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Kit Metodológico

PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL


EXPEDIENTE

Pelo Movimento Brasil Competitivo - MBC

Presidente Fundador do MBC – Jorge Gerdau Johannpeter

Presidente do Conselho Superior do MBC – Elcio Aníbal de Lucca

Diretor Presidente do MBC – José Fernando Mattos

Diretor do MBC – Claudio Leite Gastal

Diretor de Relacionamento Institucional do MBC – Lucas Tadeu Melo Câmara

Coordenadora da Área Técnica do MBC – Liliane Rank

Coordenador do Projeto – Gustavo Emediato

Pela Fundação Universa

Diretor Presidente – José Manoel Pires Alves

Superintendente – Alberto Fernando Monteiro do Nascimento

Diretor de Projetos e Negócios – Fábio de Mello

Pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade

Diretor Presidente – Carlos Artur Krüger Passos

Diretor de Operações – Júlio César Felix

Coordenação – Héctor Hernán González Osorio

Pesquisa e Supervisão – Camilo Werner González

Pesquisa – Danielle Cristina Alves

Pesquisa – Bruno de Macedo Zorek

K62 Kit metodológico para a inovação empresarial /


Fernando Mattos, Cláudio Gastal, Liliane Rank, Gustavo Emediato, Héctor Hemán
González Osorio, coordenadores. _ Brasília :
Movimento Brasil Competitivo, 2008.
36 p. : il. ; 30 cm.

ISSN: 1983-0785

1. Inovação. 2. Competitividade. 3. Qualidade – Gestão. 4. Micro e Pequenas


Empresas. I. Mattos, Fernando. (coord.) II. Gastal, Cláudio. (coord.) III. Rank, Liliane.
(coord.) IV. Emediato, Gustavo. (coord.) V. Osorio, Héctor Hemán González. (coord.)

CDU 658
Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

APRESENTAÇÃO

Este documento reúne informações sobre as


principais ferramentas de gestão da inovação,
com uma dupla finalidade: por um lado, servir
de auxílio às micro e pequenas empresas (MPE)
na implementação de processos inovativos e,
por outro, servir de apoio aos Comitês Temáti-
cos de Inovação dos Movimentos Estaduais pela
Qualidade, Produtividade e Competitividade (ME-
QPC), no seu trabalho de divulgação e estímulo
à inovação junto às MPE.

O Kit Metodológico aqui apresentado é um do-


cumento de caráter instrumental e não acadê-
mico, que resume, de maneira simples e numa
linguagem acessível, os principais conceitos e
ferramentas relativos à gestão dos processos de
inovação nas empresas. Está composto de três
partes: a primeira, referente a conceitos, na qual
se ampliam alguns dos conceitos básicos enun-
ciados na primeira parte do Manual de Inovação;
a segunda, referente a ferramentas, na qual de
descrevem as principais áreas e diretrizes me-
todológicas de gestão da inovação nas MPE e
uma terceira, de glossário e referências, na qual
é feita uma descrição dos termos mais utilizados
e menciona-se os endereços dos sítios internet
mais relevantes sobre o tema.


Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

PARTE 1
CONCEITOS BÁSICOS

1. INOVAÇÃO

Inovação é a implementação de um produto


(bem ou serviço) novo ou significativamente
melhorado, ou de um processo de produção,
ou de um novo método de marketing, ou de um
novo método organizacional nas práticas de ne-
gócios, na organização do local de trabalho ou
nas relações externas da empresa, que resultem
em maior competitividade no mercado.

Em termos gerais, a inovação empresarial é a


exploração de novas idéias ou a aplicação ori-
ginal do conhecimento, criando vantagens com-
petitivas para responder com sucesso comercial
às demandas do mercado. Ela pode ser realiza-
da pela empresa individualmente ou em parceria
com outras instituições ou adaptando idéias de
outras empresas, sejam elas nacionais ou es-
trangeiras.


Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

2. TIPOS DE INOVAÇÃO

2.1 Inovação em Produtos (bens ou


serviços):
Desenvolvimento de produtos novos ou melho-
ramento significativo de produtos já existentes.
Produtos novos são aqueles cujas caracterís-
ticas tecnológicas ou uso pretendido diferem
significativamente dos produtos previamente
produzidos. Produtos aperfeiçoados são aque-
les cujo desempenho é substancialmente me-
lhorado ou avançado. Um produto simples pode
ser aperfeiçoado através do uso de componen-
tes ou matérias-primas de melhor desempenho,
enquanto um produto complexo, que consiste na
integração de um certo número de subsistemas
técnicos, pode se tornar aperfeiçoado através de
mudanças parciais em um dos subsistemas.

2.2 Inovação em Processos:


Aprimoramento ou desenvolvimento de novas
formas de produção ou de distribuição de bens
ou de novos meios de prestação de serviços.
Essas novas formas podem compreender mu-
danças nos equipamentos ou na organização
da produção ou uma combinação de ambos;
podem ser derivados do uso de conhecimento
novo. Pode tratar-se também de novos méto-
dos introduzidos para distribuir produtos novos,
aperfeiçoados ou já existentes. Também pode
tratar-se de novas formas de prestação de servi-
ços novos ou já existentes.


Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

2.3 Inovação Tecnológica: com o mercado, com os fornecedores ou distri-


Quando a inovação em produtos ou processos é buidores. Pode envolver a implementação de no-
resultado da aplicação de conhecimentos novos, vas estruturas de poder e liderança, bem como
obtidos através da pesquisa científica aplicada a a implementação de novas formas de comunica-
produtos ou processos de produção, com novas ção e funcionamento entre os funcionários.
funcionalidades e efetivos ganhos de qualidade
ou produtividade, resultando em maior competi- 2.5 Inovação em Marketing ou Modelos de
tividade. Tais inovações podem envolver tecno- Negócio:
logias radicalmente novas, serem baseadas na Adoção ou desenvolvimento de novos métodos
combinação de tecnologias existentes emprega- de marketing e comercialização, com mudanças
das em novos usos ou serem derivadas do uso significativas na concepção do produto, no de-
de conhecimento novo. sign ou na sua embalagem, no posicionamento
do produto no mercado, na sua promoção ou na
fixação de preços. Neste caso a inovação con-
siste, fundamentalmente, num novo modelo de
relacionamento com o cliente, na qual produtos
ou serviços, novos ou não, passam a ser co-
mercializados de maneira totalmente diferente
daquelas existentes no mercado até esse mo-
mento.

2.6 Inovação incremental:


Conceito relativo ao grau de intensidade da ino-
vação; refere-se ao aperfeiçoamento de produ-
tos (bens ou serviços) ou processos já existen-
tes, mediante o acréscimo de novos materiais,
desenhos, embalagens, usos diferenciados ou
outro tipo de melhoras evidentes, que os tornam
mais práticos e desejados pelos consumidores
e, portanto, mais competitivos.

2.4 Inovação Organizacional: 2.7 Inovação radical:


Trata-se da adoção ou desenvolvimento de no- Também relativo ao grau de intensidade da
vos métodos de organização e gestão, seja no inovação, este conceito refere-se idéias que
local de trabalho, seja nas relações da empresa resultam em produtos ou processos totalmen-


Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

te novos, que antes não existiam no mercado;


quando os produtos ou processos que resultam
da inovação radical tornam obsoletas as bases
tecnológicas existentes, criando novos merca-
dos e alterando o comportamento da sociedade,
fala-se em inovação revolucionária.

2.8 Inovação para a empresa:


Conceito relativo ao grau de abrangência da
inovação, utilizado para referir-se às inovações
implementadas no âmbito de uma empresa,
mesmo que as mudanças já existam em outras
empresas ou instituições, ou ainda que utilize
conhecimentos técnicos já dominados e difun-
didos em outros lugares.

2.9 Inovação para o mercado:


Também relativo ao grau de abrangência da ino-
vação, o conceito refere-se especificamente à
inovação em produtos, quando a empresa é a
primeira a introduzir o novo produto no mercado,
seja esse mercado no âmbito regional – um país
ou região do mundo – seja no âmbito setorial, no
setor de atuação da empresa.

2.10 Inovação para o mundo:


Trata-se do tipo mais abrangente de inovação,
quando os resultados das mudanças nos produ-
tos ou processos de produção são introduzidos
pela primeira vez em todos os mercados, nacio-
nais e internacionais, no mundo todo; ou seja,
quando as mudanças ainda não tinham sido
praticadas por outras empresas, no país ou no
exterior.


Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

3. INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE

A inovação e o aumento da competitividade


estão diretamente associados ao desempenho
financeiro e ao sucesso da empresa. A diferen-
ciação de produtos é essencial para a sobrevi-
vência do negócio.

Na economia globalizada do século XXI, na qual


a concorrência é mundial, a inovação é fator
fundamental de competitividade; tão importan-
te quanto a qualidade dos produtos e o atendi-
mento aos clientes e muito mais importante que
a redução de custos e preços.

Na corrida para serem mais competitivas, as


empresas devem procurar substituir produtos
velhos, diversificar a gama de produtos ofereci-
dos e melhorar constantemente o desempenho
dos mesmos. Para isto, devem desenvolver no-
vas tecnologias ou melhorar e adaptar, de ma-
neira criativa, tecnologias existentes às necessi-
dades de produção da empresa.

Deve-se inovar também nos processos, para


ser mais competitivos na redução de custos, no
aumento da qualidade, na melhoria das condi-
ções de trabalho, na preservação do meio am-
biente natural e na produtividade da empresa
como um todo.


Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

4. AMBIENTES PROPÍCIOS À INOVAÇÃO Pólos tecnológicos são aglomerações de empre-


sas, entidades de pesquisa e órgãos de gestão
Ambientes propícios à inovação são os espaços de ciência e tecnologia, com interesses correla-
físicos e institucionais, tanto internos quanto tos, que atuam de forma articulada no âmbito de
externos à empresa, onde existem condições um determinado território. Vários pólos tecnoló-
favoráveis para que a criatividade e a inovação gicos podem constituir uma tecnópolis.
possam ser desenvolvidas.
Tecnópolis, no sentido original do termo, são
No âmbito interno da empresa, trata-se, por um cidades construídas para promover a geração
lado, dos departamentos de pesquisa, desen- do conhecimento científico e tecnológico e a sua
volvimento e inovação e, por outro lado, das transformação em bens e serviços. Num sen-
instancias de discussão - em todos os níveis tido amplo são ambientes regionais ou progra-
- criadas para favorecer o surgimento de novas mas regionais de desenvolvimento econômico
idéias. e social baseados em processos de inovação e
transferência de tecnologia.
No âmbito externo da empresa, os ambientes
propícios à inovação são os espaços de pré-in-
cubação e incubação de empresas, os parques
científico – tecnológicos, os pólos tecnológicos,
as tecnópolis e os sistemas locais e regionais de
inovação.

Incubadoras são ambientes que favorecem a


criação de empresas e produtos, em especial
os inovadores e intensivos em conhecimento,
quando se trata de incubadoras de empresas de
base tecnológica.

Parques tecnológicos são empreendimentos


imobiliários destinados a receber empresas
inovadoras ou intensivas em conhecimento e a
promover a sua interação com instituições de
ensino e pesquisa vinculadas ao parque.


Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

Sistemas locais e regionais de inovação é o


conjunto de relações entre diversos atores, pú-
blicos e privados, os quais, na área de um ou
mais municípios, realizam ações destinadas
a promover a inovação nas empresas, contri-
buindo para o aumento da competitividade das
mesmas e para o desenvolvimento da economia
regional. Um sistema regional de inovação não é
uma entidade ou estrutura orgânica, criada por
iniciativa de um ou mais atores sociais, e sim a
rede de influências mútuas entre esses atores, no
contexto de suas ações de estímulo à inovação.

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5. PROFISSIONAIS INOVADORES

A inovação é sempre resultado da atividade de


pessoas criativas, insatisfeitas com a situação
existente (produtos, condições de trabalho, co-
mercialização, etc.) que procuram fazer melhor
e diferente.

Contudo não basta ser criativo para inovar, é


preciso que a energia da criação tenha um foco
bem direcionado no sentido do resultado eco-
nômico das novas idéias, da possibilidade real
de serem transformadas em processos e produ-
tos economicamente viáveis e comercialmente
bem sucedidos.

A inovação também não é resultado da atividade


isolada de indivíduos criativos. A inovação é re-
sultado da troca de experiências, do aprendizado
coletivo e do trabalho em equipe. Daí a impor-
tância de ambientes propícios à inovação, onde
as pessoas possam trocar informações de ma-
neira constante. Daí a importância também que
na empresa existam condições para que todos
possam se manifestar, abrindo espaço para as
novas idéias sobre como fazer mais e melhor.

A inovação, como processo organizacional, com


características próprias e com focos diferencia-
dos (tecnologia, gestão, processos, produtos,
negócios) é resultado de uma cultura específica,
desenvolvida em ambientes favoráveis para tanto
e resultado da atividade de pessoas inovadoras.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

PARTE 2
FERRAMENTAS DE GESTÃO
DA INOVAÇÃO

1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E
OPERACIONAL

A inovação deve formar parte da estratégia da


empresa. O empresário e a gerência devem estar
convencidos da importância de inovar e a inova-
ção deve ser objetivo e responsabilidade per-
manente de todos os funcionários, em todos os
níveis e em todos os momentos.

A estratégia empresarial para promover a inova-


ção pode ser de vários tipos, dependendo dos
objetivos da empresa:
• Se a empresa quer ser líder do mercado no seu
segmento de atuação, deve ter uma estratégia
pró-ativa de inovação, procurando criar e lançar
constantemente novos produtos no mercado.

• Se o objetivo da empresa não é ser líder no


mercado e sim tão somente manter-se no mer-
cado com produtos competitivos que não fiquem
ultrapassados, então será uma estratégia com-
parativa, procurando acompanhar os produtos e
processos lançados pelos concorrentes.

Tanto no caso de uma estratégia pro ativa quanto


de uma estratégia comparativa, a empresa deve
definir, de maneira organizada e sistemática,
quais são as ações a serem realizadas, quais os
prazos e as metas, quais os resultados espera-

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

dos, quais os obstáculos e recursos e quais os


departamentos ou pessoas que serão responsá-
veis pelas mesmas.

Em outras palavras, a empresa deve fazer uso


do planejamento estratégico e a inovação deve
tornar-se parte deste planejamento. Para tan-
to, as empresas devem considerar a prospec-
ção das tendências tecnológicas no seu setor
de atuação, a identificação e planejamento dos
processos inovadores mais adequados às suas
características, as adequações necessárias na
estrutura funcional, os recursos humanos, ma-
teriais e financeiros e os parâmetros de avalia-
ção do processo de inovação.

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2. A GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

Parte fundamental da estratégia empresarial para


inovar é decidir quanto a empresa está disposta
a investir nas atividades que possam estimular
a criatividade, a geração de novas idéias e a sua
transformação em produtos ou processos no-
vos. Por isso, a gestão de recursos é ferramenta
essencial para a gestão da inovação.

Como os resultados dos investimentos em pes-


quisa e desenvolvimento aparecem, na maioria
dos casos, somente em longo prazo, os inves-
timentos para inovação devem ser também de
longo prazo, sustentados no tempo.

Isso significa que o orçamento destinado à pes-


quisa e desenvolvimento na empresa não podem
estar atrelados às oscilações periódicas do fatu-
ramento, sofrendo, portanto, alterações a cada
ano. O orçamento para a inovação deve ter um
caráter estratégico, que aponta para resultados
efetivos de longo prazo.

Na decisão de investir em inovação o papel do


setor público é fundamental e, neste sentido, a
empresa deve procurar se informar e utilizar-se,
ao máximo, das possibilidades oferecidas pelas
diversas fontes existentes. O Manual de Ino-
vação Empresarial preparado pelo Movimento
Brasil Competitivo – MBC informa sobre as
oportunidades e mecanismos de fomento e in-
centivo à inovação oferecidas pelo setor públi-
co, tanto no âmbito federal como no âmbito das
unidades da federação.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

A procura por fomento e incentivos públicos e


a preparação e apresentação de projetos para
alavancar os recursos disponíveis é uma ferra-
menta importante de gestão de recursos finan-
ceiros para a inovação, mas não a única.

O planejamento financeiro da empresa que de-


seja inovar deve destinar parte do faturamento
às atividades de pesquisa, desenvolvimento e
inovação, de maneira sistemática e permanente,
criando centros internos de P&D, promovendo a
contratação de pesquisadores e sustentando as
atividades de troca de conhecimentos, apren-
dizagem coletiva e estímulo à criatividade.

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3. A COOPERAÇÃO E AS PARCERIAS
EXTERNAS

Um dos aspectos mais importantes da estraté-


gia empresarial para a inovação é a realização
de parcerias externas e a cooperação entre
empresas para melhor atender às demandas do
mercado e otimizar o acesso e o uso dos recur-
sos para o fomento e incentivo à inovação.

A vinculação das empresas a entidades de pes-


quisa existentes na região, sejam estas centros
e institutos governamentais ou privados, univer-
sitários ou não, pode levar à criação de centros
ou sistemas locais ou regionais de inovação,
diferentemente dos centros de P&D das próprias
empresas. Verdadeiras redes de relacionamento
voltadas para a realização de projetos coopera-
tivos de inovação, esses centros ou sistemas
locais ou regionais podem ser a base de pro-
cessos inovativos permanentes nas PME dos
Arranjos Produtivos Locais.

Através de convênios e acordos com institui-


ções públicas e privadas, a cooperação e a
parceria entre empresas e entidades de pesqui-
sa podem permitir a oferta de suporte técnico
especializado na identificação dos gargalos tec-
nológicos das PME e no desenvolvimento das
necessárias inovações, seja na produção ou nos
processos de gestão e comercialização.

Cooperação e parceria são palavras de ordem


de primeira importância para as PME. A organi-
zação em arranjos produtivos locais, a articu-

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

lação de cadeias produtivas, a participação em


sistemas locais e regionais de inovação, são
mecanismos que permitem ampliar a capacida-
de de ação dessas empresas no esforço para
inovar.

Do ponto de vista instrumental, o uso das téc-


nicas da Inteligência Competitiva pode ser de
grande utilidade para as PME no sentido de es-
timular a cooperação empresarial, ouvindo os
clientes, compreendendo melhor seus nichos de
mercado, identificando estruturas de custos e
modelos de estabelecimento de preços da con-
corrência, mediante a utilização de informações
disseminadas no meio.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

4. A GESTÃO DE PESSOAS E DA
INTELIGÊNCIA

A inovação deve ser preocupação de todos os


colaboradores da empresa, em todos os níveis.
Entretanto, é fundamental que existam equipes
especialmente voltadas para a atividade de
pesquisa e desenvolvimento e instâncias espe-
cialmente voltadas para estimular a criatividade.

A empresa deve preocupar-se de contratar e


manter uma equipe especialmente treinada e
capacitada para pesquisar e desenvolver novos
produtos e processos, a partir das novas idéias
sugeridas nas instâncias de estímulo à criativi-
dade.

Por isso, a contratação de profissionais com


treinamento na atividade de pesquisa - mes-
tres e doutores – é de grande importância para
que a empresa possa inovar.

O estímulo à criatividade exige que sejam supe-


radas algumas barreiras importantes no com-
portamento das pessoas, em especial por parte
dos cargos de gerência. A crítica e a punição
dos erros desestimulam qualquer ambiente cria-
tivo. Erros devem ser entendidos como oportu-
nidades de aprendizado e a tentativa deve ser
recompensada.

Ferramentas fundamentais na gestão de pes-


soas voltadas para a inovação são a Gestão da
Informação e a Gestão do Conhecimento. A
informação existe em qualquer organização, o

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problema é a sua falta de estruturação, a qual


facilita a perda de informações úteis e o ex-
cesso de informações inúteis, o chamado lixo
informacional. Por outro lado, as pessoas são
detentoras de conhecimento, o capital intelectual
da empresa, que muitas vezes não é aproveitado
da melhor forma, com os indivíduos ocupando
cargos e funções que não correspondem ao seu
perfil profissional. A gestão do conhecimento
é um bom instrumento para a conformação de
equipes motivadas, para valorizar os talentos in-
ternos e para criar um ambiente organizacional
voltado para a criação, transferência e utilização
do conhecimento.

A gestão de pessoas para a inovação supõe pro-


mover a criatividade. Neste sentido, existem di-
versas técnicas que podem ser usadas para au-
mentar a criatividade de uma equipe, tais como:
o Brainstorming (“tempestade de idéias”) e a
sua versão escrita, o Brainwriting (“escrevendo
o que pensamos”).

A gestão de pessoas deve considerar a adequa-


ção das lideranças no processo de mudanças
promovidas pela criatividade e a inovação. Orien-
tações básicas para a mudança são a formação
de equipes, a administração por objetivos, a
negociação, a delegação e o planejamento
como uma atitude permanente.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

5. A GESTÃO DE ESPAÇOS

Pode parecer óbvio, mas por isso mesmo muitas


vezes não é levado em conta o fato que profis-
sionais criativos trabalham melhor em ambien-
tes que estimulam a criatividade. Ambientes de
qualidade melhoram a produtividade de qual-
quer atividade. Quando essa atividade é pensar
em como fazer melhor e diferente, as condições
do espaço em que ela se dá são de vital impor-
tância.

Organizar o ambiente de trabalho, criar condi-


ções materiais e funcionais que permitam aos
indivíduos se concentrarem nas suas tarefas fins
e não nos meios para realizá-las, constitui uma
ferramenta importante de gestão da inovação.

O espaço que favorece a inovação é um espaço


onde se misturam a qualidade material e um
bom ambiente de relações entre as pessoas.
É um ambiente institucional de transparência,
aprendizado e reconhecimento dos valores indi-
viduais, que funciona num espaço físico agradá-
vel, confortável e aconchegante.

A preocupação com a qualidade, com a higiene,


com a funcionalidade, com a segurança e com a
beleza do espaço de trabalho aponta para a cria-
ção de ambientes que estimulam a cultura da
inovação. As técnicas de controle e gestão dos
ambientes de trabalho oriundas do modelo ja-
ponês (sistema toyota de produção) constituem
uma importante ferramenta nesse sentido.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

A cultura da inovação gerada em ambientes que


estimulam o questionamento e a criatividade
produtiva favorece as relações horizontais e in-
formais em oposição às relações hierárquicas
e verticais; estimula a troca de experiências e
conhecimento, questiona as tradições, aceita e
enfrenta os riscos como desafios de superação
e não tão somente como ameaças ou perigos.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

6. A GESTÃO DA PROPRIEDADE
INTELECTUAL

os custos da inovação e que possam vendê-lo a


mais baixo preço.

A patente também permite ao empresário, atra-


vés da concessão de licenças de uso da ino-
vação patenteada, ter um retorno dos custos
investidos no desenvolvimento da inovação, se
consolidando em um importante instrumento
para o aumento da rentabilidade de um pro-
duto.

No Brasil, quem se ocupa do registro de direi-


tos, marcas e patentes é o Instituto Nacional
da Propriedade Intelectual (INPI), organismo
do Governo Federal, vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Mas em todos os Estados vêm sendo criados
grupos ou núcleos de orientação, apoio e pro-
teção à propriedade intelectual, assim como em
Para realmente funcionar como fator de compe- universidades e institutos de tecnologia.
titividade, as inovações devem ser protegidas
para que assim não possam ser utilizadas pelos Esta é uma ferramenta fundamental de gestão
concorrentes. Para proteger as inovações exis- da inovação, porém é importante saber que
tem diversas formas de registro, tais como: os para obter a patente de uma invenção ou de um
direitos autorais, marcas e patentes. produto novo, é necessário que o mesmo seja
passível de industrialização e comercialização.
A patente é uma concessão cedida pelo governo, Não é possível obter patentes só para idéias
que garante ao titular a propriedade de explorar ou para invenções que não podem ser indus-
comercialmente sua criação, e assim evita que trializadas.
terceiros copiem ou comercializem determinado
produto sem autorização prévia, em condições
de vantagem desleal, visto que não arcaram com

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

7. A NORMALIZAÇÃO

Normalização é o cumprimento das normas


técnicas existentes num determinado país ou
setor empresarial. As normas servem para esta-
belecer requisitos de qualidade, de desempenho
ou de segurança, bem como para estabelecer
procedimentos, padronizar formas, dimensões,
tipos, usos, fixar classificações ou terminologias
nos processos produtivos.

O cumprimento das normas existentes é o pon-


to de partida para que inovações possam ser
reconhecidas e registradas, transformando-se
efetivamente em ferramentas de competitivi-
dade no mercado. Num cenário marcado pela
globalização da economia e pela concorrência
internacional, aumenta a importância de produ-
tos com maior valor agregado e portadores de
maior conteúdo tecnológico. Nesse contexto, as
barreiras técnicas para a comercialização de
bens e serviços tendem também a aumentar,
o que faz necessário que as empresas se pre-
ocupem cada vez mais com a normalização de
seus produtos e processos.

Daí a importância da certificação, no sentido de


que as normas técnicas estão sendo cumpridas.
A certificação é realizada por organizações inde-
pendentes para atestar e declarar que um produ-
to, serviço, pessoa ou sistema está em conformi-
dade com os requisitos técnicos especificados.
Essas organizações são normalmente denomi-
nadas Organismos de Certificação (OC), ou Or-
ganismos de Certificação Credenciados (OCC).

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

No Brasil a atividade de certificação é desenvolvi-


da, nos mais variados setores industriais e pode
ser de caráter voluntário, ou seja, por decisão da
própria empresa, ou compulsório, determinada
pelo governo para poder comercializar produtos
ou serviços. A partir das últimas décadas do sé-
culo XX, tornou-se crescente a necessidade de
apresentar certificação de sistemas de gestão
(com base nas normas ISO 9000 e ISO 14000, en-
tre outras) e de produtos para viabilizar relações
comerciais entre empresas de diferentes países.

No Brasil, o órgão responsável pela elaboração


das normas de caráter voluntário é a Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Já o
Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza-
ção e Qualidade Industrial – INMETRO é o ór-
gão governamental encarregado da formulação
e execução da política nacional nessas áreas e
responsável, portanto, pelo credenciamento dos
organismos de certificação.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

8. A ANÁLISE PRÉVIA E A AVALIAÇÃO


DE RESULTADOS

O estudo cuidadoso das novas idéias e da sua qualidade referem-se ao desempenho dos pro-
possível aplicação em produtos comercialmen- dutos face às necessidades dos clientes.
te bem sucedidos é uma ferramenta básica de
gestão da inovação. Diferente da avaliação dos Análise prévia e avaliação de resultados devem
resultados comerciais das inovações, a análise ser práticas permanentes na gestão da inovação
prévia tem como objeto os resultados das pes- e, desta forma, devem estar incorporadas ao
quisas técnicas e científicas e a sua transfor- planejamento estratégico e operacional da em-
mação em produtos novos ou melhorados. presa, prevendo espaços institucionais e recur-
sos para a sua realização.
A análise prévia supõe caracterizar a tecnologia
proposta, analisar os resultados obtidos em tes-
tes e protótipos, estudar a situação do mercado
para a nova tecnologia, levando em conta toda
a cadeia produtiva e analisar a viabilidade eco-
nômica, financeira e comercial (em termos de
parcerias e financiamento) dos novos produtos.

A avaliação de resultados refere-se ao estu-


do crítico do comportamento das inovações
no mercado, a sua contribuição para a compe-
titividade da empresa no seu nicho específico,
a sua adequação aos objetivos estratégicos da
empresa face aos seus concorrentes e o grau
de atendimento às necessidades e demandas de
clientes e consumidores.

Para avaliar resultados é importante então defi-


nir como medir esses resultados, o que implica
na adoção de indicadores de produtividade e
de qualidade. Os indicadores de produtividade
procuram avaliar se a empresa está produzindo
mais com menos recursos e os indicadores de

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

9. A GESTÃO POR PROJETOS E DE


PROJETOS

Um projeto é uma ação a ser realizada, num


tempo determinado, com objetivos precisos e
com recursos humanos, materiais e financeiros
claramente estabelecidos.
Gerenciar um projeto - gestão de projetos - é o
acompanhamento e controle da sua execução.
Gestão por projetos é a organização das ativi-
dades da empresa em projetos.
Na gestão por projetos, as atividades realizadas
correspondem aos diversos projetos planejados,
os quais devem se enquadrar nas diretrizes e
planos estratégicos da empresa.
A gestão por projetos permite organizar as ati-
vidades da empresa de acordo com os seus
objetivos e permite controlar a sua execução e
avaliar os seus resultados.
Os elementos básicos que compõem um pro-
jeto são:
• o diagnóstico da situação (mercado e tecno-
logia);
• os objetivos;
• a justificativa;
• os recursos humanos e materiais;
• o orçamento (custo dos recursos);
• a viabilidade;
• o cronograma (tempo de execução das ativi-
dades);
• o método de execução (normas, procedimen-
tos e fluxos); e
• o método de acompanhamento e avaliação de
resultados.

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

PARTE 3 nologia a pesquisa básica, científica, aplicada ou


tecnológica; o desenvolvimento experimental de
GLOSSÁRIO E ENDEREÇOS produto ou processo; a administração da pes-
quisa científica e tecnológica; os eventos téc-
nicos e científicos; a educação e o treinamento
1. GLOSSÁRIO em ciência e tecnologia e os serviços de apoio
Auditoria: exame sistemático e independente à pesquisa.
para se verificar se as atividades e seus resul- Ativo fixo: bens, direitos e valores que a empre-
tados estão em conformidade com requisitos sa não pretende vender em curto prazo e que
especificados e objetivos planejados. não são facilmente conversíveis em dinheiro.
Aglomerado produtivo: empresas que atuam Ativo imobilizado: conjunto de bens e direitos
numa mesma atividade econômica, normalmen-
necessários à manutenção das atividades da
te em um mesmo território, com nível elevado
empresa, podendo apresentar-se tanto na forma
de articulação inter-empresarial, trabalhando em
tangível (edifícios, máquinas, etc.) quanto na
redes ou de forma cooperada.
forma intangível (marcas, patentes, etc.).
Aprendizagem organizacional: processo de
Ativos intangíveis: são bens não-físicos. O ter-
aquisição e assimilação coletiva de novas ba-
mo define os ativos de uma empresa que não
ses de conhecimento para adaptação, geração
têm representação física. Fazem parte dos ati-
e aperfeiçoamento do processo de produção da
vos intangíveis as patentes, franquias, nomes e
empresa.
marcas, etc.
Arranjos Produtivos Locais (APL): arranjos pro-
Auto-sustentabilidade: capacidade da empresa
dutivos são aglomerações de empresas locali-
de manter-se no mercado de modo competitivo.
zadas em um mesmo território, que apresen-
tam especialização produtiva e mantêm algum Avaliação de conformidade: qualquer atividade
vínculo de articulação, interação, cooperação e com o objetivo de determinar, direta ou indire-
aprendizagem entre si e com outros atores locais tamente, que um produto, processo, pessoa ou
tais como governo, associações empresariais, serviço atenda aos requisitos técnicos especifi-
instituições de crédito, ensino e pesquisa. cados pelos órgãos competentes.

Atividades de Ciência e Tecnologia: Qualquer Base tecnológica: processo ou produto que re-
trabalho relacionado com a geração, o avanço, sulta da pesquisa científica e cujo valor agregado
a difusão e aplicação de conhecimento científi- advém das áreas de tecnologia avançada: infor-
co e técnico em todos os campos da atividade mática, biotecnologia, química fina, mecânica de
humana. Constituem atividades de ciência e tec- precisão, novos materiais, etc.

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Benchmarking: um processo contínuo de com- organização.


paração dos produtos, serviços e práticas em-
Capital social: parcela do patrimônio líquido de
presariais entre os mais fortes concorrentes
uma empresa, o qual abrange não somente as
ou empresas reconhecidas como líderes. É um
parcelas entregues pelos acionistas, mas tam-
processo de pesquisa que permite realizar com-
bém os valores obtidos pela empresa, que por
parações de processos e práticas “empresa-a-
decisão dos acionistas ou proprietários são in-
empresa” para identificar o melhor do melhor e
corporados no capital social.
alcançar um nível de superioridade ou vantagem
competitiva. Centro de inovação ou Centro de tecnologia:
organização que abriga e promove a geração de
Cadeia de valor: conjunto das diversas etapas
empreendimentos inovadores e desenvolve ativi-
de produção, que começa com a matéria prima, dades para o desenvolvimento de conhecimento
inclui o fornecimento de equipamentos, o apara- científico e tecnológico e a capacitação tecnoló-
to tecnológico e institucional e se encerra com a gica, financeira e gerencial das empresas numa
distribuição e comercialização do produto final. região.
Cadeias produtivas: referem-se ao conjunto de Centro de pesquisa e desenvolvimento: organi-
etapas pelas quais passam e vão sendo trans- zação que abriga atividades de estudos empíri-
formados e transferidos os diversos insumos, cos e laboratórios.
em ciclos de produção, distribuição e comercia-
Certificação Compulsória: estabelecida pelo
lização de bens e serviços.
governo para comercialização de produtos e
Capacidade tecnológica: habilidade que a em- serviços (exemplos: certificação de preservati-
presa possui de reter e utilizar informações para vos masculinos e certificação de fios e cabos
as atividades que favorecem o domínio de tecno- elétricos).
logias para a aquisição de novos conhecimentos
Certificações: procedimento de verificação e
e a inovação contínua.
produção de atestado formal, efetuado por es-
Capital de risco: investimento temporário em pecialistas, relativo à presença de requisitos mí-
empresas emergentes com evidente potencial nimos estabelecidos quanto às qualificações de
de crescimento por meio de aquisição de ações pessoal, processos, procedimentos ou itens de
ou debêntures conversíveis em ações, visando acordo com necessidades específicas aplicáveis
rentabilidade acima das alternativas disponíveis à empresa.
no mercado financeiro.
Certificado de Conformidade: documento emi-
Capital intelectual: conjunto de conhecimento e tido de acordo com as regras de um sistema de
informações acumulados pelos funcionários da certificação para declarar a conformidade de um

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produto, processo ou serviço às normas técni- buição da autoridade, de exercício da liderança e


cas ou outros documentos normativos. uma série de outros elementos.

Clínica tecnológica: é constituída por serviços Cursos in company: atende às necessidades


de consultorias tecnológicas, prestados por es- específicas de uma empresa, nas suas deman-
pecialistas a empreendedores e empresários de das de capacitação e aprimoramento.
micro e pequenas empresas, com o objetivo de
Declaração do Fornecedor: procedimento pelo
fornecer soluções sob medida para problemas
qual um fornecedor dá garantia escrita que um
específicos de produtos e processos.
produto, processo ou serviço está em conformi-
Cluster: pólo produtivo consolidado pela in- dade com os requisitos especificados.
teração entre empresas de determinado setor
Desenvolvimento experimental: trabalho siste-
econômico que apresentam possibilidade de mático delineado a partir de conhecimento pre-
crescimento contínuo superior àquele das aglo- existente, obtido por meio da pesquisa e/ou da
merações econômicas comuns. O cluster apre- experiência prática e aplicado na produção de
senta alto potencial de beneficiamento através de novos materiais, produtos e aparelhagens, no
maior atração de capital, redução do lead time, estabelecimento de novos processos, sistemas
custos, e riscos; maior qualidade e flexibilidade e serviços e, ainda, no aperfeiçoamento de bens
de mão-de-obra, aumento do dinamismo empre- já produzidos ou de processos já estabelecidos.
sarial e da qualidade de vida da região.
Desenvolvimento sustentável: desenvolvimen-
Conhecimento científico: competência que se to industrial que atende às necessidades pre-
adquire através da pesquisa ou investigação sentes sem comprometer a possibilidade de as
científica, seguindo as etapas da metodologia gerações futuras satisfazerem as suas próprias
científica e que dão origem a teorias explicativas necessidades. Preserva o meio ambiente e os
dos fenômenos estudados. recursos naturais renováveis.

Credenciamento: modo pelo qual um organis- Design: esforço criativo através do qual se pro-
mo autorizado dá reconhecimento formal de que jetam todo tipo de coisas, incluindo utensílios,
uma organização ou pessoa é competente para vestimentas, peças gráficas, livros, máquinas,
desenvolver tarefas específicas. processos, ambientes e também interfaces de
programas.
Cultura empresarial: compreende um conjunto
ou sistema de significados que são comparti- Diferenciação: a capacidade que uma empresa
lhados por uma determinada empresa. Ela inclui tem de ser percebida como diferente dos con-
valores e crenças, ritos, histórias, formas de re- correntes, em função de suas vantagens com-
lacionamento, tabus, tipos de gestão, de distri- petitivas. Ela pode se diferenciar a partir da seg-

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mentação de seu mercado, seu posicionamento que se juntam para a realização de um investi-
e seu Mix de Marketing (produto, preço, promo- mento financeiro, visando um determinado ob-
ção e ponto-de-venda/distribuição). jetivo ou retorno esperado, dividindo as receitas
geradas e as despesas necessárias para o em-
Difusão tecnológica: processo de generalização,
preendimento.
adoção, melhoramento e adaptação contínua de
inovação técnica entre usuários potenciais. Fundos setoriais: são instrumentos de financia-
mento de projetos de pesquisa, desenvolvimento
Direitos autorais: ramo do Direito Privado desti-
e inovação no País. Seus recursos são alocados
nado a regulamentar as relações jurídicas surgi-
no FNDCT e operados pela FINEP. Comitês ges-
das da criação e da utilização de obras literárias,
tores definem suas diretrizes e planos anuais de
artísticas ou científicas.
investimentos.
Empresas de base tecnológica: organização
Gestão da inovação: conjunto de atividades da
que fundamenta sua atividade produtiva no de-
função gerencial que coordena esforços para
senvolvimento de novos produtos ou processos,
apoiar a criatividade dos seus membros e prover
baseado na aplicação de conhecimentos cientí-
contextos de pesquisa e desenvolvimento para
ficos e tecnológicos e na utilização de técnicas
que eles gerem novos produtos e processos.
avançadas ou pioneiras.
Gestão da qualidade: consiste numa estratégia
Engenharia não-rotineira: atividades de enge-
de administração orientada a criar consciência
nharia diretamente relacionadas ao processo
de qualidade em todos os processos organiza-
de inovação, envolvendo o desenvolvimento de
cionais. Seu objetivo é a implicação não só da
produtos e/ou processos.
empresa inteira, mas também a organização es-
Ergonomia: avaliação de tarefas, trabalhos, pro- tendida: fornecedores, distribuidores e demais
dutos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los parceiros de negócios
compatíveis com as necessidades, habilidades e
Gestão tecnológica: estratégia de utilização de
limitações das pessoas.
técnicas de administração com a finalidade de
Fomento: aplicação de recursos orçamentários maximizar o potencial tecnológico da empresa.
governamentais destinados a estimular ativi-
Licenciamento de tecnologia: acordo contratual,
dades diversas; é frequentemente aplicado às
pelo qual uma organização vende a outra empresa
atividades relacionadas à pesquisa científica e
os direitos de uso de tecnologia de sua proprie-
tecnológica.
dade, sob a forma de patentes, processos e/ou
Fundo de investimento: é uma entidade finan- know-how técnico e pelo qual recebe pagamentos
ceira, formada pela união de vários investidores de royalties e/ou outra forma de compensação.

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Melhoria contínua: as empresas são municio- serviço ou quem representa os seus interesses
nadas com ferramentas para se organizarem e (segunda parte).
buscarem sempre resultados melhores. Atua
Paradigma tecnológico: padrão ou modelo para
de forma ampla para reconhecer e eliminar os
solução de problemas tecnológicos ou econômi-
desperdícios existentes na empresa, sejam em
cos que define as necessidades mais relevantes,
processos produtivos já existentes ou em fase
os princípios científicos utilizados para a reali-
de projeto, produtos novos, manutenção de má-
zação de determinada tarefa e o material tecno-
quinas e processos administrativos.
lógico a ser utilizado. O paradigma tecnológico
Metrologia: é a ciência das medições que trata determina as oportunidades tecnológicas que
de como obter uma informação confiável a partir resultam em inovações e alguns procedimentos
do uso de um instrumento de medição, que é básicos para a exportação dessas inovações.
algo imperfeito.
Patente: título de propriedade temporária so-
Nicho de mercado: segmento de mercado es- bre invenção, modelo de utilidade ou desenho
pecializado, com características próprias e que industrial, outorgado pelo estado ao inventor,
oferece oportunidades de negócios para empre- autor, pessoa física ou jurídica detentora de di-
endimentos específicos. reitos sobre a criação. A patente confere ao seu
titular uma situação legal, pela qual a invenção
Nicho Tecnológico: oportunidade de inovação
patenteada pode ser explorada (fabricada, im-
de natureza predominantemente incremental,
portada, vendida e usada), com autorização do
detectada no paradigma tecnológico vigente,
particular.
que utiliza competências essenciais da empresa
ou da região, para possibilitar vantagem compe- Plano de negócios: documento no qual estarão
titiva em determinado mercado. registrados o conceito do negócio, os riscos, os
concorrentes, o perfil da clientela, as estratégias
Organismo de Inspeção (OI): entidade respon-
de marketing e o plano financeiro.
sável por avaliar se determinada característica
ou conjunto de características de um produto ou Produtividade sistêmica: abordagem integrada
serviço atende aos requisitos técnicos especifi- dos diversos fatores que integram os processos
cados. produtivos: sociais, tecnológicos, culturais, eco-
nômicos e ambientais.
Organização de Terceira Parte: organização
independente, não envolvida diretamente na Produtividade: a) maximização dos resultados
produção do produto, na prestação do serviço da empresa através da otimização dos recursos
ou representante de seus interesses (primeira utilizados; b) medida da eficiência de uma em-
parte), nem com o consumo deste produto ou presa ou organização na utilização de recursos,

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calculada através da divisão da produção física padrões de excelência referentes a esse produto
obtida numa unidade de tempo por um dos fato- ou serviço.
res de produção (trabalho, bens, capital).
Qualificação do Fornecedor: atividade realizada
Programa: conjunto de projetos ou ações per- pelo produtor ou comprador do bem ou serviço,
manentes estabelecidas para atingir objetivos, para avaliar se seu fornecedor atende aos requi-
que utilizam recursos de uma mesma fonte. sitos especificados.

Projeto: atividade ou conjunto coordenado de Requisitos Técnicos Especificados: itens ou cri-


atividades, com início e término definidos, di- térios definidos em uma norma técnica, regula-
rigidos para alcançar objetivos explícitos e jus- mento técnico ou outro documento de referência.
tificados, segundo uma metodologia definida e
Responsabilidade social: é a forma ética e res-
empregando recursos humanos, materiais e fi-
ponsável, através da qual a empresa desenvolve
nanceiros previamente estabelecidos.
todas as suas ações, suas políticas, suas prá-
Propriedade industrial: conjunto de direitos que ticas, suas atitudes, tanto com a comunidade
compreende as patentes de invenção, os modelos quanto com o seu corpo funcional.
de utilidade, os desenhos ou modelos industriais,
Royalties: trata-se de uma retribuição financeira
as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas
paga mensalmente pelo franqueado ao franque-
de serviço, o nome comercial e as indicações
ador pelo uso contínuo da marca e pelo apoio
de proveniência ou denominações de origem,
permanente que o franqueado recebe (treina-
bem como a repressão da concorrência desleal.
mentos, suporte mercadológico, suporte admi-
Propriedade intelectual: conjunto de direitos nistrativo, etc.).
que competem a um indivíduo (escritor, artista
Sistema Nacional de Metrologia, Normalização
ou inventor) como autor de uma obra imaginada,
e Qualidade Industrial (SINMETRO): criado em
elaborada ou inventada. O título de propriedade
1973, tem como finalidade o desenvolvimento
intelectual pode ser concedido nas categorias:
e implementação da política nacional de me-
artística,, técnica e científica.
trologia, normalização e avaliação da qualidade
Protótipo: modelo original básico representativo industrial. Qualquer entidade pública ou privada
de invenção ou criação nova, feito em escala, que exerça atividade relacionada aos assuntos
e que apresenta todas as características essen- pode integrar-se ao SINMETRO. Possui como
ciais do produto final desejado. O protótipo é uti- órgão normativo o CONMETRO e como órgão
lizado em testes físicos. executivo o INMETRO.

Qualidade: características de valor de um pro- Sistema Brasileiro de Certificação (SBC): con-


duto ou serviço que atende às especificações ou junto de organizações, atividades, regras e pro-

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cedimento reconhecido pelo governo brasileiro e procedimentos utilizados para obter determi-
para garantir a transparência e credibilidade da nados produtos.
atividade de certificação e atividades correlatas.
Transferência de tecnologia: intercâmbio de
O órgão executivo do SBC é o INMETRO.
conhecimento e habilidades tecnológicas entre
Spin-off: empresa impulsionada por outra já instituições acadêmicas de pesquisa e empre-
estabelecida no mercado para atuar na mesma sas. É feita na forma de contratos de pesquisa
área de negócio, mas com produto ou serviço e desenvolvimento, serviços de consultoria, for-
diferente daquele que a empresa original comer- mação profissional, inicial e continuada, venda
cializa. de patentes, marcas e processos industriais,
publicação na mídia científica, apresentação em
Tecnologia da informação: aquela que se aplica congressos, migração de especialistas, progra-
às áreas da informática, telecomunicações, co- mas de assistência técnica, espionagem indus-
municações, ciência da computação, engenha- trial e atuação de empresas multinacionais.
ria de sistemas e de software.
Valor agregado: procedimento através do qual
Tecnologia industrial básica: tecnologia aplica- uma empresa desenvolve e melhora produtos ou
da ao processo de manufatura de uma indústria. serviços antes de oferecê-los a seus clientes.
Tecnologia limpa: tecnologias capazes de pro- Vantagem competitiva: conjunto de fatores
duzir com pouco ou nenhum resíduo e/ou im- fundamentais que influem na diferenciação de
pacto ambiental. Do mesmo modo, ao produto produtos e processos num ambiente de concor-
formado por esta tecnologia é exigido que seja rência econômica.
ambientalmente correto, ou seja, não apresen-
Vantagem tecnológica: capacidade da empresa
te risco para qualquer usuário durante todo seu
de se manter na fronteira do conhecimento para
ciclo de vida e que o descarte seja possível e
o favorecimento do processo de inovação.
eficiente nos requisitos de consumo de energia.

Tecnologia: refere-se a técnicas, métodos,


procedimentos, ferramentas, equipamentos e
instalações que contribuem para a realização e
obtenção de um ou vários produtos. Em geral,
divide-se em duas categorias: tecnologia de pro-
duto e tecnologia de processo. As tecnologias
de produto caracterizam-se por resultarem em
componentes tangíveis e facilmente identificá-
veis, as de processo incluem técnicas, métodos

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Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

2. ENDEREÇOS NA INTERNET

http://www.inovacaotecnologica.com.br
http://www.infotec.org.br
http://www.inovar.org.br
http://www.institutoinovacao.com.br
http://www.mbc.org.br
http://www.mct.gov.br
http://www.desenvolvimento.gov.br
http://www.bndes.gov.br
http://www.finep.gov.br
http://www.abdi.com.br
http://www.sebrae.com.br
http://www.senai.br

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Esta publicação contou com o apoio MCT/FINEP através do projeto “Mobilizar para Inovar”

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