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COMPLETACAO (POCOS DE PETROLEO)

Completação, na produção de petróleo, é o processo de deixar um poço pronto para a produção


(ou injeção de água, diversos fluidos de tratamento e estimulação do reservatório ou gases). Isso
envolve, principalmente, a preparação do fluido da perfuração para as especificações exigidas, a
execução do tubo de produção e suas ferramentas associadas baixadas na perfuração, bem como
perfuração e estimulação, conforme necessário. Às vezes, o processo de execução e cimentar
o revestimento também está incluído.[1][2][3]

Sapata perfurada.

Completação inferior
Essa refere-se à porção do poço entre a zona de produção ou de injeção. O projetista do poço tem
muitas ferramentas e opções disponíveis para projetar a completação inferior de acordo com as
condições do reservatório. Normalmente, a completação inferior é definida através da zona
produtiva, utilizando um sistema de suspensão do liner, que ancora a completação inferior para a
coluna de revestimento de produção. As grandes categorias de menor conclusão estão listadas
abaixo.

Completação em poço aberto (barefoot)

Este tipo é o mais básico, mas pode ser uma boa escolha para rochas de alta resistência,
perfurações multilaterais e perfuração sub-balanceada (underbalanced drilling, UBD).[4][5]
TIPOS DE COMPLETAÇÃO

 Existem muitos métodos de completação utilizados ao redor do mundo. Faremos apenas um


resumo!

Alguns métodos básicos, podem ser classificados como:

 Interface entre o revestimento de produção e o reservatório:

(a) Completação a poço aberto - Principalmente utilizado para formações competentes, evitado


em intervalo produtor muito espesso.

Vantagens: Maior área aberta ao fluxo; economia de revestimento e canhoneio; minimiza danos


por filtrado da pasta de cimento; o poço pode ser facilmente aprofundado etc.

Desvantagem: A principal, seria a impossibilidade de colocar somente parte do intervalo em


produção, visto que normalmente o interesse está na produção de óleo, porém é comum a
produção de gás e água simultaneamente. Se houver produção de areia ou instabilidade,
necessitará de frequentes limpezas, entre outras desvantagens.

(b) Com liner Rasgado ou canhoneado - Para os problemas de desmoronamento e também


produção de areia, são realizadas fendas no revestimento de produção, para funcionar como
filtros. Para areias muito finas, são colocadas telas de arame.

As vantagens e desvantagens são similares ao do poço aberto, mas temos alguns fatores a
considerar, por exemplo:

1) grãos com tamanhos diferentes, podem

obstruir as fendas e telas, causando impedimento da produção;

2) desgaste nas telas, devido movimentação da areia;

3) sem a estrutura do cimento, o desmoronamento poderá ocorrer mais facilmente.


(c) Revestimento canhoneado - Após perfurar e avaliar o poço, é descido o revestimento de
produção, sendo seguido de cimentação. Posteriormente é canhoneado o revestimento, no
intervalo de interesse.

Vantagens: Seletividade, tanto para produção como para injeção de fluidos na formação;


favorece o exito das operações de restauração; controle de formações pouco consolidadas etc.

Desvantagens: Custo de canhoneio; eficiência dependente da efetiva operação de canhoneio e


cimentação etc

Completação inteligente de poços de petróleo: tecnologia para aumentar


a recuperação de óleo e gás
Ana Beatriz Loureiro e Rafaela Furtado

A completação é a etapa de projeto de poço, posterior à perfuração, que realiza a interface entre
o reservatório e a unidade de produção de petróleo. Esta transforma o poço em uma unidade
produtora ou injetora completamente equipada e com os requisitos de segurança atendidos. Ao
término da completação, o poço está pronto para produzir óleo e gás ou injetar água ou gás,
podendo gerar receitas. A operação que marca o início da completação é a troca do fluido de
perfuração por fluido de completação, limpo e livre de sólido.

As seguintes atividades fazem parte da operação de completação e incluem: condicionamento do


revestimento de produção; limpeza e troca do fluido do poço por fluido de completação, de
maneira que impeça o fluxo indesejável flua do reservatório para o poço; canhoneio da zona de
interesse, instalação de liners rasgados ou outro método de comunicação entre o reservatório e o
poço; avaliação da formação; estimulação do poço ou redução do fator de dano; instalação de
equipamentos como coluna de produção, mandris, tubing hanger, down hole safety
valve (DHSV); retirada do blowout preventer (BOP) e instalação da árvore de natal molhada
(ANM).

A completação convencional é pouco eficiente para locações que possuem duas ou mais zonas
produtoras de hidrocarbonetos, ou seja, rochas reservatório. As soluções convencionais de
completação e explotação produzem, primeiramente, o reservatório inferior, ou seja, o
reservatório mais profundo, enquanto os reservatórios superiores ficam isolados. Após a
depletação do reservatório em produção ou quando alcança o fator de recuperação esperado,
ocorre uma intervenção para isolamento do reservatório e completação da conseguinte zona de
interesse.

Uma solução alternativa à supracitada é colocar todas as zonas portadoras de hidrocarbonetos


para produzir, concomitantemente, desde o início da vida produtiva do poço. Entretanto, este
método de completação pode ocasionar em um abandono antecipado do poço, caso ocorra uma
produção excessiva e prematura de água ou gás natural. Este caso acarreta em baixa produção de
óleo, com consequente redução das receitas do poço e, posteriormente, o abandono permanente
do poço.

Com o aumento dos custos de extração de hidrocarbonetos em águas ultra profundas e no pré-sal,
é necessário que haja a maior recuperação possível de volume de óleo e a maximização do valor
agregado do projeto. A completação inteligente é uma solução adequada para essa finalidade, a
qual surgiu com o objetivo de otimizar a produção e automatizar os poços, a fim de viabilizar
economicamente a exploração. De acordo com a Petrobras (2014), em estudos realizados para os
campos de Sapinhoá e Búzios, o aumento de produção pode chegar a 20% ao se utilizar métodos
de completação inteligente. 

A completação inteligente permite a monitoração e o controle de cada zona produtora ou


injetora atuante no poço, de forma separada. Parâmetros como pressão e temperatura são
monitorados por meio de sensores de forma remota, simultânea e em tempo real. Esse
monitoramento permite que sejam traçados curvas e perfis de pressão e temperatura para
acompanhar a depleção do poço e o aumento de produção de gás e água.

Os equipamentos comumente utilizados na completação inteligente englobam desde


equipamentos de fundo de poço até topside. Na unidade de produção, deve haver um sistema de
aquisição e leitura de sinais, que permita, através de uma interface homem-máquina, o
monitoramento de parâmetros e controle das válvulas. Devem haver unidades que forneçam
potência, sejam elas elétricas ou hidráulicas, bem como módulos de controle submarinos (SCM).
No poço, podem existir sensores de pressão e temperatura, clamps, flat pack, spice sub, válvulas
de controle de fluxo (ICV), mandris de injeção química, packer feedthrough, este último realiza
o isolamento do espaço anular entre revestimento e coluna de produção, ao mesmo tempo em
que permite a passagem de cabos elétricos e hidráulicos.

Através de válvulas de controle de fluxo é possível controlar a produção ou injeção de cada zona.
Essas válvulas podem ser do tipo on/off, permitindo que as válvulas fiquem na posição
totalmente aberta ou fechada ao fluxo; ou válvulas do tipo multiposição com estágios de abertura
alterados sequencialmente; ou ainda de variação infinita que permite que o operador controle a
porcentagem exata de abertura de cada válvula. As válvulas apresentam basicamente três tipos de
acionamento: hidráulico, elétrico e multiplexado (comando elétrico e acionamento hidráulico).

Por meio do fechamento de válvulas é possível realizar testes de produção para cada zona aberta
e testes de formação, sem a necessidade de intervenção. Assim, pode-se eliminar as intervenções
que tem como finalidade a recompletação e a obtenção de dados do reservatório. Dessa forma,
permite o melhor gerenciamento do mesmo e reduz os riscos advindos da atividade de
intervenção.

Através do monitoramento dos parâmetros do poço e controle de fluxo das zonas é possível
antecipar a produção de hidrocarbonetos produzidos e otimizar a produção ou a injeção. A
completação inteligente pode reduzir o número de número de poços perfurados, visto que é
possível o melhor aproveitamento do reservatório através de um único poço.
As desvantagens encontradas na completação inteligente são o aumento do custo e a
complexibilidade por poço. Além do aumento da probabilidade de realização de intervenções por
falhas ou manutenção em equipamentos, que ensejariam a paralisação da produção de todas as
zonas do poço.

A completação inteligente de poços começou a ser usada no Brasil no início do século XXI e, no
ano de 2012, foi instalado o primeiro sistema no pré-sal, em um poço injetor de gás no campo de
Lula. Até março de 2015, foram instalados 22 sistemas de completação inteligente no pré-sal
brasileiro. Em 2015, foi instalado o primeiro poço do pré-sal com completação inteligente em
três zonas produtoras de petróleo.

Os poços típicos do pré-sal, com completação inteligente, possuem na completação


inferior liners pré perfurados e instalados em poços abertos. Esse tipo de solução elimina a
necessidade de cimentação do liner ou casing, acarretando na redução do tempo de operação da
sonda e, consequentemente, na redução dos custos do projeto de poço. O design descrito
anteriormente é adequado, inclusive, para as operações de workover, pois é possível desconectar
a parte superior da parte inferior da completação. A imagem a seguir, apresenta um poço típico
do pré-sal com completação inteligente em uma das zonas.

Fonte: OTC-28102-MS
Outra solução usual no pré-sal é a instalação de toda a coluna de produção uma única vez (single
run), desde a parte inferior até o tubing hanger. Essa solução não inclui elemento de desconexão
que permita a retirada da completação superior e apresenta, consequentemente, dificuldade para
as operações de heavy workover, devido à necessidade de retirada de toda a completação.

Diante do exposto, os desafios encontrados pela completação inteligente são: a necessidade de


máxima área aberta ao fluxo e aumento da confiabilidade, segurança e vida útil dos
equipamentos. Além disso, é necessário diminuir a complexidade e custo do sistema, que deve
ser compatível com as operações de intervenção de poço. Os sistemas de monitoração e controle
de poço devem ser adaptados, técnica e economicamente, a cada cenário de aplicação.

Conclui-se que a utilização de completação inteligente é uma realidade nos poços de petróleo no
Brasil. Os sistemas inteligentes devem ser adequados aos requerimentos de confiabilidade e
flexibilidade das instalações dos campos Contribuindo, dessa forma, para o melhor
gerenciamento do reservatório de petróleo e, consequentemente, para as receitas geradas.

Entretanto, para que haja incremento das receitas, a tecnologia deve ser aplicada em poços em
que seja possível um aumento considerável do volume de petróleo recuperado, compensando
assim o custo de projeto de completação inteligente. Inovações que envolvem aplicação de
completação inteligente elétrica, por exemplo, podem vir a ser o futuro desta tecnologia, ao gerar
maior confiabilidade, eficiência e menor tempo de resposta para o acionamento de válvulas de
fluxo.

Bibliografia:

BCend. “Ensaios não destrutivos BCend.” 19 de março de 2012. PRÉ-SAL GANHA POÇO COM
COMPLETAÇÃO INTELIGENTE. http://bcend.com.br/pre-sal-ganha-poco-inteligente/. 20 de
junho de 2018.

Del Vecchio, F.; Maciel, P.; Salom, F.; Chagas, J.; Ortiz, A. Baker Hughes a GE Company. First
03 Zone Intelligent Completion in the Brazilian Pre-Salt: Design Considerations, Challenges,
and Lessons Learned. OTC-28136-MS. Offshore Technology Conference. October, 2017.

E. Schnitzler, L.F. Goncalez, W.M. Ascaneo, F.F. Goncalves, R.S. Almeida, M. Marques,
Petrobras. First Openhole Intelligent Well Completion in Brazilian Pre-salt. OTC-28102-MS.
Offshore Technology Conference. October, 2017.

J. Bellarby, Well Completion design. 1st Edition, Elsevier, Amsterdam, The Netherlands, 2009

Pereira Pinto, H. L. C; Silva Junior, M. F.; Izetti, R. G.; Guimarães, G. B. Integrated multi-zone
low cost intelligent completion for mature fields. In: SOCIETY OF PETROLEUM
ENGINEERS. INTELLIGENT ENERGY CONFERENCE AND EXHIBITION, 2006,
Amsterdam.

Petrobras. Completação inteligente pode gerar benefícios em campos offshore. 10 de abril de


2014. http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/completacao-inteligente-pode-gerar-
beneficios-em-campos-offshore.htm. 22 de junho de 2018.

—. Tecnologias pioneira do Pré-Sal. s.d. https://presal.hotsitespetrobras.com.br/tecnologias-


pioneiras/#4. 25 de junho de 2018.

Silva Junior, Manoel Feliciano, Hardy Leonardo da Cunha Pereira Pinto e Ronaldo Gonçalves
Izetti. “Poços inteligentes na Petrobras.” Boletim técnico da Produção de Petróleo, Rio de
Janeiro - volume 1, nº 2 s.d.: 273-292.

Rafaela Furtado é graduanda em engenharia de Petróleo e Gás pela Universidade Veiga de


Almeida, geógrafa pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pós graduada em petróleo e
gás pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ).

Ana Beatriz Loureiro é graduada em engenharia de petróleo pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) e pós graduanda em gestão de negócios pelo Instituto Brasileiro de Mercado
de Capitais (Ibmec)

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