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Interiores: Comercial
Material Teórico
Setorização
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Setorização
• Os Setores da Loja;
• Os Setores Funcionais;
• Os Setores e o Projeto;
• Visual Merchandising – Design de Interiores;
• Loja Timberland – Estudo de Caso.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar os setores e usos da área comercial e aprender a lidar com eles no Projeto
de Interiores.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Setorização
Os Setores da Loja
A evolução do comércio varejista vem sendo constante no Brasil e no mundo,
trazendo mudanças significativas em termos de modelos e canais. Trata-se de um
reflexo direto das transformações no comportamento do consumidor, que fez com
que o desafio do varejo passasse a aumentar a percepção de valor de seus produtos
e serviços para satisfazer necessidades, expectativas e desejos dos clientes, em um
contexto no qual o ato de comprar é cada vez mais uma busca por experiências.
Simultaneamente a essas mudanças, o mercado de varejo no Brasil tem se
tornado alvo de grandes corporações, com investimentos em amplos centros de
compras, como shoppings, outlets e home centers. É um cenário que demanda
aos lojistas de rua uma reorganização coletiva, com a finalidade de progredir na
atratividade dos espaços em que estão inseridos, agregando facilidades e serviços
relacionados ao conforto, à segurança e à comodidade.
Os Projetos de Interiores de Espaços Comerciais propõem uma abordagem ter-
ritorial capaz de criar um ambiente favorável à competitividade do comércio de rua
em face dos desafios de manter e atrair consumidores. O sucesso desses projetos
passa pela adesão e atuação sinérgica de diversos agentes de desenvolvimento,
entre os quais a Prefeitura Municipal. Entendemos como interiores comerciais os
espaços dedicados à venda de produtos, ao varejo ou atacado, em vários tipos e
portes, mas sempre lojas. Os espaços de escritórios e outras empresas, que serão
tratados em outra disciplina, são dos ramos Institucionais ou de serviços.
Da mesma forma que os projetos para ambientes residenciais, os projetos para
os ambientes comerciais requerem alguns cuidados e muito planejamento. Os pro-
fissionais de design que apostam nesse tipo de trabalho precisam ter a proposta
do negócio muito bem definida para elaborar projetos com estilo, beleza, conforto
e que sejam coerentes com o público. Ainda, o projeto não deve fugir da proposta
da empresa, e nem daquilo que já é característico da marca.
Sem dúvida nenhuma, os ambientes modernos e diferentes atraem a atenção dos
clientes, independente de seu ramo de atuação. Por isso cada dia é crescente o nú-
mero de comerciantes que optam por inovar seus estabelecimentos comerciais, inves-
tindo em projetos arrojados que venham a surpreender sua clientela. Em ambientes
comerciais as tendências costumam ser bem flexíveis, mas é importante estabele-
cer os limites de cada projeto, optando sempre por agregar cada conceito ao seu
público-alvo. Observe a proposta geral do estabelecimento, e invista em elementos
característicos dos consumidores que compõem esse grupo. Por exemplo: uma loja
de artigos naturais poderá adotar uma decoração a partir de materiais sustentáveis,
unindo o rústico ao moderno, além de enfatizar a tônica do estabelecimento. Aliás, a
tematização é uma grande aliada para os profissionais, pois é como se fosse um pon-
to de partida para iniciar qualquer projeto. Mas perceba um detalhe: a tematização
jamais deve comprometer o conforto e bem-estar de seus usuários.
O desenvolvimento de projetos para ambientes de uso comercial requer um pla-
nejamento prévio bastante criterioso. Além das questões arquitetônicas que também
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envolvem o design de espaços residenciais, é preciso levar em conta os mínimos
detalhes sobre as legislações e protocolos específicos ao tipo de negócio que será
efetuado naquele local. Tudo isso será determinante desde a escolha dos materiais
até os toques finais de acabamento.
Designers de interiores costumam utilizar critérios próprios para seus projetos,
mas são consensuais em afirmar que o conhecimento prévio sobre o ramo é deter-
minante. “É necessário fazer uma pesquisa profunda sobre o nicho comercial e so-
bre as características da empresa. Só então se estabelece um programa adequado
ao início da empreitada”, esclarece Ana Maria Wey, presidente da Associação de
Decoração do Estado de São Paulo (ADESP).
A estratificação do mercado em diversas categorias e ramificações também de-
manda uma sensibilidade aguçada por parte do designer de interiores, assim como a
realidade em que a empresa pretende se inserir. Segundo Cintia Lie Matuzawa, coor-
denadora do curso de extensão em Visual Merchandising do IED São Paulo, muitas
vezes o briefing passado pelo cliente não condiz com as necessidades do seu negócio.
“O seu cliente pode ser um alto empresário que abrirá um restaurante para atender
a classe popular. Nesse caso, critérios que às vezes fogem ao conhecimento dele irão
definir a identidade do espaço, quais materiais de acabamento serão selecionados,
qual será a localização…”, exemplifica Cintia, que reforça a necessidade de uma pos-
tura participativa: “O designer de interiores ou arquiteto deve ter bagagem suficiente
para propor soluções inovadoras ou mesmo dar um direcionamento ao negócio”.
Para a arquiteta Ana Ono, o conhecimento sobre as especificidades do negócio
e o conhecimento sobre o público-alvo podem evitar gastos no futuro. “O conhe-
cimento das normas facilita o projeto e evita adequações ou ‘puxadinhos’ na fase
final. Também é importante considerar a eficiência, durabilidade e resistência dos
materiais que irá utilizar, além da estética, claro”, comenta.
Vice-presidente de marketing da ADESP, Daniela Colnaghi conta que utilizou
materiais requintados para realizar o projeto de decoração da Pucci, sofisticada
casa de eventos localizada no Itaim Bibi. “Os acabamentos são em madeira, luminá-
rias de aço, cor em tons de cobre e aço. O ambiente foi propositalmente integrado
para que todos que estão no mezanino possam ver o que acontece no andar de
baixo”, explica Daniela.
Os Setores Funcionais
Muitos fatores influenciam o projeto, tais como: o clima, medidas ergonômicas,
apropriação do espaço, detalhes das atividades das pessoas, e mais recentemente
os conceitos de sustentabilidade e ecodesign. Em um país extenso e diversificado
como o Brasil, não podemos desprezar as influências das correntes imigratórias,
suas contribuições socioculturais mesmo em tempos de globalização.
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UNIDADE Setorização
Exposição de Produtos
Grupo de ambientes públicos da loja cujo objetivo é expor os produtos e cativar
o cliente para uma possível compra. Os ambientes podem ser um único, ou vários,
ter vitrine, ou não, ter provador, ou não, e podem ser implantados em pequenas
ou grandes áreas.
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poderá ficar parado ali por alguns instantes, sentindo o ambiente e eventualmente
estar acompanhado, ou seja, várias pessoas paradas em pé esperando na entrada;
O impacto da entrada pode ser amenizado por outras questões sensoriais,
como música interna e aromas de boas vindas, todos adequados ao tipo de
produtos e ao consumidor possível;
Case: Loja de sapatos;
• Exposição de produtos: Através de móveis do tipo balcões, prateleiras, araras
etc., os produtos se distribuem pela loja, dependendo do tipo de mercadoria a
ser exposta. Há móveis feitos sob medida e os de linha, que podem resolver a
forma como expor melhor. Devemos ter em mente que se trata de um ambiente
complexo, onde o mobiliário é apenas uma parte do assunto. Um erro comum é
desprezar, por exemplo, a ocupação das paredes, principalmente para pé direito
maior que 3 metros de altura. As paredes vazias são uma péssima impressão,
como se toda a loja estivesse vazia. A sugestão é preenchê-las com revestimen-
tos coloridos, tais como: papel de parede, revestimentos cerâmicos ou painéis
adesivos que ocupam as paredes, e, então, acomoda-se o pé direito. Outra ques-
tão importantíssima é a iluminação adequada, que dá vida e destaca os produtos,
principalmente para lojas dentro dos shoppings centers;
A área de atendimento pode incorporar pequenas estações de trabalho, inde-
pendentes ou acopladas, dependendo das necessidades de desenvolvimento do
negócio. Alguns estabelecimentos oferecem uma área com café, chá ou água,
operada no sistema self-service ou com a utilização de copeiros além de uma
área de espera, para acompanhantes ou pessoas idosas;
Case: Loja qualquer;
• Provadores: São ambientes públicos existentes nas lojas de vestuário. De vá-
rias formas, materiais e cores, o comum entre eles é que deveriam acomodar
bem as pessoas nesse momento de experimentar as peças, já que a decisão de
compra se faz ali. Infelizmente não é o mais comum de se encontrar. A maioria
tem condições precárias de privacidade, conforto ambiental e dimensional in-
suficiente e iluminação inadequada. É necessário se movimentar com conforto.
O piso desses locais pode ser de madeira ou de carpete. Evite a cerâmica e
os pisos frios, pois, embora sejam de fácil manutenção, não são agradáveis ao
toque dos pés. Ou seja, precisamos de mais atenção a esse item do projeto.
Em lojas de calçado, o mobiliário é o provador, bancos ou poltronas ajudam
a definir a compra, geralmente na mesma área de exposição dos produtos.
Nas óticas e joalherias, igualmente sentados, devemos experimentar as peças
com espelhos disponíveis para visualização;
Case: provadores apertados;
• Pagamento: Como toda compra é finalizada pelo pagamento, esse local é sem-
pre importante. Muitas vezes trata-se do mesmo ambiente de exposição de pro-
dutos, sendo marcado pelo mobiliário: um balcão para pagamento em pé ou
mesas para fazê-lo sentado;
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UNIDADE Setorização
Pagamento
Exposição de Produto
Acesso Externo
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• Conexão setores entrada x exposição de produtos: a entrada está conec-
tada ao Setor de Exposição de produtos, em geral, por um elemento físico de
distribuição do fluxo de pessoas, como um expositor, ou móvel decorativo.
O primeiro expositor ou o primeiro móvel já marca o final da entrada. Na au-
sência de vitrine, nas lojas abertas, nem sempre há essa peça, portanto, pode
acontecer uma entrada imediata ao setor de exposição de produtos;
• Conexão exposição de produtos x setor de pagamento: o setor de paga-
mento deve ser estrategicamente colocado no layout da loja, para não ser
agressivo ao consumidor. Podendo ser apenas um balcão, ou mesa ou ban-
cada. Todos serão abastecidos de máquinas para pagamento, computador e
telefone e instalações para um funcionário operador, pelo menos, espaço para
uma boa cadeira. Assim, mesmo em se tratando de uma loja seca, sem insta-
lações para água e esgoto, as instalações elétricas, telefonia e de internet são
fundamentais e estarão fisicamente dispostas no setor de pagamento;
• Conexão setores pagamento x setor estoque: o pagamento não está conec-
tado ao estoque. Em geral, essa ligação não existe. Deve-se retornar ao setor
de exposição de produtos para que haja a distribuição dos fluxos.
Os Setores e o Projeto
Qual será a influência dos setores no Projeto de Interiores?
A compreensão dos setores de uma loja implica na compreensão de sua estrutu-
ra funcional. A partir de como definimos seus setores, podemos gerar ou não lucro
e credibilidade ao estabelecimento comercial.
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UNIDADE Setorização
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um bom sistema de cadastro e controle de estoque. “Muitas vezes, o estoque
está parado simplesmente porque ninguém sabe que o produto está lá”, diz.
Ele explica que cada comerciante tem um método de controle que pode ir
desde o modo manual até o uso de ferramentas tecnológicas e que não há for-
ma correta de fazer essa gestão. “Cada lojista sabe o que funciona para o seu
estoque, mas a organização é fundamental para evitar esses deslizes.” Mesmo
com todos esses cuidados, alguns erros podem passar despercebidos e levar a
um acúmulo de peças paradas em estoque. As promoções e combos podem
ser a solução. Assim, seu projeto deve ter a flexibilidade suficiente para esses
momentos de renovação e movimentação.
Figura 2
Fonte: Getty Images
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Entenda o marketing:
• Market: mercado;
• Marketing: mercadologia;
• Mercadologia: estudo do mercado.
Nesse conceito, cabe ao emissor se fazer entender. Trazendo isso para a rea-
lidade do varejo, toda loja tem a responsabilidade de comunicar ao mercado em
que atua qual é o conceito do próprio negócio. A partir dele, é possível transmitir
a identidade visual da marca por meio de todos os elementos que vão entrar em
contato com o consumidor.
Dessa forma, a loja é o emissor que tem como proposta comunicar ao cliente
a ideia de valor do seu ponto de venda. Para que isso ocorra, ela utiliza o visual
merchandising como meio para transmitir sua mensagem. Isso é feito com base
em estratégias que visam facilitar a entrega desse comunicado, para que não haja
dificuldades no entendimento da proposta.
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Como o visual merchandising funciona?
Precisamos ter em mente qual o conceito da loja ou marca, qual o valor que você
defende e quer transmitir? Algumas perguntas podem te ajudar a entender melhor e
a definir isso, qual a imagem que você quer passar? De um negócio mais moderno,
descolado, tradicional, clássico ou alinhado às causas sociais? Qual seu público-alvo
e como é o comportamento de compra dele?
Por isso todo o visual do seu negócio deve ser pensado com bastante cuidado,
do nome e logotipo às cores e decoração interna. O visual merchandising deve ser
encarado como um aliado, ele existe para ajudar a adequar seus produtos, deixando
tudo mais harmonioso e prático para o cliente.
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Figura 3
Fonte: Getty Images
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para o porta-retrato (elemento-chave nesse caso), direcionando o cliente a associar
o produto a momentos especiais, agregando, assim, valor ao produto.
Figura 4
Fonte: Getty Images
Um elemento visual pode encorajar um cliente a ver uma mercadoria que não
estavam buscando originalmente. A estrutura sensorial total traz o conforto neces-
sário para ficar mais tempo na loja, pesquisar mais dentro da loja e comprar mais
nessa mesma loja!
Figura 5
Fonte: Getty Images
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
O Design no Contexto da Economia Criativa
https://bit.ly/2y8oZt1
Guia Métrico
https://glo.bo/2VHq98F
Conheça os 12 projetos comerciais mais bonitos do ano
https://glo.bo/2GgcAYk
Designer de Interiores
https://bit.ly/2Z0ckE5
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Referências
GURGEL, M. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas
comerciais. 3. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2011.
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