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Faculdade Paraíso do Ceará

Engenharia Civil
Geotécnica e Fundações – 9° Semestre – Noite

DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES RAZAS, CÁLCULO DE


RECALQUES E DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES
PROFUNDAS.

Antonio Marconio Marques de Sousa Filho


Jakson Cavalcante Cruz Junior
Francisco Arnaldo de Lima Torres Júnior

Juazeiro do Norte - CE, 2021


Análize e investigação preliminar
Será feito o dimensionamento das sapatas razas observando os dois pilares mais
carregados e, apenas dois furos realizados na sondagem SPT, analizando o resultado do SPT
obteve-se a seguinte estratigrafia do solo:

Tendo em vista este ensaio, utilizando o valor de Nspt de acordo com a profundidade e solo
penetrado, pode-se realizar correlações para obter dados sobre a resistência do solo. E sua
tensão útil.
Neste caso não se faz necessário outros ensaios, pois a carga máxima que teremos no projeto
de acordo com a imagem a seguir é de 70 toneladas ou 70 kn.

Como este caso é simples e possui carregamento menor que 1000kn (estabelecido pela NBR
6122/96), não há a necessidade de realizar um ensaio de amostra indeformada por exemplo,
muito menos um ensaio de prova de carga sobre placa, que é caro e complexo de ser feito.
Para uma profundidade de 3 metros (valor máximo de profundidade de sapata rasa) temos os
valores de Nspt nos seguintes ensaios:
No furo “01” teremos um valor de Nspt de 2 assim como no furo “02”.

De acordo com a localizações dos furos dadas por:

Percebe-se que o furo 02 está mais próximo ao pilar 05 e, o furo 01 mais próximo ao pilar 06.
Para o valor de Nspt médio atribui-se o valor de Base da sapata de 2 metros, como o bulbo
tem H igual a 1,5 B, como mostra a figura:
então nosso bulbo de pressões terá H igual a 3 metros, desta forma pegaremos a média de
Nspt da cota -3 ate a cota -8 metros
 para o SP 01:
2+3+ 3+8+15
Nspt =
5
Nspt =6 , 20;
Correlação do Nspt médio para obtenção da carga admissível:
Nspt
σ= (mpa);
5
6 ,2
σ= (mpa);
5
σ =1 ,24 mpa ou1240 kpa;
 para o SP 02:
2+ 4+ 4+12+15
Nspt =
5
Nspt =7 , 40
Nspt
σ= (mpa);
5
7 ,4
σ= (mpa);
5
σ =1 , 48 mpa ou1480 kpa;
Cálculo da área mínima da sapata
 Pilar 05
Ya∗Nk
S=
σadm
Ya = 1,05 ( 5% a mais na carga do pilar)
Nk = (70*9,81)/(0,250,6)
Nk = 4578 kpa; logo:
1 , 05∗4578
S=
1240
2
S ≅ 4 , 00 m .
Dimensão mínima de 2 m (sapata quadrada);
Cálculo das abas:

A=
(a−b) (a−b)²
2
+
4 √+s
S
B=
A
Onde “a” e “b” são as dimensões dos pilares, logo:
A = 2,20 m
B = 1,90 m
 Pilar 06
Ya∗Nk
S=
σadm
Ya = 1,05 ( 5% a mais na carga do pilar)
Nk = (34*9,81)/(0,250,6)
Nk = 2223,6 kpa; logo:
1 , 05∗2223 ,6
S=
1240
2
S ≅ 2 , 00 m .
Dimensão mínima de 1,41 m, atribui-se 1,5 m para facilitar a execução.
Cálculo das abas:

A=
(a−b) (a−b)²
2
+
4 √
+s

S
B=
A
Onde “a” e “b” são as dimensões dos pilares, logo:
A = 2,20 m
B = 1,90 m
Agora iremos calcular a tensão útil dos solos utilizando terzaghi e vesic:
 Pilar 05
Para relacionar o Nspt com o ângulo de atrito Teixeira propôs:
φ=√ 20∗N + 15 , logo:
φ=26 , 13 °
Para relacionar o Nspt com coesão Berbearian propôs:
Nspt
c=
0 , 35
Logo:
C = 17,71 kpa;
Aplicando terzaghi e vesic:
 Fatores de capacidade de carga:
π∗tanφ φ
Nq=e ∗tan ² (45+ );
2
Nc=( Nq−1 )∗cotagφ;
Nγ=2∗( Nq+1 )∗tgφ;
 Equação de terzaghi:
σ =c∗Nc +q∗Nq+0 , 5∗γ∗L∗Nγ ;
Logo:
σ =17 , 71∗22 , 46+13∗3∗12 , 02+ 0 ,5∗13∗2∗13 , 80
σ =1045 , 95 kpa
 Equação de Hansen adiciona-se os fatores de forma e profundidade:
 Fatores de forma:
Sc=1+nq /nc
Sq=1+tgφ
Sy=0 , 60
 Fatores de profundidade:
D
dc=1+ 0 , 4∗arctg ( )
B
2 D
dq=1+2∗tgφ∗( 1−senφ ) ∗arctg ( )
B
dy =1
 Aplicando Equação de Hansen :
σ =c∗Nc∗Sc∗dc +q∗Nq∗Sq∗dq+0 , 5∗γ∗L∗Nγ∗sγ∗dγ ;
σ =17 , 71∗22 , 46∗1 ,54∗1, 39+13∗3∗12, 02∗1, 50∗1 ,30+ 0 ,5∗13∗2∗13 , 80∗0 , 6∗1
σ =1873 , 22 kpa
 Pilar 06
Para relacionar o Nspt com o ângulo de atrito Teixeira propôs:
φ=√ 20∗N + 15 , logo:
φ=27 , 16 °
Para relacionar o Nspt com coesão Berbearian propôs:
Nspt
c=
0 , 35
Logo:
C = 21,14 kpa;
Aplicando terzaghi e vesic:
 Fatores de capacidade de carga:
π∗tanφ φ
Nq=e ∗tan ² (45+ );
2
Nc=( Nq−1 )∗cotagφ;
Nγ=2∗( Nq+1 )∗tgφ;
 Equação de terzaghi:
σ =c∗Nc +q∗Nq+0 , 5∗γ∗L∗Nγ ;
Logo:
σ =21 ,14∗24 , 23+13∗3∗13 , 43+ 0 ,5∗13∗1 ,5∗14 , 80
σ =1180, 30 kpa
 Equação de Hansen adiciona-se os fatores de forma e profundidade:
 Fatores de forma:
Sc=1+nq /nc
Sq=1+tgφ
Sy=0 , 60
 Fatores de profundidade:
D
dc=1+ 0 , 4∗arctg ( )
B
2 D
dq=1+2∗tgφ∗( 1−senφ ) ∗arctg ( )
B
dy =1
 Aplicando Equação de Hansen :
σ =c∗Nc∗Sc∗dc +q∗Nq∗Sq∗dq+0 , 5∗γ∗L∗Nγ∗sγ∗dγ ;
σ =21 ,14∗24 , 23∗1 , 55∗1 , 44 +13∗3∗13 , 43∗1 , 51∗1 , 34+0 , 5∗13∗1 , 5∗14 , 80∗0 ,6∗1
σ =2289 , 65 kpa
Comparando os valores de tensão admissível no caso da correlação com o Nspt e com
o cálculo feito através das proposições Terzaghi e Hansen
 Pilar 05:
Correlação Nspt:
σ =1480 kpa ;
Proposição de terzaghi:
σ =1045 , 95 kpa;
Proposição de hansen:
σ =1873 , 22 kpa
Relação entre correlação Nspt e terzaghi:
0,7067 ou um acerto de 70,67%
Relação entre correlação Nspt e hansen:
0,7900 ou 79,00% de acerto.
 Pilar 06:
Correlação Nspt:
σ =1240 kpa ;
Proposição de terzaghi:
σ =1180, 30 kpa;
Proposição de hansen:
σ =2289 , 65 kpa

Relação entre correlação Nspt e terzaghi:


0,9518 ou um acerto de 95,18%
Relação entre correlação Nspt e hansen:
0,5415 ou 54,15% de acerto.
CÁLCULO DE RECALQUE
Dados das fundações por pilar.
 Pilar 05
(2x2)m sapata quadrada;
Tensão aplicada = σ ≅ 0 ,17 M pa
Profundidade da sapata = 3,00m.
 Pilar 06
(1,5x1,5)m sapata quadrada.
Carga admissível = σ ≅ 0 ,15 M pa ;
Profundidade da sapata = 3,00m.
Com as informações acima é possível realizar a previsão dos recalques gerados devido
à sobrecarga aplicada na área da fundação de cada pilar.
Como mostrado na estratigrafia do solo, o mesmo, possui várias camadas, desta forma
a equação proposta por Boussinesq não pode ser aplicada, uma vez que ela não prevê várias
camadas de solos distintos, desta forma, será aplicada a equação de camadas finitas:
σB
ρi=μ0 μ1 ( )
Es
Onde:
 ρi , é o recalque imediato do solo;
 μ0 μ1 , são fatores de são fatores de influência do embutimento da sapata e da espessura
da camada de solo, respectivamente.;
 σ , é a sobretensão no solo;
 B é a menor dimensão da sapata;
 E s é o módulo de deformabilidade;
Aplicando também a metodologia de multicamadas: sapata fictícia, onde, numa
proporção de 2 verticais para 1 horizontal, a tensão inicial muda para a nova área da sapata
fictícia, aplicada na camada inferior a camada onde de fato a sapata está apoiada, repetindo o
processo para a quantidade de camadas presentes na estratigrafia do solo.

Para o pular 05 teremos:


Para determinar os valores de μ0 analisa-se a relação da profundidade de embutimento da
sapata com sua base.

Para determinar os valores de μ1 analisa-se a relação: da diferença de cota da camada na qual


a sapata se apoia com a camada indeslocável, e, sua base, como mostra o desenho no gráfico:
Desta forma, para a primeira camada:
Pilar 05:
h 3 L
= =1 , 5; e =1 ( sapata quadrada ) ; logo:
B 2 B
μ0 ≅ 0 , 67 ;
H 8 L
= =4 ; e =1 ( sapata quadrada ) ; logo:
B 2 B
μ1 ≅ 0 , 6 3 ;
E s=αK N spt ;
E s=7∗0 , 2∗2=2 ,80 ;
σB
ρi=μ0 μ1 ( )
Es

ρi=0 , 67∗0 , 63∗ ( 0 ,17∗2000


2 , 80 ) ≅ 51 ,26 mm
Pilar 06:
h 3 L
= =2 ; e =1 ( sapata quadrada ) ; logo:
B 1 ,5 2 B
μ0 ≅ 0 , 6 3 ;
H 7 L
= =4 ,67 ; e =1 ( sapata quadrada ) ; logo:
B 1,5 B
μ1 ≅ 0 , 6 7 ;
E s=αK N spt ;
E s=7∗0 , 15∗2=2 ,10 ;
σB
ρi=μ0 μ1 ( )
Es

ρi=0 , 6 3∗0 , 6 7∗ ( 0 ,125∗1500


,10 ) ≅ 45 ,22 mm
Desta forma, para a segunda camada:
Como os cálculos repetem os mesmos processos mudando apenas os valores de μ0 μ1, B, E s e
σ , foi criada uma tabela afim de agilizar todo o processo.
Camada 2:
ρi=2 , 07 pilar 05;
ρi=8 , 36 pilar 06;
Camada 3:
ρi=1 , 33 pilar 05;
ρi=1 , 82 pilar 06;
Camada 4:
ρi=0 , 73 pilar 05;
ρi=0 , 57 pilar 06;
Camada 5:
ρi=0 , 73 pilar 05;
ρi=0 , 30 pilar 06.
Para obter o recalque total basta somar todos os recalques referentes a cada camada analisada,
logo:
Recalque total do pilar 05:
51,26+2,07+1,33+0,73+0,73=55,20mm;
Recalque total do pilar 06:
51,26+2,07+1,33+0,73+0,73=56,27mm;
Uma diferença de 1,07 mm que será insignificante para a durabilidade da estrutura e não
apresentará nenhuma patologia devido a recalques diferenciais.
DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Analisando a estratigrafia do solo nota-se que a presença do nível d’água está muito
abaixo das cotas em que a estaca será executada, desta forma, o nível d’água não é um
limitante, analisando a execução, na região do cariri, estacas tipo Franki e estacas pré-
moldadas são inviáveis para edificações de pequeno porte, pois, a região não possui mão de
obra qualificada e capaz de executar tais fundações, o que tornaria mais onerosa e demorada a
execução destas fundações, após toda essa análise nota-se que estacas escavadas podem ser
aplicadas desde que possuam revestimento devido a presença de solos argilosos, suas
dimensões, para ambos os pilares, serão:
 D=0,50 m;
 L=10 m.
Para análise da capacidade de carga que essas fundações podem oferecer pode-se
aplicar o método semiempírico de Aoki-Velloso:
R=u∑ ( r l Δl ) +r p A p
Onde:
 u é o perímetro do fuste;
 r l é a resistência lateral;

 Δ l é a parcela de comprimento resistente;

 r p é a resistência de ponta;

 A p é a área da ponta.
Desta forma para determinar qual a carga máxima suportada pela estaca, neste tipo de solo,
deve-se calcular a soma de suas resistências laterais e de ponta, todos os cálculos foram
executados na tabela de excel anexada.
Com essa estaca obteve-se:
Para o pilar 05:
2120,55 kn de resistência total;
Carga de solicitação = 686,70 kn;
32,38% superior a carga solicitante.
Para o pilar 06:
1998,64 kn de resistência total;
Carga de solicitação = 333,54 kn.
16,69% superior a carga solicitante.

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