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Email: HelinthaNeitzke@ufgd.edu.br
Integram a patrimônio do empresário/sociedade empresária
O direito industrial é a divisão do direito comercial que
protege os interesses dos inventores, designers e
empresários em relação às invenções, modelo de utilidade,
desenho industrial e marcas
São bens integrantes da propriedade industrial: a invenção, o
modelo de utilidade, o desenho industrial e a marca
A invenção e o modelo de utilidade se materializa no ato de
concessão da respectiva patente (documentado pela “carta-
patente”), enquanto que o desenho industrial e a marca
concede-se o registro (documentado pelo “certificado”)
Fundamento legal: Lei nº 9.279/96 (conhecido como Código
de Propriedade Industrial)
São várias as correntes a respeito da natureza jurídica da
propriedade industrial
Predomina a corrente que concebe os direitos sobre as criações
imateriais como um direito de propriedade
Esta é a posição adotada pelos textos legais brasileiros que
tratam da proteção à criação imaterial: art. 5º, XXIX da
Constituição Federal
Art. 5º, inciso XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista
o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
do País
Código de Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96)
Convenção da União de Paris
Espécies:
É a única que não teve seu conceito definido pela lei
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos
de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.
O legislador preferiu se valer de um critério de exclusão,
apresentando uma lista de manifestações do intelecto
humano que não são patenteáveis
Pode-se conceituar invenção como o produto da
inteligência humana que objetiva criar bens até então
desconhecidos, para aplicação industrial
Difere da descoberta, na medida em que esta significa a
revelação de algo já existente na natureza, enquanto
aquela diz respeito à criação de algo até então inexistente
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:
I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis,
financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou
qualquer criação estética;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como
métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano
ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos
encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma
ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos
naturais.
É uma espécie de aperfeiçoamento da invenção
Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático,
ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova
forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em
melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
O modelo de utilidade tem como ponto de partida um objeto já
inventado e o objetivo de melhorar, ampliar ou modificar sua utilização
Para se caracterizar como modelo de utilidade, o aperfeiçoamento
deve revelar a atividade inventiva do seu criado. Deve representar um
avanço tecnológico, que os técnicos da área reputem engenhoso
Havendo dúvidas se trata de invenção ou modelo de utilidade, adota-
se como invenção, uma vez que a lei conceituou o modelo de utilidade
e não o de invenção
Requisitos: são os mesmos da invenção
É a alteração da forma, do desenho dos objetos
Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto
ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que
possa servir de tipo de fabricação industrial.
O desenho industrial diferencia-se do modelo de utilidade em razão de sua
característica simplesmente estética e sem nenhum comprometimento com a
funcionalidade do bem onde é empregado
É o exemplo do formato particular que se dá a um eletrodoméstico, com vistas a
torná-lo mais atraente ao público comprador
O desenho industrial também não pode ser confundido com a obra de arte pelo fato
de estar sempre relacionado a um objeto com função utilitária e possibilidade de ser
industrializado, enquanto a obra de arte, em regra, não traz consigo nenhuma
característica funcional, mas tão somente estética e decorativa, e também não é
produzida em escala industrial
A sua característica de fundo que o diferencia dos bens industriais patenteáveis, é a
futilidade, significa dizer que a alteração que o desenho industrial introduz nos
objetos, não amplia a sua utilidade, apenas o reveste de um aspecto diferente
É o sinal distintivo, suscetível de percepção visual, que
identifica, direta ou indiretamente, produtos ou serviços
Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais
distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas
proibições legais.
A marca tem fundamental importância tanto para o
fornecedor quanto para o consumidor ou cliente
O fornecedor se utiliza da marca para diferenciar seu produto
ou serviço em relação aos seus concorrentes, e isso se dá
mediante o desenvolvimento de estratégias de marketing que
ligam um produto ou serviço específico a uma identidade
visual que será propagandeada
A) marca de produto ou serviço: aquela usada para
distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante
ou afim, de origem diversa. Ex: caneta Bic ou automóvel
Fiat
B) marca de certificação: utilizada para testar a
conformidade de um produto ou serviço com determinadas
normas ou especificações técnicas,especialmente quanto
à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia
empregada. Ex: produtos com o selo do Inmetro
C) marca coletiva: Identifica produtos ou serviços
provindos de membros de uma determinada entidade. Ex:
Associação dos coletores de papel reciclável
Fundamento legal: art. 123 da Lei 9.279/96
A) nominativas: marca composta exclusivamente por
palavras, que não apresentam uma particular forma de
letras. Ex: faber-castell; toyota, sonho de valsa
B) figurativas: marca consistente de desenhos ou
logotipos. Ex: símbolo da Nike, o jacaré da lacoste
C) mistas: seriam palavras escritas com letras revestidas
de uma particular forma, ou inseridas em logotipos. Ex: bis,
bayer, ford, sbt
D) tridimensional: aquela representada pelo formato
característico, não funcional e particular que é dado ao
próprio produto ou ao seu recipiente. Ex: garrafa da coca-
cola ou o formato de alguns perfumes
Essa classificação não tem utilidade jurídica, tendo em
vista que todas são, igualmente, protegidas por lei
O registro de uma marca se dá mediante a obediência ao princípio da
especialidade, ou seja, a proteção ao uso exclusivo da marca pelo seu
titular se dá tão somente contra seu uso em produtos ou serviços
similares (= ramo)
O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) criou classes onde
o produto ou serviço deve se enquadrar e onde terá proteção contra o
seu uso por terceiros
Marca de alto renome é aquela que, tendo em vista sua proeminente
notoriedade, após o seu registro no INPI, conta com proteção em todos
os ramos de atividade, na medida em que é amplamente conhecida
não somente pelos profissionais de seu ramos de atuação, mas
também pelo público de um modo geral (art. 125 da Lei 9.279/96)
Ex: McDonald´s, Coca-Cola ou Volkswagen
Deve-se fazer um requerimento dirigido ao INPI demonstrando que sua
marca efetivamente é de conhecimento na maior parte do território
nacional e por um número expressivo de pessoas (trata-se, portanto,
de uma exceção ao princípio da especialidade)
Classe 30: Café, chá, cacau, açúcar, arroz, tapioca, sagu,
sucedâneos de café; farinhas e preparações feitas de cereais, pão,
massas e confeitos, gelados comestíveis; mel, xarope de melaço;
lêvedo fermento em pó; sal, mostarda; vinagre, molhos
(condimentos); especiarias; gelo.
Classe 31: Produtos agrícolas, hortícolas, florestais e grãos não
incluídos em outras classes; animais vivos; frutas, legumes e
verduras frescos; sementes, plantas e flores naturais; alimentos
para animais, malte.
Classe 32: Cervejas; águas minerais e gasosas e outras bebidas
não alcoólicas; bebidas de frutas e sucos de fruta; xaropes e outras
preparações para fabricar bebidas.
Link das classes: http://www.inpi.gov.br/menu-
servicos/marcas/classificacao/arquivos/ncl-10-_-
_2015_guia_do_usuario_e_notas_explicativas_retificado_em_pdf.p
df
Não confundir marca de alto renome com marca
notoriamente conhecida
Marca notoriamente conhecida: é aquela que
ganha proteção em seu próprio ramo de atividade,
ou seja, sua proteção se dá tão somente em
relação aos produtos ou serviços idênticos ou
similares, independentemente de estar
previamente depositada ou registrada no Brasil
Direito imaterial ou intelectual: pode ser dividido em direito industrial e direito
autoral
Enquanto o direito industrial tem como objeto a invenção, o modelo de
utilidade, o desenho industrial e a marca, o direito autoral cuida da obra
cientifica, artística, literária e de programas de computador
Regra geral, o direito industrial garante a exploração, com exclusividade, do
objeto protegido àquele que requerer em primeiro lugar referido privilégio,
pouco importando quem seja o autor da invenção, modelo de utilidade,
desenho industrial ou marca. Ao contrário, o autor da obra literária, científica,
artística ou de programa de computador tem o direito de reivindicar a
exclusividade de exploração da obra, mesmo que não tenha efetuado qualquer
registro, bastando que comprove ser o seu autor
Assim, o direito industrial decorre de um ato administrativo de natureza
constitutiva enquanto o direito autoral decorre não de um ato administrativo,
mas sim da própria criação da obra
O direito industrial protege a forma exterior do objeto e a ideia inventiva,
enquanto o direito autoral protege tão somente a forma exterior da obra, mas
não a sua ideia
A patente protege o produto quando houver, segundo
o art. 8º da Lei 9.279/96
: micro-organismos transgênicos
Diante de um invento ou de um modelo de utilidade, não está o
empresário obrigado a depositá-lo junto INPI, esta é uma
faculdade que lhe assiste
A publicação da invenção é condição para a concessão da
patente. Se entender mais conveniente, seu titular poderá
guardá-lo em segredo, não disponibilizando ao público os
métodos, os projetos, as composições que materializam seu
invento
Optando pela patente, o titular do invento terá garantida sua
utilização exclusiva durante determinado período de tempo,
após o qual seu invento cairá em domínio público, podendo ser
utilizado por qualquer um
A usurpação de segredo da empresa gera responsabilidade
penal e civil, com fundamento na disciplina jurídica da
concorrência (art. 195, XI e XII)
Art. 71 da Lei 9.279/96
Não é correto falar em “quebra de patente”
Em caso de interesse público ou emergência
nacional poderá ter a licença compulsória, que
outras pessoas fabriquem o produto. Essa licença
compulsória tem as seguintes características:
A) Temporária
B) Sem exclusividade
C) será pago royalties para o titular da patente
O registro diz respeito somente ao desenho industrial e à marca
Requisitos para o registro do desenho industrial:
A) novidade: é considerado novo o desenho quando não
compreendido no estado da técnica, entendida como tudo aquilo
tornado acessível ao público antes da data de depósito. Não será
considerado como incluído no estado da técnica o desenho
industrial cuja divulgação tenha ocorrido durante os 180 dias que
precederam a data do depósito, se promovida nas situações
previstas no art. 12, I a III (período de graça)
B) originalidade: é original aquele desenho industrial quando dele
resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros
objetos, mesmo que decorrente da combinação de elementos já
conhecidos. Não basta, portanto, seja o desenho novo, é
necessário seja diferenciado e resultante da criatividade daquele
que a concebeu a ponto de diferenciar o objeto de qualquer outro
conhecido
A) for obra de caráter puramente artístico
B) for contrário à moral e aos bons costumes ou
ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente
contra liberdade de consciência, crença, culto
religioso ou ideias e sentimentos dignos de
respeito e veneração
C) for a forma necessária comum ou vulgar do
objeto ou, ainda determinada essencialmente por
considerações técnicas ou funcionais
O critério de exclusão será adotado no caso de marca,
de modo que verificamos quais as marcas que não
podem ser registradas, para então identificarmos quais
estarão aptas a serem registradas
Não podem ser registradas marcas que colidem com
outras já registradas
O único requisito exigido para a marca é o da novidade
tão somente com relação ao grupo onde se enquadra o
produto ou serviço a que está ligada
A novidade deve ser relativa (e não absoluta), pois
pode-se usar a mesma marca em ramos distintos
Não pode ter colidência com marca notória
A) novidade relativa
B) não ter colidência com marca notória
C) não ter impedimento legal (art. 124 da Lei
9.279/96)
****falsa identificação geográfica
MARCA DE ALTO RENOME MARCA NOTORIAMENTE CONHECIDA