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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS
CAMPUS GOIÂNIA

Laboratório de Fluídos, Ondas e Calor


Relatório – Medidas com Paquímetro e
Cálculo de Densidade

Matheus José Gomes Leite

Julia Vieira Pontes

GOIÂNIA/GO
2022
Laboratório de Fluídos, Ondas e Calor
Relatório – Medidas com Paquímetro e
Cálculo de Densidade

Matheus José Gomes Leite

Julia Vieira Pontes

Relatório técnico apresentado como requisito parcial


para obtenção da aprovação na disciplina “Laboratório
de Fluídos, Ondas e Calor”, ministrado pelo Dr. Harley
Fernandes Rodrigues, para o curso de Engenharia de
Transportes, no Instituto Federal de Goiás – Campus
Goiânia.

GOIÂNIA/GO
2022
Sumário

1. Introdução .........................................................................4
2. Objetivo .............................................................................4
3. Materiais Utilizados ..........................................................4
4. Desenvolvimento ...............................................................4
5. Cálculo dos volumes..........................................................5
6. Cálculo dos erros dos volumes .........................................6
7. Cálculo da densidade dos objetos ....................................8
8. Cálculo do erro da densidade ...........................................8
9. Resultados ........................................................................10
10. Conclusão ......................................................................10
1. Introdução
É necessário conhecer as grandezas físicas e saber medi-las no ambiente da prática
experimental. Aprender a medição ajuda no entendimento da participação dos corpos no
fenômeno estudado, com base nos fundamentos da Mecânica.

Na descrição dessas grandezas, utilizamos unidades de medidas a fim de poder


classifica-las e, cabe ao experimentador, discernir qual o instrumento mais adequado, pois a
precisão necessita ter essa determinação.

2. Objetivo
Trabalhar com as incertezas que afetam os instrumentos e corpos utilizados com o
objetivo de se familiarizar com os conceitos e fundamentos das medidas de erros que são
frequentes nos processos experimentais no ambiente da Física.

3. Materiais Utilizados
• Paquímetro 0,005 mm;
• Balança de Precisão 0,01g;
• 2 corpos para experimentação de formato cilíndricos distintos;
• 1 corpo para experimentação de formato esférico.

4. Desenvolvimento
O objetivo aqui é reconhecer os procedimentos de manuseio e determinação da
precisão de alguns aparelhos frequentemente utilizados no laboratório de Física. Os resultados
das experiências devem constar os algarismos significativos, as unidades de medidas e a
incerteza da medida que podemos expressar dessa forma:

(Medida ± Desvio) unidade

Para determinar a densidade do material com o qual é construído a peça sólida,


utilizamos a relação:
𝑚
𝑑=
𝑉

Onde 𝑑 é a densidade do sólido, 𝑚 e 𝑉 são a massa e o volume do sólido,


respectivamente. A massa foi medida diretamente utilizando uma balança digital.
Para o volume das peças cilíndricas, utilizamos a expressão:
𝜋
𝑉= (𝐷2 ∗ ℎ − 𝑑2 ∗ 𝐷)
4

Onde 𝑉 é o volume do sólido, D e d os diâmetros, e h a altura.

Para o volume da peça esférica, utilizamos a expressão:

4
𝑉 = 𝜋𝑟 3
3

Onde 𝑉 é o volume do sólido e r o raio.

Nota-se que a incerteza do volume depende das incertezas associadas às medições


do diâmetro e da altura.

O estudo da influência dos erros individuais no resultado das operações


matemáticas que fornecem o valor da grandeza medida indiretamente é denominado
propagação de erros. Como se pretende determinar o máximo erro na medida, deve-se
considerar a situação na qual os erros, atuando no mesmo sentido, somam-se. Isso só é possível
tomando-se o módulo das derivadas parciais na equação anterior. Assim, obtém se a equação
do erro indeterminado:

𝜕𝑓 𝜕𝑓 𝜕𝑓
∆𝑦 = | | ∗ ∆𝑥1 + | | ∗ ∆𝑥2 + ⋯ + | | ∗ ∆𝑥𝑛
𝜕𝑥1 ∂𝑥2 𝜕𝑥𝑛

Onde (𝜕𝑓/ 𝜕𝑥𝑖) representam as derivadas parciais da função 𝑓 em relação a cada


uma das variáveis 𝑥𝑖 de que depende.

5. Cálculo dos volumes


Utilizando um paquímetro de precisão de 0,05mm, foram medidas as dimensões
dos dois cilindros e da esfera. Note que para calcular o volume do cilindro, foram utilizadas
duas medidas diâmetros pois os objetos possuíam furos também cilíndricos. Segue os dados
obtidos:

- Cilindro 1 (moeda) Cilindro 2 Esfera

Diâmetro: 39,90 ± 0,05 mm 19,00 ± 0,05 mm 25,30 ± 0,05 mm

Diâmetro do furo: 3,00 ± 0,05 mm 2,70 ± 0,05 mm -

Altura: 6,60 ± 0,05 mm 40,00 ± 0,05 mm -

5
Com a ajuda da geometria espacial, a fórmula para calcular o volume dos
cilindros utilizando seus diâmetros foi:
𝜋
𝑉= (𝐷2 ∗ ℎ − 𝑑2 ∗ 𝐷)
4

Calculando os valores:

• Cilindro 1 (moeda):
𝜋
𝑉= (39,92 ∗ 6,6 − 32 ∗ 6,6)
4
𝑉 = 8205,734768 𝑚𝑚³

• Cilindro 2:
𝜋
𝑉= (192 ∗ 40 − 2,72 ∗ 40)
4
𝑉 = 11112,12738 𝑚𝑚³

Para calcular o volume da esfera, a fórmula utilizada foi:


4
𝑉 = 𝜋𝑟 3
3

Calculando os valores:

• Esfera:
4
𝑉 = 𝜋 ∗ 12.653
3

𝑉 = 8479,303609 𝑚𝑚³

6. Cálculo dos erros dos volumes


O erro associado ao cálculo dos volumes foi obtido pela seguinte fórmula:

𝛿𝑉 2 𝛿𝑑 2 𝛿ℎ 2
( ) = (2 ∗ ) + ( )
𝑉 𝑑 ℎ
Onde 𝛿𝑑 e 𝛿ℎ são o erro do instrumento de medida usado (no caso, o erro do
paquímetro é de 0,05 mm). Assim, substituindo os valores, temos:

• Erro do Cilindro 1 (moeda):

6
2
𝛿𝑉 0,05 2 0,05 2
( ) = (2 ∗ ) +( )
8205,734768 39,9 6,6

𝛿𝑉 = 65,47819985 𝑚𝑚³

Arredondando, temos:

𝛿𝑉 = 65 𝑚𝑚³

Reescrevendo o volume com o seu erro associado, temos:

𝑽 = (𝟖𝟐𝟎𝟔 ± 𝟔𝟓) 𝒎𝒎³

• Erro do Cilindro 2:
2
𝛿𝑉 0,05 2 0,05 2
( ) = (2 ∗ ) +( )
11112,12738 19,00 40,00

𝛿𝑉 = 415,9270084

Arredondando, temos:

𝛿𝑉 = 416 𝑚𝑚³

Reescrevendo o volume com o seu erro associado, temos:

𝑽 = (𝟏𝟏𝟏𝟏𝟐 ± 𝟒𝟏𝟔) 𝒎𝒎³

• Erro da Esfera:

𝛿𝑉 2 𝛿𝜋 2 𝛿𝑟 2
( ) = ( ) + (3 ∗ )
𝑉 𝜋 𝑟
2
𝛿𝑉 0,0016 2 0,05 2
( ) =( ) + (9 ∗ )
8479,303609 3,14 12,65

𝛿𝑉 = 5, 364462745 𝑚𝑚³

Arredondando, temos:

𝛿𝑉 = 5 𝑚𝑚³

Reescrevendo o volume com o seu erro associado, temos:

𝑽 = (𝟖𝟒𝟕𝟗 ± 𝟓) 𝒎𝒎³

7
7. Cálculo da densidade dos objetos
Para o cálculo da densidade dos materiais, precisa-se da massa e do volume.
Fazendo o uso de uma balança de precisão, foi medida a massa dos referidos objetos.

As massas obtidas foram as seguintes:

- Cilindro 1 (moeda) Cilindro 2 Esfera

Massa (g): 67,05 ± 0,01 g 30,86 ± 0,01 g 50,06 ± 0,01 g

A densidade é adquirida através da seguinte relação:


𝑚
𝑑=
𝑉

Calculando, temos:

• Cilindro 1 (moeda):

67,05
𝑑= = 8,170850597 ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³
8206

• Cilindro 2:

30,86
𝑑= = 2,777177826 ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³
11112

• Esfera:

50,06
𝑑= = 5,903998113 ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³
8479

8. Cálculo do erro da densidade


A propagação de erros da densidade foi obtida a partir da seguinte equação:

𝛿𝑑 2 𝛿𝑉 2 𝛿𝑚 2
( ) =( ) +( )
𝑑 𝑉 𝑚
Onde 𝑑 e 𝑚 são seus respectivos erros.

Calculando, temos:

8
• Cilindro 1 (moeda):
2
𝛿𝑑 65 2 0,01 2
( ) =( ) +( )
8,170850597 ∗ 10−3 8206 67,05

𝛿𝑑 = 6,473305188 ∗ 10−5 𝑔/𝑚𝑚³

Arredondando, temos:

𝛿𝑑 = 6,5 ∗ 10−5 𝑔/𝑚𝑚³ ≈ 0,065 ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³

Reescrevendo a densidade com o seu erro associado, temos:

𝒅 = (𝟖, 𝟏𝟕𝟎 ± 𝟎, 𝟎𝟔) ∗ 𝟏𝟎−𝟑 𝒈/𝒎𝒎³

• Cilindro 2:
2
𝛿𝑑 416 2 0,01 2
( ) = ( ) + ( )
2,777177826 ∗ 10−3 11112 30,86

𝛿𝑑 = 1,401634351 ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³

Arredondando, temos:

𝛿𝑑 = 1,4 ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³

Reescrevendo a densidade com o seu erro associado, temos:

𝒅 = (𝟐, 𝟖 ± 𝟏, 𝟒) ∗ 𝟏𝟎−𝟑 𝒈/𝒎𝒎³

• Esfera:
2
𝛿𝑑 5 2 0,01 2
( ) = ( ) + ( )
5,903998113 ∗ 10−3 8479 50,06

𝛿𝑑 = 3,675877969 ∗ 10−6 𝑔/𝑚𝑚³

Arredondando, temos:

𝛿𝑑 = 3,7 ∗ 10−6 𝑔/𝑚𝑚³ ≈ 0,037 ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³

Reescrevendo a densidade com o seu erro associado, temos:

𝒅 = (𝟓, 𝟗𝟎𝟒 ± 𝟎, 𝟎𝟑𝟕) ∗ 𝟏𝟎−𝟑 𝒈/𝒎𝒎³

9
9. Resultados
• Cilindro 1 (moeda):

Volume: (8206 ± 65) 𝑚𝑚³

Densidade: (8,170 ± 0,06) ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³

Material: Aço

• Cilindro 2:

Volume: (11112 ± 416)𝑚𝑚³

Densidade: (2,8 ± 1,4) ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³

Material: Alumínio

• Esfera:

Volume: (8479 ± 5) 𝑚𝑚³

Densidade: (5,904 ± 0,037) ∗ 10−3 𝑔/𝑚𝑚³

Material: Alumínio Laminado

10. Conclusão
Com o cálculo do volume e de seus respectivos erros, foi possível obter a densidade
de cada objeto e, através disso, descobrir a sua composição com base na “Tabela de densidade
de materiais”. Assim, sendo possível encontrar seus respectivos erros associados à sua medida.

A partir dos experimentos realizados, pode-se notar a importância da precisão em


um laboratório de física. É necessário saber manusear com atenção cada instrumento e suas
medidas, pois o erro nesse procedimento afeta diretamente o resultado.

É preferível utilizar instrumentos com o máximo de precisão possível (como foi o


exemplo do paquímetro e da balança de precisão) para obter um resultado mais próximo
possível do real. Caso isso não ocorresse, seria difícil associar os resultados com a tabela de
densidades, impedindo de ser encontrada a composição de cada cilindro.

10

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