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Fontes de inovação na empresa

A literatura sobre inovação mostra que a tecnologia não é exógena, mas tampouco é
totalmente endógena a empresa. São utilizadas fontes internas e externas.

Fontes de conhecimento para a inovação

As fontes internas de inovação envolvem atividades explicitamente voltadas para o


desenvolvimento de produtos e processos quanto a obtenção de melhorias incrementais por
meio de programas de qualidade, treinamento de recursos humanos e aprendizado
organizacional.

As fontes externas envolvem:

 A aquisição de informações codificadas


 Consultorias especializadas
 Obtenção de licenças de fabricação de produto
 Tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos.

Desenvolvimento tecnológico próprio

As atividades de pesquisa e desenvolvimento são usualmente divididas em pesquisa básica,


em que o foco é avanço tecnológico, pesquisa aplicada visando a solução de problemas
práticos, e desenvolvimento experimental, voltado a geração de produtos, serviços e
processos.

A pesquisa básica é geralmente de longo prazo e seus resultados são incertos, sendo assim,
evitada pela maioria de empresas.

A pesquisa empresarial visa principalmente ao desenvolvimento de novos produtos, ao


aperfeiçoamento de produtos existentes, a melhoria dos processos produtivos e a introdução
de inovações organizacionais.

A relação universidade empresa é essencial para o desenvolvimento tecnológico, dada a


vocação complementar das instituições.

As atividades de P&D dependem também das características do ambiente interno em que são
incorporadas. A flexibilidade organizacional, assim como a capacidade cognitiva para absorver
novos conhecimentos

Um tipo particular de atividade de P&D realizada nas empresas é a engenharia reversa,


consiste na reprodução funcional de produtos e processos lançados por empresas inovadoras
sem transferência formal de tecnologia. A engenharia reversa é mais do que uma simples
cópia, pois determinados componentes ou etapas de produção podem estar protegidos por
patentes ou segredo industrial.

Os projetos de P&D nas empresas podem ter origem tanto na área de vendas, quanto nas
áreas técnicas.

Cooperação em P&D

A formação de consórcios de P&D tem sido uma tendência mundial diante da maior
complexidade cientifica, da convergência tecnológica e doa altos custos de atividades de
pesquisa. As empresas precisam recorrer a alianças estratégicas para complementar suas
competências e dividir os custos inerentes a inovação.

Tradicionalmente, as empresas multinacionais concentram suas atividades de


desenvolvimento tecnológico em suas matrizes e as subsidiárias mantem pouca capacitação ou
autonomia para inovar.

Esforços em P&D

As empresas que desenvolvem atividades de P&D geralmente são de grande porte, embora
também existam pequenas empresas inovadoras, principalmente em novos segmentos
industriais.

Os esforços em P&D de uma empresa geralmente são medidos pelo percentual desses gastos
em relação ao faturamento.

Empresas novas costumam dedicar uma parcela maior do seu faturamento a P&D, pois ainda
em fase de consolidação de sua linha de produtos e serviços e ainda não contam com um
faturamento expressivo para diluir esses custos.

Não há portanto, uma única alternativa para estabelecer um orçamento para P&D, pois a
intensidade do esforços depende de uma combinação de aspectos externos, referente as
exigências competitivas do setor, e internos, associados a estratégia tecnológica e a
capacitação da empresa.

As atividades em p&D precisam levar em conta a questão ambiental.

Transferência de tecnologia

O processo de transferência tecnológica envolve diferentes formas de transmissão de


conhecimentos, incluindo contratos de assistência técnica, em que a empresa obtém ajuda
externa para iniciar o processo produtivo, solucionar problemas ou lançar novos produtos; a
obtenção de licenças de fabricação de produtos já comercializados por outras empresas e
licenças para a utilização de marcas registradas; a aquisição de serviços técnico e de
engenharia.

O mercado de tecnologia funciona de forma diferente dos mercados de produtos e serviços na


medida em que apresenta várias limitações e condicionantes.

O licenciamento precisa vir acompanhado de um esforço interno para absorver e aperfeiçoar a


tecnologia visando a melhorar a produtividade e a qualidade e a evoluir segundo as tendências
da demanda.

A eficiência dinâmica somente é obtida quando a transferência de tecnologia é acompanhada


do desenvolvimento de capacidade interna para promover inovações incrementais em
produtos e nas tecnologias utilizadas na produção.

Tecnologia incorporada em bens de capital e insumos críticos

Para a maioria das empresas de países em desenvolvimento, o esforço tecnológico se dá por


meio da aquisição de máquinas e equipamentos incorporados as plantas existentes ou na
forma de turn-key, em que o pacote tecnológico é adquirido com um todo. A compra de novas
maquinas constitui a principal fonte de tecnologia em vários setores da economia,
principalmente aqueles definidos como setores usuários de tecnologia.
Pesquisadores alertam para a importância da indústria de bens de capital – maquinas que
fabricam outros produtos – para a difusão de novas tecnologias. A existência de uma indústria
local de bens de capital é importante para complementar a oferta internacional em
determinados segmentos da indústria, oferecendo equipamentos compatíveis com os recursos
e as necessidades locais.

Conhecimento tácito e codificado

A natureza do conhecimento utilizado em atividades econômicas é usualmente dividida em


codificada e tácita.

O conhecimento codificado é apresentado sob a forma de informação, por meio de manuais,


livros revistas e etc. A codificação cria possibilidades de transformar informação em
mercadoria.

O conhecimento tácito envolve habilidades e experiencias pessoal ou de grupo, apresentando


um caráter mais subjetivo. A forma mais comum de adquirir tal conhecimento é através da
experiencia ou contratação de profissionais experientes de outras empresas.

Aprendizado cumulativo

O processo de aprendizado busca desenvolver a capacitação produtiva, organizacional e


tecnológica. As duas primeiras se referem aos recursos utilizados para a produção com
determinado nível de eficiência. Envolvem o uso de equipamentos, o desenvolvimento de
rotinas, métodos e sistema organizacionais e a capacidade de combinação de insumos.

A aprendizagem constitui um processo cumulativo, pois a absorção de informações mais


avançadas requer um processo de capacitação prévia.

Através do aprender fazendo é possível aumentar o incremento a produtividade, mas a


eficiência dinâmica exige um esforço mais sistemático de aprendizado e desenvolvimento
experimental.

O aprendizado é essencialmente interativo, derivado de relações comerciais entre diferentes


instituições.

A experiencia dos consumidores levas as empresas a reconfigurarem o produto ou serviço


através do processo de aprender usando.

Aprender procurando se refere a busca de informações e tecnologias pelos diferentes meios


hoje disponíveis, com destaque para a internet.

Spill overs é uma forma tradicional de aprendizado baseada na contratação permanente ou


temporária de técnicos experientes de outras empresas.

O aprendizado baseado no avanço da ciência resulta no monitoramento dos resultados de


pesquisas realizadas em universidades e centros tecnológicos.

Tecnologia industrial básica (TIB)

A TIB compreende um conjunto de técnicas e procedimentos orientados para codificar,


analisar e normalizar diferentes aspectos de um produto ou processo.

A infraestrutura da TIB compreende não apenas ativos físicos, como laboratórios, mas
principalmente os ativos intangíveis, como metodologias de inspeção e certificação.
Normalização e certificação

Normalização pode ser definida como a função responsável pelo estabelecimento de normas e
regulamentos, caracterizando os requisitos mínimos necessários para um produto ou método
de produção.

A certificação refere a comprovação, por entidade independente, de adequação do produto e


do processo aos parâmetros físicos e químicos estabelecidos, visando garantir segurança e
padronização.

As empresas de diferentes setores se defrontam com o desafio de melhorar continuamente o


padrão de qualidade de seus produtos de forma a atender exigências de clientes

Os investimentos necessários para cumprir os requisitos específicos podem constituir uma


importante barreira a exportação, principalmente em pequenas e médias empresas.

Metrologia

A metrologia é definida como a ciência da medição tendo por objetivo assegurar a


confiabilidade e a credibilidade das medições efetuadas na produção.

Propriedade intelectual

O valor de uma determinada tecnologia geralmente depende das condições de


apropriabilidade, ou seja, da possibilidade de o inventor ou inovador manter controle
monopolista sobre a tecnologia em um determinado período de tempo.

A propriedade intelectual é essencialmente um direito outorgado pelo estado por meio de leis
especificas, por um prazo determinado.

Uma patente de invenção é concedida no caso de o objeto possuir os requisitos de novidade,


atividade inventiva e aplicação industrial, levando em consideração não apenas a ideia tal
como foi expressa, mas sua aplicação prática.

O modelo de utilidade refere mais a um detalhe de funcionamento, ou de utilização, do que


de estética ou configuração.

O desenho industrial é um bem imaterial que se exterioriza pela forma ou pela disposição de
linhas e cores de um objeto suscetível de utilização.

A medida que a economia do conhecimento avança, os ativos intangíveis de natureza a


tecnologia, cultural e informacional passam a representar o futuro do aumento do emprego
e dos lucros, sendo fonte de crescimento econômico.

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