15/03/23

UC: Economia e Gestão da

Inovação
3º Ano, 2º Semestre
Licenciatura em Ciências
Empresariais
(Diurno e Pós-Laboral)

ESTG |P.Porto

Docente: Alexandra Braga

Contacto: abraga@estg.ipp.pt

Licenciatura em Ciências Empresariais

Ano Letivo 2022/2023

1. Criatividade Empresarial
Conceito, Estímulos e Bloqueios à Criatividade
Técnicas de Criatividade

Licenciatura em Ciências Empresariais

Ano Letivo 2022/2023

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1. Criatividade Empresarial
Enquadramento Teórico

“A grande ironia dos nossos tempos é que temos todos os ingredientes para solução
disponíveis:
> Novas tecnologias e sistema de trabalho que nos tornaram muito mais produtivos.

> Muitos problemas para resolver, para tornarmos este mundo um lugar melhor.

> A necessidade de criar emprego em áreas-problemas.

> Uma forte preocupação social que torna esses postos de trabalho plenos de sentido.

O que precisamos é, pois, de imaginação e de vontade para transformar todos esses

ingredientes numa Realidade Vibrante.”
Robert Watwrman

1. Criatividade Empresarial

Enquadramento Teórico

ü As constantes mudanças tecnológicas e económico-sociais que ocorrem no cenário mundial, atingem de

forma direta a vida das organizações.
ü As empresas vêm-se obrigadas a adaptar-se e flexibilizar-se para fazer face a estas transformações
inesperadas.
ü A criatividade torna-se num elemento crítico para a sobrevivência e desenvolvimento empresarial.
ü Espera-se que os indivíduos, através da criatividade, possam encontrar soluções mais criativas e adequadas aos
diversos problemas que emergem destas rápidas transformações.

https://www.youtube.com/watch?v=Txy6DwbwZ9g&list=PLLTRHWDV-W3ByjTJx2l4Rbio58Lxs52vg&index=1
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1. Criatividade Empresarial

Enquadramento Teórico

“Criatividade existe quando descobrimos uma ideia, um artefacto ou uma forma de comportamento que seja
nova para nós” => A criatividade existe em cada um de nós a partir do momento em que descobrimos algo novo
que nos apresente um significado especial.
Kneller (1978)

“A Criatividade é uma atividade imaginativa moldada de forma a produzir resultados novos e valiosos.
Joubert (2001)

“A criatividade é a implementação da imaginação para novas ideias para criar algo de valor, comprovada por
meio de sua aceitação no mercado (Craft, 2003).

1. Criatividade Empresarial

Enquadramento Teórico

ü Criatividade deriva do latim creare que significa criar, inventar, fazer algo novo.
ü A literatura sobre a criatividade e inovação aplicada às organizações tem foco em três dimensões:

> as características das pessoas altamente criativas e inovadoras.

> o ambiente favorável à expressão da criatividade e inovação.
> as habilidades cognitivas do pensamento criativo e inovador.
ü A abordagem socio-interacionista da criatividade inclui condições para que o processo criativo ocorra:
a pessoa criativa, as relações interpessoais, o ambiente organizacional e as relações do sujeito criativo com a
organização.
ü A criatividade é considerada “inerente ao indivíduo e às suas habilidades criativas, passíveis de estímulo e
desenvolvimento mediante treino, cabendo às organizações desenvolver um ambiente favorável à
criatividade” (Alencar, 1993).

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1. Criatividade Empresarial
Conceitos

ü “É o processo através do qual as ideias são geradas, desenvolvidas e transformadas em valor” (Kao*, 1997).
ü Implica descobrir maneiras novas e efetivas de lidar com o mundo, resolver problemas e ampliar o
círculo de influências.

ü Atrelada à criatividade está a inovação, ocorrendo sempre que algo é criado para melhorar um sistema.
ü As pesquisas e estudos desenvolvidos nesta área consideram a criatividade como uma disciplina que pode ser
desenvolvida e aprendida, possibilitando a todos os profissionais o acesso à sua prática.

Diversidade de Conceitos:
> “É o processo de produção, pelo qual uma pessoa produz um maior número de ideias, pontos de vista, hipóteses,
soluções, opiniões originais e eficazes do que as demais pessoas, num espaço mais curto de tempo.” (Osborn, 1965).

Ø “É a capacidade de dar origem a coisas novas e valiosas e, além disso, é a capacidade de encontrar novos e
melhores modos de fazer as coisas.” (Mirshawaka, 1992).

*John Kao
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1. Criatividade Empresarial
Conceitos
Diversidade de Conceitos (cont.):
Ø “Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo.” (Ostrower, 1996).

Ø “Criatividade é definida como uma novidade útil” (Amabile, 1996; Oldham & Cummings, 1996; Robinson & Stern,
1997; George & Zhou, 2001; Zhou & Shalley, 2003) => No fundo, a criatividade é uma semente para a inovação e
uma condição necessária, mas não suficiente para este processo.

> Não surge magicamente de uma mão invisível, mas vem de pessoas. Os ativos humanos são considerados como
fonte primária de valor, crescimento e vantagem competitiva sustentada (Barney, 1991; Pfeffer, 1994; Florida, 2002)

“Criativo é o que resulta num produto novo, que é aceite como útil e/ou satisfatório
por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo”.

Stein (1974)

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1. Criatividade Empresarial

- A criatividade é tangível: é possível mensurar os efeitos da criatividade

nos lucros da empresa.

- A criatividade é um processo que deve ser administrado e gerido.

- As empresas têm maiores probabilidade de renovar as suas práticas e

processos quando se apoiam na criatividade.

1. Criatividade Empresarial

Estímulos à Criatividade

ü Ambiente Físico: espaço físico para as pessoas, para o material de trabalho, iluminação,
mobiliário, silêncio e temperatura adequada.

ü Comunicação: existência de canais que possibilitem a democratização de informações claras,

objetivas e disponíveis e, ainda, o intercâmbio com outras organizações.

ü Desafios: tarefas ou missões desafiantes que estimulem o potencial criador considerado

importante no trabalho que se realiza.

ü Estrutura Organizacional: redução dos níveis hierárquicos, normas flexíveis, menos

burocracia e descentralização de poder.

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Estímulos à Criatividade (cont.)

ü Liberdade e autonomia: liberdade para decidir como fazer o trabalho e para agir de forma
diferente dos colegas e do chefe; senso de responsabilidade sobre o próprio trabalho.

ü Participação: valorização da iniciativa, maior poder de decisão na área de atuação,

participação nos processos de tomada de decisão e na solução dos problemas da
organização como formas de estímulo à expressão do potencial criador dos empregados.

ü Recursos materiais e tecnológicos: máquinas, equipamentos, recursos financeiros e

materiais diversos que facilitem o processo de produção e implementação de novas ideias.

ü Salários e benefícios: remuneração adequada, política de benefícios, sistema de

recompensas como formas de estímulo a ideias inovadoras.

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Estímulos à Criatividade (cont.)

ü Suporte da chefia: postura de recetividade, flexibilidade, aceitação, estímulo a novas ideias,

respeito às opiniões divergentes dos empregados.

ü Suporte do grupo de trabalho: aceitação dos colegas, relacionamento interpessoal favorável e

estimulante a ideias novas, reuniões com trocas de experiências, diálogo e confiança entre as
pessoas, espaço para a descontração e alegria.

ü Suporte organizacional: estímulo à criatividade, reconhecimento do trabalho criativo, mecanismos

para o desenvolvimento de novas ideias, planeamento e definição de metas de trabalho, cultura
voltada para a inovação.

ü Formação: capacitar e formar os empregados visando o desenvolvimento do seu potencial criador

e a procura de novas soluções para os problemas, capacitando-os para o trabalho e preparando-os
para a abertura a inovações.

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1. Criatividade Empresarial

Organizações Criativas versus Organizações Inovadoras

Organizações Criativas Organizações Inovadoras

Onde entra a criatividade nas organizações? Quem são as organizações inovadoras?
> No ambiente empresarial ter um comportamento > As organizações inovadoras são aquelas que
criativo é um ato de coragem. introduzem novas tecnologias ou técnicas de gestão

> A criação de uma inovação técnica ou social vai em produtos, serviços e processos mais cedo e com

além dos limites do conhecimento e do explorado. maior frequência que os seus concorrentes.
Uma inovação pode falhar; o sucesso não é garantido
e a culpa será sempre de quem sugeriu mudar.

> Na realidade, todos podem ser criativos e dar

contribuições em todas as áreas.

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Organizações Criativas /Inovadoras

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https://www.youtube.com/watch?v=zKeFBsU5Z5k

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1. Criatividade Empresarial
Criatividade do Ponto de Vista Empresarial
ü Procura de um diferencial oferecendo algo mais do que o cliente espera, atrair preferências, estabelecer
uma estratégia diferenciada, adaptar-se às necessidades, modificar produtos e procurar soluções para os
problemas fugindo do convencional.

ü Estratégia competitiva não somente por criar ou inovar produtos mas também para quebrar paradigmas,
mudanças de pensamentos, comportamentos, entre outros. Todas as ideias, produtos e serviços criativos
poderão ser transformados em algo positivo para a organização.

ü Melhoria dos seus produtos, assim como a criação de novos.

ü Procura de resultados diferentes do passado.

ü Melhoria do relacionamento humano e de todos os setores levando ao aumento da produtividade.

ü Desenvolvimento da qualidade.

ü Novas estratégias de marketing.

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1. Criatividade Empresarial
Inovação e Criatividade

ü A criatividade e a inovação constituem o ponto de partida para o desenvolvimento da inovação como um

processo.
ü Ser criativo e inovador são conceitos distintos.
ü A Criatividade é a criação de ideias (por meio de conceitos, teorias e processos que se apresentam ao
longo da história) e a inovação é a prática, isto é, fazer/implementar as ideias geradas pela criatividade.

“Criatividade é imaginar coisas novas, inovação é fazer

coisas novas.”

Levitt (1981)

§ http://www.youtube.com/watch?v=NugRZGDbPFU

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1. Criatividade Empresarial
Inovação e Criatividade

ü Um clima favorável à criatividade, aliado à prática intencional do processo de resolução criativa de

problemas, facilita a mudança e a introdução bem sucedida da inovação no contexto organizacional.
ü As relações entre criatividade, inovação e desenvolvimento económico são muito discutidas,
considerando a importância do conhecimento no processo produtivo.
ü Organizações e profissionais são estimulados para criarem ambientes propícios à criatividade ou à
inovação.
ü Em suma, o significado da criatividade e da inovação nas organizações é o processo pelo qual o
trabalhador gera um produto ou serviço de reconhecível valor económico para a empresa.

“A inovação é produto da criatividade, sendo a última a matéria prima necessária

para existência da primeira.”
Gardner (1996)

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1. Criatividade Empresarial
Técnicas de Criatividade
ü São conhecidas e utilizadas algumas técnicas para estimular a produção de ideias, nomeadamente:

> Mapas Mentais (Mind Map).

> Arte de Perguntar.
> SCAMPER.
> Brainstorming.
> Relações Forçadas.
> Lista de Atributos.
> Analogias.
> Biónica.
> Sleepwriting.
> Método de Delphi.
> Análise Morfológica.
> Método da Convergência Controlada.
> Ponderação e Rateio.

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Técnicas de Criatividade

Mapas Mentais (Mind Map)

ü Criados por Tony Buzan, Presidente da Brain Foundation, baseiam-se na ideia de que se tratam de uma expressão
de pensamento - pensamento irradiante - sendo uma técnica que permite aceder ao potencial do cérebro.

ü Para que serve?

> A sua principal aplicação consiste na exploração do problema (para ter perspetivas distintas do
mesmo) e geração de ideias.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: ter uma folha de papel (grande ou pequena consoante estejamos perante um grupo ou um

indivíduo).

> 2º Passo: o problema mais importante é desenhado/escrito no centro da folha. Os temas principais
relacionados com o problema irradiam da imagem central de forma ramificada. Desses temas partem
imagens ou palavras chave que se traçam sobre linhas abertas, sem pensar, de forma automática mas
clara. Podem ser melhorados com cores, imagens, códigos, entre outros.

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pp. 35-36 MCP

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Técnicas de Criatividade
Arte de Perguntar
ü Segundo Alex Osborn, “a pergunta é a mais criativa das condutas humanas”. Este autor desenvolveu uma série de
perguntas direcionadas para o Brainstorming que pode ser aplicada numa fase de exploração do problema.

ü A check list de Osborn

> É uma ferramenta simples para apoiar a geração do conceito de produto.

ü Para que serve?

> Esta lista constitui um conjunto de questões/problemas que podem ser utilizados tanto
individualmente como em grupo e visa encorajar a criatividade e a divergência na geração do conceito.

> As questões devem ser tomadas uma a uma com vista a explorar novos caminhos e pontos de vista
sobre o problema.

> Também são úteis para a perceção de novas utilizações, aplicações ou possibilidade de um produto ou
serviço.

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Técnicas de Criatividade

Lista de controlo de Perguntas - Check List de Osborn

Quando? Que classe de? Com quê?
Porquê? Quais? Em quê?
O quê? Para qual? Acerca de?
Por meio de? Com quem? De quê?
De onde? Para onde?
Para quê? Por causa de? Por quanto tempo?
A quem? De quem? Mais?
Para quem? Como? Mais frequentemente?
Quem? Em que medida? Menos?
Todos? Quanto?
Nem todos? A que distância?
Importante? Onde?
Outra vez? Em que outro lugar? Mais difícil?
Quantas vezes?

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Técnicas de Criatividade

Arte de Perguntar
ü Como se aplica?
> Exemplo: A motivação dos trabalhadores. Como melhorar?

> Perguntas a considerar:

- Quando estão motivados os trabalhadores?
- Porque aumenta a sua motivação?
- Por quanto tempo estão motivados?
- Com quem aumentam a sua motivação?
- Todos se motivam?
- Por meio de quê se motivam?

Após as respostas a estas questões, a visão do problema é mais aberta, tem-se mais perspetiva para
abordar o problema e passar à fase de geração de ideias.

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Técnicas de Criatividade

SCAMPER
ü Lista de perguntas que estimulam a geração de ideias.

S: Substituir?
C: Combinar?
A: Adaptar?
M: Modificar?
P: Utilizar noutras aplicações?
E: Eliminar ou reduzir ao mínimo?
R: Reordenar? = Inverter?

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pp. 37-38 MCP

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Técnicas de Criatividade

SCAMPER
ü Para que serve?
> Pode ser utilizada juntamente com outras técnicas no processo divergente da geração de ideias.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Definição do problema.

> 2º Passo: Aplicação das perguntas SCAMPER.

> 3º Passo: Avaliação das ideias.

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C - Combine
S - Substitua

Misture, faça uma combinação dos

conjuntos ou serviços, integre
Componentes, materiais, pessoas
Substitua os ingredientes da sua receita
tradicional, trocando-os por outros.

A - Adapte

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M - Misture, Modifique
P - Dê Outro Uso
E - Apague / Elimine

Aumente ou reduza a escala, mude

a forma, modifique os atributos
(a cor, por exemplo)

Mude a aplicação, use-a Elimine os elementos, simplifique-os,

para diferentes fins reduza-os a sua funcionalidade básica

R - ReProponha / RevertaReUse Vire-se do avesso.-.

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Técnicas de Criatividade
Lista de SCAMPER
Outras Novas formas para a utilização tal como está? Que outras utilizações se for modificado?
utilizações?
O que mais existe que se pareça com “isto”? Que outras ideias isto sugere? Há memória de
Adaptar? paralelismo no passado? O que poderia ser copiado? Quem seria rival?

Modificar? Alterar significado, cor, motivo, cheiro, sabor, forma, silhueta? Outras alterações?
O que acrescentar? Mais tempo? Maior frequência? Mais forte? Mais alto? Mais largo? Mais
Ampliar?
espesso? Valor extra? Mais ingredientes? Duplicar? Multiplicar? Exagerar?
O que subtrair? Mais pequeno? Condensado? Miniatura? Mais baixo? Mais estreito? Mais leve?
Minimizar?
Omitir? Racionalizado? Dividido? Menos frequente?
Quem em vez de? O quê em vez de? Outro ingrediente? Outro material? Outro processo? Outra
Substituir?
energia? Outro local? Outro ponto de vista? Outro tom de voz? Outro tempo?
Trocar componentes? Outro padrão? Outra disposição? Outra sequência? Transpor causa e efeito?
Rearranjar?
Mudar de local? Mudar a calendarização? Mais cedo? Mais tarde?
Transpor positivo a negativo? E acerca de opostos? Mudar de cima para baixo, para trás, de dentro
Inverter? para fora? Inventar as regras? Alterara as bases? Mudar as tabelas? Mudar de família?

Combinar? O que se recorrer a uma liga, uma mistura, um conjunto, um sortido? Combinar unidades?

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Técnicas de Criatividade

Brainstorming
ü É a técnica de grupo mais conhecida para gerar ideias (Alex Osborn, 1963).
ü É uma ferramenta para a geração de novas ideias, conceitos ou soluções relacionadas com um tema específico num
ambiente livre de críticas e de restrições à imaginação.

ü Para que serve?

> Tem a finalidade de reunir uma série de ideias que possam servir de orientação para a solução de um
problema ou desenvolvimento de uma oportunidade. A livre expressão de ideias é uma condição
importante para potencializar a atitude criadora individual e coletiva.

> A palavra Brainstorming pode ser traduzida como “tempestade cerebral” ou “tempestade de ideias”.

ü Como se aplica?
> Materiais de trabalho: salas, cadeiras, quadro para apontar ideias, gravador (opcional) e relógio.
> Participantes: coordenador (dinamiza o processo), secretário (aponta as ideias) e os membros do
grupo.

> Estabelece-se um número de ideias a que queremos chegar e o tempo de trabalho.

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pp. 37 MCP

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Técnicas de Criatividade

ü Regras Fundamentais
> Proibida qualquer crítica.

> Qualquer ideia é bem vinda.

> Reunir o máximo possível de ideias.

> É desejável o desenvolvimento e associação de ideias.

ü Processo
> Os participantes dizem tudo o que lhes ocorra de acordo com o problema apresentado e respeitando
as regras anteriormente enunciadas.

> A seguir, as ideias podem melhorar-se mediante aplicação de uma lista de controlo ou procedendo à
sua agregação.

> Finalmente, estabelecem-se critérios para avaliar as ideias.

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Técnicas de Criatividade

Relações Forçadas
ü Desenvolvido por Charles S. Whiting em 1958.

ü Para que serve?

> Visa combinar o conhecido com o desconhecido para forçar uma nova situação. A partir desta técnica
surgem ideias originais.

> Funciona como um complemento para o Brainstorming.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Identificação do problema.
> 2º Passo: Utilizar as regras fundamentais do Brainstorming.
> 3º Passo: Selecionar um objeto ou imagem.
> 4º Passo: Perguntar ao grupo o que poderíamos obter para solucionar o problema, observando o
objeto.
> 5º Passo: Forçar conexões.
> 6º Passo: Tomar nota de todas as ideias mesmo as que são mais descabidas.

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Técnicas de Criatividade

Relações Forçadas
Como se aplica? [outra possibilidade]

Ø Na presença de um problema realizamos a sua “decomposição”

em elementos.
Ø Por exemplo, Fecho de correr: dentes, cadeia, tecido, peça
para fechar, cinta…

> Lista de Palavras de Kent-Rozanoff: seleciona-se uma palavra da

lista e procede-se a associações que estão relacionadas com esse
conceito permitindo associar essa palavra às características do
problema.

Exemplo:
> Assumindo que é selecionada a palavra “ameixa” esta é decomposta em elementos-chave: caroço, polpa, crescimento, sabor, pele,...
> Combinam-se entre si cada um dos elementos decompostos e tenta-se fazer com que surjam novas ideias.
> Podem desenvolver-se mais ideias através da associação artificial destes conceitos.

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Técnicas de Criatividade

Lista de Atributos
ü Desenvolvida por R.P. Crawford.

ü Para que serve?

> Ideal para a criação de novos produtos, melhoria de serviços ou utilidades de produtos já existentes.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Realizar uma lista de características ou atributos do produto/serviço que se quer melhorar
para, posteriormente, explorar novas vias que permitam alterar a função ou aperfeiçoar cada um desses
atributos.
> 2º Passo: Cada um dos atributos é analisado e colocam-se questões sobre a forma de melhorar.
Quanto mais perguntas existirem por cada atributo, melhor.
> 3º Passo: As melhores ideias são selecionadas para serem avaliadas.

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Técnicas de Criatividade

Analogias
ü Consistem em resolver um problema mediante um rodeio, ou seja, em vez de atacá-lo de frente compara-se o
problema/situação com outra coisa.
ü Por exemplo: um problema empresarial pode resolver-se através de uma situação análoga verificada na biologia,
na história, no desporto, entre outros.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Identificação do problema (ex: fabricar uma banheira que ocupe o menor espaço possível).
> 2º Passo: Geração de ideias – afastamento do problema com imaginação. Procuram-se analogias,
circunstâncias comparáveis: cascata, ciclone, moinho da água, entre outros.
> 3º Passo: Seleção das ideias – após uma longa lista de analogias é o momento de selecionar as que se
consideram adequadas e cruzá-las com o problema.
> 4º Passo: Interseção – “necessita-se um ciclone ao domicílio... Uma tromba de água... Vertical...
Decorativo...”

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pp. 40 MCP

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Técnicas de Criatividade

Biónica
ü É um procedimento utilizado no campo tecnológico para descobrir novos aparelhos inspirados em seres da
natureza, particularmente, nos seres vivos. A botânica e a zoologia são as principais fontes de inspiração para a
biónica.
ü Este método requer a intervenção de especialistas de várias disciplinas biológicas e tecnológicas com o objetivo
de descobrir soluções para o mundo vivo e viabilizar a transladação de novos produtos.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Implica estudar minuciosamente o comportamento dos seres vivos que interessam
concentrando a atenção nas suas propriedades.
> 2º Passo: Modelizar essas propriedades para obter modelos de caráter matemático, lógico, gráfico ou
simbólico.
> 3º Passo: Desenvolver os modelos através de ensaio e tentativas para reproduzir ao máximo as
funções dos seres vivos.

https://zap.aeiou.pt/drones-mosquitos-obstaculos-323847
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Técnicas de Criatividade

Sleepwriting
ü É uma técnica que procura aproveitar o poder criativo dos indivíduos durante o sono.

ü A ideia de que em momentos de sonolência é maior a probabilidade das imagens surgidas traduzirem ideias
originais é defendida por diversos cientistas e poetas. Os bloqueios existentes na consciência desaparecem e as
visões do sono podem desencadear o princípio de uma solução.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Há um problema que reclama a nossa atenção. Antes de dormir, convém deixar-se papel e
caneta por perto para anotar de imediato os sonhos, imagens ou associações que cheguem à mente.

> 2º Passo: Estas anotações serão, posteriormente, comentadas em grupo para ver se é possível extrair
material que sirva para resolver o problema.
Recomendação: devem realizar-se as sessões de trabalho à tarde de forma a interiorizar os elementos do
problema antes de dormir.

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Técnicas de Criatividade

Método de Delphi
ü É um método original e prático para a resolução de problemas sendo imprescindível a participação de várias
pessoas.

ü É muito utilizado em marketing e em estudos de antecipação das tendências para o futuro. Não implica a
formação de um grupo formal nem a necessidade de uma reunião com a intervenção das pessoas envolvidas.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Expor o problema.

> 2º Passo: As primeiras soluções que vão surgindo são enviadas ao coordenador que as vai passando
aos demais intervenientes anonimamente. Cada entendido responde às soluções que o coordenador
transmite com novas soluções.

> 3º Passo: O coordenador vai encerrando os problemas à medida que as diferentes respostas cruzadas
se vão obtendo.

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Técnicas de Criatividade

Análise Morfológica
ü Desenvolvida em trabalhos da astrofísica no século XX, é considerada uma das técnicas mais valiosas para gerar
uma grande quantidade de ideias num curto espaço de tempo.

ü É uma técnica combinatória, de idealização criativa, que consiste em decompor um conceito ou problema nos
seus elementos essenciais ou estruturas básicas. Com os seus traços ou atributos, constrói-se uma matriz que
multiplicará as relações entre as partes. Apesar de complexa é muito adequada para gerar ideias.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Especificação do problema selecionando os parâmetros do mesmo.

> 2º Passo: Determinar uma lista de variações – por baixo de cada parâmetro há que relacionar tantas
variações quantas as que entendamos. O número de parâmetros e de variações determinam a
complexidade da matriz.

> 3º Passo: Terminada a matriz é necessário efetuar percursos aleatórios, selecionando uma ou mais
células, combinando-as de formas completamente novas. Podem examinar-se todas as combinações
para ver como afetam o problema.

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Técnicas de Criatividade

Exemplo de Análise Morfológica – Matriz de Ideias para uma Editora

Classe Propriedades Processos Formas

1 Ficção Som (livros áudio) Aquisição de Originais Livro para oferta

2 Não ficção Cores Produção Boletim

3 Clássicos Textura Marketing Antologias

4 Gastronomia Responsabilidades Distribuição Tradicional ou Não Software

Sociais Tradicional
5 Negócios Ilustrações Software de Escrita Encadernado

6 Livros de Essência: papel ou disco

Saldo Rústica
Texto flexível
7 Infantis Cheiro Publicidade Prémio

8 Religiosos Exercícios, Jogos ou Tempo que decorre desde o Revista

Quebra Cabeças manuscrito até ao produto acabado
9 Mistério Sabor Conhecimento ou Entretenimento Folhas Soltas

1 Forma Grande, Pequena Desenho e Empacotado com

Desporto
0 ou Estrutura Original Formato outros produtos

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Técnicas de Criatividade

Método da Convergência Controlada

ü É uma ferramenta para a seleção do conceito com metas conjuntas no que diz respeito à otimização e restrição da
escolha.

ü Encoraja o envolvimento da equipa na seleção do conceito. Utiliza uma matriz simples para comparar conceitos
face a um critério pré definido.

ü É um método não numérico e interativo que visa providenciar uma estrutura de avaliação de conceitos
alternativos.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Esboço dos conceitos – caso existam muitos conceitos alternativos, identificam-se cerca de 5
a 10 dos principais.

> 2º Passo: Preparação da matriz – o aspeto mais crítico é a lista de critérios de seleção para os
conceitos em avaliação.

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Técnicas de Criatividade

Método da Convergência Controlada

ü Como se aplica? (cont.)
> 3º Passo: Comparação dos conceitos – escolher um dos conceitos como referência e comparar os
outros com este para cada critério.
> 4º Passo: Combinação e Melhoria – decidir quais são os conceitos que têm continuidade ou
combinação.

> 5º Passo: Repetição do Ciclo e Reflexão– o processo será tão mais eficiente quanto melhor a escolha
dos critérios de seleção e a qualidade dos conceitos básicos.

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Técnicas de Criatividade

Ponderação e Rateio
ü É o método mais simples e comum para a seleção de um conceito, de fácil compreensão e aplicação, mas exige a
existência de informação viável.

ü Como se aplica?
> 1º Passo: Listar as características mais importantes.

> 2º Passo: Determinar as ponderações – algumas características são mais críticas do que outras.
Atribuem-se ponderações a cada uma delas para que os seus méritos relativos sejam tidos em
consideração. O ideal seria que as ponderações fossem determinadas em parceria com os
consumidores-alvo.

> 3º Passo: Pontuar cada opção.

> 4º Passo: Cálculo dos pesos totais – multiplicar a pontuação pela ponderação de cada característica e
somar os totais.

6 chapéus pp. 39-40 MCP 43

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1. Criatividade Empresarial
Bloqueios à Criatividade
ü Conjunto de esquemas, ideologias, temores ou carências
que impedem que se saia do estabelecido, fechando as
portas à imaginação e à capacidade de perceber as coisas
sob perspetivas distintas das tradicionais.

ü Podem ter origem quer em elementos pessoais, quer de

grupo ou organizativos, e podem constituir um elemento
traumático de bloqueio ou medo da expressão criativa do
indivíduo.

ü Grande parte das barreiras encontram-se em atitudes e

comportamentos desfavoráveis, assim como as derivadas É necessário criar para
da carência de habilidades, tanto da gestão de topo como progredir!
do resto do pessoal e, muitas vezes, estão sustentadas mais
em perceções do que na própria realidade.

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1. Criatividade Empresarial
Bloqueios à Criatividade
Dentro da empresa, existem elementos que estimulam a
criatividade, mas também existem outros que obstaculizam: Ideias Pré-Concebidas:

ü A existência de uma estrutura vertical, onde a liderança é ”A criatividade é própria de atividades

imposta e as ideias têm dificuldade para fluírem. artísticas e eu sou um empresário.”

ü A procura de uma única resposta a um problema que nasce “As técnicas baseadas em jogos são infantis e
de uma situação provocada por uma realidade cada vez mais pouco sérias.”
complexa (globalização, novas tecnologias de informação e
”O que funciona são os modelos de sempre.”*
comunicação,...).
“A criatividade é pouco eficaz em termos de
ü A procura de lógicas e normas dificulta o surgimento de
resultados económicos.”
respostas baseadas em ideias e recorre mais ao apoio de
sistemas (de gestão, informáticos, estatísticos,...).

Mudança: Inovar é
preciso!

O medo do erro e do fracasso constituem bloqueios à criatividade porque acredita-se que implicam perdas para a empresa e colocam a descoberto a
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falta de eficiência. *escassa abertura às novas ideias

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Referências bibliográficas base

Agarwal, R.; Selen, W.; Roos, G. & Green, R. (Eds.) (2015). The Handbook of Service Innovation. Springer.
Carayannis, E. G. (Ed.) (2013). Encyclopedia of Creativity, Invention, Innovation and Entrepreneurship. Springer.
Carayannis, E. G.; Samara, E. T. & Bakouros, Y. L. (2015). Innovation and Entrepreneurship: Theory, Policy and Practice.
Series Innovation, Technology and Knowledge Management. Springer.
Madureira, L., Gamito, T. M., Ferreira, D., Portela, J. (2013). Inovação em Portugal Rural : Detetar, Medir e Valorizar.
Cascais: Princípia Editora
Sarkar, S. (2014). Empreendedorismo e Inovação. Lisboa: Escolar Editora
Ussmane, M. H. (2013). Inovação e Criatividade : Manual de Desenvolvimento de Produto. Lisboa: Edições Sílabo.
Weis, B.X. (2015). From Idea to Innovation: A Handbook for Inventors, Decision Makers and Organizations. Series:
Management from professionals. Springer.

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Inovação - Breve Análise

ü Neste novo século a mudança acontece a um ritmo crescente:

> O número de competidores no mercado aumenta de dia para dia.
> As novas tecnologias aparecem a um ritmo acelerado tornando obsoletas as tecnologias em utilização.
> A globalização da produção e dos mercados instalou-se definitivamente.
> As técnicas de gestão recentemente implementadas já não servem para garantir uma vantagem
competitiva, permitindo apenas às empresas a permanência na corrida da competitividade.
> A inovação surge como a verdadeira fonte de vantagem competitiva.

Tradicionalmente, as vantagens competitivas surgiam a partir do acesso a fatores de

produção com características vantajosas, nomeadamente: o baixo custo do capital e do
trabalho, a disponibilidade de matérias primas e a existência de economias de escala.
Atualmente, a vantagem crítica nesta economia global reside na capacidade de ser muito
inovador para fazer avançar o estado de arte originando novos produtos/processos e para
ser muito rápido na resposta ao mercado através de processos de fabrico flexíveis.

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Inovação - Breve Análise

A capacidade de inovar é profundamente influenciada pela localização dado que é necessária uma base doméstica
onde existam:
> Clientes sofisticados.
> Capacidade empresarial.
> Empresas competitivas.
> Clusters industriais dinâmicos.

Por forma a que a competitividade possa ser aumentada através da investigação e desenvolvimento dos mercados e
dos fornecedores, bem como da capacidade de gestão e organização.

“A inovação é a única fonte de vantagem competitiva sustentável a longo prazo. É a inovação que
permite a uma organização criar os seus produtos/serviços e diferenciá-los dos produtos da
concorrência.”

James Higgins

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