Você está na página 1de 43

Disciplina: Sistema de Produção Offshore

Curso: Engenharia de Petroleo


Conferência#2.

Tópico I: Sistemas de Produção no Mar.


Continuação.

Resumo:

1.1 Sistemas submarinos de produção.


Características.

Professor: Ms.C. Melzer Delgado Cruz.


SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO

Os sistemas submarinos de produção compreendem todos os


equipamentos instalados no leito do mar para permitir a
produção econômica e segura dos poços submarinos. Os
principais equipamentos submarinos são: Árvores de Natal
Molhada (ANM), manifolds, template-manifolds, Pipeline End
Termination (PLETs), Pipeline End Manifold (PLEMs), Sistema
de Bombeio Multifásico Submarino (SBMS), Sistemas
Submarinos de Separação de Fluidos, Sistemas de Raw Water
Injection, e Dutos Submarinos.
SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO

Os dutos submarinos incluem os risers de produção, que


fazem a ligação dos dutos que ficam em contacto com o leito
do mar com as unidades estacionárias de produção. Os risers,
embora não fiquem no leito do mar, estão quase totalmente
imersos e também são classificados como equipamentos
submarinos. A maior parte da produção atual no mundo é
escoada através desses equipamentos. Mesmo as plataformas
fixas, que não têm poços submarinos, dependem de dutos
para escoar a produção de seus poços.
SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO

Praticamente todo campo offshore utiliza algum tipo de


equipamento submarino. Atualmente, o maior ou menor grau
de utilização destes equipamentos é ditado, basicamente,
por razões econômicas. O grau de confiabilidade atingido
pelos equipamentos submarinos dissipou a desconfiança que
havia, na década de oitenta, particularmente no Golfo do
México.
SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO
SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO

Com o fim da guerra fria, algumas empresas que atendiam à


indústria bélica estão agora se voltando para a indústria do
petróleo, contribuindo ainda mais para o aumento da
qualidade dos equipamentos. Os investimentos necessários
ao desenvolvimento de um campo em águas profundas são
enormes, da ordem de bilhões de dólares. Qualquer erro de
projeto, por menor que seja, pode causar prejuízos da ordem
de dezenas ou mesmo centenas de milhões de dólares.
SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO

Existe um ditado clássico da engenharia submarina: “the


devil is in the detail”. Um pequeno erro metalúrgico pode
impedir ou interromper a produção de centenas de milhares
de barris por dia. Além disto, existe a questão ambiental,
considerada prioridade máxima pela empresa, que escoa 1,3
milhão de barris diariamente dos nossos campos offshore
para nossas refinarias.
SISTEMAS SUBMARINOS DE PRODUÇÃO

Normas cada vez mais rigorosas exigem o constante


aperfeiçoamento dos equipamentos submarinos. Análise de
risco e confiabilidade são termos cada vez mais freqüentes na
empresa. Apesar de toda sua importância, a maior qualidade
dos equipamentos submarinos é o anonimato. Quanto menos
se ouvir falar deles, após sua instalação, melhor. As
intervenções para reparos de equipamentos submarinos são
efetuadas por embarcações com taxas diárias muito
elevadas, podendo chegar à ordem de US$ 200.000/dia.
O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA?

Basicamente, a engenharia submarina trata do projeto,


instalação, operação e manutenção dos sistemas submarinos
de produção. A engenharia submarina é multidisciplinar,
envolvendo praticamente todos os ramos da engenharia, e
utiliza o estado-da-arte da tecnologia, principalmente em
águas profundas, comparável à indústria aeronáutica. Os
principais ramos da engenharia envolvidos são: engenharia
mecânica, petróleo, civil, metalúrgica, elétrica, eletrônica e
naval.
O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA?

O projeto e instalação de Árvores de Natal Molhadas, por


exemplo, requer grande conhecimento sobre completação e
perfuração de poços e sondas de perfuração e completação.
Cada vez mais, a Elevação e Escoamento, ramo da
engenharia de Petróleo, trabalha lado a lado com a
engenharia submarina, para permitir viabilizar a instalação de
Sistemas de Bombeio e Processamento Submarino. Mesmo a
Engenharia de Reservatório, outro ramo da engenharia de
Petróleo, tem uma interface razoável com a engenharia
submarina.
O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA?

A monitoração adequada do reservatório depende bastante


do desenho submarino que, por sua vez, tem um impacto
significativo no custo de um projeto. Freqüentemente, há um
conflito entre os interesses do engenheiro de reservatório e
os objetivo da engenharia submarina, que é, basicamente,
disponibilizar um leiaute submarino otimizado para reduzir o
investimento. Por exemplo, a utilização de manifolds
submarinos pode reduzir substancialmente o custo dos dutos
submarinos e da UEP, mas pode dificultar o controle e
monitoração dos poços, já que eles estão interligados.
O QUE É A ENGENHARIA SUBMARINA?
LIGAÇÃO UEP X ANM

As ANMs podem ser ligadas diretamente à UEP. Para poços


que produzem através de gas lift, a ligação é feita através de
um bundle, que compreende uma linha de produção, uma
linha de gas lift e um umbilical de controle. Neste caso, as
ANMs são controladas individualmente através do umbilical
de controle. A potência hidráulica necessária à atuação das
válvulas da ANM é fornecida pela HPU (Unidade de Potência
Hidráulica) localizada na UEP. O umbilical incorpora também
cabos elétricos para monitoração do sensor de pressão e
temperatura de fundo do poço (PDG) e do sensor de
temperatura e pressão da ANM (TPT).
LIGAÇÃO UEP X ANM

Não é possível haver uma conexão hidráulica ou elétrica da


UEP até as válvulas da ANM e sensores sem emendas, ou
seja, sem conectores hidráulicos e elétricos. Esses conectores
estão localizados na interface entre o umbilical e a ANM, na
interface entre Tree Cap e ANM e na interface entre ANM e
Tubing Hanger. Tipicamente, dentro do poço, temos apenas
as linhas hidráulicas de controle da SSSV e cabos elétricos do
PDG. No entanto, no caso de completação inteligente, há
mais linhas hidráulicas ou elétricas.
LIGAÇÃO UEP X ANM
UMBILICAL DE CONTROLE

O umbilical de controle, que liga as ANMs à UEP é constituído,


tipicamente, por 9 linhas hidráulicas para controlar as
válvulas da ANM e DHSV, três linhas para injeção de Etanol e
outros produtos químicos, e cabos elétricos para receber os
sinais do TPT e PDG. As 9 linhas hidráulicas estão sempre
cheias de fluido de controle e não precisam ser resistentes ao
colapso. No entanto, as linhas de injeção de produtos
químicos podem ficar ocasionalmente vazias e precisam ser
resistentes ao colapso.

Os umbilicais possuem também camada estrutural de aço


carbono para resistir aos esforços de lançamento.
UMBILICAL DE CONTROLE
LIGAÇÃO UEP X ANM VIA MANIFOLD

As ANMs também podem ser interligadas à UEP através de


manifold submarino. Neste caso, há um umbilical de controle
único da UEP até o manifold e umbilicais idênticos ao visto
anteriormente, interligando as ANMs ao manifold.

Uma UEP (ou FPSO) pode ser ligada a diversos manifolds,


que podem ser de produção, injeção de água ou de gas lift. A
interligação entre a UEP e o manifold de produção é feita
através de uma linha de produção, linha de gas lift, linha de
teste, linha de serviço e umbilical de serviço. Esta
configuração pode variar, dependendo das características do
campo.
LIGAÇÃO UEP X ANM VIA MANIFOLD
LIGAÇÃO UEP X ANM VIA MANIFOLD
ANM X ÁRVORE DE NATAL CONVENCIONAL

As figuras a seguir exemplificam bem as diferenças entre


ANMs e Árvores de Natal Convencionais. Embora tenham
funções idênticas, a ANM é muito mais complexa, maior e
mais pesada. As razões são, basicamente:

1)Uso de conectores hidráulicos em vez de flanges


2)Atuadores maiores devido à Lâmina D’agua
3)A ANM está sujeita a esforços maiores causados pelo riser
de completação e ferramentas de instalação.
4)Funis de orientação
5)Painéis de ROV
6)Sistema de conexão de dutos
ANM X ÁRVORE DE NATAL CONVENCIONAL
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)

A BAP tem função similar à da Cabeça de Produção, que são


utilizadas em poços terrestres e de plataforma fixa, ou seja,
apoiar o tubing hanger, permitindo a retirada do BOP de
perfuração e posterior instalação da Árvore de Natal. Em vez
de um flange, como no caso da cabeça de produção, a BAP é
assentada e travada na cabeça do poço através de um
conector hidráulico. No entanto, a BAP tem outras funções
adicionais em relação à cabeça de produção, a saber:
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)

a) Apoiar o mandril das linhas de fluxo. O mandril das linhas


de fluxo (ou flowline hub) é um equipamento que permite a
interligação dos dutos submarinos (produção, anular e
umbilical de controle) à ANM. Esta interligação é feita através
do flowline connector, que é um conector hidráulico
pertencente à ANM. Devido ao fato do mandril das linhas de
fluxo ficar apoiado na BAP, a ANM pode ser retirada numa
eventual intervenção sem perturbar os dutos submarinos.
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)

b) Além de apoiar o Tubing Hanger, a BAP permite a sua


orientação, através de um rasgo helicoidal em seu interior. O
tubing hanger tem uma chaveta na sua camisa externa que é
orientada pelo rasgo helicoidal. Isto permite uma auto-
orientação de 360 graus.
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)

c) Quando há necessidade de utilização de pigs para remoção


de parafina nos dutos submarinos, há necessidade de ter-se
uma válvula de pig cross-over, que é acomodada na BAP. Esta
válvula tem o seu próprio painel de ROV, através do qual,
com auxílio do ROV, se pode fazer o override mecânico para
abrir a válvula.
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)

d) Similarmente à cabeça de produção de poços terrestres e


de plataforma fixa, a BAP tem a função de apoiar a ANM. O
travamento da ANM à BAP é feito através de um conector
hidráulico. A BAP também permite a orientação da ANM para
permitir o perfeito encaixe com o tubing hanger.

e) A BAP também tem a função de apoiar o BOP de


perfuração. As BAPs mais recentes permitem a perfuração da
fase de 12 ¼” através de seu interior.
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)

Os principais componentes da BAP são:


a) Funil de orientação superior ou postes guia de orientação.
Permite a orientação da ANM ou BOP de perfuração.
b) Funil de orientação inferior ou funis para postes guia.
Permite o encaixe da BAP na cabeça do poço. Normalmente,
o funil do SCPS é retirado e a BAP encaixa no alojador de alta
pressão do SCPS. A orientação da BAP é feita através de giro
no riser de completação e auxílio do ROV. A precisão é cerca
de 5 graus.
c) Conector hidráulico. Permite o travamento da BAP no perfil
H4 do alojador de alta do SCPS. A vedação é feita através de
um anel de vedação metal x metal.
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)

d) Alojador de alta pressão. Tem basicamente as funções de


apoiar o tubing hanger e permitir o assentamento e
travamento da ANM ou BOP de perfuração. Além disso, faz a
orientação do tubing hanger.
e) Mandril das linhas de fluxo. Faz a interface entre as
flowlines e a BAP/ANM.
f) Bucha de vedação. Permite o teste do anel VX com
nitrogênio.
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
BASE ADAPTADORA DE PRODUÇÃO (BAP)
BAP COM UM MANDRIL DAS LINHAS DE
FLUXO
Foi, na verdade, o primeiro tipo de BAP. Ela foi projetada
para permitir a completação Lay-away e eliminar os
problemas associados à Flowbase, e tem as funções a,b,d,e
citadas acima. Para retirar o mandril das linhas de fluxo é
necessário retirar a ANM. Além disso, a ANM só pode ser
instalada junto com o Mandril das Linhas de Fluxo ou após a
instalação deste. Isto torna difícil sincronizar o cronograma
dos barcos de lançamento de linhas e a sonda de
completação. Isto porque a ANM só pode ser instalada após o
lançamento das linhas.
BAP COM UM MANDRIL DAS LINHAS DE
FLUXO
BAP COM UM MLF COM TORPEDO

É uma adaptação da BAP anterior para permitir a conexão


vertical com torpedo. Na BAP anterior o berço do mandril das
linhas de fluxo não provê orientação para o mandril das
linhas de fluxo (MLF). A orientação do MLF é feita pela
própria ANM. No caso da BAP com um MLF com torpedo é
necessário incorporar um funil guia, além do berço da BAP
com um mandril das linhas de fluxo, para orientação do
torpedo. Em outras palavras, adicionou-se à BAP anterior um
funil guia para permitir o encaixe e orientação angular do
MLF. No entanto, o travamento do MLF não é feito no funil e
sim no berço. Neste tipo de BAP, o MLF é instalado sem a
ANM, mas esta ainda tem que ser instalada depois do MLF.
BAP COM UM MLF COM TORPEDO
BAP COM UM MLF COM TORPEDO

É uma adaptação da BAP anterior para permitir a conexão


vertical com torpedo. Na BAP anterior o berço do mandril das
linhas de fluxo não provê orientação para o mandril das
linhas de fluxo (MLF). A orientação do MLF é feita pela
própria ANM. No caso da BAP com um MLF com torpedo é
necessário incorporar um funil guia, além do berço da BAP
com um mandril das linhas de fluxo, para orientação do
torpedo. Em outras palavras, adicionou-se à BAP anterior um
funil guia para permitir o encaixe e orientação angular do
MLF. No entanto, o travamento do MLF não é feito no funil e
sim no berço. Neste tipo de BAP, o MLF é instalado sem a
ANM, mas esta ainda tem que ser instalada depois do MLF.
BAP COM UM MCV

Existem dois mandris de linha de fluxo, que por falta de outro


nome, são ambos denominados mandril de linha de fluxo
(MLF). Nas BAPs anteriores, denomina-se MLF o equipamento
que faz a terminação das linhas. Neste tipo de BAP, no
entanto, chama-se de MLF o equipamento que fica residente
na ANM e faz o papel do berço. Portanto, deve-se ter atenção
para não confundir os equipamentos. O MLF mais próximo do
funil da BAP faz interface com o flowline connector da ANM e
o MLF mais afastado faz interface com o MCV. Ambos são
interligados através de dutos, que fazem parte da BAP. As
interligações são: duto de produção, duto de anular e linhas
de controle.
BAP COM UM MCV

Os seguintes pontos diferem esta BAP da anterior:


· É adaptada para conexão direta com MCV, em vez de torpedo
· É possível instalar a ANM antes ou depois do MCV com as
linhas
O primeiro ponto foi incorporado para permitir a utilização da
conexão direta com MCV que é um dos método empregado
atualmente.
E o segundo ponto é para permitir desvincular o cronograma das
sondas de completação e barco de lançamento de linhas. Ou
seja, a ANM pode ser instalada antes ou depois das linhas.
Como existe somente um mandril de linhas de fluxo, as três
linhas (produção, anular e umbilical) são instaladas juntas com o
MCV.
BAP COM UM MCV
BAP COM TRÊS MCVS
É a BAP anterior com um MCV para cada linha: um MCV de
produção, um MCV de anular e um MCV do umbilical de
controle. Neste caso as linhas são lançadas com os
respectivos MCVs, separadamente. Esta BAP é utilizada para
águas muito profundas, acima de 1300m. Neste caso, os
barcos de lançamento não conseguem manusear as três
linhas simultaneamente, devido ao peso excessivo. O barco é,
então, obrigado a manuseá-las separadamente.
BAP COM TRÊS MCVS

Você também pode gostar