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Criativa
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
65 p. :il. – (EaD)
CDU 330
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 5
Glossário 14
Atividades 15
Referências 17
Glossário 23
Atividades 24
Referências 27
Glossário 33
Atividades 34
Referências 36
1 Criatividade e Economia 38
Glossário 42
Atividades 43
Referências 45
Glossário 50
Atividades 51
3
Referências 53
Glossário 60
Atividades 61
Referências 63
Gabarito 64
4
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Muito tem se falado sobre a Economia Criativa. Porém, esta terminologia é nova o
suficiente para levantar muito mais questões do que respostas; tais como: qual o seu
impacto real junto a maior parte do setor produtivo e de serviços, por exemplo? Dessa
forma, faz-se necessário esclarecimento geral sobre o que é a Economia Criativa, suas
consequências e principalmente sua relação no dia a dia com as empresas e com as
pessoas.
O curso de Economia Criativa tem como objetivo preparar o aprendiz para reconhecer
a importância da criatividade na economia, entender como uma ideia inovadora pode
mudar nossas vidas. Ainda compreenderá a transformação do capital intelectual em
benefício do empreendedorismo.
5
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
Bons estudos!
6
UNIDADE 1 | O QUE É
ECONOMIA CRIATIVA
7
1 O Que É Economia Criativa
A economia criativa é muito mais do que apenas a ação das “indústrias criativas” como
será apresentado mais à frente. O estabelecimento de um conceito universal do que se
trata a Economia Criativa sofre com o grande obstáculo que é a falta de uniformidade
das diferentes classificações que cada país adota em sua categorização, dado seu
caráter subjetivo e que pode variar conforme a análise.
Existem muitas críticas sobre o componente de incentivos que recaem sobre alguns
elementos produtivos da economia criativa, como na produção audiovisual, de
programas de computadores, aplicativos e de entretenimento. Certos países incluem
também em sua fatia de economia criativa o comércio de antiguidades; já outros
consideram também serviços na área de tecnologia.
Tem sido comum cada país determinar tanto do que se trata como as políticas de
atuação para um determinado Ministério, Secretaria ou órgão público.
bb
Em termos práticos, sempre que um profissional ou um indivíduo
desenvolve uma ideia de forma a torná-la um bem que possa ser
negociado, está se falando de economia criativa.
8
Todos temos ideias para solucionar problemas, para melhorar a forma de trabalho,
criar algo novo ou mesmo escrever um poema, por exemplo. Porém, enquanto essas
ideias, esses pensamentos não são colocados em prática de forma a gerar dinheiro ou
movimentar a economia de alguma forma, eles são apenas pensamento, ideias presas
no consciente individual.
O aplicativo foi criado em março 2009 por Garrett Camp e Travis Kalanick, e lançado em
2010 na cidade de São Francisco nos Estados Unidos. Inicialmente a ideia era de oferecer
transporte individual em carros de luxo solicitados por smartphone, conectando
sem intermediários os motoristas proprietários dos carros e pessoas precisando de
transporte executivo.
Para que pudesse alcançar o sucesso e o nível de penetração de mercado que tem hoje,
o Uber recebeu duas rodadas de investimentos:
Segundo uma reportagem do site Folha UOL. Em 2015 houve uma segunda rodada de
investimentos e a Microsoft foi um dos principais investidores na empresa, que vale
hoje 51 bilhões, conforme aponta o Wall Street Journal.
Mas como, em tão pouco tempo, uma ideia sai do zero para 50
9
Partindo do pressuposto básico das teorias econômicas que relacionam oferta
e demanda à definição de uma política de preços, remuneração e escolha do bem/
serviço por parte do consumidor, não nos cabe neste momento emitir juízo de valor
quanto aos benefícios ou malefícios que este serviço traz a sociedade como um todo.
Voltando ao que trata de Economia Criativa no Brasil, ainda não há legislação que
aborde exclusiva e fielmente esta temática tão nova e complexa. A questão da
legalidade de serviços como Uber, diaríssima e até do teletrabalho estão engatinhando.
Quais os direitos e deveres do trabalhador que desenvolve suas tarefas de sua casa,
remetendo o fruto de seu trabalho por e-mail ou correio? Ele tem direito a receber
vale transporte? E Vale alimentação? Quem paga pela conexão de internet ou pelo
consumo de energia? Existe hora extra? Como contabilizar as horas trabalhadas? São
muitas questões e poucas respostas.
10
Tal proposta abrange linearmente apenas os setores criativos principais, como pode
ser visto no gráfico a seguir:
11
criativa; menor ainda é a capacidade de avaliar ou de perceber suas influências nos
indivíduos que são economicamente ativos ou grupos que desempenham tarefas
criativas em indústrias não criativas ou culturais.
Conceito Referência
12
“As atividades, bens e serviços
culturais possuem dupla natureza,
tanto econômica quanto cultural,
uma vez que são portadores de Declaração do Milênio das Nações
identidades, valores e significados, Unidas (2000)
não devendo, portanto, ser tratados
como se tivessem valor meramente
comercial”.
13
“Economia Criativa é o ciclo que
engloba a criação, produção e
distribuição de produtos e serviços
que usam a criatividade, o ativo
intelectual e o conhecimento como
principais recursos produtivos. São
atividades econômicas que partem CAIADO, A. S. C. Economia Criativa na
da combinação de criatividade com cidade de São Paulo: Diagnóstico e
técnicas e/ou tecnologias, agregando Potencialidade. São Paulo: FUNDAP,
valor ao ativo intelectual. Ela associa 2011. 160 p.
o talento a objetivos econômicos. É,
ao mesmo tempo, ativo cultural e
produto ou serviço comercializável
e incorpora elementos tangíveis
e intangíveis dotados de valor
simbólico. ”
Glossário
14
Atividades
aa
1) Conforme visto no curso, qual das ações a seguir tem
relação com a Economia Criativa?
15
c. ( ) Cada grupo de países, como o Mercosul, trata de uma
forma diferente.
16
Referências
BEUKELAER, C., O’CONNOR, J. The Creative Economy and the Development Agenda:
The Use and Abuse of ‘Fast Policy. In: Stupples, P. and Teaiwa K. (eds.) Art and
International Development. Abingdon: Routledge, 2008.
17
UNIDADE 2 | O QUE É INDÚSTRIA
CRIATIVA
18
1 O Que É Indústria Criativa
Porém, é possível traçar uma linha histórica que leva a um embrião da ideia da forma
como ela é tratada atualmente, e que nasce com a proposição de “indústrias criativas”
bb
Atualmente as áreas de arquitetura, artes performativas, artes
visuais e antiguidades, artesanato e joalheria, cinema, vídeo e
audiovisual, design, design de moda, edição, música, publicidade,
software e serviços de informática, software educacional e de
entretenimento, televisão e rádio integram o conjunto de
“indústrias criativas”, de acordo com o Department of Culture,
Media and Sports, que considera “as indústrias que têm a sua
origem na criatividade, competências e talento individual, com
potencial para a criação de trabalho e riqueza através da geração
e exploração da propriedade intelectual.”
19
Figura 2: Ecossistema de ideias
20
Com cada novo avanço tecnológico, o tempo e esforço envolvidos na reprodução cai
(BRIGGS; BURKE, 2006). Junto com novas tecnologias de impressão, por exemplo, surge
um novo mercado em gravuras e artes impressas. Com a fotografia digital utilizada em
massa, as cópias de obras de arte melhoraram e, gradualmente, imagens do mundo
real tornaram-se objetos de arte.
bb
A indústria criativa, portanto, acaba por alavancar diversos
setores da indústria, direta ou indiretamente como ação
colateral, levando à formação de um novo conceito derivativo: o
da Economia Criativa.
21
Tabela 1: Segmentos econômicos abordados pelos diferentes conceitos
Proponente
Modelo de Conferência
John Howkins, Modelo UK Círculos Mod. de Dir. NESTA, 2007 do Conselho
Área abordada 2001. DCMS, 2001. Concêntricos, Autorais WIPO, UNCTAD, 2001. (Refined DCMS do Canadá e
2001. 2003. model) Estatística do
Canadá, 2008.
Arquitetura x x x x x x x
Arte x x x x x
Artes Cênicas x x x x x x x
Artes Gráficas x x
Artes Visuais x x x x x
Artesanato x x x x
Artigos x
domésticos
Audiovisual x x
Bibliotecas x x x
Brinquedos e x x
jogos
Colecionadores x
Curadoria x
Design x x x x x x x
Direitos x x x
Autorais
Editoras x
Equip. x
eletrônicos
Equip. fotográf. x
Expres. culturais x
tradicionais
Filme e Vídeo x x x x x
Festivais e x
celebrações
Fotocopiadoras x
Galerias de arte x
Games x x x x x
Gravadoras x
Instr. musicais x
Literatura x x
Mat. para x
gravação
Mercado de x
antiguidades
Mercado x x x x
Editorial
Moda x x x x x x
Museus x x x
Música x x x x x x x
Papel x
P&D criativo x
Propaganda x x x x x x x
Publicidade x x
Sítios x
Arqueológicos
Software x x x x x
TV e Rádio x x x x x x
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Dada esta diversidade, a indústria criativa pode levar, ainda nesta década, ao que
muitos teóricos têm chamado de terceira revolução industrial, em razão da evolução e
o do barateamento de impressoras 3D, que são capazes de utilizar diferentes tipos de
materiais como plásticos de diversas densidades, vidro e também aço.
A área médica já colhe frutos da economia criativa. Desde o início do século é possível
realizar consultas médicas e até cirurgias com o uso da telemedicina e mais recentemente
o uso de impressos 3D para criação de próteses produzidas com materiais de menor ou
quase nenhuma rejeição do organismo.
Por mais que a economia criativa tenha suas raízes na indústria cultural e posteriormente
na indústria criativa, ela hoje é uma entidade autônoma mais abrangente e complexa,
como apresentado em sua linha histórica.
Glossário
23
Atividades
aa
1) Existe alguma relação entre impressoras 3D e veículos
elétricos com a Indústria Criativa? Assinale a resposta
correta.
24
a. ( ) Não existe relação nenhuma, pois são coisa diferentes.
25
5) A indústria criativa está ligada apenas à produção de arte,
como teatro e exposições de artes plásticas? Assinale a
resposta correta.
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Referências
BRIGS, Asa; BURKE, Peter. Uma História Social da Mídia: De Gutenberg à Internet. Rio
de Janeiro: Zahar, 2006.
DCMS – Department for Culture, Media and Sport. Creative industries mapping
document. Portal da internet, 2016. Disponível em: <https://www.gov.uk/government/
organisations/department-for-culture-media-sport>. Acesso em: 16 abr. 2016.
27
UNIDADE 3 | O PREÇO DE UMA
IDEIA
28
1 O Preço de uma Ideia
O homem não teria dominado o fogo se não fosse pelo interesse em se manter
aquecido e posteriormente preparar alimentos. Não teria lascado pedras se não fosse
necessário se defender. Não teria criado máquinas para apoiar o trabalho se não
houvesse interesse econômico. E, por fim, não estaria constantemente em busca de
inovações, de novas maneiras de se fazer as coisas, se não houvesse nenhum interesse
bastante particular nisso.
Uma das invenções brasileiras mais adotadas em todo o mundo, o escorredor de arroz,
foi fruto da necessidade da cirurgiã-dentista paulista Therezinha Beatriz Alves de
Andrade Zorowich, em 1959, cansada de chegar em casa do consultório e encontrar a
pia entupida por grãos de arroz.
No primeiro momento a iniciativa e a busca por uma solução aconteceu sem perspectivas
financeiras, ela apenas percebeu que não queria mais perder tempo e se desgastar
tirando grãos de arroz de dentro da pia.
Até antes de deixar de existir, a Empresa Troll não divulgou o valor total do repasse,
mas sabe-se que não foi uma quantia pequena.
29
Santos Dumont iniciou e nos apresentou sua jornada criativa aos 25 anos com o primeiro
balão de pequeno porte que nomeou de “Brasil”, em seguida diferentes versões de
dirigíveis pilotados por ele decolaram, cada vez mais aprimorados. Curiosamente ao
perceber que tinha dificuldade em observar as horas em seu relógio de bolso durante
os voos, decidiu colocá-lo no pulso, inventando, portanto, um novo elemento do nosso
dia a dia. De outra necessidade, a de guardar seus dirigíveis, foi construído o primeiro
hangar. Instalações do tipo são utilizadas até hoje, inclusive para guardar foguetes e
naves espaciais. Não demorou muito até que os dirigíveis evoluíssem até sua invenção
mais conhecida: o avião. Dele derivou também o primeiro protótipo de ultraleve.
Por fim, outra invenção de Santos Dumont que utilizamos diariamente: o chuveiro
quente. Fruto de uma aposta entre amigos que envolvia o projeto de uma casa em
terreno extremamente íngreme e o primeiro chuveiro quente a funcionar no Brasil.
Não se permita enganar pela época dos casos brevemente descritos acima!
A criatividade e o valor de uma ideia são tão intangíveis, tão incapaz de ser medido com
precisão, quanto as tentativas de descrever como elas surgem.
Nesta nova sociedade de consumo da qual todos nós fazemos parte, as ideias e a
criatividade estão sendo cada vez mais estimuladas, valorizadas e remuneradas.
30
Apenas em 2011 a empresa recebeu 13.111 sugestões de 7.260 autores, remunerando-
os com o total extra de R$ 1,3 milhão de reais. Um dos campeões de ideias é o Sr.
Claudinei Temvryczuk. Ele já recebeu mais de R$ 5.000,00 por ter 9 de suas ideias
aprovadas e implementadas.
O valor mais alto foi de R$ 33.000,00 pagos pela ideia de um sistema de reaproveitamento
da água utilizada em parte da planta de Taubaté (SP), gerando uma economia de 500
metros cúbicos de água por dia. Para se ter uma ideia, esta economia equivale ao
consumo de aproximadamente 680 casas.
Perceba que em nenhum desses casos há uma relação direta entre a economia ou receita
gerada pela ideia do funcionário e a remuneração ou arrecadação correspondente.
Acompanhado das ideias que possuem potencial para mudar o futuro, está o design.
Sempre que se fala em design, a primeira reação é acreditar que não somos diretamente
influenciados por ele e que também não há tanta importância assim nesse segmento.
O próprio BNDES voltou seu olhar para as questões do design. Há linhas de crédito de
apoio à micro, pequenas e médias empresas voltadas para contratação de serviços de
consultoria em design.
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Há aqui, novamente, o mesmo problema: como medir o valor da criatividade desses
profissionais que estão voltados quase que exclusivamente para a criação, inovação e
melhoria de ideias?
Nesta indústria, como trata diretamente desse tipo de ação, o valor da criatividade
é medido em horas, assim como qualquer outra consultoria específica nas áreas da
Administração, Economia, finanças e etc.
Durante décadas as salas de cinema no mundo todo não tiveram concorrentes. Lucrava-
se com os ingressos, pipocas, refrigerantes e todos os tipos de produtos derivados dos
filmes que eram vendidos na entrada e saída de cada sessão.
A grande ideia surgiu quando Reed Hastings, criador e fundador da Netflix, teve de
pagar uma multa de 40 dólares por atrasar a entrega de um filme na vídeo-locadora.
Na época, em 1997, a internet começava a entrar na casa das pessoas nos Estados
Unidos e em alguns outros países como no Brasil, em diferentes ritmos de adesão,
preços e velocidades.
Em 1998, foi lançado o serviço de entrega e devolução de filmes pelo correio. Tanto o
envio quanto a devolução estavam incluídos no valor da mensalidade que dava direito
a 8 locações por mês. No ano 2000, a empresa foi oferecida a Blockbuster, maior rede
de locadoras do mundo, que chegou a ter mais de 9 mil lojas e 60 mil funcionários
em todo o mundo. A ideia foi rejeitada pelos executivos que não acreditaram que as
pessoas alugariam um filme sem pegá-lo nas mãos, ler o encarte, etc.
32
Foi em 2007 que a grande ideia criativa de Reed Hastings se encontrou com os avanços
das tecnologias de telecomunicação, barateamento e melhoria significativa das
imagens das TVs domésticas e de parcerias com as indústrias de cinema. Resultado: 65
milhões de assinantes em mais de 50 países em 2015.
Curiosidade! Em 2010 a rede Blockbuster anunciou falência e até hoje a Netflix, além
de transmitir filmes pela internet mediante assinatura, ainda envia DVDs pelo correio.
Cerca de 3,4 mil DVDs são manipulados por hora atualmente pela empresa nos Estados
Unidos.
Se em 1998, ainda com uma rede pouco adotada e velocidade questionável, o serviço
de assinatura de filmes e séries pela internet fosse lançado, muito provavelmente não
teria alcançado o sucesso que tem atualmente.
Este tipo de ação, de aguardar até que o ambiente esteja adequado e com todos os
elementos necessários para que a ideia tenha sucesso, é o grande diferencial entre
ótimas ideias que dão errado e boas ideias que dão certo.
Glossário
33
Atividades
aa
1) O Brasil possui inventores criativos de nível
internacional?
34
d. ( ) As pessoas não são remuneradas, a satisfação é a contra
partida.
c. ( ) Depende da ideia.
35
Referências
OLIVEIRA, João Maria; ARAÚJO, Bruno Cesar; SILVA, Leandro Valério. Panorama da
economia criativa no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 2013.
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UNIDADE 4 | CRIATIVIDADE E
ECONOMIA
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1 Criatividade e Economia
A relação entre criatividade e a humanidade é tão próxima e tão importante que não
teríamos evoluído desde quando nossos longínquos antepassados que lascavam
pedras para utilizar como instrumento e armas de caça, até os dias de hoje, com
celulares inteligentes e espaçonaves.
Toda esta criatividade também sempre foi aplicada ao trabalho. A melhoria dos
processos mecânicos nas fábricas de tecido na Europa, durante a Revolução Industrial,
as locomotivas a vapor, os motores movidos a álcool e recentemente todo uma nova
revolução que já começou e que irá mudar o mundo que conhecemos com o uso de
motores elétricos e inteligência artificial nas indústrias e prestação de serviços.
Com o passar das décadas, algumas novas teorias da administração foram sendo
inseridas no contexto dos processos fabris e de prestação de serviços, ampliando a
capacidade de inovação e a criatividade individual.
Alguns dos maiores inovadores do nosso tempo são fruto desta liberdade de criação
dentro das empresas. Normalmente associamos todas essas mudanças criativas a
uma redução na quantidade de trabalho e emprego que é ofertada na sociedade. Por
outro lado, uma quantidade enorme de novas profissões tem surgido, outras têm sido
substituídas e realmente, muitas têm sido extintas.
Vamos observar como exemplo uma das profissões mais promissoras do início do
século 20: datilógrafos.
Dezenas e porque não dizer, centenas de escolas de datilografia surgiram para alimentar
um mercado de trabalho faminto por profissionais que podiam fazer x toques na
máquina por minuto. Nas cidades, todos os escritórios de contabilidade, engenharia,
direito, administração enfim, uma quantidade grande de oferta de trabalho para os
datilógrafos! O que aconteceu com eles? Como esta questão evoluiu?!
38
Bem, durante a década de 1980, com a popularização dos computadores ainda nas
empresas, esses profissionais ainda tinham o “seu lugar ao sol”, pois as informações
ainda precisavam ser inseridas com grande velocidade e baixa quantidade de erros nos
primeiros computadores.
Se tal padrão QWERTY tivesse sido alterado com o surgimento dos computadores,
todos os trabalhadores que já estavam treinados e habituados com ele teriam de
ser novamente capacitados para inserir dados nos computadores. Isso levaria muito
tempo e dinheiro!
Não há, de acordo com os pesquisadores Koichi Yasuoka e Motoko Yasuoka (2010),
da Universidade de Kyoto no Japão, nenhuma evidência clara do porque este padrão
QWERTY foi criado. Seria criatividade?
Em 2012, de acordo com a revista Fast Company, o Brasil possuía 4 nomes na lista das
100 pessoas mais criativas do mundo:
39
• 48º: Lourenço Bustani - Fundador e CEO da Mandalah;
O relatório “Beyond the creative industries: Mapping the creative economy in the United
Kingdom” (2008) do Fundo Nacional para Ciência, Tecnologia e Artes do Reino Unido,
faz uma afirmação no mínimo curiosa: há mais pessoas criativas trabalhando fora das
“indústrias criativas” do que dentro delas.
Nos últimos anos boa parte das indústrias, todo o setor produtivo, de serviços, de
finanças, e profissionais liberais sentem diretamente os impactos, em diferentes
intensidades, de uma economia criativa global. Esta mudança de comportamento e a
estabilidade econômica experimentada na primeira década dos anos 2000 fez crescer
o consumo de produtos associados diretamente a criatividade, como música, moda,
tecnologia e novos serviços.
Um bom exemplo de derivações em cadeia de uma Economia Criativa que não se iniciam
nos setores criativos nucleares está relacionado a telecomunicações e finanças. O Brasil
conta hoje com um número de telefones móveis habilitados maior que sua população.
A quantidade de funcionalidades, aplicativos e softwares dele dependentes aumenta
consideravelmente com a adoção cada dia maior de aparelhos smart, cada vez mais
baratos e com elevada capacidade de processamento de dados.
40
Ainda em meados de 2015, o número de transações bancárias
Fonte: Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações (2001, p. 27).
41
Esta restrição afeta diretamente todas as demais indústrias que não pertencem
a este núcleo inicialmente previsto a sete anos pela UNESCO, além de manter e
apontar princípios norteadores que, apesar de importantes, não estão relacionados
diretamente com a capacidade produtiva de uma real economia criativa nos tempos
atuais.
Glossário
42
Atividades
aa
1) Pessoas criativas são capazes de influenciar toda a
economia de uma região ou país? Assinale a resposta
correta.
43
d. ( ) Sim, porém é tão pequeno que não chega a contribuir
para o desenvolvimento do país.
44
Referências
EPOCA NEGÓCIOS. As 100 pessoas mais criativas do mundo dos negócios. Portal da
internet, Revista Época Negócios, 2012. Disponível em: <http://epocanegocios.globo.
com/Informacao/Acao/noticia/2012/05/100-pessoas-mais-criativas-do-mundo-dos-
negocios.html>. Acesso em: 23 abr. 2016.
NESTA. Beyond the creative industries: Mapping the creative economy in the United
Kingdom. Portal da internet, 2008. Disponível em: <https://www.nesta.org.uk/sites/
default/files/beyond_the_creative_industries.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2016.
OLIVEIRA, João Maria; ARAÚJO, Bruno Cesar; SILVA, Leandro Valério. Panorama da
economia criativa no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 2013.
PRESCOTT ROBERTA. Transações móveis são o dobro das feitas via internet no Banco
do Brasil. Portal da internet, 2015. Disponível em: <http://convergenciadigital.uol.com.
br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=39869&sid=17#.
VvA2nuIrKUk>. Acesso em: 21 mar. 2016.
45
UNIDADE 5 | CAPITAL
INTELECTUAL E CRIATIVIDADE
46
1 Capital Intelectual e Criatividade
Uma das maiores revoluções que aconteceram nas últimas décadas está associada
diretamente às questões de criatividade nas organizações.
Sem deixar de lado as questões que associam diretamente as ideias criativas das
necessidades que surgem diariamente, tanto na vida pessoal como dentro das
organizações, o Google se destaca.
Dessa forma, apenas quem escreveu ou organizou determinada parte destes materiais
sabe onde procurar e como procurar, ainda que sobre um assunto ou tema bastante
especifico.
A internet ainda estava em seus primeiros anos de popularização quando em 1997 dois
amigos de faculdade decidem que as coisas no mundo virtual precisam de ajuda para
serem organizadas, mapeadas e catalogadas para que pudessem enfim ser uteis. Ainda
naquela época seria impensável calcular o valor do capital intelectual dos dois amigos
Larry Page e Sergey Brin.
Mas o que define Capital intelectual? Não se trata apenas do conjunto de recursos
humanos de uma organização. Vai muito além.
47
Ao conjunto composto pelos conhecimentos das pessoas, as tecnologias disponíveis e
as técnicas de gestão produzem o Capital Intelectual de uma organização.
Não há desenvolvimento de capital intelectual sem que haja criatividade e, como vimos,
ela deve ser amplamente estimulada, reconhecida e recompensada pelas empresas.
Figura 5: Criatividade
48
• Uma das menores taxas de inadimplência do mundo, apenas 1,15% de quem
pega dinheiro emprestado deixa de pagar;
As 135 empresas que compõem o Porto Digital, maior e mais rentável parque
tecnológico do país, movimentam em média 500 milhões de reais por ano.
49
Glossário
Singela: simples.
50
Atividades
aa
1) A internet mudou após a iniciativa dos amigos Larry Page
e Sergey Brin. De que forma a organização da internet
contribui para sua utilidade? Assinale a resposta correta.
51
d. ( ) Não é resultado de nenhuma força, ela atua de forma
independente.
52
Referências
JARVIS, Jeff. O que a Google faria? Como atender às novas exigências do mercado.
Barueri: Manole, 2010.
PINHEIRO, Tenny. The service Startup. São paulo: Alta Books, 2014.
53
UNIDADE 6 |
ECONOMIA CRIATIVA E
EMPREENDEDORISMO
54
1 Economia Criativa e Empreendedorismo
A economia criativa atualmente estabelece uma série de premissas, como uma maneira
de consolidar identidades culturais, fornecer serviços públicos, novos modelos de
negócios e maneiras de fazer e lidar com o mercado para geração de riqueza.
Estar comprometido com o trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana, abrir mão
de feriados, férias e ter boa parte de toda sua energia voltada para o funcionamento
de seu negócio. Este é o compromisso do empreendedor. Definitivamente não é para
todos.
Engana-se quem acredita que não ter chefe, ser o próprio patrão,
55
Empreender na economia criativa requer ainda mais comprometimento. Na maioria
das vezes o negócio proposto é inovador o suficiente para precisar ser defendido
em sua essência. Provar que ele pode existir no mundo real, que não se trata de algo
fantasioso ou futurista demais.
Abaixo estão relacionados seus principais personagens e seu vocabulário bem peculiar:
56
• Business Model Canvas: Modelo gráfico padrão utilizado na construção do BMG,
contendo minimamente as principais atividades, proposta de valor geral, clientes
e finanças;
• Aporte: O apoio financeiro real necessário para a startup iniciar suas atividades
no mercado;
• Enthusiast angels: Investidores “animados” com a ideia e que investem por hobby
ou por puro entusiasmo, sem muitas preocupações com o resultado financeiro
da startup;
57
• Equity: Momento em que a startup está madura o suficiente para ter ações
colocadas em bolsa de valores ou vendidas por grandes quantias (não é comum
no Brasil);
• Ventura capital: Nome que leva o capital investido em uma startup pelos
investidores anjos. Leva este nome pelo risco que representa este tipo de
investimento;
• Burn rate: Tempo necessário para que a startup deixe de dar prejuízo e comece a
ser lucrativa
58
• Pricing: Definição da estratégia de preços, descrita no plano de negócios.
hh
Não necessariamente todo novo negócio que busca estar
inserido no contexto da economia criativa precisa conter todos
os elementos descritos acima; porém o mercado e a indústria
criativa já esperam reconhecer e ser apresentada a estes
componentes.
Deste universo de novos nomes ou nomes diferentes para ações já conhecidas, como
fica o caminho para empreender na economia criativa?
59
Figura 6: Organograma da economia criativa
Glossário
60
Atividades
aa
1) Como é empreender na economia criativa? Assinale a
resposta correta.
d. ( ) É semelhante.
b. ( ) É o fundador da empresa.
c. ( ) Pitch.
d. ( ) Early-adopters.
61
a. ( ) Sim, basta que seus Founders façam um Bootstrapping.
62
Referências
OLIVEIRA, João Maria; ARAÚJO, Bruno Cesar; SILVA, Leandro Valério. Panorama da
economia criativa no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 2013.
SILVA, Flavio Augusto da. Geração de Valor. São Paulo: Sextante, 2014.
63
Gabarito
Unidade 1 D A D A C
Unidade 2 D B D A D
Unidade 3 C A C A B
Unidade 4 A D A C A
Unidade 5 B B A C C
Unidade 6 B D A A C
64