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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


INSTITUTO DE FÍSICA

DIIMENSÕES INTEIRAS E
FRACIONÁRIAS

DISCIPLINA: Laboratório de Física 1


ALUNO: Kyran Da Silva Santos
PROFESSOR: Pedro Valentim
CURSO: Engenharia Quimica
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


INSTITUTO DE FÍSICA

DIMENSÕES INTEIRAS E
FRANCIONÁRIAS

Relatório referente ao experimento


acima citado, realizado no laboratório de
Física 1, sob a orientação do professor Pedro
Valentim.
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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO 4

2.0 OBJETIVO 6

3.0 PARTE EXPERIMENTAL 7


Materiais: Equipamentos 7
Métodos: Descrição dos procedimentos 7

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 8


4.1 QUESTÕES 10

5.0 CONCLUSÕES 12

6.0 REFERÊNCIAS 13
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1.0 INTRODUÇÃO

O experimento comentado neste relatório trata de um corpo de duas dimensões


transformado em um corpo de três dimensões, cuja dimensão real não assume nenhuma
destas e sim um valor final entre as duas, para obter esses resultados utilizamos os
princípios da geometria fractal, que descreve muitas situações que não podem ser
explicadas facilmente pela geometria clássica.
Para entender os fractais podemos utilizar os seguintes conceitos, imagine que se
queira uma medida mais precisa da costa brasileira do que 7.491km (segundo o IBGE),
são quantos metros? Quantos centímetros? Quantos milímetros? Em teoria com uma
régua bastante precisa poderíamos chegar a esses valores, mas nossas medidas
aumentariam e muito, por exemplo se usarmos uma régua de 500km vamos medir da
costa brasileira de 7.500 km, por outro lado se usarmos uma régua com tamanho de 1 km,
poderíamos acompanhar todo o desenho da nossa costa como praias ilhas e etc. agora se
usarmos uma régua de 1m, poderíamos contornar até as pedras com um valor uma área
ainda maior, quanto mais perto chegarmos nossa medida continua aumentando cada vez
mais, e esse conceito se aplica ao ato de medir o papel amassado de forma irregular, pois
estamos fazendo a fragmentação de uma área em áreas menores.
A prática proposta envolve a medição de uma grandeza (diâmetro das esferas de
papel) e a verificação da dependência deste com a massa m da bola. Uma das maneiras
de demonstrar através de cálculos qual é a dimensão de um objeto, parte das fórmulas
para determinar a densidade de um corpo e da equação para determinar o volume de uma
circunferência, após algumas operações e substituições iremos encontrar tal equação:

D=KM1/d (Eq. 1)

Onde D equivale ao Diâmetro, K representa uma constante, M é a massa do corpo


e d a dimensão do mesmo. Demonstração para um objeto tridimensional:
𝑀
Sendo que a fórmula para determinar a densidade é 𝜌 = 𝑉
(Eq. 2) e a fórmula

4𝜋𝑟 3 𝐷
para determinar o volume é 𝑉 = (Eq. 3), Sabendo que 𝑟 = ,
3 2

𝐷 𝜋𝐷 3
𝑉 = 4𝜋( )3 =
2 6
Substituindo essa equação em (Eq. 2) teremos:
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6𝑀
𝜌= , logo :
𝜋𝐷3
6𝑀
𝐷3 =
𝑝𝜋

3 6 3
𝐷 = √ × √𝑀 (Eq. 4)
𝑝𝜋

3 6
Como o valor de √ é constante, chamaremos esse valor de K , obtendo :
𝑝𝜋

3
𝐷 = 𝐾 √𝑀 (Eq. 5)
Comparando as equações (Eq.1) e (Eq.5) observa-se que 𝑑 = 3, isso é verdade porque o
objeto utilizado nessa operação era tridimensional.
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2.0 OBJETIVO

Realizar medições de diâmetros, a fim de determinar as dimensões de corpos com


formas geométricas irregulares.
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3.0 PARTE EXPERIMENTAL


Materiais: Equipamentos

- Duas Folhas de papel, com 64mg


- Paquímetro
- Régua milimetrada de 30 cm
Métodos: Descrição dos
procedimentos
Inicialmente para fins de análises posteriores, Cortamos uma folha de papel com
aproximadamente 64 mg em duas partes iguais, uma das partes foi reservada para outro corte e a
outra amassada em formato de esfera irregular.
A esfera irregular foi medida sete vezes e cada medição registrada em uma tabela com o
intuito de prever uma medida aproximada do que seria seu diâmetro real, o valor foi obtido através
da média aritmética dos dados da tabela bem como a incerteza estimada ΔD associada ao tamanho
de cada bola.
A outra parte do corte foi dividida novamente em duas partes iguais a partir de seu
tamanho e todo o processo se repetiu 7 vezes, até a última esfera resultante assumir a massa de 1
mg.
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4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tabela a seguir apresenta os dados de medição do diâmetro das sete esferas


confeccionadas no experimento (tendo como identificação suas respectivas massas),
sendo que o procedimento de medida com o paquímetro foi realizado variando a posição
no corpo das esferas.

Tabela 1: Medidas de Diâmetro

D\M 1 2 4 8 16 32 64

D1 05,12 10,67 12,89 15,34 19,20 26,78 34,56

D2 06,89 09,45 13,19 15,56 24,12 27,30 36,60

D3 06,56 10,12 13,78 18,56 24,12 26,20 39,12

D4 06,12 09,67 13,34 16,46 18,56 26,50 34,10

D5 07,12 10,13 13,12 15,19 21,56 28,00 35,10

D6 06,17 10,67 12,19 16,23 21,12 28,12 35,20

D7 07,12 10,45 12,90 16,23 22,78 27,67 37,89

<D> 06,44 10,17 13,06 16,22 21,64 27,22 36,08

𝛥𝐷 0,549 0,370 0,341 0,739 1,746 0,627 1,533

Como podemos ver os dados apresentam em sua maioria uma grande similaridade
de tamanho, indicando que existe uma tendência para que a esfera assuma um valor
padrão de seu diâmetro para cada volume amassado, esse valor (<D>) foi estimado pela
média aritmética das sete medidas do diâmetro de cada esfera irregular. As incertezas
foram calculadas pelo método de desvio padrão médio:
∑𝑛 𝐷𝑖 − 𝐷|
|
𝛥𝐷= 𝑖=1
𝑛
Analisando os dados de incerteza podemos observar que em alguns casos os
valores são muito altos, como o da esfera de 16 mg por exemplo, que chega a 1,746, as
hipóteses mais prováveis é que ocorreu erro de medição ou que a esfera não foi amassada
até seu limite máximo em todos os “lados”, acarretando num aumento na variação de
tamanho e por consequência um valor alto do erro estimado. No geral quanto maior o
tamanho da esfera irregular maior a chance de assumir grandes valores de incerteza.
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O próximo passo na determinação da dimensão das esferas foi a confecção de um


gráfico log vs log com os resultados obtidos no experimento. A partir da função D =
KM1/d, aplicamos o logaritmo em ambos os lados para obter uma equação linear e usando
os artifícios das propriedades logarítmicas:

log D = log K + (1/d) log M

Admitindo que log(D) = y, log K = b e log M = x , temos a reta:

1
y = b + (𝑑)x

1
A equação acima é linear, logo (𝑑) = m, ou seja, 1/𝑑 é o coeficiente angular da

função. Em busca de calcular tal coeficiente, plotamos o gráfico 1 no programa origin 8,


com cada ponto sendo obtido por log(D) = y e log M = x, e a amplitude das incertezas
com log(𝛥𝐷):

Gráfico 1: Curva obtida a partir da linearização da função D = KM1/d

Através do ajuste linear obtemos o valor de m = 0,3994 e a partir da equação 1/d


= m , encontramos d = 2,50. Verifica-se que o resultado está dentro do esperado, 2 ≤ x ≤
3. Portanto, a dimensão do objeto é de 2,50. E os valores de K foram obtidos a partir da
fórmula 𝐷 = 𝐾𝑀1/𝑑 , podendo ser conferidos na tabela 02:
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Tabela 02: Valores de K

1 mg 6,44

2 mg 7,710833155

4 mg 7,507647671

8 mg 7,069552262

16 mg 7,151195799

32 mg 6,82008656

64 mg 6,854071773

4.1 QUESTÕES
1) Que valor você esperaria de d para uma esfera tridimensional de densidade uniforme?
E para uma “esfera” bidimensional – um objeto circular, como uma moeda, de densidade
uniforme? E para uma esfera unidimensional?

Resposta:
Para um objeto unidimensional a dimensão deve assumir o valor 1, para os bidimensionais
assume valor 2 e os tridimensionais assumem por sua vez valor 3

2) Qual a expressão de K para os três tipos de objetos a que se refere à pergunta


anterior?

Resposta :
6
Esfera tridimensional 𝐾 = (𝜋𝜌)1/𝑑 , ρ = massa / volume
4
“Esfera ” bidimensional 𝐾 = (𝜋𝜎)1/𝑑 , σ = massa/área
1
“Esfera” unidimensional 𝐾 = (𝜋𝜆)1/𝑑 , λ = massa/comprimento

3) Baseando-se nos valores de d e Δd encontrados e na resposta do item (1), como você


interpreta o valor de d obtido?

Resposta:
Objetos simples e uniformes seguem as propriedades da geometria tradicional euclidiana,
mas objetos irregulares como a bola de papel analisada neste experimento não se
enquadram nessas propriedades. Portanto se faz necessário outras definições como os
modelos matemáticos de fractais, e usando esse método encontramos uma dimensão 2,50
para a nossa esfera irregular, que condiz com o que era previsto pela teoria já que a bola
veio de uma folha de papel na dimensão topológica 2 e tenta através do amassamento
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adquirir a dimensão 3.
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5.0 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos observamos uma variação estranha nas
incertezas calculadas, a hipótese mais provável é que isso ocorre por erros sistemáticos,
ou seja, acontece quando os erros de medidas se propagam ou ainda se a esfera não foi
amassada sob a mesma força em todos os seus lados resultando em medidas com grande
amplitude, mesmo sendo um processo difícil de se controlar por limitações empíricas é
um fato a ser mencionado.
A medida da dimensão da esfera obtida pelos cálculos de análise de um fractal
neste experimento foi de 2,50, comprovando a teoria prevista da dimensão de um objeto
irregular que partindo de um corpo 2D para um corpo 3D assume um valor entre 2 e 3
como previsto pelos modelos matemáticos aplicados a geometria fractal. Daí podemos ter
uma noção da importância deste método já que a geometria clássica não dá conta de
explicar tal fenômeno.
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6.0 REFERÊNCIAS

Geometria Fractal. wikipedia. Disponível Em: <http://pt.wikiedia.org/wiki/Fractal>.


Acesso em: 24/12/19.

BARBOSA, R. M. Descobrindo a Geometria Fractal - para a sala de aula. Belo


Horizonte: Autêntica, 2002.

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