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Completação
Fluidos de Completação
Principais Equipamentos Utilizados na
Completação
Parte 1
O presente trabalho refere-se às aulas ministradas nos dias 17/03, 07/04, 14/04 e 28/04 de
2009 e que fazem parte da disciplina EEW-412 - Completação de Poços do Curso de
graduação em Engenharia de Petróleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
Esta apostila é uma coletânea baseada em inúmeros trabalhos e apostilas publicadas por
engenheiros da Petrobras a cerca dos temas aqui abordados.
Índice
1. Introdução 4
1.1. Definição de Completação 4
1.2. Filosofia de Completação 6
1.3. Classificação das Operações 7
2. Fluidos de Completação 11
2.1. Definição e Funções 11
2.2. Tipos de Fluidos de Completação 11
2.3. Seleção do Fluido de Completação 13
2.4. Preparação do Poço para Operações de contenção de Areia 21
2.5. Controle de Perda de Circulação 26
3. Métodos de Completação 28
3.1. Quanto ao Posicionamento da Cabeça de Poço 28
3.2. Quanto ao Revestimento de Produção 28
3.3. Quanto ao Número de Zonas Explotadas 30
4. Projeto de Poços 32
4.1. Itens de Controle de Completação 32
4.2. Diretrizes de Projeto de Completação e Intervenção de
Manutenção da Produção 32
4.3. Principais Determinantes do Projeto de Completação 35
5. Principais Equipamentos Utilizados em Completação 41
5.1. Componentes da Coluna de Produção 41
1. INTRODUÇÃO
Cumpre observar, que a coluna de produção objetiva conduzir os fluidos produzidos até a
superfície (ou injetados até a formação), com auxílio inclusive de método de elevação
artificial, se necessário: proteger o revestimento de produção contra fluidos agressivos (CO2,
H2S) e pressões elevadas; possibilitar a circulação de fluidos para elevação artificial e para o
amortecimento do poço em intervenções futuras; permitir o uso de instrumentação e controle
de subsuperfície.
1.2. Filosofia de Completação
Grande parte da literatura de engenharia de petróleo ensina que uma boa completação é
aquela onde são observados os seguintes aspectos: de segurança, técnico/operacional e
econômico.
Quanto aos aspectos técnico e operacional, deve-se buscar uma completação de forma a:
maximizar a vazão de produção (ou injeção) sem danificar o reservatório, tornar a
completação a mais permanente possível, de forma que, idealmente, poucas ou nenhuma
intervenção seja necessária até o fim da vida produtiva do poço. Deve ainda minimizar o
tempo necessário para executar os trabalhos de intervenção no poço, bem como tornar a
intervenção mais simples possível.
Para que se tenha uma completação bastante econômica, devem ser considerados os
seguintes aspectos: técnico, operacional e de padronização. Os aspectos técnicos e
operacionais trazem benefícios econômicos, pois maximizam a produção de óleo e
minimizam o tempo e a frequência das intervenções, minimizando consequentemente o
custo com sonda, que é um dos custos mais relevantes numa intervenção. A padronização
dos equipamentos utilizados nos poços reduz os custos com estoques.
Considerando que a completação tem reflexos em toda a vida produtiva do poço e envolve
altos custos, se faz necessário um planejamento criterioso, onde os seguintes fatores são
considerados:
• Investimento necessário;
• Localização do poço (mar ou terra);
• Tipo de poço (pioneiro, extensão, desenvolvimento);
• Finalidade (produção, injeção);
• Fluidos produzidos (gás seco, óleo, óleo e água, etc);
• Volumes e vazões de produção esperados;
• Número de zonas produtoras atravessadas pelo poço;
• Possível mecanismo de produção do reservatório;
• Necessidade de estimulação (aumento da produtividade);
• Controle ou exclusão da produção de areia;
• Possibilidade de restauração futura do poço;
• Tipo de elevação dos fluidos (natural ou artificial);
• Necessidade de recuperação secundária.
1.3.1. INVESTIMENTO
1.3.1.1. Completação
1.3.1.2. Avaliação
1.3.1.3. Recompletação
Esta operação é executada em poços que podem produzir em mais de uma formação de
interesse. Assim, quando cessa o interesse em se produzir (ou injetar) em uma destas
formações, esta é abandonada e o poço é recompletado para produzir (ou injetar) na outra.
Também é executada quando se deseja converter um poço produtor em injetor (de água,
gás, vapor, etc.) ou vice-versa.
O abandono da antiga zona de interesse geralmente se dá através de um tampão mecânico
ou através de uma compressão de cimento nos canhoneados. Na sequência, se
recondiciona o poço para o canhoneio da nova zona produtora.
• Baixa produtividade;
• Produção excessiva de gás;
• Produção excessiva de água;
• Produção de areia;
• Falhas mecânicas na coluna de produção ou revestimento.
1.3.2.1. Avaliação
1.3.2.2. Restauração
A produção de óleo, com alta RAO (grande volume de água produzida), não é interessante,
visto que há um custo associado a produção, separação e descarte da água. Se a zona
produtora é espessa, pode-se tamponar os canhoneados com cimento ou tampão mecânico,
e recanhonear apenas na parte superior, resolvendo o problema temporariamente.
Uma razão gás/óleo muito elevada pode ter como causa o próprio gás dissolvido no óleo, o
gás de uma capa de gás ou aquele proveniente de uma outra zona ou reservatório
adjacente. Esse último caso é produto de uma falha no revestimento, de uma estimulação
mal concretizada ou falha na cimentação.
Um cone de gás é mais facilmente controlado pela redução da vazão do que o cone de
água. Isto se deve a maior diferença de densidade entre o óleo e o gás do que entre o óleo
e a água. O fechamento do poço temporariamente é uma técnica recomendada para a
retração do cone de gás ou água.
A localização do vazamento pode ser feita com: perfis de fluxo, perfis de temperatura ou
testes seletivos de pressão usando packer e tampão mecânico recuperável (BPR).
Um poço que esteja produzindo com vazão menor do que a esperada necessita de
restauração. Esta restrição na vazão pode ser causada por dano de formação,
tamponamentos nos canhoneados e/ou na coluna, emulsões, etc.
1.3.2.3. Limpeza
Como exemplos de problemas geradores de intervenções para limpeza, podem ser citados:
furo em coluna de produção, vazamento no obturador, reposicionamento de componentes
da coluna de produção, vazamentos em equipamentos de superfície, entre outros.
1.3.2.5. Estimulação
O método mais utilizado é o fraturamento hidráulico que pode ser definido como um
processo no qual um elevado diferencial de pressão, transmitido pelo fluido de fraturamento,
é aplicado contra a rocha reservatório, até a sua ruptura. A fratura, que é iniciada no poço,
se propaga através da formação pelo bombeio de um certo volume de fluido, acima da
pressão de fraturamento.
Para se evitar que a fratura induzida feche ao cessar o diferencial de pressão aplicado, é
bombeado um agente de sustentação (normalmente areia selecionada), junto com o fluido
de fraturamento. Assim, se cria um caminho preferencial de elevada condutividade, o qual
facilitará o fluxo de fluidos do reservatório para o interior do poço, ou vice-versa.
1.3.2.6. Abandono
Pode ser:
Todo fluido de completação que tiver contato com a formação deve ter preventor de
emulsão e inibidor de inchamento de argila. Fluidos que terão contato com superfícies
metálicas devem apresentar em sua formulação sequestrador de oxigênio (contato rápido –
até 3 ou 4 meses) ou inibidor de corrosão (longo contato – superior a 4 meses). Em poços
ERW (Extended Reach Well) nos casos de descida de telas, a lubricidade se faz necessária
para reduzir o atrito tela/revestimento e/ou tela/formação. Este atrito pode ter como
consequência o aumento da força realizada para descer as telas e que pode ulltrapassar a
resistência à compressão do tubo telado. Além disso o fluido deve ser inerte a ação de
bactérias, ser estável química e termicamente, não tóxico e essencialmente limpo,
ambientalmente amigável e preservar elastômeros.
Como o próprio nome indica, são fluidos que foram usados na perfuração da zona de
interesse, após a remoção de sólidos em suspensão e um controle mais rígido do
filtrado e da massa específica.
Vantagens:
• Disponibilidade (já se encontram no poço e tanques).
• Necessitam de pequenos ou nenhum ajuste das suas propriedades.
• São os mais econômicos.
Desvantagens:
• Possibilidade de dano à formação devido à presença de sólidos insolúveis.
• Inviabilizam as operações de squeeze.
• Soluções Salinas
As soluções salinas são isentas de sólidos, uma vez que o sal adicionado será
totalmente dissolvido. O controle da densidade é facilitado, pois para aumentá-la
adiciona-se sal e para baixá-la adiciona-se água. Impurezas vindas da água de
mistura ou do próprio sal usado podem ser facilmente removidas por filtração, o que
torna estas soluções “fluidos limpos”.
Vantagens:
• Causam pouco dano à formação, pois são livres de sólidos suspensos e
promovem a inibição do inchamento de argilas.
• São de fácil preparo e simples de alterar sua densidade.
• Apresentam excelente estabilidade físico-química.
• São fáceis de serem recondicionadas para posterior utilização.
Desvantagens:
• Provocam corrosão na coluna, revestimento e outros equipamentos. Esta
corrosão pode ser reduzida com o uso de um inibidor adequado.
• Possuem baixa viscosidade, o que dificulta o controle do filtrado.
• Alguns sais, tais como brometo de potássio, brometo de cálcio, devido a sua alta
toxidez e custos somente são utilizados em casos de extrema necessidade.
• Soluções Poliméricas
Vantagens:
• Fluido viscosificado com polímero tende a não danificar a formação.
• Produz pequena ou nenhuma perda de fluido para a formação.
• Eficaz na limpeza do poço.
Desvantagens:
• Apresentam limitações quanto a temperatura. Acima de 200º F passam a perder
rapidamente suas propriedades.
• Custo mais elevado em função da utilização do polímero usado: HEC, goma
xantana, goma guar, HPG.
Vantagens:
• Não é corrosivo.
• Apresenta elevada estabilidade térmica.
• Apresenta baixo teor de sólidos.
• Menor overbalance.
• Grande disponibilidade, principalmente para poços em terra.
Desvantagens:
• Inflamável.
• Baixo poder de carreamento.
• Custo elevado quando necessários um aumento da reologia do fluido para
melhorar a sustentação de sólidos.
• Packer Fluid
O packer fluid não deve ser corrosivo, ou então deve permitir um controle de
corrosão. Deve ser livre de sólidos ou ter condições de manter os sólidos em
suspensão por longos períodos em condições estáticas.
Não deve apresentar dificuldade na reentrada do poço em operações de workover.
Pode ser utilizado como fluido de completação ou amortecimento com pequena ou
nenhuma modificação.
= +
ρ=
! ⋅
Alguns fluidos são constituídos de misturas de dois ou três sais a fim de proporcionar o peso
específico desejado e permitir que o fluido possua propriedades compatíveis com a
mineralogia encontrada no reservatório, especialmente a porcentagem e o tipo de argila
encontrada podem influenciar na decisão do tipo de salmoura a ser utilizada. É indicado
sempre a realização de testes de laboratório com testemunhos da zona de interesse para
avaliar a sua interação com estas salmouras. A Figura 2 mostra exemplos de categorias de
fluidos típicos.
A temperatura no fundo do poço (BHT) pode ser estimada pela seguinte equação:
−
= ⋅ +
!" #
onde:
( − )
= ⋅
e
⋅( )
=
O gradiente geotérmico pode ser obtido através da Tabela 2, que reúne os valores de GG
de diversas bacias brasileiras.
Após os cálculos para correção do peso específico do fluido é definida a composição de sais
que irá constituir o fluido de completação. A Tabela 3 mostra os valores de peso específico
de diversos sais usados na formulação de fluidos de completação.
Tabela 2 – Gradientes geotérmicos encontrados em bacias brasileiras
A MSR representa o peso específico adicional que deve ser adicionado ao fluido de
completação no caso de uma desconexão de emergência. Este peso adicional de fluido
deve ser utilizado visto que a coluna de fluido de completação que vai desde o leito marinho
até a sonda de intervenção é trocada pela coluna de água do mar, que possui peso
específico mais baixo. Como conseqüência, a pressão exercida no fundo do poço diminuirá
tanto, quanto maior for a lâmina d’água. No caso em que a intervenção estiver sendo
realizada com BOP que possua duas gavetas cisalhantes, pode-se abrir mão da MSR
(norma).
O fluido de completação a ser utilizado nas intervenções ou como “packer fluid” após
equipar o poço, deve ser compatível com os elastômeros que serão usados nos
equipamentos a serem descidos no poço e também com todo o sistema de circulação da
sonda. As tabelas 4 e 5 mostram o grau de compatibilidade de diversos fluidos com o-rings
e elementos de packer, respectivamente. Os principais locais onde se encontrão
elastômeros são nas válvulas, packers, bombas, TSR e válvulas do BOP.
Para atingir este intento, o fluido de perfuração deve ter alguma de suas propriedades
controladas, como: pH, grau de aeração e salinidade. Outros fatores que não estão ligados
diretamente ao fluido de completação também afetam o nível de corrosão, são eles:
temperatura, contaminação com gases da formação (CO2 e H2S), metalurgia e bactérias
(BRS). O controle de corrosão pode ser realizado através do uso de aditivos no fluido de
completação como é o caso da adição de sequestradores de oxigênio (bissulfilto de sódio ou
eritorbato de sódio). Já no packer fluid é comum o controle de corrosão com a adição de
inibidores de corrosão.
O fenômeno conhecido como dano ao reservatório pode ocorrer durante a própria produção,
a perfuração, operações de intervenção (workover) e mesmo em operações de estimulação
como fraturamento e acidificação. Suas causas podem ser as mais variáveis possíveis
como: físico-química, química, hidrodinâmica, biológica, mecânica. De todos os que nos
interessam são os que se referem a fluidos de completação e, tendo isso em mente, o
projeto do fluido deve abordar, de forma criteriosa, maneiras de evitar que o dano à
formação ocorra e para fazer isso devemos ter um conhecimento mínimo sobre como tais
prejuízos ocorrem.
Vale lembrar que existem operações para tentar remover o dano, contudo, estes métodos
constituem operações onerosas (principalmente no universo offshore) e de sucesso incerto,
podendo inclusive aumentar o dano.
Durante a completação não temos apenas um mecanismo de dano ocorrendo, e sim vários
de forma simultânea. Assim, muitas vezes é impossível explicar corretamente o que
realmente ocorre em um sistema real. Neste capítulo iremos abordar os modelos
fenomenológicos sobre os mecanismos de dano causados pelos fluidos de completação.
A incompatibilidade fluido-fluido se refere a problemas que podem ser gerados por reações
ou interações entre os fluidos usados no poço e os fluidos presentes na formação (água,
gás ou óleo). Essa incompatibilidade pode resultar na diminuição física dos poros da
formação ou noma redução da permeabilidade relativa da formação. Vejamos alguns
exemplos de danos advindos destes problemas
• Formação de Borra
Reação entre fluidos ácidos e óleos pesados pode resultar na formação de uma borra
semi-sólida que pode entupir os poros reduzindo a permeabilidade absoluta da
formação. As operações de estimulação ácida e acidificação podem causar este tipo de
dano e a intenção de sua realização é, justamente, a remoção de dano ou aumento da
porosidade da formação.
• Formação de Emulsão
Cada interface sólido-líquido possui uma dada estabilidade. O sistema composto pelo
fluido que se encontra no espaço poroso e a área de contato referente a este espaço
apresenta uma certa estabilidade. Caso o fluido que estava dentro do poço invada a
formação e forme um sistema de estabilidade maior, a passagem do fluido original será
dificultada.
• Inchamento de Argilas
O grande poder abrasivo da pasta de gravel exige exclusividade dos equipamentos e linhas,
e uma cuidadosa manutenção, principalmente das superfícies que estarão em contato com
a pasta, no que diz respeito à presença de ferrugem, descolamento de pintura,
revestimentos protetores etc.
O sistema de fluidos (tanques e linhas) deve também merecer uma atenção especial,
principalmente se o fluido anteriormente usado for fluido de perfuração. Como exemplo,
podemos citar o fluido de perfuração à base de poliacrilamida que adere às paredes do
sistema, formando uma camada insolúvel e de difícil remoção.
O contato prolongado com o fluido de completação, de caráter levemente alcalino, hidroliza
a poliacrilamida que lentamente vai sendo incorporada ao fluido de completação,
contaminando-o.
O manifold utilizado deve permitir uma rápida manobra de válvulas para reversão do fluxo
de direto para reverso, antes que o excesso de gravel se deposite sobre o packer.
Uma vez equipamentos prontos faz-se necessário, antes do início da operação, uma reunião
com todos os envolvidos para apresentação e discussão dos detalhes e definição da função
de cada elemento da equipe.
2.4.1. FILTRAÇÃO
Como afirma J. Rike, "se 50 bbl de um fluido de completação contendo apenas 0,5% (5000
ppm) de sólidos forem perdidos para a formação durante uma operação, o volume total de
sólidos seria de 2.419 pol cúbicas (1,4 pe3). Se os canhoneados tiverem 10" de
comprimento e 0,5" de diâmetro, cada canhoneado necessitará de 1,96 pol3 para ser
preenchido. Assim, existem nestes 50 bbl de fluido de completação sólidos suficientes para
preencher completamente 1.234 canhoneados. Mesmo que este fluido contivesse somente
500 ppm de sólidos, ainda assim poderia preencher 123 canhoneados ..."!
A Figura 6 mostra com clareza quão sensível é uma formação aos fluidos que contêm
sólidos. A injeção correspondente a 10 volumes porosos de um fluido com 485 ppm de
sólidos em suspensão (menos que 0,05%) causou uma redução na permeabilidade de 400
mD para 10 mD.
Figura 6 – Porosidade x Permeabilidade
a) Partículas que invadem: são aquelas menores que 1/6 do diâmetro médio da garganta
de poro. Estas partículas fluem livremente pela formação seguindo o sentido do fluxo;
b) Partículas que formam bridge: são as cujo tamanho varia entre 1/6 e metade do diâmetro
médio da garganta de poro. Estas partículas ficarão trapeadas próximas ao poço
causando um dano severo, que uma vez instalado não será facilmente removido;
c) Partículas que plugueiam: são as que possuem diâmetro maior que metade do tamanho
médio da garganta de poro. Ficarão retidas na face do canhoneado, formando um
reboco, e serão facilmente produzidas quando o poço entrar em fluxo. Poderão,
entretanto, ficar trapeadas se um tratamento de contenção de areia for realizado.
Onde:
k = permeabilidade (mD);
d = diâmetro médio do poro (micron);
ϕ = porosidade.
Então:
ou seja:
2.4.2.1. Cartucho:
Uma das mais comuns e mais utilizadas técnicas de filtração é a que emprega cartuchos
como elementos de filtro. Quando se trabalha com cartucho é importante ter bem definida a
diferença entre filtração nominal e filtração absoluta:
- nominal: é aquela onde um valor arbitrário é dado pelo fabricante, baseado numa
percentagem de remoção em peso de todas as partículas maiores que um determinado
tamanho. Normalmente significa que 90% em peso de um contaminante acima do diâmetro
especificado é removido do fluido. Este tipo de filtração está caindo em desuso.
- absoluta: é a que remove quase a totalidade das partículas maiores que o diâmetro
especificado. Não faz sentido falarmos em filtração absoluta sem associarmos a ela o Fator
Beta, que é a razão entre a quantidade de partículas presentes em um fluido antes e depois
da filtração. Exemplificando: um Fator Beta de 5000, para um filtro absoluto de 2 micra,
significa que somente uma partícula maior que 2 micra passará pelo cartucho para cada
5000 partículas presentes no fluido a ser filtrado (Tabela 7).
A diferença entre os dois tipos de cartuchos está na forma e na matéria prima com que são
fabricados (Tabela 5). Algumas outras características:
Tabela 5 – Características de Cartuchos
A filtração em terra diatomácea é mais efetiva e fornece maior área de filtração do que os
cartuchos. Os sistemas padrão de filtração utilizam uma unidade de filtração absoluta, como
back up, a jusante da filtração com DE (diatomaceous earth) para prevenir que as partículas
que passarem pelo filtro prensa, e até mesmo partículas de DE, sejam bombeadas para o
poço. Nas UN’s BC e ES adotamos este padrão, utilizando filtro absoluto de 2 micra.
Qualquer que seja o sistema de filtração adotado, a qualidade do fluido deve ser monitorada
continuamente a montante e a jusante dos filtros, através da contagem de partículas
(método muito complexo) ou pela medição da turbidez. Para se obter a máxima eficiência
numa filtração, a vazão não deve exceder ao limite de 0,5 galões por minuto por polegada
quadrada de superfície de filtro. Daí a vantagem de se trabalhar com sistemas com grandes
áreas de filtração.
Outra preocupação que se deve ter é com a utilização de graxa durante a descida da
coluna. Por ser insolúvel a ácido ou solventes e ser um material extremamente danificante, a
graxa deve ser aplicada com muito cuidado, somente nos pinos utilizando-se um pincel.
Jamais use graxa nas caixas durante a manobra da coluna em um poço que será equipado
com gravel pack.
Geralmente, poços canhoneados com overbalance não tem ou tem pouca muito pouca
perda de circulação, mesmo em reservatórios de alta permeabilidade, devido ao dano
causado pelo canhoneio. É preferível o canhoneio com underbalance. Em formações com
altos valores das propriedades permo-porosas o underbalance é baixo devido ao risco de
produção de areia, ...
No mar apresentam-se duas situações distintas (Tabela 6). Na primeira delas, em águas
mais rasas, tem-se o caso em que é técnica e economicamente viável trazer a cabeça do
poço para a superfície, efetuando-se a completação convencional ou seca. Neste caso é
imprescindível escorá-la com uma jaqueta apoiada no fundo do mar ou tracionar o poço a
partir do convés de uma unidade flutuante especial (tension leg plataform). Em ambos os
casos tem-se uma sonda instalada sobre a plataforma para execução dos serviços de
completação.
Ainda em águas rasas, se for decidido deixar a cabeça do poço no fundo do mar, completa-
se com árvore de natal molhada (ANM) através de plataforma auto-elevatória, plataformas
semi-submersíveis ou navios-sonda ancorados.
Numa segunda situação, apresenta-se o caso de águas mais profundas, em que é inviável
trazer a cabeça do poço para a superfície, sendo indispensável deixá-la no fundo do mar,
equipada com árvore de natal molhada (ANM). Neste caso são utilizadas, para execução
dos serviços de completação, as mesmas plataformas semi-submersíveis ou navios-sonda
de posicionamento dinâmico que foram utilizadas durante a perfuração.
• A poço aberto;
• Com revestimento canhoneado;
• Com liner canhoneado ou rasgado.
No caso de liner com tubos lisos, o qual é cimentado, diferente, portanto do liner rasgado, as
vantagens e desvantagens são similares ao do revestimento canhoneado. Pode ser
acrescido nas vantagens o menor custo com revestimento e nas desvantagens a mudança
de diâmetros dentro do poço, gerando dificuldades para passagem de equipamentos.
(a) (b) (c)
Perfurado o poço até a profundidade final e avaliada a zona como produtora comercial de
óleo e/ou gás, é descido o revestimento de produção até o fundo do poço, sendo em
seguida cimentado. Posteriormente é canhoneado o revestimento defronte aos intervalos de
interesse mediante a utilização de cargas explosivas, colocando assim o reservatório
produtor em comunicação com o interior do poço.
Como vantagens desse método têm-se: permite seletividade, tanto na produção quanto na
injeção de fluidos na formação; favorece o êxito das operações de restauração; diâmetro
único em todo o poço; permite controlar formações desmoronáveis. As principais
desvantagens do método são: custo do canhoneio; tem sua eficiência dependente de uma
adequada operação de cimentação e canhoneio.
3.3.1. SIMPLES
Caracteriza-se pelo poço possuir uma tubulação metálica, descida pelo interior do
revestimento de produção, da superfície até próximo à formação produtora. Esta tubulação,
acompanhada de outros equipamentos, denomina-se coluna de produção (Figura 9a).
3.3.2. SELETIVA
Neste caso é descido somente uma coluna de produção, equipada de forma a permitir a
produção de várias zonas ou reservatórios seletivamente, ou seja, uma por vez. Disto
resulta o perfeito controle dos fluidos produzidos em cada reservatório, bem como a
facilidade operacional de se alterar a zona em produção (Figura 9b).
(a) (b) (c)
3.3.3. DUPLA
Este tipo de completação possibilita produzir simultaneamente, num mesmo poço, duas
zonas ou reservatórios diferentes, de modo controlado e independente, tanto no que diz
respeito a volumes produzidos como a pressões, razões gás/óleo e óleo/água, etc. Isto é
possível instalando-se duas colunas de produção com obturadores (packers) (Figura 9c).
Este tipo de completação ainda não foi utilizado em poços marítimos.
$%
Os itens de controle do produto final poço são ligados a segurança operacional, à proteção
do meio ambiente, à produtividade (ausência de restrição a produção), vazões, custo,
longevidade, simplicidade operacional e de intervenção.
4.2.1. PROFUNDIDADE
Todas as profundidades do projeto e dos relatórios oficiais devem se referir a mesa rotativa
da sonda de perfuração que realizou a primeira perfilagem a poço aberto na zona
reservatório em foco;
Locação
Locaçã Poço Perfurado Poço Completado
o Perfurado Completado
Perfuraçã
Perfuração Completaçã
Completação
o o
A completação molhada, tão praticada pela Petrobras, continua sendo a opção para muitos
projetos recentes no mundo. Dentre sua vantagens podem ser citadas:
• Permite o uso de sistema antecipado de produção (Early Production System) com
reaproveitamento de UEP e linhas no sistema definitivo ou em outro sistema antecipado.
• Permite a implantação do projeto em fases, de sorte que a aquisição de dados sobre o
campo em cada fase diminui as incertezas nas fases seguintes. Isto permite aperfeiçoar
o projeto, com grandes ganhos em termos de custos-benefícios e evitando desastres
econômicos nos casos em que o campo se revela de menor porte do que o previsto
anteriormente.
• Antecipa o 1º óleo, logo o 1º módulo (uma ou mais UEP’s) ajuda no financiamento dos
custos de investimentos. Em períodos de crises do petróleo esta antecipação tem
grande importância política e econômica.
• É mais adequada para campos de grande área, onde associada a MSP (Manifold
Submarino de Produção) permite a drenagem do campo com menor número de UEP’s.
• Permite aproveitar a disponibilidade de cascas de SS’s usadas para UPM (Unidade de
Produção Marítima) em determinado período, adquiridos a baixo custo e convertidos
para SS de produção. Idem de cascos de navios petroleiros, posteriormente convertidos
para FPSO.
• Equipamentos caros como a ANM e linhas podem ser reaproveitadas e outros projetos.
• É mais segura a UEP em termos de poço, notadamente os de alta vazão, pois estes
podem ser fechados na ANM no fundo do mar, longe da UEP.
Quanto maior a distância, maior a perda de carga em fluxo e maior a perda de calor do
fluido, diminuindo a temperatura do fluido produzido. Quanto menor a temperatura, maior a
viscosidade do óleo (aumentando a perda de carga) e também maior a possibilidade de
formação hidrato.
Até o ponto de touch down ou manifold submarino: se a declividade for ascendente, o acúmulo
de água fica perto da ANM quando da ocorrência de um shut-down, facilitando a remoção de
hidrato, com uso de sonda. Em poços onde a declividade é descendente, a água se acumula
perto do trecho de touch down ou manifold submarino, dificultando a remoção de hidrato pela
sonda.
Devem ser bem reportados todos os fluidos usados na fase de perfuração que tenham tido
contato com os reservatórios, que tenham sido usados durante a cimentação e os deixados no
interior do poço revestido.
O tipo de elevação artificial tem forte impacto nos poços e linhas. A estratégia de uso de gás, na
medida em que sua queima é cada vez menos aceita, estimula o uso deste.
Para uma boa monitoração de pressão e temperatura um poço submarino deve ter sensores
instalados na coluna de produção ou injeção e na ANM ou MSP (manifold submarino de
produção). A instalação de PDG (permanent downhole gauge) na coluna de produção ou injeção
exige uma folga mínima de 0,8 pol, considerando a luva dos tubos, linhas/cabos e clamps. A
monitoração na ANM é externa a esta, através de TPT (Temperature and Pressure Transmitter),
analógico ou digital.
A monitoração de vazões de óleo, água e gás pode ser apenas por teste em separador, de
tempos em tempos, ou também pode ser feita continuamente, poço a poço, o que não é comum
nos poços offshore no Brazil. O controle de produção, varia da mesma forma, desde apenas a
regulagem de vazões com beans em superfície, até o controle de subsuperfície com as válvulas
de subsuperfície de atuação remota (válvulas inteligentes).
Para a segurança operacional o projeto de poço deve definir um critério de aceitação de risco
baseado no conceito de barreiras de segurança ou conjunto solidário de barreiras (CSB). Vide
normas N-1860, N-2757, N-2765 e N-2730.
b. Não ter nenhum dispositivo submarino cuja instalação ou manutenção represente um risco
significativo ao poço, capaz de arrancar ou provocar um dano catastrófico à ANM, a ponto de
permitir a comunicação do poço com o fundo do mar, localizado a uma distância, medida na
horizontal, menor ou igual aquela determinada conforme a tabela 7. Deve ser dada atenção
especial a dispositivos submarinos com previsão de instalação posterior.
Tabela 7 - Relação entre Lâmina d’água e a distância entre poços para caracterização de poço
Lâmina D’água - LA (M) Distância Horizontal (m)
80 < LA ≤ 170 LA +30
170 < LA ≤ 900 200
900 < LA ≤ 1 000 200 + (LA - 900) x 0,1
LDA > 1 000 210 + (LA - 1 000) x 0,04444
c. Estar fora das rotas de tráfego comercial, utilizadas por navios e outras embarcações de
grande porte (excluem-se deste conceito as embarcações associadas às atividades de
exploração, produção e transporte de petróleo produzido na concessão ou bacia).
e. A resultante das forças geradas durante a vida produtiva do poço não deve ser suficiente
para levantar a ANM ou BAP, em caso de destravamento acidental de seus conectores
hidráulicos.
Vazão
Tipo de Poço Size Tubing DHSV (OD) Size Revest.
(m3/d)
Produtor com
8000 7” x 5.5” 5.5” (9.45”) 11.75”x 9.625”
alta Kh
Produtor com
3200 5.5”x 4.5” ou 4.5” 4.5” (8.28”) 9.625”x 7”
menor Kh
Injetor de
8000 7” 5.5” (9.45”) 11.75”x 9.625”
água
Injetor de gás 100 MMCFD 7” x 5.5” 5.5” (9.45”) 10.75”x 9.625”
Produtor com
2400 4.5” ou 4.5” x 3.5” 4.5” (8.28”) 9.625”x 7”
menor Kh
Injetor de gás 100 MMCFD 5.5” 5.5” (9.45”) 10.75”x 9.625”
Kh = transmissibilidade; MMCFD: milhões de pé3 por dia; completação molhada;
Em termos bem gerais temos a seguinte relação entre diâmetro nominal de coluna e diâmetro de
revestimento/liner.
A trajetória do poço deve evitar folhelhos na interface poço-formação e deve ter inclinação e dog
leg adequados aos métodos de estimulação e de controle de produção de areia.
No caso de poços horizontais em arenitos inconsolidados, que serão completados com gravel
pack em poço aberto, com telas ou liners stand alone ou com telas expansíveis, deve-se evitar
ou minimizar as intercalações de folhelho. A presença de folhelho é mais grave para gravel pack
em poço aberto. O gravel (geralmente cerâmica sinterizada) pode remover folhelho das paredes
do poço, o qual misturado no gravel reduz drasticamente a permeabilidade do pacote de gravel.
Caso o folhelho seja inchável, as conseqüências podem ser piores, ocorrendo embuchamento
(screen-out) durante o bombeio do gravel. Embora existam alternativas para minimizar estes
problemas, o correto é evitá-los ou minimizá-los durante o projeto de perfuração.
Diâmetro alargado entre a sapata do revestimento de produção e o trecho de poço aberto (rat
hole) pode se tornar crítico para operações de gravel pack em poço aberto. No alargamento há
redução da velocidade de fluxo, podendo ocorrer decantação excessiva do gravel (geralmente
cerâmica), levando a embuchamento (screen-out) prematuro. Assim, deve-se procurar minimizar
a diferença de diâmetro desta transição.
Na Petrobrás existe uma padronização nacional para tipos de conexão, grau do aço e peso
dos tubos de produção, facilitando o intercâmbio entre as regiões e permitindo menos itens
de estoque e, consequentemente, menores custos operacionais.
A seleção da tubulação a ser empregada num determinado poço leva em conta 4 fatores:
• Diâmetro interno do revestimento de produção: nos poços equipados com liner de 7”,
utiliza-se tubulação com diâmetro externo (OD) de 3.1/2” para facilidade de pescaria,
pois o diâmetro externo da luva é 4.1/2”. Alguns poços possuem zona de interesse
revestida por liner 5.1/2” e, nestes casos, utiliza-se a coluna 2.3/8” (OD da luva
2,875”);
• Máxima vazão esperada: determina-se o diâmetro nominal da coluna;
• Fluido a ser produzido: define o tipo do aço (grau) dos tubos, bem como o tipo das
conexões;
• Esforços mecânicos: calculando-se os esforços a que a coluna estará submetida
durante sua vida útil (tensões de tração, de colapso e pressão interna), e definido o
grau do aço, podemos determinar a espessura de parede requerida e,
consequentemente, seu peso por metro.
Nos poços completados com coluna 5.1/2” emprega-se os tubos de revestimento com
conexão BTC (Buttress thread casing), com 5 fios por polegada, padronizada pelo API, as
quais se enquadram na categoria de perfil quadrado. Os tubos comprados para completar
os poços de Marlim com esta coluna de 5.1/2” possuem grau N80 e peso de 17 lb/pé.
Em poços produtores de gás, com fluidos agressivos ou com alta pressão, são empregados
tubos com roscas premium, especificamente as roscas TDS e VAM-ACE.
Tabela 10 - Principais características dos tubos de produção mais comuns
2.7/8” EU 3.1/2” EU 4.1/2” EU
Grau do aço N-80 N-80 N-80
Peso (lb/pé) 6,5 9,3 12,75
ID (pol) 2,441 2,992” 3,958
Drift (pol) 2,347 2,867” 3,833
OD da luva (pol) 3,668 4,500 5,563
Colapso (psi) 11160 10530 7500
Pressão interna (psi) 10570 10160 8430
Tração (psi) 144960 202220 288040
Torque (lbf.pé) 2800 3200 4000
Capacidade (bpm) 0,0190 0,0286 0,0500
Deslocamento (bpm) 0,0074 0,0105 0,0146
Shear-out
Possui três sedes, sendo a inferior tamponada. Atualmente tem sido descida sem a sede
inferior tamponada, isto é, apenas com duas sedes. Antes da descida, é dimensionada a
pressão de rompimento da mesma e, de acordo com o cálculo, colocados tantos parafusos
de cisalhamento quanto necessário. Ao se pressurizar a coluna, a força atuante na sede faz
com que os parafusos cisalhem, caindo a sede no fundo do poço e liberando a passagem na
coluna.
As principais dimensões da shear out tripla para coluna 3.1/2” EU (a mais utilizada na
Bacia de Campos) são mostradas na Tabela 11 a seguir:
Nipples de Assentamento
Os nipples (ou perfis) de assentamento são subs que possuem uma área polida para
vedação e uma sede de travamento. Servem para alojar, numa profundidade bem
definida, plugs (para isolamento de zonas produtoras), standing valves (para impedir
perda de fluido para a formação), instrument hanger com registradores de pressão
para testes de produção, e chokes (estes de uso raro, permitem a produção
simultânea de 2 zonas com diferentes pressões). São especificados pelo seal bore,
que é o diâmetro da área polida onde as gaxetas dos equipamentos de controle de
fluxo fazem a vedação.
Nipple F (seletivo)
Não possuem no-go, isto é, a própria área selante serve de batente localizador (Figura
16). Podem ser instalados vários nipples seletivos de mesmo tamanho numa mesma
coluna. Neste caso, o posicionamento do equipamento desejado é feito pela
ferramenta de descida e/ou tipo de trava do equipamento a ser instalado.
Sliding Sleeve
A sliding sleeve (ou camisa deslizante) possui uma camisa interna que pode ser aberta
ou fechada através de operações de arame, para prover comunicação anular-coluna
ou coluna-anular (
Figura 19).
Sua função na cauda era ser um back-up para produção caso a extremidade da
coluna estivesse irremediavelmente plugueada. Com o advento do cortador químico, a
zona pode ser rápida e economicamente aberta com o corte da cauda modulada.
Check Valve
É uma válvula de pé, que serve para impedir o fluxo no sentido descendente. É
composta de uma sede, com uma válvula de retenção que se abre quando
pressurizada de baixo para cima e veda quando pressurizada de cima para baixo
(Figura 2). Serve para evitar que o poço beba o fluido de completação presente na
coluna, mantendo-a cheia, e, em colunas com BCS, impedir o contra-fluxo pelo interior
da bomba.
Packer de Produção
O hold-down, presente em alguns tipos de packer, são cunhas com a função de não
permitir que pressões abaixo do packer o desloquem para cima, pois quanto maior o
diferencial de pressões, maior será a fixação do hold-down ao revestimento. Nos
packers HH e HHL esta função é suprida pela próprio cunha, cujo desenho dos dentes
lhe permite um bom desempenho tanto com diferenciais de pressão de cima para
baixo, quanto o contrário.
Figura 10 - Elemento de
vedação (borrachas) do
packer HHL
É um tipo de packer que, uma vez assentado, não se consegue mais recuperá-lo.
Para retirá-lo, é necessário cortá-lo e empurrá-lo para o fundo do poço.
Unidade Selante
Uma vez conectada, só permite a liberação com rotação à direita (14 voltas),
possuindo dispositivo anti-rotacional. Os dentes da garra têm perfil horizontal na parte
superior, o que garante a impossibilidade de liberação por tração.
Trava
Uma vez conectada, permite a liberação com tração (cerca de 10.000 lb), pois não tem
um dispositivo anti-rotacional que permita seu giro para liberação.
Batente
Por não ter a rosca wicker, não trava. Para retirá-la, basta tracionar a coluna.
O TSR (tubing seal receptacle) ou junta telescópica (Figuras 26 e 27) é usado para
absorver a expansão ou contração da coluna de produção, devido à variação térmica
da mesma por causa das diferentes temperaturas a que é exposta quando da
produção (ou injeção) de fluidos. Permite também a retirada da coluna sem haver
necessidade de desassentar a cauda.
A sapata guia (Figura 30) tem também uma extremidade tipo overshot na meia-pata de
mula para facilitar o reencamisamento da camisa no mandril. O J-slot da sapata pode
ser do tipo “EASY-OUT”, “AUTO-IN” ou “AUTO-OUT”, todos com a opção de liberação
à direita ou à esquerda, o que deve ser definido em função da aplicação.
Figura 28 - J-slot na
sapata guia
Os mandris são enviados para a sonda com a válvula já instalada e com 2 pup joints
instalados (1 acima e o outro abaixo). São marcados externamente com as
informações: tipo do mandril, diâmetro, tipo, orifício e calibração da válvula, posição na
coluna, e se as conexões estão torqueadas ou com aperto manual. Os mandris
possuem rosca caixa nas 2 extremidades e, para não se correr o risco de inverter sua
posição de instalação, deve-se lembrar que os orifícios estão situados na parte inferior
do mandril. Os pup joints conectados facilitam esta instalação. Em colunas 5.1/2 ” com
mandris 4.1/2”, emprega-se luvas de fluxo na transição, que cumprem dupla função:
redução da rosca e maior resistência à erosão devido à maior espessura de parede.
O ponto crítico de vazamento nos mandris é nas gaxetas da válvula e, devido a este
fato, são testados na oficina com 5000 psi antes de serem enviados para a sonda.
Quando se troca válvulas na sonda, este teste deve ser repetido.
Os principais tipos de válvulas de gas lift são: VGL de orifício, VGL de pressão e VGL
cega.
VGL de orifício
Serve para injeção de gás em coluna de elevação artificial por gas lift. Está sempre
aberta no sentido anular-coluna, e não permite passagem no sentido coluna-anular
(Figura 34).
VGL de pressão
Também chamada de VGL calibrada, serve para ajudar a aliviar o peso da coluna
hidrostática durante a indução de surgência. Na coluna de produção, trabalhando
como válvula de alívio (normalmente se utiliza mais de uma VGL calibrada), fica
posicionada acima da válvula operadora (de orifício), e é calibrada para fechar a
determinada pressão no anular, quando então não mais permite o fluxo de gás através
de si (Figura 35 e Figura 36).
VGL cega
Serve para reservar uma posição estratégica na coluna para comunicação coluna-
anular. Não é possível a circulação através desta válvula, tendo a mesma de ser
retirada da bolsa do mandril para permitir a circulação.
Figura 32 - Alguns Figura 33 -
Figura 31 - Esquema do mandril de gas MGL, em corte, Instalando uma VGL
lift com bolsa lateral usados na E&P-BC na bolsa do MGL
Figura 36 -
Engaxetamento inferior
Figura 34 - Válvula de
Figura 35 - VGL de e check valve
orifício
pressão, em corte
Bibliografia
Calmeto, João C.N; Quiroga, Marcelo H.V.: “Completação de Poços”, apostila E&P-
BC;