LABTECH OFFSHORE

Instrutora: Bruna S. G. Rodrigues

Técnica em Química

1
 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
MÓDULO I:

• Apresentação do Plano de Ensino;

• Etapas do curso;
• Introdução;
• Responsabilidades e atribuições do(a) Técnico(a) Offshore e áreas de atuação;
• Produtos utilizados no processo e nos ensaios;
• Equipamentos, vidrarias, inventários;
• Ensaios do cotidiano em um laboratório offshore e resultados;

2
 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:
• Capacitar os estudantes de LAB TECH para atuação em Unidades OFFSHORE;
• Orientar e capacitá-los nas áreas abastecimento e análises.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Proporcionar conhecimento sobre aplicação, pontos de injeção e estocagem dos
produtos utilizados nos poços (óleo e gás), água potável, águas de facilidade, água
produzida (descarte);
• Executar os ensaios necessários no monitoramento da produção como: BSW, TOG,
Densidade, salinidade;
• Conhecer a aplicação e estocagem dos produtos químicos utilizados na execução dos
ensaios laboratoriais. Controle de estoque e validade.

3
 LAB TECH OFFSHORE

ETAPAS DO CURSO

• O curso se dará em dois módulos, no primeiro vamos conhecer os produtos utilizados

no processo da Unidade, assim como os produtos utilizados nos ensaios realizados no
laboratório offshore. Equipamentos e vidrarias que devemos ter a bordo, com
calibração e sem calibração.

• O Módulo II dará ênfase aos ensaios, como realizar, pontos a se coletar as amostras, a
quem reportar os resultados - qual área responsável da Unidade. Embarcação,
produção e manutenção.

4
 CONTEXTO

ANM – árvore de Natal molhada

Instalada com a ajuda de mergulhadores ou

veículos robotizados de operação remota,
no caso de águas mais profundas:

• Primeira barreira de segurança;

• Movimentação segura dos fluidos;
• Elemento de controle que faz abertura e
fechamento de válvulas, responde a
mudanças de pressão, vazão e
temperatura;
• Faz a ligação entre o poço de petróleo e
o sistema submarino de produção;

5
 CONTEXTO

Linhas Flexíveis

São os dutos que conduzem os fluidos produzidos pelo

poço para unidades de produção.

• Interligação de uma unidade a outra;

• Injeção ou descarte de fluidos em reservatórios;
• Exportação da produção em terra;
• Formato tubular;
• Diversas camadas de materiais metálicos e não-
metálicos;
• Amplamente utilizado em todo sistema submarino de
coleta e escoamento;
• Liga as árvores de natal molhadas a manifolds ou risers.

6
 CONTEXTO

Risers

Os risers, são os trechos suspensos das tubulações

que interligam as linhas de produção submarinas
(oriundas de uma árvores de natal molhada
ou manifold) às plataformas.

Podem também ser utilizados para conduzir fluidos

da superfície até o poço localizado no leito marinho,
como os risers de injeção e de exportação.

Os risers podem ser flexíveis ou rígidos.

7
 CONTEXTO

Umbilicais
Os umbilicais eletro-hidráulicos são constituídos por um conjunto de mangueiras e cabos
elétricos, utilizados para operar remotamente equipamentos e válvulas submarinas, injetar
produtos químicos e monitorar parâmetros operacionais (temperatura e pressão) de
poços.

8
 CONTEXTO

Manifold
Os manifolds, equipamentos que conjugam a
produção de dois ou mais poços (reduz o número
de linhas conectadas à plataforma);

Conjunto de válvulas e assessórios que permitem a

manobra e junção das correntes produzidas pelos
poços, formando uma única corrente em direção à
Unidade de Produção (reduz o comprimento total
das linhas de interligação);

Permite que um grupo de poços compartilhem

sistemas de injeção de água e gás-lift.

Simplificando, eles servem para o direcionar a

produção de vários poços às unidades de produção
e para distribuir fluidos destas para serem injetados
nos poços.

9
 CONTEXTO

Após conhecermos um pouco sobre os equipamentos e sistemas que compõem um

sistema de produção offshore, vamos compreender como todo o processo e o dia a dia de
um LAB TECH.

10
 LAB TECH OFFSHORE

• Conhecer vidrarias e equipamentos que necessitam de certificações e suas aplicações.

Assim como realizar o controle através de inventário;

• Entender o desembarque de amostra, para análises em laboratórios onshore, conhecer

os pontos de coleta e como realizar as amostragens de forma correta;

• É preciso que tudo seja executado com muita eficiência, agilidade e análise crítica, os
resultados dos ensaios devem ser reportados ao setor responsável o mais breve, dando
assim continuidade ao trabalho executado na planta.

• Cada Empresa possui uma forma de trabalho, mas a base de ensaios e estrutura do LAB
são as mesmas para todas.

11
 LAB TECH OFFSHORE

LABORATÓRIO

Trabalha para garantir que o trabalho executado na produção, exportação e manutenção

da unidade estejam dentro dos parâmetros.

O petróleo é extraído com água (poços mais maduros) e gás nas unidades de produção, e
sofrem processo de separação, e após esse processo são encaminhados a um destino, de
acordo com a necessidade.

Esse processo de separação tem condições específicas, com isso o laboratório offshore
entra com uma participação muito importante no processo.

12
 LAB TECH OFFSHORE

• Trabalha em conjunto com a produção, embarcação e manutenção (facilidade).

• Realiza análises para o monitoramento dos parâmetros operacionais na produção de
óleo e gás;
• Analisa água de consumo humano (água potável e água doce);
• Analise água do processo da unidade (água de injeção, água industrial e água
produzida);
• Verificação dos níveis de tanques (produtos utilizados no processo).

Nem todas as empresas

possuem turno no
laboratório, alguns
profissionais trabalham
sozinhos à bordo.

13
 LAB TECH OFFSHORE

OFFLOADING
A embarcação armazena e realiza as transferências para Navios Aliviadores, demanda
que requer uma atenção especial.
• Quantidade maior de testes;
• Jornada diferente da habitual;
• Condições climáticas;
• Tipo de operação (exportação ou nacional).

14
 LAB TECH OFFSHORE

Todas as unidades marítimas dispõem de estações Lava-Olhos e chuveiros de emergência

para uso do trabalhador em alguma emergência.
• Inspeção dessas estações no laboratório é de responsabilidade do LAB TECH,
• Verificar com frequência se o equipamento está funcional;
• Reportar ao setor responsável TST ou TE.

15
 OPERADORAS CONTRATANTES
Em cada empresa o profissional irá seguir as diretrizes para execução do trabalho
em laboratório ou na área, de acordo com a empresa contratante,
lembrando que a Petrobras é a maior operadora no Brasil, mas existem outras como:

16
 PRODUTOS QUÍMICOS
Entre os principais produtos químicos utilizados temos:
• Inibidor de Parafina;
• Sequestrante de H2S;
• Inibidor de Asfalteno;
• Inibidor de Incrustação;
• Inibidor de Hidrato;
• Inibidor de Corrosão;
• Desemulsificante;
• Antiespumante;
• Sequestrante de O2 / Cl2;
• Biocida;
• Trietilenoglicol;
• Polieletrólito;

17
 PRODUTOS QUÍMICOS
Amplamente utilizados no processo de tratamento do óleo, água produzida e gás;

• Podem ser injetados direto nos poços (linha) ou na planta de processo;

• Produtos injetados nos poços são através das linhas do Umbilical;
• Produtos utilizados no processo de separação e tratamento (sequestrantes bissulfito de
sódio, biócida, polieletrolito), são injetados na planta de processo (Manifold produção
ou teste);
• Cada fornecedor possui especificações próprias para seus produtos;
• A aplicação depende das características do óleo produzido em cada Unidade
Produtora.

18
 PRODUTOS QUÍMICOS
Inibidor de Parafina
Inibe a deposição, acúmulo de parafina nas
tubulações que saem dos poços produtores para a
superfície;

Inibidor de Asfalteno
Inibe o acúmulo de asfalteno, sólidos que
precipitam quando em excesso de nC7 ou nC5, isto
nas tubulações – riser. Asfalteno ao contrário das
parafinas não se fundem;

19
 PRODUTOS QUÍMICOS
Anti-incrustante
Evita o acúmulo dos sais descritos, os mais comuns
nos sistemas de produção são CaCO3, BaSO4, SrSO4,
CaCO4, evita a incrustação na corrente de água, por
terem afinidade, sai com a água.

Inibidor de Hidrato (linha gás)

Evita e inibe a formação de hidrato nas tubulações
(absorve a água que sobe com o gás), isto se dá
devido a baixa temperatura e alta pressão.
Principal inibidor o álcool anidro, este injetado na
corrente de gás.

20
 PRODUTOS QUÍMICOS

Sequestrante de H2S
Inibe a reação de H2S, em contato com água forma
uma substância extremamente corrosiva, o que
diminui a vida útil da tubulações;

Inibidor de Corrosão
São substâncias ou misturas de substâncias que,
quando presente em concentrações adequadas no
meio corrosivo, reduz ou elimina a corrosão.

O aumento da resistência à corrosão pelo uso dos

inibidores constitui-se em uma técnica muito
utilizada, especialmente quando o meio corrosivo é
líquido.

21
 PRODUTOS QUÍMICOS
Antiespumante (Manifold)
Geralmente silicone, inibe a formação de espuma. A
espuma provoca descontrole de nível de vasos de
processo, o que causa arraste de óleo na corrente
de gás, alta temperatura evita espuma.

Bissulfito de sódio
É um antimicrobiano, mata ou inibe o
desenvolvimento de micro-organismos.
Os micróbios podem causar problemas como a
acidificação (a geração de gás H2S que é ao mesmo
tempo corrosivo e perigoso para a saúde humana).

22
 PRODUTOS QUÍMICOS
Biocida
• Os biocidas são utilizados no tratamento
de agua com o objetivo de matar ou
impedir o desenvolvimento ou ação de um
organismo.
• Pode atuar quimicamente ou fisicamente,
geralmente penetrando nas membranas
celulares para interromper as reações
bioquímicas e, assim, destruir os sistemas.

Polieletrólito
• Possuem como função principal a
neutralização das cargas elétricas
superficiais e aumento do tamanho dos
flocos atuando na floculação durante o
tratamento dos fluidos, especialmente no
processo de separação da agua e o óleo.
23
 PRODUTOS QUÍMICOS
Desemulsificantes (Manifold)

• Os desemulsificantes são classificados como tensoativos que tem a capacidade de

desestabilizar a interface das emulsões e promover a agregação e coalescência da fase
dispersa;
• São compostos que atuam no sentido de neutralizar os efeitos dos agentes
estabilizadores de emulsões, presentes naturalmente nos óleos (resinas, asfaltenos e
etc).

24
 LABORATÓRIO
Análises e Ensaios
Os ensaios são realizados nos fluídos, produtos
e materiais, assegurando a qualidade do
processo e também das instalações
(permanência dos colaboradores a bordo).

A ineficiência pode prejudicar não só o

processo como também as pessoas envolvidas
no mesmo.

Os equipamentos e o meio ambiente também

podem sofrer avarias sem uma manutenção e
tratamento eficiente.

Para os ensaios é preciso produtos químicos,

vidrarias e alguns equipamentos específicos.

25
 LABORATÓRIO
Temos todo tipo de produto em um LABORATÓRIO ácidos, álcoois, bases, sais e
indicadores. Isto dá um alerta para o devido cuidado no armazenamento e descarte destes
produtos, incompatibilidade.

Atenção

Cada Unidade produtora tem suas particularidades, nem todas as análises são realizadas
em uma mesma Plataforma. Sendo assim nem todos os produtos, equipamentos e
vidrarias citados estão disponíveis a bordo.

26
 PRODUTOS QUÍMICOS LABORATÓRIO

Existe uma diversidade de produtos;

como os citados a seguir:

Ácidos Bases Álcoois

Ácido acético glacial Álcool etílico

Hidróxido de amônio Álcool isopropílico
Ácido clorídrico
Hidróxido de potássio Álcool metílico
Ácido nítrico
Hidróxido de sódio Álcool N-butílico
Ácido sulfúrico

27
 PRODUTOS QUÍMICOS LABORATÓRIO

Titulantes Indicadores

EDTA Calcon 1%
Iodeto-Iodato de potássio Cromato de potássio 5%
Tiossulfato de sódio Eriocromo 1%
Nitrato de prata Goma de amido
Nitrato de prata alcoólico Iodo

28
 PRODUTOS QUÍMICOS LABORATÓRIO

Ciclohexaxno;
Acetato de Zinco; Cloreto de potássio;
Água deionizada; Cloreto de sódio;
Água deionizada com pH controlado; Cloridrato de hidroxilamina;
Água ultra pura; Desemulsificante 1:1 (tolueno / xileno);
Ampola H2S; Hydranal coulomat CG;
Ampola de oxigênio; Hydranal coulomat OIL;

29
 PRODUTOS QUÍMICOS LABORATÓRIO

Iodeto de potássio 5%;

N-hexano;
Sulfato de sódio;
Nitriver;
Sulfaver;
Óleo mineral;
Tampão amoniacal;
Querosene;
Tampão amoniacal pH 10;
Reagente cloro;
Tampão amoniacal pH 7;
Reagente ferro;
Tampão amoniacal pH 4;
Solução alcoólica mista;
Xileno;
Solvente de titulação;
Solução de capeamento;

30
 VIDRARIAS LABORATÓRIO

Assim como equipamentos algumas vidrarias necessitam certificação, cada vidraria possui
um prazo de validade, é preciso ficar atento para estas datas. A certificação garante a
qualidade e precisão do ensaio.

Calibração válida por 10 anos para:

• Tubo de centrifugação ;
• Pipeta volumétrica ;
• Proveta;
• Proveta água livre;
• Bureta;
• Balão volumétrico.

Calibração válida por 2 anos:

• Densímetro flutuação

Calibração válida por 1 ano:

• Micro seringa

31
 VIDRARIAS LABORATÓRIO

Vidrarias sem calibração

• Becker;
• Erlenmeyer;
• Copo dosador;
• Frasco lavador;
• Funil de separação;
• Cubeta;
• Kitassato;
• Bastão de vidro;
• Tubo para colorímetro;
• Seringa para densímetro;
• Copo de KF.

32
 VIDRARIAS LABORATÓRIO

As vidrarias calibradas ou não devem ser armazenadas de forma adequada evitando a

quebra, muitas unidades tem balanço, o que pode provocar quedas.

Caso haja quebra devemos realizar as devidas ações:

• Retirar a vidraria do inventário;

• Retirar o certificado das pastas, no caso das calibradas;
• Informar a quebra para devida substituição.

Com a chegada da vidraria para devida substituição deve-se:

• Incluir a mesma no inventário;

• Solicitar o certificado e arquiva-lo (caso necessário).

33
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Colorímetro: Condutivímetro:
• Análise de cor – água potável portaria. • Mede corrente elétrica ou condutância
água UD.

34
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Centrífuga: Densímetro:
• Bsw sem água livre e água livre • Medir densidade.
• Massa específica do óleo.

35
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Contador de Partículas: Cronômetro:

• Mede sólidos (micro partículas). • Atesta a alta precisão do tempo nas
• Fluido hidráulico / água de injeção. análises e processos SDI / TOG.

36
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Placa com aquecimento e agitação: Banho Maria:

• Salinidade por extração / Titulação. • Aquecimento de tubo de centrifugação
BSW por centrifugação.

37
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Espectrofotômetro: Karl Fischer:

• Determina o valor de absorbância TOG, • Determina umidade em líquido BSW <1%
Nitrito, Sulfato. geralmente.

38
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Medidor de umidade: pHmetro:

• Verifica ponto de orvalho do gás. • Mede ph em soluções.

39
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Salímetro: Termômetro digital:

• Mede concentração de sal no óleo. • Medir temperatura e variações de BSW.

40
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Titulador automático: Turbidímetro:

• Titulações com alta precisão de H2S • Medidor de turbidez água potável.
óleo.

41
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

Rotâmetro:
• Medidor de vazão de gás H2S

42
 EQUIPAMENTOS LABORATÓRIO

A validade das calibrações geralmente seguem a tabela a seguir, mas podem variar de
acordo com o cliente e contrato. Todos os equipamentos assim como as vidrarias devem
constar no inventário.

3 anos 1 ano

• Colorímetro; • Centrífuga;
• Condutivímetro; • Contador de Partículas;
• Cronômetro.
• Karl Fischer;
2 anos • Medidor de umidade;
• Rotâmetro;
• Densímetro; • Titulador automático;
• Espectrofotômetro; • Turbidímetro;
• pHmetro;
• Salímetro;
• Termômetro digital.

43
 INVENTÁRIOS
Inventários são para controle do que possuímos a bordo e sua atualização deve ser
mensal. Através deste podemos controlar a validade de cada equipamento, vidrarias e
produtos, como também a quantidade de produtos em estoque, mantendo assim
atualizados os certificados e FISPQs.

Todos os produtos precisam ter as FISPQs do próprio fabricante, atualizados, impressos e

próximos a seus respectivos produtos, caso não tenha mais o produto em estoque retire a
FISPQ do arquivo.

Os equipamentos precisam está com a calibração e seus certificados atualizados,

certificados precisam está impressos e de fácil acesso.

44
 INVENTÁRIOS
A quantidade mínima de estoque a bordo pode ser de dois meses ou mais, depende de
cada unidade e da forma como trabalham.

Para realizar o pedido de produtos através do inventário, devemos:

• Realizar a contagem de estoque a bordo;

• Verificar a quantidade utilizada nas análises ;
• Retirar as perdas (produtos vencidos);
• Calcular a quantidade necessária para estoque;
• Realizar o pedido.

As condições de mar podem dificultar a realização de Backloading das embarcações que

levam os materiais para a Unidade, sendo assim o inventário precisa ter uma data e ser
realizado de forma correta.

No próximo módulo iremos entender os ensaios e pontos de coleta.

45
Obrigada por estar conosco nessa missão de
compartilhar conhecimento.

Aguardamos você no próximo módulo!