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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Física
Departamento de Física Ge3ral
FIS 122-Física Geral e Experimental II-E/Laboratório
Turma 06/12

PRÍNCIPIO DEARQUIMEDES
INTRODUÇÃO

Contam os livros, que o sábio grego Arquimedes (282-212 AC) descobriu, enquanto
tomava banho, que um corpo imerso na água se torna mais leve devido a uma força,
exercida pelo líquido sobre o corpo, vertical e para cima, que alivia o peso do corpo.
Essa força, do líquido sobre o corpo, é denominada empuxo ( ).Portanto, num corpo
que se encontra imerso em um líquido, agem duas forças: a força peso ( ) , devida à
interação com o campo gravitacional terrestre, e a força de empuxo ( ) , devida à sua
interação com o líquido .Quando permanece parado no ponto onde foi colocado, a
intensidade da força de empuxo é igual à intensidade da força peso (E = P) .Se ele
afundar, a intensidade da força de empuxo é menor do que a intensidade da força peso
(E < P).Se ele for levado para a superfície, a intensidade da força de empuxo é maior do
que a intensidade da força peso (E > P) .Para essas três situações se aplica o princípio
de Arquimedes:Todo corpo mergulhado num fluido (líquido ou gás) sofre, por parte
dofluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido
deslocado pelo corpo.Seja Vf o volume de fluido deslocado pelo corpo. Então a massa
do fluido deslocado é dada por: mf = dfVf .A intensidade do empuxo é igual à do peso
dessa massa deslocada:E = mfg = dfVfg .Para corpos totalmente imersos, o volume de
fluido deslocado é igual ao próprio volume do corpo. Neste caso, a intensidade do peso
do corpo e do empuxo são dadas por: P = dcVcg e E = dfVcg .Comparando-se as duas
expressões observamos que:se dc > df , o corpo desce em movimento acelerado (FR = P –
E) se dc < df , o corpo sobe em movimento acelerado (FR = E – P); se dc = df , o corpo
encontra-se em equilíbrio.Quando um corpo mais denso que um líquido é totalmente
imerso nesse líquido, observamos que o valor do seu peso, dentro desse líquido , é
aparentemente menor do que no ar. A diferença entre o valor do peso real e do peso
aparente corresponde ao empuxo exercido pelo líquido:Paparente = Preal - E

MATERIAL NECESSÁRIO

1. mola
2. porta pesos
3. conjunto de massas
4. proveta graduada
5. béquer
6. balança
7. picnômetro
8. álcool
9. água
10. diferentes objetos

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para a determinação da densidade do álcool, primeiramente, foi pesado o picnômetro


vazio. Em seguida este foi preenchido com álcool e novamente pesado. Este
procedimento foi repetido com o picnômetro cheio de água.
Para a calibração da mola foi montada uma plataforma de sustentação com uma
base e uma haste e a esta plataforma prendemos uma régua e uma mola por uma das
extremidades, na outra extremidade da mola prendemos um porta pesos e medimos sua
elongação, em seguida foram acrescentadas diferentes pesos ao porta pesos e
registramos em uma tabela as elongações sofridas pela mola.

Para medições do empuxo hidrostático, utilizamos a mesma montagem do experimento


anterior retirando o porta pesos e acrescentado uma proveta graduada que será
preenchida com os líquidos – água ou álcool – onde serão mergulhadas as massas
aferidas. Antes de imergir as massas, anotamos o volume do líquido colocado na
proveta e os pesos das massas e as respectivas elongações que provocam na mola já
calibrada. Após a imersão (parcial e total) anotaremos os novos valores para

TRATAMENTOS DE DADOS

1.DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE ÁLCOOL

Determinação da densidade do álcool.

Sabendo que:
drel = m1 – m0 = 78,9 – 33,4 = 0,83 g/cm3
m2 – m0 88,00 – 33,4

mo= picnometro vazio


m1=picnometro cheio de água
m2= picnometro cheio de álcool.
O valor encontrado para a densidade do álcool é compatível, pois esperávamos
que fosse menor que a densidade da água é igual a 1 g/cm3.

d = – 0,83 x 100 =

Calculando a discrepância relativa encontramos um valor menor que tornando o


valor encontrado experimentalmente para a densidade do álcool aceitável.
2.CALIBRAÇÃO DA MOLA

Tabela de dados
Massa (g) 12,73 62,73 72,73 82,73 92,73 102,73 112,73
Peso (din) 12475,4 61475,4 71275,4 81075,4 90875,4 100675,4 110475,4
Elongação (cm) 66,6 63,2 62,5 61,9 61,2 60,5 59,9

X0=elongação inicial.

x 0 3,4 4,1 4,7 5,4 6,1 6,7


O gráfico peso (din) x elongação (cm) está em anexo.

3.ANALISANDO A CURVA E OUTROS DADOS SOBRE A MOLA


UTILIZADA,ESTABELEÇA O LIMITE INFERIOR DA REGIÃO DE LINEARIDADE
DA MOLA.JUSTIFIQUE SUA ESCOLHA

Analisando a curva do gráfico da questão anterior o limite foi estabelecido


entre o segundo e o sétimo ponto já que devido que o primeiro ponto não se
leva em conta o deslocamento x pois a primeira leitura foi em valor árbritario
, ou seja ,sem referência anterior e também porque para pequenos valores a
relação entre a força e a elongação não é linear.
4.DETEMINANDO OS COEFICIENTES DA RETA F:KX +b

Utilizando o método dos mínimos quadrados para o ajuste da reta que melhor descreve os pontos, temos: F = kx + b.
Calculando temos:

Tabela de dados ∑=
x (cm) 3,4 4,1 4,7 5,4 6,1 6,7 30,4
y 61475,4 71275,4 811075,4 90875,4 100675,4 110475,4 515852,4
(din)
x . y 209016,36 292229,14 381054,38 49072716 614119,94 740185,18 2727332,16
x2 11,56 16,81 22,09 29,16 37,21 44,89 161,72

a = n((∑xiyi )- ( ∑yi) ( ∑xi) b = 1( ∑yi)-a( ∑xi)


n (∑xi2)– (∑xi)2 n

a = 6((2727332,16 )- ( 515852,4) (30,4) b = 1(515852,4)-14776,5(30,4)


6 (161,72)– (30,4)2 6

a= 14776,5 b= 11107,8

F= KX +b
F= 147765,5X +11107,8
Tabela de dados ajustados
Peso (din) 13.209,7 62.277,9 111.346,2 153.404,7 209.482,7 258.550,9
Elongação (cm) 3,0 6,5 10,0 13,0 17,0 20,5

5. Olhando para o gráfico e a tabela percebe-se que a elongação da mola tende a ser
proporcional a variação da força peso aplicada na mola .Ex: Se a força peso varia de 10
em 10 dinas, a elongação tende a ser por exemplo 0,5 em 0,5 (ou seja constante).Então
para calcular um peso basta a variação da elongação , estabelecer um delta x de acordo
com essa variação e que pertence a região de não linearização, podendo-se calcular o
peso cujo o valor esteja dentro dessa região.

6.MEDIDAS DO EMPUXO HIDROSTÁTICO

Tabela de dados para imersão no álcool.


∆m (g) 9,96 4,98 11,62 8,3 19,92 13,28
E (din) 8865,9 1477,65 13298,85 5910,6 17731,8 13298,85

Onde ∆m = d1∆V sendo d1 = 0,83 g/cm3 e E = K∆x, sendo K =


din/cm
A relação funcional é do tipo: E = a∆m + b

O gráfico passa pela origem porque para E=0(não há imersão do objeto)o


volume deslocado é zero consequentemente a massa ∆m do volume
deslocado também será zero.
7.AJUSTANDO PELO MMQ.

Tabela de dados ∑=
∆m 9,96 4,98 11,62 8,3 19,2 13,28 68,06
(g)
E 8865,9 1477,65 13298,85 5910,6 17731,8 13298,85 60583,65
(din)
∆m . 88304,364 7358,697 154532,637 49057,98 353217,456 176608,728 741658,5416
E
∆m 2 99,2016 24,8004 135,0244 68,89 396,8064 176,3584 901,0812
Y= [Σ xi yi]
[Σ xi]2
Y= (741658,5416]
[68,06]2

160,11

E= g∆m g =160,11

E= 160,11∆m
Tabela de dados ajustada para imersão no álcool.
∆m (g) 9,96 4,98 11,62 8,3 19,2 13,28
E (din) 1594,6956 797,3478 1860,4782 1328,913 3074,112 2126,2608

8.REPETIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DAS QUESTÕES 6 E 7 PARA ÁGUA.

Tabela de dados para imersão na água.


∆m (g) 9 7 13 4 23 11
E (din) 11821,2 2955,3 10343,55 5910,6 26597,7 11821,2

Onde ∆m = d2∆V sendo d1 = 0,83 g/cm3 e E = K∆x, sendo K = din/cm

O gráfico passa pela origem porque para E=0(não há imersão do objeto)o


volume deslocado é zero consequentemente a massa ∆m do volume
deslocado também será zero.
AJUSTANDO PELO MMQ.
Tabela de dados ∑=
∆m (g) 9 7 13 4 23 11 67
E (din) 11821,2 2955,3 10343,55 5910,6 26597,7 11821,2 69449,55
∆m . 106390,8 120687,1 134466,15 236424,4 611747,1 130033,2 1026966,75
E
Y= [Σ xi yi]
[Σ xi]2
Y= (1026966,75]
[67]2

228,77

E= g∆m g =228,77

E= 228,7∆m
Tabela de dados ajustada para imersão na água.
∆m (g) 9 7 13 4 23 11
E (din) 2058,3 1600,9 2973,1 914,8 5260,1 2515,7

9.REÚNA NUM SÓ GRÁFICO TODOS OS PONTOS OBTIDOS PARA A


RELAÇÃO E X ∆M PARA A IMERSÃO NO ÁLCOOL E NA ÁGUA.
Tabela de dados para imersão na água e no álcool.
∑∆m água ∑∆m álcool ∑E água ∑E álcool
67 68,06 69449,55 60583,65
∑ = 135,06 ∑ =130033,2
10.AJUSTE POR MMQ

Tabela de dados
∑ = ∆m (g) 135,6
∑ = E (din) 130033,2
∑ = ∆m . E 1856046,612
Y= [Σ xi yi]
[Σ xi]2
Y= (1856046,612]
[135,06]2

101,75

E= g∆m g =101,75

E= 101,75,∆m
JUSTIFICAÇÃO

Sabendo que o princípio de Arquimedes nos diz que o empuxo é igual ao peso do
volume do líquido deslocado, isto é: E = g ∆m, obtivemos os seguintes valores para g
pelo MMQ:
Para o álcool g = 160,11 din/cm2, para a água g = 228,7 din/cm2 e para o álcool e
água g = 101,75 din/cm2

Calculando a discrepância temos:

Dalcool = 978,3 – 160,11 x 100 = 83,6 %


978,3

Dagua = 978,3 – 228,7 x 100 = 76,6%


978,3

Dagua+ alcool = 978,3 – 101,75 x 100 = 89,5%


978,3

Através do calculo da discrepância relativa (D) podemos observar que os valores


encontrados para a gravidade (g) não são satisfatórios para todas as medidas.
Os erros que ocasionaram tal discrepância podem estar relacionados a diversos
fatores, tais como: erros na leitura da elongação da mola, a não diferenciação da
variação do volume para os diversos objetos na imersão parcial ou total, que
acarretaram pouca distribuição dos pontos nos gráficos E x ∆m, os quais, por sua vez,
interferem diretamente sobre os valores da gravidade e dos coeficientes lineares de b
obtidos, que deveriam ser zero. Além disso, houve a contribuição dos erros de
aproximação dos cálculos.
Se realizássemos o experimento com uma mistura de água e álcool, o
procedimento seria o mesmo. O que mudaria seria a densidade do liquido no qual o
corpo seria imerso. Portanto, é correto assumir a forma E = g ∆m também neste caso.
À imposição de que o gráfico E x ∆m ter que passar pela origem se deve ao fato
da relação funcional ser E = g ∆m. Como não há um coeficiente linear na relação
significa que ele é nulo.

Conclusão:

Através deste experimento foi possível comprovar o princípio de Arquimedes


que estabelece que a força que o fluido exerce sobre o corpo é igual ao peso de volume
deslocado no processo de imersão.

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