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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criado pelo Decreto executivo Nº 44-A/01 de Julho de 2001

Faculdade de Ciências e Tecnologias

Trabalho de Introdução a Perfuração de Poços

SISTEMA DE CONTROLE DO POÇO

Nome do estudante: Bráuleo Santo Kopo Dombolo

Licenciatura: Engenharia de Petróleos

Opção: Pesquisa e Produção de Petróleos

3ºAno

Viana, Maio de 2021


ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO......................................................................................................... 1
2- NOÇÕES BÁSICAS DE PERFURAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS
NATURAL.....................................................................................................................2
3- SISTEMA DE CONTROLE DO POÇO................................................................... 3
3.1- CABEÇA DE POÇO...................................................................................... 3
3.2- PREVENTORES............................................................................................ 4
3.3- IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO.........................................................6
4- CONCLUSÃO........................................................................................................... 7
5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... I
1- INTRODUÇÃO

Em geral, na indústria petrolífera, uma sonda de perfuração de poços de


petróleo e gás natural, possui sistemas que funcionam interagindo entre si para o
mesmo objetivo, que neste caso é perfurar e completar um poço.

Tendo em conta que as operações são tão delicadas, entende-se o quão


complexo pode vir a ser a gama de situações de adversidades vivenciadas durante
toda a perfuração. A partir disso, fica evidente a necessidade de listar, definir,
prevenir e explorar os principais problemas que constantemente busca-se evitar, a fim
de garantir a preservação do meio ambiente.

Normalmente, ao se operar um poço, é essencial que haja a realização de um


rigoroso controle de pressão hidrostática, para assegurar que ela sempre seja um
pouco mais alta do que a pressão no interior da formação (reservatório). Tal controle é
feito com a injeção de um fluido específico no poço. No entanto, quando o volume
que retorna é maior do que o volume de fluido injetado, verifica-se que a formação
está expulsando fluido do poço. Este fenómeno é chamado de kick que, de maneira
intuitiva, pode ser definido como um aviso da possibilidade de ocorrer um Blowout,
que é a saída descontrolada de hidrocarbonetos, gás e/ou água do reservatório de
petróleo (Penelas, 2021).

Estes problemas exigem grande atenção, por isso há meios de prevenção e


controle adaptáveis para cada situação onde eles possam ocorrer e que devem ser
sempre conhecidos e bem executados para que toda catástrofe possa ser evitada ou,
pelo menos, amenizada e controlada rapidamente.

Visto tal preocupação em torno da segurança, sendo todos os sistemas


importantes em uma sonda, sem desmerecer nenhum, este trabalho aborda sobre o
sistema de controle do poço, com a proeza de apresentar de uma forma clara e
objetiva, a descrição dos componentes e a funcionalidade do sistema em causa, bem
como a sua contribuição durante a perfuração.

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2- NOÇÕES BÁSICAS DE PERFURAÇÃO DE POÇOS DE
PETRÓLEO E GÁS NATURAL

A perfuração de poços de petróleo requer basicamente uma sonda de


perfuração, tubos de perfuração, o BHA (Bottom hole assembly - montagem do
orifício inferior) e a broca. A broca se localiza no ponto mais extremo da estrutura
com sua mecânica de corte que varia conforme o tipo de formação a ser perfurada
(PUC-Rio,..nº1121446/CA).

A sonda é uma unidade rotativa de perfuração composta pelos sistemas de


alimentação, elevação, circulação, rotação, controle do poço e o sistema de
monitoramento de poço, que exercem tarefas essenciais como produzir e transmitir
energia, elevar equipamentos para a coluna de perfuração, revestimento e tubos, girar
a broca para fazer o furo, circulação para remover o cascalho e manter a densidade do
fluido para controlar as pressões da formação e assim manter o poço estável (Breiner,
2019).

Na perfuração rotativa, os fragmentos da rocha perfurados por uma broca são


removidos continuamente através de um fluido de perfuração ou lama. O fluido é
injetado por bombas para o interior da coluna de perfuração e retorna à superfície
através do espaço anular formado pelas paredes do poço e a coluna. Ao atingir
determinada profundidade, a coluna de perfuração é retirada do poço e uma coluna de
revestimento de aço, de diâmetro inferior ao da broca, é descida no poço. O anular
entre os tubos do revestimento e as paredes do poço é cimentado com a finalidade de
isolar as rochas atravessadas, permitindo então o avanço da perfuração com segurança.
Após a operação de cimentação, a coluna de perfuração é novamente descida no poço,
tendo na sua extremidade uma nova broca de diâmetro menor do que a do
revestimento para o prosseguimento da perfuração (Penelas, 2021).

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3- SISTEMA DE CONTROLE DO POÇO

O sistema de controle do poço é o sistema responsável pelo controle do fluxo


desejado ou indesejado dos fluidos da formação rochosa no poço, e é constituído por
equipamentos de segurança de cabeça de poço (ESCP), como também, por
equipamentos complementares que possibilitam o fechamento e controle do poço.

Os principais elementos do sistema de segurança são: A cabeça de poço e o


BOP (blow out preventer).

3.1- CABEÇA DE POÇO


A cabeça de poço é constituída de diversos equipamentos que permitem a
ancoragem e vedação das colunas de revestimento na superfície. São eles: cabeça de
revestimento, carretel de perfuração, adaptadores, carretel espaçador e seus acessórios.

a) A cabeça de revestimento: é o primeiro equipamento a ser adaptado no topo do


revestimento de superfície, com as finalidades de sustentar os revestimentos
intermediários e de produção através de seus suspensores, de propiciar vedação
do anular do revestimento intermediário ou de produção com a própria cabeça
permitindo o acesso a este anular e de servir de base para a instalação dos demais
elementos da cabeça de poço e preventores.

b) O suspensor de revestimento: é o elemento que permite a ancoragem do


revestimento e a vedação do anular deste revestimento com o corpo da cabeça na
qual foi ancorado. A vedação é feita automaticamente quando o peso do
revestimento for aplicado provocando a extrusão de um elemento de borracha.

c) O carretel de revestimento: é um equipamento semelhante à cabeça de


revestimento, só que apresenta mais um flange (elemento que une dois
componentes de um sistema de tubulações) na parte inferior. Possui, também,
duas saídas laterais para acesso ao espaço anular e um alojamento para
assentamento do suspensor do revestimento a ser descido posteriormente. Contém
elementos de borracha na parte inferior interna para a vedação secundaria no topo
do revestimento descido anteriormente.

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d) A cabeça de produção: é também um carretel que possui, em sua parte inferior
interna, uma sede para receber os elementos de vedação secundaria que atuam no
topo do revestimento de produção, de modo a impedir a passagem de pressões
altas, geralmente superiores à resistência do flange inferior. Na parte interna
superior possui uma sede para receber o tubing hanger (cabide de tubulação,
usado na conclusão de poços de petróleo e gás natural), que sustenta a coluna de
produção. Apresenta, também, duas saídas laterais para o acesso ao espaço anular.

e) O carretel de perfuração: é um equipamento contendo flanges de ligações no


topo e na base e com duas saídas laterais flangeadas que recebem as duas linhas
de controle do poço, a linha de matar (kill line) e a linha do estrangulador (choke
line).

Figure 1: Cabeça de poço de superfície (Thomas, 2001).

3.2- PREVENTORES
O blowout preventer (BOP) é o conjunto de válvulas que permite fechar o
poço.

Os preventores são acionados sempre que houver ocorrência de um kick, fluxo


indesejável do fluido contido numa formação para dentro do poço. Se este fluxo não

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for controlado eficientemente poderá se transformar num blowout, ou seja, poço
fluindo totalmente sem controle, e criar sérias consequências, tais como dano aos
equipamentos da sonda, acidentes pessoais, perda parcial ou total do reservatório,
poluição e dano ao meio ambiente.

Os preventores permitem o fechamento do espaço anular e podem ser de dois


tipos: preventor anular e preventor de gaveta.

Figure 2: Arranjo típico de um conjunto BOP (Thomas, 2001 e Javelin, 2021)

a. O preventor anular: tem a função básica de fechar o espaço anular de um poço


e conta com um pistão que, ao ser deslocado dentro de um corpo cilíndrico,
comprime um elemento de borracha que se ajusta contra a tubulação que está
dentro de poço. O preventor anular atua em qualquer diâmetro de tubulação e
pode até mesmo fechar um poço sem coluna, embora este procedimento cause
danos ao elemento de borracha.

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b. O preventor de gavetas: tem a função de fechar o espaço anular do poço pela
ação de dois pistões que ao serem acionados hidraulicamente deslocam duas
gavetas, uma contra a outra, transversalmente ao eixo do poço.

Quanto ao arranjo dos preventores, normalmente em terra se utilizam três: um


anular e dois de gavetas.

Já no mar há duas possibilidades:

 Nas plataformas fixas ou apoiadas no fundo do mar, em que os equipamentos


operam na superfície, se trabalha com um preventor anular e três ou quatro de
gavetas.

 Nas plataformas flutuantes, navios e semi-submersíveis, em que os equipamentos


de segurança operam no fundo do mar, normalmente se trabalha com dois
preventores anulares e três ou quatro de gavetas.

3.3- IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO


É provável que o desempenho mecânico dos equipamentos se deteriore com o
uso em razão do desgaste, corrosão, erosão, vibrações, contaminações e fraturas, que
podem levar a falhas. Tais falhas podem ser cruciais na ocorrência ou não de um
blowout. Logo, deve haver a entrada de um importante departamento nesse processo,
o de engenharia de manutenção. Sendo esse departamento responsável por um serviço
que auxilia para que o objetivo de produção seja alcançado de forma completamente
segura.

A criticidade de tais falhas se relaciona com o papel determinante que


equipamentos como o BOP têm na hipótese de um blowout. A engenharia de
manutenção determina, portanto, que sempre haja equipamentos extras nesse aspeto,
já que a falha de um não comprometeria por completo a segurança da instalação e de
seus respetivos funcionários.

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4- CONCLUSÃO

Do trabalho exposto, pode-se concluir que:


Num sistema de controle de poços, para além da cabeça de poço que veda o
revestimento, o Blowout Preventer é o principal equipamento de segurança de um
poço petrolífero.

Tal equipamento é utilizado apenas durante a perfuração do poço, seu


acionamento acontece apenas em cenários de extrema urgência, ou seja, é acionado
quando já se perdeu o controle primário do poço, quando o Kick não pode ser
controlado.

Essa ferramenta é utilizada para proceder o fechamento do poço, a partir de


um conjunto de válvulas que devem ser acionadas, evitando assim o Blowout.

Os acidentes de falhas dos equipamentos, no caso do sistema em causa,


acontecem maioritariamente devido a má gerência de manutenção, um problema que
indústria tem levado em consideração.

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5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Thomas, J. E. (2001). Fundamentos de Engenharia de Petróleo.


Breiner, P. (2019). Aula 2. Introdução a Perfuração de Poços.
Penelas, A. (2021). Aula 1 e 2. Well Control - Conceitos e fundamentos.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 112446/CA. Retirado de: html://www.puc-rio.br.
Javelin, T. (2021). Blow-out-preventer. Retirado de: https://www.javelin-tech.com.

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