Você está na página 1de 75

Inovação e

Criatividade
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Inovação e Criatividade – Brasília:


SEST/SENAT, 2016.

75 p. :il. – (EaD)

1. Habilidade. 2. Aptidão. I. Serviço Social do


Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte. III. Título.

CDU 159.928

ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 5

Unidade 1 | Conceitos e Fundamentos da Inovação 7

1 Inovação 8

Glossário 17

Atividades 18

Referências 19

Unidade 2 | Qual a Importância da Inovação 21

1 Importância da Inovação 22

Glossário 26

Atividades 27

Referências 28

Unidade 3 | Principais Condições para Inovar com Sucesso 30

1 Principais Condições para Inovar com Sucesso 31

Glossário 37

Atividades 38

Referências 39

Unidade 4 | Como Inovar 41

1 Como Inovar 42

2 O Processo de Inovação por Cadeia de Valor 43

2.1 Geração de Ideias 44

2.2 Desenvolvimento de Ideias 45

2.3 Apresentação dos Conceitos ou Difusão 46

3 O Processo de Inovação pela Metodologia Stage & Gates 46

4 Tipos de Inovação 50

Glossário 51

3
Atividades 52

Referências 53

Unidade 5 | Criatividade e Inovação 55

1 Criatividade e Inovação 56

Glossário 62

Atividades 63

Referências 64

Unidade 6 | Criatividade e Inovação como Ferramenta de Sucesso 66

1 Criatividade e Inovação 67

Atividades 71

Referências 72

Gabarito 74

4
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Inovação e Criatividade!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

O curso possui carga horária total de 20 horas e foi organizado em 6 unidades, conforme
a tabela a seguir.

Unidades Carga Horária


Unidade 1 | Conceitos e Fundamentos da Inovação 3h
Unidade 2 | Qual a Importância da Inovação 3h
Unidade 3 | Principais Condições para Inovar com Sucesso 3h
Unidade 4 | Como Inovar 3h
Unidade 5 | Criatividade e Inovação 3h
Unidade 6 | Criatividade e Inovação como Ferramenta de
5h
Sucesso

5
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br.

Bons estudos!

6
UNIDADE 1 | CONCEITOS E
FUNDAMENTOS DA INOVAÇÃO

7
1 Inovação

A inovação é parte essencial da história humana. O poder sensitivo e criativo é natural ao


homem como parte integrante do reino animal. A ação criativa também está presente
em outras espécies animais, porém deve-se atentar para diferenciar criatividade de
instinto: o João de Barro, por exemplo, que cria seu ninho com ramos, gravetos e barro.
Mamíferos como coelhos e gatos que retiram o próprio pelo para construir um ambiente
adequado para o nascimento de suas crias. Todos esses modelos de comportamento são
instintivos, não criativos: ou você já viu um sobrado de barro com elevador construído
por um João de Barro? Os chimpanzés, por outro lado, aproveitam-se de itens ao seu
redor para realizar suas tarefas de forma inovadora. A simples abertura de um coco,
por exemplo, é realizada de diversas maneiras por estes macacos. Eles jogam os cocos
no chão, do alto de árvores, batem com pedras e paus, batem contra árvores. Procuram
diferentes maneiras de realizar a tarefa.

8
De acordo com Ferreira (1988), ou simplesmente Dicionário
Aurélio, inovar significa: tornar novo; renovar, ou inda, introduzir
novidade em.

A própria forma de organizar, validar e dispor o conhecimento tem passado por


inovações constantes. Vejamos o caso da Wikipédia (www.wikipedia.com), uma
enciclopédia colaborativa, em que qualquer pessoa pode contribuir com conteúdo e
também ajudar a validá-lo ou descartá-lo. Embora a própria Wikipédia reconheça em
seus Termos e Condições de Uso que seu conteúdo “não deve ser considerado fonte
confiável para a elaboração de material de formação profissional”, vários conceitos
foram formados e validados por autoridades nos assuntos. Veja o conceito consolidado
sobre inovação que a comunidade criou:

Novidade ou renovação. A palavra é derivada do termo latino


innovatio, e se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado
e que pouco se parece com padrões anteriores. Hoje, a palavra
inovação é mais usada no contexto de ideias e invenções assim
como a exploração econômica relacionada, sendo que inovação é
invenção que chega no mercado. Atualmente, a separação entre
inovação e produção é considerada fraca, as vezes tendendo a se
mesclar e confundir com o passar do tempo.

De acordo com Christopher Freeman, Inovação é o processo que


inclui as atividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão
e que resulta na comercialização de novos (ou melhorados)
produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados)
processos.

Inovação pode ser também definida como fazer mais com


menos recursos, por permitir gamas de eficiência em processos,
quer produtivos quer administrativos ou orgânicos, quer na
prestação de serviços, potenciar e ser motor de competitividade.
(WIKIPÉDIA, 2017)

9
No nosso modelo atual de sociedade, orientado à especialização de atividades e à
remuneração por serviços realizados, inovar está diretamente associado ao mercado,
ao consumo. Mas nem sempre foi dessa forma e, felizmente, para algumas áreas do
conhecimento e do mercado, continua não sendo. A inovação está associada à
capacidade do ser humano de sonhar, de acreditar no novo e de projetar o futuro.

A poesia da inovação não era distante para


alguns dos maiores, mais importantes
e relevantes seres humanos que já
estiveram conosco. Albert Einstein, teria
questionado o que seria de um homem
sem os sonhos. Além disso, achava que
dormir bem e abrir a mente para as
possibilidades infinitas é o segredo da
criatividade. Ele era apaixonado pela
descoberta, pelo novo, e foi um dos
maiores cientistas do nosso tempo.

Vamos tratar de outros grandes homens, em diferentes tempos: Leonardo da Vinci,


Isaac Newton, Santos Dumont e Steve Jobs, que não são conhecidos apenas por seus
conceitos e invenções revolucionárias, mas também por suas frases e seus pensamentos
a frente de seus tempos. Essas pessoas foram grandes inovadores em diversas áreas,
pois mudaram a forma como vivemos. Muitas das inovações que produziram ainda
estão presentes em nosso dia a dia, mesmo anos após suas mortes.

Leia a seguir alguns dos pensamentos desses grandes inovadores.

• Isaac Newton

“O que sabemos é uma gota, o que não sabemos é um oceano.”

“Nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite


ousado.”

“Construímos muros demais e pontes de menos.”

• Santos Dumont

“As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso.”

“Na luta pelo progresso, só vale o sucesso.”

10
“Nem todo bom aluno é bom professor.”

“Há um ditado que ensina: o gênio é um grande paciente; sem


pretender ser gênio, teimei em ser um grande paciente. As
invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso,
em que não deve haver lugar para o esmorecimento.”

• Leonardo da Vinci

“Nunca imites ninguém. Que a tua produção seja como um novo


fenômeno da natureza.”

“Quem pensa pouco, erra muito.”

“A experiência nunca falha, apenas as nossas opiniões falham, ao


esperar da experiência aquilo que ela não é capaz de oferecer.”

• Steve Jobs

“A inovação é o que distingue um líder de um seguidor.”

“As pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas.”

“Você não consegue ligar os pontos olhando para frente; você só


consegue ligá-los olhando para trás. Então você tem que confiar que
os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em
algo – seu instinto, destino, vida, carma, o que for. Esta abordagem
nunca me desapontou, e fez toda diferença na minha vida.”

Agora que vimos alguns dos pensamentos de grandes inovadores que já nos deixaram,
vamos ver um pouco mais sobre o que aconteceu até os nossos dias atuais.

Durante a idade média (séculos V a XV), a humanidade passou por um período de dez
séculos de retrocessos em diversas áreas e com pouquíssimas inovações. As poucas
que aconteceram, em sua maioria, estavam relacionadas às guerras, que eram comuns.
Ainda durante este período, mais precisamente no final do século XV, aconteceu a maior
explosão de inovação já ocorrida na história do homem, não só em quantidade, como na
amplitude de áreas, como ciências, política, música, artes, entre outros. Nos períodos
do Renascimento (séculos XIV a XVII) e do Iluminismo (século XVIII), o conhecimento
em vários campos, como filosofia, política, ciências, economia, cultura, entre outros,

11
passou por diversas inovações e transformações, que levaram à realização das grandes
navegações e à formação da maioria dos países e das bases das sociedades que temos
atualmente. Sem as inovações de aproximadamente 500 anos atrás, provavelmente
não estaríamos no estágio de evolução atual.

Em 1500, o Brasil foi fundado. Em 2100, possivelmente, já existirão seres humanos


vivendo em outro planeta. Menos de 600 anos depois da época quando navegar da
Europa para outros continentes era uma arriscada viagem, movida basicamente pela
força dos ventos, o homem terá feito uma viagem de cerca de 230.000.000 km entre a
Terra e Marte, mais de 30.000 vezes maior do que aqueles 7.500 km entre a Europa e a
América do Sul, feita de Portugal para nosso país.

Inovar naquela época significava adorar o belo; entender que o ser humano como
criação e imagem divina expressava o que existia de mais perfeito. Dessa forma, as
criações também deveriam buscar a perfeição, como se atuassem como canal de
comunicação entre Deus e o homem.

Os “investidores” deste movimento de inovação foram ricos comerciantes, reis europeus


e papas. Os efeitos deste processo cruzaram mares e influenciaram o recém-criado
Brasil, até então habitado exclusivamente por índios. Com os colonizadores, vieram
vários conceitos e conhecimentos que estruturam a sociedade que hoje temos. Não
só na política, economia, língua e religião, os descobridores trouxeram e impuseram
seus conhecimentos, também nas artes e literatura. Houve forte influência, até mesmo
prevalência, das inovações externas ao continente descoberto.

Em 1455, o ourives alemão Johannes Gutenberg iniciou o que seria a maior revolução
daquele tempo, a prensa de tipos móveis. Esse equipamento promoveu uma transição
capaz de popularizar e incrementar a reprodução gráfica da escrita.

À época, o potencial transformador de tal inovação, não poderia ser antecipado, nem
mesmo pelos otimistas.

Assim como viria a ocorrer com a revolução computacional nos anos de 1990, a invenção
de Gutenberg abriu caminhos para que outras inovações pudessem se desenvolver.

Antes de tratarmos das inovações do final do século passado, é preciso abordar o novo
mundo apresentado pela Revolução Industrial e seus impactos na vida em sociedade,
inclusive no Brasil.

12
Na Europa e Estados Unidos dos séculos XVII e XVIII, houve uma grande mudança nos
processos de produção e de trabalho. Até então, tudo era fabricado artesanalmente,
manualmente, daí o nome manufatura. A grande inovação do motor a vapor deixou de
ser exclusividade do segmento de transportes ainda com as locomotivas e chegou ao
processo de fabricação, primeiramente para a produção de tecidos.

Nesse momento, uma invenção voltada para reduzir o tempo no percurso de longas
distâncias pelas ferrovias, às vezes transcontinentais, gerou uma grande e profunda
mudança na sociedade, o trabalhador passou a executar atividades para um patrão e
deixou de ser artesão.

As pessoas, inclusive as crianças, executavam tarefas nas primeiras fábricas,


aumentando, dessa forma, a movimentação econômica de suas regiões.

hh
Os grandes investidores, empresários e banqueiros precisavam
estimular a produção, precisavam que seus trabalhadores
permanecessem ativos e atentos às suas respectivas atividades.

A partir do crescimento da indústria na Europa nos anos e décadas que se passaram,


o consumo de café aumentou significativamente. E, dessa forma, o Brasil iniciou sua
participação e atuação na Revolução Industrial.

Os mesmos banqueiros e investidores que apostavam nos crescimentos industrial


e fabril na Europa iniciaram grandes movimentos de plantio de café e portuário no
país. Na medida em que o parque industrial europeu crescia, nossas fazendas de
café acompanhavam o ritmo. Também, por isso, o desenvolvimento e as inovações
brasileiras demoraram a ser impulsionados.

Em determinado momento, a quantidade de informações e orientações que precisavam


ser gerenciadas, e o esforço de guerra em que estiveram envolvidos os países da
Europa, Estados Unidos e países da Ásia, forçaram a necessidade do desenvolvimento
de alguma nova tecnologia de informações e comunicação que ajudasse, independente
do lado em que estavam lutando na II Guerra Mundial.

Mais uma vez, a inovação surge da necessidade de solucionar problemas que até então
não existiam, e seus impactos e projeção não podem ser controlados.

Em outro momento de nossa sociedade, surge um “novo motor a vapor”, mesclando


alta tecnologia computacional e de telecomunicações.

13
No dia 29 de junho de 2007, uma nova indústria foi criada como

ee fruto de uma inovação: Um Smartphone, com design moderno e


funções inteligentes, resultado da união de um tocador de
música MP3, câmera digital, telefone celular e dispositivo de
acesso à internet. Todos esses quatro aparelhos já existiam. A
inovação foi na implementação de um novo conceito e toda uma
nova proposta de usabilidade.

Este novo equipamento revolucionou primeiro os segmentos de informática e


telecomunicações. Em seguida, muitas outras indústrias e segmentos de serviços foram
diretamente afetados: música, turismo, jogos, fotografia, instituições financeiras e
transporte. Até a vida em sociedade foi afetada com a expansão fenomenal desse
dispositivo.

Fruto de todas essas alterações e de tamanha modificação nas economias, foi


designado um novo conceito para representar tudo de novo que está surgindo: a
economia criativa.

Na atual década (década de 2010), estamos prestes a viver uma nova revolução baseada
em inovação. Mas, desta vez, na área de energia e, retornando às origens, também na
área dos transportes.

Elon Reeve Musk, um sul-africano nascido em 1971, lançou entre 2012 e 2016 três
diferentes modelos de carros totalmente elétricos, com extremo sucesso. Seu último
lançamento, o Tesla 3, alcançou em apenas uma semana a marca de 325 mil unidades
vendidas antecipadamente ao lançamento do carro em 2016.

Seu projeto de um novo modelo de transporte coletivo de alta velocidade está prestes
a sair do papel, segundo o plano, ele irá ligar Los Angeles a San Francisco em um
trajeto de aproximadamente 1.500 km a ser percorrido em 35 minutos, com velocidade
estimada dos “vagões” em 1.200 km/h. O custo dessa obra está estimado em 6 bilhões
de dólares e passagens vendidas a 20 dólares.

Tanto o carro quanto o transporte por trilhos já existiam. Inovar, neste caso, foi repensar
e adequar o que já existia a uma nova realidade, para servir a um novo tipo de público,
que tem diferentes preocupações, necessidades e comprometimentos.

14
Como muito bem colocado por Steve Jobs, a inovação é um processo baseado na
necessidade que, às vezes, nem mesmo percebemos, até que alguém nos mostre. Ele dizia
que você só conseguirá ligar os pontos depois de um feito ter sido realizado, qualquer
que seja. Certa vez em um discurso, ele relacionou uma viagem de auto-descoberta feita
à Índia, um curso de caligrafia que tinha feito na universidade e o dia que conheceu seu
sócio, com a criação do computador pessoal, feita por sua empresa em 1976. Continuou
explicando que não viajara para o outro lado do planeta, nem se matriculara naquela
disciplina e tampouco se associou ao seu parceiro pensando em criar o computador
pessoal, mas que se algum destes pontos (viagem, matéria da universidade, sociedade)
não tivesse acontecido, ele não teria modificado a indústria da informação. Continua
explicando que na época não se acreditava em computadores pessoais, mas somente
em grandes equipamentos corporativos. Tanto que as grandes empresas do setor
demoraram mais de cinco anos para lançarem produtos concorrentes.

Por fim, o conceito de inovação vem recebendo, ao longo dos últimos anos, diferentes
abordagens e classificações que podem ser sistematizadas na tabela a seguir.
Quadro 1: Abordagens e classificação da inovação ao longo dos anos

Classificação da
Autor Características
Inovação

Pioneira O esquema apresentado por Crawfold


CRAWFOLD

(1994) tenta refletir o grau de aplicação


(1994)

Adaptativa da tecnologia para novas oportunidades


e também o grau de utilização dessa nova
Imitativa tecnologia para produtos existentes.
Utiliza a tecnologia existente e proporciona
Contínua o mesmo benefício que produtos
existentes.
VERYZER (1998)

Os produtos são percebidos como novos


Comercialmente
para o consumidor, porém utiliza tecnologia
descontinua
existente.
Tecnologicamente A entrega de novos benefícios envolve a
descontínua aplicação significativa de novas tecnologias.
Tecnológica e
O produto é percebido como novo e utiliza
comercialmente
novas tecnologias.
descontínua

15
Novas tecnologias cujo resultado se resume
em novas estruturas de mercado, com
Radical
descontinuidades em níveis de empresas e
clientes.
Produtos que produzem descontinuidades
Really New
no mercado ou tecnologicamente, mas não
Innovation
GARCIA E CALANTONE (2002)

ambos, em níveis macroeconômicos.


Associada a descontinuidades tecnológicas
ou mudanças na estratégia da empresa com
Descontínua
o intuito de modificar a curva S e converter
a inovação descontínua em radical.
Produtos que proporcionam novos aspectos,
Incremental vantagens ou melhorias em tecnologias ou
mercados existentes.
Incorporação de uma equipe de P&D ou
recursos em uma empresa concorrente,
após o lançamento de um produto da
Imitativa empresa inovadora, com a finalidade de
diminuir a distância tecnológica entre
ambas. A imitação de inovações pode alterar
a direção do mercado.
A empresa utiliza as competências de
Exploração exaustiva tecnologias e clientes/consumidores
existentes.
O novo produto é uma ferramenta para
Investigação construir novas competências relativas,
DANNIELS (2002)

exaustiva tanto para tecnologia quanto para clientes/


consumidores.
Explora tecnologia/Investiga clientes. Tenta
Leveraging
atrair clientes/consumidores através de
Technologial
produtos desenvolvidos baseando-se nas
Competence
competências tecnológicas existentes.
Explora clientes/consumidores/Investiga
Leveraging
tecnologia. Envolve construção tecnológica
Customer
para atrair uma grande parte das
Cometence
necessidades dos consumidores.

Fonte: Adaptado de Aranda, 2009.

16
gg
Para complementar seus estudos, leia o artigo disponível no link
a seguir, parte do portal de tecnologia Gizmodo.

http://gizmodo.uol.com.br/previa-primeiro-teste-hyperloop

Glossário

Iluminismo: movimento intelectual do século XVIII.

Ligar os pontos: remete aos desenhos formados através da interligação de pontos,


muito popular em revistas de lazer. Diz respeito a relação de eventos passados em
outro evento.

MP3: é uma abreviação de MPEG Layer 3, um formato de compressão de áudio digital.

MPEG: é o acrônimo de Moving Picture Experts Group, que em português quer dizer
Grupo de Experts em Imagens em Movimento.

Prensa de tipos móveis: máquina que permitia a impressão de textos em papéis. Sua
inovação era que os caracteres podiam ser alterados para que novos textos pudessem
ser impressos. Antes desta inovação os textos eram manuscritos, ou impressos em
processos similares aos da xilogravura, onde o texto era esculpido e depois repassado
ao papel por pressão de um elemento marcador, como o carvão.

Renascimento: é um movimento cultural, científico e artístico desenvolvido no século


XV e XVI na Europa.

Smartphone: termo em inglês para telefone inteligente, celular com opções variadas
que vão desde acesso à internet até câmeras fotográficas.

17
Atividades

aa
1) Assinale a alternativa correta. Inovar é um processo novo
para o ser humano?

a. ( ) Sim. Inovar é tão recente quanto o uso de tecnologia.

b. ( ) Não. Surgiu com a escrita no Egito antigo.

c. ( ) A inovação é parte essencial da história humana. O poder


sensitivo e criativo é natural ao homem como parte integrante
do reino animal.

d. ( ) Sim. Surgiu com a invenção da impressão.

2) Identifique corretamente o pensamento e o autor das


sentenças abaixo:

a. ( ) “Na luta pelo progresso, só vale o sucesso.” - Steve Jobs

b. ( ) “Quem pensa pouco, erra muito.”- Sir Isaac Newton

c. ( ) “As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho


teimoso.”- Santos Dumont

d. ( ) “O que sabemos é uma gota, o que não sabemos é um


oceano.” - Leonardo Da Vinci.

18
Referências

ARON, Rodrigo. Por dentro da segurança bancária. Portal da internet: 2013.


Disponível em: <http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=14517&sid=42&tpl=printerview>. Acesso em: 20 maio 2016.

ALENCAR, E. M.; FLEITH, D. Contribuições Teóricas Recentes ao Estudo da


Criativdade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, 2003.

ALI, Adbul. Pioneirismo vs Inovação incremental. The Journal of Product Innovation


Management. Disponível em: <www.wiley.com>. Acesso em: 4 set. 2016.

AMABILE, T. M. Motivating Creativity in Organization: On doing what you love and


loving what you do. California Management Review. Berkeley California, 1997.

BEZERRA, Charles. A máquina da inovação: mentes e organizações na luta por


diferenciação. Porto Alegre: Bookman, 2011. 83 p.

CHESBROUGH, Henry W. A era da inovação aberta. Massachusetts: MIT Sloan


Managernent Review, 2003a.

_______. O melhor caminho para inovar. Harvard Business Review, 2003b.

FERNANDES, Ana Luíza. Empresas inovadores que fizeram sucesso em 2015.


Disponível em: <http://www.e-konomista.com.br/d/empresas-inovadoras/>. Acesso
em: 27 jan. 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua


Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

GARDNER, David. THORNHILL, Ted. Steve Jobs’s secret legacy: Dying Apple boss left
plans for four years of new products. Portal da internet, 2011. Disponível em <http://
www.dailymail.co.uk/news/article-2046397/Steve-Jobs-dead-Apple-boss-left-plans-4-
years-new-products.html>. Acesso em: 15 ago. 2016.

GERO, J. S. (Ed.). Artificial intelligence in design. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000

19
HULL, Dana. Tesla recebe 325 mil pedidos por model 3 na 1ª semana. 2016. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/tesla-recebe-325-mil-pedidos-por-
model-3-na-1a-semana>. Acesso em: 15 maio 2016.

ISAKSEN, S.; LAURER, K. The climate for creativity and change in teams. Creativity
and Innovation Management. Oxforf-United Kingdom, 2002.

KELLEY, Tom; LITTMAN, Jonathan. A arte da inovação. Futura, 2001.

LARVOR, B. Lakatos: an introduction. London: Routledge, 1998.

LUBIATO, Kelly. Inovação não acontece todos os dias. Apólice, São Paulo, v. 1, n. 195, p.6-
7, fev. 2015. Disponível em: <http://www.domsp.com.br/wp-content/uploads/2015/03/
Inovação-não-acontece-todos-os-dias.pdf>. Acesso em: 4 set. 2016.

MENEGHETTI, Daniel. Inovação. Portal da internet, 2017. Disponível em: http://www.


danieldomeneghetti.com.br/. Acesso em: 4 de set. 2016.

NEMETH, C. J. Managing Innovation: When less is more. California Management


Review. Berkely California, 1997.

SCHWEIZER, T. S. The psychology of novekty-seeking, creativity and innovation:


neurocognitive aspects within a work-psychological perspective. Creativity and
Innovation Mangement. Oxford-United Kingdom. 2006.

TORN, Andrews; YAMASHITA, Keith. Avançando rapidamente para inovação.


Estratégia e Inovação, 2003

20
UNIDADE 2 | QUAL A
IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO

21
1 Importância da Inovação

Um dos melhores exemplos da importância da necessidade de inovação provavelmente


está no seu bolso, na sua bolsa ou mochila.

Em 1985, tratando apenas da parte relevante para este momento de uma longa e
conturbada história, a empresa que criou o primeiro computador pessoal, entrou em
queda e quase chegou a falir em razão de processos gerenciais inadequados, produtos
pouco competitivos e uma série de outros fatores. O resultado foi a demissão de seu
presidente, ninguém menos que um dos fundadores e dos principais sócios, Steve Jobs.

Somente em 1996, após vários gestores e projetos fracassados, Steve Jobs retornou a
sua própria empresa, ainda como consultor.

22
Em 1999, de forma silenciosa e por muitos considerada ilegal, teve início o movimento
de popularização das músicas em formato digital (MP3), trocadas entre pessoas através
de programas de computador, gratuitos, que tornaram possível o compartilhamento
das músicas.

Em 2001, paralelamente aos inúmeros


incidentes envolvendo as maiores
gravadoras do mundo e o software
mais famoso usado para este
compartilhamento, a empresa de Steve
Jobs inova mais uma vez: lançando um
tocador de música MP3, com um design
moderno. Para alimentar o tocador
com novas músicas, foi inaugurado
um serviço de venda de músicas pela
internet, a preços considerados baixos.
Isto fez com que o mercado musical e
toda indústria envolvida no mundo da
música se movimentasse como jamais havia ocorrido, algumas empresas relutaram em
aceitar a inovação, outras a trataram como uma grande oportunidade. Esse conjunto
de inovações foi intenso o bastante para praticamente decretar a morte do compact
disc (CD) anos mais tarde.

Temos no Brasil outro excelente exemplo da importância da inovação no tempo


adequado. Quem tem mais de 30 anos de idade certamente se lembrará de uma das
principais marcas de eletrônicos do Brasil. Esta empresa dominou o mercado de áudio
e vídeo no Brasil do final da década de 1960 até os primeiros anos da década de 1990.
Neste período, a empresa era sinônimo de inovação e confiabilidade.

Para que isso fosse possível, a companhia operava sob um conceito que é utilizado
com grande ênfase atualmente pelo mercado de telefonia celular: A obsolescência
programada.

Obsolescência programada é tão comum hoje que as pessoas já estão habituadas a


aguardar pelo próximo modelo de seu smartphone ano após ano.

23
Este modelo de negócios prevê que irá se desenvolver, fabricar

cc e distribuir uma nova linha de determinado equipamento com o


objetivo de tornar o modelo ou os modelos anteriores obsoletos
e em alguns casos não funcionais. Dessa forma, o consumidor
satisfeito e habituado com a performance de seu equipamento
irá adquirir o modelo novo, a fim de permanecer sempre com o
equipamento de melhor performance.

Assim, a inovação torna-se também programada e com prazos bem determinados,


ou ela acontece de maneira natural, mas a indústria aguarda para que novas
funcionalidades e operações sejam ofertadas ao público gradualmente, mantendo o
ciclo da obsolescência programada por muitos e muitos anos.

De acordo com o jornal Daily Mail da Inglaterra (2011), Steve Jobs, que faleceu em
2011, teria deixado todo o planejamento de inovações dos próximos 4 anos.

Porém, apesar da aplicação da obsolescência programada na empresa que dominava o


mercado brasileiro de eletrônicos até os anos de 1990 e de ser conhecida por ser uma
empresa inovadora, três fatores moldaram o comportamento da empresa:

• Elevadas taxas ou proibição de importação de equipamentos eletrônicos;

• O “Milagre econômico Brasileiro”;

• Criação da Zona Franca de Manaus.

Nota-se então que tanto a ascensão da marca quanto seu sucesso estão amplamente
associados aos constantes ciclos de inovação. A empresa nacional que dominou o
mercado até a década de 1990, não acompanhou o ritmo das mudanças na velocidade
de suas concorrentes e tentou expandir sua atuação através da compra de outras
empresas que não eram inovadoras. Falta de agilidade e uma estratégia de expansão
equivocada contribuíram para sua redução quase ao nível de extinção.

24
Mas, afinal, o que é inovação? No ambiente empresarial, de
acordo com o especialista Daniel Domeneghetti (em seu portal
da internet), é ter aptidão corporativa para evoluir ou transformar
os padrões vigentes. Transformar é gerar uma mudança
significativa dos processos de trabalho, modelos de negócios,
sistemas de controle e gerenciamento, produtos, serviços,
tecnologias, comportamentos, entre outros. Ainda segundo
Daniel, apenas a inovação agrega valor à empresa, seus acionistas
e clientes.

Estando clara a importância da inovação para a sobrevivência das empresas, será


possível estimar um valor para a inovação?

Estabelecer um valor é tão distinto para cada empresa como a própria proposta de
inovação.

Determinadas empresas são capazes de identificar as boas ideias, mas são ineficazes em
tirá-las do papel. Outras são excelentes lançadoras de produtos e serviços inovadores,
mas são incapazes de mantê-las em razão de falhas gerenciais.

Dentro do universo financeiro de cada organização, realizar uma separação do processo


de inovação e sua real consequência em receita ou mesmo de redução de perdas, é
uma tarefa árdua, uma vez que não há elementos concretos contábeis ou de mercado
para que se estabeleça tal resultado.

Por outro lado, submeter a empresa a processos de inovação sem que haja uma análise
interna e externa pode ser bastante prejudicial. O entendimento do funcionamento do
sistema de inovação e do ambiente adequado para sua evolução é essencial para que
ela ocorra, como veremos a seguir.

Nas últimas décadas, empresas médias e grandes no Brasil têm investido no


desenvolvimento de ideias e em inovação para atender melhor as expectativas dos
consumidores internos e também para sobreviverem em meio à crise.

Um ranking com as 10 empresas mais inovadoras do Brasil, elaborada por uma


consultoria, traz empresas de diversos segmentos, como beleza e cosméticos, comércio
eletrônico, acessórios, eletrodomésticos, bancário, alimentação e saúde.

25
Assim, fica claro que inovar não é uma ação exclusiva de empresas de ponta, de
tecnologia. A necessidade de inovação está presente em todos os segmentos da
economia.

Glossário

Obsolescência programada: significa reduzir a vida útil de um produto para aumentar


o consumo de versões mais recentes.

26
Atividades

aa
1) Assinale a alternativa correta. Quais fatores moldaram o
comportamento da empresa que dominava o mercado
brasileiro de eletrônicos?

a. ( ) Falta de concorrência, baixas taxas e exportação de


produtos.

b. ( ) Baixas taxas de juros, importação de equipamentos e


criação da Zona Franca de Manaus.

c. ( ) Concorrência com outras empresas do mesmo segmento


e exportação dos produtos.

d. ( ) Elevadas taxas ou proibição de importação de


equipamentos eletrônicos, o milagre econômico brasileiro e a
criação da Zona Franca de Manaus.

2) Assinale a alternativa correta. Inovar é uma ação exclusiva


de qual segmento?

a. ( ) Tecnologia.

b. ( ) Todos os segmentos da economia.

c. ( ) Ciência.

d. ( ) Moda.

27
Referências

ARON, Rodrigo. Por dentro da segurança bancária. Portal da internet: 2013.


Disponível em: <http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=14517&sid=42&tpl=printerview>. Acesso em: 20 maio 2016.

ALENCAR, E. M.; FLEITH, D. Contribuições Teóricas Recentes ao Estudo da


Criativdade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, 2003.

ALI, Adbul. Pioneirismo vs Inovação incremental. The Journal of Product Innovation


Management. Disponível em: <www.wiley.com>. Acesso em: 4 set. 2016.

AMABILE, T. M. Motivating Creativity in Organization: On doing what you love and


loving what you do. California Management Review. Berkeley California, 1997.

BEZERRA, Charles. A máquina da inovação: mentes e organizações na luta por


diferenciação. Porto Alegre: Bookman, 2011. 83 p.

CHESBROUGH, Henry W. A era da inovação aberta. Massachusetts: MIT Sloan


Managernent Review, 2003a.

_______. O melhor caminho para inovar. Harvard Business Review, 2003b.

FERNANDES, Ana Luíza. Empresas inovadores que fizeram sucesso em 2015.


Disponível em: <http://www.e-konomista.com.br/d/empresas-inovadoras/>. Acesso
em: 27 jan. 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua


Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

GARDNER, David. THORNHILL, Ted. Steve Jobs’s secret legacy: Dying Apple boss left
plans for four years of new products. Portal da internet, 2011. Disponível em <http://
www.dailymail.co.uk/news/article-2046397/Steve-Jobs-dead-Apple-boss-left-plans-4-
years-new-products.html>. Acesso em: 15 ago. 2016.

GERO, J. S. (Ed.). Artificial intelligence in design. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000

28
HULL, Dana. Tesla recebe 325 mil pedidos por model 3 na 1ª semana. 2016. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/tesla-recebe-325-mil-pedidos-por-
model-3-na-1a-semana>. Acesso em: 15 maio 2016.

ISAKSEN, S.; LAURER, K. The climate for creativity and change in teams. Creativity
and Innovation Management. Oxforf-United Kingdom, 2002.

KELLEY, Tom; LITTMAN, Jonathan. A arte da inovação. Futura, 2001.

LARVOR, B. Lakatos: an introduction. London: Routledge, 1998.

LUBIATO, Kelly. Inovação não acontece todos os dias. Apólice, São Paulo, v. 1, n. 195, p.6-
7, fev. 2015. Disponível em: <http://www.domsp.com.br/wp-content/uploads/2015/03/
Inovação-não-acontece-todos-os-dias.pdf>. Acesso em: 4 set. 2016.

MENEGHETTI, Daniel. Inovação. Portal da internet, 2017. Disponível em: http://www.


danieldomeneghetti.com.br/. Acesso em: 4 de set. 2016.

NEMETH, C. J. Managing Innovation: When less is more. California Management


Review. Berkely California, 1997.

SCHWEIZER, T. S. The psychology of novekty-seeking, creativity and innovation:


neurocognitive aspects within a work-psychological perspective. Creativity and
Innovation Mangement. Oxford-United Kingdom. 2006.

TORN, Andrews; YAMASHITA, Keith. Avançando rapidamente para inovação.


Estratégia e Inovação, 2003

29
UNIDADE 3 | PRINCIPAIS
CONDIÇÕES PARA INOVAR COM
SUCESSO

30
1 Principais Condições para Inovar com Sucesso

Mesmo que boa parte das empresas hoje saiba que em algum momento terão de
estabelecer processos de inovação para que sobrevivam, infelizmente ainda não há
uma literatura específica que possa indicar o melhor caminho. Uma metodologia
definitiva para se aplicar à inovação e profissionais especializados nisso ainda são
escassos e pouco conhecidos.

Este conjunto de fatores aponta que o processo de inovação e suas condições essenciais
ainda precisam desenvolver, no Brasil, uma série de aspectos preliminares para que
possa ser exercido plenamente pelas empresas.

Nos Estados Unidos, em meados da década de 1980, foi proposto que a metodologia
Stage & Gates (que será apresentada na unidade 4) fosse adaptada para inovação.
Este modelo foi adotado rapidamente por mais de 70% das empresas de acordo com
pesquisa realizada em 2003.

Foram diagnosticados dois fatores essenciais para que o projeto de inovação possa ser
iniciado: realizá-lo corretamente e executar projetos corretos.

31
• Realizar um projeto corretamente significa:

- Capacitar e utilizar uma equipe multidisciplinar, ou seja, de diferentes formações


e conhecimentos;

- Entender e conhecer os limites da empresa, sejam eles financeiros, de pessoal,


físicos etc;

- Realizar uma pesquisa de mercado. Mesmo que os clientes muitas vezes não
saibam o que quer, eles podem indicar um caminho, dar pistas do que é preciso
inovar;

- Ter uma definição clara de que se quer inovar. Somente ter a intenção de realizar
qualquer inovação não significa que os tomadores de decisão estão dispostos a
arriscar.

• Executar projetos corretos significa:

- Aplicar técnicas de administração e gestão durante o processo. Inovar por


si só já apresenta elementos desconhecidos. Operar estes elementos “no
escuro” equivale a pousar um avião de grande porte com olhos vendados e sem
instrumentos;

- Avaliar as propostas de inovação estabelecendo prioridades e selecionando os


mais adequados para determinado momento. Vide o conceito de “Obsolescência
programada”.

Antes de inovar é preciso respeitar o ambiente organizacional,

cc suas limitações, suas forças e principalmente conhecer


profundamente suas fraquezas. Inovar em áreas em que a
empresa é fraca ou não dispõe do fator humano adequado e
engajado significa fracasso na maior parte das vezes.

Via de regra são 8 os fatores a serem observados antes de dar prosseguimento ao


projeto de inovação:

• Há qualidade na ideia e capacidade do empreendedor para chegar ao lançamento?

32
• Inovar é arriscar. Os tomadores de decisão estão conscientes e dispostos a colocar
a inovação em prática sem que eventualmente sofram sanções ou punições caso
a inovação não funcione conforme imaginado ou proposto.

• Os pontos de decisão estão claros para todos os envolvidos? Isso significa


a possibilidade de se abortar o projeto sem que haja dano para nenhum
departamento.

• É possível realizar uma proposta inicial clara do que, como e para que tal inovação
irá atender ou servir?

• As equipes ou as pessoas envolvidas podem trabalhar em paralelo? Em alguns


casos a velocidade é essencial para o sucesso da inovação proposta.

• As equipes ou as pessoas envolvidas são multidisciplinares? Uma ideia de inovação


míope pode significar fracasso. Visões diferentes contribuem para o sucesso.

Caso não possa contar com outras pessoas diretamente envolvidas no processo de
inovação, consulte pessoas próximas, peça opinião.

• A disposição e o capacidade de empreender existentes irão impor ritmo no


trabalho. Existirá muito trabalho não previsto inicialmente.

• Uma inovação, por melhor que seja, pode não agradar a todos. As inovações trazem
surpresas, novidades, e nem todas as pessoas gostam de ser surpreendidos ou
de novidades. Então não se preocupe quando inovar em agradar ou ser aceito
por todos.

O livro “A arte da Inovação” de Tom Kelley e Jonathan Littman sugere a realização


do brainstorm como pontapé inicial, como fase de “aquecimento” dos projetos de
inovação.

Com a criatividade que é peculiar ao ambiente da publicidade, o norte-americano Alex


Osborn desenvolveu esta dinâmica com duas finalidades:

• Desenvolver novas ideias;

• Solucionar um problema.

33
Normalmente realizada em grupo, mas sem nada que impeça de ser realizada
individualmente, trabalhar com uma “tempestade de ideias” costuma ser uma atividade
bastante prazerosa além de animada. Por isso mesmo, é importantíssimo estabelecer
premissas e as regras para que o processo não se transforme em uma algazarra ou uma
grande bagunça sem foco ou assertividade.

• Ausência de julgamento: todas as ideias são válidas por mais estranhas que
pareçam em uma primeira avaliação. Não é permitida a autocrítica – pensar e não
falar ou colocar no papel em casos individuais prejudica todo o processo.

• Todas as ideias são bem-vindas: misturar um elefante de bolinhas roxas com uma
girafa pode soar estranho, mas também ser uma grande solução.

• Não existem barreiras hierárquicas ou estereótipos proibidos. A contribuição de


todos tem a mesma importância e devem ser consideradas. As ideias surgem de
todos e de todos os lugares.

Com base nessas premissas, devem-se considerar as seguintes regras básicas:

• Mantenha o foco. Como a proposta é bastante informal, é comum o surgimento


de conversas que não contribuem para nada;

• Deixe as críticas não construtivas fora de seus comentários. Análises negativas


sobre as ideias dos outros podem ser bastante prejudiciais, desanimando o
empreendedor e matando boas ideias, antes mesmo que elas nasçam;

• Anote tudo. Determine um ou mais responsáveis por anotar tudo, todas as ideias.
Essas pessoas não podem, em hipótese alguma, escolher ou julgar quais ideias
devem ir papar o papel;

• Mantenha a via livre. Não acumule ideias ou pensamentos. Vale tudo. Uma ideia
deve ser exposta para que outra ocupe seu lugar e assim sucessivamente;

• Desapegue. Não há regras para que se sugira uma ideia ou solução. Dito isso, não
deve haver apego pela própria ideia ou por alguém neste momento;

• As ideias devem ser simples. Sintetizar a ideia nesse momento é essencial. Se há


necessidade de explicá-la, tente fazer de forma bastante breve.

34
Definidas as regras básicas, sugere-se a utilização do modelo proposto por Aranda
(2009):

• Composição do grupo

- Um moderador da proposta e entre 4 e 15 pessoas;

- Heterogêneo, com a participação de pessoas das mais diferentes áreas de


conhecimento, faixa etária, sexo etc;

- Sem estrutura hierárquica definida no grupo. Porém, a participação da alta


gerência pode inibir a proposição de ideias.

• Moderador

- Deve apenas organizar e conduzir as atividades, sem influenciar ou conduzir na


direção de determinada ideia ou solução;

- Deve zelar pela harmonia do ambiente e expor o problema ou a proposta de


trabalho com clareza;

- A fim de estimular, deve iniciar com pressupostos absurdos;

- Em momentos em que há baixa frequência de novas ideias, deve estimular e


encorajar os demais.

• Procedimentos

- A equipe de trabalho deve abandonar a inibição e timidez;

- Não pode haver críticas ou comentários sobre as ideias propostas;

- Toda proposição é válida, logo tudo deve ser anotado;

- Uma ideia normalmente aponta para o surgimento de outra, logo o processo


deve ser dinâmico e animado;

- Não pode haver desenvolvimento prático de nenhuma ideia proposta no


momento do brainstorm.

• Resultados

- Realização de um fechamento ou revisão final a fim de excluir as ideias repetidas


e concluir algum detalhamento que possa ter ficado pendente;

35
- Devem ser apresentados
posteriormente aos empregados
com conhecimentos específicos,
de acordo com cada ideia, a fim
de analisar a real viabilidade de
execução.

Concluída esta fase de brainstorm, parte-


se para o emprego de outras ferramentas
para que as ideias possam ser filtradas e
trabalhadas.

Os processos seguintes mais conhecidos são: Diagrama em espinha de peixe, Canvas e


o Grupo nominal.

De todas as boas histórias contadas sobre brainstorm, duas costumam exemplificar


muito bem as vantagens de se começar um processo de inovação com ele.

Durante a corrida armamentista que aconteceu durante a Guerra Fria,1 a conquista do


espaço era essencial para mostrar o poderio tecnológico e militar de ambos os lados.
Foram muitas as inovações que aconteceram neste período, nas mais diferentes áreas:
computação, engenharia, têxtil, biológicas, design...enfim. Praticamente todas.

Um dos casos mais curiosos está associado ao instrumento de anotação que deveria
ser utilizado pelos astronautas. Horas foram gastas para estabelecer como seria o
funcionamento de uma caneta esferográfica ou tinteiro. Diversos modelos, amostras e
protótipos foram tentados. Eis que de repente alguém surge com a seguinte sugestão:
Por que não usar lápis?!

Agora que a ideia de usar o lápis foi apresentada, parece obvio, tão óbvio que pode nos
levar a pensar: “por que não pensei nisso antes? ”

1 Designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e
a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações
e suas zonas de influência.

36
Um outro caso emblemático é do navegador e desbravador Amyr Klink2. Quando estava
organizando sua aventura para Antártida, diversos equipamentos da embarcação
precisaram ser repensados para que pudesse retornar com segurança, pois estaria
sozinho durante meses.

O mastro do barco, por exemplo. Com o frio e a umidade era sabido que haveria muita
formação de gelo, o que dificultaria ou mesmo impediria o pleno funcionamento das
velas, responsáveis pela locomoção da embarcação. Grandes quantidades de gelo no
mastro podem travar as velas, impedindo que sejam erguidas ou recolhidas, sem contar
um risco maior que é o aumento de peso sem distribuição homogênea. A embarcação
poderia pender para um dos lados.

Engenheiros e físicos foram envolvidos. Mas a solução foi muito mais simples: ela foi
feita em material preto. Dessa forma, absorveria o calor do sol e derreteria o gelo
naturalmente, sem que fosse necessário todo um sistema ou mecanismo para isso.

Tão simples quanto utilizar lápis no espaço!

Glossário

Brainstorm: é uma expressão do Inglês que ignifica tempestade cerebral ou tempestade


de ideias. É uma dinâmica utilizada para que as pessoas exponham suas ideias sem ser
censuradas ou julgadas pelo que dizem.

2 Amyr ficou conhecido por suas expedições marítimas, que empreendeu geralmente sozinho. O primeiro feito a ser
amplamente divulgado ocorreu em 1984, quando realizou a travessia solitária em um barco a remo no oceano Atlântico.
Em dezembro de 1989, viajou rumo à Antártida em um veleiro especialmente construído para a expedição, o Paratii.
Permaneceu sozinho por um ano na região, sendo que por sete meses, seu barco ficou preso no gelo da Baía de Dorian.
Da Antártida, rumou em direção ao Pólo Norte e retornou ao ponto de partida, a cidade de Paraty (RJ), em outubro de
1991.

37
Atividades

aa
1) Assinale a alternativa correta. Foram diagnosticados dois
fatores essenciais para que o projeto de inovação possa ser
iniciado. São eles:

a. ( ) Basta ter uma ideia.

b. ( ) Ter criatividade e executar corretamente os projetos.

c. ( ) Realizar um projeto corretamente e executar os projetos


corretos.

d. ( ) Ter uma ideia criativa e realizá-la corretamente.

2) Assinale a alternativa correta. Para realizar um projeto


corretamente, deve-se:

a. ( ) Capacitar e utilizar uma equipe multidisciplinar, ou seja,


de diferentes formações e conhecimentos.

b. ( ) Ter uma equipe em que as pessoas tenham a mesma


formação e os mesmos conhecimentos.

c. ( ) Não ter uma equipe, já que inovar é um processo individual


e não depende de uma equipe.

d. ( ) Ter uma equipe onde pelo menos um integrante tenha


conhecimento na área de tecnologia.

38
Referências

ARON, Rodrigo. Por dentro da segurança bancária. Portal da internet: 2013.


Disponível em: <http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=14517&sid=42&tpl=printerview>. Acesso em: 20 maio 2016.

ALENCAR, E. M.; FLEITH, D. Contribuições Teóricas Recentes ao Estudo da


Criativdade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, 2003.

ALI, Adbul. Pioneirismo vs Inovação incremental. The Journal of Product Innovation


Management. Disponível em: <www.wiley.com>. Acesso em: 4 set. 2016.

AMABILE, T. M. Motivating Creativity in Organization: On doing what you love and


loving what you do. California Management Review. Berkeley California, 1997.

BEZERRA, Charles. A máquina da inovação: mentes e organizações na luta por


diferenciação. Porto Alegre: Bookman, 2011. 83 p.

CHESBROUGH, Henry W. A era da inovação aberta. Massachusetts: MIT Sloan


Managernent Review, 2003a.

_______. O melhor caminho para inovar. Harvard Business Review, 2003b.

FERNANDES, Ana Luíza. Empresas inovadores que fizeram sucesso em 2015.


Disponível em: <http://www.e-konomista.com.br/d/empresas-inovadoras/>. Acesso
em: 27 jan. 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua


Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

GARDNER, David. THORNHILL, Ted. Steve Jobs’s secret legacy: Dying Apple boss left
plans for four years of new products. Portal da internet, 2011. Disponível em <http://
www.dailymail.co.uk/news/article-2046397/Steve-Jobs-dead-Apple-boss-left-plans-4-
years-new-products.html>. Acesso em: 15 ago. 2016.

GERO, J. S. (Ed.). Artificial intelligence in design. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000

39
HULL, Dana. Tesla recebe 325 mil pedidos por model 3 na 1ª semana. 2016. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/tesla-recebe-325-mil-pedidos-por-
model-3-na-1a-semana>. Acesso em: 15 maio 2016.

ISAKSEN, S.; LAURER, K. The climate for creativity and change in teams. Creativity
and Innovation Management. Oxforf-United Kingdom, 2002.

KELLEY, Tom; LITTMAN, Jonathan. A arte da inovação. Futura, 2001.

LARVOR, B. Lakatos: an introduction. London: Routledge, 1998.

LUBIATO, Kelly. Inovação não acontece todos os dias. Apólice, São Paulo, v. 1, n. 195, p.6-
7, fev. 2015. Disponível em: <http://www.domsp.com.br/wp-content/uploads/2015/03/
Inovação-não-acontece-todos-os-dias.pdf>. Acesso em: 4 set. 2016.

MENEGHETTI, Daniel. Inovação. Portal da internet, 2017. Disponível em: http://www.


danieldomeneghetti.com.br/. Acesso em: 4 de set. 2016.

NEMETH, C. J. Managing Innovation: When less is more. California Management


Review. Berkely California, 1997.

SCHWEIZER, T. S. The psychology of novekty-seeking, creativity and innovation:


neurocognitive aspects within a work-psychological perspective. Creativity and
Innovation Mangement. Oxford-United Kingdom. 2006.

TORN, Andrews; YAMASHITA, Keith. Avançando rapidamente para inovação.


Estratégia e Inovação, 2003

40
UNIDADE 4 | COMO INOVAR

41
1 Como Inovar

Como já foi colocado, não há como estabelecer premissas e passos para que os processos
dos projetos de inovação tenham uma garantia de 100% de sucesso. Entretanto, a
consciência de que inovar é essencial para a sobrevivência da organização no cenário
competitivo atual é o primeiro grande passo para um resultado satisfatório.

Inovar é um processo dinâmico pelo qual a organização deve prosseguir conscientemente


em todas as etapas. A estratégia deve estar voltada para três pontos principais:
sobrevivência organizacional, visão do futuro da organização e o cliente.

Estando consciente destes três pontos, a gestão do processo de inovação deve


considerar:

• Tamanho da empresa;

• Área de atuação;

42
• Cultura e estrutura organizacional;

• Composição do mercado/concorrência;

• Target ou resultado esperado.

2 O Processo de Inovação por Cadeia de Valor

A inovação é um processo determinado por três fases:

1. Geração de ideias;

2. Desenvolvimento das ideias;

3. Apresentação dos conceitos ou difusão.

Em todas elas, deve haver uma movimentação constante na busca interna, dentro da
empresa e de seus grupos de contato, e externa por soluções, em outras empresas e
grupos, seleção de ideias mais adequadas e propagação delas por todas as áreas da
organização como forma de captar mais envolvidos e consequentemente mais ideias.

A maior parte das falhas e dos fracassos das inovações acontece em uma destas 3 fases.

A organização em sua maioria não possui forças em todas essas fases de trabalho.
Cada organização é mais forte em determinadas ações e mais fraca em outras. Essa
consciência faz com que os agentes tomadores de decisões possam concentrar
esforços e atenção nos “elos” mais fracos dessa cadeia que precisam de maior reforço
e atenção. Por exemplo, o departamento de marketing de sua empresa pode não estar
preparado para o lançamento de um produto em todo o Brasil, por estar estruturado
para atender apenas uma região. Neste caso, pode ser o “elo fraco” que necessita de
reforço. O mesmo pode ser feito através de uma ação maior, como a reestruturação
do departamento, ou através da terceirização destes serviços para aquele lançamento
específico, entre outras opções.

43
2.1 Geração de Ideias

“Toda inovação começa com boas ideias”. É partindo desta afirmativa que iniciamos a
ação inovadora. Mas onde encontrar esta fonte criativa?

O local mais comum de iniciar esta busca é junto aos próprios funcionários e expandir
o raio de busca em outros departamentos.

Dessa forma, fragmentos de ideias se agrupam com ideias maiores e a troca de


informações, conceitos e ideias de diferentes departamentos convergem para uma
quantidade reduzida de ideias maiores. É como se a formação de ideias acontecesse
da mesma forma que a dos planetas: pequenos fragmentos se agrupam e aumentam
sua força gravitacional, atraindo cada vez mais partes pequenas, médias e grandes, até
que surge um novo planeta, único, formado de diferentes tipos de fragmentos e de
materiais.

hh
Essas ideias não necessariamente precisam vir de dentro das
empresas. A observação por agentes externos e a influência do
mercado, clientes, usuários, universidades, outras empresas,
centros de pesquisa e fornecedores também contribuem
ativamente para construção de boas ideias.

Tal falta de atenção às ideias do mercado pode ser tão fatal quanto à falta de inovação.

Uma grande empresa japonesa, por exemplo, perdeu a oportunidade de ter o domínio
do mercado de câmeras fotográficas digitais.

No final da década de 1990, quando houve a primeira onda de popularização das


imagens digitais, os engenheiros e as equipes de inovação dessa empresa adotaram a
postura de que se não havia sido inventado por eles, não seria bom.

Todo o mercado concorrente utilizava determinado padrão de cartão de memória, mas


os engenheiros insistiam que o cartão inventado por eles era muito melhor e manteve
firme posição em lançar seus equipamentos capazes de ler apenas esse tipo de cartão.

44
Apesar de a ideia ter sido boa, colocada em prática e em produção, e possivelmente
melhor que a concorrente, o mercado já havia adotado outro padrão e não estava
disposto a trocar.

Esse mesmo padrão de comportamento da empresa aconteceu anteriormente para


TVs e tocadores MP3 em substituição ao toca fitas e ao Discman.

Até hoje a empresa arca com os prejuízos de “se eu não inventei, não é bom”.

2.2 Desenvolvimento de Ideias

Saber triar, escolher em que ideias


apostar e investir tempo e dinheiro é
outro problema.

Novas ideias não se desenvolvem


se não encontrarem um ambiente
propício e mecanismos internos aptos
a fomentarem seu crescimento. Caso
isso não esteja disponível, as novas
ideias podem se transformar em novos
problemas, dores de cabeça e gargalos.

Ao perceber que o ambiente não está preparado para novas ideias crescerem as
pessoas e o próprio sistema organizacional vão eliminá-las. Não haverá mais interesse
em inovação, pois do que adianta contribuir com ideias, participar de reuniões e sair
delas cheio de esperanças se, por exemplo, o orçamento é menor do que o esperado
e insuficiente para executar a ideia? As próprias pessoas que deveriam trabalhar as
inovações, formarão blocos e barreiras porque não acreditam mais nas mudanças.
Todo o esforço que, porventura, tenham feito em algumas tentativas foi em vão por
falta de preparação da empresa em executá-las.

O primeiro passo para o desenvolvimento das ideias, após recebê-las, é identificar


as melhores com uma triagem rigorosa, que objetiva identificar aquelas que estão
alinhadas com os valores, estratégia e princípios da empresa e que tem potencialidade
para se tornarem realidade. Quando as ideias forem ou implementadas, deve-se

45
oferecer uma forma de incentivo ou recompensa para a equipe de trabalho responsável.
É importante para este processo funcionar que se incentive a apresentação de ideias.
Em empresas da área de tecnologia este incentivo é indireto, pois o prêmio vai apenas
para aquelas que forem desenvolvidas, a apresentação é apenas o passo inicial que
deve ser dado para chegar-se ao prêmio. Esta visão integral do processo ajuda as
empresas a realmente tratarem as boas ideias, pois apenas premiar a apresentação de
ideias, é como premiar um candidato apenas por fazer sua inscrição no concurso.

Garantidas estas condições, é preciso estabelecer prazos dentro do processo e partir


para o trabalho multidisciplinar junto à equipe de desenvolvimento.

2.3 Apresentação dos Conceitos ou Difusão

Tornar a organização conhecedora das inovações propostas é fundamental para que


tenham seu sucesso fora da empresa.

Fomentar grupos de discussão, realizar palestras ou mesmo testar a aceitação da ideia,


mesmo que conceitualmente, através de um pré-lançamento ou de uma simulação,
demonstra, aos inovadores, respeito por aquela ideia e comprometimento da empresa,
além de servir como uma fonte valiosa de informações para aprimoramento.

3 O Processo de Inovação pela Metodologia Stage & Gates

Normalmente mais utilizado como processo de inovação, a


Metodologia Stage & Gates propõe elementos mais complexos
à equação, como por exemplo, a influência dos tempos e prazos
para o sucesso, já que fomenta a vantagem competitiva,
aumenta a lucratividade e reduz surpresas.

Porém, como se diz, a diferença entre a cura e o veneno é a dosagem: inovações


recorrentes podem “matar” o produto.

46
Na metodologia Stage & Gate, são 8 os fatores para o sucesso:

• Oferecer benefícios únicos aos seus clientes;

• Produtos e serviços devem estar bem definidos antes de colocados em


desenvolvimento;

• Máxima qualidade técnica;

• Potencial de mudanças e de tecnologia;

• Máxima qualidade no desenvolvimento;

• Elevada capacidade nas atividades pós-desenvolvimento: marketing, distribuição


e força de vendas;

• Máxima qualidade de marketing;

• Poder de mercado (preço x competitividade).

Esses fatores devem estar alinhados a duas ações: sistema próprio de desenvolvimento
de novos produtos/serviços e, assim como na cadeia de valor, comprometimento de
todos os departamentos da organização no projeto de inovação.

47
De forma sistemática, podemos considerar o quadro a seguir no que se refere ao
desenvolvimento e inovação de produtos e serviços.

48
Quadro 2: Desenvolvimento e inovação de produtos e serviços

Etapa Atividades Descrição


As ideias são coletadas durante
a realização de brainstorms e
Brainstoming
Pré-desenvolvimento

externamente à organização, como


Sugestões dos agentes pesquisa com clientes, fornecedores,
externos (Clientes, parceiros, concorrentes etc. Nessa fase, os
fornecedores etc) departamentos envolvidos no
processo de inovação (pesquisa
Geração de ideias e desenvolvimento, marketing,
produção e outros) interagem com
Triagem das ideias
a alta gerência para definir quais as
ideias seguirão para próxima etapa.
Detalhamento das ideias
No desenvolvimento a ideia é
detalhada junto aos departamentos
Projeto do produto ou
e pessoas que serão envolvidas na
serviço
execução. Realiza-se o projeto da
Escolha de fornecedores inovação, considerando todas as
suas etapas até que seja colocado no
Análise interna mercado. Caso seja necessário são
Desenvolvimento

escolhidos os fornecedores, inclusive


Ampla comunicação interna
para os casos de a inovação ser em
serviços. É realizada uma análise de
Execução de amostra ou
resultados e projeções e em seguida
piloto
uma ampla divulgação interna. O
Análise de mercado produto ou serviço é colocado em
teste de mercado, em uma pequena
Análise financeira área ou região. Concluidas as análises
desta etapa o produto ou serviço é
Validação
efetivamente colocado em produção
ou execução e lançado no mercado.
Produção ou execução

49
Comparam-se os resultados da
Pós-desenvolvimento

Acompanhamento de execução da amostra ou piloto com o


desempenho desempenho financeiro da inserção do
produto ou serviço no mercado. Como
Análise do ciclo de vida fruto é possível desenvolver uma
análise do ciclo de vida (lançamento,
Análise do resultado desenvolvimento, crescimento,
financeiro declínio e morte) do novo produto ou
serviço.

4 Tipos de Inovação

As diferentes formas de inovação podem ser classificadas de diversas maneiras.

• Inovação de produto: são em modificações nas funções ou na forma de utilização


de um produto ou serviço, com mudança na forma como ele é percebido. Exemplo:
automóvel com câmbio automático em comparação ao manual.

• Inovação de processo: mudanças no processo de produção do produto ou serviço.


Não gera necessariamente impacto no produto final, mas produz benefícios no
processo de produção, geralmente com aumentos de produtividade e redução
de custos. Exemplo: utilização de cristal ao invés de vidro no painel de um celular.

• Inovação de modelo de negócio: considera mudanças no modelo de negócio.


Não implica necessariamente mudanças no produto ou mesmo no processo de
produção, mas na forma como que ele é levado ao mercado. Exemplo: Utilizar um
aplicativo de celular para chamar um taxi.

• Inovação Incremental: reflete pequenas melhorias contínuas em produtos ou em


linhas de produtos. Geralmente, representam pequenos avanços nos benefícios
percebidos pelo consumidor e não modifica, de forma expressiva, a forma como
o produto é consumido ou o modelo de negócio. Exemplo: recorrentes inovações
na mesma linha de televisores, mas que continuam do mesmo tamanho.

• Inovação Radical: representa uma mudança drástica na maneira que o produto


ou serviço é consumido. Geralmente, traz um novo paradigma ao segmento de
mercado, que modifica o modelo de negócios vigente. Exemplo: evolução do CD
de música para os arquivos digitais em MP3.

50
Glossário

Competitividade: característica de algo ou alguém que é competitivo.

Triar: fazer a triagem; escolher; selecionar.

51
Atividades

aa
1) Assinale a alternativa correta. Inovar é um processo:

a. ( ) Dinâmico. A organização deve prosseguir conscientemente


em todas as etapas.

b. ( ) Global. Inclui fatores emocionais e ideativos presentes na


organização.

c. ( ) Cumulativo. A experiência atual da organização aproveita-


se das experiências anteriores.

d. ( ) Gradativo. Cada nova situação de inovação envolve maior


número de elementos.

2) Assinale a alternativa correta. Quantas fases tem um


processo de inovação por cadeia de valor?

a. ( ) Uma fase, pois é parte da metodologia Stage.

b. ( ) Nenhuma fase, pois processos não possuem fases.

c. ( ) Oito fases.

d. ( ) Três fases.

52
Referências

ARON, Rodrigo. Por dentro da segurança bancária. Portal da internet: 2013.


Disponível em: <http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=14517&sid=42&tpl=printerview>. Acesso em: 20 maio 2016.

ALENCAR, E. M.; FLEITH, D. Contribuições Teóricas Recentes ao Estudo da


Criativdade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, 2003.

ALI, Adbul. Pioneirismo vs Inovação incremental. The Journal of Product Innovation


Management. Disponível em: <www.wiley.com>. Acesso em: 4 set. 2016.

AMABILE, T. M. Motivating Creativity in Organization: On doing what you love and


loving what you do. California Management Review. Berkeley California, 1997.

BEZERRA, Charles. A máquina da inovação: mentes e organizações na luta por


diferenciação. Porto Alegre: Bookman, 2011. 83 p.

CHESBROUGH, Henry W. A era da inovação aberta. Massachusetts: MIT Sloan


Managernent Review, 2003a.

_______. O melhor caminho para inovar. Harvard Business Review, 2003b.

FERNANDES, Ana Luíza. Empresas inovadores que fizeram sucesso em 2015.


Disponível em: <http://www.e-konomista.com.br/d/empresas-inovadoras/>. Acesso
em: 27 jan. 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua


Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

GARDNER, David. THORNHILL, Ted. Steve Jobs’s secret legacy: Dying Apple boss left
plans for four years of new products. Portal da internet, 2011. Disponível em <http://
www.dailymail.co.uk/news/article-2046397/Steve-Jobs-dead-Apple-boss-left-plans-4-
years-new-products.html>. Acesso em: 15 ago. 2016.

GERO, J. S. (Ed.). Artificial intelligence in design. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000

53
HULL, Dana. Tesla recebe 325 mil pedidos por model 3 na 1ª semana. 2016. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/tesla-recebe-325-mil-pedidos-por-
model-3-na-1a-semana>. Acesso em: 15 maio 2016.

ISAKSEN, S.; LAURER, K. The climate for creativity and change in teams. Creativity
and Innovation Management. Oxforf-United Kingdom, 2002.

KELLEY, Tom; LITTMAN, Jonathan. A arte da inovação. Futura, 2001.

LARVOR, B. Lakatos: an introduction. London: Routledge, 1998.

LUBIATO, Kelly. Inovação não acontece todos os dias. Apólice, São Paulo, v. 1, n. 195, p.6-
7, fev. 2015. Disponível em: <http://www.domsp.com.br/wp-content/uploads/2015/03/
Inovação-não-acontece-todos-os-dias.pdf>. Acesso em: 4 set. 2016.

MENEGHETTI, Daniel. Inovação. Portal da internet, 2017. Disponível em: http://www.


danieldomeneghetti.com.br/. Acesso em: 4 de set. 2016.

NEMETH, C. J. Managing Innovation: When less is more. California Management


Review. Berkely California, 1997.

SCHWEIZER, T. S. The psychology of novekty-seeking, creativity and innovation:


neurocognitive aspects within a work-psychological perspective. Creativity and
Innovation Mangement. Oxford-United Kingdom. 2006.

TORN, Andrews; YAMASHITA, Keith. Avançando rapidamente para inovação.


Estratégia e Inovação, 2003

54
UNIDADE 5 | CRIATIVIDADE E
INOVAÇÃO

55
1 Criatividade e Inovação

Os executivos das maiores empresas sempre se questionam do porque a empresa


não ser a melhor em inovação sempre. Afinal, muitas vezes possuem departamento
voltado exclusivamente para este fim, além de terem boas ideias em abundância,
financiamentos, projetos em andamento etc.

A questão é que quando se trata de inovação, todas as organizações enfrentam os


mesmos problemas e obstáculos. Como já foi colocado: inovar varia de empresa para
empresa, de organização para organização. Ser criativo é apenas uma parte da solução,
contudo, uma parte importante.

Mas, o que é ser criativo? Existem diversos conceitos para criatividade. Pode ser
considerada uma habilidade de pensar em diferentes caminhos do que já está definido,
por exemplo. Do ponto de vista da ciência, indivíduos com um alto grau de criatividade
necessitam de condições de trabalho adequadas, por causa de suas particularidades,
caraterísticas e estilos de pensamentos neurocognitivos. (SCHWEIZER, 2006).

56
Hoje em dia não associamos mais a criatividade exclusivamente às artes. Até pouco
tempo, não se estabelecia valor prático associado à criatividade. A neurociência e a
psicologia foram as primeiras a estudar e compreender o potencial criativo do indivíduo,
passando por outras áreas até chegar às organizações que, prontamente, passaram a
contar com tal potencial inovador.

A abordagem dada por Amabile (1997) para criatividade


demonstra esta mudança de ponto de vista: Para ela, criatividade
significa a criação de novidades que, no ambiente correto,
prospera.

Imagine, se em um ambiente formado exclusivamente por engenheiros, uma ideia


filosófica para a solução de um problema matemático fosse proposta? Mesmo que
esta ideia fosse a correta ou a mais adequada, o ambiente para que ela pudesse se
desenvolver até alcançar o sucesso definitivamente não é dos mais favoráveis, podendo
até ser desconsiderada.

O funil abaixo contém os elementos chave para o desenvolvimento da criatividade.

Ainda conforme Amabile (1997), a criatividade avança por 5 estágios:

1. Identificação do problema;

2. Preparação (agrupamento de informações realizada pelo indivíduo);

3. Apresentação de respostas (processo criativo + motivação);

4. Comunicação e validação (contexto ambiental);

5. Resultado.

57
Posteriormente, no início dos anos 2000, surge a Teoria do Investimento em Criatividade,
que enfatiza 6 fatores para se obter resultados nos ambientes organizacionais:

a. Inteligência –
considerada fruto
da interação de 3
habilidades: sintética
(enxergar o problema de
diferentes perspectivas),
analítica (escolher as
ideias mais adequadas)
e prática (convencer
outros a seguirem
determinada ideia).

b. Estilo e habilidade
intelectual – o estilo
representa a forma de
apresentação e aplicação
das ideias. A habilidade
está na capacidade de
inter-relacionar ideias e
outros aspectos. É o famoso “pensar fora da caixa”.

c. Conhecimento – tanto o formal como o informal, servem como massa de trabalho


criativo. É dele que partem e se fundamentam as ideias.

d. Personalidade – traços como entusiasmo, perseverança, autoestima e coragem


dão o contorno às ideias e a sua apresentação.

e. Motivação – todo ser se motiva a algo em razão de determinada necessidade ou


desafio. Serve como combustível para que a ideia se torne algo tangível.

58
f. Contexto ambiental – a isenção de julgamento não acontece; seja com quem a
propôs, seja com a própria ideia. A forma de acolhimento das novas ideias, como
já foi destacada, é um fator de vida ou morte para a inovação.

Dentro das organizações, o processo criativo pode ser influenciado pelos seguintes
fatores:

• Composição e forma das estratégias organizacionais;

• Utilização de novas tecnologias pela empresa;

• Existência, investimento e intensidade do departamento de Pesquisa e


Desenvolvimento (P&D);

• Cultura organizacional que apoia e suporta a inovação;

• Estrutura organizacional que favoreça a horizontalidade do processo criativo;

• Motivação e envolvimento de todos os empregados.

Atualmente há preocupação por parte das empresas mais vanguardistas em contratar


pessoas criativas para seus quadros. A adoção dessas medidas segue determinado
critério, conforme gráfico abaixo:

Note que os critérios de avaliação são bastante próximos dos conceitos apresentados
tanto por Amabile como pela teoria do investimento em criatividade.

Uma vez que a criatividade de seus empregados é revertida para a organização, esta
deve focar na criação e manutenção de um clima e de uma cultura organizacional
favorável para que as boas ideias se tornem inovações rentáveis.

A proposta deve oferecer às mentes criativas um local de trabalho composto por


nove dimensões, conforme estabelecido por Isaksen (2002), como podemos notar no
quadro a seguir.

59
Quadro 3: As nove dimensões propostas para um local de trabalho que estimule a criatividade

Grau no qual as pessoas se envolvem diariamente em


operações, metas em longo prazo e visões. O clima é
Desafio e envolvimento
dinâmico, elétrico e inspirador. As pessoas encontram
diversão no trabalho.
Independência do comportamento exercido pela
pessoa na organização. Em um clima com muita
liberdade, as pessoas são dotadas de autonomia
Liberdade e recursos que definem muito seu trabalho. Os
indivíduos são fornecidos de oportunidades e têm
iniciativa para adquirir parte das informações sobre
seu trabalho.
Seguridade emocional nos relacionamentos. Quando
Confiança/abertura existe um alto grau de confiança os indivíduos se
abrem genuinamente e francamente com os outros.
Tempo de valor que as pessoas podem utilizar para
produzir novas ideias. Flexíveis linhas de tempo
Tempo de ideia
permitem às pessoas explorar e desenvolver novas
alternativas.
Jogos espontâneos e fáceis no local de trabalho. O
Jogo/Humor profissional relaxado em uma atmosfera de trabalho
com jogos e risadas é um indicador dessa dimensão.

60
Presença de tensões emocionais na organização.
Quando o nível de conflito é alto, grupos de pessoas
Conflito
não gostam umas das outras. O clima pode ser
caracterizado como “ambiente de guerra”.
São tratadas novas ideias. Quando o clima
organizacional favorece a criatividade, as novas ideias
Suporte de ideias
são bem recebidas pelos superiores. Os superiores
ouvem as iniciativas de cada uma das pessoas.
Discordância entre pontos de vista, ideias, experiências
e conhecimentos. No debate organizacional algumas
Debate
vozes são ouvidas e as pessoas estão desejosas de
que suas ideias sejam seguidas e revistas.
Tolerância sobre incerteza e ambiguidade no local de
Tomada de riscos trabalho. As pessoas no geral permanecem no limbo
ao seguir suas ideias.

Fonte: Adaptado de ISAKSEN (2002)

Por tudo isso, podemos considerar a criatividade como base do processo de inovação,
uma condição obrigatória para que as organizações possam agregar valor aos seus
produtos e serviços.

Na tabela acima, é possível compreender também que o clima e a cultura organizacional


funcionam como berçário, no qual as pessoas criativas podem confiar suas ideias. Sem
que estes dois fatores (clima e cultura) sejam favoráveis, de nada adianta uma grande
capacidade criativa dentro da empresa.

O próprio dinamismo do mercado força as empresas que querem sobreviver a


acreditarem e realizarem processos e projetos de inovação. A criatividade é o motor
que impulsiona a inovação tanto para apresentação de novas ideias, produtos e serviços
como também, em boa parte, para a solução de problemas, garantindo vantagem
competitiva para as organizações.

61
A divergência de ideias, os diferentes tipos de formação de cada

cc indivíduo que compõe a organização, oferecem às empresas o


desenvolvimento de características de sobrevivência como
flexibilidade, trabalho em equipe, entusiasmo, foco e a
necessidade de desenvolvimento.

Os processos de inovação são complexos e exigem que pessoas e departamentos


imprimam certo nível de esforço e comprometimento para que as ideias saiam do
papel e possam ser colocadas em prática. A criatividade deve estar presente em todas
as suas etapas, desde a concepção até a apresentação para o mercado ou para os pares
dentro da organização.

Os departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (comumente chamados de P&D),


existentes nas médias e grandes empresas, devem receber apoio e especial atenção
de todos. Neste tipo de organização, as ideias e propostas inovadoras podem surgir de
todos, em qualquer tempo; e o apoio é fundamental.

Enfim, pode-se resumir que a vinculação entre a criatividade e a inovação, reside em


que a inovação é a implementação bem-sucedida da criatividade (ALENCAR; FLEITH,
2003; NEMETH, 1997).

Glossário

P&D: Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento.

62
Atividades

aa
1) Assinale a alternativa correta. Atualmente a criatividade é
considerada mais importante em que área do
conhecimento?

a. ( ) Apenas nas artes.

b. ( ) Em todas as áreas.

c. ( ) Nas áreas de tecnologia e comunicação.

d. ( ) Em nenhuma.

2) Assinale a alternativa correta. Em que áreas foram


realizados os primeiros estudos para dar importância à
criatividade?

a. ( ) Administração e Engenharia.

b. ( ) Neurociência e Psicologia.

c. ( ) Tecnologia da Informação e Computação.

d. ( ) Medicina e Engenharia.

63
Referências

ARON, Rodrigo. Por dentro da segurança bancária. Portal da internet: 2013.


Disponível em: <http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=14517&sid=42&tpl=printerview>. Acesso em: 20 maio 2016.

ALENCAR, E. M.; FLEITH, D. Contribuições Teóricas Recentes ao Estudo da


Criativdade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, 2003.

ALI, Adbul. Pioneirismo vs Inovação incremental. The Journal of Product Innovation


Management. Disponível em: <www.wiley.com>. Acesso em: 4 set. 2016.

AMABILE, T. M. Motivating Creativity in Organization: On doing what you love and


loving what you do. California Management Review. Berkeley California, 1997.

BEZERRA, Charles. A máquina da inovação: mentes e organizações na luta por


diferenciação. Porto Alegre: Bookman, 2011. 83 p.

CHESBROUGH, Henry W. A era da inovação aberta. Massachusetts: MIT Sloan


Managernent Review, 2003a.

_______. O melhor caminho para inovar. Harvard Business Review, 2003b.

FERNANDES, Ana Luíza. Empresas inovadores que fizeram sucesso em 2015.


Disponível em: <http://www.e-konomista.com.br/d/empresas-inovadoras/>. Acesso
em: 27 jan. 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua


Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

GARDNER, David. THORNHILL, Ted. Steve Jobs’s secret legacy: Dying Apple boss left
plans for four years of new products. Portal da internet, 2011. Disponível em <http://
www.dailymail.co.uk/news/article-2046397/Steve-Jobs-dead-Apple-boss-left-plans-4-
years-new-products.html>. Acesso em: 15 ago. 2016.

GERO, J. S. (Ed.). Artificial intelligence in design. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000

64
HULL, Dana. Tesla recebe 325 mil pedidos por model 3 na 1ª semana. 2016. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/tesla-recebe-325-mil-pedidos-por-
model-3-na-1a-semana>. Acesso em: 15 maio 2016.

ISAKSEN, S.; LAURER, K. The climate for creativity and change in teams. Creativity
and Innovation Management. Oxforf-United Kingdom, 2002.

KELLEY, Tom; LITTMAN, Jonathan. A arte da inovação. Futura, 2001.

LARVOR, B. Lakatos: an introduction. London: Routledge, 1998.

LUBIATO, Kelly. Inovação não acontece todos os dias. Apólice, São Paulo, v. 1, n. 195, p.6-
7, fev. 2015. Disponível em: <http://www.domsp.com.br/wp-content/uploads/2015/03/
Inovação-não-acontece-todos-os-dias.pdf>. Acesso em: 4 set. 2016.

MENEGHETTI, Daniel. Inovação. Portal da internet, 2017. Disponível em: http://www.


danieldomeneghetti.com.br/. Acesso em: 4 de set. 2016.

NEMETH, C. J. Managing Innovation: When less is more. California Management


Review. Berkely California, 1997.

SCHWEIZER, T. S. The psychology of novekty-seeking, creativity and innovation:


neurocognitive aspects within a work-psychological perspective. Creativity and
Innovation Mangement. Oxford-United Kingdom. 2006.

TORN, Andrews; YAMASHITA, Keith. Avançando rapidamente para inovação.


Estratégia e Inovação, 2003

65
UNIDADE 6 | CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO COMO
FERRAMENTA DE SUCESSO

66
1 Criatividade e Inovação

Compreender que inovação é uma condição para que a organização possa criar, se
manter e prosperar no mercado atual é essencial para todos.

A inovação tem alcançado velocidades inimagináveis. Nos últimos 50 anos, a capacidade


computacional propiciou mudanças na vida das pessoas e na forma como elas se
comportam, se comunicam, compram bens e serviços e se relacionam umas com as
outras.

Nos últimos anos, a velocidade em que a renovação de produtos e serviços está


ocorrendo tem sido cada vez maior. Isto pode ser claramente percebido pelas ofertas
que vemos nos mercados e lojas, com novas versões dos produtos a cada período,
sejam carros, smartphones, eletrodomésticos, roupas, entre outros. Esta aceleração só
é possível por causa da capacidade de se reinventar, inovar e evoluir das empresas.
Como já vimos neste curso, aquelas que não estão inovando tem uma boa chance de
fecharem suas portas.

67
Uma forma de apresentar o tamanho que estas inovações têm impactado o mercado é
um pequeno equipamento lançado em 2015 pela maior empresa americana de vendas
no varejo capaz de gerar milhões de dólares em vendas para seus fornecedores. A
empresa desenvolveu um equipamento autoadesivo que possui apenas um botão com
a marca/modelo do produto que ele representa. A proposta é que o consumidor o
afixe em uma área de fácil acesso, como a porta do armário onde ficam os alimentos,
próximo a geladeira ou a máquina de lavar roupas e simplesmente pressione o botão
para comprar determinado produto, sem precisar ir ao mercado ou loja. O produto
é entregue no endereço do consumidor. Cada produto tem um botão associado a
ele. Assim se seu biscoito preferido acabou, ou está acabando, basta você apertar
o botão daquele alimento que ele será entregue para você. O mesmo vale para sua
pasta de dentes, papel higiênico, sabão em pó e vários outros produtos. Cada um com
seu próprio botão. A facilidade e o conforto oferecidos pelos fabricantes trazem um
benefício direto para eles, pois você não irá mais ao mercado para comprar aqueles
produtos e se fidelizará àquela marca cujo botão de pedidos você tem em casa.

A ideia é das mais simples, daquele tipo “por que não pensei nisso antes?”, mas que só
pode ser colocada em prática com os avanços da tecnologia.

Todos possuem hábitos de consumo, alguns se habituam a consumir sempre a mesma


marca de desodorante, de sabão em pó, de determinado refrigerante, sucos, higiene
pessoal etc.

Simples: se aquele consumidor compra sempre um produto, ele tende a continuar


comprando mais, principalmente se houver facilidade de fidelização.

Imagine se toda vez que você abrisse o último pacote de biscoitos pudesse simplesmente
apertar um botão e no dia seguinte outra quantidade pré-determinada fosse entregue
na sua porta. Usou a última porção do sabão em pó que você sempre compra? É só
apertar o botão que você colocou no painel da sua máquina de lavar.

Este serviço está disponível apenas em território norte

bb
americano e já conta com mais 1003 diferentes botões para
continuar comprando de salgadinhos até remédios e
suplementos alimentares que não precisam de prescrição
médica.

3 A lista completa dos botões pode ser consultada em: http://www.amazon.com/b?node=10667898011

68
O sistema bancário, o qual boa parte da população mundial integra, também vem
estabelecendo novos produtos e serviços para se tornar mais competitivo para seus
clientes. Especificamente no Brasil que, segundo o portal Decision Report (http://
www.decisionreport.com.br), é referência mundial em segurança bancária. O reforço
da segurança de nossos bancos é tão intenso que o uso de senhas e outros tipos de
incremento de segurança já geraram até vídeos de sátira na internet. Mas, embora
motivo de piada para alguns, é um modelo extensamente copiado e seguido por
diversos outros bancos no mundo.

Dois casos recentes chamam a atenção:


desde 2014, um grande banco brasileiro
permite que seus clientes realizem
saques pelo aplicativo no celular.
Inicialmente pode parecer estranho e a
primeira pergunta que vem a cabeça é:
de onde vai sair o dinheiro? Não, as notas
não aparecerão magicamente ao lado
do aparelho e tão pouco um motoboy irá
surgir para lhe entregar.

A proposta é a seguinte: a fim de agilizar as filas dos postos de autoatendimento


e, consequentemente, fazer com que as pessoas gastem menos tempo nas filas, o
correntista acessa o aplicativo do banco, faz um registro de intenção de saque e digita
sua senha.

No momento em que o correntista chegar ao posto de autoatendimento, e ainda na


fila se for o caso, ele deve acessar novamente o aplicativo e informar que vai retirar o
dinheiro naquele momento.

O caixa eletrônico irá mostrar na tela um código a ser lido pela câmera do celular. Feito
isso o dinheiro é liberado imediatamente, sem necessidade de inserir o cartão algumas
vezes e digitar senhas intermináveis.

Note que em nenhum momento o correntista precisou de cartão para realizar o saque.
Toda a transação ocorre entre o aplicativo de celular e o caixa eletrônico.

Outra inovação proposta por outro banco brasileiro está relacionada a compras pela
internet.

69
Apesar desta modalidade de consumo
continuar crescendo ano após ano em
todas as regiões do país e em todos os
perfis de consumidores (faixas etárias,
renda etc), ainda é comum encontrar
pessoas que nunca compraram pela
internet em razão de “histórias que
ouviram dizer” de pessoas que tiveram
seus dados bancários clonados e os
respectivos cartões de crédito utilizados
por pessoas indevidas.

Como solução, o aplicativo do banco gera um número de cartão de crédito diferente a


cada compra. Dessa forma, mesmo que o número utilizado seja captado por alguém de
forma indevida, não terá nenhum valor para outras compras.

Em todos os exemplos apresentados e em dezenas de outros casos de inovação, o


ponto em comum é a simplicidade.

As empresas e as organizações precisam estar atentas aos desejos e anseios dos mais
diferentes grupos sociais e de consumo. Seus projetos de inovação devem apontar
nesta direção, pois de nada adianta ter as mais brilhantes mentes criativas à disposição
se não há um ambiente harmonioso para acolhê-la, que seja capaz de transformá-la em
algo real.

gg
Fique por dentro das mais diversas inovações tecnológicas no
Brasil e no mundo, acesso o portal oficial Decision Report e leia
diversos artigos em português sobre o tema. Acesse-o através
do link a seguir.

http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/
sys/start.htm?tpl=home

70
Atividades

aa
1) Assinale a alternativa correta. Todos os segmentos da
indústria podem ter sucesso com a inovação?

a. ( ) Não, apenas os da área de tecnologia.

b. ( ) Sim. Desde o pequeno e microempresário até as grandes


organizações que contam com departamento de P&D.

c. ( ) Não, apenas os de arte.

d. ( ) Não. Apenas os setores de consumo e bancário.

2) Assinale a alternativa correta. Inovação é capaz de mudar


a forma das pessoas se relacionarem?

a. ( ) Não, toda inovação é de consumo.

b. ( ) Sim. Sempre que uma pessoa compra pela internet ela


está inovando.

c. ( ) Não. As pessoas não podem relacionar inovação e


melhorias sociais.

d. ( ) Sim. A capacidade computacional propiciou mudanças na


vida das pessoas e na forma como elas se comunicam e se
relacionam umas com as outras.

71
Referências

ARON, Rodrigo. Por dentro da segurança bancária. Portal da internet: 2013.


Disponível em: <http://www.decisionreport.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?infoid=14517&sid=42&tpl=printerview>. Acesso em: 20 maio 2016.

ALENCAR, E. M.; FLEITH, D. Contribuições Teóricas Recentes ao Estudo da


Criativdade. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, 2003.

ALI, Adbul. Pioneirismo vs Inovação incremental. The Journal of Product Innovation


Management. Disponível em: <www.wiley.com>. Acesso em: 4 set. 2016.

AMABILE, T. M. Motivating Creativity in Organization: On doing what you love and


loving what you do. California Management Review. Berkeley California, 1997.

BEZERRA, Charles. A máquina da inovação: mentes e organizações na luta por


diferenciação. Porto Alegre: Bookman, 2011. 83 p.

CHESBROUGH, Henry W. A era da inovação aberta. Massachusetts: MIT Sloan


Managernent Review, 2003a.

_______. O melhor caminho para inovar. Harvard Business Review, 2003b.

FERNANDES, Ana Luíza. Empresas inovadores que fizeram sucesso em 2015.


Disponível em: <http://www.e-konomista.com.br/d/empresas-inovadoras/>. Acesso
em: 27 jan. 2016.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua


Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

GARDNER, David. THORNHILL, Ted. Steve Jobs’s secret legacy: Dying Apple boss left
plans for four years of new products. Portal da internet, 2011. Disponível em <http://
www.dailymail.co.uk/news/article-2046397/Steve-Jobs-dead-Apple-boss-left-plans-4-
years-new-products.html>. Acesso em: 15 ago. 2016.

GERO, J. S. (Ed.). Artificial intelligence in design. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000

72
HULL, Dana. Tesla recebe 325 mil pedidos por model 3 na 1ª semana. 2016. Disponível
em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/tesla-recebe-325-mil-pedidos-por-
model-3-na-1a-semana>. Acesso em: 15 maio 2016.

ISAKSEN, S.; LAURER, K. The climate for creativity and change in teams. Creativity
and Innovation Management. Oxforf-United Kingdom, 2002.

KELLEY, Tom; LITTMAN, Jonathan. A arte da inovação. Futura, 2001.

LARVOR, B. Lakatos: an introduction. London: Routledge, 1998.

LUBIATO, Kelly. Inovação não acontece todos os dias. Apólice, São Paulo, v. 1, n. 195, p.6-
7, fev. 2015. Disponível em: <http://www.domsp.com.br/wp-content/uploads/2015/03/
Inovação-não-acontece-todos-os-dias.pdf>. Acesso em: 4 set. 2016.

MENEGHETTI, Daniel. Inovação. Portal da internet, 2017. Disponível em: http://www.


danieldomeneghetti.com.br/. Acesso em: 4 de set. 2016.

NEMETH, C. J. Managing Innovation: When less is more. California Management


Review. Berkely California, 1997.

SCHWEIZER, T. S. The psychology of novekty-seeking, creativity and innovation:


neurocognitive aspects within a work-psychological perspective. Creativity and
Innovation Mangement. Oxford-United Kingdom. 2006.

TORN, Andrews; YAMASHITA, Keith. Avançando rapidamente para inovação.


Estratégia e Inovação, 2003

73
Gabarito

Questão 1 Questão 2

Unidade 1 C C

Unidade 2 D B

Unidade 3 C A

Unidade 4 A C

Unidade 5 B B

Unidade 6 B D

74

Você também pode gostar