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COMPLEXO ESCOLAR GIRASSOL

ESTABELECIMENTO PRIVADO DO ENSINO PRIMÁRIO,


1º E 2º CICLOS DO ENSINO SECUNDÁRIO, ENSINO MÉDIO
TÉCNICO PROFISSIONAL E CURSOS DE FORMAÇAO PROFISSIONAL
Em Petróleos, Informática, Electrónica e Telecomunicações, Finanças, Construção Civil, Minas,
Mecânica e Contabilidade e Gestão.

DISCIPLINA: PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL

CLASSE: 11ª

Iº TRIMESTRE

ANO LECTIVO 2021/2022

Docente
___________________________________
Engª Roger da Fonseca
COORDENAÇÃO DO CURSO DE REFINAÇÃO
DE PETRÓLEO E GÁS

DISCIPLINA: PROCESSAMENTO DE GÁS NATURAL

CLASSE: 11ª

Iº TRIMESTRE

ANO LECTIVO 2021/2022

Docente
___________________________________
Engª Roger da Fonseca
Índice
3.1 – Perfuração
3.2- Completação
4 – PRODUÇÃO DO GÁS NATURAL
4.1 – Processamento Primario do Petróleo e Gás Natural
4.2 - Separação Primária Do Crude
4.3 - Vasos Separadores
4.3.1 - Mecanismos principais para separar líquido do gás
4.3.2 - Factores que influenciam na separação do fluido
4.3.3 - As variáveis que ajudam na separação dos fluidos
4.4 - Classificação dos separadores
4.4.1 - Os três modos que podem ser classificados:
4.5 - Separação das fases líquidas e gasosa
4.5.1 - Separador gravitacional trifásico
4.5.2 - Funcionamento
4.5.3 - Componentes de um separador trifásico
4.5.4 - Problemas operacionais nos vasos separadores
4.6 – Tratamento do Gás
4.6.1 – Remoção dos Gases Ácidos
4.6.2 – Desidratação
5. – PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL
3.1 – Perfuração

Essa etapa é realizada através de uma sonda que possui uma broca no final da
coluna de perfuração, responsável pela perfuração das rochas devido a rotação e
ao peso aplicado pelos comandos (elementos tubular de alto peso linear), sobre a
mesma.
OBS: Para que se faça a extração de hidrocarbonetos é necessária que se faça
uma perfuração, processo que consiste na criação de um elo entre a superfície e
o reservatório (local onde se encontra depositados os hidrocarbonetos,
nomeadamente, óleo e gás).
Para que esse processo aconteça é necessário que haja uma ferramenta ou um
conjunto de ferramentas que permitam a ligação directa entre o elemento que
perfura e a superfície, transmitindo a este um movimento específico (movimento
rotacional ou de rotação) para tal fim. A este chamamos Coluna de Perfuração.
A coluna de perfuração consiste num conjunto de tubulações metálicas
fabricadas em aço especial que associados a outros acessórios este vão executar
um movimento rotacional triturando as rochas e criando o elo entre a superfície e
a subsuperfície.
A figura 3 mostra os componentes de uma sonda rotativa:

A perfuração de um poço terrestre começa após a montagem da sonda e de seus


componentes através da rotação da broca e do peso aplicado sobre a mesma pelos
comandos que fazem parte da coluna de perfuração. Quando o kelly atinge a mesa
rotativa, é necessário acrescentar à coluna um novo tubo de perfuração, o kelly
desconectado da coluna e conectado ao novo tubo que foi adicionado, sendo essa
operação chamada de conexão. Quando é necessária a retirada e descida de toda
a coluna de perfuração para substituir a broca, denomina-se operação de
manobra.
A perfuração marítima é parecida com a terrestre, entretanto, a mesma utiliza
equipamentos, mutas vezes, com maior resistência e tecnologia.
A perfuração do poço ocorre em fases que depende das características das zonas
e da profundidade prevista. Cada fase é constituída pela descida de uma coluna
de revestimento, constituído por tubos de aço especial, que desempenham várias
funções como prevenção do desmoronamento das paredes do poço, permite o
retorno do fluido de perfuração à superfície, impede a migração de fluidos das
formações, aloja os equipamentos de elevação artificial, etc.
A figura 4 mostra os principais elementos de um poço para produzir:
Uma perfuração de poço no mar realizada em plataforma, depende de vários
factores, como:
1- A altura da lâmina d´água (distancia que vai do fundo do mar até a
superfície da água);
2- Condições do mar;
3- Finalidade do poço;
4- Análise da relação custo/beneficio.
As plataformas são divididas em dois tipos: as que possuem BOP instalado na
superfície (plataformas fixas, auto eleváveis, submersíveis e as tensin legs), e as
com BOP no fundo do mar, conhecidas como unidades flutuantes (plataformas
semi-submersíveis e navios sondas).
A figura 5 mostra alguns tipos de plataformas de exploração de petróleo e gás
natural:

3.2- Completação
Para permitir que a produção dos hidrocarbonetos seja realizada, por toda sua
vida produtiva de forma segura e econômica, é necessário uma série de operações,
após o poço ser perfurado. Entre as diversas operações, destaca-se a descida do
revestimento de produção para que ocorra posteriormente o canhoneio. Essa
tecnica faz uso de cargas explosivas, que tem por finalidade a comunicação do
interior do poço com a formação produtora.

4 – PRODUÇÃO DO GÁS NATURAL

Essa etapa acontece logo após a completação do poço e quando o reservatório


apresenta pressão suficiente para elevar os fluídos até a superfície (elevação
natural). Isso ocorre, normalmente, no início da vida produtiva do reservatório,
e os fluidos nele contidos chegam até a superfície devido à energia do
reservatório. Esses poços são chamados surgentes.
Os pocos surgentesproduzem com menores problemas operacionais devido à
simplicidade dos equipamentos de superficie e subsuperficie, com maiores fluxos
de liquidos e com um menor custo por unidade de volume produzido.
Quando o reservatorio não possuir pressao suficiente para elevar esses fluidos até
a superficie é necessario utilizar os metodos de elvação artificial. Esses metodos
de elvação artificial são tambem utilizados no final da vida produtiva por
surgencia ou quando o fluxo dos poços está abaixo do esperado em projecto.
Os metodos que se destacam na elevação artificial são:
 Gás-Lift Contínuo – consiste na injecção de gás a alta pressao
continuamente na coluna de produção, tendo como objectivo de gaseificar
o fluido desde o ponto de injecção até a superficie.
 Gás-Lift Intermitente – é produzido através da injecção de gás a alta
pressão, necessario para deslocamento do petroleo a base das golfadas
(fluxo para a superficie de forma incostante).
 Bombeio Centrifugo Submerso – a transmissão de energia para o fundo
do poço ocorre através de um cabo electrico, a energia é transformada em
energia mecânica através de um motor de subsuperficie, o qual está
conectado directamente a uma bomba centrifuga, trasmitindo a energia
para o fluido em forma de pressão e elevando-o até a superficie.
 Bombeio Meânico com Hastes – este método de elevação é o mais
utilizado em todo o mundo, podendo ser instalado para elevar vazões
médias de poços rasos ou baixas vazões para grandes profundidades. Nele,
o movimento rotativo de um motor electrico ou de combustão interna é
transformado em movimento alternativo por uma unidade de bombeio
situada proximo a cabeça do poço.
 Bombeio por Cavidade Progressiva – utilizado para elevar petróleo que
é aplicado, normalmente, em poços não muito profundos e que tem como
limitação o diferencial de pressão sobre a bomba. Nesse método de
elevação, a transferência de energia ao fluido é feita através da utilização
de uma bomba de cavidades progressivas.

4.1 – Processamento Primario do Petróleo e Gás Natural

A primeira etapa da fase de produção é o processamento primário de


petróleo, na qual os fluídos passam após sair do reservatório e chegam à
superfície. Normalmente, tem-se a produção simultânea de gás, óleo e
água, juntamente com impurezas(Figura 6). O principal interesse
econômico dessa atividade é na produção de hidrocarbonetos (óleo e gás),
sendo necessário dotar os campos marítimos (offshore) e terrestres
(onshore) de facilidades de produção, que são instalações destinadas a
efetuar, sob condições controladas a separação do óleo, do gás e da água.
Os objetivos dessa etapa consistem em:
 Separar as fases oleosa, gasosa e aquosa, nos equipamentos conhecidos
como separadores;
 Tratar a fase oleosa para redução da água emulsionada e dos sais
dissolvidos;
 Tratar a fase gasosa para redução do teor de água, e se necessário de outros
contaminantes;
 Tratar a fase aquosa para descarte e/ou reinjeção nos poços produtores.
Vale salientar que, além da simples separação das fases, existe processamento
mais complexo que incluem condicionamento e compressão do gás, tratamento e
estabilização do óleo e tratamento da água para reinjeção ou descarte.
A figura 7 exemplifica as etapas do processamento primário de petroleo mais
complexas:
Esquema de produção de processamento primário complexo

Fluidos produzidos a partir de poços de petróleo e gás constituem geralmente


misturas de petróleo bruto, gás natural, água e sal.
Para processar os fluidos produzidos no campo, para produzir produtos que
atendam as especificações estabelecidas pelo cliente e são seguros de manusear
usamos:
 Central de processamento e facilidade de tratamento normalmente
chamado Gas-Oil Separation Plant (GOSP): Planta de Separação de Gás
e Óleo ou também chamada de planta de processamento primário.
Conforme os fluidos produzidos e a viabilidade técnico-econômica, uma planta
de processamento primário pode ser simples ou complexa. As mais simples
efetuam apenas a separação gás/óleo/água, enquanto as mais complexas incluem
o condicionamento e compressão do gás, tratamento e estabilização do óleo e
tratamento da água para reinjeção ou descarte.
O objetivo do Processamento Primário de Petróleo é de separar gás, óleo,
água e tratar essas correntes, de maneira a especifica-las aos padrões de
envio ao terminais e refinarias (óleo e água) e de descarte (água oleosa);
Normalmente, a separação e o tratamento dessas fases é feita numa planta de
processamento, por meio do uso de produtos químicos, aquecimento e vasos
separadores (dispostos em estágios), em função dos mecanismos envolvidos na
separação.

PLANTA DE PROCESSAMENTO PRIMÁRIO SIMPLES

Fluxos Produzidos

Contaminantes
PLANTA DE PROCESSAMENTO PRIMÁRIO COMPLEXA

4.2 - Separação Primária Do Crude

Objectivo da separação:
Durante o processo de produção de petróleo é comum o aparecimento de gás e
água associados. A separação dessas fases faz-se necessária, e a este processo se
chama na indústria de petróleoprocessamento primário de petróleo. A separação
é necessária devido ao gás apresentar relevante interesse económico para a
indústria, e a água, por apresentar elevado teor de sal em sua composição e formar
emulsões com viscosidades superiores à do petróleo desidratado, deve ser
removida, pois afecta o dimensionamento do sistema de bombeio e transferência,
compromete certas operações de processo nas refinarias, além de representar
volume ocioso na transferência e tancagem do petróleo e gerar problemas de
incrustação e corrosão nos oleodutos de exportação. Portanto, o objectivo do
processamento primário do petróleo é o de separar gás, sob condições
controladas, e o de remover água, sais e outras impurezas, suficientemente para
torná-lo estável e adequado para ser transferido.

Separação primária
O processo primário de separação do gás apresenta-se relativamente fácil, devido
a grande diferença de densidade apresentada entre as fases líquida e gasosa,
bastando, apenas, uma fragmentação inicial do fluido, pelo emprego de
dispositivos apropriados, seguido de um baixo tempo de separação. A separação
da água do petróleo apresenta-se um pouco mais complexa, pois, embora ambos
sejam imiscíveis, estes ascendem à superfície sob a forma de emulsões.

4.3 - Vasos Separadores


Vaso separador é um dispositivo ou recipiente pressurizado destinado a
separar os fluidos dos reservatórios em componentes líquidos e gasosos de acordo
com a sua densidade. Os fluidos produzidos passam, inicialmente por separadores
que podem ser bifásicos ou trifásicos, actuando em série ou em paralelo.

4.3.1 - Mecanismos principais para separar líquido do gás


Para separar o liquido do gas, existem mecanismos principais, a saber:
a) Acção da gravidade e diferença de densidades;
b) Decantação do fluido mais pesado;
c) Separação inércias;
d) Mudanças bruscas de velocidade e de direcção de fluxo permitindo ao gás
desprender-se da fase líquido devido a inércia que esta fase possui;
e) Aglutinação das partículas;
f) Contacto das gotículas de óleo dispersas sobre uma superfície, o que
facilita suacoalescência, aglutinação e consequente decantação;

4.3.2 - Factores que influenciam na separação do fluido


Entre os factores preponderantes que influenciam na separação do fluido
(crude), temos a destacar o seguinte:
 Densidade
 Tamanho de gota
 Velocidade de Gas na corrente
 Gravidade
4.3.3 - As variáveis que ajudam na separação dos fluidos
Na separação dos fluidos, existem variáveis que favorecem a mesma operação,
tais como:
 Temperatura dos fluidos;
 Volume;
 Pressão;
 Densidade dos componentes.

4.4 - Classificação dos separadores


Os separadores são classificados pela forma de orientação dos recipientes
e o número de fluidos a serem separados.

4.4.1 - Os três modos que podem ser classificados:


 Quanto a configuração geometrica;
 De acordo com o número de fases;
 De acordo com a função:
 Quanto a pressão de trabalho;

a) Os separadores quanto a configuração podem ser:


 Separadores verticais,
 Separadores horizontais
 Separadores esféricos

b) Os separadores quanto ao número de fases podem ser:


 Separadores bifásicos
 Separadores trifásicos
c) Quanto a função os separadores podem ser:
 Separadores de produção
 Separador de água livre
 Separadores atmosféricos (surge tank)
 Depuradores (gas scrubber)
 Slug catcher (remoção de golfadas de condensados em gasoduto)

d) Quanto a pressão de trabalho os separadores podem ser:


 Separadores de baixa pressão
 Separadores de média pressão
 Separadores de alta pressão.

Na tabela 1.1 apresenta-se as principais especificações exigidas para as correntes


gás, óleo e água produzida (para descarte), após o processamento primário
realizado no E&P.
No separador bifásico ocorre a separação gás/líquido, enquanto que no
separador trifásico ocorre, também, a separação óleo/água;

4.5 - Separação das fases líquidas e gasosa


Inicialmente, os fluidos produzidos passam por vasos separadores bifásicos ou
trifásicos que podem atuar em série ou em paralelo. No separador bifásico ocorre
a separação gás/liquido, enquanto que no separador trifásico ocorre, a separação
água/óleo/gás.
Existem vasos separadores tanto verticais como horizontais (Figura 8). No
entanto, os separadores horizontais, são mais eficientes por apresentarem uma
maior área interfacial que permite uma melhor separação gás/líquido. Esses
separadores costumam ser usados em sistemas que apresentam emulsões e altas
razões gás/óleo.

Figura 8 - Separador Horizontal Bifásico

Já os separadores trifásicos são utilizados para separar e remover qualquer


camada de água limpa que aparece no fundo, após a decantação de uma emulsão
óleo/água, que possa estar presente no processo. Vale salientar que, o projeto
destes separadores é idêntico aos separadores bifásicos, sendo que mais espaço
deve ser deixado para a decantação do líquido e algum dispositivo deve ser
adicionado para a remoção da água livre. A Figura 9 mostra um esquema tipico
de um separador trifásico:
Figura 9 - Separador Vertical Trifásico

Um Vaso Separador(Figura 10) possui vários estágios de separação, e é


constituído pelas seções: primária, de coleta ou acumulação de líquido, de
separação secundária e de aglutinação.
Figura 10 –Secção distintas de um vaso separador de produção.

Onde:
• Seção de separação primária: nesta seção, a maior parte do líquido é
separada, removendo rapidamente as golfadas e as gotículas de maior diâmetro
do líquido, evitando o retorno do líquido para a fase gasosa.
• Seção de acumulação de líquido: nesta seção ocorre a separação das bolhas
gasosas que ficaram no seio do líquido após a separação primária.
• Seção de separação secundária: as gotículas menores de líquido carreadas
pelo gás após a separação primária são separadas nesta seção.
• Seção de aglutinação: as gotículas de líquido arrastadas pela corrente de
gás, não separadas nas seções anteriores, são aglutinadas em meios porosos e
recuperadas.

4.5.1 - Separador gravitacional trifásico


A separação trifásica é a separação do gás, do óleo e de água livre. Devido á
diferença de densidade entre o óleo e a água, e ao tempo de retenção do fluido na
secção de acumulação de líquido, aparecerão:
 Uma camâda de água no fundo do vaso (água livre)
 Uma camâda sobre ela de emulsão agua-óleo
 Uma camâda de óleo sobre esta última

Para separar e remover esta água livre decantada são utilizados separadores
trifásicos (também chamados de extratores de água livre),idênticos
aosseparadores bifásicos, com apenas alguns dispositivos a mais para esta
finalidade.
Gás

Do poço

Óleo

Água
Saída de óleo

Saída de água

4.5.2 - Funcionamento
O equipamento possui uma placa deflectora na entrada que é responsável pela
fragmentação das fases, o que facilita a saída de gás e aumenta a dispersão das
fases. A pós o choque, o óleo e a água caem na câmara de separação e ocorre,
parcialmente, a separação gravitacional entre os fluidos. Dependendo do tipo
de óleo, pode ocorrer a formação de espuma, geradora da dispersão de líquidos
na fase gasosa.
O controlo de nível de interface da câmara actua sobre a vazão de saída da
fase aquosa. A parte oleosa verte para câmara de óleo onde o nível é
controlado manipulando-se a vazão de saída da fase oleosa. O controle de
pressão actua sob a abertura da válvula de controle, o que faz com que a vazão
de saída de gás se altere continuamente.

Para melhorar a eficiência da separação são utilizados vários dispositivos


internos. Os extractores de névoa retiram o líquido carregado pelo gás. Na
saída de gás existe ainda outro dispositivo com a mesma função. As placas
paralelas da câmara efectuam separação do líquido/líquido. No vaso de
separação difásica, a fases líquidas são compostas de água mais óleo o que
dispensa a saída de água existente no separador trifásico. O controle também
se torna mais simples, pois só são necessários os controles de nível no vaso e
da pressão de separação.

4.5.3 - Componentes de um separador trifásico

Deflector – consiste em um dispositivo que é instalado na entrada do


separador cuja finalidade é direccionar a velocidade e o sentido do fluido
Extractor de névoa – É um equipamento localizado no local de saída de
gás do separador cuja finalidade é remover gotículas de óleo carreadas pela
fase gasosa efluente.
Secção de separação primária
Nesta secção o fluido choca-se com deflectores ou é dirigido por um difusor que
lhe impõe um movimento giratório. É nesta secção que a maior parte do líquido
é separado, removendo rapidamente as golfadas e as gotículas de maior diâmetro
do líquido.
Secção de separação secundária
Na referida secção separam – se as gotículas menores de liquido carreadas pelo
gás após a separação primária;
Secção de acumulação de líquido
Neste caso ocorre a separação das bolhas gasosas que ficaram no seio do líquido
após a separação primária. Para que seja efectiva, o liquido deve permanecer
retido durante um certo tempo;

Secção aglutinadora
Nesta fase as gotículas de líquido arrastadas pela corrente de gás, são aglutinadas
em meios porosos e recuperadas. Para retenção de pequenas gotículas de liquido
na parte superior dos vasos, são utilizados extractores de névoa.
4.5.4 - Problemas operacionais nos vasos separadores

Muitos problemas dificultam a separação gás/líquido e óleo/água nos vasos


separadores, os principais são:
 Formação de Espuma: acontece quando o gás de menor densidade tende a
separar-se com facilidade da mistura gás-líquido. Com isso, as impurezas
presentes no líquido podem ser arrastadas pela corrente de gás ou de óleo
desgaseificado possibilitando o maior arraste de gotas, gerando as
espumas.

 Obstrução por parafinas: acontece quando as mesmas se cristalizam e são


arrastadas pelo fluído até chegar aos vasos separadores. Ao chegar aos
vasos, a velocidade dos fluídos é reduzida e acabam depositando-se nas
partes baixas, obstruindo o equipamento e as linhas interligadas aos vasos.

 Areia e sedimentos: quando chegam, juntamente com o líquido, para


separação nos vasos pode causar a erosão nas válvulas, obstrução nos
elementos internos do vaso e redução do tempo de residência do líquido
devido ao acúmulo no fundo do separador.

 Emulsões: causam problemas nos controladores de nível, pois o acumulo


de emulsão diminui o tempo de retenção efetivo, resultando em uma
redução na eficiência do processo.

 Arraste: o arraste de óleo pela corrente de gás ocorre quando o nível do


líquido está muito alto. Também, o arraste pode ser um indicativo de nível
muito baixo de líquido ou falha no sistema de controle de nível do
equipamento.

4.6 – Tratamento do Gás


O gás encontrado nos separadores consiste numa mistura de hidrocarbonetos
leves onde sua composição abrange do metano até ao hidrocarboneto parafínicos
com sete átomos de carbono, além de teores variáveis de gás sulfidrico, dioxido
de carbono, nitrogênio e vapor d´água.
O tratamento ou condicionamento do gás natural (Figura 13) rata-se do conjunto
de processos unitários (Físicos ou Químicos) que tem como finalidade a remoção
ou redução dos teores de contaminantes visando atender as especificações do
mercado, segurança, transporte ou processamento posterior.
O conjunto de processos no tratamento do gás natural consiste na separação
primária de óleo/gás, na depuração de gás; na dessulfurização; na desidratação;
na compressão e na injecção de produtos químicos. Porém os principais são a
remoção dos gases ácidos e a desidratação.
4.6.1 – Remoção dos Gases Ácidos
Os principais objectivos da remoção dos gases ácidos (CO2 e compostos de
enxofre) na produção do gás natural são:
 Segurança operacional;
 Especificações do gás para comercialização;
 Redução da corrosividade do sistema.
Um dos processos mais usados para a remoção é o tratamento com solução de
MEA (Monoetanolamina), outro é a adsorção por peneiras moleculares, como
também, a permeação por membranas poliméricas.
4.6.2 – Desidratação
A desidratação do gás natural consiste em separar o vapor d´água existente em
equilibrio com o gás para garantir o escoamento e o processamento do mesmo,
sem o risco da ocorrência de formação de hidratos ou de provocar corrosão nos
equipamentos e tubulações. Ela pode ser feita através dos processos de absorção
(com o uso de um solvente líquido) ou adsorção(com uso de um sólido como a
sílica gel, alumina ou peneira molecular), ou ainda através da permeação por
mebranas poliméricas.

5. – PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

Após a etapa de condicionamento, o gás natural é enviado a uma Unidade de


Processamento de Gás Natural (UPGN), onde resulta na recuperação de
hidrocarbonetos liquidos e na produção de um gás residual.
Existem quatro alternativas em relação aos produtos de uma UPGN, são elas:
 Produção de um líquido de gás natural;
 Produção, além do LNG, de etano líquido;
 Além da produção do etano líquido tem-se o fraccionamento do LNG;
 Incorporação de parte do etano ao LPG/GLP de modo que não ultrapasse
a pressão de vapor fixada pela ANPG.
O ponto mais importante das UPGN´s é o sistema de geração de criogenia (ramo
da fisico-quimica que estuda tecnologias para a produção de temperaturas
baixas), responsável pela liquefação dos componentes pesados do gás natural. O
processo termodinâmico que será escolhido para esse abaixamento de
temperatura irá definir o tipo de unidade utilizado.
Em termos econômicos, a escolha do melhor processo a ser utilizado em uma
UPGN depende de três factores, a saber:
 Composição do gás;
 Pressão disponivel
 Recuperação desejada.
Como não há critérios rígidos que orientem a seleção, recomenda-se um estudo
técnico levando-se em consideração: recuperações obtidas; quantidades, tipos,
origens e custo dos equipamentos; instrumentação; consumo de utilidades e
custos operacionais.
Os processos actualmente utilizados no mundo em projectos de aproveitamento
de gás natural produzidos são:
 Processo Joule-Thompson;
 Processo Refrigeração Simples;
 Processo Absorção Refrigerada;
 Processo Turbo-Expansão;
 Processos Combinados.

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