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Para superar os desafios presentes na produção de petróleo e gás natural houve

crescente investimento em tecnologias que possam superar barreiras ambientais e


operacionais na produção de hidrocarbonetos. No setor offshore, por exemplo, por meio
do desenvolvimento de robôs submarinos dotados de múltiplas funções como ROV
(Remotely Operated Vehicle), é possível operar remotamente equipamentos submarinos
em lâminas d’água cada vez mais profundas. Segundo o LEAD, Laboratório de
Controle e Automação, Engenharia de Aplicação e Desenvolvimento, são estudadas
soluções ainda mais promissoras para o setor, como, dentre outras, a possibilidade de
desenvolvimento de plataformas offshore remotamente controladas.
O avanço das tecnologias de controle e automação propiciou a realização de processos e
operações de maneira mais segura e eficiente. Na indústria de petróleo e gás natural,
devido às condições operacionais (pressão, temperatura e propriedade dos fluidos), é
essencial utilizar equipamentos de controle capazes de trabalhar em condições severas
de processo. Nesse contexto, é essencial entender e prever o comportamento desses
equipamentos durante sua vida útil em operação. Os equipamentos de cabeça de poço,
em campos offshore, por exemplo, estão sujeitos à alta pressão, baixa temperatura e
correnteza característica do ambiente marinho em que se encontram. Por outro lado, em
seu interior, há fluxo de fluidos quentes e pressurizados, podendo haver também
contaminantes corrosivos e sólidos carreados pelos hidrocarbonetos.
Todos esses fatores contribuem para o desgaste dos elementos internos e externos que
compõem a árvore de natal, esse desgaste pode ocasionar falhas pontuais no
equipamento ou até mesmo falhas mais graves englobando o sistema de controle da
unidade de produção. O entendimento de como elementos e equipamento funcionam e
quais seus pontos mais sensíveis a desgaste ou problemas operacionais pode ajudar a
prever possíveis falhas no equipamento e no sistema com um todo. É por meio do
estudo das fragilidades do elemento, equipamento ou sistema, que são identificadas
possíveis causas de falhas e seus possíveis efeitos. Dessa maneira, a análise da
integridade e confiabilidade dos equipamentos pode evitar acidentes durante a operação
e também pode otimizar o modo e a periodicidade das manutenções a serem realizadas
durante a vida útil do equipamento.
Algumas etapas durante a exploração e produção de petróleo requerem maior atenção
em relação à segurança da operação. Durante a perfuração ainda existem muitos fatores
de risco que podem gerar kick1 ou até mesmo blowout2 , para conter qualquer tipo de
problema que aconteça nessa etapa, é instalado o Blowout Preventer (BOP). Passada a
fase de perfuração do poço, começa a etapa de completação do mesmo. Neste momento
os riscos de kick ou blowout são menores uma vez que o poço já está revestido e
cimentado. Ainda, na completação, o BOP é trocado pela árvore de natal e esta passa a
exercer, entre outras, a função de garantir o controle da produção de hidrocarbonetos.
A completação é, então a fase de transição entre o poço perfurado e o poço produzindo,
e é através dos equipamentos instalados na completação que o poço vai produzir com o
projeto estabelecido. Segurança operacional é primordial no dia-a-dia de quem trabalha
na indústria petrolífera e também para o ambiente que circunda as unidades
operacionais. Todo o projeto deve ser pensado para garantir a integridade operacional
da unidade e dos equipamentos de produção. Para tanto, os equipamentos devem ser
modelados para serem instalados e operados de maneira segura e eficiente. De modo a
garantir a integridade do poço durante sua vida produtiva são criadas barreiras primárias
e secundárias de segurança, que podem reduzir a possibilidade de ocorrência de falhas
ou acidentes e também limitar os danos causados em caso de acidente.
Árvore de Natal
A Arvore de Natal é um equipamento constituído por um conjunto de válvulas, cuja
principal função é permitir o controle do poço de produção ou injeção. Conforme o tipo
de completação usada, a árvore de natal pode ser do tipo molhada ou seca. A molhada é
instalada na cabeça do poço no fundo do mar e a seca é instalada no topo do riser na
plataforma.
A árvore de natal é utilizada na fase de produção do poço, ficando alocada na cabeça de
poço e é composta por sistemas de válvulas e acessórios que garantem o controle da
operação (BELLARBY, 2009). De modo a otimizar o gerenciamento da produção, é
necessário conhecer o projeto, tendo informações a respeito do tipo de reservatório, dos
fluidos produzidos e do tipo de completação, por exemplo. A partir dessas informações,
é possível planejar e organizar as operações de intervenção a serem efetuadas no poço.
É nesse sentido que se dá a importância de conhecer os equipamentos de cabeça de
poço, tais como a árvore de natal.
A árvore de natal é constituída por válvulas, conexões e adaptadores que têm como
objetivo controlar os fluidos produzidos e injetados no poço. Além disso, esse
equipamento possui uma série de funções a destacar (Repu, 2015):
 Permitir operações de intervenção no poço;
 Controlar a produção de hidrocarbonetos;
 Agir como barreira entre o reservatório e o ambiente externo;
 Agir como barreira entre os fluidos produzidos e os fluidos injetados;
 Permitir acesso à válvula de controle de subsuperfície;
 Permitir a transmissão de sinais elétricos para equipamentos de fundo de poço;
 Facilitar a injeção de produtos químicos no poço ou na flowline;
 Promover acesso para operações de workover;
 Direcionar fluidos produzidos para a flowline;
 Monitorar parâmetros como: pressão, temperatura, detecção de areia, etc.
Tipos de Árvores de Natal
Na produção offshore são encontrados duas modalidades de árvores de natal, as árvores
de natal molhadas (ANM) e as árvores de natal secas. A escolha do tipo de árvore a ser
utilizada está relacionada à lâmina d’água na qual a plataforma se encontra, a
intensidade dos movimentos aos quais a unidade operacional está submetida, e também
aos custos 21 associados ao projeto. Devido às condições inóspitas encontradas no leito
marinho, as ANMs possuem um design mais robusto que as árvores de natal seca
(BELLARBY, 2009).
Focando nas árvores de natal utilizadas para produção offshore de lâminas d’água
profundas e ultra profundas, é possível classificar as árvores de natal molhadas quanto à
disposição de suas válvulas e a configuração dos sistemas de controle. As principais
válvulas que constituem o sistema de uma ANM são: válvula master de produção,
válvula wing de produção, válvula master de anular, válvula wing de anular, válvula de
injeção, válvula de injeção de metanol e químicos, válvula de injeção de inibidores,
válvula choke de produção, válvula choke de injeção, válvula do manifold e válvula de
controle de injeção. Sendo assim, de acordo com a posição desses elementos, as árvores
de natal dividem-se basicamente em verticais e horizontais.
As árvores de natal são utilizadas na exploração e produção de petróleo em poços
superficiais e subaquáticos de petróleo e gás. As árvores de Natal em poços de
superfície também são conhecidas como árvores de superfície, pois se conectam à
cabeça do poço que é visível na superfície de um poço.

As árvores de natal usadas na perfuração e extração offshore são chamadas


de árvores submarinas. As árvores submarinas podem
ser verticais ou horizontais com base em como as válvulas mestras – as válvulas
ajustadas no caminho do fluxo e capazes de interromper a produção – são projetadas.

 Árvore de Natal Vertical, Convencional ou Seca


Esse modelo de árvore de natal é também conhecido como configuração convencional
de uma AN. Muito empregado na produção onshore, também pode ser utilizado na
produção offshore. Por meio de alguns aperfeiçoamentos em sua estrutura, foi criado o
modelo DVXT (Deepwater Vertical X-mas Tree) que traduzindo seria chamado de
árvore de natal vertical para águas profundas (Ingeborg & Stendebakken, 2014). Essa
configuração de AN recebe esse nome pois suas principais válvulas estão dispostas no
eixo vertical do equipamento. A posição dessas válvulas impacta diretamente a
realização de intervenções no poço, restringindo as operações de workover a serem
realizadas no poço (BELLARBY, 2009). Devido à existência desses elementos no plano
vertical do equipamento, as operações que envolvem retirada de coluna acabam sendo
comprometidas.
Características

· Profundidade de Utilização: até 2 000 m;


· Pressão de trabalho: até 5 000 psi;
· BAP com conexão para cabeça de poço 16 ¾”, perfil tipo H4, preparada para
receber o “suspensor” de coluna;
· Controle hidráulico direto;
· Funel Up na BAP e Funel Down na ANM;
· Bore de injeção 4” e Bore anular 2”;
· Peso 30 ton;
· Válvulas da linha de produção com 4.1/16” (passagem plena) e válvulas da
linha de anular com 2”;
· Atuador hidráulico do tipo fail close;
· Norma Principal: API 17-D-PSL3;
· Provida de 2 portas para receber conectores de pressão e temperatura;
· Com 3 módulos de conexão vertical com lançamento em 1ª e 2ª ponta na
ANM;
· Metalurgia especial na área de contato com fluido de produção;
· Vedação metal versus metal com deposição de Inconel na área de vedação.

 Árvore de Natal Horizontal ou Molhada


O modelo horizontal é bastante utilizado em sistemas subsea, pois sua configuração de
válvulas masters na horizontal permite operações de intervenção mais seguras. Seu
design permite além da possibilidade de atuação conjunta com o BOP de workover,
fácil acesso e controle do espaço anular. Devido à possibilidade de se instalar o BOP do
equipamento, é possível utilizar a árvore de natal horizontal previamente à completação
(BELLARBY, 2009). Neste modelo, as válvulas masters ou mestras, de produção e
anular, encontram-se na posição horizontal em relação ao eixo da coluna. Sendo assim,
é possível retirar a coluna de produção, caso necessário, sem desacoplar a árvore. Dessa
forma, há mais garantias de segurança em futuras operações de intervenção.

Características

· Pressão de trabalho: 5 000 psi;

· Norma Principal: API 17D-PSL-3;

· Fluido produzido: hidrocarbonetos com H2S;

· Bore de produção: 5 1/8”;


· Bore tubing 5 ½”;

As principais diferenças desta concepção em relação à convencional são:


· Eliminação da BAP;

· Eliminação da utilização de riser dual-bore nas operações de instalação e


· workover,  já que o acesso ao anular pode ser feito pela kill line do BOP;
· Permite utilizar a “completação” do tipo large bore no “suspensor” de coluna,
já que foi eliminado o furo vertical de acesso ao anular no “suspensor”;
· A ANM-H pode fazer uso de Tree Cap interna e externa. Atualmente se tem
dado preferência à utilização de capa externa, uma vez que, permite que as
conexões elétricas de sinal e potência sejam realizadas na vertical, além de
poder dispor de painel back-up hidráulico montado na mesma.

Principais Válvulas de Segurança de uma Árvore de Natal


As válvulas presentes na árvore submarina têm como objetivo permitir o escoamento de
hidrocarbonetos de maneira segura até a superfície, fechar o poço em caso de influxo
indesejado e injetar produtos químicos para diversos fins. Elas podem ser controladas de
maneira remota, através de painéis de controle localizados na plataforma, por meio de
mergulhadores ou veículos pilotados remotamente (BELLARBY, 2009). Há, em
especial, um conjunto de válvulas responsáveis pelas funções vitais da árvore de natal, a
serem citadas segundo os conceitos apresentados no Oilfild Glossary (Schlumberger).
Dependendo da configuração, vertical ou horizontal, a posição dessas válvulas pode ser
diferenciada.
Swab: É responsável por garantir acesso vertical ao poço, em caso de árvores verticais.
Wings: Também conhecida como choke de produção, uma das wings é usada para
controlar e isolar a produção. Enquanto a outra, disposta no lado oposto, é responsável
pela linha de serviço. Esta linha é utilizada para injetar fluidos no anular.
Upper e Lower Master: Válvulas responsáveis por todo fluxo de fluido proveniente do
poço. Como é fundamental o funcionamento correto dessas válvulas, são utilizadas duas
unidades, a upper master que é utilizada de forma rotineira e a lower master que é usada
como backup em caso de manutenção ou inconsistência no funcionamento da upper
master.
Esses elementos são fundamentais para a integridade do poço, uma vez que funcionam
como barreira secundária em caso de influxo indesejado de fluido. Por meio desse
conjunto de válvulas, conexões e adaptadores, a árvore de natal realiza seu papel dentro
da completação e produção de poços, existem outros elementos que compõe uma árvore
de natal, tais como as válvulas de isolamento, válvula de workover, válvula de crossover
e o tubing hanger. As válvulas de isolamento, como o nome já sugere, são utilizadas
para isolar linhas ou processos. Podem ser usadas também em manifolds de produção. A
válvula de workover é acionada para realizar intervenções na linha a qual está acoplada.
Por outro lado, válvula de crossover é o item responsável pela conexão de dois trechos
diferentes ou com tamanhos distintos. Diferentemente dos exemplos anteriores, o tubing
hanger não é uma válvula. Nesse caso o tubing hanger é o dispositivo cuja função é
sustentar o peso da coluna e alocá-la junto à cabeça de poço.
Cada elemento da árvore de natal desempenha funções específicas que garantem a
funcionalidade desse equipamento. Dessa maneira, a árvore de natal atua provendo um
método primário de fechamento de poço, isolando determinado poço produtor de poços
25 adjacentes, conectando a flowline, permitindo acesso ao poço para futuras
intervenções e alojando a coluna de produção (BELLARBY, 2009).
Sistemas de Controle e Automação
A tendência da indústria de petróleo é explorar campos em regiões cada vez mais
inóspitas. Dessa maneira, as operações de exploração e produção necessitam, cada vez
mais, de novas tecnologias que auxiliem a humanidade a ultrapassar barreiras físicas e
ambientais no desenvolvimento de novas áreas. É nesse cenário que os sistemas de
controle e automação são imprescindíveis. Na produção de campos offshore em lâminas
d’água profundas e ultra profundas, por exemplo, é através desses sistemas que ocorre a
comunicação entre o ambiente de produção submarino e a plataforma. Um sistema de
controle é projetado para reproduzir uma relação adequada entre causa e efeito, podendo
ser utilizado para medição, monitoramento e controle de variáveis de processo. Para
tanto, existem vários subsistemas, que podem ser elétricos, mecânicos, pneumáticos,
biológicos etc.
Para a construção de um sistema de controle é necessário, primeiramente, criar um
modelo conceitual que descreve de maneira completa o processo a ser controlado. Após
a criação de um modelo conceitual, é gerado um modelo matemático no qual será
baseada a análise dos resultados. Posteriormente, em posse dos resultados, o sistema de
controle poderá agir de acordo com sua programação, baseando-se na análise dos
resultados obtidos e dos valores de referências programados em sua memória.

Tipos de Completação
Quanto ao posicionamento da cabeça do poço
O termo completação refere-se ao conjunto de operações destinadas a equipar o poço
para a produção de óleo ou gás, bem como para a injeção de fluidos no reservatório. A
completação de um poço de petróleo permite que o reservatório de hidrocarbonetos seja
conectado de maneira segura e controlada à unidade estacionária de produção, e
consiste na instalação de diversos equipamentos tanto no interior do poço de petróleo
como também no seu exterior. Estes equipamentos são responsáveis pelo controle da
vazão dos fluidos e funções auxiliares como: elevação artificial, aquisição de dados e
controle da produção de areia.

As completações podem ser classificadas pelo seu tipo de posicionamento (completação


seca ou molhada), quanto ao revestimento de produção (poço aberto, liner rasgado ou
com o revestimento canhoneado) e quanto ao número de zonas de produção (simples ou
múltiplas)
Quando o sistema de cabeça do poço fica posicionado na superfície, denomina-se este
sistema de completação seca. Neste caso, o conjunto de válvulas que controla a
produção do poço é simples e de fácil manutenção, assim como o acesso ao poço. Este
sistema é dependente de unidades flutuantes de produção com movimentos
extremamente reduzidos, de forma a não comprometer a integridade dos risers rígidos
que conectam a árvore de natal na superfície à cabeça do poço no fundo do mar.
Quando o sistema de cabeça do poço fica posicionado no fundo do mar, denomina-se
este sistema de completação molhada. Este sistema necessita de um conjunto de
válvulas para controle da produção do poço, bem mais sofisticado (árvore de natal
molhada – ANM). A manutenção do equipamento e o acesso ao poço são mais
complicados e dispendiosos. Devido as configurações disponíveis para os risers, tanto
rígidos quanto flexíveis, a completação molhada permite o emprego de unidades
flutuantes de produção com maiores movimentos, tais como Semi-submersíveis e
FPSO’s.
 Completação Seca
Diz-se que um poço é de completação seca se a árvore de natal fica localizada acima da
superfície do mar, este tipo de poço permite que sua intervenção seja feita por meio de
uma sonda de superfície instalada na própria plataforma produtora. A conexão da árvore
de natal ao poço, dá-se através de um riser rígido, ancorado nos equipamentos
instalados no fundo do mar.
A possibilidade de acessar os poços diretamente, permite que o fator de recuperação de
reservatórios com completação seca seja maior do que nos reservatórios que utilizam
completação submarina, sendo esta a maior das vantagens da completação seca.
 Completação Molhada
Na completação molhada a cabeça de poço e sua árvore de natal ficam no fundo do mar.
Em águas profundas, este equipamento é instalado com o auxílio de ROV (Remote
Operated Vehicle), já que não é viável a utilização de mergulhadores em profundidade
superiores a 300m. Para conduzir o óleo da árvore de natal molhada (ANM) até a
plataforma de produção, são utilizadas tubulações rígidas ou flexíveis.
Quanto ao número de zonas explotadas
Sob este aspecto, as completações podem ser simples, seletivas ou duplas:
a) Simples: Caracterizam-se pelo poço possuir uma tubulação descida pelo interior do
revestimento de produção da superfície até próximo à formação produtora. Essa
tubulação, acompanhada de outros equipamentos, denomina-se coluna de produção.
b) Seletiva: Neste caso, somente uma coluna de produção é descida e equipada de
forma a permitir a produção de várias zonas ou reservatórios seletivamente, ou seja,
uma por vez. Disso resulta o perfeito controle dos fluidos produzidos em cada
reservatório, bem como a facilidade operacional de se alterar a zona em produção.
c) Dupla: Esse tipo de completação, ainda não utilizado em poços marítimos,
possibilita produzir, simultaneamente, em um mesmo poço, duas zonas ou reservatórios
diferentes, de modo controlado e independente, tanto no que diz respeito a volumes
produzidos como a pressões, razões gás/óleo e óleo/água etc. Isso só é possível
instalando-se duas colunas de produção com obturadores (packers).
Canhoneio
A função do canhoneio é perfurar, simultaneamente: o revestimento, o cimento que há
entre o revestimento e a formação. Além disso, tem que ultrapassar a zona de invasão de
filtrado que ocorre durante a perfuração e que é danificada. Feito isso, ainda irá penetrar
algumas polegadas na rocha produtora. A idéia mais comum é que o canhoneio seja
feito pelo disparo de projéteis contra o revestimento, mas isso não ocorre. Na verdade, o
canhão é formado por cargas moldadas que, ao serem detonadas, não explodem pura e
simplesmente, mas devido à geometria de sua construção concentram toda a sua
potência em uma única direção, acarretando um jato de plasma com espantosa
velocidade e pressão, acima de 4.000.000 psi, 272.000 atm.
Os principais tipos de canhoneio são:
a) Convencional: As cargas são montadas dentro de recipientes que as isolam do fluido
do poço à pressão atmosférica. Os canhões são descidos e disparados por cabo elétrico.
b) Tubing Conveyed Perforation (TCP): O sistema Tubing Conveyed Perforation
(TCP) é descido na extremidade de uma coluna de tubos e os canhões são de grande
diâmetro e alta densidade de disparos.
c) Thrutubing: É um canhão montado para descer, com cabo elétrico, através da coluna
de produção. Em alguns casos, inclusive, é disparado de dentro da coluna. A principal
vantagem é que não é necessário desequipar o poço para efetuar o canhoneio.
Quanto ao revestimento de produção
· Completação a poço aberto
Neste modelo, ao se atingir o topo da zona produtora é descido e cimentado o
revestimento intermediário e, em seguida, perfurado com uma broca de diâmetro menor
até a profundidade final. A fase de completação em si tem início uma vez que a seção
do reservatório já foi perfurada e a coluna de perfuração retirada. Ele se caracteriza pelo
fato da zona produtora se encontrar totalmente aberta. Consequentemente, a área aberta
ao fluxo é maior quando comparada aos outros tipos. Além disso, o custo final
operacional é reduzido, visto que a quantidade de revestimento utilizado é menor e
elimina-se o canhoneio do poço.
Esta modalidade é indicada em formações muito bem consolidadas e competentes ou
reservatórios naturalmente fraturados. Para o primeiro caso citado, o risco de
desmoronamentos pode antecipar a produção de areia e inutilizar o poço. Para o
segundo, esta completação evita o dano à formação causado pelo cimento, uma vez que
o reservatório não é cimentado. A falta de seletividade é um aspecto negativo da
completação a poço aberto. Ela impede futuras correções quando há produção de fluidos
indesejáveis. Uma forma de minimizar a produção de areia é com a utilização de telas
de controle de areia e/ou gravel packs Estes componentes atuam ativamente na filtragem
de resíduos sólidos que poderiam ser produzidos pelo poço e danoso para equipamentos

· Completação com liner rasgado ou canhoneado


Ao se utilizar um liner, a coluna de revestimento anterior (superfície ou intermediário) é
assentada e cimentada acima do topo da zona de interesse, prosseguindo-se
posteriormente com a perfuração até a profundidade final. Assim como no modelo
anterior, a completação tem início uma vez que a seção do reservatório já foi perfurada
e a coluna de perfuração retirada. Avaliada a zona e decidido completar, é descido uma
coluna de tubos, podendo ser rasgados ou lisos (Figura 3.3), denominados de liner, os
quais são assentados no fundo do poço e suspenso pela extremidade inferior do
revestimento de produção, gerando economia quando comparado à descida de uma
seção completa de revestimento. No caso do liner rasgado, elimina-se a necessidade de
canhoneio, e ele promove a sustentação das paredes do poço em frente à zona produtora
e melhor controle de produção de sólidos, embora reduza o diâmetro desta seção quando
comparado a completação a poço aberto, minimizando o risco de desmoronamentos. Os
liners de tubos lisos são cimentados após sua ancoragem e canhoneados,
posteriormente, através de uma unidade a cabo.
· Completação a poço revestido
Atualmente é o modelo de completação mais utilizado devido à sua confiabilidade.
Neste padrão o poço é perfurado até a profundidade final e, avaliado a viabilidade
comercial da zona produtora, é descido e cimentado o revestimento de produção. A
completação tem início após estas operações e a instalação dos equipamentos de
superfície. Posteriormente o revestimento é canhoneado, conectando a zona produtora
com a coluna de produção. Sua principal vantagem está na seletividade proporcionada,
tanto na injeção quanto produção de fluidos, na facilidade em operações de intervenção,
melhor sustentação e isolamento da formação. Como desvantagem está seu maior custo,
gerado pelo canhoneio e utilização da seção completa de revestimento, além da
possibilidade da cimentação promover um dano à formação.

Completação de duas corridas (dual-trip)


A completação em duas corridas é o método mais difundido e utilizado no mundo.
Consiste na descida da coluna de produção em duas manobras. A coluna de produção
inferior (COP inferior) é descida inicialmente com packer e o TCP (tubing conveyed
perforating) até a profundidade de assentamento. É, então, corrido o perfil de correlação
de profundidade a fim de verificar se o TCP está na zona correta a ser canhoneada.
Estando na profundidade correta, o packer é então assentado e a coluna de trabalho
retirada. É, então, descida a COP superior com a DHSV (Downhole Safety Valve) e esta
é assentada no packer. Após realizar o balanceio da coluna, instalar a árvore de natal e
disparar o canhão, o poço está pronto para entrar em produção.
R: Para o Projecto em questão, usar-se-á, a Árvore de Natal Seca, devido a sua pouca
distância da costa (20km), e pouca profundidade(130m), podendo se fazer a
Completação na Superfície, o que significa que usaremos a Completação Seca.

Referências Bibliográficas
ADAMOWICZ, Katarzyna. et al. Safety in subsea petroleum production systems:
subsea Christmas tree case study. Technical Transactions Mechnical. Noruega,
02/05/2016;
ANAND, D. K. Introduction to Control System. 2ª edição. Maryland: Pergamon Press;
J. Bellarby. Well Completion Design. Elsevier, 1a edição, 2009;
M. H. da Silva Mashiba. A Influência dos Parâmetros de Operação e Projeto no
Desempenho de Atuação Hidráulica de Válvulas Submarinas do Tipo Gaveta.
Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - RJ,
Brasil, 2011.

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