n-1 (inclusive). Formalmente: (∀v∈V) [ d(v) ∈ { 0,1,2,…,n-1} ].
Temos então n vértices e n valores distintos para os graus destes vértices. Porém, não
podemos um vértice grau 0 e também um vértice com grau n-1 no mesmo grafo
(resultado análogo ao exercício 9).
Assim, apenas n-1 valores distintos serão graus de algum vértice.
Temos então: n vértices do grafo, e apenas n-1 valores possíveis para seus graus.
Consequentemente, pelo Princípio das Casas de Pombo, pelo menos dois vértices terão
graus idênticos.
12)
Existe algum outro?

13)
Existe algum outro?

14) Dica: existe apenas um grafo possível.

15) Existem três grafos possíveis. Dois são exibidos abaixo. Você consegue desenhar mais um?

16) Somente três grafos possíveis:

17) Dica: apenas cinco grafos são possíveis.

19) Sabemos que  d(v) = 2m . Se G é r-regular, d(v) = nr . Logo, 2m = nr ; e assim


v∈V v∈V

nr
m= .
2
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 12

20)

21) Dica: Aplique os teoremas 1.1 ou 1.2.

22) Com n = 10 existem 5 grafos 2–regulares não isomorfos. Você consegue desenhá-los?
Com n = 11 existem 6 grafos 2–regulares não isomorfos. Você consegue desenhá-los?
E para n = 12, quantos existem?
23) Um grafo 2-regular, ou é um ciclo único com todos os vértices, ou um conjunto de ciclos.
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 13

1.2 GRAFOS BIPARTIDOS

• Grafo bipartido (ou bipartite):

Um grafo G(V,E) é dito bipartido (ou bipartite) quando V pode ser particionado em dois
subconjuntos V1 e V2 (formalmente, V = V1 ∪ V2 sendo V1 ∩ V2 = ∅) de forma que não existam
arestas unindo vértices de uma mesma partição (subconjunto).

Formalmente, (u,w) ∈ E  [ {u,w} ⊄ V1 ∧ {u,w} ⊄ V2 ]. A FIGURA 8 ilustra duas


representações de um mesmo grafo. A representação à direita deixa claro que o grafo é bipartite,
isolando graficamente as partições V = { A, C } ∪ { B, E, D, F }.

FIGURA 8 – UM GRAFO BIPARTITE, MOSTRADO EM DUAS VERSÕES ISOMORFAS

• TEOREMA 1.3: Um grafo G(V,E) ´e bipartido se e somente se não possui nenhum ciclo de
comprimento ímpar.

A prova do TEOREMA 1.3 será omitida, embora possa ser verificada em diversos livros na
literatura sobre o assunto.

• Grafo bipartido completo:

Um grafo G é bipartido completo é um grafo bipartido que possui arestas unindo todos os
pares de vértices pertencentes a partições distintas. Formalmente, (∀ u ∈ V1) (∀ w ∈ V2) (u,w) ∈ E.
Um grafo bipartido completo é notado por Kp,q , onde p = |V1| e q = |V2|, com n = p + q.

FIGURA 9 – GRAFO BIPARTITE COMPLETO: K2,3

EXERCÍCIOS 1.2

1) Seja G um grafo formado por um único ciclo simples contendo todos os seus vértices.
G é bipartido?

2) O Kn é bipartido? Para quais valores? Para que valores ele não é bipartido?
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 14

3) Todo grafo 2-regular (conexo ou não) é bipartido?

4) O grafo G abaixo é bipartido? Prove sua resposta. Caso seja, desenha uma representação
isomórfica para G que evidencie esta condição: separe as partições em duas colunas para
melhor visualização.

5) Quantas arestas tem o Kp,q , para p e q quaisquer?

6) Um grafo estrela (com n vértices) tem um vértice com grau n-1, e n-1 vértices com grau 1
(veja exemplo abaixo, onde n = 7). Um grafo estrela é bipartido? É bipartido completo?

7) Os grafos G1 e G2 são isomorfos?

8) Qual o número mínimo de arestas em um grafo bipartido completo com n = 8 vértices?

a) Entre 1 e 7 arestas.
b) Entre 8 e 11 arestas.
c) entre 12 e 15 arestas.
d) Entre 16 e 18 arestas.
e) Mais que 19 arestas.

9) Qual o número máximo de arestas em um grafo bipartido completo com n = 8 vértices?

a) Entre 1 e 7 arestas.
b) Entre 8 e 11 arestas.
c) entre 12 e 15 arestas.
d) Entre 16 e 18 arestas.
e) Mais que 19 arestas.
NOTAS DE AULA – PROF. JÚLIO SILVEIRA
GRAFOS 15

RESPOSTAS E COMENTÁRIOS DE ALGUNS EXERCÍCIOS

1) Dica: use o Teorema 1.3 para sua resposta.


Teste alguns exemplos de grafos contento um número par ou ímpar de vértices.
2) Use o Teorema 1.3.
3) Use o Teorema 1.3.
4) Use o Teorema 1.3. Desenhe uma versão isomórfica com uma partição (coluna esquerda) com
os vértices a, g, f; e outra (a direita) com os vértices b, c, d, e.
5) Temos p vértices em V1: todos com grau q. Temos q vértices em V2: todos com grau p. Logo:
pq qp
E(K p,q ) =  d(v) +  d(v) = + = pq
v ∈ V1 v ∈ V2 2 2
6) Pelo Teorema 1.3, todo grafo estrela, por não conter ciclo de comprimento ímpar,
é um grafo bipartido. Além disso, todo grafo estrela é um grafo bipartido completo,
podendo ser notado como K1,n-1. O grafo do exemplo é um K1,6.
7) Sim. Numere os vértices de G2, e tente redesenhá-lo como um grafo bipartido típico, e
constate que a representação é idêntica à do grafo G1.a
8) a: o K1,7 tem exatamente 7 arestas.
9) d: o K4,4 tem exatamente 16 arestas.

Você também pode gostar