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1a edição — 2006
2a edição revista — 2008
Thiry-Cherques, Hermano R.
Projetos culturais: técnicas de modelagem / Hermano Thiry-Cherques. 2. ed. rev. — Rio
de Janeiro : Editora FGV, 2008.
Inclui bibliografia e índice remissivo.
1. Projetos culturais. 2. Administração de projetos. I. Fundação Getulio Vargas. II. Título.
CDD — 658.404
Este livro é dedicado ao mestre e amigo Enrique Saravia.
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Dedicatória
Agradecimentos
Antes de começar
Para que serve este livro?
O que contém?
O que é um projeto cultural?
O que um projeto contempla?
Quais as origens das técnicas atuais de projetos?
Por que utilizar instrumentos específicos para projetos culturais?
O que é modelagem?
Qual o momento da modelagem?
Quais as instâncias do projeto?
Como a modelagem se articula com as outras instâncias?
Qual o campo dos projetos culturais?
Qual o campo da cultura?
Qual o domínio operacional da cultura?
Que classes de objetos são os objetos culturais?
O que são projetos culturais?
Qual a relevância econômica dos projetos culturais?
Quais as perspectivas macro dos projetos culturais?
Quais os tipos de projetos culturais?
Vale a pena modelar um projeto?
Existe um projeto a ser modelado?
Que razões justificam a modelagem do projeto?
Que sentido dar ao projeto?
Quais os motivos para a modelagem de projetos culturais?
Como avaliar se o esforço vale a pena?
Começando
Por onde começar?
Passo 1 — Que problema o projeto visa solucionar?
Qual o problema central?
Trata-se de uma hipótese de solução?
Trata-se de uma ausência de solução?
Como se articulam os problemas?
Passo 2 — Qual o objetivo do projeto?
Como elaborar a árvore de objetivos?
Como identificar o objetivo?
E quando o produto é indeterminável?
E a finalidade?
Qual o escopo?
Quais as características do produto?
Passo 3 — Como se configura a demanda para o produto?
Projeto cultural ou projeto social?
Por quanto tempo o produto será demandado?
O que se sabe sobre o passado do produto?
Em que categoria o bem é classificado?
O que determina a demanda?
Como calcular a demanda total?
O que influencia a demanda do produto?
Passo 4 — Quais os preços e condições de colocação do produto do
projeto?
Qual a função procura?
Qual a curva da oferta?
Ponto de equilíbrio
Qual a função consumo?
Qual a elasticidade?
Qual a demanda provável?
Visualizando o projeto
Passo 5 — O que já se sabe sobre o projeto e o que falta saber?
Qual a finalidade do projeto?
Qual é mesmo o objetivo?
Quais são as metas?
Quais os recursos necessários ao projeto?
Quais os indicadores?
Quais os meios de verificação?
Quais os pressupostos?
Detalhando o projeto
Passo 6 — Como o produto irá operar?
Quais as fases de operação?
Quais os parâmetros de seleção?
Quais as especificações?
Qual a disposição das instalações e dos elementos de produção?
Quais as edificações?
Qual a forma de distribuição?
Passo 7 — Quais as dimensões do produto do projeto?
Qual a capacidade técnica?
Agregação
Capacidade total
Medida
Máxima e mínima
Rendimento técnico
Subprodutos
Refugos e perdas
Distribuição
Acumulação
Qual a capacidade econômica?
Demanda
Escala
Intensidade
Rentabilidade
Disponibilidades
Qual o tamanho ótimo do produto?
Análise
Ajustes
Fatores não econômicos
Custos
Tamanho ótimo
Onde o produto do projeto será localizado?
Quais as condições de transportes e comunicações?
Onde se localizam os insumos e os recursos?
Qual a melhor relação tamanho/localização?
Identificando o contexto do projeto
Passo 8 — Quais as relações sistêmicas do projeto?
Como entender o projeto enquanto sistema?
Como proceder a uma análise sistêmica do projeto?
Como estabelecer a inserção sistêmica do projeto?
A que sistema o projeto serve?
Passo 9 — Qual o ambiente do projeto?
Como analisar a cultura (o ambiente interno) e o meio (o ambiente externo)
do projeto?
O que considerar na análise do ambiente do projeto?
Passo 10 — Como o projeto se insere no sistema socioeconômico?
Como o projeto se insere em planos, programas e linhas de apoio?
O que são multiprojetos e projetos integrados?
Qual o impacto econômico-social do projeto?
Quais os efeitos e externalidades sofridos e provocados pelo projeto?
Passo 11 — Como o projeto se insere no ambiente institucional?
Que forças políticas atuam sobre o projeto?
Qual o tipo e a característica de gestão dominantes?
Como se dá a inserção organizacional do projeto?
Ordenando o projeto
Passo 12 — Quais as fases do projeto?
Vale a pena dividir os projetos em subprojetos?
Como separar as fases ou os subprojetos?
Passo 13 — Que atividades constituem o projeto?
O que é uma atividade?
Como descrever as atividades?
Como estimar a duração?
Passo 14 — Qual a ordem de realização das atividades do projeto?
Quando construir uma rede?
Qual a relação de dependência das atividades?
Como diagramar a sequência de atividades do projeto?
Qual o caminho crítico?
Quando utilizar um software de projetos?
Passo 15 — Quanto tempo é necessário para chegar ao produto do projeto?
Revisão e correções
Passo 16 — Como constituir a estrutura organizacional de um projeto?
Como construir o organograma do projeto?
Como descrever as relações internas e externas do projeto?
Explicitando os recursos e a duração do projeto
Passo 17 — Como alocar os recursos humanos ao projeto?
Como identificar os recursos humanos para o projeto?
Como alocar o pessoal que irá trabalhar no projeto?
Como descrever as tarefas a serem executadas?
Como criar condições para recrutar e contratar recursos humanos para o
projeto?
Contratos de consultoria
Como criar condições para a administração dos recursos humanos?
Passo 18 — Como alocar os bens tangíveis e intangíveis do projeto?
Como programar a alocação de bens?
Descrição
Sequenciação
Dispêndio
Modalidades de aquisição
Fornecedores
Recuperação
Responsabilidade
Contratos referentes a bens tangíveis e intangíveis
Como calcular os estoques do projeto?
Identificação
Distribuição ABC
Lote econômico de compras
Fornecedores
Controle
Caracterização do nível tecnológico?
Configuração tecnológica
Configuração de tecnologia de produto/serviço
Passo 19 — Como as informações do projeto são geradas, armazenadas e
distribuídas?
Passo 20 — Como estabelecer o sistema de controle de qualidade do
projeto?
Qual o padrão de qualidade do projeto?
Quais os instrumentos básicos de qualificação do projeto?
Fazendo as contas do projeto
Passo 21 — Como orçar o projeto?
Quais as condições para elaborar um orçamento?
Como estruturar um orçamento?
Perfil orçamentário
Lançamento
Fontes de informação
Orçando os dispêndios com recursos humanos
Orçando os dispêndios com matérias-primas e outros bens
Convertendo o orçamento
Passo 22 — Como demonstrar os custos do projeto?
Como se distribuem os custos do projeto?
Classificação dos custos
Representando graficamente o orçamento
Calculando os custos médios
Como calcular o ponto de nivelamento e as variações de custo?
Encontrando o ponto de nivelamento (break-even point)
Explicitando as variações na receita
Explicitando as variações nos custos
Analisando a sensibilidade
Como se analisa o custo-benefício do projeto?
Apresentando o projeto
Passo 23 — Como apresentar os demonstrativos financeiros?
Rendimento
Fluxo de caixa (cash flow)?
Payback
Taxa de retorno
Taxa de desconto
Valor presente líquido
Taxa interna de retorno
Passo 24 — Como demonstrar o investimento necessário ao projeto?
Definições de análise de investimento
Cálculo da depreciação
Rateio dos custos
Cálculo do capital de giro
Cronograma de investimentos
Inserção financeira do projeto
Passo 25 — Como demonstrar o aporte financeiro necessário ao projeto?
Capital
Viabilidade
Seleção por payback v →
Seleção por valor presente líquido v →
Seleção por taxa interna de retorno v →
Outros fatores
Fontes
Usos e fontes
Passo 26 — Como discutir os riscos do projeto?
Como orientar o processo de tomada de decisões para prevenir riscos?
Como descrever os riscos do projeto?
Como o projeto responderá a situações de risco?
Passo 27 — Como relatar o projeto?
O que apresentar aos financiadores em potencial?
Como elaborar um plano de comercialização (marketing)?
Como apresentar o projeto?
Especificação
Negociação
O que deve constar do documento do projeto?
A ordenação do efêmero
Referências bibliográficas
Livros e artigos
Web
AGRADECIMENTOS
O que contém?
O texto descreve o itinerário básico da modelagem de projetos, com
indicações sobre as tarefas a serem executadas e as técnicas a elas
associadas.
As tarefas que compreendem a modelagem estão divididas em passos,
que são detalhados e comentados. A ordem de exposição foi elaborada de
modo a que mesmo profissionais com pouca experiência possam configurar
um projeto seguindo passo a passo as instruções dadas.
A indicação v → remete a passos ou conceitos discutidos em outra parte
do livro. Para facilitar a consulta, cada nova definição introduzida está
marcada em negrito — prática adotada em todo o texto.
Um índice remissivo, no final do livro, auxilia a localização de
conceitos e técnicas.
O que é modelagem?
Modelagem é a ordenação lógica de projetos, a exposição fundamentada do
que se pretende ver realizado. O termo “modelagem” é uma tradução da
expressão project design. Utilizo indiferentemente os termos “modelagem”
e “configuração”. Quando se pretende criar ou recriar um produto v → ou
quando se pretende dar forma a uma ideia, configura-se ou modela-se um
projeto.
Ao final da modelagem, tem-se um documento que informa sobre o
produto, a sequência de atividades, os recursos, enfim tudo que é necessário
para que o projeto possa ser posto em prática. No último passo apresento
um quadro resumo do conteúdo básico de um projeto tecnicamente
modelado, relacionando os itens, seu conteúdo e os capítulos em que foram
examinados neste manual.
1 ZOOP — sigla alemã (Ziel Orientierte Projekt Planung), que significa planejamento de projetos
orientado por objetivos. É uma metodologia lançada pela Agência Alemã de Cooperação Técnica
(GTZ — GmbH — Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit) em 1981.
2 A ideia de que os produtos, as organizações e os serviços demandados percorrem um ciclo similar
ao dos organismos vivos é recorrente no pensamento ocidental desde os primeiros filósofos gregos.
Aparece em textos romanos sobre administração e direito econômico e ganha força com o
renascentista Paracelso. O biologismo e o vitalismo filosófico do século XIX e da primeira metade do
século XX puseram a ideia em voga. Em períodos recentes da evolução das técnicas de
administração, o conceito foi adotado no campo do marketing, do planejamento estratégico e mesmo
como ponto focal de toda uma teoria das organizações.
3 Ver Cassirer, 1955.
4 Ver Eliot, 1944.
5 O entendimento do que vem a ser “cultura” varia muito entre as diversas correntes da antropologia.
Desde considerar todas as atividades humanas até privilegiar alguns dos seus aspectos, como o
comportamento (Tylor), as instituições (Malinowski) ou os artefatos (os arqueólogos). Procurei aqui
dar uma definição que abrangesse as diversas ordens de pensamento.
6 “El honor es, objetivamente, la opinión que tienen los demás de nuestro valor y, subjetivamente, el
temor que nos inspira esta opinión”, diz Schopenhauer (1983:103-106) ao examinar as diversas
formas de honra, que difere da glória. “El honor se contenta (...) con asegurar que ese sujeto no
forma excepción, mientra la gloria afirma que es una. La gloria debe, pues, adquirirse: el honor, por
el contrario, sólo necesita no perderse”.
7 Estamos aqui muito próximos da perspectiva do professor Ernst Cassirer. Em Las ciencias de la
cultura (1955:69-70), Cassirer, embora privilegie as diversas formas de linguagem e o simbólico,
afirma que toda obra (objeto de cultura) tem três dimensões: a física, a representação e a expressão (o
sentimento pessoal que expressa). Diz ainda que os objetos culturais diferenciam-se dos demais por
manifestarem um sentido (religioso, linguístico, artístico): não só “são” e devem, mas, ao devir,
manifestam algo distinto. Para ele, os conteúdos a que dá o nome de cultura têm uma existência
física; no entanto, essa existência não é mais do que algo que se manifesta. O que os objetos culturais
têm de particular é um valor simbólico; representam algo.
8 As técnicas de conclave mais utilizadas são:
a) o brainstorming tradicional — chamado de think up, constituído por uma reunião de um grupo
limitado de pessoas (entre cinco e 10 participantes), cujo objetivo é gerar, espontaneamente, tantas
ideias quantas forem possíveis, num período limitado de tempo, sobre um tema ou problema
específico. Os participantes devem externar suas ideias, por mais absurdas que possam parecer,
sem o receio de crítica ou julgamento;
b) key words: a técnica consiste em listar numa folha de papel ou editor de texto, o mais rápido
possível, todas as ideias que venham à mente sobre o tema abordado, mantendo o foco
continuamente, sem preocupação com a escolha e a ordenação das palavras ou mesmo com a sua
correta redação;
c) mind mapping: a técnica é especialmente utilizada quando o tema apresentado é complexo ou
extenso, e possui tópicos mais importantes ou áreas genéricas que podem ser destacados e
dispostos no topo de folhas de papel ou editores de texto, aplicando-se a técnica da key word a
cada um deles. É importante reservar uma folha, chamada de miscelânea, onde serão colocadas as
palavras que porventura não se enquadrarem em nenhum dos tópicos apresentados;
d) galaxy: esta técnica inicia-se dispondo o tema no centro de uma folha de papel ou flip chart e
circundando-o. Em seguida, uma nova ideia é escrita, circundada e ligada à anterior por meio de
uma linha. A cada nova ideia repete-se a operação, tomando o cuidado de conectar as ideias
relacionadas umas com as outras, mantendo as que não se relacionam entre si conectadas ao tema
central. Na maioria das vezes, de um tópico surgem ideias relacionadas que promovem o
surgimento de novas ideias.
COMEÇANDO
E a finalidade?
Finalidade é aquilo a que o objetivo do projeto serve. No exemplo em
que o projeto tem como produto um centro cultural restaurado, a finalidade
última da reestruturação, o seu propósito, pode ser a diminuição de custos
da organização. No exemplo do cálculo de viabilidade, a finalidade do
projeto pode ser algo como a expansão dos serviços prestados. Voltarei a
essa questão quando estudarmos a Matriz Lógica do Projeto v →. O
importante agora é fixar o produto, o objetivo e as finalidades.
As técnicas de configuração de projetos simplesmente não se aplicam a
produtos mal definidos. Todo projeto encerra uma lógica, uma articulação
interna que inevitavelmente está presa ao produto. Podemos nos enganar ou
fantasiar um pouco sobre os objetivos, as finalidades etc. O que não se pode
fazer é ter um produto difuso ou mal compreendido. Ele deve estar claro
para nós e para os que irão administrar e avaliar o projeto. De outra forma,
os prazos, as atividades e os custos serão difusos, o que, além de
tecnicamente incorreto, gera projetos absurdos.
Qual o escopo?
Outro termo ligado à definição de objetivos é “escopo”. Vamos encontrar na
literatura sobre projetos o termo “escopo” querendo significar ora o
conjunto de atividades a serem realizadas para gerar o produto, ora a
inclusão dos elementos necessários e a exclusão dos não necessários. Esse
uso se deve, provavelmente, a um antigo erro de tradução. Escopo significa
alvo ou intenção. O escopo do projeto não deve ser confundido com o
escopo do produto, que são as intenções do produto a ser gerado, tais como
o propósito, a função, as dimensões etc. A confusão é de tal ordem que o
melhor a fazer é evitar o termo.
■ bens de consumo durável (que são consumidos durante um prazo mais dilatado,
como obras artesanais).
■ bens de capital (que servem para produzir outros bens, como equipamentos e
edificações).
Qual a elasticidade?
Elasticidade é a intensidade com que a procura do produto gerado pelo
projeto aumenta ou diminui em resposta a uma baixa ou a uma alta de
preços (elasticidade-preço) ou a uma alteração da renda (elasticidade-
renda). A elasticidade mede a intensidade em que as curvas (ver figura 5)
podem se alterar. Tecnicamente, isso é dado pela correlação entre a
modificação do volume demandado e a modificação relativa no preço do
produto ou na possibilidade de aquisição (renda, orçamento etc.) do
consumidor. Mais uma vez, o cálculo da elasticidade de determinado
produto pode ser, e geralmente é, extremamente complexo. No caso de
projetos de maior envergadura ou de projetos comerciais em setores
altamente competitivos, essa tarefa deve ser atribuída a economistas
qualificados. Mas o simples conceito de elasticidade é extremamente útil
tanto na modelagem quanto na gestão do projeto cultural. Por exemplo, a
preocupação com preços diminui muito quando o produto gerado pelo
projeto tem elasticidade-preço pequena, seja porque não há bens substitutos,
seja porque o público consumidor pertence às classes economicamente mais
favorecidas, ou por outro motivo qualquer. O mesmo acontece quando a
elasticidade-renda é pequena; por exemplo, quando o preço unitário é muito
baixo, sendo acessível a todos os potenciais consumidores.
7. A situação dos bens que podem ser substituídos pelos gerados pelo projeto.
Figura 8
Matriz de estrutura lógica do projeto
Quais os indicadores?
Preenchida a primeira coluna da matriz, passemos à segunda, referente aos
indicadores do projeto.
Os indicadores devem se constituir em prova de que a finalidade, o
objetivo e as metas foram alcançados. Um indicador é um dispositivo que
fornece medidas. Os indicadores dão informações sobre: a) qualidade
(especificação); b) quantidade; c) duração; d) grupo/instituição-alvo; e)
local etc.
Um bom indicador deve ser: a) objetivamente verificável; b) essencial;
c) diretamente imputável ao projeto; d) diferençável dos indicadores dos
demais níveis.
A seguir, um exemplo das etapas necessárias à formulação de um
indicador. O objetivo do projeto considerado é recuperar documentação
musical, e o produto são x partituras recuperadas, ordenadas, catalogadas e
arquivadas. O indicador desse exemplo deve conter: a) quantidade: número
e dimensão das partituras; b) qualidade: peças únicas, cópias, transcrições
etc.; c) duração: de (...) de maio a (...) de agosto; d) local: armário z da
igreja w em (...).
Os indicadores de finalidade podem ser mais genéricos, desde que seja
possível mensurá-los ou indicar a sua qualidade. Como se viu, finalidades
vagas, do tipo “desenvolver o nível cultural”, não podem ser medidas, ou
mesmo estimadas (o que é “desenvolver”?). Se ainda constarem da
descrição, devem ser modificadas.
Os indicadores de metas têm, necessariamente, que ser medidos. Se a
meta não puder ser medida, ela foi mal definida e deve ser redefinida.
Indicadores de insumos são as unidades de medida e as quantidades
necessárias de determinado recurso. Por exemplo: “x homens/hora de
técnicos em conservação”.
Quais os pressupostos?
Na última coluna da matriz devem constar os pressupostos de cada um dos
itens citados nas linhas.
Pressupostos são as condições necessárias e suficientes, externas ao
projeto, para que a finalidade, o objetivo e as metas sejam alcançados e para
que os insumos estejam disponíveis. Eles são deduzidos a partir dos itens
anteriores, mediante respostas a questões do tipo: o que, fora do projeto,
pode impedir que essa meta seja alcançada ou que aquele recurso seja
disponibilizado etc.?
O pressuposto deve sempre ser expresso em termos positivos. Por
exemplo: “o governo manterá a atual política referente ao apoio ao teatro
itinerante”. Deve fazer parte da descrição dos pressupostos o grau de
probabilidade (estimativa) de que ocorra.
Os pressupostos constituem uma das bases da análise de risco do
projeto. Por isso, é preciso atentar para o caso em que o pressuposto seja
impeditivo do projeto como um todo. Duas atitudes podem se originar da
análise crítica dos pressupostos. Uma, mais óbvia e menos rara do que se
pensa, é o abandono ou a modificação radical do projeto devido a barreiras
detectadas nessa etapa da configuração. Pressupostos de alta probabilidade
e negativos para o projeto podem, e devem, determinar seu abandono. Outra
é a inclusão no projeto de atividades que diminuam o risco de ocorrência de
pressupostos desfavoráveis. Um exemplo disso é a inclusão de atividades
“políticas”, isto é, não essenciais ao projeto, com o fito de cativar
audiências, formadores de opinião e autoridades.
Os pressupostos compreendem restrições e premissas. As restrições são
fatores que limitarão as opções do projeto. Por exemplo, um orçamento
predefinido, cláusulas contratuais, legislação etc. As premissas são fatores
cuja ocorrência é considerada necessária para os fins do projeto. Por
exemplo, a disponibilidade de determinado recurso, uma autorização de
instalação, outputs de outros projetos etc.
DETALHANDO O PROJETO
Quais as especificações?
A partir da descrição do processo produtivo, deve-se especificar as
máquinas e equipamentos necessários às operações descritas. Para tanto,
vamos considerar os itens constantes no quadro 5.
Quadro 5
Especificação de máquinas e equipamentos
■ Funções a serem desempenhadas
Quais as edificações?
A construção, ampliação e reforma de prédios e instalações fabris,
comerciais ou de qualquer outra natureza constituem-se, como norma, em
projetos complementares. Os investimentos, as especificidades e o preparo
técnico requerido impõem, mesmo em projetos de pequena envergadura, a
contratação de terceiros, quer de empresas, quer de profissionais. As
pesquisas e a experiência têm demonstrado que a “economia” de custos
representada pela atitude “nós-mesmos-fazemos” é significativamente
inferior aos gastos com materiais desnecessários ou erroneamente
especificados, com as reformas e adaptações requeridas posteriormente, e
também com desvios, furtos e perdas durante a construção. Mais adiante
vamos tratar da questão das contratações v →.
Capacidade total
Determinar a capacidade total, discriminando a capacidade efetiva, de
reserva etc., conforme já discutido. Assinalar a capacidade média para o
período padrão de operação do produto, considerando, além das várias
capacidades, a deterioração de instalações, máquinas e equipamentos.
Medida
Calcular os índices prováveis de:
volume de produção real
Utilização =
capacidade do projeto
volume de produção
Eficiência =
capacidade efetiva
Máxima e mínima
Indicar as dimensões mínimas e máximas do processo produtivo. A
engenharia do projeto requer sempre um mínimo de condições operacionais
e um ponto máximo, acima do qual se torna operacionalmente inviável. Por
exemplo, um equipamento ou um conjunto de equipamentos tem um ponto
mínimo requerido (não existem equipamentos menores) e um ponto
máximo permitido (no caso de não existirem equipamentos maiores e de o
acréscimo de equipamentos na mesma unidade ser antieconômico).
Rendimento técnico
Indicar o rendimento esperado. Os indicadores de rendimento são
instrumentos de análise da eficácia na utilização dos fatores de produção —
como matérias-primas, mão de obra, equipamentos etc. Os índices de
rendimento esperado são em geral conhecidos — constam da literatura
técnica, dos prospectos dos fornecedores de máquinas e equipamentos etc.
—, mas em alguns casos devem ser estipulados com base na experiência
(entrevistas) ou estimados com base em índices similares. As margens de
erro devem ser igualmente indicadas. Os índices de rendimento são sempre
expressos na forma de razão, como nos exemplos do quadro 6.
Quadro 6
Índices de rendimento
Produtividade da mão de obra = unidades produzidas/horas totais de trabalho
Subprodutos
Identificar os subprodutos gerados ao longo do processo produtivo ou da
geração de serviços e a sua utilização técnica e econômica. Por exemplo,
uma feira de artesanato pode gerar pessoal treinado em montagem e
organização de estandes.
Refugos e perdas
Identificar a margem esperada de refugos e perdas. Refugos (tangíveis) e
perdas (intangíveis) são os bens rejeitados durante o processo de produção e
a parte não aproveitável do produto gerado pelo projeto. Algumas perdas e
refugos podem ser reaproveitados no próprio processo produtivo ou como
subprodutos, como as sobras de montagem de cenários, por exemplo. Em
ambos os casos existem custos adicionais, que devem ser estimados e
acrescentados aos custos do processo produtivo.
As causas mais frequentes da ocorrência de refugos e perdas
desnecessários são: a) erros de configuração do produto; b) falhas no
controle da qualidade; c) falhas no controle de produção; d) baixo nível de
treinamento; e) má organização do trabalho; f) armazenagem incorreta.
A experiência acumulada, na maioria dos casos, indica a margem
esperada de ocorrências de perdas e refugos. Adaptei o quadro 7, comum
em projetos industriais, para a diminuição dos prejuízos causados por
perdas e refugos em outros tipos de projetos.
Quadro 7
Classificação dos refugos
Segundo o local
■ refugo definitivo: não reaproveitável; pode ser vendido como sucata ou lixo;
Distribuição13
Delinear a distribuição da geração do produto ao longo da vida do projeto.
Essas estimativas devem ser feitas da forma mais acurada possível. Os
custos decorrentes de uma má configuração da capacidade, por exemplo os
custos de horas extras, podem tornar o projeto antieconômico. São
recomendáveis consultas a estatísticas de produção, a especificações de
fornecedores e de equipamentos e outras providências do gênero. Entre os
fatores que influenciam a distribuição da capacidade, os mais citados na
literatura sobre projetos são: a) calendário de pôr em marcha equipamentos;
b) treinamento; c) disponibilização de recursos v →; d) transporte v →; e)
clima; f) legalizações.
Acumulação
Delinear a curva de capacidade acumulada. Essa curva representa a
capacidade agregada adicionada a cada etapa do projeto ou a cada etapa de
produção. O exemplo a seguir mostra a capacidade agregada a cada fase de
um projeto de recuperação de produção artesanal.
Figura 9
Capacidade agregada
Qual a capacidade econômica?
A capacidade técnica e a capacidade econômica guardam entre si
implicações recíprocas. Por um lado, a capacidade técnica pode exceder ou
estar aquém da capacidade de absorção econômica. Por outro, os custos e
influências decorrentes das oscilações de públicos e mercados podem
transformar o estudo da capacidade técnica em um exercício inútil. Aí estão
os centros culturais com capacidade ociosa, os museus superados pelas
novas exigências do público etc.
A capacidade econômica é definida pelo nível ótimo de produção em
relação às condições de mercado. Os itens a serem considerados na sua
avaliação são os seguintes: demanda, escala, intensidade, rentabilidade e
disponibilidades.
Demanda
Verificar a demanda projetada. Como se viu, de nada adianta o produto do
projeto ter uma capacidade que exceda as possibilidades de absorção. Trata-
se de precisar e aplicar o que foi discutido no passo referente ao cálculo da
demanda v → para a estimativa de tamanho. Evidentemente, a dimensão do
mercado e dos públicos estabelece um tamanho máximo para o projeto e
para o produto por ele gerado. A estimativa da magnitude do mercado é
dada pelo somatório dos produtos existentes e pela projeção da demanda.
Em praças ainda não exploradas ou para novos produtos, essas estimativas
envolvem considerações mais difíceis de fazer. O mais das vezes só é
possível uma estimativa mais ou menos grosseira.
Escala
A relação produto/custo decresce à medida que aumenta o tamanho do
produto e do projeto, porque existem custos fixos v →, que são os mesmos,
independentemente do volume de produto gerado, e que voltam a crescer a
partir de determinado ponto. Os fatores mais importantes aqui são a
economia de escala (quanto maior a dimensão, menores os custos,
proporcionalmente aos resultados) e, principalmente, a escala ótima do
produto, o ponto em que não vale mais a pena fazer com que o produto
cresça porque ele se torna antieconômico. A escala ótima é dada pelos
custos e por um conjunto de fatores adicionais, a saber:
a tecnologia v → em geral, uma escala maior de produção permite uma
redução proporcional nos insumos por unidade de produção. Para isso
contribuem o uso de fatores indivisíveis (equipamentos, instalações,
pessoal técnico especializado, transportes etc.), a padronização, o
controle de qualidade, a especialização do pessoal envolvido. Essa é
uma das razões que fazem a montagem de uma companhia de balé ou de
repertório ser mais econômica do que a montagem de espetáculos
avulsos, embora seja necessário um maior volume de investimentos e de
capacidade administrativa;
o processo produtivo. Os fatores de produção e a própria organização
da produção determinam uma dimensão mínima e outra máxima, abaixo
e acima das quais o processo se torna crescentemente oneroso. Abaixo
de determinado número de peças ou de volume de público pode não
valer a pena instalar um museu. Por outro lado, megaespetáculos ou
espaços imensos podem envolver custos e riscos de transporte, pessoal,
legais, que não guardam proporção com o benefício esperado;
o volume de aquisição e transporte, com os correspondentes descontos e
facilidades. Muitas vezes é mais econômica a aquisição em grandes
lotes, mesmo que não sejam inteiramente aproveitados, do que a
aquisição no varejo, mas isso requer previsão de custos de
armazenagem, de controle etc.;
os custos de captação, uma vez que montantes de empréstimos e
financiamentos costumam ter juros diferenciados. No setor cultural,
deve-se considerar que o custo de captação de financiamento inclui um
trabalho penoso e, às vezes, caro, que é o dos fund raisers. No caso de
captação direta, os custos do tempo e do esforço gastos para se obter
fundos devem ser considerados custos de projeto;
os custos fixos v → de administração e vendas;
a localização v → , como se verá no passo subsequente.
Quando esses itens são negativos, fala-se de deseconomias de escala.
Por exemplo, um festival de música restrito pode sofrer deseconomias
devido à subutilização de máquinas e equipamentos, e um festival grande
demais pode ocasionar deseconomias devido aos custos dos controles
operacionais e administrativos.
Intensidade
Os custos dos insumos tendem a baixar e os de mão de obra tendem a se
elevar à medida que a capacidade é utilizada mais intensamente. Como se
viu, do lado dos insumos a aquisição em grande escala pode determinar
descontos e economias derivadas. Mas, do lado da mão de obra, as
remunerações de horas extras, o trabalho noturno, os turnos múltiplos etc.
podem encarecer demasiadamente o produto do projeto.
Rentabilidade
Rentabilidade é o cálculo que relaciona o capital investido com o resultado
obtido, em geral o lucro. No cálculo da capacidade econômica, trata-se de
estabelecer a relação utilidades/unidade de capital. Em termos práticos, essa
decisão baseia-se no fato de que, para atingir a escala ótima, o produto pode
requerer investimentos de tal monta e qualidade (tempo, liquidez etc.) que
estejam fora das possibilidades ou do interesse dos eventuais
investidores/patrocinadores. A capacidade técnica é geralmente definida em
função do capital fixo, isto é, do capital necessário ao nível ótimo da
produção. O estudo da capacidade econômica corrige essa perspectiva, ao
considerar também o capital de trabalho, isto é, a plena utilização de todos
os recursos a serem investidos.
Disponibilidades
Por último, a capacidade econômica é condicionada pela disponibilidade de
recursos, inclusive dos recursos humanos necessários à operação do produto
do projeto. Nos projetos culturais, a indisponibilidade de recursos pode
implicar ônus consideráveis. Frequentemente, os recursos são inexistentes
ou inacessíveis na região e devem ser importados dos grandes centros, a
custos altos. Outras vezes, a disputa por oportunidades nos grandes centros
requer estratégias sofisticadas e custosas para se obter espaços e facilidades.
Análise
Confrontar os estudos de mercado pelo lado da demanda v →, com o
delineamento da capacidade acumulada. Essa comparação é que indicará as
correções a serem feitas na configuração da capacidade e tornará possível
estimar os riscos decorrentes de excessos de oferta (custos de estocagem)
ou de carência na geração do produto (back orders). Uma exposição
itinerante pode ter custos de seguros e de segurança de estocagem muito
altos, o que sobrecarrega o dispêndio com a capacidade, enquanto um
festival de teatro pode ter uma demanda não atendida, o que pode prejudicar
toda uma programação posterior.14
Figura 10
Capacidade e demanda acumuladas
Ajustes
Muito embora, idealmente, a capacidade deva acompanhar a demanda, nem
sempre essa opção é desejável. Quando os custos de ajuste — por exemplo,
a previsão de horas extras — excederem os ganhos de acompanhamento da
demanda, esta deve naturalmente ser relevada, sendo preciso considerar
essa flexibilidade para o produto. Mas, para a maioria dos produtos, é
recomendável o ajuste da capacidade às flutuações prováveis da demanda.
Esse ajuste pode ser feito via programação da produção ou, como é mais
comum, via programação flexível da utilização de recursos materiais,
humanos etc.15 Outra possibilidade é o gerenciamento da demanda, por
exemplo, a fim de retardar ou adiantar o lançamento de peças publicitárias.
Fatores não econômicos
Aqui deve-se verificar que outros fatores, como a existência de interesses
sociais, interesses políticos etc., podem incidir sobre o tamanho do produto.
Esse item compõe os efeitos e as externalidades medidas para o projeto v →,
e sua estimativa é feita concomitantemente, como veremos mais adiante.
Custos
O objetivo final do estudo de tamanho é encontrar a dimensão ótima do
produto gerado pelo projeto. Por tamanho ótimo entende-se o que apresenta
a relação custo/benefício v → mais favorável. As etapas acima balizarão as
possibilidades de tamanho tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto
de vista econômico. Para que se possa determinar a dimensão ótima dentro
da faixa de balizamento é, obviamente, necessário estimar os custos de cada
alternativa.
Os custos utilizados para o cálculo do tamanho são os das diversas
escalas de produção em que o valor descontado (o valor efetivo, purgado
de componentes como inflação etc.) da produção excede os custos
descontados (depreciações etc.) pela maior quantia. O tamanho ideal em
termos de custos é aquele em que o rendimento do capital é maior do que
seria em usos alternativos (preço sombra, ou shadow price).
Os custos relativos ao tamanho podem variar substancialmente. Para
produtos de pequena envergadura, os custos podem ser estimados com
maior facilidade. Mas, usualmente, o cálculo dos custos envolve trabalho
árduo e, algumas vezes, bastante complexo. Para evitar repetições, e uma
vez que os itens referentes ao cálculo dos custos são os mesmos, seja para
um projeto, seja para uma organização/produto do projeto, concentrei as
etapas referentes ao cálculo de custos em um passo específico v →. Uma vez
calculada a variação de custos decorrente do tamanho do produto, retorna-
se ao exame do tamanho ótimo.
Tamanho ótimo
O tamanho ótimo para o produto é obtido mediante a consideração do
seguinte quadro comparativo.
Quadro 8
Quadro comparativo de tamanho
Capacidade técnica
Disponibilidades
Rentabilidade
Intensidade
econômicos
Fatores não
Tamanho
Demanda
Escala
Ajustes
Custos
TI
T II
T...
Tn
Mão de obra
Facilidades e
Distribuição
Localização
econômicos
Fatores não
incentivos
essenciais
Recursos
Insumos
LI
L II
L ...
Ln
LI
L II
L ...
Ln
12 ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas; DIN — Deutsches Institut für Normung;
ASTM — American Society for Testing and Materials.
13 Esse item e os que se seguem não se aplicam a projetos em que o produto é singular, isto é, o
produto, além de único, é gerado de uma só vez — como uma peça ou um evento.
14 A demanda não atendida (back order) pode ser extremamente prejudicial a determinados produtos.
No caso dos produtos artesanais, chega a significar uma perda de 30% da clientela potencial. O
fenômeno decorre do trânsito de informações de que o produto em questão não está disponível, o que
faz com que clientes potenciais deixem de ir ao local da venda do produto (ou deixem de procurar
ingressos para o espetáculo etc.) mesmo quando o produto volta a estar disponível.
15 Ver aprovisionamento v →.
IDENTIFICANDO O CONTEXTO DO PROJETO
Tem-se então:
os elementos de entrada. A entrada, input, insumo, recurso (são
expressões equivalentes) é o que fornece energia e material para a
operação do sistema. No projeto, os elementos de entrada são
constituídos pelos recursos financeiros, humanos, materiais e intangíveis
que alimentam as atividades. As atividades, que são as unidades básicas
do projeto, como se verá mais adiante, podem ser agrupadas na forma de
subsistemas. Nos elementos de entrada consta também a origem dos
recursos, como os fornecedores. Note-se que, para determinados
sistemas organizacionais, alguns ou mesmo todos os “fornecedores” são
internos à organização;
os elementos de saída. Saída, output, resultado, produto é o que o
projeto irá gerar. A descrição do produto-serviço deve compreender sua
ligação com os sistemas maiores aos quais o projeto serve. Isto é, deve
compreender a descrição das finalidades do projeto. Fazem parte da
descrição dos elementos de saída os usuários ou beneficiários do
projeto, como os clientes, por exemplo. Assim como para os
“fornecedores”, os “clientes” do sistema podem ser internos à
organização em que o projeto se insere. Todos esses elementos foram
descritos na matriz de estrutura lógica;
o processamento, isto é, o mecanismo de conversão de entradas em
saídas. É o que ocorre entre o início e o fim do projeto. Detalharei o
processamento mais adiante, no estudo da sequência de atividades. Os
limites do projeto são dados pelo conjunto das fases e atividades que o
compõem;
os mecanismos de retroalimentação. Feedback, retroação,
retroinformação ou retroalimentação é a função dos sistemas
cibernéticos — os sistemas com capacidade de se autocontrolarem — de
comparar a saída ou produto com padrões previamente estabelecidos e
de informar ao próprio sistema sobre a sua qualidade, quantidade,
intensidade etc. Os desvios verificados alimentam os esquemas de
autocorreção do sistema. No caso dos projetos, a retroalimentação é
produzida pelos controles de saída — os meios de verificação da matriz
de estrutura lógica. O confronto entre o produto-serviço gerado e os
critérios projetados — as especificações e suas margens de tolerância —
dá origem às ações corretivas.
16 Para entender melhor a terminologia, ver o item referente à organogramação (passo 16, p. 152).
ORDENANDO O PROJETO
7 contratar sala de ■ firmar contrato para utilização das salas de aula 0,25d
aula
— 1 2
1 2 3, 4
2 3 4
3, 2 4 5
4 5
1 pré-montagem 0d —
3 contatar professores 2d 2
5 contratar professores 1d 4
18 divulgar seleção 1d 17
26 curso em andamento 0d 25
Duração Folga
17 A economia de tempo foi o principal motor das técnicas de projetos. A grande maioria dessas
técnicas se origina do esforço de guerra — particularmente do esforço norte-americano durante a II
Guerra Mundial —, como o objetivo de abreviar o tempo de produção de material bélico. É essa a
origem das técnicas Pert, caminho crítico, ROY e tantas outras que, por décadas, foram consideradas
sinônimos de projetos. O Pert (Program Evaluation Review Technique), desenvolvido em 1958 pela
Booz Allen Hamilton para a marinha norte-americana, prevaleceu sobre as demais técnicas.
Constitui-se até hoje na espinha dorsal do instrumental de elaboração e gestão de projetos industriais,
de construção civil, de instalação de organizações etc. É a base da maioria dos softwares disponíveis
na área de administração de projetos.
18 Na literatura técnica sobre projetos, algumas vezes “atividade” aparece como uma divisão de
tarefas. Isto é, a unidade principal é denominada “tarefa” e a secundária, “atividade”. No entanto, na
terminologia mais comum, e que utilizo aqui, “tarefa” (task) aparece como divisão ou componente da
atividade, sendo “atividade” a unidade básica do projeto.
19 O conceito de flextime foi desenvolvido na Europa nos anos 1970 para evitar congestionamentos
na hora do rush. A ideia era evitar a coincidência de saídas e entradas no trabalho em uma única hora
do dia. A diferença entre os horários bancários e os do comércio advém dessa prática.
20 As principais técnicas de rede são o Pert e o CPM. O Pert, como se viu, baseia-se em técnicas de
redes utilizadas durante a II Guerra Mundial. Na forma atual, foi desenvolvido pela marinha norte-
americana para planejar e controlar o programa de mísseis Polaris nos anos 1950. O CPM (Critical
Path Method) foi desenvolvido pela Du Pont, em 1956, para programar novos produtos. O propósito
da indicação do caminho crítico é encontrar um equilíbrio entre a duração total do projeto e seus
custos.
21 Desenvolvidas a partir da administração sistemática — a escola que antecede imediatamente a da
administração científica do início do século XX, e que resulta do esforço para tornar eficazes os
sistemas de ferrovias no final do século XIX —, as técnicas de redes têm como objetivo reduzir a
duração do projeto, racionalizando a sequência das atividades e eventos. Isso é feito mediante o
cálculo dos tempos (a duração das atividades), considerando-se as superposições (atividades
simultâneas) e o melhor aproveitamento dos recursos. As técnicas de redes também informam sobre
os gargalos e as atividades-chave do projeto (atividades críticas) e são um poderoso auxiliar na
coordenação de ações simultâneas.
EXPLICITANDO OS RECURSOS E A
DURAÇÃO DO PROJETO
A1
A2
...
An
Motivações neutras
8o Mudanças de cronograma
Sequenciação
Ordena-se a utilização dos bens segundo a sequência de atividades do
projeto. Como no caso dos recursos humanos, os softwares dedicados a
projetos realizam os cálculos de alocação e, se preciso, de alteração da rede
rapidamente, e fornecem histogramas de distribuição da utilização dos
recursos.22
Dispêndio
Relaciona-se em seguida a estimativa de dispêndio. As tarifas, as cotações
de preços e os padrões de honorários podem ser obtidos mediante consulta a
tabelas profissionais, publicações especializadas, associações, solicitação de
propostas, tomada aberta de preços etc.
Modalidades de aquisição
Indica-se depois as opções — aquisição, aluguel, leasing etc. O ponto
principal é a análise comparativa das várias opções, inclusive, para alguns
itens, a opção pela produção do bem como passo ou subprojeto. Tanto a
geração de informações quanto a manufatura de equipamentos,
principalmente ferramental, podem ser mais econômicas do que a compra.
Para alguns tipos de projetos, mormente os que fazem uso de
equipamentos dispendiosos, convém usar um sistema de arrendamento
internacionalmente conhecido como leasing. O leasing é um arranjo entre o
detentor de um equipamento ou bem e um arrendatário para que este último
possa usá-lo. Durante o período de leasing, o arrendatário faz pagamentos
regulares, como se fosse um aluguel. Esses pagamentos são estruturados
pelo dono do bem ou equipamento de forma a cobrir os custos de aquisição,
financeiros e uma margem de lucro. No fim do período, o bem ou
equipamento é vendido pela diferença ao arrendatário, devolvido (leasing
operacional), ou arrendado outra vez. O sistema de leasing pode ser
recomendável quando a renda a ser paga é próxima da de um aluguel,
quando o bem ou serviço é caro em relação ao orçamento do projeto ou
quando há vantagens em termos de taxação e impostos. Como o
proprietário do bem ou equipamento pode arrendá-lo várias vezes a vários
projetos, os custos de leasing costumam ser bastante vantajosos.
Fornecedores
Indica-se a origem provável dos recursos a serem utilizados durante o
projeto. Parte significativa desses bens pode ser fornecida diretamente
pela(s) organização(ões) à(s) qual(ais) o projeto se filia. Mesmo nesses
casos, deve-se assinalar a origem e a disponibilidade dos bens. Para os bens
a serem comprados, alugados etc., deve-se indicar os principais
fornecedores, dando preferência aos que tenham maior tradição na praça.
Da configuração deve constar: uma listagem de fornecedores potenciais, os
critérios de avaliação e, sempre que possível, uma avaliação prévia dos
potenciais fornecedores. O ideal é que todo fornecedor possua um
certificado ISO (International Organization for Standardization).
Recuperação
Estima-se a depreciação e o valor venal dos bens adquiridos para o projeto.
Sempre que possível, assinalar as possibilidades concretas de reaver o
investimento, para que os retornos possam ser abatidos do custo final do
projeto. Isso se aplica tanto a bens tangíveis, máquinas, instalações,
equipamentos que possam ser revendidos, quanto a subprodutos dos bens
intangíveis, como a prestação de serviços de assessoramento a partir das
informações e dos conhecimentos adquiridos para e pelo projeto.
Responsabilidade
Indicam-se os responsáveis pela assinatura e acompanhamento dos
contratos referentes aos bens tangíveis. Essas informações irão alimentar a
matriz institucional múltipla v → e a matriz de responsabilidades v →, já
examinadas.
Identificação
Identificados os principais estoques do projeto a partir da listagem de
alocação de recursos v →, classificam-se os estoques do projeto em quatro
categorias:
os estoques de recursos, em geral de matérias-primas, que serão tanto
mais econômicos quanto melhor for configurado o plano de aquisições;
os estoques de produtos semiacabados ou estoques de espera, que são
os estoques criados pela diferença de ritmo de produção e pelos tempos
de espera (folgas) entre as atividades, e que serão tanto mais
econômicos quanto melhor for configurada a sequência de atividades do
projeto;
os estoques de produtos acabados, que serão tanto mais econômicos
quanto melhor forem configurados a capacidade e o plano de
comercialização do projeto. Aqui se incluem os estoques básicos de
disponibilidades, que visam atender a flutuações na demanda pelo
produto do projeto; os estoques de antecipação, que visam antecipar
demandas futuras, e os estoques de distribuição, que visam atender a
características do fluxo de distribuição como, por exemplo, quando o
transporte é mais econômico em lotes do que em unidades;
os estoques de bens tangíveis e intangíveis, dos quais o projeto depende
e que podem ser afetados pelo projeto; por exemplo, os estoques de
insumos básicos/recursos naturais, como água, estudados no passo
referente ao dimensionamento do projeto v →.
Distribuição ABC
Em seguida, determinam-se os itens prioritários para cada um dos principais
estoques do projeto, mediante a elaboração de curva de distribuição ABC.
A curva de Pareto,23 ou curva ABC, como é conhecida em logística, é uma
técnica útil para o estabelecimento de prioridades para qualquer estoque.
Serve igualmente ao estoque de materiais — como matérias-primas e
produtos acabados — e ao estoque de informações, por exemplo.
O objetivo da técnica é dirigir os esforços de controle para produtos,
situações e objetivos-chave. A curva de Pareto é de uso corrente no
estabelecimento da intensidade e da frequência de controle de estoques. Por
extensão, é utilizada para selecionar os itens-chave em qualquer conjunto,
seja de clientes, de ações, de centros de risco etc. Na configuração de
projetos é útil para eleger, numa gama de possibilidades, os produtos e
objetivos cruciais para a finalidade genérica a que o projeto deve atender.
A ideia fundamental, expressa pela curva, é de que, controlando-se os
poucos itens-chave (os itens A, em uma gradação ABC, como no exemplo
da figura 22), melhora-se a efetividade do projeto.
Figura 22
Curva de Pareto
Os passos para a elaboração da curva ABC são:
listagem — determinam-se as categorias e as unidades a serem
comparadas (recursos materiais, itens de custo, clientes potenciais etc.);
valoração — estima-se o valor de cada item e, em seguida, soma-se para
achar o valor total em jogo;
ordenação — ordenam-se os itens, do mais valioso ao menos valioso;
plotagem — determinam-se o percentual de cada item e o percentual
acumulado segundo a fórmula [((valor do item + soma dos valores dos
itens precedentes) / valor total) × 100]. Em seguida, dispõem-se os itens
no eixo dos x do gráfico, da esquerda para a direita, em ordem
decrescente de valor (atenção, trata-se de dispor os percentuais
acumulados). Dividem-se os itens em A, B e C. Usualmente os itens A
representam cerca de 20% do total de itens e 75% do valor total;
por último, determina-se o perfil dos itens prioritários dos principais
estoques do projeto. Considerando-se a curva de Pareto, o perfil dos
itens A deve ser determinado para todos os tipos de projetos. No caso de
alguns projetos, pode ser conveniente, dependendo dos custos e dos
riscos envolvidos, a análise dos itens B e até mesmo dos itens C, ainda
que considerados por lotes e não por unidades.
Lote econômico de compras
Identificados, classificados e estabelecidos os itens prioritários dos bens a
serem utilizados no projeto, passa-se à determinação dos lotes ideais de
compra e às margens de segurança correspondentes. A determinação dos
lotes de compra tem como objetivo a economia de custos, tempo e espaço
de estocagem. O estoque de segurança serve para compensar eventuais
falhas no planejamento ou no fornecimento. As margens devem considerar
tanto um estoque mínimo quanto aspectos como dúvidas acerca da
confiabilidade dos fornecedores, de mudanças no mercado, custos de
transporte, alteração de legislação, descontos etc., não passíveis de
determinação por instrumento quantitativo.
Figura 23
Perfil de estoque
2 RS
Q=
C
Fornecedores
Os modelos de cálculo do lote econômico de compra servem para bens sem
grande flutuação de demanda. Para produtos como os de moda e para outros
bens com custos de estocagem muito baixos e custos de aquisição muito
variáveis, como é o caso de bens culturais intangíveis, o esforço de
aplicação desses modelos não se justifica. Também para bens com mercado
competitivo muitas vezes os ganhos derivados da administração de estoques
podem ser insignificantes se comparados aos ganhos obtidos nas aquisições
de oportunidade.
A decisão sobre de que fornecedor adquirir pode determinar ganhos
importantes de custo. Mas, se equivocada, pode ser um problema insolúvel
para o administrador do projeto. Na escolha entre um único fornecedor e
vários fornecedores, por exemplo, deve-se ser o mais exaustivo possível nas
análises de configuração, e considerar: a) qualidade, mais fácil de controlar
quando a fonte é única, mas tendendo à estabilização no nível do patamar
contratado, enquanto, em um sistema de concorrência, a tendência é de
incremento não remunerado da qualidade; b) garantias, mais fáceis de obter
de um único fornecedor; c) dependência e vulnerabilidade a falhas de
fornecimento, maiores, evidentemente, no caso de um único fornecedor; d)
os ganhos de escala transferidos aos preços, maiores no caso de um único
fornecedor, que também, dada a segurança das encomendas, pode trabalhar
com margens menores.
Controle
Os instrumentos de gestão de recursos tangíveis, cuja utilização deve ser
útil em projetos culturais, são:
just-in-time — resulta de uma longa evolução da administração fabril,
iniciada ainda no século XIX, quando alguns tipos de manufaturas
começaram a operar com fluxos de tempo reduzidos. A abordagem just-
in-time, diferentemente da abordagem tradicional da administração de
estoques, que procura otimizar custos de manuseio e armazenagem, tem
como propósito orientar a produção de forma a gerar bens e serviços
exatamente quando necessário, eliminando estoques e esperas. O JIT
integra fornecedores, processadores de usuários em várias instâncias,
inclusive aquelas exteriores ao projeto. Por isso, o JIT incorpora
técnicas de qualidade, uniformidade de gestão e, principalmente,
envolve os recursos humanos no compromisso produtivo;
kanban — é a palavra japonesa para “cartão”. Originariamente um
sistema de acompanhamento e controle da produção mediante o uso de
cartões coloridos evoluiu para um sistema de aceleração e eliminação de
erros. A principal contribuição do kanban foi a ideia, hoje incorporada
por várias das técnicas de gestão, de que a geração de bens e serviços
deve ser “puxada”, em vez de “empurrada”. Isto é, a ideia de que o ato
produtivo, seja ele fornecimento, transporte, transformação etc., é
efetivado mediante um sinal (na origem um cartão colorido) que parte
do responsável pelo ato imediatamente posterior. Com isso obtêm-se o
nivelamento da produção e um alto nível de comprometimento e
integração.
Configuração tecnológica
Os passos para se configurar a tecnologia de um projeto dividem-se,
portanto, em dois ramos.
O primeiro, referido à tecnologia de processo, compreende: a) listar as
máquinas, máquinas-ferramentas e todos os tipos de equipamentos a serem
utilizados, relacionando-os a partir da descrição das atividades; b)
determinar o tipo e, sempre que possível, o nível de tecnologia a ser
utilizado; c) verificar se as diversas tecnologias são compatíveis entre si.
Máquinas de alto desempenho precisam de periféricos apropriados; convém
que os caminhões caibam nas garagens, que as lâmpadas encaixem em
bocais determinados etc.; d) verificar se as tecnologias foram desenvolvidas
seguindo princípios similares. Um software Mac não opera em PCs;
equipamentos circenses de origens diferentes não encaixam uns nos outros
etc.; e) indicar como a tecnologia utilizada no projeto se integra com a
tecnologia dos demais atores (parceiros, fornecedores, clientes etc.);24 f)
verificar se a tecnologia é adequada ao projeto tanto em termos
operacionais — o telefone celular urbano não opera no meio rural —
quanto em termos de custos. As novas tecnologias são objetos de consumo
fascinantes, mas nem sempre são objetos operacionais necessários ou
adequados aos orçamentos. A maioria das tecnologias só é econômica a
partir de uma certa escala — por exemplo, os sistemas de códigos de barra
são inúteis para controlar poucos convites, mas utilíssimos para controlar
tíquetes de entrada — e em circunstâncias determinadas. Deve-se ter
presente que o projeto terá uma vida efêmera e que a depreciação e a
obsolescência v → da alta tecnologia são aceleradas na proporção que novos
produtos são lançados no mercado.
Configuração de tecnologia de produto/serviço
O segundo ramo da configuração tecnológica compreende os passos
relativos à tecnologia de produto, ou seja: a) a descrição detalhada da
tecnologia embutida no produto do projeto. Essa descrição deve estar
baseada e se referir a padrões internacionais e nacionais de medidas e
aferição. Os institutos de aferição e pesquisa, como o Inmetro, do Brasil,
fornecem especificações detalhadas e atendem a consultas sobre normas
operacionais, de segurança etc. O grau de automação e a escala em que a
tecnologia será utilizada também devem ser claramente descritos. Se o
produto for convencional, isto é, se o projeto não tem como objetivo a
invenção de um produto, é imprescindível verificar as informações
disponibilizadas pelos fornecedores já estabelecidos; b) a estimativa do
ponto do ciclo de vida v → da tecnologia a ser produzida. Os diferentes
pontos do ciclo de vida determinam estratégias de produção, gerenciamento
e marketing inteiramente diversas; c) a indicação da medida em que a
tecnologia a ser produzida é consistente em relação ao ambiente do projeto.
Isto é, a demonstração de que a tecnologia é compatível com as já
existentes e de que, portanto, pode se integrar rapidamente ao mercado ou
ao sistema a que se destina. Devido a frequentes erros de avaliação, a
análise de consistência tornou-se um dos pontos focais de julgamento de
risco de projetos culturais; d) a indicação dos fatores de diferenciação da
tecnologia proposta em relação aos disponíveis. A taxa de inovação pode
ser um dos elementos essenciais da “venda” do projeto. Deve-se, portanto,
enfatizar os benefícios que a tecnologia trará para os clientes ou usuários do
produto, bem como deixar claras as suas limitações.
Informação 1
Informação 2
...
Informação n
Onde:
tipo — é a descrição da informação propriamente dita. Por exemplo,
início/conclusão de atividades; contratação/desligamento de pessoas;
disponibilidade de recursos etc. O plano de provisão de recursos
humanos e o plano de provisão de bens tangíveis são uma fonte
adicional útil para a obtenção dessas informações;
ação — é a geração, a coleta, o armazenamento, a distribuição, a
divulgação, a destruição, ou qualquer outra manipulação de
informações. A ação deve ser relacionada a uma atividade, isto é, deve
ser uma atividade ou estar incluída em uma atividade;
data — dia, hora etc. em que a ação deve ter lugar. Obrigatoriamente
relacionada com a atividade;
origem — é o “fornecedor” do dado, informação etc. A origem pode ser
interna ou externa ao projeto. Deve-se assinalar o nível de
comprometimento nesse item. As informações aqui podem constar das
premissas e envolver riscos de inexistência ou imprecisão que devem ser
mencionados;
destinatário — a disseminação da informação pode ser interna
(distribuição) ou externa ao projeto (divulgação a clientes, fornecedores,
mídia, públicos específicos etc.). Este item está diretamente relacionado
com a imagem do projeto;
meio — o suporte ou o meio de tratamento da informação para a ação
correspondente, incluindo reuniões, contratos, e-mails, entrevistas, fax,
videoconferências, questionários etc.
Dependendo da envergadura e do tipo do projeto, pode convir fazer
constar do Plano de Comunicações: a) informações externas requeridas; b)
informações geradas pelo projeto; c) forma, época, conveniência etc. de
comunicação com a mídia; d) o estabelecimento de formatos e das
convenções a serem utilizados.
Os tipos tradicionais de informação de projetos devem ser padronizados.
São eles: a) relatórios de progresso, contendo o que foi realizado até
determinado momento, a comparação entre o projetado e o executado, as
dificuldades encontradas, as informações físico-financeiras etc.; b)
relatórios de revisão, contendo as modificações a serem feitas no projeto
inicial ou no último relatório de revisão, as razões e os efeitos esperados; c)
os relatórios financeiros, contendo os itens referentes à execução do
orçamento.
Ainda no campo dos recursos informacionais, deve-se incluir, sempre
que possível, a elaboração de uma programação visual específica. Para
alguns tipos de projetos na área da cultura, uma programação visual
benfeita tem-se mostrado útil tanto para a operação, quanto para a
construção da imagem do projeto.
...
...
...
...
Total
Perfil orçamentário
Feitas as correções na estimativa orçamentária inicial, ajusta-se o
orçamento às condições do meio em que o projeto se dará. O perfil
orçamentário varia muito de setor para setor e de projeto para projeto. Para
alguns setores, como o da construção civil, que rege os projetos culturais
envolvidos com reformas, restaurações, adaptações etc., os itens
orçamentários de custos são padronizados e fornecidos por publicações
periódicas especializadas. Para outros, a estrutura orçamentária deve ser
construída a partir do zero. Por outro lado, para alguns projetos, o
orçamento não precisa ser mais do que a listagem e o somatório simples dos
custos das atividades e das estimativas de receitas. Para outros, como no
caso de projetos de obtenção de financiamentos privados, irá exigir maior
detalhamento e cálculos complexos envolvendo itens como expectativa
inflacionária, flutuações de mercado etc.
O quadro 26 apresenta um exemplo de estrutura orçamentária, com os
itens mais frequentes em projetos simples.
Quadro 26
Exemplo de estrutura orçamentária
Item Subitem Valor Valor Tolerâncias
unitário agregado e
flutuações
– +
Mão de obra Pessoal envolvido diretamente na
produção.
Discriminar: pessoal do projeto
Pessoal contratado
Pessoal cedido
Total
Pessoal contratado
Pessoal cedido
Total
Pessoal contratado
Pessoal cedido
Total
Equipamentos
Aluguéis e arrendamentos
Insumos Matérias-primas
Material de consumo
Sobressalentes
Armazenagem
Comercialização (venda e
propaganda)
Outras Seguros
despesas
Impostos e taxas
Juros
Reservas e
imprevistos
Taxas e
emolumentos
Impostos
Total das
despesas
Outras receitas
Total
Lançamento
Montada a estrutura orçamentária, transferimos os dados à estimativa
orçamentária inicial, lançando os custos unitários. Uma sugestão: se estiver
utilizando software, certifique-se de que as tarefas que cada recurso
realizará estejam detalhadas e homogeneizadas (tenham a mesma
nomenclatura), bem como distribuídas corretamente nas atividades do
projeto. Embora tal procedimento seja trabalhoso e demorado, garante uma
estimativa de custos mais acurada e realista. Uma das mais frequentes
causas de equívocos na alocação de custos está relacionada a imprecisões
quanto à tarefa a ser executada.
Para cada item lançado estabelece-se uma estimativa de erro para os
valores agregados. Esse erro compreende as margens de tolerância e as
imprecisões naturais quando se lida com preços de mercado, por exemplo.
Dê o valor e o percentual (a margem de erro esperada, para mais e para
menos).
Fontes de informação
Como se viu, as fontes de informação sobre custos variam de acordo com o
item, o setor do projeto etc. Os recursos mais utilizados na obtenção de
informações sobre custos são: a) a referência a projetos similares,
consideradas as diferenças de circunstância, como as tecnologias
introduzidas na área de atuação do projeto e o tempo decorrido desde que a
fonte da informação esteve operacional; b) publicações setoriais e revistas
especializadas em índices de preços. Atenção especial deve ser dada à
fórmula de cálculo das informações e à nomenclatura utilizada. São raras as
bases de cálculo e as nomenclaturas que obedecem a padrões universais; c)
fornecedores de insumos e recursos. Atenção especial também deve ser
dada às diferentes especificações técnicas e à busca por produtos
substitutos; d) publicações oficiais, principalmente no que se refere a
tarifas, tributos, salários mínimos, taxas etc., isto é, todos os elementos de
custo que sofrem influência direta ou são regulados pelo governo; e)
empresas especializadas no levantamento de informações sobre preços e
condições.
Analisando a sensibilidade
Na figura 33 são previstos os efeitos de variações simultâneas nos custos e
nas receitas para um projeto comercial. A sensibilidade a custos e receitas,
como é denominada, indica até que ponto as diferentes variações de custos
e receitas podem afetar a rentabilidade do projeto. Dependendo da natureza
do projeto, pode ser recomendável a construção de demonstrativos para
cenários diferentes, considerando, como neste exemplo: a) cenário
pessimista: os maiores custos com as menores receitas; b) cenário realista:
custos e preços mantendo-se no patamar da época da configuração do
projeto; c) cenário otimista: os menores custos com as maiores receitas.
Figura 33
Efeitos de variações simultâneas nos custos e nas
receitas
Rendimento
A primeira etapa na construção dos demonstrativos financeiros é o cálculo
do rendimento básico do financiador do projeto. O rendimento é o retorno
de um investimento em um período dado. O termo “rendimento” designa
também o custo do dinheiro para o tomador do empréstimo. O rendimento
de um ativo ou de um exigível pode consistir tanto no lucro, no crescimento
do capital, como também na combinação de ambos. Por exemplo, o
rendimento de uma conta de poupança que paga 7% ao ano é de 0,58% ao
mês. O montante pagável por se deixar o dinheiro na caderneta de poupança
é dado pela fórmula:
P × i × meses
M=
12 × 100
ou seja, 10 mil unidades monetárias renderão, ao fim de seis meses:
10.000 x 7 x 6
= 350 unidades monetárias
12 x 100
É de se supor que qualquer investimento que, direta ou indiretamente,
renda menos que 350 unidades monetárias será desprezado pelo
financiador.
O financiador pode cobrar seu rendimento no início ou no final do
período de empréstimo. Se a cobrança é feita no início do período do
empréstimo, o financiador deduzirá seu rendimento antes mesmo de
transferir a soma emprestada ao tomador do empréstimo. Essa operação é
chamada de desconto. O tomador do empréstimo é descontado quando
recebe. Por exemplo, em um empréstimo de 100 mil unidades monetárias,
pagável em seis meses, o tomador receberia:
10 6
100.000,00 ( x )= 100.000 — 5.000 = 95.000,00
100 12
no início do projeto e ao final dos seis meses pagaria as 100 mil unidades
monetárias.
Payback
Payback é o tempo requerido para o financiador recuperar o seu
investimento. É dado pela razão:
investimento
Payback =
fluxo de caixa
Figura 35
Payback: fluxo de caixa anual
No exemplo da figura 35, de inversão inicial única de 90 unidades
monetárias e receitas regulares de 20, o período de payback foi Payback =
90/20 = 4,5, isto é, quatro anos e seis meses.
Taxa de retorno
A taxa de retorno é o percentual que retorna do investimento. É dada pela
fórmula:
média da receita 100
Taxa de retorno = x
total da inversão 1
No exemplo acima, a taxa de retorno foi de:
7 x 20
100
TR = 7 x = 22,2%
1
90
A taxa de retorno é utilizada para avaliar o custo de oportunidade, isto
é, para avaliar se vale a pena financiar o projeto, considerando-se o retorno
que pode ser obtido pelo investimento que tiver rentabilidade mais próxima
da do projeto.
Taxa de desconto
Taxa de desconto é o valor presente de determinada soma. Por exemplo,
indica quanto se deveria depositar em uma caderneta de poupança para se
chegar a ter mil unidades monetárias no final de um ano. Esse cálculo é
feito aplicando-se uma fórmula simples, que informa quanto se receberia
por unidade monetária no final de determinado período:
1
(1+ i)n
onde i é a taxa de juros e n o número de períodos. Supondo que a taxa de
juros mensal da caderneta seja de 6% ao ano, ter-se-ia:
1
= 0,9434 1000 934,4 unidades monetárias.
(1+ 0,06)1
Para um período de dois anos o investimento inicial seria de:
1
= 0,8899 1000 889,9 unidades monetárias e assim por diante.
(1+ 0,06)2
O valor presente de uma série de pagamentos ou recebimentos é a soma
do valor presente de cada pagamento ou recebimento. Se os
pagamentos/recebimentos forem regulares e as taxas, iguais, o valor
presente da série de pagamentos é dado pela fórmula:
Cronograma de investimentos
O cronograma de investimentos indica os montantes e as datas em que os
recursos deverão estar disponíveis. O cronograma de investimentos é parte
integrante do cronograma geral do projeto, mas muitos
investidores/patrocinadores requerem que seja apresentado separadamente e
com indicações precisas sobre as fontes e as utilizações dos recursos. O
quadro 28, “fontes e usos” v →, é um instrumento consagrado a esse fim.
Capital
Basicamente, são duas as distinções a serem explicitadas sobre o aporte no
estudo de financiamento. A primeira refere-se à separação entre capital
próprio e capital de terceiros; a segunda, ao tipo de capital de terceiros.
Capital é o montante de recursos financeiros a ser investido no projeto.
Capital próprio é o somatório das contribuições do seu proprietário, dos
seus sócios ou seus acionistas. O proprietário, os cotistas ou os acionistas
do projeto fazem aportes de fundos — isto é, assumem os riscos de inversão
—, contra o direito de controle e gestão do projeto e, logicamente, dos
benefícios ou de parte dos benefícios por ele gerados. O capital próprio
pode ser aumentado ao longo da vida do projeto por novos aportes ou pela
reinversão de lucros.
O capital de terceiros ou capital alheio pode ser obtido através de
empréstimos, colocação de bônus e obrigações no mercado de capitais. Os
empréstimos podem ser obtidos junto a instituições financeiras ou junto a
instituições de fomento setoriais, regionais, nacionais e estrangeiras. Os
“terceiros” ou aportadores de capital exigirão uma série de informações e
garantias sobre a viabilidade do projeto, o retorno do investimento, a
credibilidade dos seus gestores etc. São essas informações e garantias que
lhes informarão sobre a viabilidade, isto é, sobre seu interesse em assumir o
risco de investir no projeto.
A relação entre o capital próprio e o capital de terceiros é denominada
alavancagem. O capital de terceiros funciona como uma alavanca,
permitindo ao projeto alcançar objetivos e dimensões que não seriam
possíveis com capital próprio. A participação de terceiros também contribui
para: a) a diluição dos riscos; b) o menor custo do capital; c) a ampliação da
rede de contatos e compromissos do projeto, incluindo o que isso possa
significar em termos de facilidades de mercado, como, por exemplo, a
utilização de canais de distribuição, fontes de informação; d) eventuais
vantagens fiscais.
Mas um projeto em que essa participação seja muito alta apresenta
outros riscos. Um projeto muito alavancado pode ter sua gestão prejudicada
por interferências externas e ficar preso a compromissos com os
aportadores de recursos. Entre esses compromissos, deve-se cuidar
especialmente: a) dos prazos de vencimento, isto é, o momento, em geral
rigidamente estabelecido, em que o aporte ou a parcela do aporte mais o
rendimento deve ser amortizado; b) (das prioridades; normalmente, os
aportadores externos de recursos têm prioridade na distribuição de lucros e
nos direitos sobre os ativos do projeto); c) das normas das instituições
financiadoras, principalmente quando se trata de financiamento
governamental, essas normas costumam ser bastante rígidas, não só no que
tange aos aspectos legais como, em geral, no que se refere aos efeitos e
externalidades v → negativos.
Viabilidade
O eventual financiador do projeto poderá seguir os mais diversos critérios
na seleção de suas prioridades. Até uma década atrás, os critérios adotados
eram quase que exclusivamente financeiros. Muito embora hoje em dia
tenham perdido a exclusividade, esses critérios continuam a ser os mais
relevantes. No passo que trata da configuração financeira do projeto v →,
indiquei como são calculados os indicadores utilizados com mais
frequência. Esses indicadores podem ser decisivos na negociação para
obtenção de recursos. Por isso, é importante conhecer suas características e
apresentá-los de forma conveniente à aceitação do projeto tal como este foi
configurado. O financiador poderá fazer uso da seleção: a) por payback; b)
pelo valor presente líquido; c) pela taxa interna de retorno; e d) por fatores
determinados pelo próprio investidor, como no caso dos governos, que
utilizam critérios de distribuição orçamentária em função de políticas
públicas.
Seleção por payback v →
Este critério é o mais utilizado tanto por investidores privados, quanto por
empregados de agências governamentais, embora raramente isso seja
declarado. A razão é simples: quanto mais rapidamente o investimento for
coberto, mais rapidamente cessam os riscos. De forma que, apesar de
declarações oficiais e da fragilidade do indicador — que não mede
rentabilidade e não dimensiona a intensidade dos riscos —, o período de
payback tem um peso considerável em toda avaliação para seleção de
projetos. No caso de projetos apresentados a organismos governamentais, o
indicador tem uma importância ainda maior, dados o prazo de mandatos e a
necessidade política de apresentar resultados rápidos. Na negociação,
portanto, é indicado enfatizar o período de payback se este for curto ou
estiver dentro do período de mandato do decisor; do contrário, deve-se
procurar desviar a atenção para outros indicadores.
Outros fatores
Outros fatores, como montante total do investimento, margens, custos de
oportunidade etc., serão considerados pelos eventuais financiadores. Como,
para os demais componentes de negociação, é essencial que se conheçam os
critérios adotados e que se esteja apto a responder aos quesitos requeridos.
É necessário também ter em mente que as principais queixas dos
encarregados de analisar as condições financeiras de projetos culturais
recaem sobre: a) a pouca confiabilidade ou a simples inexistência dos
dados; b) os erros de cálculo, que lhes parecem propositais, quando
favorecem o projeto, e fruto de negligência, quando desfavorecem; c) a
tentativa de escamotear informações.
Fontes
As fontes mais usuais de financiamento de projetos são as dispostas no
quadro 27.
Quadro 27
Fontes de financiamento
Projetos privados
■ Créditos de fornecedores
Projetos públicos
■ Fundos
Usos e fontes
O quadro 28, de fontes e usos do projeto, é um resumo das origens ou
fontes de financiamento e dos destinos a serem dados a esses recursos.
Consta de duas listagens simples, podendo eventualmente, e dependendo
das exigências do financiador, estabelecer uma relação entre as fontes dos
recursos e seu destino, isto é, estabelecer em que serão gastos os recursos
obtidos.
Quadro 28
Fontes e usos
Valor Valor acumulado Fontes e usos
FONTES USOS
Próprias (autofinanciamento)
Empréstimos
Banco 1
...
Receita
...
Terrenos
Edificações
... ...
Capital de giro
...
Alternativa 1 100 90 80
Produção pequena
Alternativa 2 90 100 90
Produção média
Alternativa 3 70 80 110
Produção grande
Existem três condições em que uma decisão pode ser tomada: certeza,
risco e incerteza. As decisões tomadas em situação de certeza requerem
apenas a enumeração exaustiva de todas as estratégias — alternativas —
disponíveis e seus resultados possíveis. A matriz de decisão é unicolunar,
isto é, inexistem “estados da natureza”, mas tão somente o evento de
ocorrência assegurada. No exemplo do quadro 29, tomando como certa a
ocorrência de uma demanda alta, a decisão recairia sobre a alternativa 3. A
dificuldade em decisões desse tipo está em estimar corretamente os ganhos
ou perdas decorrentes de cada opção.
Nas decisões tomadas em situação de risco, atribui-se a probabilidade de
ocorrência de cada estado da natureza, associando-o com os resultados
esperados, como no exemplo do quadro 30, em que a opção deve recair
sobre a alternativa 2.
Quadro 30
Matriz de resultados para a seleção de alternativa
(receita líquida esperada)
Estados da natureza
■ Comunicações
■ Esperas e atrasos
■ Transporte
■ Recursos
■ Competidores
■ Obsolescência
■ Custos operacionais
Riscos financeiros
■ Mudanças em tarifas
■ Instabilidade política
■ Expropriações
■ Mudanças na legislação
A2
A3
...
An
4 Inovador Déjà vu
5 Conhecimento do setor Genérico
8 Expertise Novato
14 Filantrópico Caritativo
■ Produto/serviço
■ Função (propósito)
■ Utilidade e formas de uso do produto
■ Características essenciais
Produção/geração de serviço
■ Quantidade
■ Frequência
■ Retorno esperado
■ Públicos e clientes
■ Faixa de renda
■ Localização
■ Gênero
■ Faixa etária
■ Outras características
Concorrência
■ Qualidade
■ Condições de oferta
■ Condições de entrega
■ Vantagens competitivas
Mercado
Promoção
■ Data de lançamento/apresentação
■ Canais de distribuição
■ Objetivos da propaganda/publicidade
■ Tema da propaganda/publicidade
■ Veículos
Controle
■ Acompanhamento de pós-venda
Por mais primárias que essas questões possam parecer, o que se observa
é que a maioria esmagadora dos projetos culturais não lhes oferece
respostas, ou oferece respostas pouco convincentes. De forma que grande
parte desses projetos não resiste à análise técnica mais comezinha.
Felizmente, esta situação está mudando. Os projetos tecnicamente fracos
começam a ser rejeitados com frequência. Provavelmente porque não há
melhor disciplinador do que a escassez de recursos, nem melhor educador
do que a informação livre.
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