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Lista de Exercícios de Fundações

Resolução
Professora Mestra Beatriz de Mello Massimino Rotta
Questão 01: Um consórcio de empresas iniciará o planejamento para o projeto de uma barragem,
em que será necessário um programa de investigação geológico-geotécnica. A figura abaixo
apresenta um perfil de subsolo genérico com o trecho superficial em solo seguido de material
rochoso.

Considerando as informações acima, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: Tipos
de investigação do subsolo. Aborde, em seu texto, os seguintes aspectos:
a) Tipo de sondagem que pode ser executada em solo para obtenção de seus parâmetros de
resistência, amostragem e posição do lençol freático;
Sondagem de simples reconhecimento e sondagem à percussão, com medida de SPT para
estimativa dos parâmetros de resistência do solo e definição da posição do lençol freático. Coleta
de amostras indeformadas para ensaios de laboratórios.
b) Tipo de sondagem que pode ser executada em rocha para obtenção de amostragem e
qualidade.
No trecho em rocha deve‐se realizar sondagem rotativa com extração de testemunhos para
determinação da qualidade da rocha.
Fonte: ENADE 2011

Questão 02: O conhecimento do subsolo se faz por meio de investigações geológicas-geotécnicas,


que fornecem informações primordiais para a elaboração de um projeto adequado. As técnicas de
investigações existentes podem ser indiretas e diretas. A sondagem de simples reconhecimento
(SPT), uma técnica direta, fornece informações importantes do terreno, a exemplo do índice de
resistência à penetração do amostrador padrão, também conhecido como número de golpes do
SPT (NSPT), obtido a cada metro de sondagem. Além disso, essa técnica coleta uma amostra de
solo para cada metro de investigado para a caracterização tátil-visual. A Tabela 1 apresenta o valor
do número de golpes para 3 segmentos de 15 cm cravados no amostrador a cada metro de
profundidade, obtidos em uma sondagem no terreno realizada. A Tabela 2 apresenta os estados
de compacidade e de consistência, de acordo com o índice de resistência à penetração (N SPT).
Com base na Tabela 2 e nos resultados do ensaio correspondente ao índice de resistência a
penetração e o material amostrado, apresentados na Tabela 1, identifique as designações
associadas para cada camada de solo.
Silte Arenoso Pouco Compacto (Nspt médio: (5 + 7 + 6)/3 = 6);
Argila Arenosa Média (Nspt médio: (7 + 8 + 9)/3 =8);
Fonte: ENADE 2017

Questão 03: Calcule, pelo método teórico de Terzaghi, a tensão admissível da sapata baseando-
se nos seguintes dados:
Dados da Sapata - Dimensões = (200x160) cm;
Profundidades: 1,5m, 2,0m e 3,0m.
a) Argila Nspt = 12
• Ruptura Geral;
• C = 10 x Nspt = 120 kPa
• 𝜑 = √20 × 𝑁𝑆𝑝𝑡 + 15 = 30,5°
• Υ = 19 kN/m³
• Calculem e depois discutam os resultados.

b) Silte Argiloso Nspt = 5


• Ruptura Local
• C = 10 x Nspt = 50 kPa
• 𝜑 = √20 × 𝑁𝑆𝑝𝑡 + 15 = 25°
• Υ = 15 kN/m³
• Calculem e depois discutam os resultados.
c) Areia Seca Nspt = 7
• Ruptura Local;
• C = 0 (Areias puras não possuem coesão);
• 𝜑 = √20 × 𝑁𝑆𝑝𝑡 + 15 = 26,8°
• Υ = 16 kN/m³
• Calculem e depois discutam os resultados.

d) Areia Siltosa Úmida Nspt = 20


• Ruptura Geral;
• C = 10 x Nspt = 200 kPa
• 𝜑 = √20 × 𝑁𝑆𝑝𝑡 + 15 = 35°
• Υ = 20 kN/m³
• Calculem e depois discutam os resultados.
Questão 04: Determine a tensão admissível do tubulão (pelo método SPT) sabendo que sua base
terá diâmetro de aproximadamente 1,5 m. A base do tubulão será apoiada na cota – 4 m do perfil
SPT a seguir:

Portanto, a média de valores é realizada com


Sendo o diâmetro da base do tubulão igual a os Nspt 19, 18 e 20.
1,5m, a profundidade do bulbo de tensão vai a 19 + 18 + 20
3 metros a partir da cota de apoio. 𝑁𝑠𝑝𝑡 = = 19 > 18 ∴ 𝑁𝑠𝑝𝑡 = 18
3
𝑧 = 2 × 𝐵 = 2 × 1,5 = 3 𝑚 Assim, a tensão admissível fica:
𝑁𝑠𝑝𝑡 18
𝜎𝑠 = = = 0,6 𝑀𝑃𝑎 = 600 𝑘𝑃𝑎
30 30
Questão 05: Foi executada uma prova de carga em placa (φ = 80 cm) de acordo com a NBR 6489
(1984) em um terreno onde será executado um prédio em fundação direta (sapata). O resultado do
ensaio é apresentado na figura a seguir que representa uma curva tensão versus recalque de uma
prova de carga direta. Analisando-se o resultado do ensaio apresentado na figura, qual é a tensão
admissível do solo?
Obs.: Ruptura Local Sendo ruptura local, devem ser localizados os
recalques para 10 e 25 mm.
𝜎10𝑚𝑚 = 0,6 𝑀𝑃𝑎
𝜎25𝑚𝑚 1,4
= = 0,7 𝑀𝑃𝑎
2 2
Deve ser utilizado sempre a menor tensão
admissível, neste caso a de 600 kPa
Portanto: 𝜎𝑠 = 600 𝑘𝑃𝑎
Questão 06: Foi executada uma prova de carga em placa (φ = 80 cm) de acordo com a NBR 6489
(1984) em um terreno onde será executado um prédio em fundação direta (sapata). O resultado do
ensaio é apresentado na figura a seguir que representa uma curva tensão versus recalque de uma
prova de carga direta. Analisando-se o resultado do ensaio apresentado na figura, qual é a tensão
admissível do solo?
Obs.: Ruptura Geral 𝜎𝑅 = 280 𝑘𝑃𝑎
Para o cálculo da tensão admissível do
método é utilizado o fator de segurança FS =2.
𝜎𝑅 280
𝜎𝑆 = = = 140 𝑘𝑃𝑎
𝐹𝑆 2
Portanto:
𝜎𝑠 = 140 𝑘𝑃𝑎

Sendo ruptura geral, a tensão de ruptura


ocorre onde é formada uma linha vertical
relacionando o ponto de ruptura do solo.
Questão 07 Utilizando o método AOKI-VELLOSO e o DECOURT-QUARESMA para carga
admissível das estacas, resolva os itens a seguir de acordo com os dados fornecidos sobre o
problema. Calcule a carga admissível do conjunto estaca solo para os três diâmetros expostos nos
dados;
Dados:
• Carga do pilar = 1500 kN;
• Estaca = Hélice Contínua;
• Comprimento das estacas = 8 m;

Dados das estacas:


Estaca Hélice Contínua
Diâmetro (cm) 25 30 35
Carga de Catálogo (kN) 300 400 600
Distância Mínima entre Eixos – d (cm) 75 90 105
Distância Eixo-Divisa – a (cm) 40 45 55
Inicialmente começamos com o posicionamento da estaca e o cálculo do Nspt.

Foi posicionada a estaca, feito a somatória dos Nspt do segundo e terceiro segmento e dividido a
metragem que a estaca faz com cada solo.
1º MÉTODO AOKI-VELLOSO
a) Resistência de Ponta
𝑘 × 𝑁𝑃 × 𝐴𝑃
𝑅𝑃 =
𝐹1
Independente dos diâmetros, a estaca “Hélice Contínua” de 8 metros está inserida no solo “Silte”.
Portanto:
k = 400 kPa (tabelado);
35+34+30
𝑁𝑃 = = 33 (valores na ponta da estaca – o Nspt logo abaixo da ponta mais os Nspt acima
3
e abaixo dele);
F1 = 2 (tabelado);
E a área vai modificar conforme o diâmetro analisado, lembrando que o diâmetro deve ser utilizado
em metros e a área da ponta é obtida pela equação:
𝜋 × 𝐷2
𝐴𝑃 =
4
Assim, podemos organizar os dados na seguinte tabela
Diâmetro 25 cm 30 cm 35 cm
k (kPa) 400 400 400
NP 33 33 33
AP (m²) 0,049 0,071 0,096
F1 2 2 2
Resistência de
323,4 468,6 633,6
Ponta (kN)
b) Resistência Lateral
𝑈
𝑅𝐿 = × (∑ 𝛼 × 𝑘 × 𝑁𝐿 × ∆𝐿 )
𝐹2
Para o cálculo da resistência lateral, precisamos calcular os segmentos de solo em contato com a
estacas de forma independente. Após este cálculo, somamos a resistência em cada segmento.
i) Argila Siltosa
α = 0,04 (tabelado)
k = 220 kPa (tabelado)
7 + 8 + 11 + 10
𝑁𝐿 = =9
4
ΔL = 3,45 m
𝒌𝑵
𝛼 × 𝑘 × 𝑁𝐿 × ∆𝐿 = 0,04 × 220 × 9 × 3,45 = 𝟐𝟕𝟑, 𝟐𝟒
𝒎
ii) Silte Arenoso
α = 0,022 (tabelado)
k = 550 kPa (tabelado)
10 + 19 + 23 + 27
𝑁𝐿 = = 19,75
4
ΔL = 3,0 m
𝒌𝑵
𝛼 × 𝑘 × 𝑁𝐿 × ∆𝐿 = 0,022 × 550 × 19,75 × 3,0 = 𝟕𝟏𝟔, 𝟗𝟐𝟓
𝒎
iii) Silte
α = 0,03 (tabelado)
k = 400 kPa (tabelado)
27 + 30
𝑁𝐿 = = 28,5
2
ΔL = 1,55 m
𝒌𝑵
𝛼 × 𝑘 × 𝑁𝐿 × ∆𝐿 = 0,03 × 400 × 28,5 × 1,55 = 𝟓𝟑𝟎, 𝟏
𝒎
Portanto, a somatória da resistência lateral da estaca é:
𝒌𝑵
∑ 𝛼 × 𝑘 × 𝑁𝐿 × ∆𝐿 = 273,24 + 716,925 + 530,1 = 𝟏𝟓𝟐𝟎, 𝟐𝟔𝟓
𝒎
Sendo F2 = 4 (tabelado) e o perímetro calculado pela seguinte fórmula:
𝑈 = 𝜋×𝐷
Lembrando que o diâmetro deve ser utilizado em metros e que para cada estaca haverá um
perímetro, podemos organizar os dados na seguinte tabela.
Diâmetro 25 cm 30 cm 35 cm
Σ 1520,265 1520,265 1520,265
U (m) 0,785 0,942 1,01
F2 4 4 4
Resistência
298,352 358,022 383,867
Lateral (kN)

c) Capacidade de Carga

𝑅 = 𝑅𝑃 + 𝑅𝐿

Diâmetro 25 cm 30 cm 35 cm
Resistência de
323,4 468,6 633,6
Ponta (kN)
Resistência
298,352 358,022 383,867
Lateral (kN)
Capacidade de
621,752 826,622 1017,467
Carga (kN)

d) Carga Admissível
𝑅
𝑃𝑎 =
𝐹𝑆
FS = 2 (padrão do método)

Diâmetro 25 cm 30 cm 35 cm
Capacidade de
621,752 826,622 1017,467
Carga (kN)
FS 2 2 2
Carga
310,876 413,311 508,734
Admissível (kN)
Obs.: Verifique que a primeira e a segunda carga admissível são maiores que a de catálogo. Nestes
casos, deve-se utilizar a carga de catálogo para o cálculo do número de estacas por bloco.

2º MÉTODO DECOURT-QUARESMA
a) Resistência de Ponta

𝑅𝑃 = 𝛼 × 𝐶 × 𝑁𝑃 × 𝐴𝑃

α = 0,3 (tabelado – solo intermediário);


C = 250 kPa (tabelado – como só temos a opção de silte argiloso ou arenoso na tabela, para o
nosso solo de base silte, será considerado o valor do silte arenoso, pois é um solo que está próximo
à base no nosso perfil geotécnico);
35+34+30
𝑁𝑃 = = 33 (valores na ponta da estaca – o Nspt logo abaixo da ponta mais os Nspt acima
3
e abaixo dele);
E a área vai modificar conforme o diâmetro analisado, lembrando que o diâmetro deve ser utilizado
em metros e a área da ponta é obtida pela equação:
𝜋 × 𝐷2
𝐴𝑃 =
4
Assim, podemos organizar os dados na seguinte tabela.
Diâmetro 25 cm 30 cm 35 cm
α 0,3 0,3 0,3
C (kPa) 250 250 250
NP 33 33 33
AP (m²) 0,049 0,071 0,096
Resistência de
121,275 175,725 237,6
Ponta (kN)

b) Resistência Lateral
𝑁𝐿
𝑅𝐿 = 𝛽 × 10 × ( + 1) × 𝐿 × 𝑈
3
β = 1,0 (tabelado – solo intermediário);
NL é a média dos valores de Nspt na lateral da estaca, exceto o último que já foi considerado na
ponta.
7 + 8 + 11 + 10 + 19 + 23 + 27
𝑁𝐿 = = 15
7
L = 8 metros;
O perímetro calculado pela seguinte fórmula:
𝑈 = 𝜋×𝐷
Lembrando que o diâmetro deve ser utilizado em metros e que para cada estaca haverá um
perímetro, podemos organizar os dados na seguinte tabela.
Diâmetro 25 cm 30 cm 35 cm
β 1 1 1
NL 15 15 15
L (m) 8 8 8
U (m) 0,785 0,942 1,01
Resistência
376,8 452,16 484,8
Lateral (kN)

c) Carga Admissível
𝑅𝑃 𝑅𝐿
𝑃𝑎 = +
4 1,5
Diâmetro 25 cm 30 cm 35 cm
Resistência de
121,275 175,725 237,6
Ponta (kN)
Resistência
376,8 452,16 484,8
Lateral (kN)
Carga
281,519 345,371 382,6
Admissível (kN)

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