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BEJA
2007
Escola Superior Agrária de Beja -Engenharia Alimentar (�.•�
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Agradecimentos
Gostaria de expressar um agradecimento amigo a todos os que quiseram,
trabalho, em particular:
À Engenheira Isabel Baer a quem agradeço na qualidade de minha tutora, pelo apoio,
pelas valiosas sugestões e pela leitura e revisão atenta deste trabalho, a disponibilidade
Resumo
O presente trabalho tem como objectivo a aplicação do código de boas práticas de
Inicialmente faz-se uma abordagem geral à indústria dos óleos vegetais, seguida de uma
Este código de boas práticas de higiene foi elaborado respeitando os requisitos legais
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lndice
Agradecimentos
Resumo
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Índice
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Índice de figuras VI
Introdução
1
1. O óleo Vegetal
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Escola Superior Agrária de Beja -Engenharia Alimentar O
12
2.4.1. Regras para armazenagem e transporte a granel de óleos brutos e refinados
2.4.2. Contaminações e reacções secundárias durante a produção de óleos vegetais 13
2.4.3. Contaminações das matérias-primas (óleos brutos) 14
2.4.4. Contaminação durante o processo de refinação 14
2.4.5. Reacções parasitas secundárias 15
2.4.6. Contaminações com óleos vegetais comestíveis (contaminações cruzadas) 16
2.4.6.1. Auxiliares tecnológicos 16
2.4.6.2. Vapor de água 16
2.4.6.3. Aditivos 16
2.5. Embalamento 17
2.5 .1. Linha de embalamento 17
2.5.1.1. Medidas de controlo 17
2.5.1.2. Monitorização 18
2.5 .1.3. Recuperação do produto 18
2.6. Rastreabilidade 18
2.7. Rotulagem
18
5. Conclusões
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6. Bibliografia
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Índice de figuras
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Introdução
Antes da aplicação do HACCP a qualquer sector da cadeia alimentar, esse sector deve
ter implementado programas de pré-requisitos como as de boas práticas de higiene de
acordo com os Princípios Gerais de Higiene Alimentar do Codex Alimentarius, os
apropriados Códigos de Boas Práticas do Codex, e requisitos apropriados em segurança
alimentar.
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EscoIa S upenor
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S.A. para a unidade industrial da SOVENA e SOlA, que tem vindo a incrementar a sua
actividade na área do embalamento de azeites.
operadora a nível nacional, destacando-se a marca Oliveira da Serra e por fim com o
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1. O óleo vegetal
Estas têm uma importância fundamental na alimentação humana, não somente pelo seu
valor energético (9 Kcal/g), pela sua função estrutural (protecção extra e intracelular),
de isolamento térmico e de regulação, mas também porque possuem elementos
e órgãos.
Assim sendo, com este processo, pretendem-se obter óleos límpidos, com bom aspecto e
defeituosos, livres de substâncias que tornam os óleos não aceitáveis para fins
dos componentes.
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Escola Superior Agrária de Beja- Engenharia Alimentar �:::r:�
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gordura, como e o caso das sementes de girassol, que contêm cerca de 50% de gordura,
sendo estas sujeitas a uma pressão mecânica que lhes extrai cerca de 30% da referida
matéria gorda.
Desta operação obtém-se uma pasta, contendo ainda cerca de 20% da gordura e que é
posteriormente submetida a uma extracção por solvente (n-hexano). O óleo bruto que é
posteriormente filtrado e refinado. A extracção é efectuada após aquecimento das
sementes a uma temperatura de cerca de 60°C.
As sementes de menor teor de gordura, como e o caso das sementes de soja, são
submetidas apenas a uma extracção química por solvente. Esta consiste na aspersão, em
contra corrente de um solvente, normalmente hexano, sobre as sementes já laminadas e
secas.
Desta operação resulta uma pasta com um teor de óleo inferior a 1% e impregnado de
solvente que se denomina miscela, (mistura de óleo e solvente). A miscela, é
posteriormente, submetida a um tratamento térmico, entre 70°C a 100°C, denominado
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EscoIa S upenor Agrana . .
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Uma linha de refinação de óleo de girassol requer cuidados para que se consiga obter
um produto final de boas características, com o menor número de perdas possível e que
seja economicamente competitivo ao nível do mercado.
Todas as operações devem ser levadas a cabo em condições de segurança que não
alterem nem modifiquem a sua estrutura natural.
Para efectuar a neutralização o óleo é aquecido com vapor até cerca de 80°C e é
adicionada soda cáustica em função da acidez do óleo. Após a reacção o óleo é separado
da pasta de neutralização por centrifugação.
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separação. Os óleos que não contém estes compostos, como é o caso do óleo de soja,
não são submetidos a esta operação.
O óleo sofre uma operação final de arrefecimento e filtração para lhe serem retirados
quaisquer impurezas que ainda existam e é depois armazenado em tanques apropriados
à sua conservação, para posterior embalamento.
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Químicos:
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Directos:
- Soda cáustica, ácido fosfórico, ácido cítrico, terras descorantes, carvão, adjuvantes de
legislação em vigor).
Indirectos:
controlo de pragas;
Físicos:
- Sujidade (poeiras);
-Peças de equipamento;
- Plástico;
- Papel;
-Cabelos;
prevenção, nomeadamente:
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ambiental.
efectuada regularmente.
2.2.3.1. Auditorias
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Agr'ana � '
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2.3.1. Pessoal
deverá ser o adequado em termos de higiene e protecção e deverá ser mantido limpo.
2.3.2. Limpeza
fonna a garantir a manutenção quer das instalações quer dos equipamentos e materiais
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Escola Superior Agrária de Beja - Engenharia Alimentar ����
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2.4. Processo
condições de higiene para uso alimentar. O cobre e as suas ligas não devem ser usados
como materiais de construção. As tubagens de descarga devem ser usadas apenas para
produtos alimentares e de preferência exclusivamente para óleos vegetais.
prever o uso de vapor, limpeza química ou jacto de água ou uma combinação destes
lavagem simples com água só deve ser aceite quando a carga anterior também tenha
Estas indicações não substituem de modo algum, quaisquer disposições legais relativas
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Compostos Produtos
Etapa
modificadoslformadO!l eliminadoslreduzidO!l
Produtos hidlatáveis,
principalmente hidratos de
carbono e proteinas;
Lípidos não gliceridicos
D�gomagelil -
fosfolipidos;
Clorofila, sobretudo quando
se usa ácido fosfórico.
e gorduras vegetais
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Sendo a química dos lípidos bastante complexa, é muito dificil evitar totalmente o
aparecimento de algumas reacções parasitas, que, podendo não ser problemas muito
graves, não são desejáveis.
refinação.
resíduos dos sabões sódicos após a lavagem, e ainda os sabões de ferro e cobre. Deve-se
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Para cada tipo de óleo existe uma temperatura de desodorização óptima. O problema
rarefacção do processo.
que pode ocorrer a mistura com outros óleos também comestíveis. Não é pois na sua
em esteróis, que permite ter uma ideia muito rigorosa quanto à genuinidade dos óleos.
Segundo o Regulamento (CE) n.0 852/2004 de 29 de Abril de 2004, água deve ser
potável em conformidade.
2.4.6.3. Aditivos
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' . Engenhana AI'tmentar
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2.5 Embalamento
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A capsulagem deve ser imediata à embalagem cheia e o local de colocação das cápsulas
para alimentação da enchedora cuidadosamente limpo (isento de fragmentos de plástico
e poeiras).
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Escola Superior Agrária de Beja- Engenharia Alimentar � ;�
devem ser codificados de acordo com os requisitos legais em termos de prazo para
2.5.1.2. Monitorização
Os produtos devolvidos, quer por ter expirado o prazo de validade, quer por problemas
2.6. Rastreabilidade
seus produtos desde a recepção das matérias-primas até chegar ao consumidor final.
2.7. Rotulagem
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�ana • Engenhana
• AI"tmentar
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de 23 de Outubro.
A validade do produto deverá ser estabelecida para que, ao longo da vida útil, não
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Os óleos crus para refinar são recebidos por cisterna e são armazenados em dois
tanques de óleos crus (um para girassol e outro para soja) situados no parque de
tanques, junto à Refinaria, os quais alimentam directamente esta unidade produtiva.
Possibilidade
de derrames
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Tanques de
Óleo Cru
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Óleo Refinado
LEGENDA:
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3.2.1. Neutralização
propriamente dita. Inicialmente, o óleo é transferido dos tanques de óleo cru para um
tanque pulmão e passa por dois filtros que funcionam de forma alternada. De seguida,
Após a reacção química, o óleo neutro é separado das massas de neutralização por
Óleo cru
Acido fosfórico \)
Hidróxido sódio
Óleo neutro
Água doce NEUTRALIZAÇÃO Massas de
Vapor neutralização
Energ. Eléctric:a
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vapor
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3.2.2. Winterização
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Hidróxido sódio winterizado
Água lavagem
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WJNTERIZAÇÀO Ceras e
Energ. Eléctrica
� água lavagem
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As águas da winterização são transferidas para um tanque onde são aquecidas a 85-
A adição de ácido sulfúrico até um pH entre 2,0 e 2,4 vai provocar a separação das
Com menor teor em ceras, a água cai numa câmara separadora para que seja possível
tanque onde o seu pH é ajustado para valores entre 6-8 e segue para a instalação de
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3.2.3. Lavagem
Oleo wínterizado
Água Óleo lavado
LAVAGiEM
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3.2.4. Branqueamento
óleo (10-20%), sendo esta arrefecida a 35-50°C através da passagem num pennutador,
para aumentar a eficiência das terras. Em seguida, esta parte do óleo, é encaminhada a
inferior a 1 OOmbar.
• No primeiro piso, o óleo é aquecido por uma serpentina, por onde passa vapor
2
• No segundo piso, é injectado vapor directo a 3kg/cm • A mistura óleo/terras
final pretendida. Quanto ao carvão activado, este deverá ser utilizado em quantidades
26
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de filtração, sendo este removido após cada ciclo de filtração. O bolo é inicialmente
seco com vapor directo e depois removido por vibração. O bolo de filtração retém uma
O óleo filtrado passa ainda por filtros de segurança que vão reter eventuais impurezas
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Oleo lavado
Te1T11s branqueam.
Coadjuwnfe filtração
Carvão activado Õlao branqueado
Ácido cltric:o BRANQUEAMENTO
Vapor
80 os de filll'if�o
Vapor (vácuo)
Energ. Eléctrica
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.....
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Condenudos de
vapor
3.2.5. Desodorização
aromáticos policíclicos leves e outros compostos residuais como ácidos gordos livres.
Esta separação tem como princípio básico a volatilização das substâncias a remover
chegar ao desodorizador, e para garantir que chegue a uma temperatura da ordem dos
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óleo, facilitando a destilação dos compostos voláteis, como ácidos gordos livres,
óleo branqlMãdo
Óleo
Vapor desodorizado
polimento final possa ocorrer, o óleo desodorizado terá de ser arrefecido a 12-l8°C
através da sua passagem pelo grupo de frio, onde o fluido frigorífico é água
glicolada.
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passagem pelos filtros de placas, o óleo ainda passa, alternadamente, por dois filtros
de segurança e é saturado com azoto para evitar a oxidação quando armazenado nos
Óleo desodorizado
Óleo desodorizado
filtrado
POUIIEHTO ANAL
Bolos de filtração
Energ. Eléctrica
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4. Aplicação do código de boas práticas de higiene no processo
A produção de um produto seguro requer que o sistema HACCP (Hazard Analysis and
Criticai Control Points) seja constituído numa base sólida de programas de pré
4.1. Instalações
bom estado de conservação para que não se gerem derrames e/ou produtos defeituosos
que não possam ser aproveitados. Existe um bom nível de higiene e as instalações são
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arrumo;
4.2. Fornecedores
sua qualidade.
4.3. Especificações
embalagem.
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Todos os procedimentos de limpeza e desinfecção dos equipamentos e das instalações
estão escritos, como instruções de trabalho internas, e documentados para serem
seguidos. Existe um plano de higienização interior fabril em vigor e actualizado. São
fixados suportes nas paredes com as instruções de limpeza.
4.7. Treino
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sistema de recolha de não conformes para que haja uma mais rápida rastreabilidade e a
correctiva que foi desencadeada. O tempo durante o qual os registos são mantidos é
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. Agrana
Esco1a Supenor ' . de BeJa
. - Engenharia AI.1mentar
5. Conclusões
Durante o período de tempo de estágio foi possível tomar conhecimento com a realidade
Com base no trabalho realizado, verifiquei que a aplicação do código de boas praticas
situações em que é possível prever quais os perigos que necessitam de ser controlados,
decorrer do tempo tomei conhecimento que cada etapa deve assegurar as condições
necessárias para proteger o produto, através da aplicação das boas práticas de higiene.
Essas condições e práticas são consideradas como pré-requisitos ao desenvolvimento e
Pude verificar que para que se possa exigir o cumprimento das regras, há que criar
excesso de trabalho, que resulta sempre no não cumprimento de algumas regras que por
Não posso deixar de afirmar que o estágio superou as minhas expectativas, enraizou
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Escola Superior Agrária de Bej a - Engenharia Alimentar (:���
6. Bibliografia
FIOVDE.
2007
36
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Norma Dei Codex para Aceites Vegetales Especificados. Codex- stan 2 1 0 (Enmendado
2003, 2005)
Europeia. Bruxelas.
não publicada.
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