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9 TÉCNICAS

UTILIZADAS EM
PROSPECÇÃO
TECNOLÓGICA
Introdução
A importância da inovação como instrumento gerador de vantagens
competitivas é indiscutível. Em um mercado cada vez mais competitivo,
onde todas as empresas estão buscando se diferenciar de seus
concorrentes, a fim de manter e ampliar seu market-share, não investir
em inovação se torna praticamente sinônimo de fracasso.

Contudo, é evidente que existem diferentes estratégias de inovação e que


sua empresa não precisa necessariamente ser a pioneira no lançamento
de produtos. Existem empresas, por exemplo, cuja estratégia de inovação
consiste na observação do movimento dos concorrentes em relação a
novas tecnologias, para se posicionar posteriormente.

E a depender da estratégia escolhida pela companhia, os gastos dela com


inovação poderão variar fortemente. Isso porque assim como existem
diferentes estratégias corporativas de inovação, também existem
diferentes maneiras de inovar.
Dessa forma, sua empresa não precisa se prender aos investimentos
tradicionais em P&D para conseguir inovar. Existem outras estratégias que
podem se mostrar mais viáveis para o seu negócio, seja pelo tempo
associado ou pelos custos incorridos. Recentemente, empresas têm
inovado a partir da formação de parcerias corporativas e da contratação
de serviços de prospecção tecnológica, por exemplo.

O objetivo deste e-book é explorar mais a prospecção tecnológica como


instrumento de fomento à inovação nas empresas. Quem sabe ela não lhe
permitirá inovar gastando menos?
Prospecção Tecnológica

A prospecção tecnológica pode ser definida como um planejamento


sistemático para mapeamento de desenvolvimentos científicos e
tecnológicos futuros, capazes de influenciar de forma significativa uma
indústria, a economia ou a sociedade.

Seu principal objetivo é identificar possibilidades futuras a fim de fornecer


informações importantes para a tomada de decisões estratégicas a serem
seguidas. Além disso, fornecer subsídios e instruir o processo de tomada
de decisão/prioridades na inovação e tecnologia, gestão de risco,
competitividade de produtos e processos.

De maneira geral, não há uma regra ou fórmula exata para metodologias


de prospecção tecnológica. Deve-se desenvolver e definir aquela mais
adequada à necessidade em questão, a depender de fatores como a área
de conhecimento envolvida, a aplicação da tecnologia no contexto, a
abrangência do estudo e o tempo e custo disponíveis.
Independente disso, existem várias técnicas que podem ser utilizadas na
prospecção de tecnologias, e que podem ser combinadas, quantitativamente
e qualitativamente. Novamente, a depender da área de atuação da
prospecção, técnicas diferentes se mostrarão mais adequadas.

Em especial no setor de Ciências da Vida, as técnicas mais recorrentes são:


análises de impacto, árvores de relevância, painel de especialistas,
tecnologias críticas, surveys, análise de patentes, análise de artigos
científicos, limite de crescimento e curvas de aprendizado. Cada uma delas
será melhor detalhada a seguir:
1. Análise de impacto

Essa técnica combina o uso do pensamento emocional e racional para


projetar impactos secundários e terciários de situações difíceis de prever.
Seus resultados são qualitativos e a técnica é usada, principalmente, para
analisar consequências potenciais dos avanços tecnológicos projetados
ou para determinar áreas em que os esforços de prospecção devem ser
direcionados.
2. Árvores de relevância

São utilizadas para analisar situações em que se podem identificar


diferentes níveis de complexidade ou hierarquia. Os objetivos são dispostos
no topo da árvore e nos níveis intermediários são colocadas as metas e
submetas necessárias para atingir o topo da árvore. É atribuída uma nota a
cada aresta da árvore, de forma a hierarquizar os caminhos decisórios, de
acordo com sua importância para atingir o objetivo inicial.
3. Painel de Especialistas

Constitui uma forma interessante de obter percepções de especialistas,


uma vez que permite uma grande interação entre os participantes, além de
garantir a representatividade dos diferentes segmentos envolvidos:
empresas, academia, terceiro setor, governo, etc. Em tais painéis, os
especialistas investigam e estudam os temas determinados, a fim de dar
suas conclusões e recomendações, e orientar a construção do pensamento
futuro.
4. Tecnologias Críticas

Essa técnica consiste na identificação de tecnologias críticas ou gaps


tecnológicos que precisam ser preenchidos para atender o desempenho
dos produtos desejados, previamente identificados em análises de impacto
ou tendências. O benchmarking é comumente utilizado na identificação de
tais tecnologias, a partir da comparação com outros países e regiões ou da
identificação de necessidades dos clientes, por exemplo.
5. Surveys

São basicamente questionários ou pesquisas utilizados na obtenção de


ideias, opiniões e informações sobre determinada população ou grupo de
especialistas. Ressalta-se que as perguntas devem ser elaboradas de
forma clara, sem ambiguidades, para assegurar que as respostas serão
assertivas à pergunta feita. Além disso, é importante escolher as
perguntas certas a serem feitas, que lhe permitam obter as informações
necessárias, sem desestimular seu público a respondê-las. Se você não
possui paciência para responder grandes questionários, por que seu
público deveria ter?
6. Análise de Patentes

É uma excelente técnica na prospecção tecnológica, por permitir, dentre


outros: acesso a informações recentes, no que diz respeito ao estado da
técnica; visão internacional de determinada tecnologia; identificação de
tecnologias emergentes e tendências de mercados. Além disso,
informações obtidas por meio de uma análise de patentes possuem uma
qualidade inerente, com baixo risco de erro, devido, dentre outros, ao
grande registro e controle existente das mesmas.
7. Análise de Artigos Científicos

Artigos científicos se configuram como uma boa fonte de informações


sobre tendências do desenvolvimento tecnológico, em diversos setores.
Para tal, recomenda-se realizar um mapeamento das palavras-chave mais
recorrentes na área de estudo em questão e utilizar as principais bases de
dados como o Science Direct, o PubMed e o Web of Science. Além disso,
considerar indicadores de relevância, como o fator de impacto da revista e
o índice H do autor (proposta que visa quantificar a produtividade e impacto
dos cientistas), dentre outros índices bibliométricos.
8. Limite de Crescimento

Essa técnica utiliza formulações matemáticas para projetar o padrão pelo


qual tecnologias maduras se aproximarão dos limites de desenvolvimento.
Tal projeção pode ser útil de diferentes maneiras, seja na análise de
tecnologias maduras, no estabelecimento de metas de pesquisa viáveis ou
na determinação de gastos adicionais com desenvolvimento. Pode,
também, ser útil na determinação de novos focos para superar limites
técnicos aparentes.

A B
9. Curvas de Aprendizado

As curvas de aprendizado baseiam-se no fato de que à medida que novos


itens são produzidos, seus preços de produção tendem a decrescer numa
taxa previsível. Assim, elas são utilizadas para estabelecer preços e metas
de desempenho técnico para tecnologias em desenvolvimento,
particularmente em seu estágio intermediário.

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Conclusão
Conforme apresentamos, não existe uma metodologia específica na
realização de prospecção tecnológica. A depender do setor de atuação
e do estágio de desenvolvimento da tecnologia, por exemplo, diferentes
técnicas se mostrarão mais apropriadas.

E além das técnicas mostradas acima, existe uma infinidade de outras


que podem ser utilizadas. De maneira geral, as que apresentamos
aqui são as mais utilizadas na prospecção de projetos em Ciências
da Vida, setor de know-how da Biominas.

Quer saber mais sobre o assunto? Não hesite em nos contatar!


Texto de Rafael Lustosa
Consultoria | rlustosa@biominas.org.br

Criação de Vinicius Prado


Consultoria | vinicius@biominas.org.br
www.biominas.org.br

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