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Completação de poços

1. Processo de completação e suas etapa

É necessário classificar as etapas de completação e um poço seguindo a seguinte ordem cronológica


de operações.

 Instalação dos equipamentos de superfície:

Onde acontece a instalação da cabeça de produção e o BOP para permitir o acesso ao interior do
poço, com toda a segurança necessária, para a execução das demais fases. Já no mar, em águas
rasas, pode-se trazer a cabeça do poço até a superfície, prolongando-se os revestimentos que se
encontram ancorados nos equipamentos instalados no fundo do mar (tie-back). Após esta operação
de reconexão dos 58 revestimentos, a completação passa a ser similar à completação dos poços
terrestres. A figura mostra um esquema típico de um BOP.

 Condicionamento do poço:

Após realizar a instalação dos equipamentos de superfície em seguida inicia-se fase de


condicionamento do revestimento de produção e à substituição do fluido que se encontra no
interior do poço por um fluido de completação. Para o condicionamento, é descida uma coluna com
broca e raspador de modo a deixar o interior do revestimento de produção gabaritado e em
condição de receber os equipamentos necessários. A broca é utilizada para cortar os tampões de
cimento e tampões mecânicos porventura existentes no interior do poço, bem como restos de
cimentação. O raspador é uma ferramenta com lâminas retráteis, que desce raspando a parte
interna do revestimento de produção, retirando o que foi deixado pela broca. Após o
condicionamento do reservatório de produção, sua estanqueidade é testada sob pressão e feitas as
devidas correões, se houver vazamentos.

 Avaliação da qualidade de cimentação:

A cimentação é de extrema importância pois promove a vedação hidráulica entre os diversos


intervalos permeáveis, ou até mesmo dentro de um mesmo intervalo, impedindo a migração de
fluidos por trás do revestimento, bem como propiciar suporte mecânico ao revestimento.

existência de uma efetiva vedação hidráulica é de fundamental importância técnica e econômica,


garantindo um perfeito controle da origem (ou destino) dos fluidos 60 produzidos (ou injetados).
 Canhoneio

É necessário estabelecer comunicação entre o poço de produção e a formação. Para que seja criado
este canal de comunicação, a técnica mais utilizada é conhecida como canhoneio. O processo
convencional de canhoneio onde utiliza cargas explosivas dispostas em série dentro de canhões, que
são cilindros de aço ou cápsulas fixadas a uma lâmina ou arames, onde as cargas se alojam, sendo
estes responsáveis pelo isolamento entre o explosivo e o poço.

 Instalação da coluna de produção

A coluna de produção é formada por tubos metálicos, onde são conectados os demais componentes.
É descida pelo interior do revestimento de produção com as seguintes finalidades básicas:

 Conduzir os fluidos produzidos até a superfície, protegendo o revestimento contra fluidos


agressivos e pressões elevadas.
 Permitir a instalação de equipamentos para a elevação artificial
 possibilitar a circulação de fluidos para o amortecimento do poço, em intervenções futuras.

2. Métodos e tipos de completação de poços

Podemos classificar a completação por alguns tipos:

 Completação seca: ocorre quando a cabeça do poço e a árvore de natal onde fica o conjunto
de válvulas de segurança de fluxo estão localizadas na superfície terrestre ou na plataforma
de produção marítima.
 Completação molhada: acontece quando a cabeça do poço e a árvore de natal são
submarinas, no fundo do leito marinho.

2.1 Métodos de completação

 Avaliação: tem como principal objetivo avaliar a formação produtora para definir os
parâmetros da formação e assim constatar a procedência dos fluidos e o índice (IP) ,
capacidade produtiva do reservatório do poço, ou índice de injetividade (II), capacidade de
injetividade da formação do poço.

As principais operações de avaliação são:

 Teste de formação a poço aberto (TF): este teste é realizado em poço não revestido e tem o
objetivo de conhecer a capacidade produtiva do reservatório a economicidade da área
explorada, comumente em poços e em terra. E medir a pressão e a temperatura.
 Teste de formação do poço revestido (TFR): tais testes realizados em poços revestidos e
completados, com objetivo de conhecer a capacidade produtiva e outros parâmetros do
reservatório.
 Teste de produção (TP): consiste em medir pressão e temperatura no fundo do poço e
vasões e volumes produzidos na superfície, com fechamento da superfície, com o objetivo
de conhecer a capacidade de produção do poço.

3. Equipamentos de completação
 Liners: Qualquer coluna de revestimento na qual o topo não se estende para a superfície,
mas é suspensa de dentro da coluna de revestimento anterior. Muitos projetos de poços
convencionais incluem um revestimento de produção definido ao longo da região do
reservatório. Isso reduz o custo de completação do poço e permite alguma flexibilidade no
projeto do poço superior, como quando as características do fluido tornam benéfico
aumentar o diâmetro da seção produtora e dos componentes.

Os Liners podem ou não ser rasgados, estes últimos permitem, portanto, a passagem do
fluido da região anular para dentro da COP (Coluna de Produção).

 Um dispositivo utilizado nas completações que tem como função


Packers:
isolar o anular do canal de produção, permitindo produção, injeção ou
tratamento controlado. Um Packer típico incorpora um meio de se prender
contra a parede do revestimento e um meio de criar uma vedação
hidráulica confiável para isolar o espaço anular, normalmente por meio de
um elemento elastomérico expansível.
 ICV’s (Inflow Control Valve): As ICV’s são válvulas de controle do fluxo de
entrada do fluido, um componente ativo instalado para bloquear parcial ou
completamente o fluxo em um poço. Tais componentes são instalados ao
longo das seções de completação, com cada ICV separada da próxima,
geralmente, por Packers. Cada ICV pode ser controlada da superfície para
manter a conformidade do fluxo e, conforme o reservatório depleta, evitar
que fluidos indesejados entrem na zona de produção do poço. Um
cabo fornece energia elétrica e força hidráulica para a ICV de modo
permanente, transmitindo os comandos da superfície até a válvula.

 FIV (Formation Isolation Valves): As FIV’s são as válvulas que fornecem barreiras bi-
direcionais para isolar os fluidos do reservatório da camada superior das zonas de
completação mais baixas. Portanto, essas válvulas ajudam os fluidos de hidrocarbonetos nas
zonas inferiores do reservatório a não serem contaminados pelas operações de produção e
perfuração realizadas nas zonas superiores do reservatório, isolando as formações superior
e inferior. Ao realizar esse isolamento das zonas, essas válvulas ajudam na otimização da
taxa de produção, assim como otimizam as operações de completação e aumentam a
segurança na operação do poço. Além disso, essas válvulas podem ter aplicações adicionais
como: controlar a perda de fluido, ajudar na execução de operações de perfuração
desequilibradas e auxiliar no controle de operações de barreira. As FIV’s funcionam através
de atuadores mecânicos ou hidráulicos e também são controladas a partir da superfície.

 Manga Deslizante (Sliding Sleeve): Equipamento de completação que pode ser operado de
forma a providenciar um caminho para o fluxo entre a coluna de produção e o anular. As
mangas deslizantes incorporam um sistema de portas que podem ser abertas ou fechadas
por um mecanismo deslizante.
4. Completação inteligente:

São equipadas com mecanismos de controle e intervenção, de forma a assegurar


o bom funcionamento e produção em condições desfavoráveis.

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