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Completação de poços

1. Processo de completação e suas etapa


É necessário classificar as etapas de completação e um poço seguindo a
seguinte ordem cronológica de operações.
1.2 Instalação dos equipamentos de superfície:
Onde acontece a instalação da cabeça de produção e o BOP para permitir o
acesso ao interior do poço, com toda a segurança necessária, para a execução das
demais fases. Já no mar, em águas rasas, pode-se trazer a cabeça do poço até a
superfície, prolongando-se os revestimentos que se encontram ancorados nos
equipamentos instalados no fundo do mar (tie-back). Após esta operação de
reconexão dos 58 revestimentos, a completação passa a ser similar à completação
dos poços terrestres. A figura mostra um esquema típico de um BOP.

1.2.1 Condicionamento do poço:


Após realizar a instalação dos equipamentos de superfície em seguida inicia-
se fase de condicionamento do revestimento de produção e à substituição do fluido
que se encontra no interior do poço por um fluido de completação. Para o
condicionamento, é descida uma coluna com broca e raspador de modo a deixar o
interior do revestimento de produção gabaritado e em condição de receber os
equipamentos necessários. A broca é utilizada para cortar os tampões de cimento e
tampões mecânicos porventura existentes no interior do poço, bem como restos de
cimentação.
O raspador é uma ferramenta com lâminas retráteis, que desce raspando a
parte interna do revestimento de produção, retirando o que foi deixado pela broca.
Após o condicionamento do reservatório de produção, sua estanqueidade é testada
sob pressão e feitas as devidas correões, se houver vazamentos.

1.2.2 Avaliação da qualidade de cimentação:


A cimentação é de extrema importância pois promove a vedação hidráulica
entre os diversos intervalos permeáveis, ou até mesmo dentro de um mesmo
intervalo, impedindo a migração de fluidos por trás do revestimento, bem como
propiciar suporte mecânico ao revestimento.
existência de uma efetiva vedação hidráulica é de fundamental importância técnica e
econômica, garantindo um perfeito controle da origem (ou destino) dos fluidos 60
produzidos (ou injetados).

1.2.3 Canhoneio
É necessário estabelecer comunicação entre o poço de produção e a
formação. Para que seja criado este canal de comunicação, a técnica mais utilizada
é conhecida como canhoneio. O processo convencional de canhoneio onde utiliza
cargas explosivas dispostas em série dentro de canhões, que são cilindros de aço ou
cápsulas fixadas a uma lâmina ou arames, onde as cargas se alojam, sendo estes
responsáveis pelo isolamento entre o explosivo e o poço.
1.2.4 Instalação da coluna de produção
A coluna de produção é formada por tubos metálicos, onde são conectados os
demais componentes. É descida pelo interior do revestimento de produção com as
seguintes finalidades básicas:
• Conduzir os fluidos produzidos até a superfície, protegendo o revestimento
contra fluidos agressivos e pressões elevadas.
• Permitir a instalação de equipamentos para a elevação artificial
• possibilitar a circulação de fluidos para o amortecimento do poço, em
intervenções futuras.
2. Métodos e tipos de completação de poços
Podemos classificar a completação por alguns tipos:
• Completação seca: ocorre quando a cabeça do poço e a árvore de natal onde
fica o conjunto de válvulas de segurança de fluxo estão localizadas na
superfície terrestre ou na plataforma de produção marítima.
• Completação molhada: acontece quando a cabeça do poço e a árvore de natal
são submarinas, no fundo do leito marinho.
2.1 Métodos de completação
• Avaliação: tem como principal objetivo avaliar a formação produtora para
definir os parâmetros da formação e assim constatar a procedência dos fluidos
e o índice (IP) , capacidade produtiva do reservatório do poço, ou índice de
injetividade (II), capacidade de injetividade da formação do poço.
As principais operações de avaliação são:
• Teste de formação a poço aberto (TF): este teste é realizado em poço não
revestido e tem o objetivo de conhecer a capacidade produtiva do reservatório
a economicidade da área explorada, comumente em poços e em terra. E medir
a pressão e a temperatura.
• Teste de formação do poço revestido (TFR): tais testes realizados em poços
revestidos e completados, com objetivo de conhecer a capacidade produtiva e
outros parâmetros do reservatório.
• Teste de produção (TP): consiste em medir pressão e temperatura no fundo
do poço e vasões e volumes produzidos na superfície, com fechamento da
superfície, com o objetivo de conhecer a capacidade de produção do poço.

3. Equipamentos de completação
• Liners: Qualquer coluna de revestimento na qual o topo não se estende para a
superfície, mas é suspensa de dentro da coluna de revestimento anterior.
Muitos projetos de poços convencionais incluem um revestimento de produção
definido ao longo da região do reservatório. Isso reduz o custo de
completação do poço e permite alguma flexibilidade no projeto do poço
superior, como quando as características do fluido tornam benéfico aumentar
o diâmetro da seção produtora e dos componentes.
Os Liners podem ou não ser rasgados, estes últimos permitem, portanto, a
passagem do fluido da região anular para dentro da COP (Coluna de Produção).
• Packers: Um dispositivo utilizado nas completações que tem como função
isolar o anular do canal de produção, permitindo produção, injeção ou
tratamento controlado. Um Packer típico incorpora um meio de se prender
contra a parede do revestimento e um meio de criar uma vedação hidráulica
confiável para isolar o espaço anular, normalmente por meio de um elemento
elastomérico expansível.
• ICV’s (Inflow Control Valve): As ICV’s são válvulas de controle do fluxo de
entrada do fluido, um componente ativo instalado para bloquear parcial ou
completamente o fluxo em um poço. Tais componentes são instalados ao longo
das seções de completação, com cada ICV separada da próxima, geralmente,
por Packers. Cada ICV pode ser controlada da superfície para manter a
conformidade do fluxo e, conforme o reservatório depleta, evitar que fluidos
indesejados entrem na zona de produção do poço. Um cabo fornece
energia elétrica e força hidráulica para a ICV de modo permanente,
transmitindo os comandos da superfície até a válvula.

• FIV (Formation Isolation Valves): As FIV’s são as válvulas que fornecem


barreiras bi-direcionais para isolar os fluidos do reservatório da camada
superior das zonas de completação mais baixas. Portanto, essas válvulas
ajudam os fluidos de hidrocarbonetos nas zonas inferiores do reservatório a
não serem contaminados pelas operações de produção e perfuração
realizadas nas zonas superiores do reservatório, isolando as formações
superior e inferior. Ao realizar esse isolamento das zonas, essas válvulas
ajudam na otimização da taxa de produção, assim como otimizam as
operações de completação e aumentam a segurança na operação do poço.
Além disso, essas válvulas podem ter aplicações adicionais como: controlar a
perda de fluido, ajudar na execução de operações de perfuração
desequilibradas e auxiliar no controle de operações de barreira. As FIV’s
funcionam através de atuadores mecânicos ou hidráulicos e também são
controladas a partir da superfície.

• Manga Deslizante (Sliding Sleeve): Equipamento de completação que pode


ser operado de forma a providenciar um caminho para o fluxo entre a coluna
de produção e o anular. As mangas deslizantes incorporam um sistema de
portas que podem ser abertas ou fechadas por um mecanismo deslizante.

4. Completação inteligente:
São equipadas com mecanismos de controle e intervenção, de forma a
assegurar o bom funcionamento e produção em condições desfavoráveis.

2. Produção de areia.

Produção de Areia:

Acontece por conta da geração de partículas durante a extração de fluidos de


rochas reservatório . A formação de areias ou sólidos, normalmente referidos como
arenitos soltos, engloba rochas como calcários e arenitos de resistência média a alta,
bem como esses materiais, e estes materiais estão sujeitos a esse fenômeno.

Temos também, 3 tipos de produção de areia:

• Produção transitória de areia: esta relacionada a diminuição da produção de


areia ao longo do tempo em condições de produção de poço constante. Este
tipo de fenômeno é frequentemente observado durante a limpeza da parede
do poço após a perfuração de cavidades.
• Produção contínua de areia: a produção contínua de areia é observada na
maioria dos campos de exploração. Os limites de produção de areia devem ser
consistentes com as restrições operacionais, como capacidade de separação,
disposição de areia, localização do poço, etc. Os limites típicos são da ordem
de 6 a 600 g/m3 para formações de óleo e 16 g/103 m3 para formações de
gás. Dependendo da capacidade do fluido de transportar partículas e da
concentração, uma parte da faixa de produção pode ficar bloqueada.
• Produção catastrófica de areia: causa interrupção da operação do poço, pode
ocorrer devido à produção massiva de areia que enche e obstrui o poço.

2.1 Causas e Consequências da produção de areia:

Normalmente o dano mais relacionado à produção de areia é a abrasão e o


desgaste do equipamento perda de produtividade do furo colapso da tubulação e a
produção de resíduos de hidrocarbonetos. Em escala microscópica, a produção de
areia é um processo induzido pela força de arrasto associada a um fluido em
movimento atuando sobre um conjunto de partículas próximo a uma superfície livre
(parede do poço furo).

O transporte de partículas acontece por conta da força, causada pela diferença de


pressão estabelecida entre o poço e a formação acaba por se tornar maior do que as
forças estabilizadoras criadas pela coesão do material e pela tensão do arco
desenvolvido entre as partículas.

2.2 Objetivo do controle de areia:

Minimizar a produção de areia de formação enquanto mantém a mesma, além de


maximizar a produção com tal controle e injeção de fluido de formação para dar
continuidade nessa produção.

2.3 Técnicas de controle de areia:

Sabe-se que é necessário de se evitar a níveis toleráveis a produção de areia, um


mecanismo de controle deverá ser utilizado. Estes mecanismos atuam diretamente
nos parâmetros de produção do poço ou diretamente na produção de areia. O controle
feito sobre os parâmetros de produção consiste em manipular o drawdown (diferença
entre a pressão no poço e a poropressão no reservatório) e a taxa de produção.
Gravel pack: muito utilizada é a Gravel pack que baseada na utilização de um filtro
sólido granular para evitar a produção grãos na formação. A consolidação química
promove um aumento da resistência moldagem por injeção de resina, no entanto,
leva a permeabilidade reduzida e posteriormente a produção do poço.

A escolha dos locais de perfuração é outro modo de evitar a mineração de areia,


a ideia é perfurar regiões onde a formação tenha boa resistência mecânica e assim
uma pequena possibilidade de produção da mesma.

O objetivo principal da operação de gravel pack em poços revestidos (Gravel Pack)


é vedar completamente as perfurações e anular o tubo/revestimento com areia de
cascalho altamente permeável. O Open Hole Gravel Pack (OHGP) elimina
completamente este problema e reduz a operação à simples necessidade de
empacotar o tubo/formação anular blindado.

2.4 Fracpack a poço revestido: Técnica usada para tanques que possuem alta
velocidade e grande produção de petróleo, onde a diferença de fluxo radial acaba se
tornando um agravante para a produção de sólidos. O método é criar uma pequena
quebra condutiva, onde a função é converter o fluxo radial em um fluxo linear através
do poço, reduzindo assim o gradiente de pressão. Apesar do controle da produção de
areia, essas técnicas existem como a inconveniência de altos custos de instalação e
manutenção, bem como redução da produção do poço. Escolhendo qual técnica usar
e quando usá-la. É necessário introduzir um método de previsão da produção de
areia.

Ou seja , uma operação de Frac Pack baseia-se em fraturar a formação com um


fluido com certa concentração de propante (partículas de peso e tamanho
adequadamente projetadas para criar a fratura desejada) com o objetivo de superar
qualquer dano na área próxima ao poço causado por o fluido. perfuração. A cirurgia
Gravel-Pack é realizada logo após essa fratura.

Stand Alone: essa técnica consiste em abaixar e inserir um conjunto de telas


premium, parecidas às usadas no empacotamento de cascalho, e continuam a
terminar sem instalar um pack de cascalho. Neste caso, no início da produção (ou
indução de sobretensão) a formação entraria em colapso sobre o conjunto blindado
e preencheria a formação do espaço do anel x com areia da formação.

Gravel Pack a poço aberto: Esta técnica consiste na instalação de um conjunto de


telas no poço horizontal e enchendo a peneira anel x formação com cerâmica
(cascalho) granulometria selecionada. Essa tecnologia é bem conhecida e utilizada
na indústria do petróleo com baixo índice de falhas.

2.5 Condicionamento do Poço

Após a instalação do dispositivo de segurança, o revestimento de produção é


ajustado e o fluido dentro do poço é substituído pelo fluido de completação. Para o
condicionamento, a broca e o raspador passam por um tubo de metal, conhecido
como coluna de trabalho, para deixar o interior do invólucro de produção (e
revestimento, se houver) em forma e condição para aceitar o equipamento
necessário. A broca é utilizada para cortar cimento e/ou tampões mecânicos deixados
no interior do furo quando este é temporariamente abandonado pela perfuração, bem
como resíduos primários de cimentação. O raspador é uma ferramenta com lâminas
retráteis que raspa o interior da camisa de produção e retira o que sobrou da broca.

O condicionamento geralmente é feito até a luva flutuante, com peso adequado da


broca, rotação da coluna e fluxo de fluido direto para obter uma boa eficiência de corte
e transportar partículas de cimento cortadas que podem se depositar na broca,
causando pesca. Normalmente, um colchão viscoso é movimentado a cada trinta
metros de cimento cortado para limpar o poço.

Imediatamente antes e após o corte do cimento e/ou plugues mecânicos, é


realizado um teste de vazamento no liner de produção, pressurizando por dez ou
quinze minutos para verificar a existência ou vazamento (furos, vazamentos nas
juntas do liner, etc.). Se a pressão não estabilizar, o vazamento é localizado e
reparado.

O fluido de completação é comumente uma solução salina, isenta de sólidos,


compatível com a formação e com os fluidos nela contidos de forma a não causar
nenhum tipo de dano à formação que limite o fluxo do poço. Além disso, o fluido deve
ter um peso específico capaz de fornecer uma pressão hidrostática no interior do poço
ligeiramente superior à pressão estática da formação.

A troca de fluido é possível por meio de bombas de deslocamento positivo que


circulam o fluido diretamente dentro da coluna de trabalho com retorno à superfície
através do anular.

Referencias
ADAMSON, K. et al.: “High Pressure, High Temperature Well Construction”.
Schlumberger OilfieldReview, Verão de 1998
BAIOCO, J.S., SECKLER, C.S., Desenvolvimento do modelo de síntese e otimização
aplicado a procedimentos de canhoneio de poços de petróleo, Rio de Janeiro, 2009.

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