Os sistemas submarinos de produção compreendem todos os
equipamentos instalados no leito do mar para permitir a produção econômica e segura dos poços submarinos. Os principais equipamentos submarinos são: Árvores de Natal Molhada (ANM), manifolds, template-manifolds, Pipeline End Termination (PLETs), Pipeline End Manifold (PLEMs), Sistema de Bombeio Multifásico Submarino (SBMS), Sistemas Submarinos de Separação de Fluidos, Sistemas de Raw Water Injection, e Dutos Submarinos. SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO
Os dutos submarinos incluem os risers de produção, que
fazem a ligação dos dutos que ficam em contacto com o leito do mar com as unidades estacionárias de produção. Os risers, embora não fiquem no leito do mar, estão quase totalmente imersos e também são classificados como equipamentos submarinos. A maior parte da produção atual no mundo é escoada através desses equipamentos. Mesmo as plataformas fixas, que não têm poços submarinos, dependem de dutos para escoar a produção de seus poços. SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO
Praticamente todo campo offshore utiliza algum tipo de
equipamento submarino. Atualmente, o maior ou menor grau de utilização destes equipamentos é ditado, basicamente, por razões econômicas. O grau de confiabilidade atingido pelos equipamentos submarinos dissipou a desconfiança que havia, na década de oitenta, particularmente no Golfo do México. SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO
Com o fim da guerra fria, algumas empresas que atendiam à
indústria bélica estão agora se voltando para a indústria do petróleo, contribuindo ainda mais para o aumento da qualidade dos equipamentos. Os investimentos necessários ao desenvolvimento de um campo em águas profundas são enormes, da ordem de bilhões de dólares. Qualquer erro de projeto, por menor que seja, pode causar prejuízos da ordem de dezenas ou mesmo centenas de milhões de dólares. SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO
Existe um ditado clássico da engenharia submarina: “the
devil is in the detail”. Um pequeno erro metalúrgico pode impedir ou interromper a produção de centenas de milhares de barris por dia. Além disto, existe a questão ambiental, considerada prioridade máxima pela empresa, que escoa 1,3 milhão de barris diariamente dos nossos campos offshore para nossas refinarias. SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO
Normas cada vez mais rigorosas exigem o constante
aperfeiçoamento dos equipamentos submarinos. Análise de risco e confiabilidade são termos cada vez mais freqüentes na empresa. Apesar de toda sua importância, a maior qualidade dos equipamentos submarinos é o anonimato. Quanto menos se ouvir falar deles, após sua instalação, melhor. As intervenções para reparos de equipamentos submarinos são efetuadas por embarcações com taxas diárias muito elevadas, podendo chegar à ordem de US$ 200.000/dia. O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA?
Basicamente, a engenharia submarina trata do projeto,
instalação, operação e manutenção dos sistemas submarinos de produção. A engenharia submarina é multidisciplinar, envolvendo praticamente todos os ramos da engenharia, e utiliza o estado-da-arte da tecnologia, principalmente em águas profundas, comparável à indústria aeronáutica. Os principais ramos da engenharia envolvidos são: engenharia mecânica, petróleo, civil, metalúrgica, elétrica, eletrônica e naval. O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA?
O projeto e instalação de Árvores de Natal Molhadas, por
exemplo, requer grande conhecimento sobre completação e perfuração de poços e sondas de perfuração e completação. Cada vez mais, a Elevação e Escoamento, ramo da engenharia de Petróleo, trabalha lado a lado com a engenharia submarina, para permitir viabilizar a instalação de Sistemas de Bombeio e Processamento Submarino. Mesmo a Engenharia de Reservatório, outro ramo da engenharia de Petróleo, tem uma interface razoável com a engenharia submarina. O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA?
A monitoração adequada do reservatório depende bastante
do desenho submarino que, por sua vez, tem um impacto significativo no custo de um projeto. Freqüentemente, há um conflito entre os interesses do engenheiro de reservatório e os objetivo da engenharia submarina, que é, basicamente, disponibilizar um leiaute submarino otimizado para reduzir o investimento. Por exemplo, a utilização de manifolds submarinos pode reduzir substancialmente o custo dos dutos submarinos e da UEP, mas pode dificultar o controle e monitoração dos poços, já que eles estão interligados. O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA? LIGAÇÃO UEP X ANM
As ANMs podem ser ligadas diretamente à UEP. Para poços
que produzem através de gas lift, a ligação é feita através de um bundle, que compreende uma linha de produção, uma linha de gas lift e um umbilical de controle. Neste caso, as ANMs são controladas individualmente através do umbilical de controle. A potência hidráulica necessária à atuação das válvulas da ANM é fornecida pela HPU (Unidade de Potência Hidráulica) localizada na UEP. O umbilical incorpora também cabos elétricos para monitoração do sensor de pressão e temperatura de fundo do poço (PDG) e do sensor de temperatura e pressão da ANM (TPT). LIGAÇÃO UEP X ANM
Não é possível haver uma conexão hidráulica ou elétrica da
UEP até as válvulas da ANM e sensores sem emendas, ou seja, sem conectores hidráulicos e elétricos. Esses conectores estão localizados na interface entre o umbilical e a ANM, na interface entre Tree Cap e ANM e na interface entre ANM e Tubing Hanger. Tipicamente, dentro do poço, temos apenas as linhas hidráulicas de controle da SSSV e cabos elétricos do PDG. No entanto, no caso de completação inteligente, há mais linhas hidráulicas ou elétricas. LIGAÇÃO UEP X ANM UMBILICAL DE CONTROLE
O umbilical de controle, que liga as ANMs à UEP é constituído,
tipicamente, por 9 linhas hidráulicas para controlar as válvulas da ANM e DHSV, três linhas para injeção de Etanol e outros produtos químicos, e cabos elétricos para receber os sinais do TPT e PDG. As 9 linhas hidráulicas estão sempre cheias de fluido de controle e não precisam ser resistentes ao colapso. No entanto, as linhas de injeção de produtos químicos podem ficar ocasionalmente vazias e precisam ser resistentes ao colapso.
Os umbilicais possuem também camada estrutural de aço
carbono para resistir aos esforços de lançamento. UMBILICAL DE CONTROLE LIGAÇÃO UEP X ANM VIA MANIFOLD
As ANMs também podem ser interligadas à UEP através de
manifold submarino. Neste caso, há um umbilical de controle único da UEP até o manifold e umbilicais idênticos ao visto anteriormente, interligando as ANMs ao manifold.
Uma UEP (ou FPSO) pode ser ligada a diversos manifolds,
que podem ser de produção, injeção de água ou de gas lift. A interligação entre a UEP e o manifold de produção é feita através de uma linha de produção, linha de gas lift, linha de teste, linha de serviço e umbilical de serviço. Esta configuração pode variar, dependendo das características do campo. LIGAÇÃO UEP X ANM VIA MANIFOLD LIGAÇÃO UEP X ANM VIA MANIFOLD ANM X ÁRVORE DE NATAL CONVENCIONAL
As figuras a seguir exemplificam bem as diferenças entre
ANMs e Árvores de Natal Convencionais. Embora tenham funções idênticas, a ANM é muito mais complexa, maior e mais pesada. As razões são, basicamente:
1)Uso de conectores hidráulicos em vez de flanges
2)Atuadores maiores devido à Lâmina D’agua 3)A ANM está sujeita a esforços maiores causados pelo riser de completação e ferramentas de instalação. 4)Funis de orientação 5)Painéis de ROV 6)Sistema de conexão de dutos ANM X ÁRVORE DE NATAL CONVENCIONAL BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
A BAP tem função similar à da Cabeça de Produção, que são
utilizadas em poços terrestres e de plataforma fixa, ou seja, apoiar o tubing hanger, permitindo a retirada do BOP de perfuração e posterior instalação da Árvore de Natal. Em vez de um flange, como no caso da cabeça de produção, a BAP é assentada e travada na cabeça do poço através de um conector hidráulico. No entanto, a BAP tem outras funções adicionais em relação à cabeça de produção, a saber: BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
a) Apoiar o mandril das linhas de fluxo. O mandril das linhas
de fluxo (ou flowline hub) é um equipamento que permite a interligação dos dutos submarinos (produção, anular e umbilical de controle) à ANM. Esta interligação é feita através do flowline connector, que é um conector hidráulico pertencente à ANM. Devido ao fato do mandril das linhas de fluxo ficar apoiado na BAP, a ANM pode ser retirada numa eventual intervenção sem perturbar os dutos submarinos. BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
b) Além de apoiar o Tubing Hanger, a BAP permite a sua
orientação, através de um rasgo helicoidal em seu interior. O tubing hanger tem uma chaveta na sua camisa externa que é orientada pelo rasgo helicoidal. Isto permite uma auto- orientação de 360 graus. BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
c) Quando há necessidade de utilização de pigs para remoção
de parafina nos dutos submarinos, há necessidade de ter-se uma válvula de pig cross-over, que é acomodada na BAP. Esta válvula tem o seu próprio painel de ROV, através do qual, com auxílio do ROV, se pode fazer o override mecânico para abrir a válvula. BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
d) Similarmente à cabeça de produção de poços terrestres e
de plataforma fixa, a BAP tem a função de apoiar a ANM. O travamento da ANM à BAP é feito através de um conector hidráulico. A BAP também permite a orientação da ANM para permitir o perfeito encaixe com o tubing hanger.
e) A BAP também tem a função de apoiar o BOP de
perfuração. As BAPs mais recentes permitem a perfuração da fase de 12 ¼” através de seu interior. BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP) BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
Os principais componentes da BAP são:
a) Funil de orientação superior ou postes guia de orientação. Permite a orientação da ANM ou BOP de perfuração. b) Funil de orientação inferior ou funis para postes guia. Permite o encaixe da BAP na cabeça do poço. Normalmente, o funil do SCPS é retirado e a BAP encaixa no alojador de alta pressão do SCPS. A orientação da BAP é feita através de giro no riser de completação e auxílio do ROV. A precisão é cerca de 5 graus. c) Conector hidráulico. Permite o travamento da BAP no perfil H4 do alojador de alta do SCPS. A vedação é feita através de um anel de vedação metal x metal. BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
d) Alojador de alta pressão. Tem basicamente as funções de
apoiar o tubing hanger e permitir o assentamento e travamento da ANM ou BOP de perfuração. Além disso, faz a orientação do tubing hanger. e) Mandril das linhas de fluxo. Faz a interface entre as flowlines e a BAP/ANM. f) Bucha de vedação. Permite o teste do anel VX com nitrogênio. BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP) BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP) BAP COM UM MANDRIL DAS LINHAS DE FLUXO Foi, na verdade, o primeiro tipo de BAP. Ela foi projetada para permitir a completação Lay-away e eliminar os problemas associados à Flowbase, e tem as funções a,b,d,e citadas acima. Para retirar o mandril das linhas de fluxo é necessário retirar a ANM. Além disso, a ANM só pode ser instalada junto com o Mandril das Linhas de Fluxo ou após a instalação deste. Isto torna difícil sincronizar o cronograma dos barcos de lançamento de linhas e a sonda de completação. Isto porque a ANM só pode ser instalada após o lançamento das linhas. BAP COM UM MANDRIL DAS LINHAS DE FLUXO BAP COM UM MLF COM TORPEDO
É uma adaptação da BAP anterior para permitir a conexão
vertical com torpedo. Na BAP anterior o berço do mandril das linhas de fluxo não provê orientação para o mandril das linhas de fluxo (MLF). A orientação do MLF é feita pela própria ANM. No caso da BAP com um MLF com torpedo é necessário incorporar um funil guia, além do berço da BAP com um mandril das linhas de fluxo, para orientação do torpedo. Em outras palavras, adicionou-se à BAP anterior um funil guia para permitir o encaixe e orientação angular do MLF. No entanto, o travamento do MLF não é feito no funil e sim no berço. Neste tipo de BAP, o MLF é instalado sem a ANM, mas esta ainda tem que ser instalada depois do MLF. BAP COM UM MLF COM TORPEDO BAP COM UM MLF COM TORPEDO
É uma adaptação da BAP anterior para permitir a conexão
vertical com torpedo. Na BAP anterior o berço do mandril das linhas de fluxo não provê orientação para o mandril das linhas de fluxo (MLF). A orientação do MLF é feita pela própria ANM. No caso da BAP com um MLF com torpedo é necessário incorporar um funil guia, além do berço da BAP com um mandril das linhas de fluxo, para orientação do torpedo. Em outras palavras, adicionou-se à BAP anterior um funil guia para permitir o encaixe e orientação angular do MLF. No entanto, o travamento do MLF não é feito no funil e sim no berço. Neste tipo de BAP, o MLF é instalado sem a ANM, mas esta ainda tem que ser instalada depois do MLF. BAP COM UM MCV
Existem dois mandris de linha de fluxo, que por falta de outro
nome, são ambos denominados mandril de linha de fluxo (MLF). Nas BAPs anteriores, denomina-se MLF o equipamento que faz a terminação das linhas. Neste tipo de BAP, no entanto, chama-se de MLF o equipamento que fica residente na ANM e faz o papel do berço. Portanto, deve-se ter atenção para não confundir os equipamentos. O MLF mais próximo do funil da BAP faz interface com o flowline connector da ANM e o MLF mais afastado faz interface com o MCV. Ambos são interligados através de dutos, que fazem parte da BAP. As interligações são: duto de produção, duto de anular e linhas de controle. BAP COM UM MCV
Os seguintes pontos diferem esta BAP da anterior:
· É adaptada para conexão direta com MCV, em vez de torpedo · É possível instalar a ANM antes ou depois do MCV com as linhas O primeiro ponto foi incorporado para permitir a utilização da conexão direta com MCV que é um dos método empregado atualmente. E o segundo ponto é para permitir desvincular o cronograma das sondas de completação e barco de lançamento de linhas. Ou seja, a ANM pode ser instalada antes ou depois das linhas. Como existe somente um mandril de linhas de fluxo, as três linhas (produção, anular e umbilical) são instaladas juntas com o MCV. BAP COM UM MCV BAP COM TRÊS MCVS É a BAP anterior com um MCV para cada linha: um MCV de produção, um MCV de anular e um MCV do umbilical de controle. Neste caso as linhas são lançadas com os respectivos MCVs, separadamente. Esta BAP é utilizada para águas muito profundas, acima de 1300m. Neste caso, os barcos de lançamento não conseguem manusear as três linhas simultaneamente, devido ao peso excessivo. O barco é, então, obrigado a manuseá-las separadamente. BAP COM TRÊS MCVS