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Design, Cor, Vitrinismo, Materiais

e Acabamentos

Brasília-DF.
Elaboração

Natalia Maria Ribeiro de Souza

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
DESIGN.................................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DO DESIGN................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
ART NOUVEAU......................................................................................................................... 14
CAPÍTULO 3
BAUHAUS................................................................................................................................ 22
CAPÍTULO 4
DESIGN E O AMBIENTE COMERCIAL........................................................................................ 45
UNIDADE II
COR E FORMA..................................................................................................................................... 51
CAPÍTULO 1
COR, FORMA E AMBIENTES..................................................................................................... 51
CAPÍTULO 2
COR E AMBIENTES COMERCIAIS.............................................................................................. 61
UNIDADE III
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES.............................................................................................. 69
CAPÍTULO 1
VITRINISMO E AMBIENTES COMERCIAIS.................................................................................... 69
CAPÍTULO 2
OS TIPOS DE VITRINE E SUA ESTRUTURA..................................................................................... 77
CAPÍTULO 3
FACHADAS COMERCIAIS...................................................................................................... 101
UNIDADE IV
MATERIAIS E ACABAMENTOS............................................................................................................... 111
CAPÍTULO 1
ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS EM AMBIENTES COMERCIAIS................................................... 111
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 120
Apresentação

Caro aluno,

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno de
Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Trabalhar o design do ambiente é fundamental para estabelecimentos comerciais
que buscam melhorar sua imagem e aumentar suas vendas. Isso porque as
pessoas tendem a valorizar lugares aconchegantes e visualmente atrativos. Mas
para iniciar esse assunto sobre o design, na unidade I será abordada a história do
design. Compreendendo que ele teve seu desenvolvimento baseado na “estética
da máquina”, levando o homem à evolução de novas tecnologias. Também é
importante conhecer a história da famosa escola Bauhaus.

A escola uniu as variadas disciplinas que se complementavam, unindo não


somente disciplinas como arquitetura e desenho industrial, mas também cerâmica,
tecelagem, marcenaria, artesanato, escultura e pintura. A corrente de pensamento
que surgiu na Bauhaus foi muito importante para a formação dos princípios que
norteiam o design moderno. Inclusive, influenciando disciplinas como princípios
da composição, teoria da cor e artesanato.

Quando se fala na história do design, vale a pena falar sobre as cadeiras icônicas
do século XX, pois há uma relação íntima com nomes de grandes arquitetos e o
design de mobiliário. Elas são heranças do modernismo, sendo muito presentes
nos projetos de decoração de interiores até hoje.

Entendo essa essência, é possível perceber que o movimento Bauhaus transformou


a concepção e produção na arquitetura e design. Por isso, vem a importância de
apresentar conceitos do design para ambientes comerciais, abordando o tema
design emocional. Por meio do design emocional, algo pode nos atrair ou repudiar
a atenção para certo produto, ou seja, são os estímulos que podem ser causados
no indivíduo.

Falando em estímulos, na unidade II o assunto são as cores, pois elas, de alguma


forma, causam impacto na imagem do ambiente físico. É muito importante estudar
a cor, pois ela está presente em todas nossas atividades diárias, em um projeto
comercial é impossível não pensar nas cores.

A unidade III tem como objetivo compreender que a vitrine é fundamental para
a valorização do produto. Nela são organizados os produtos com a intenção de
vender. É a interface entre o cliente externo e a loja. Ela é o que o consumidor vê
ao entrar na loja. Precisam ser pensados cenários bem elaborados para que isso
ocorra. Nessa temática, também é necessário falar sobre as fachadas comerciais.

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É fácil perceber que existe uma grande variedade de formas e possibilidades em
conjunto com a arquitetura. Ela é a estrutura física que limita a parte externa e
interna. É um elemento visual fundamental.

Para finalizar, a unidade IV, vem salientar a importância dos elementos


arquitetônicos em um projeto comercial. Essa unidade fará um estudo sobre os
materiais e elementos arquitetônicos que podem acrescentar valor no ambiente
comercial.

Objetivos
» Compreender a história do design.

» Traçar um paralelo entre o design emocional e o ponto de venda.

» Compreender a relevância das cores em ambientes comerciais.

» Estudar referências de arquitetura comercial que tiveram parâmetros


do design visual.

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DESIGN UNIDADE I

Não existe exatamente uma história certa sobre o design. Sabe-se que são inseridos
vários elementos, misturando-se com a história da cultura material. Vale observar
que o design teve seu desenvolvimento baseado na “estética da máquina”, ou
seja, a produção de bens de consumo com a intensão de atender à demanda
levou o homem à evolução da manufatura de novas tecnologias, resultando no
desenvolvimento das máquinas - maiores e mais pesadas – que teve seu principal
apogeu durante a 1ª Revolução Industrial, na Inglaterra.

No Brasil, a palavra “design” é diretamente apropriada da língua inglesa,


mas a origem é latina: designare, no qual se implicam os sentidos de desígnio
(intenção) e de desenho (configuração).

CAPÍTULO 1
História do design

Da Pré-História até os dias atuais, pode-se considerar que o homem tem evoluído
de acordo com o desenvolvimento de suas ferramentas e tecnologias utilizadas em
projeto.

O período pré-histórico foi fundamental no desenvolvimento da comunicação


visual e de elementos de design, por meio das pinturas rupestres, uso de materiais
rústicos para esculturas, composições com pigmentos, monumentos de pedras
colossais e abrigos construídos com fibras vegetais.

Na Antiguidade, elementos de design foram utilizados pela civilização egípcia,


como, por exemplo, na arquitetura das pirâmides, esculturas em ouro, móveis e
uso de linhas geométricas. Segundo Bürdek (2010, p. 17), “A origem de produtos
configurados com função otimizada pode ser encontrada até nos tempos ancestrais.

9
UNIDADE I │ DESIGN

Desta forma, podemos encontrar nos tempos do artista e engenheiro/construtor


romano Vitruvius (cerca de 80 - 10 a.C.) uma série de escritos que estão entre os
mais antigos registros sobre arquitetura.”.

O maior impacto no desenvolvimento do design foi no período da Revolução


Industrial. Entre os séculos XVIII e XIX, surgiram, em conjunto com as produções
em larga escala, milhares de trabalhadores sem especialização, bem como o início
da industrialização. Em volta das fábricas aumentava o proletariado, que viria
a representar parte do mercado consumidor. Esse período mostrou o momento
histórico de maior impacto no desenvolvimento do design.

Na era industrial até os dias atuais, os produtos decorrentes de um processo


industrial e de um pensamento em design foram essenciais ao arranjo da vida
social na cultura, porque colaboraram, e ainda colaboram, para projetar a vida
material e visual de cada época.

A partir da Inglaterra, o trabalho das máquinas veio modificando as dinâmicas


econômicas, políticas, sociais e tecnológicas das nações que se industrializavam
– e também, daquelas que, ainda iriam se industrializar, mas de alguma forma já
usufruíam da industrialização europeia por meio das matérias-primas, como é o
caso do Brasil. Segundo Bürdek (2010, p. 19),

Ao mesmo tempo, só podemos falar, desde a idade da Revolução


Industrial na metade do século 19, do design industrial em seu
sentido atual. Ele começa com o fato de que a divisão de trabalho
separa o projeto da manufatura, o que até ali era feito pela mesma
pessoa. Esta especialização se estabeleceu no decorrer do tempo
de tal forma que hoje designers e grandes fabricantes passaram a
ser responsáveis apenas por parte de um produto. Esta divisão de
trabalho provocou, nos anos 70, a reação de que jovens designers
procurassem novamente unir projeto, produção e comercialização
em conjunto.

Com relação à Revolução Industrial, vale salientar que sua origem se dá em


combinação com o contexto de seu momento histórico, no final do século XVIII.
Momento em que houve um conjunto de fatores como as ideias iluministas, o
crescimento populacional e urbano, o desenvolvimento das fábricas, a questão
do lucro privado e o desenvolvimento econômico. Esse período foi marcado com
a descoberta da energia a vapor no final do século XVII e em meados do século
seguinte, com a descoberta da energia elétrica.

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DESIGN │ UNIDADE I

No momento da descoberta da energia a vapor, mostra-se o que esse período de


fato representou para história, pois houve uma ruptura com a ordem definida nos
níveis econômico, social e cultural, ou seja, a introdução de um novo padrão que
foi remodelando o antigo modo de vida, deixando as pessoas descobrirem outros
caminhos.

As comunidades do século XVIII passaram a dar espaço às modernas sociedades


industriais, dando origem ao indivíduo dos séculos XIX e XX. Segundo Neves
(2006, p. 99), “Assim, uma transformação subjetiva da mesma grandeza daquela
que envolveu as pessoas no início da Revolução Industrial estaria acontecendo
no momento atual, em função das Tecnologias da Informação e, sobretudo, em
função da Internet e de suas diversas aplicações”.

Em 1851, a Grande Exposição Industrial foi muito importante para a história do


design, principalmente pelo fato de evidenciar que os produtos industriais eram
inferiores, em comparação aos produtos artesanais. A causa desse ocorrido pode
ser explicada pelo fato de as máquinas de precisão serem limitadas ou até mesmo
pelas criações dos artistas, que havia muito excesso, para a produção em série,
resultando em objetos com excesso de ornamentações, de decorativismos e não
havia uma preocupação com relação à forma e sua função.

Joseph Paxton projetou o pavilhão da Feira Mundial de Londres, em 1851. O


Palácio de Cristal ficou como modelo de produção do século XIX. O autor Bürdek
(2010, p. 19), afirma que: “por um engano, o tempo total de construção durou
quatro meses e meio. Por outro lado, muitas partes foram produzidas de forma
descentralizada e montadas apenas no local.”

Figura 1. Joseph Paxton, Palácio de Cristal em Londres (1851).

Fonte: Bürdek, 2010, p. 20.

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UNIDADE I │ DESIGN

Figura 2. O Palácio de Cristal durante a Grande Exposição de 1851. Autor da pintura: Dickinson Brothers (1952).

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Crystal_Palace_from_the_northeast_from_Dickinson%27s_Comprehensive_
Pictures_of_the_Great_Exhibition_of_1851._1854.jpg.

Em reação ao ocorrido, um grupo de arquitetos, artistas e empreendedores


iniciaram uma busca pela reforma estética, iniciando um novo enfoque sobre os
objetos e os aparatos em geral. A estética do produto depende de sua utilidade e
eficiência. Nesse contexto, dá início o design enquanto crítica à forma de uso.

Enquanto os Estados Unidos mostravam ao mundo uma produção industrial


moderna e em massa, embasados na produção em larga escala de produtos
padronizados, por outro lado, Morris e Ruskin têm a intenção de resgatar
o artesanato na produção industrial. Essa forma de pensar veio para aguçar a
produção de objetos de boa qualidade. De acordo com Neves (2016, p. 101): “[...]
além daqueles que reagiam contra o que consideravam os males da Revolução
Industrial, também contribuíram para a constituição deste olhar crítico as
comunidades que se mantiveram às margens do processo de industrialização [...]”.

É nítido que o movimento que iniciou na Inglaterra, em 1850, chamado Arts


and Crafts, com as ideias de William Morris, John Ruskin e Augustus Pugin,
influenciou um encadeamento de outras reações à industrialização, ou seja, surgia
o artesão e também desenhista, trazendo a missão cuidadosa e trabalho dedicado
e consciente. Segundo, Bürdek (2010, p. 21):

Como verdadeiros pais do design se contam os contemporâneos desta


Revolução Industrial: Gottfried Semper, John Ruskin e William Morris.
Assim como Henry Cole, combatiam o estabelecido decorativismo,
da cada vez maior produção industrial de objetos. Este movimento
de reforma estava particularmente impregnado pela influência do
utilitarismo de John Stuart Mill. Depois disto, a qualidade moral da
atividade humana ficou definida pela sua utilidade (ou sua nocividade)
para a sociedade. Este critério é possível de ser acompanhado até a
atualidade quando se observam distintas categorias de design.

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DESIGN │ UNIDADE I

O principal objetivo do Arts and Crafts era a produção dos produtos


manufaturados, que não deveriam ser apenas bonitos, mas também úteis.

Vale salientar alguns dos momentos referenciais que vieram com a proposta
de questionamento à produção industrial (ideias que perderam força depois da
morte de Morris, em 1896), pode-se citar:

» Century Guild, fundada por Arthur Mackmurdo.

» Deutscher Werkbund, fundada por Peter Behrens e Jose Maria Olbrich.

» Movimento Art Nouveau, do qual se destaca Henry van de Velde.

A partir de então, a França, os Estados Unidos e a Alemanha orientaram a


produção da cultura material industrializada. Mesmo assim, a influência
das propostas de Morris, a importância do movimento Arts and Crafts e a
disseminação e do Art Nouveau, causaram um estímulo em outros países, além
da Inglaterra, para a boa qualidade de produção de objetos.

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CAPÍTULO 2
Art Nouveau

O movimento Art Nouveau é conhecido por pertencer ao final do século XIX


e início do século XX. O seu auge é durante a Exposição Universal de Paris de
1900. O nome Art Nouveau surge do francês que é traduzido para “arte nova” em
português.

Em 1895, o nome se consagrou por causa de uma exposição na galeria de


Siegfrid Bing, em Paris, direcionada para esse novo estilo e a intitulou de “L’Art
Nouveau”.

Percebe-se que a preocupação com a originalidade da forma estava diretamente


ligada à Segunda Revolução Industrial e com explorações de novos materiais,
como o ferro e o vidro, principais elementos dos edifícios.

A inspiração dos artistas era essencialmente vinda da natureza, as linhas sinuosas


e assimétricas das flores e animais. Os arabescos e as curvas, são predominantes
nas ilustrações, na moda, nas fachadas e nos interiores.

Figura 3. Detalhe da fachada com linhas sinuosas e assimétricas das flores.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

As estruturas mais reconhecidas do Art Nouveau foram as construídas para o


metrô de Paris da época. O trânsito de Paris estava em uma situação caótica e
foi preciso encontrar alternativas para resolver esse problema, por isso, houve

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DESIGN │ UNIDADE I

a permissão para a construção de linhas de transporte abaixo da terra. O design


das entradas do Metrô de Paris é projeto do arquiteto francês Hector Germain
Guimard (1867-1942), usando estruturas leves com linhas sinuosas e orgânicas
trabalhadas em ferro e vidro, propôs um estilo evidenciando o estilo Art Nouveau
para atrair as pessoas a usarem esse novo modo de transporte. A figura 4 mostra
a estação Porte Dauphine, de 1900.

Figura 4. Estação Porte Dauphine.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Estação_Porte_Dauphine#/media/Ficheiro:La_station_art_nouveau_de_la_porte_Dauphine_
(Hector_Guimard).jpg.

No Brasil, o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo teve participação fundamental


na divulgação e realização da Art Nouveau. Pode-se citar o artista Eliseu
Visconti, pioneiro do design no país, como um dos mais conhecidos nesse
estilo.

O estilo era relacionado com o movimento Arts and Crafts, movimento social e
estético liderado por William Morris (1834-1896), que teve destaque durante a
Belle Époque, nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século
XX.

O movimento vem das origens do Art Nouveau, ou seja, percebe-se a valorização


dos ofícios e trabalhos manuais.

As figuras 5 e 6 mostram o estilo nas fachadas de casas.

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UNIDADE I │ DESIGN

Figura 5. Ernest Delune (1859-1947): casa-estúdio do vitralista Sterner, em Bruxelas (1904).

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 6. A Maison Coilliot, projetada por Hector Guimard e concluída em 1900. É uma casa no estilo Art Nouveau

localizada no no 14, da rue de Fleurus em Lille, França.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Notam-se as linhas curvilíneas e floreadas, que tinham como inspiração as


formas orgânicas das folhagens, flores e outros elementos da natureza, como
mostram as figuras 7 e 8.

Figura 7. Detalhes da decoração no estilo Art Nouveau.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

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DESIGN │ UNIDADE I

Figura 8. Detalhes da decoração no estilo Art Nouveau.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

A arquitetura e o design Art Nouveau ficaram conhecidos por explorar novos


materiais, como o ferro e o vidro, elementos presentes nas construções
assinadas por Victor Horta, Henry Van de Velde, entre outros (Figura 9).

Figura 9. Manipulação de novos materiais, como o ferro e o vidro.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Os objetos foram muito utilizados na criação de peças ornamentais, como os


vitrais, lustres e vasos criados por Louis Comfort Tiffany e pelo francês Emile
Gallé.

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UNIDADE I │ DESIGN

Figura 10. Peças de Tiffany.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 11. Peças de Gallé.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Os avanços tecnológicos influenciaram a produção artística da época, por


exemplo, a técnica da litografia colorida contribuiu para a produção em grandes
quantidades de cartazes que são muito característicos do movimento. É possível
notar o desenho bidimensional e uso de cores chapadas, valorização do espaço
vazio e desenhos com contornos. A figuras a seguir, são as gravuras de Alphonse
Mucha.

Figura 12. Dreaming (Reverie), litografia, 1897.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

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DESIGN │ UNIDADE I

Figura 13. Dance, litografia,1898.

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Art Déco
O estilo Art Déco é de origem francesa (abreviação de arts décoratifs) e, ao
contrário da Art Nouveau, deixou de lado as linhas sinuosas e a espontaneidade,
utilizando um design mais ordenado geometricamente, ou seja, o padrão
decorativo tem a predominância de linhas retas ou circulares estilizadas e o
design abstrato.

A Exposição Internacional das Artes Decorativas de Paris, em 1925, foi


uma demonstração de todos os domínios do novo estilo, que inicialmente
se apresenta como um estilo luxuoso, destinado à burguesia enriquecida do
pós-guerra, com emprego de materiais caros.

A partir de 1934, ano de realização da exposição Art Déco, no Metropolitan


Museum de Nova York, o estilo uniu a arte e a industrialização, onde os
objetos podiam ser produzidos em massa, a baixo custo, usando os novos
materiais, como plásticos e concreto armado; produziu cerâmicas, tecidos
e mobiliários geométricos que podiam ser produzidos em série. Houve à
popularização do estilo, por conta do barateamento da produção invadindo
a vida cotidiana: os objetos de uso doméstico, o mobiliário, os cartazes e a
publicidade, as joias e bijuterias, a moda etc.

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UNIDADE I │ DESIGN

Se essa forte combinação entre a arte e indústria são experiências anteriores à


Bauhaus, coloca o Art Déco como ideal estético e político do programa da escola
de Gropius, que consiste na formação de novas gerações de artistas, de acordo
com um ideal de sociedade civilizada e democrática.

Louis Süe e André Mare foram os principais representantes em elementos


tradicionais do interior burguês com as suas salas cheias de informações, lareiras,
tapeçarias, o seu mobiliário confortável, e elementos decorativos estilizados.

Figura 14. Cadeira “David-Weill”, com “Tulipas e Cravos”. Estofados, projetados em 1923, fabricado provavelmente

no final da década de 1920, por Louis Süe French.

Fonte: https://www.metmuseum.org/art/collection/search/499561?sortBy=Relevance&ft=Art+Deco&offset=0&r
pp=100&pos=55.

Figura 15. Paravent Les Faunes de André Mare (1920), Musée des Arts Décoratifs, Paris.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/André_Mare#/media/File:André_mare_per_compaignie_des_arts_français,_paravento_les_
faune,_parigi,_1920_ca.JPG.

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DESIGN │ UNIDADE I

Figura 16. Padrão Rose Mousse para estofamento, algodão e seda, André Mare (1920), Metropolitan Museum of

Art.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/André_Mare#/media/File:Rose_Mousse_MET_DP105936.jpg.

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CAPÍTULO 3
Bauhaus

Bauhaus foi uma escola de arte fundada pelo arquiteto Walter Gropius,
Alemanha na cidade Weimar, em 1919. A escola uniu as variadas disciplinas
que se complementavam, ou seja, o aluno podia ter acesso a uma visão
interdisciplinar das artes, juntando não somente disciplinas como arquitetura e
desenho industrial, mas também cerâmica, tecelagem, marcenaria, artesanato,
escultura e pintura. Por esse motivo, a escola reuniu uma série de artistas
talentosos das mais diferentes áreas. A escola ficou conhecida por revolucionar
o design moderno, buscando formas simplificadas, definidas pela função do
objeto. Segundo Neves (2016, p. 102):

Bauhaus, por sua vez, viria a ter impacto demasiado forte


no Movimento Moderno e, sobretudo, viria a promover com
entusiasmo, como assim o fizera os movimentos Arts and Crafts e
Art Nouveau, a organização do saber, a troca de conhecimentos e
o ensino, vetores fundamentais para o desenvolvimento do design.

Bauhaus – que significa “casa de construção” – foi criada durante uma de crise
econômica mundial e, com isso, esboçou a necessidade de uma inovação no estilo
arquitetônico, ou seja, redução de custos de bens de consumo e uma arquitetura
funcional, mas sem ser limitada por esses objetivos.

Figura 17. Escola Bauhaus.

Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-bauhaus/.

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DESIGN │ UNIDADE I

Figura 18. Fotografia – Bauhaus, 1930.

Fonte: http://lounge.obviousmag.org/resumindo_e_substituindo_o_mundo/2014/08/bauhaus---um-seculo-de-explosao-
meteorica-do-design-1.html.

A escola uniu arquitetos, engenheiros, designers, artesãos, artistas industriais


e pintores, com objetivo de criar um alto nível artístico de projetistas que
dominem todas as etapas da produção, ou seja, para isso houve junção do ensino
artesanal com o ensino artístico industrial.

Era um local onde havia pesquisas e elaboração de protótipos dos variados


produtos de design e materiais para construção civil para serem produzidos em
escala industrial, atendendo, por um lado as necessidades da sociedade alemã
que acabava de enfrentar uma guerra, como, por exemplo, a introdução de novos
materiais pré-fabricados, a simplificação dos volumes e geometrização das
formas (nota-se o predomínio de linhas retas) são elementos que contribuíram
para construções mais rápidas. Por outro lado, houve o ideal de levar a arte
moderna a todos os níveis sociais, criando o artista-artesão. Vale observar, que
a intenção era criar conceitos funcionais que possuíssem certas particularidades
artísticas.

Na escola Bauhaus, colaboraram os nomes mais importantes referentes às artes


e arquitetura da época, como Kandinsky, Feininger, Klee, Mies van de Rohe,
Moholy-Nagy, Albers, Max Bill, Gyorgy Kepes, Vonderberge Gildewart e Breuer.
Eles valorizavam a visão estética do objeto industrial e da arquitetura.

Figura 19. Fotografia - Interior - Um projeto Bauhaus.

Fonte: http://lounge.obviousmag.org/resumindo_e_substituindo_o_mundo/2014/08/bauhaus---um-seculo-de-explosao-
meteorica-do-design-1.html.

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UNIDADE I │ DESIGN

A Bauhaus foi a mais influente e a mais famosa escola de arte do século XX. Ela se
tornou o centro de algumas das utópicas ideologias e tendências de sua época.

Percebe-se que houve influência dos movimentos como o Cubismo, Construtivismo


e De Stijl. Conforme mostra a figura 20: o quadrado, representado pela cor vermelha;
o triangulo, pela cor amarela; e o círculo, pela azul. No campo tridimensional,
essas três formas básicas da geometria são representadas pelos elementos cubo,
tetraedro e esfera, que formavam os traços arquitetônicos e as produções dos
objetos da época.

Figura 20. As três formas básicas da geometria: quadrado, triangulo e círculo.

Fonte: https://histdesignwerkbundulm.wordpress.com/bauhaus/.

Baseando-se nessas formas, seguem algumas criações:

Figura 21. Baby Cradle by Peter Keler.

Fonte: https://www.dezeen.com/2018/11/08/bauhaus-furniture-designs-chair-tables-chess-set-baby-cradle/.

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DESIGN │ UNIDADE I

A figura 21, mostra um berço de bebê que teve como inspiração o trabalho de
Kandinsky para a criação do Baby Cradle, do arquiteto alemão Peter Keler.
O berço que ele projetou foi para a primeira exposição da Bauhaus, em 1923.
Keler inspirou-se no livro de Kandinsky sobre a teoria das cores, de 1911, que
delineou seus sentimentos sobre a cor e seu efeito psicológico nos seres humanos.
Composto por formas simples, como triângulos e retângulos, e cores primárias,
marca registrada da Bauhaus.

Quais as origens do design moderno?


O design moderno possui várias influências e é bem diversificado em seus
formatos. Hoje, muitas peças são construídas com inspirações em movimentos
de arte do século XIX e XX, que dão vida a novas linhas e conceitos, misturando
essas ideias para criar artigos bastante revolucionários. Esse impacto foi
resultado dos pensamentos e obras de grandes nomes, como Pablo Picasso,
Frank Lloyd Wright, Andy Warhol e muitos outros. Além disso, o design
também foi muito influenciado pelas descobertas científicas e psicológicas
que permitiram a expansão da consciência de artistas, arquitetos e designers.

Cubismo

Pintado em 1907, por Pablo Picasso, a obra “Les Demoiselles dAvignon” é


considerada como o início dessa expressão. Ela utiliza formas geométricas
para transpor o mundo tridimensional em um plano bidimensional. Além da
pintura, foram feitas colagens e gravação de letras para compor as telas.

Essa forma de arte inspirou não só a pintura e o design, mas também a


tipografia e incentivou o uso da abstração geométrica nas obras. Os destaques
ficam para os trabalhos de Pablo Picasso e Georges Braque, precursores desse
movimento, que inspirou o Futurismo, Construtivismo e o De stijl.

Futurismo

Surgiu com a publicação do “Manifesto do Futurismo”, pelo poeta Filippo


Marinetti, em 1909. Ele desejava revolucionar as artes a fim de glorificar
aspectos da nova sociedade científica e industrial, como carros, aviões e
máquinas em geral, para gerar essa visão do futuro.

Os futuristas usavam tipos e cores para expressar ideias, assim, as


letras e palavras se transformavam em formas visuais, com significados

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UNIDADE I │ DESIGN

diferentes a depender dos formatos ou pesos. Além de Marinetti, outra


figura importante foi o designer Fortunato Depero, com sua obra “Depero
Futurista”.

De Stijl

Surgido na Holanda, em 1917, foi uma das grandes influências do design do


século XX. Entre seus participantes estão, além do fundador do movimento
Theo van Doesburg, Piet Mondrian, Bart van der Leck, e o arquiteto J.J.P
Oud. Entre suas características, estão a rígida precisão na divisão do espaço,
a assimetria, o uso das formas básicas, cores primárias e a simplicidade.

Além disso, eliminaram-se as curvas e os tipos usados eram feitos com


blocos retangulares e sem serifa. A ideia maior era encontrar o equilíbrio de
uma lei universal e da matemática do universo. Com eles, foi criado o termo
neoplasticismo, que se tornou sinônimo desse estilo.

Fonte: https://vignamaru.com.br/quais-as-origens-do-design-moderno/.

Figura 22. Tea infuser by Marianne Brandt.

Fonte: https://www.dezeen.com/2018/11/08/bauhaus-furniture-designs-chair-tables-chess-set-baby-cradle/.

A figura 23 mostra o infusor de chá criado por Marianne Brandt, de 1924. A artista
alemã, com a inspiração de um bule convencional, criou o seu infusor e coador
de chá de metal geométrico. Com sete centímetros de altura, o infusor de chá é
pequeno em decorrência de sua função – ao contrário dos bules convencionais,
destina-se a destilar um extrato concentrado que, quando combinado com água
quente no copo, pode produzir qualquer chá. Com a forma simples, o “corpo” é
suportado por uma estrutura de barra transversal, enquanto o cabo em forma de
D é posicionado no alto para facilitar o vazamento.

26
DESIGN │ UNIDADE I

Na Bauhaus, desenvolveu o ensino voltado para estampas em tecidos e a tapeçaria.


Abaixo, a tapeçaria produzida por Anni Albers.

Figura 23. Estampas em tecidos e a tapeçaria produzida por Anni Albers.

Fonte: http://lounge.obviousmag.org/isso_compensa/2015/06/bauhaus.html.

Figura 24. Anni Albers - Bauhaus Textile Designer.

Fonte: https://shop.bauhaus-movement.com/anni-albers-bauhaus-rug.

A figura 24 é uma tapeçaria de Anni Albers para a Bauhaus, em 1926. O desenho


original está no Museu de Arte Moderna de Nova York.

A figura 25 mostra o trabalho do arquiteto e designer húngaro-americano, Marcel


Breuer, que costumava utilizar o aço tubular e estruturas metálicas.

Figura 25. Mesas de Breuer.

Fonte: https://medium.com/cesar-update/afinal-o-que-foi-a-bauhaus-e-que-legados-ela-deixou-no-design-contemporâneo-
e0d91c0b11e2.

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UNIDADE I │ DESIGN

O abajur Wagenfeld-Leuchte é um ícone da escola, representando um dos


produtos da fase tecnológica. Ele é simples e geométrico, composto por uma
cúpula de vidro cortado e metal. A peça foi criada por William Wagenfeld.

Figura 26. Abajur Wagenfeld-Leuchte (ou Bauhaus-Leuchte).

Fonte: https://medium.com/cesar-update/afinal-o-que-foi-a-bauhaus-e-que-legados-ela-deixou-no-design-contemporâneo-
e0d91c0b11e2.

A figura 27 mostra a maçaneta elaborada pelo fundador da instituição alemã, Walter


Gropius, que é caracterizada também pelas formas geométricas e industriais,
representando o estilo da escola.

Figura 27. Bauhaus: Maçaneta Gropius.

Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/bauhaus-arquitetura/.

A primeira e segunda fases da Escola Bauhaus foi de 1919 a 1932. Esse período
ficou marcado pela elaboração de produtos industriais prático-funcionais. No ano
de 1928, houve a saída de Gropius da direção da Escola e sua substituição pelo
arquiteto suíço Hannes Meyer, e em 1930, por Mies van der Rohe.

Uma das pertinentes críticas a escola, é a distância com seus usuários, ou seja, nos
objetos percebia-se mais uma preocupação estética e pouco sensível aos usuários,
porém, aa segunda fase entre 1923 a 1928 (em 1926, a escola se estabelece em
Dessau), foi marcada por se preocupar em valorizar as necessidades humanas,
onde era presente o funcionalismo e uma estética “clean”. Nesse período, a escola
foi coordenada pelo arquiteto Hannes Meyer, momento em que ficou evidenciada
a valorização do conforto e do design industrial.

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DESIGN │ UNIDADE I

A Escola Bauhaus sofreu graves pressões no período do governo de Hitler e por


isso ela foi fechada em 1933. Em decorrência desse fato, muitos professores da
escola migraram para outros países, (a maioria para os Estados Unidos, como
o Gropius, Bayer, Moholy-Nagy, Van der Rohe, Breuer e outros), difundindo as
ideias da Bauhaus em outros lugares.

Atualmente percebe-se a grande influência da Bauhaus nas casas e prédios


de vários lugares do mundo. Vale salientar que muitos produtos (e os seus
criadores) elaborados nessa época ainda são muito admirados, influenciando
muitas marcas até hoje.

Antes de ser fechada por Adolf Hitler, em 1933, a Bauhaus teve três fases,
marcadas por diretores, sedes e ênfases diferentes.

O Fundador

Walter Gropius (1883-1969)

Criou a Bauhaus ao fundir duas outras escolas, a de Artes Aplicadas e a Academia


de Belas-Artes da Saxônia, após a Primeira Guerra Mundial. Seu período na
direção, de 1919 a 1927, ficou conhecido como “anárquico expressionista”, já
que sua proposta unificadora desafiava várias tradições. Principais projetos:
A fábrica Fagus, em Alfeld, Alemanha (1911); a sede da Bauhaus, em Dessau,
Alemanha (1925); e o pavilhão da Pensilvânia para a Exposição Universal de
Nova York (1939).

O Funcionalista

Hanner Meyer (1889-1954)

Para o sucessor de Gropius, o processo de construção tinha de levar em conta


as necessidades humanas – biológicas, intelectuais, espirituais e físicas. Por
isso, o funcionalismo e o conforto passaram a ser levados tão a sério a partir
de então. Embora Meyer fosse arquiteto, foi sob seu comando que o design
industrial ganhou evidência na Bauhaus. Hannes Meyer assumiu até 1929,
com a escola já transferida para a cidade de Dessau, em sua segunda sede e
cedeu o cargo a Mies van der Rohe, com a instituição realocada em Berlim.

O Simplista

Mies van der Rohe (1886-1969)

Antes fã do estilo neoclássico, converteu-se à simplicidade da Bauhaus e


cunhou a frase “menos é mais”. Último diretor da escola, ficou famoso por usar

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UNIDADE I │ DESIGN

muito vidro e aço em seus arranha-céus. É considerado um dos arquitetos


mais importantes do século 20. Principais projetos: Pavilhão alemão para a
Exposição Internacional de Barcelona (1929), Promontory Apartments, em
Chicago (1951) e Seagram Building, em Nova York (1956-1959).

O Designer

Marcel Breuer (1902-1981)

Foi designer e arquiteto, mas se destacou mesmo pela produção de


mobiliário. Um de seus toques revolucionários foi o amplo uso de tubos
de metal. Considerado por alguns críticos um dos “últimos verdadeiros
arquitetos funcionalistas”, no fim da carreira foi para os EUA e passou
a projetar grandes prédios ao lado de seu ex-professor, Van der Rohe.
Principais projetos: Cadeira Wassily (1925-1926) e Short Chair (1936).

O Tipógrafo

Herbert Bayer (1900-1985)

Os princípios de geometrização e funcionalismo também prevaleceram na


tipografia – a arte de criar fontes de letras (como a Times New Roman e a Arial).
Bayer bolou uma espécie de alfabeto universal, só com letras minúsculas e
reduzidas às formas gráficas mais simples possíveis. Seu argumento? Quando
falamos, não existe “maiúsculas” ou “minúsculas”. Principal projeto: O alfabeto
universal Sturm Blond (1925).

Texto: Pedro Luiz Pereira de Souza, da Escola Superior de Desenho Industrial, texto adaptado pela
autora.

Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-bauhaus.

Modernismo e design

A Bauhaus marcou o modernismo na arquitetura e no design. Ela também


propôs mudanças em conceitos sociais através da arquitetura, arte e
funcionalismo de suas obras, que fomentaram questões sobre o conceito de
comunidade e espaço. O corpo docente da escola foi composto por grandes
nomes e causou forte impacto na arte, arquitetura e design do século XX.

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DESIGN │ UNIDADE I

Onde você encontra a influência deles?

Não precisa ir muito longe: na palma da sua mão é possível que você
encontre características da Bauhaus. Isso se você tiver um iPhone – as linhas
funcionais e “clean” dos produtos da Apple são um dos exemplos icônicos
do legado da escola.

Mas o coração do Brasil também guarda influência da Bauhaus em cidades


planejadas – especialmente na capital Brasília. Oscar Niemeyer, afinal, tinha
um pezinho bauhausiano, já que sempre privilegiou formas geométricas e
cores brancas.

Em prédios como o da Escola Superior de Desenho Industrial, no Rio de


Janeiro, do Instituto de Arte Contemporânea de SP e da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, da USP há referências claras à escola alemã.

Agora, se quiser um exemplo mais distante da tecnologia ou da arquitetura…


Você pode olhar para a música! A banda Franz Ferdinand, por exemplo, tem
a Bauhaus como principal influência para tudo quanto é identidade visual
da banda.

Texto: Pedro Luiz Pereira de Souza, da Escola Superior de Desenho Industrial

Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-bauhaus.

É denominado de modernismo (ou movimento modernista) o conjunto de


movimentos culturais, escolas e estilos que revolucionou as artes e o design
da primeira metade do século XX. É um estilo prático e funcional, nota-se a
predominância das linhas retas e as superfícies lisas na arquitetura e nos objetos.

Figura 28. Casa Farnsworth, projeto do arquiteto Mies Van der Rohe.

Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetos/mies-van-der-rohe/.

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UNIDADE I │ DESIGN

Figura 29. Interior da Casa Farnsworth.

Fonte: https://refarq.com/2017/02/14/casa-farnsworth-mies-van-der-rohe/.

Figura 30. Glass House (Casa de Vidro) de Philip Johnson.

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2014/03/27/casa-de-vidro-e-marco-da-arquitetura-moderna-nos-eua-
conheca.htm?cmpid=copiaecola.

Figura 31. A sala da Glass House desenhada por Philip Johnson reúne poltronas Barcelona, desenhadas por Mies

Van der Rohe, em 1929.

Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/imoveis-e-decoracao/2014/03/27/casa-de-vidro-e-marco-da-arquitetura-
moderna-nos-eua-conheca.htm.

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DESIGN │ UNIDADE I

Figura 32. Casa das Canoas, projeto do arquiteto Oscar Niemayer.

Fonte: https://www.nelsonkon.com.br/casa-das-canoas/.

Figura 33. Interior da Casa das Canoas.

Fonte: https://www.nelsonkon.com.br/casa-das-canoas/.

É importante compreender que a corrente de pensamento iniciada na Bauhaus


foi fundamental para a formação dos princípios que norteiam o design moderno.
A influência pode ser percebida na busca pela valorização da naturalidade dos
materiais e das estruturas e no uso de formas simples.

Também vale observar que o movimento iniciado na Bauhaus mudou o estilo e


a produção de mobiliário, introduzindo o uso do aço como moldura e suporte
para cadeiras, mesas, sofás e luminárias.

Cadeiras icônicas do design do século XX


Há uma relação muito estreita com nomes de grandes arquitetos e o design
de mobiliário, especialmente na elaboração do design de cadeiras. Ao longo
do tempo, as cadeiras projetadas pelos arquitetos era a extensão de sua
arquitetura, e algumas dessas cadeiras ficaram reconhecidas como ícones
do design. Elas tornaram-se clássicas e são heranças do modernismo sendo
muito utilizadas nos projetos de decoração de interiores até hoje.

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UNIDADE I │ DESIGN

Figura 34. Cadeira “Red and Blue” – Gerrit Rietveld (1917).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cadeira_Vermelha_e_Azul#/media/Ficheiro:Rietveld_chair_1b.jpg.

A cadeira criada por Gerrit Rietveld, é uma das criações mais conhecidas do
design moderno. Originalmente, foi pintada de preto, cinza e branco, mas depois
da sugestão do arquiteto Bart van der Leck, ela passou a ter cores primárias. Ela
apresenta uma das primeiras explorações em três dimensões do movimento de
arte holandês De Stijl, do qual fez parte o famoso pintor Piet Mondrian. Essa
peça é objeto de desejo para muitos arquitetos, designers e entusiastas, tanto
por seu valor histórico quanto por sua composição de formas simples, porém,
com design incomum. Essas são algumas das características dessa peça.

Figura 35. Cadeira Wassily (1925).

Fonte: https://3.bp.blogspot.com/_twbhXF46gdI/TEIlXsicMyI/AAAAAAAAIoE/4ySl3nUi3b4/s1600/wassily_chair.jpg.

A Cadeira Wassily foi uma peça criada pelo húngaro Marcel Breuer, arquiteto
que fez parte da primeira geração da Bauhaus, escola de arquitetura e design.
Nota-se a presença marcante do aço tubular, que garante força estrutural e
elegância. Ela foi um dos primeiros produtos a surgir da Bauhaus. Inicialmente
eram vendidos os modelos das cores branca, preta ou tecido de malha arame,
em opções dobrável ou não dobrável.
34
DESIGN │ UNIDADE I

Figura 36. Cadeira Cesca ou B32 (1928).

Fonte: http://iarafaria.com.br/site/objetos-de-desejo/cadeira-cesca-1928-marcel-breuer/.

Essa cadeira foi criada por Marcel Breuer, a cadeira Cesca foi batizada com esse
nome em homenagem à filha do arquiteto, Francesca. Essa peça conseguiu aliar
a produção em série ao design artesanal e por causa disso se tornou um ícone
modernista. Até hoje é fabricada em várias partes do mundo.

Figura 37. Cadeira Barcelona (1929).

Fonte: https://www.elegancydesign.com.br/poltrona-barcelona-preta/p?idsku=412&gclid=Cj0KCQjw2K3rBRDiARIsAOFSW_4Qf1rT
crk76Ut0tCgJefBJ0WeIXFuWVNM6XIXMLepgCOFrf4l4hyMaAj-tEALw_wcB.

Criada pelo arquiteto, Mies Van der Rohe e pela sua sócia Lilly Reich, é um modelo
de cadeira mais imitada e desejada, está sempre presente nas listas de cadeiras
mais famosas no design de interiores. Atualmente, é possível encontrar a cadeira
Barcelona em várias cores, ela é uma bela peça de design e confortável.

Figura 38. Cadeira Paimio (1930/1931).

Fonte: http://www.idesign.wiki/paimio-chair-1930-1931/.

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UNIDADE I │ DESIGN

Desenvolvida pelo finlandês Alvar Aalto, essa peça só foi ser reconhecida pelos
profissionais do design na segunda metade do século XX. Inicialmente, esse modelo
foi concebido para um sanatório do seu país, era utilizada para o tratamento de
pacientes com tuberculose. Esse modelo de cadeira tem a capacidade em unir
conforto e funcionalidade, sua angulação é ideal para quem necessita passar longas
horas sentado.

Figura 39. Cadeira no 406 (1938/1939).

Fonte: https://www.decorandominhacasa.com.br/cadeiras-famosas-que-marcaram-epoca/.

Também desenvolvida pelo finlandês Alvar Aalto, a no 406 revolucionou o design


mobiliário por desafiar gravidade, a partir do momento em que no seu projeto foi
possível criar elasticidade para o formato S de sua estrutura, com total equilíbrio
ergonômico. Essa peça também foi inovadora por causa do material utilizado,
a madeira compensada, que ainda era considerada pouco usada na fabricação de
móveis.

Figura 40. Cadeira Butterfly (1938).

Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

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DESIGN │ UNIDADE I

A peça faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA)
desde 1944 e ficou famosa não somente pelo design, mas também pelo conforto
e atemporalidade. Criada pelo catalão Antoni Bonet e pelos argentinos Juan
Kurchan e Jorge Ferrari-Hardoy, em 1938. A cadeira Butterfly também é
conhecida como Hardoy Chair ou BKF.

Figura 41. Cadeira LCW (Lounge Chair Wood) (1945).

Fonte: http://studiolabdecor.com.br/londres-e-puro-design/.

Essa peça foi criada pelo casal Charles e Ray Eames. Nos anos 1940, o casal
experimentava novas técnicas para desenvolver um método barato e eficaz de
moldar compensados. Com uma máquina específica deles, eram pressionadas finas
folhas de laminado de madeira contra uma membrana aquecida. Essa cadeira foi
considerada pela Revista Time como o melhor design do século XX.

Figura 42. Cadeira Bertoia Diamante (1950).

Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

Em 1950, o italiano Harry Bertoia revolucionou o mundo do design, criou peças


para a Knoll International. Ele desenhou uma linha inteira de cadeiras usando um
fio metálico, com formatos e trançados que lembram cestos.

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UNIDADE I │ DESIGN

Figura 43. Poltrona e pufe Charles Eames (1956).

Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

O casal americano Charles e Ray Eames desenvolveram o modelo de pufe e a intenção


era que a peça tivesse uma aparência receptiva, como uma luva de beisebol, que
perfeitamente se encaixa na mão. Esse modelo é um, dentre outros, das séries de
móveis criados pelo casal.

Figura 44. Cadeira de tela de arame DKR (1951).

Fonte: https://www.essenciamoveis.com.br/charleseames/cadeira-eames-dkr-aramada.

Essa peça também foi criada por Charles e Ray Eames, a cadeira DKR possui esse
nome porque esse modelo foi pensado para a sala de jantar (Dinning), feita em
aço cirúrgico (K-wire) com uma base de arame conhecida como “pé torre Eiffel”
(R-wire). Essa peça é considerada um ícone entre as cadeiras famosas.

A princípio, ela foi pensada para a sala de jantar, mas é possível colocá-la em
outros ambientes, como em salas de estar e escritórios.

No modelo original, é vazada na parte do assento, mas atualmente é possível


encontrar esse modelo no estilo concha maciça de várias cores ou transparente.

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DESIGN │ UNIDADE I

Figura 45. Cadeira Model 3107 (1955).

Fonte: https://www.artezanal.com/blog/cadeira-jacobsen/.

Esse modelo foi criado pelo arquiteto e design dinamarquês Jacobsen, é uma das
peças mais populares do século XX. A “series 7” possui conceitos valorizados,
como o uso de materiais leves, sua estrutura compacta e o fácil armazenamento.

Figura 46. Poltrona Paulistano (1957).

Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

Criada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, ganhou o Prêmio Pritzker de 2006,
e por causa de sua elegância, entrou para o acervo do Museu de Arte Moderna
de Nova York (MoMA). A estrutura é de aço inox e assento de couro. A peça
foi desenvolvida para fazer parte do mobiliário do Ginásio do Clube Atlético
Paulistano.

Figura 47. Poltrona Swan (1958).

Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

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UNIDADE I │ DESIGN

Essa peça possui um design grande sucesso, ela continua a ser produzida e
comercializada até hoje. A poltrona Swan foi criada por Arne Jacobsen, em 1958,
para decorar o lobby do Hotel Royal, em Copenhague.

Figura 48. Cadeira Egg (1958).

Fonte: https://temposmodernosdesign.com.br/produto/poltrona-egg/.

Essa peça foi criada por Arne Jacobsen, em 1958. Foi originalmente projetada para o
hotel Radisson SAS, em Copenhague, na Dinamarca. Sua fabricante é a Fritz Hansen.
Foi na elaboração dessa peça que surgiu uma nova técnica, a de usar uma espuma firme
em forma de concha sob o estofamento.

Figura 49. Cadeira Panton (1960).

Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

Esse modelo de cadeira foi o primeiro a ser fabricado em plástico moldado no


mundo. A cadeira Panton, de 1960, foi criada por Verner Panton. A peça também
foi a primeira feita sem pés, com a base toda de plástico liso, sem nenhuma divisão
entre o assento e a estrutura.

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DESIGN │ UNIDADE I

Figura 50. Ball Chair (1960).

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/estilo-cultura/dez-cadeiras-emblematicas-do-design/.

Criada pelo designer Eero Aarnio, na década de 1960, a cadeira Ball foi projetada,
a princípio, para ser usada em sua própria residência. Feita de fibra de vidro com
estofados em lã, fez muito sucesso no ano de seu lançamento na International
Furniture Fair, em Colônia, Alemanha, sendo considerada uma das mais notáveis
cadeiras da história do século XX.

Figura 51. Poltrona Chifruda (1962).

Fonte: https://dpot.com.br/poltrona-chifruda-dpot.html.

O arquiteto e designer Sergio Rodrigues criou esse modelo peculiar de cadeira.


Feita com jacarandá maciço, tem encosto de compensado curvado, braços móveis
e é revestida com couro. Originalmente, foi chamada de Aspas, porém, ficou
conhecida mundialmente como poltrona Chifruda.

Figura 52. Cadeira Tulipa (1965).

Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

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UNIDADE I │ DESIGN

Esse modelo de cadeira foi criado pelo francês Pierre Paulin, com o desenho que
lembra uma tulipa. Ele queria revolucionar, para isso, acreditava que deveria
eliminar as pernas das mesas e cadeiras, foi então que nasceu o modelo Tulipa.
Essa cadeira ganhou destaque e visibilidade, principalmente quando foi usada
no cenário da série Star Trek.

Figura 53. Cadeira Wiggle (1972).

Fonte: http://www.atelierclassico.com.br/.

Frank Ghery é o criador de uma cadeira que revolucionou o design de móveis,


pois ele utilizou um material inusitado: 60 camadas de papelão robusto, com
um design cheio de curvas sinuosas e inovação. Com o sucesso da Wiggle,
Ghery continuou a criar outros móveis para a linha, como poltronas, mesas e
espreguiçadeiras. Frank Ghery foi arquiteto renomado, responsável por projetos
de grande inventividade para edifícios públicos, sendo um dos fundadores do
Desconstrutivismo.

Figura 54. Cadeira favela, de 1991.

Fonte: http://dianabrooks.com.br/cadeiras-que-fizeram-historia/.

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DESIGN │ UNIDADE I

Os irmãos Campana criaram a cadeira Favela, usando sarrafos de madeira


descartados, em 1991. Eles inovaram no estilo, inspirados nas regiões
periféricas de São Paulo. Hoje, a peça é fabricada com madeira pinus ou teca.

Figura 55. Poltrona Vermelha, 1993.

Fonte: https://casaclaudia.abril.com.br/blog/design-de-origem/a-poltrona-vermelha-500-metros-de-corda/.

Criada pelos Irmãos Campana, em 1993, essa poltrona feita de cordas e base
de metal, foi um fracasso de vendas, porém, o produto chamou a atenção de
Massimo Morozzi, designer italiano dono da Edra e, em 1998, a marca passou a
produzi-la e exportá-la. O designer Morozzi gostou muito do conceito e decidiu
produzir a peça em escala para comercialização, foi então que a peça ficou
conhecida e passou ser vendida. Antes disso, apenas cinco exemplares haviam
sido vendidos pelo estúdio. Os irmãos ficaram conhecidos internacionalmente.

Os móveis brasileiros que estão conquistando o mercado internacional de


design.

O trabalho de designers de peso, como o arquiteto Sergio Rodrigues, o


artista Joaquim Tenreiro e o artista e arquiteto José Zanine Caldas, podem
ser menos conhecidos que o dos renomados designers de iluminação
Charles e Ray Eames, dos Estados Unidos, ou Jea Prouvé e Charlotte
Perriand, da França. Mas os móveis e equipamentos domésticos da
região estão sendo reconhecidos pelo que são – uma parte importante
dos cânones estéticos do estilo mid-century-modern. 1

Há uma crescente demanda pelo design mid-century e contemporâneo da


América Latina e do Brasil, especificamente, a julgar pela sua forte presença na
Design Miami/, evento de design mobiliário que ocorre anualmente em Miami
1 mid-century-modern: o estilo desses móveis é minimalista e geralmente são de madeira de cor de mogno, também são móveis
funcionais e práticos.

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UNIDADE I │ DESIGN

Beach. E sem dúvidas, o mobiliário latino-americano é um dos ramos mais


expressivos desse segmento com suas formas volumosas, esculturais e muitas
vezes feitas à mão a partir de madeira nativa, como o jacarandá, com ricos tons
de melaço, couro e rotim. E, desde os anos 1980, designers jovens, como os
Irmãos Campana, baseados em São Paulo, mantiveram essa tradição, criando
peças que dão prioridade à forma – e não à funcionalidade.

A Espasso, uma galeria permanente em Miami, vende produtos vintage,


reedições e trabalhos contemporâneos de designers como Sergio Rodrigues,
Zanine Caldas e Joaquim Tenreiro – e está se expandindo por lá.

Tenreiro nasceu em Portugal e se mudou para o Rio de Janeiro na década


de 1920. Ele criou peças que misturam a estética modernista europeia com
características mais rústicas e esculturais do Brasil. Entre suas obras, estão
aparadores elegantes no estilo europeu, mas sua cadeira de balanço de 1940,
feita de rotim e jacarandá – exposta na galeria Mercado Moderno, no Rio –
representa o gosto brasileiro por formas orgânicas.

Já na Design Miami/, a galeria R & Company de Nova York, expôs a mesa de


jantar Parker, feita de pinho, e dez mesas de jantar feitas de pinho e cana,
criadas em 1978, todas obras de Rodrigues.

Os regimes políticos muitas vezes impossibilitaram essa descoberta por parte


dos colecionadores – o que aconteceu com o Brasil até o fim da ditadura
militar. “O mundo não tinha acesso ao design brasileiro antes de 1980, já que a
exportação era ilegal durante a ditadura (entre 1964 e 1985)”, diz Meyers2. Não é
uma coincidência, portanto, que o design brasileiro tenha começado a florescer
de novo na década de 1980.

A Cadeira Flama, feita de metal, em 1989, pelos Irmãos Campana, atualmente


exposta no Mercado Moderno, foi uma das obras que encabeçaram esse
‘revival’. De certa forma, seu trabalho representa um rompimento com
mid-century-modern brasileiro, no sentido de que eles não buscavam usar
madeira de alta qualidade: sua icônica cadeira Favela, de 1990, é feita de
lascas de madeira crua. Novas ideias vêm surgindo na América Latina no
período pós-ditaduras – e estão se proliferando no mundo do século 21.

Texto: Dominic Lutyens. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-cul-42809645.

2 Zesty Meyers: fundador da galeria R & Company de Nova York.

44
CAPÍTULO 4
Design e o ambiente comercial

De acordo com o tema abordado nos capítulos anteriores foi possível perceber que o
movimento Bauhaus transformou a concepção e produção na arquitetura e design.
Agora trazendo o assunto para o ambiente comercial, você já entrou ou até mesmo,
deixou de entrar em alguma loja ou outro ambiente comercial por causa do visual desse
lugar? É comum responder que sim.

O design ambiental vem sendo pesquisado por vários estudiosos, não somente nas
áreas de arquitetura ou design, mas também como a psicologia e a neurociência.
Tem sido estudada a influência de fatores internos sobre o comportamento humano.
Nos projetos de interiores que o ambiente é elaborado para atender às variadas
necessidades de seus usuários, pensando no bem-estar e na interatividade.

Tanto os projetos para ambientes residenciais, quanto os projetos para os


ambientes comerciais precisam de alguns cuidados e muito planejamento.
Segundo Scarpin e Gouveia (2014, p. 4):

O design, em suas mais variadas áreas de atuação, desempenha


papel fundamental para o sucesso de uma empresa. É através do
design e de sua aplicação que empresas cada vez mais se inclinam,
em busca de inovação e diferencial competitivo para o seu negócio,
consequentemente também, crescimento e lucro.

Vale salientar que os profissionais que elaboram esse tipo de projeto precisam
ter a proposta do negócio bem definida para desenvolver projetos com beleza,
conforto e que sejam de acordo com o público. O design é interdisciplinar, ou seja,
inclui outros departamentos de uma empresa, com o objetivo de agregar valor à
produtos, serviços e ao negócio.

Em ambientes comerciais deve-se sempre estabelecer os limites de cada projeto,


agregando cada conceito ao seu público-alvo. É importante observar a proposta
geral do estabelecimento, como, por exemplo: se é uma loja de artigos naturais,
pode-se adotar uma decoração com materiais sustentáveis, fazendo a junção
do rústico ao moderno ou se é um brechó, poderá utilizar elementos “retrô”
para compor o ambiente, ou seja, utilizar uma decoração característica dos
consumidores que compõem esse grupo.

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UNIDADE I │ DESIGN

Figura 56. Decoração com madeira de restauração, criando prateleiras e gondolas inusitadas.

Fonte: https://www.grzero.com.br/decoracao-para-loja-de-produtos-naturais/.

Figura 57. Caixotes de madeira viraram prateleiras.

Fonte: https://www.lifo.gr/market/marketnews/16531.

O projeto não deve ser diferente da proposta da empresa, e nem das


características da marca. Além do interesse no produto ou serviço, o design do
ambiente comercial influencia na decisão do consumidor para entrar no local e,
até mesmo, na compra de produtos. Segundo Scarpin (2014, p. 2):

Os clientes, cada vez mais exigentes, não consomem apenas


os produtos ou serviços que as empresas oferecem, mas
principalmente a imagem que elas transmitem e, juntamente a essa
imagem, estão intrínsecos os sentimentos que elas são capazes de
gerar em nossas mentes. Nesse contexto, as marcas buscam cada
vez mais criar conexões emocionais com seus consumidores a fim
de fidelizá-los, proporcionando experiência e emoção. E assim, o
design emocional, embora ainda pouco explorado como tema de
estudo, tem como missão nos fazer entender como ocorre essa
relação emocional entre marca e consumidor.

46
DESIGN │ UNIDADE I

Afinal, o que é design emocional?


De acordo com Donald Norman (2008), autor do livro “Design Emocional: Por que
adoramos (ou detestamos) os objetos do dia a dia”, explica como, através do design
emocional, algo pode nos atrair ou repudiar a atenção para certo produto. O design
emocional é um conceito que, ao entrarmos em contato com algum produto, de forma
inconsciente, agregamos sentidos a ele e às suas características. De acordo Scarpin
(2014, p. 5): “São as experiências sentidas pelos consumidores que fazem do design
emocional uma poderosa ferramenta que visa, em sua aplicação, tornar as marcas ainda
mais desejadas e tem como objetivo criar laços emocionais com seus consumidores”.

As empresas que desejam se destacar e aumentar seu potencial competitivo no


mercado, utilizam o design como recurso estratégico, pois, por meio dele, pode-se
atrair consumidores, estabelecendo ligações emocionais. O presente capítulo aborda
sobre a aplicação do design emocional em interiores comerciais. De acordo com
Scarpin (2014, p. 5): “É através desta ferramenta chamada design emocional, que as
empresas têm buscado desenvolver seus produtos e serviços focados em uma relação
duradoura para com os seus consumidores, a fim de fidelizá-los, proporcionando
novas experiências de consumo.”

Os ambientes comerciais que exploram o uso dos sentidos, aumentam as


experiências positivas com os clientes. Essas sensações podem ser transmitidas
através de materiais, cores, texturas, som e iluminação. São um conjunto de
elementos compostos no interior do espaço físico do ambiente e em outro ponto
de contato que o consumidor pode ter com a marca. Segundo Scarpin (2014, p. 6),

O consumidor contemporâneo busca muito além do que apenas


adquirir um produto, ele deseja vivenciar uma experiência de
compra e as empresas, junto aos designers, precisam estar
preparados para se adequar a esse atual público consumidor,
oferecendo projetos que fecundem em momentos únicos e
memoráveis, vendendo experiências, como também satisfação de
desejos e necessidades.

A partir do que a autora falou, pode-se dizer que não é possível pensar em marca
sem falar em design, principalmente se não falar em design emocional, pois as
marcas e emoções estão lado a lado.

O projeto de um ambiente comercial, deve expressar exatamente a imagem de


uma empresa. Cabe aos profissionais da área de arquitetura e design de interiores
reconhecer características importantes para elaborar o projeto que atenda às

47
UNIDADE I │ DESIGN

principais necessidades da empresa. Os materiais utilizados na concepção do


espaço dizem muito sobre a marca. São essas emoções, sensações e percepções
que o design emocional gera em seus usuários, pois através desse método
também fica nítido qual é o público-alvo do negócio.

Sugestão para o desenvolvimento do projeto:

» Comece a organizar as ideias a partir do produto e conceito pela


empresa/loja, pois essa será a base conceitual para iniciar o projeto.

» Bares e restaurantes podem ter características decorativas de acordo


com sua proposta cultural, como, por exemplo, estabelecimentos que
oferecem comida mexicana ou um bar com estilo rock.

Figura 58. Restaurante de comida mexicana tem paredes decoradas com peças autênticas do México, em São

Paulo.

Fonte: https://chef.arqbrasil.com.br/guacamole-120418/55/.

Figura 59. Exemplo de elementos típicos da cultura. As tradicionais caveiras mexicanas misturam-se a velas, flores

e santos, podem ser utilizados em abundância para compor a decoração do ambiente.

Fonte: https://claudia.abril.com.br/sua-vida/tradicao-mexicana-como-decorar-a-casa-e-receber-os-convidados-em-um-
almoco-tipico/.

48
DESIGN │ UNIDADE I

Figura 60. Bar com o tema rock, em Goiânia. A decoração do ambiente é um grande diferencial. Quadros e

luzes por todos os lados trazem referências do estilo e ambiente musical.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/757151/velvet36-rock-and-roll-bar-kapa-arquitetos-associados.

» Defina cada espaço que fará parte do projeto, são indicados elementos
que não sobrecarreguem visualmente o ambiente.

» Na circulação, programe passagens e espaçamento adequado entre o


mobiliário.

» Os consultórios pedem uma decoração mais neutra, pois possuem


um público mais abrangente e de variados estilos. Exceção para
consultórios pediátricos, que pedem uma decoração mais lúdica.

Figura 61. Planejar uma decoração de consultório não é apenas colocar uma mesa com cadeiras e uma maca.

Um consultório atrativo demonstra profissionalismo e preocupação com os pacientes.

Fonte: https://www.vivadecora.com.br/foto/158846/decoracao-neutra-e-moderna-e-iluminacao-indireta.

49
UNIDADE I │ DESIGN

Figura 62. Recepção de uma clínica de fisioterapia para crianças.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/decoracao/noticia/2016/10/e-v-a-espuma-e-adesivos-sao-destaques-em-
projeto-de-clinica-de-fisioterapia-para-criancas-7656539.html.

Figura 63. Clínica de fisioterapia para crianças, decoração com foguetes e cores fortes usando referências de

uma viagem para o espaço.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/decoracao/noticia/2016/10/e-v-a-espuma-e-adesivos-sao-destaques-em-
projeto-de-clinica-de-fisioterapia-para-criancas-7656539.html.

» O mobiliário é parte importante de um cenário, e deve ser medido


corretamente a fim de não deixar o ambiente com uma aparência de
entulhado ou, então, dificultar a passagem de clientes, afinal, a boa
circulação auxilia a visualização de produtos.

Vale salientar que o ambiente comercial vai além de um espaço físico, sendo
apenas determinado por elementos como teto, parede e piso, mas também tem
como objetivo, no ponto de vista do design emocional, a capacidade para passar
sensações, emoções e desejos.

50
COR E FORMA UNIDADE II

As cores, de alguma forma, causam impacto na imagem do ambiente físico, mas ao


iniciar esse capítulo é preciso fazer certos questionamentos:

» Como a cor pode influenciar na arquitetura?

» Como a cor nos estimula?

» Como definimos o partido arquitetônico?

É fácil notar que as cores estão presentes em todas as nossas atividades diárias.
Logo, ao projetarmos um ambiente, seja ele comercial ou não, é impossível
não pensar nas cores. Elas podem ser usadas como ferramenta de projeto para
influenciar de alguma forma o comportamento dos usuários no ambiente.

CAPÍTULO 1
Cor, forma e ambientes
A cor nas primeiras construções primitivas aparecia naturalmente. Eram
utilizados materiais resistentes e úteis, escolhidos diretamente da natureza.
A construção das paredes era de argila endurecida ou pedras, também eram
adicionados palhas, galhos e folhas a esses materiais, ou seja, os tons que
apareciam, eram resultado de cores da natureza. Teremos grandes variações ao
traçarmos uma linha de tempo abrangendo as percepções de cores em várias
civilizações.

É fácil notar que a cor é um complemento de grande parte dos materiais.


Para nós, os corantes e pigmentos são familiares como as principais fontes

51
UNIDADE II │ COR E FORMA

de cor. Segundo o texto de Naccache (2006): 3 “Na realidade eles agem como
agentes de absorção para determinados comprimentos de ondas da luz visível,
enquanto refletem os outros. Estes, sim, causadores da “sensação” de cor nos
seres humanos.”. Parte da compreensão ambiental do ser humano, na maioria
das vezes definido pela luz, porque ela é fundamental para que a compreensão
visual aconteça. Por conta da luz nos olhos, nota-se a cor, forma, espaço ou
movimento.

As cores são percepções visuais que nós temos ao olharmos para os objetos, que
sofrem algum tipo de iluminação, por meio de uma fonte de luz. Vale observar
que os objetos não possuem uma cor definida, nós que, através da visualização
desses, conseguimos uma informação do nosso cérebro sobre a cor, ou seja, é
possível perceber a cor por fatores naturais ou físicos referente à fonte de luz
sobre o objeto e a reação dele. É através da frequência da onda que é possível
perceber a cor do objeto. Um objeto terá tal cor se não absorver os comprimentos
de onda que representam aquela cor. Nossa atenção concentra-se na cor, textura,
brilho, transparência e outras características quando examinamos a superfície
de um material, ou seja, por meio desse ato pode-se indicar que a nossa análise
é feita de acordo com a forma que nossos olhos notam a interação do material
com a luz.

As pessoas, através da visão, conseguem perceber o espectro de cores usando uma


combinação da informação vinda de células localizadas no olho, denominadas de
cones e bastonetes.

O espectro eletromagnético mede as ondas eletromagnéticas. Elas possuem


velocidades iguais, porém, se diferenciam em frequência e em comprimento. Essa
mediação é feita através das faixas do espectro, que referem a distribuição da
intensidade do eletromagnetismo. Segundo Figueiredo (2004, p. 2),

De todo o espectro eletromagnético, apenas os raios luminosos


compreendidos na faixa de 400 nm a 800 nm de comprimento
de onda são vistos pelo homem. O estímulo oriundo dessas ondas
provoca a sensação luminosa denominada ‘luz’, responsável pelo
fenômeno cromático. Os raios luminosos de comprimento de onda
menores a 400 nm (os ultravioletas) e os maiores a 800 nm (os
infravermelhos) não são visíveis devido à autoproteção natural do
aparelho óptico humano.

3 Naccache, Reynaldo. A cor e os materiais no projeto arquitetônico. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/


read/drops/07.016/1698.

52
COR E FORMA │ UNIDADE II

Figura 64. Espectro eletromagnético.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/espectro-eletromagnetico/.

Quadro 1. Cores do espectro visível.

Cor Comprimento de onda Frequência


Vermelho ~ 625-740 nm ~ 480-405 THz
Laranja ~ 590-625 nm ~ 510-480 THz
Amarelo ~ 565-590 nm ~ 530-510 THz
Verde ~ 500-565 nm ~ 600-530 THz
Cyan ~ 485-500 nm ~ 620-600 THz
Azul ~ 440-485 nm ~ 680-620 THz
Violeta ~ 380-440 nm ~ 790-680 THz
Fonte: adaptado de https://www.belasartes.br/revistabelasartes/downloads/artigos/3/cor-luz-cor-pigmento-e-os-sistemas-rgb-e-
cmy.pdf.

Vale salientar que o estudo sobre as cores não é recente, na Grécia Antiga, por
exemplo, vários pensadores estudaram e fizeram teorias sobre as cores e a natureza
da luz, no século XVII o físico Isaac Newton, por meio de suas experiências,
elaborou teorias sobre o mecanismo da dispersão da luz, conseguindo explicar que
a luz branca é composta por todas as cores e que elas são relativas às frequências
(ou comprimentos de onda) da luz.

A dispersão da luz é um fenômeno que ocorre por causa da diferença de


incidência de refração e da diferença de velocidade de propagação do feixe
de luz. É quando a luz branca incide sobre uma superfície que divide dois
meios, resultando em várias cores, ou seja, através de algum meio que
seja transparente, por exemplo: lente fotográfica, gotas d’água e o prisma,
conforme mostra a figura a seguir.

53
UNIDADE II │ COR E FORMA

Figura 65. Quando a luz atravessa um prisma, é possível observar a sua decomposição.

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-dispersao-luz-branca.htm.

Cores primárias e secundárias


As cores primárias são consideradas cores puras. São elas azul, amarelo e vermelho.
É através da mistura das cores primárias que se tem as cores secundárias e
posteriormente, as cores terciárias.

Figura 66. Cores primárias.

Fonte: própria autora.

Quando dois feixes de luz se misturam e formam uma nova cor, sendo verde, roxo
ou laranja. São feitas pela mistura de duas cores primárias.

Figura 67. Cores secundárias.

Verde = azul e amarelo Roxo= vermelho e azul Laranja= vermelho e amarelo

Fonte: própria autora.

54
COR E FORMA │ UNIDADE II

Também existem as cores terciárias que são resultantes da mistura de cores


primárias com secundárias, como exemplificado a seguir:

» vermelho + roxo = vermelho-arroxeado;

» amarelo + verde = amarelo-esverdeado;

» amarelo + laranja = amarelo-alaranjado;

» vermelho + laranja = vermelho-alaranjado;

» azul + verde = azul-esverdeado;

» azul + roxo = azul-arroxeado.

Figura 68. Cores terciárias.

Vermelho- Vermelho- Amarelo-


arroxeado alaranjado alaranjado

Amarelo- Azul- Azul-


esverdeado esverdeado arroxeado

Fonte: adaptada de https://www.todamateria.com.br/cores-terciarias/.

Círculo cromático

O círculo cromático é formado por 12 cores: 3 primárias (azul, vermelho e


amarelo), 3 secundárias (laranja, verde e violeta) e 6 terciárias. As cores foram
arrumadas em um círculo, de acordo com suas tonalidades, formando um tom
sobre tom de maneira sequencial em função do seu comprimento de onda.

Esse círculo, geralmente é usado para encontrar a paleta de cores para um


ambiente. Ele também auxilia nas descobertas de combinações diferentes.

55
UNIDADE II │ COR E FORMA

Figura 69. Círculo cromático.

Fonte: https://minhacasaminhacara.com.br/cores-na-decoracao-entenda-o-circulo-cromatico/.

Existem dois grupos em que as cores podem ser classificadas de acordo com
as sensações que causam no indivíduo: cores quentes e frias. Podem ser
reconhecidas fazendo-se uma linha reta pelo centro do círculo cromático. Ele é
formado pelas cores primárias, secundárias e terciárias.

Figura 70. Cores frias.

Fonte: própria autora.

Figura 71. Cores quentes.

Fonte: própria autora.

56
COR E FORMA │ UNIDADE II

Figura 72. As cores frias e quentes dentro do círculo cromático.

Cores quentes

Cores frias

Fonte: adaptada de https://www.amopintar.com/temperatura-da-cor-cores-quentes-e-cores-frias/.

Percebendo o círculo cromático, existem cores que apresentam maior contraste


entre si, e se for parar para notar, elas ficam nas extremidades opostas, por
exemplo, o amarelo e o violeta (roxo), ou seja, elas são cores complementares.

As cores complementares estão representadas na figura 73.

Figura 73. Cores complementares: roxo e amarelo.

Fonte: https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

Figura 74. A imagem abaixo mostra as cores complementares amarelo e roxo. O decorador utilizou um tom

escuro de roxo e um amarelo mais vibrante.

Fonte: https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

57
UNIDADE II │ COR E FORMA

Harmonia em 60°

Na harmonia de 60º, cada “fatia” do círculo, que tem 30 graus, resulta em


um triângulo equilátero em que se encontram três cores. Para se realizar a
harmonia, escolhe-se uma cor, tendo um intervalo de três cores para a escolha
da próxima cor.

Figura 75. Círculo cromático, harmonia 60º.

Cor
Amarelo Principal
Amarelo Verde
Ouro Limão

Verde
Laranja

Turquesa
Abóbora

Cor Cor
Azul Principal Principal
Vermelho

Lilás Anil
Violeta

Fonte: http://lardocelar.blog.br/como-combinar-as-cores-na-decoracao/.

O ambiente abaixo (figura 76), foi planejado a partir da harmonia em 60°, as


cores escolhidas foram as primárias.

Figura 76. Ambiente decorado conforme a harmonia 60º.

Fonte: https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

Harmonia em 90°

Usam-se 3 cores em igualdade e uma quarta cor como complemento, pulando


duas cores para ser escolhida a cor seguinte.
58
COR E FORMA │ UNIDADE II

Figura 77. Círculo cromático, harmonia 90º.

Amarelo

Cor
Principal
Amarelo Verde
Ouro Limão

Laranja Verde

Cor
Turquesa Cor
Principal
Abóbora Principal

Azul
Vermelho

Anil
Lilás Cor
Principal

Violeta

Fonte: http://lardocelar.blog.br/como-combinar-as-cores-na-decoracao/.

A figura a seguir mostra um ambiente trabalhado com a harmonia 90º, foi


utilizada uma variedade de cores, como laranja, vermelho, roxo e verde. Foram
usados móveis brancos para equilibrar a composição.

Figura 78. Ambiente decorado conforme a harmonia 90º.

Fonte: https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

Preto e branco
Considerando as cores como luz, o preto é considerado ausência de luz,
enquanto o branco é considerado luz e a soma de todas as cores. O preto e o
branco não são considerados cores, mas é comum enxergar como tal.

Policromia
É quando em uma composição ocorre a combinação de mais de três cores
organizadas separadamente.

59
UNIDADE II │ COR E FORMA

Monocromática

É a variação tonal de uma cor com nuanças para o claro quando é adicionado o
branco ou para o escuro com acrescentando o preto.

Figura 79. Monocromia.

Fonte: https://nikastylista.wordpress.com/2012/05/02/sobre-as-cores-parte-iv/.

60
CAPÍTULO 2
Cor e ambientes comerciais

A cor pode ser utilizada para transformar e melhorar características funcionais e


formais (estéticos) do ambiente.

Em ambientes comerciais, é fundamental que tenha uma conectividade com as


cores da comunicação visual da marca, estudando como e onde usar os tons dentro
do local, ou seja, aplicar as cores relacionadas ao tipo de negócio ou a imagem que
se pretende passar. Segundo Scarpin (2014, p. 14), “A aplicação das cores nos
ambientes comerciais deve ser mais estratégica do que apenas funcionar como um
complemento de decoração, uma vez que suas possibilidades de aplicação podem
transformar e criar atmosferas diferenciadas, transmitindo sensações aos seus
consumidores.”.

As cores representam sensações de estímulos quando usadas em espaços


internos e nos objetos. É importante ter conhecimento das características
psicológicas das cores para saber como elas influenciarão as pessoas.

Psicologicamente, as cores quentes são estimulantes, causam excitação, já as cores


frias são calmantes e estáticas, transmitindo a sensação de frescor e descanso.

As cores frias criam ilusões de profundidade, passando a sensação de que


pequenos espaços internos pareçam mais espaçosos. Elas não são indicadas para
espaços com pouca luz natural porque expressam sensação de frio e solidão.

Nos espaços internos, o uso correto das cores resulta em determinados efeitos
de alteração dos espaços. As cores quentes são indicadas para locais que não
recebem muita luz natural, pelo fato de aquecer e iluminar o espaço. Ao contrário,
em ambientes que recebem muita luz natural, nessas situações elas transmitem
a sensação de abafamento e diminuem o espaço, se tornam cansativas e pesadas,
por isso devem ser evitadas.

Sobre o emprego das cores, pode-se afirmar, que:

» Amarelo: é uma cor que remete à alegria e à diversão, também


estimula áreas de criatividade, apetite, comunicação entre as pessoas
e as atividades intelectuais, sendo uma cor ideal para ambientes que
precisam de um ambiente mais ativo. Essa cor deve ser utilizada com
cautela, pois possui um grau elevado de luminosidade, podendo causar
desconforto visual.

61
UNIDADE II │ COR E FORMA

» Vermelho: é indicado para ambientes onde tenha a intenção de criar


um clima de excitação. Essa cor estimula as emoções, inibe o medo e
as preocupações, mas também pode produzir nervosismo. Pelo fato
de possuir características de excitação e movimento, não propicia
a atividade mental. Essa deve ser usada com cautela, aplicando-a
em locais estratégicos. O vermelho escuro causa impressão de
autoridade e respeito. O vermelho forte, saturado, é provocante e
passa a impressão de afeto.

» Laranja: é considerada uma cor que representa alegria e humor, mas


deve ser usada com cautela quanto à sua aplicação em ambientes
frequentados por pessoas que podem se estressar com facilidade.

» Magenta: a cor magenta está entre as cores vermelho e roxo do espectro.


É uma cor estimulante e em empreendimentos comerciais, eleva as
vibrações.

Figura 80. Variações da cor magenta.

Fonte: https://www.decorfacil.com/magenta/.

» Verde: traz ao ambiente uma sensação reservada e tranquilizante.


Simboliza o bem-estar, a saúde e segurança.

» Azul: essa cor transmite a sensação de relaxamento e paz. Traz sensação


refrescante, podendo ser utilizada em lugares quentes. O azul claro,
traz sensação mais alegre, no tom escuro, expressa profundidade de
sentimento e amplitude ao ambiente.

» Violeta: pode representar espiritualidade e misticismo. Dependendo da


tonalidade, pode criar ambientes calmos e serenos.

62
COR E FORMA │ UNIDADE II

Sobre a utilização do branco, cinza e preto nos ambientes, pode-se dizer:

» Branco: traz luminosidade ao ambiente e induz à ordem e organização.


É a cor que remete à higiene e comumente a encontramos aplicada à
projetos ligados à saúde.

» Preto: traz a sensação de seriedade e prudência, porém combinado


com outras cores pode trazer uma sensação mais alegre ao ambiente.
O preto absorve quase todos os raios luminosos que incidem sobre ele,
por isso pode acontecer de esquentar o ambiente.

» Cinza: é o resultado da mistura do preto com o branco, localiza-se entre a


luz e a sombra. Apesar de ser considerado uma cor neutra, ele não passa
despercebido nos ambientes, pois a sua “neutralidade” geralmente é
harmonizada com outras cores, gerando ambientes elegantes.

Significado das cores no design de interiores

Bege: os tons beges (ou pastéis) são o grande coringa dos projetos de design
de interiores. Usados para equilibrar e compor com maestria, os tons neutros
como beges e crus sempre são bem-vindos em composições sóbrias e clássicas,
e jamais saem de moda.

Uma grande vantagem dos tons neutros também é que dificilmente alguém irá
“enjoar” de um projeto com esses tons. Beleza, nobreza, sofisticação e tradição
são algumas sensações transmitidas por essa cor admirável.

Marrom: assim como os matizes beges, o marrom proporciona a sensação


de que tudo é permanente, sólido e seguro. É a cor da estabilidade,
principalmente quando usada em móveis e adereços. A cor marrom também
aceita combinações com cores opostas e contrastantes.

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/significado-das-cores-no-
design-de-interiores/45285.

Vale observar que, de acordo com a cultura de cada indivíduo, os significados das
cores podem variar. Como diz Gurgel (2010) citada por Scarpin (2014, p. 15):

Uma mesma cor pode induzir a diferentes estados emocionais,


pois cada cultura tem seu próprio modo de interpretar as cores e
seu próprio simbolismo associado a elas. Por exemplo, o branco,
que para nós, ocidentais, está associado à paz, na cultura oriental,
está ligado à morte.

63
UNIDADE II │ COR E FORMA

Logo, entende-se que é necessário estudar e entender cada caso, adequando a cor à
proposta de cada marca.

Um ambiente com cores claras passa a sensação de que o ambiente é maior do


que realmente é. Pois as cores claras ampliam o espaço, mas também possuem
característica de aproximação em direção ao observador, fazendo com que limite
e, consequentemente, reduza visualmente o espaço. Por exemplo, se você tem
um corredor estreito e muito comprido, desejando diminuir seu comprimento,
“aproxime” a parede do fundo pintando-a com cor clara, desas, forma o corredor
parecerá mais curto, limitado.

As cores escuras em um ambiente podem dar impressão que se tem um


espaço menor do que realmente ele é. Porém, também tem a característica de
afastamento em direção ao observador. Por exemplo, o ambiente que tem pouca
profundidade ao pintar com uma cor escura, terá a sensação de que essa parede
está mais afastada e a impressão será de ampliação desse espaço.

Se a intenção é de rebaixar a altura do pé direito, pinte o teto com o mesmo tom


das paredes ou com uma cor escura para um rebaixamento maior. Ao contrário, se
a intenção é aumentar a altura do pé-direito, pinte o teto com uma cor mais clara
que as paredes, ou de branco. Veja alguns exemplos interessantes na figura 81.

Figura 81. A pintura pode interferir na sensação de amplitude ou de redução de um ambiente.

Ampliar o ambiente Alongar o ambiente Estreitar o ambiente

Destacar uma parede Compactar ambiente Alargar ambiente

Reduzir pé direito Rebaixar teto Encurtar ambiente

Fonte: adaptada de https://coelholima.com.br/reforma/pintura-x-sensacao/.

64
COR E FORMA │ UNIDADE II

As cores ideais para área de alimentação, tem que ser cores que estimulam a fome,
como o exemplo as cores “quentes”: amarelo, laranja, vermelho e ocre. Já as cores
“frias”, como o azul, lilás, roxo e tons de cinza inibem a fome, mas se quiser usar
cores “frias”, pode usar combinando-as com tons quentes ou em menor quantidade.

As cores amarelo, laranja, marrom e ocre, para um escritório, seja dentro de casa
ou fora, são boas para estimular as atividades intelectuais e nos deixar ativos.
Esse local precisa ter um tratamento visual atraente, estimulante e deve ter sua
própria identidade. Uma dica interessante é o contraste entre as cores das paredes
e dos móveis.

Figura 82. Tons ocre e marrom em escritório comercial.

Paleta de cores

Fonte: adaptada de https://www.essenciamoveis.com.br/blog/decoracao-de-escritorio/.

Como destacar seu negócio na praça de alimentação?

Soluções em arquitetura ajudam a fugir da padronização.

Para os clientes, as praças de alimentação são muito atraentes, já que há muitas


opções de comida em um mesmo lugar. Basta escolher e se deliciar sem muito
esforço. Para os empresários, também é um bom negócio, mas para manter
as vendas e a popularidade da marca é preciso se destacar em meio a tantos
concorrentes próximos. Mas como fazer isso? Com a ajuda da arquitetura.

“As lojas de praças de alimentação têm tamanhos muito parecidos, pois,


normalmente os shoppings desenvolvem padrões. A linguagem também é
padronizada por meio de cores, balcão e iluminação. Vendo isso, empresários
estão buscando reposicionar sua marca agregando novos produtos e conceitos,
e isso se aplica também ao uso do espaço. Para isso, o arquiteto precisa entender
o que é o negócio, o que ele quer transmitir e como o cliente quer vender seu
produto e, então, a compreensão disso tudo vai se transformar em uma proposta
arquitetônica original e personalizada”, explica a arquiteta Estela Netto.

65
UNIDADE II │ COR E FORMA

Apesar de a arquitetura de ‘varejo’ ter como premissa algo único, individual,


para cada loja, há itens que não podem faltar aos projetos. “É necessário que
haja o máximo de exposição dos alimentos e que a sensação de higiene e
limpeza esteja presente. Isso expressa qualidade. Além disso, a iluminação
é essencial para valorizar a loja e o alimento. Atualmente temos lâmpadas
capazes de realçar a textura e a cor dos alimentos”, conta a arquiteta Carmen
Calixto.

Para conseguir formular um projeto que fuja do padrão e fortaleça a marca,


arquitetos enfrentam muitos desafios. “O mais difícil é ter uma equipe
multidisciplinar com boa coordenação para todo mundo ter a mesma
linguagem, para não ter ruído nessa comunicação”, destaca Estela. Outro desafio
é a cozinha. “Esse espaço deve ser bem pensado para possibilitar uma logística
de preparação de alimentos adequada e a reserva de ingredientes necessária.
Uma cozinha bem planejada aumenta a produtividade e diminui o tempo de
preparo das refeições”, completa Carmen.

Enfim, não existe uma fórmula para a arquitetura de varejo. O importante é


entender o negócio, qual experiência o produto quer proporcionar ao cliente,
quais são seus problemas, desafios, onde a marca quer chegar, o que ela quer
transmitir e, claro, contar com a ajuda de um bom profissional para tirar tudo isso
do papel e transformar em realidade.

Fonte: https://revistaedificar.com.br/noticias/solucoes-em-arquitetura-ajudam-a-fugir-da-
padronizacao-e-destacomo-destacar-seu-negocio-na-praca-de-alimentacao/.

Ao definir o plano a ser adotado para organizar os espaços de acordo com as


necessidades apresentadas, vão aparecendo formas e volumes que já pressupõem
certos materiais, quando não, cores já definidas, ou seja, itens podendo ser
estruturais ou de acabamento, possuem suas próprias características naturais,
opções/limitações de cores que podem ser de uma opção como pedra e metal ou
até várias delas (tintas).

Para projetos em lojas, existe um trabalho cuidadoso que engloba não só


pesquisas relacionadas à psicologia das cores, como também estudos de
público-alvo, a identidade visual da marca, dentre outros detalhes. As cores
podem influenciar os consumidores, traduzindo os conceitos e podendo
dizer muito sobre o espaço que tem em mente para criar. Conforme, Scarpin,
(2014, p. 14): “Estudos tem comprovado que as cores podem suscitar diversas
sensações em um ambiente, conforme a cor escolhida para compor o espaço
a ser projetado.”

66
COR E FORMA │ UNIDADE II

Exemplos de cores nos ambientes comerciais

Como já foi abordado nesse capítulo, o vermelho é uma cor estimulante. Essa cor
desperta os sentidos, criando uma sensação de movimento. O vermelho ajuda
a chamar atenção e atrair o olhar, mas um ambiente todo nessa cor pode parecer
sobrecarregado, uma boa ideia é aplicá-lo em apenas uma parede ou ter em alguns
detalhes.

A figura a seguir é de uma loja de artigos esportivos. Nesse caso, a cor está de
acordo com os produtos vendidos no estabelecimento, pois possui características
de excitação e movimento.

Figura 83. Loja de artigos esportivos que possui o vermelho na paleta de cores.

Cor estimulante, excitação e movimento.

Fonte: https://arquitetude.com.br/portfolio-de-projetos-de-arquitetura/arquitetura-comercial/wqsurf/.

O amarelo, por ser luminoso e jovial, transmite felicidade e calor, o que pode tornar
o ambiente comercial mais quente e convidativo. As marcas voltadas para crianças
e o público jovem geralmente costumam usar tons de amarelo para decorar a loja e
receber o seu público-alvo.

Figura 84. Loja de roupa infantil. Nota-se a forte presença da cor amarela.

Fonte: http://www.decoracaoonline.org/decoracao/decoracao-para-loja-infantil/.

67
UNIDADE II │ COR E FORMA

Figura 85. Loja de roupa infantil.

Fonte: http://www.decoracaoonline.org/decoracao/decoracao-para-loja-infantil/.

A cor cinza é neutra e tem ganhado destaque. Essa cor deixa os espaços comerciais
mais interessantes sem usar tons chamativos. As marcas que desejam passar
elegância e simplicidade investem no cinza.

Figura 86. Tonalidade cinza usada nas paredes de uma loja.

Fonte: https://www.vivadecora.com.br/foto/139507/loja-de-roupa-cinza-com-bancos-amarelos.

O preto está associado à sofisticação e à seriedade. Normalmente, marcas de luxo


projetam seus espaços explorando o uso do preto.

Figura 87. A cor preta trabalhada em fachadas de marcas luxo.

Fonte: https://neilpatel.com/br/blog/visual-merchandising/.

68
ARQUITETURA
COMERCIAL E AS UNIDADE III
VITRINES

O objetivo dessa unidade é compreender que a vitrine precisa valorizar o produto.


A qualidade e o serviço devem estar presentes na apresentação, valorizando suas
características.

A vitrine é a disposição organizada de mercadorias e produtos com a intenção de


vender. Pode ser entendida como a interface entre o cliente externo e a loja. É o
que estimula o consumidor a entrar na loja, devem ser pensadas para comportar
os elementos como manequins, cenários e para atividades como, trocas das
mercadorias para exposição, para que sejam realizadas confortavelmente.

CAPÍTULO 1
Vitrinismo e ambientes comerciais

A palavra vitrinismo, tem origem francesa, derivada do francês “vitre” (vidraça,


a origem vem do latim “vitrum” - vidro). É onde os comerciantes expõem os
produtos, em um local “envidraçado”. As vitrines existiam desde antes de Cristo.
Os comerciantes notaram a importância de conquistar os clientes e se destacar
através do olhar. Segundo, Barcelos e Schuster (2010, p. 3):

Um dos primeiros exemplos de que se tem notícia surgiu nos


mercados árabes. Lá, exibiam seus produtos em meio a muita
cor. Já os egípcios, segunda civilização mais antiga da história,
optaram por outro caminho: o uso da imagem para representar
suas ideias. Pode-se citar o mercado romano de Trajano, que é a
primeira organização das lojas nos moldes do que hoje se conhece
por shopping center.

Atualmente, vivemos em mundo cada vez mais movido a informação. Logo, através
da comunicação a empresa ou alguém vende os seus produtos ou serviços. Percebe-

69
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

se, então, que um dos grandes desafios do varejo moderno é gerar experiências de
compra estimulantes para o consumidor.

Essas experiências incluem além do produto, o acesso, a localização, a arquitetura,


o layout, o merchandising e o atendimento da loja. Nessa perspectiva, uma
boa vitrine também é responsável por uma porcentagem grande no sucesso do
processo de venda. Elas recriam um cenário que seja sinônimo de felicidade
para os consumidores, pois a função do vitrinismo é ajudar a empresa a mostrar
seus produtos de uma maneira mais eficiente, explorando o potencial visual das
fachadas e vitrines, fazendo com que os clientes recebem um estímulo a mais para
entrar e fazer compras.

A vitrine deve estar em conjunto a uma estratégia visual de merchandising, que


envolve a distribuição das mercadorias no interior da loja e a organização do espaço.

O vitrinismo é uma área do chamado “Visual Merchandising”, que consiste na


técnica de mercado que busca seduzir o cliente por meio do visual. É estimular de
forma consciente ou não, o consumidor a comprar.

Figura 88. Estratégia visual de uma vitrine. Nota-se que nenhum produto da promoção está exposto na vitrine, os

consumidores tem que entrar na loja para conferirem.

Fonte: https://imagemscan.com.br/blog/vitrinismo/.

A técnica do vitrinismo possui grande importância para dar continuidade à venda.


Quando o consumidor é atraído para entrar no estabelecimento, tudo precisa estar
em harmonia para que ele tenha uma boa experiência, ou seja, a disposição dos
produtos, a iluminação, as cores, sonorização e até o aroma do ambiente contam
para ter uma experiência negativa ou positiva dentro do ambiente.

Se o cliente já entrou no estabelecimento com a intenção de comprar algum


produto, a disposição das mercadorias pode estimulá-lo a fazer uma compra

70
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

adicional. Por esse motivo, a organização do ambiente precisa ser feita de forma
com que o indivíduo possa ver todos produtos de seu potencial interesse. Unindo
o vitrinismo com um bom atendimento, o consumidor se sentirá confortável e
acolhido, aumentando as chances da compra.

A técnica do vitrinismo exige cautela e percepção do profissional que a executa,


porque a vitrine é o meio pelo qual a loja se comunica com o consumidor, antes
dele entrar no estabelecimento. Muitas lojas erram pelo excesso, com vitrines
lotadas ou muitos produtos expostos sem necessidade. Quando mostra de uma
vez tudo o que a sua loja tem, pode resultar que nenhuma peça ganhe um destaque
individual capaz de chamar a atenção dos consumidores.

Muitos comerciantes pensam que para atrair o cliente é preciso expor na vitrine os
produtos de uma vez. Quando a vitrine está muito carregada, as pessoas tendem
a ignorá-la. Isso acontece porque esse excesso causa um certo desconforto visual,
pois não há um foco que direcione o olhar.

Quando existem muitas mercadorias e/ou elementos decorativos posicionados


lado a lado, usando todos os espaços (isso sem falar da importância das cores e
da iluminação, que também precisam ser considerados), pode haver uma poluição
visual. Na figura a seguir, nota-se que o produto não tem destaque, as formas e
cores não aparecem. Geralmente, nesses casos, não se cria o clima necessário para
conquistar o consumidor e gerar a venda.

Figura 89. Vitrine poluída.

Fonte: https://www.visualmerchandisingnapratica.com/single-post/2015/09/24/Poluição-Visual-O-que-é-e-como-evitar.

Se não existe determinada organização na vitrine, essa dificilmente cumprirá o seu


papel, que é chamar atenção para as qualidades do produto e da loja.

71
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Como evitar a poluição visual na vitrine?


O primeiro passo é manter o “respiro”, que são os espaços vazios deixados
propositalmente na vitrine, que servem para agregar valor aos espaços
preenchidos. Na prática, é escolher determinadas peças para destacá-las e
deixar espaços ao seu redor.

Figura 90. Vitrine sem poluição visual valorizando os produtos.

Fonte: https://www.blogsenacsp.com.br/trabalho-de-vitrinista/.

A figura a seguir mostra espaços vazios, mesmo com elementos decorativos em


grande quantidade. Também é importante observar a disposição dos manequins
pela forma que direciona o nosso olhar.

Figura 91. Vitrine com espaços vazios.

Fonte: https://www.visualmerchandisingnapratica.com/single-post/2015/09/24/Poluição-Visual-O-que-é-e-como-evitar.

É importante evitar o excesso de elementos decorativos, também é aconselhável


evitar detalhes que fazem com que o consumidor confunda a decoração com os
produtos. Em vitrines abertas é preciso considerar também o interior da loja
como fundo da vitrine.

72
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 92. Vitrine aberta. Nesse caso foram utilizados painéis para compor o cenário.

Fonte: https://www.visualmerchandisingnapratica.com/single-post/2015/09/24/Poluição-Visual-O-que-é-e-como-evitar.

Figura 93. Organização da vitrine em conjunto com o interior da loja.

Fonte: http://www.chriscorcino.com.br/guia-pratico-de-organizacao-visual-para-lojas-de-moda/.

O que é Visual Merchandising?

O Visual Merchandising é uma estratégia de varejo que trabalha o ambiente do


ponto de venda, e cria uma identidade da loja ou da marca a ser trabalhada,
também personaliza o ambiente através do design, do layout e da disposição dos
produtos, impulsionando e influenciando nas decisões de compra dos clientes.

Qual a função do Visual Merchandising nas lojas?

A principal função do Visual Merchandising é ser uma ferramenta criativa e


movimentadora para as vendas, ela também orienta os seus colaboradores
para pensarem constantemente de forma cada vez mais comercial, fazendo
com que eles estejam sempre pensando no impacto que podem causar no
seu público-alvo.

Merchandising: é uma ação dentro do Marketing que visa ao planejamento e


à operacionalização de atividades que se realizam dentro da loja, tendo como

73
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

objetivo a exposição e a apresentação dos produtos de maneira adequada a


criar impulsos de compra na mente dos consumidores, tornando mais rentáveis
todas as operações nos canais de Marketing.

Qual a importância e o que é o Visual Merchandising?

É importante você entender como funciona a comunicação de um negócio.


Tudo é construído pensando em três elementos muito importantes: seu negócio
propriamente dito (você), que é chamado de emissor, somado ao cliente (que
seria o receptor), somado ao recurso que você vai usar para falar com seu cliente
(chamado de meio).

Como o Visual Merchandising funciona?

Precisamos ter em mente qual o conceito da sua loja ou marca, qual o valor que
você defende e quer transmitir? Algumas perguntas podem lhe ajudar a entender
melhor e a definir qual a imagem que você quer passar? De um negócio mais
moderno, descolado, tradicional, clássico ou alinhado às causas sociais? Qual
seu público-alvo e como é o comportamento de compra dele?

Além disso, a localização é importante, lojas de bairro, isoladas, no meio de


centros comerciais ou até mesmo serviços delivery trazem significados diferentes
para o consumidor e devem ser levados em consideração. A partir daí, começa
o trabalho de disposição da vitrine, dos produtos dentro da loja, da decoração e
de tudo mais que influenciar nas sensações visuais do cliente.

O objetivo é sempre o mesmo, criar o ambiente com a melhor experiência


possível, para estimular a compra e a vontade de voltar. Um exemplo bastante
simples é a disposição das peças de roupa em uma loja de roupa íntima, se tudo
estiver sinalizado, etiquetado e precificado, as clientes não se irritam e tendem a
ficar mais tempo por ali procurando peças.

Por André Luiz Aires Gomes - Analista do Sebrae no Amapá, adaptado pela autora.

Fonte: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/visual-merchandising,b9d3a
ce85e4ef510VgnVCM1000004c00210aRCRD.

A vitrine é o principal meio de comunicação entre o consumidor e a loja, que é


a visibilidade, ou seja, é a visão inicial do estabelecimento, mas vale observar
que o ambiente externo também leva em consideração outros fatores, como, por
exemplo: o acesso, que consiste em avaliar como as pessoas podem chegar à loja
se existem alternativas de transporte, se o local comercial possui acessibilidade

74
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

etc. As interferências são tudo o que pode de alguma forma atrapalhar a


visualização da loja, como árvores, bancas de jornal etc.

O profissional responsável pelo projeto comercial, além de propor soluções


internas do estabelecimento, também deve levar em consideração a iluminação da
fachada, que é responsável por destacar a loja. Vale salientar que além da vitrine,
os letreiros também são um ponto muito importante, os mais adequados são
aqueles que possuem tamanhos e proporções que os tornem legíveis para quem
passa em frente ao estabelecimento comercial.

É sempre bom conversar com os donos dos estabelecimentos (ou empresas)


comerciais sobre as futuras manutenções do ambiente comercial como o piso,
paredes e tetos.

Antes de iniciar o projeto comercial, tenha um diálogo aberto com quem está
lhe contratando, pois é preciso saber quais são os produtos ou serviços que esse
estabelecimento comercial irá trabalhar. No caso de exposição de produtos no
projeto é bom prever onde e como serão organizados os produtos. É interessante
organizar por setores, por exemplo: setor social, setor infantil, esportivo, feminino,
masculino etc.

É importante que o projeto tenha uma boa circulação, estimulando as pessoas


a transitarem por todo estabelecimento. As ilhas ou mesas podem direcionar a
circulação dos clientes pela loja.

Em ambientes comerciais que precisam usar estantes e prateleiras, é importante


salientar que o cliente passará rápido por elas se estiverem muito altas. Por esse
motivo, é necessário posicionar as prateleiras mais baixas nos corredores centrais e
as mais altas nas paredes.

Em lojas de roupas, os provadores são essenciais. Devem ser sinalizados, seguros e


fáceis de achar. É fundamental que tenha uma iluminação adequada, bom espelho,
ganchos, banqueta e uma boa ventilação.

Os balcões devem ter tamanho e altura confortáveis para o vendedor e para o cliente,
também podem ser usados para demonstração dos produtos.

Os nichos servem para destacar os objetos, por isso é importante colocá-los próximos
à altura dos olhos, para chamar a atenção dos clientes.

75
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 94. Nichos.

Fonte: https://www.vendaotimizada.com/decorar-loja-de-bijuterias/.

Figura 95. Nichos e ilhas.

Fonte: https://www.vendaotimizada.com/decorar-loja-de-bijuterias/.

76
CAPÍTULO 2
Os tipos de vitrine e sua estrutura

Sobre as vitrines, vale atentar-se que elas podem causar simpatia ou antipatia
no consumidor. Existem diferentes formas de conseguir os resultados na
exposição dos produtos. O piso, as laterais, o fundo, o teto e o vidro podem
fazer parte dessa estrutura. Segundo Barcelos e Schuster (2010, p. 4), “As
técnicas visuais devem ser pensadas em opções somatórias, uma construção
fazendo com que os resultados sejam uma possibilidade de compreensão e
expressão.”

A distribuição dos elementos precisa ter clareza e passar a informação. Cada


componente tem uma importante função na vitrine, por esse motivo devem ser
trabalhados, aproveitando a estrutura para que a distribuição dos produtos fique
adequada e visível. Para isso, vamos citar cada tipo de vitrine.

Vitrine plana
É também conhecida como vitrine fachada. Possui um vidro que divide a loja e a
calçada. A vitrine plana se divide em dois tipos:

» Aberta: elas são abertas no fundo, não possuem separação entre a


vitrine e o interior da loja. Esse tipo de vitrine permite ao consumidor
a visualização lado interno e externo. Por isso, o interior da loja
precisa estar sempre atrativo para o cliente. Por serem abertas, os
produtos expostos têm mais contatos com os clientes, exigindo uma
manutenção frequente.

Figura 96. Vitrine aberta.

Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

77
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 97. Vitrine aberta.

Fonte: https://arquitetude.com.br/arquitetura-para-lojas-de-shopping/.

» Fechada: elas possuem uma separação entre a vitrine e a loja e


expõem somente para o lado externo, não acontecendo interação com
a parte interna. Sua estrutura não permite que os clientes toquem nos
produtos. Dessa forma, possibilita a exposição segura das mercadorias
mais caras.

Esse tipo de vitrine, na maioria das vezes, é usada para dar destaque aos
produtos dentro de um plano de fundo. Somente funcionários tem o acesso
para a vitrine. Vale salientar que é bom destacar o que o cliente vai visualizar
do lado de fora do ponto de venda.

Figura 98. Vitrine fechada.

Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

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ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 99. Vitrine fechada.

Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/vitrines-outono-inverno.html.

Vitrine com entrada recuada

Esse tipo de vitrine convida o cliente entrar na loja.

Figura 100. Vitrine com entrada recuada.

Fonte: http://www.mmdamoda.com.br/lojas-sem-vitrine-tendencia-ou-necessidade/.

Figura 101. Vitrine com entrada recuada.

Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/inovacao/vitrine-ou-frente-aberta-o-que-e-melhor-para-a-loja.

79
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Lojas sem vitrine: tendência ou necessidade?

A vitrine sempre foi considerada o cartão de visitas da loja, o chamariz de uma


marca. Alguns estudos, inclusive, apontam que ela é responsável por 85% das
decisões de compra no ponto de venda. Mas, então, por que algumas marcas
estão abrindo mão desse artifício tão poderoso?

A inexistência de vitrine, uma tendência e necessidade no mercado, tem


seus motivadores. Por exemplo, tornar a entrada da loja ampla e convidativa.
Acredita-se que em alguns casos a vitrine possa funcionar como uma barreira
para o inconsciente do consumidor, principalmente para as lojas pequenas. Os
altos custos de locação no país estão comprimindo cada vez mais os pontos
comerciais. O que se vê, em muitos casos, é uma entrada de loja estreita que não
permitiria a instalação de uma vitrine.

Por outro lado, as lojas sem vitrine diminuem o impacto da Zona de


Descompressão. A ideia aqui é maximizar o uso do PDV e aproximar o cliente
dos produtos e da atmosfera de venda. Vejamos alguns exemplos interessantes
que já trabalham com lojas sem vitrine.

Não basta simplesmente optar por não ter vitrines, a falta delas deve ser
compensada de outra forma, assim, a arquitetura da loja tem que ser mais
expressiva e o atendimento diferenciado, já que a intenção é causar uma nova
experiência de compra para o cliente.

A vitrine ainda tem (e sempre terá) o papel de comunicar a identidade de uma


marca. Por isso, avalie muito bem se essa proposta não é ousada demais para
o seu público-alvo, pois esse tipo de estratégia está mais associado ao público
jovem e às marcas vanguardistas.

Texto: Carla Barroso Marks (adaptado pela autora), disponível em: http://www.mmdamoda.com.
br/lojas-sem-vitrine-tendencia-ou-necessidade/.

Vitrine de canto ou esquina

Nesse tipo de vitrine, é necessário construir um visual que indica para o


consumidor a entrada da loja e que permita a visualização dos produtos por
diferentes ângulos. Vale salientar que não precisa usar o logotipo ou a placa na
parte lateral da loja para evitar confusões, pois o cliente pode achar que ali seja
a entrada do ponto de venda.

80
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 102. Vitrine de canto ou esquina.

Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

Figura 103. Vitrine de canto ou esquina.

Fonte: http://www.vidrocom.com.br/vitrines.html.

Vitrine de nicho

São vitrines pequenas e geralmente apresentam pouca profundidade como se fossem


molduras dos produtos.

Figura 104. Vitrine de nicho.

Fonte: https://projetos.habitissimo.com.br/projeto/loja-de-semi-joias-em-taubate#1. Adaptado pela autora.

81
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Vitrine balcão

É um balcão com altura próxima à cintura. Muito usada para expor pequenos
produtos (muito comum em loja de bijuterias e joias). Também pode ser usada
como balcão de atendimento.

Figura 105. Loja de bijuterias com vitrines balcões ao centro.

Fonte: https://www.vendaotimizada.com/decorar-loja-de-bijuterias/.

Figura 106. Vitrine balcão ao centro da loja de utensílios domésticos.

Fonte: https://www.newmobilemoveis.com.br/vitrine-e-balcao-loja#group1-2.

Vitrine prateleira

Geralmente usada para expor produtos pequenos. Pode ser fixa, móvel ou
permanente.

82
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 107. Vitrine prateleira.

Fonte: http://curiosity.jp/works/en/interior/palazzo-fendi.html.

Vitrine painel

Geralmente são planas e com pouca profundidade.

Figura 108. Vitrine painel.

Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/vitrines-outono-inverno.html.

Estrutura da vitrine

A vitrine possui componentes fundamentais. São eles: piso, fundo, laterais, teto e vidro.

O croqui a seguir ilustra um modelo genérico de vitrine quanto à sua estrutura.


83
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 109. Croqui de uma vitrine.

3
1

6 6

5
4

Legenda: 1. Spots, 2. Forro, 3. Grade para pendurar elementos, 4. Lateral, 5. Fundo, 6. Spots laterais, 7. Solo, 8. Spots no solo

Fonte: https://www.acicampinas.com.br/blogs:sua-vitrine-tem-as-7-estruturas-basicas-necessarias. Com adaptação da autora.

Piso

O chão de vitrine deve somar na compreensão de todo cenário composto para


ela, não precisa ser necessariamente neutro, mas tem que conversar com os
outros elementos. O piso da vitrine pode separar o espaço de circulação do de
exposição e geralmente pode ser elevado em torno de 15-20 cm e se necessário
ter pontos de energia e spots de iluminação discretos.

Figura 110. O piso da vitrine delimitou o espaço de exposição de produtos.

Fonte: https://arquitetude.com.br/arquitetura-para-lojas-de-roupas/.

84
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Fundo

O fundo tem a função de isolar o restante da loja, limitando a profundidade


da vitrine e ajudando na composição dos cenários. Vale observar que
determinados produtos, como artigos sexuais e joias, exigem o menor contato
visual possível da rua com o cliente no interior da loja.

O fundo tem os seguintes aspectos:

» Fixo: faz parte da vitrine e separa a loja, possibilitando um maior uso


de decoração. Ajuda no foco direcionando para o produto.

» Móvel: permite aumentar ou diminuir a profundidade.

» Inexistente: não existe barreira entre o fundo da vitrine e o


estabelecimento.

» Psicológico: pode-se ao mesmo tempo direcionar o foco para o


produto e não isolar o interior da loja.

Figura 111. Fundo fixo.

Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/vitrines-outono-inverno.html.

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UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 112. Fundo inexistente.

Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

Laterais

As laterais podem ser utilizadas para fixar a decoração, mas não os produtos. Elas
são limitadoras visuais entre o espaço de vitrine e o da loja. As laterais podem ser:

» Praticáveis: com painéis perpendiculares que fecham o espaço.

» Em ângulo: com painéis nas laterais que se encontram com o fundo,


ou seja, se fecham no fundo.

» Móveis: permitem a subdivisão da vitrine.

» Inexistentes: a vitrine é determinada pelo fundo, piso e teto.

Teto

Nessa área, normalmente, não são fixados os produtos, geralmente são colocadas
estruturas para os elementos que vão compor o cenário. Recomenda-se a instalação
de uma grelha. É importante lembrar que o teto deve suportar o sistema de
iluminação geral e de destaque.

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ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 113. Teto com sistema de iluminação. Nota-se a iluminação dando destaque para as peças de roupas.

Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/vitrines-outono-inverno.html.

Vidro

O vidro isola o produto do cliente, mas vale observar que ele não serve apenas
para proteger os produtos de possíveis furtos ou sujeira, mas também permite que
a luz natural entre na loja. Os vidros de vitrine precisam ser temperados e atender
à norma ABNT NBR 7199/1989. Existem opções no mercado de vidro antirreflexo,
ideais para vitrines.

Iluminação

A iluminação realça os produtos, criando contrastes entre o claro e escuro. É


um dos elementos mais importantes de um bom projeto de vitrine. É necessário
compreender alguns conceitos luminotécnicos para ter a qualidade necessária
para a iluminação em um ambiente comercial.

Na vitrine é preciso ter cuidado com a iluminação direta para que o foco incida
diretamente sobre os produtos que o lojista tenha a intenção de destacar, deve-se
prestar atenção ao utilizar lâmpadas incandescentes, para que elas não fiquem muito
próximas dos produtos e não danificá-los. Vale salientar que deve evitar a iluminação
direta contra o vidro, porque causa reflexo e traz incômodo ao consumidor.

A temperatura de cor é medida em Kelvin (K), representa a aparência da cor da luz


emitida pela fonte de luz. Se a temperatura de cor for alta, mais branca ela será. Desta
maneira, é classificada a cor da luz em quentes ou frias, conforme com a sensação visual
e psicológica da luz no ambiente.

87
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 114. Variação da tonalidade da luz conforme de temperatura de cor.

Branco quente Branco neutro Branco frio


2700-3500K 4000-4500K 5700-6500K

Fonte: https://www.ledplanet.com.br/iluminacao-ideal-para-cada-tipo-de-ambiente/, adaptado pela autora.

Figura 115. Iluminação quente na loja.

Fonte: https://www.mercadoeconsumo.com.br/2018/08/06/farm-inaugurara-lojas-proprias-nos-estados-unidos/.

Figura 116. Iluminação fria na loja.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

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ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 117. Iluminação. Pode-se modificar a cor de luz, alterando-a por meio dos filtros cromáticos.

Fonte: http://www.mmdamoda.com.br/cinco-conceitos-fundamentais-sobre-iluminacao-no-vitrinismo/.

Ponto focal

As técnicas de exposição de produtos na loja, trazem locais conhecidos como


pontos focais, ou “pontos áureos”, para aumentar a visualização dos produtos e
influenciar o andamento de compra dos clientes.

O ponto focal é onde está o “ponto forte” para a organização dos produtos na
vitrine. Os produtos mais importantes deverão ficar mais próximos aos olhos.
Esse local é a altura dos olhos e um pouco abaixo, se caso o cliente estiver
próximo do produto. Se ele estiver afastado, o ponto fica um pouco acima da
altura dos olhos.

Figura 118. Ponto focal.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

89
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 119. Ponto focal.

Ponto Focal

Fonte: http://empresas.cromarca.com.br/como-atrair-clientes/vendas-lucro-faturamento-vitrine/.

Caminho visual

Caminho visual é o trajeto do olhar. Geralmente, o indivíduo começa a observar


a vitrine de cima pra baixo e da esquerda para a direita. Por isso, é importante
colocar cada produto de acordo com a prioridade desejada, ou seja, colocando
mais acima e à esquerda os produtos que o lojista quer que o cliente veja primeiro,
e mais abaixo, à direita os que podem ser reparados depois.

120. Caminho visual.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Cores e vitrines

Vale observar que quando muitas cores são utilizadas na mesma vitrine, sem
organização harmônica cromática, pode resultar em composições confusas
visualmente. Para que isso não aconteça, existem técnicas de composição cromática
onde é possível obter várias possibilidades de combinações de cores. O círculo
cromático (tema já abordado na unidade II) é muito utilizado nessas técnicas de
composição.

90
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

No que se refere às cores, pode-se classificar as composições em:

» Monocrômica: é utilizado apenas um tom de cor como recurso visual.


Segundo Aguiar (2016, p. 182): “É a maneira mais fácil de estabelecer
harmonia no espaço, podendo gerar um impacto altamente positivo,
quando bem explorado.”

Figura 121. Vitrines monocromáticas.

Fonte: http://www.linkshop.com.cn/web/archives/2014/310099.shtml.

» Análoga: na composição, são usadas duas ou mais cores sequenciais


no círculo cromático, conforme mostra a figura a seguir. É uma boa
alternativa para quando for expor muitas peças com estampas ou com
várias cores. No círculo cromático, as cores vizinhas se combinam e, por
meio da harmonia análoga na composição do ambiente, pode-se usar a
cor predominante e agrupá-las, resultando em uma ordem visual.

Figura 122. Vitrine com harmonia análoga.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

91
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

» Complementar: conforme mostra a figura a seguir, na composição


percebe-se que são usadas as cores diametralmente opostas no
círculo cromático, na imagem foram trabalhados os tons alaranjados
e azuis. O alto contraste entre elas cria um visual vibrante, que se
harmoniza entre si.

Figura 123. Vitrine com harmonia complementar.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

» Triádica: conforme a figura a seguir, são trabalhadas três cores


equidistantes do círculo cromático. Nesta composição ocorre um forte
contraste visual.

Figura 124. Vitrine com harmonia triádica.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

» Acromática: são usadas as cores neutras, elas ficam mais próximas ao


centro do círculo cromático.

92
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 125. Vitrine com harmonia acromática.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Componentes decorativos e de apoio

Os componentes decorativos e/ou de apoio, são aqueles elementos usados para


compor e expor os produtos, deixando-os mais visíveis os objetos. Com esses
componentes, pode-se criar uma vitrine mais atrativa. Segundo Aguiar (2016,
p. 191), “Os materiais e elementos que serão utilizados na vitrine devem, além
de auxiliar na exposição dos produtos, atender aos critérios de composição,
buscando configurar a atmosfera da vitrine de modo a transmitir os conceitos
planejados para este espaço e marca.”

Geralmente, os componentes mais comuns são os cubos, suportes e manequins.

Com os elementos de suporte, podem-se criar vários volumes, níveis de alturas


e formas. Eles elevam os produtos com a intenção de ficarem mais próximos
do ponto focal de quem observa, ou seja, fazendo com que o objeto que está à
venda não fique no chão, sendo colocado em destaque. Os projetos de vitrines
que utilizam os suportes podem ter diferentes formas e tamanhos, podendo até
assumir o papel de peças decorativas. De acordo com Aguiar (2016, p.192),

É importante que o tamanho do produto seja proporcional ao


tamanho do suporte, pois produtos muito maiores que o suporte
podem transmitir uma sensação de instabilidade e insegurança.
Enquanto nas situações contrárias, onde o suporte é muito maior,
o produto pode não receber o destaque necessário.

Os suportes podem ser componentes industrializados, com a intenção de dar


suporte às mercadorias, mas também podem ser uma adaptação de outros
materiais, geralmente assumindo um papel decorativo relevante para a
composição do cenário da vitrine.

93
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 126. Suporte de metal da vitrine.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Outro aparato muito usado é o cubo. Nele são colocados os expositores ou o próprio
produto. Ele não possui um padrão, pois o seu tamanho pode variar de acordo com
o projeto visual. Pode ser produzido com vários tipos de materiais, como madeira,
metal, papelão e plástico.

A figura a seguir mostra que foram usados cubos com diferentes alturas, com a
intenção de criar um ritmo para a composição. Vale salientar que a composição
com cubos é livre. Em outros tipos de cenário o ritmo pode ser marcado
exatamente pela repetição de cubos iguais.

Figura 127. Cubos com alturas diferentes criando um ritmo.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Normalmente, os cubos possuem cores neutras, com a intenção de não interferir


na composição visual, mas podem ser usados como elementos decorativos,
contribuindo para compor a atmosfera da vitrine.

94
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 128. Cubos com cores fortes para compor a vitrine.

Fonte: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Outro elemento muito utilizado e importante na exposição são os manequins.


São vários os modelos de manequins encontrados no mercado. Segundo Aguiar
(2016, p. 202),

O manequim está diretamente ligado ao público que a loja


deseja atingir. Quanto mais o consumidor se sentir simbolizado
pelo manequim, maior é a chance de o desejo pela compra ser
despertado. O estilo do manequim deve também estar de acordo
com os conceitos da loja e dos produtos por ela vendidos. Assim
como a vitrine e o ambiente interno das lojas, os manequins devem
transmitir os valores da marca.

Além dos manequins femininos e masculinos adultos, que são os mais comuns,
vale salientar que cada vez mais tem aparecido opções no mercado de outras
categorias de manequins. Como manequins infanto-juvenis, infantis e de bebês,
que já podem ser encontrados nas vitrines das lojas desses segmentos.

Figura 129. Manequins infanto-juvenis.

Fonte: https://pt.dhgate.com/product/new-new-high-quality-fiberglass-child-mannequin/413696795.html.

95
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Existem também os manequins articuláveis, que passam a sensação de


movimentos dando mais vida às vitrines. Eles são ótimos para montar cenas
dentro das vitrines, criando o conceito e atraindo a atenção de quem observa.

Figura 130. Manequins articuláveis.

Fonte: https://ameconsultoria.wordpress.com/category/vitrines/page/25/.

Vale salientar que existe uma outra categoria de manequins que não reproduzem as
proporções humanas.

Figura 131. Manequins com braços longos.

Fonte: https://www.dnaitalia.com/2015/02/8-consigli-per-allestire-una-vetrina-di-successo/.

Vale observar que ainda hoje vivemos padrões impostos pela indústria da
moda, onde é idealizado um corpo perfeito, que ainda é visto replicado nos
manequins. Nota-se que a maioria dos manequins encontrados no mercado
possuem corpos muito magros. Mas atualmente é possível encontrar marcas
que iniciaram um movimento em favor da inclusão e representatividade.
Existem lojas para o público plus-size, que se preocupam em utilizar
manequins que representam o seu consumidor.

96
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 132. Manequim plus-size.

Fonte: https://www.consumidormoderno.com.br/2019/06/06/nike-manequins-plus-size/.

Ainda é raro encontrar lojas que utilizam manequins que retratem pessoas
com deficiência física. Em 2003, na Suíça, quatro lojas fizeram parte de
uma campanha para conscientizar seu público para a aceitação de pessoas
com deficiências físicas. Nas vitrines das lojas foram expostos manequins
inspirados em corpos de pessoas com deficiência.

O engajamento veio da organização Pro Infirmis. A ação teve o nome de “Quem


é perfeito? Chegue mais perto” e seu objetivo era chamar a atenção para a
aceitação de pessoas com deficiência.

Para desenvolver esses manequins foram convidadas algumas pessoas com


deficiência física, para fazer as medidas. Com os tamanhos, foi possível fazer
uma réplica bem parecida à silhueta de cada um deles, conforme mostram as
figuras a seguir.

Figura 133. Manequins baseados nas medidas de pessoas com deficiência.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2013/12/manequins-inspirados-em-pessoas-com-
deficiencia-sao-colocados-em-vitrines.html.

97
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 134. Manequim baseado na mulher com escoliose na vitrine da loja.

Fonte: https://tvi24.iol.pt/internacional/tvi24/montras-de-zurique-exibem-manequins-de-pessoas-deficientes.

Além da Suíça, em Nova York houve uma campanha parecida, uma loja fez
cinco manequins especialmente desenhados para a campanha “Ame seu
Selfie”, onde a beleza pôde ser celebrada de maneira inclusiva.

A intenção era chamar atenção para a imagem do corpo. O projeto contou com
a colaboração de uma outra empresa para confeccionar os manequins, que usou
como base modelos reais, assim como foi feito na campanha da Suíça.

Os modelos para os manequins foram:

» Neil Duncan, um ex-paraquedista do exército, que em uma explosão no


Afeganistão, perdeu partes das duas pernas em uma explosão.

» Desiree Hunter, perdeu parte do membro superior e era jogador de


basquete universitário.

» Beth Ridgeway, que é de tamanho plus-size.

» Dawna Callahan, que usa uma cadeira de rodas devido a uma paralisia.

» Ricardo Gil, que tem nanismo.

Figura 135. vitrine da loja de Nova York.

Fonte: https://profpatriciadonzele.blogspot.com/2017_03_24_archive.html.

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ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Existem vitrines que utilizam manequins que misturam figuras humanas com
outros objetos, personagens e animais. Conforme o exemplo da figura a seguir:

Figura 136. Manequins que misturam a figura humana e sorvetes.

Fonte: http://happymodern.ru/vitriny-magazinov-46-foto-oformlenie-kotoroe-privlekaet/.

Existe também os elementos exclusivamente decorativos para compor o cenário


da vitrine. São aqueles componentes que fazem parte da composição da vitrine
para destacar e valorizar o produto, contribuindo para criar a atmosfera do
espaço.

A atmosfera de loja e seus efeitos no comportamento do consumidor.

O Modelo E-P-C (Estímulos, Processos e Consequências), apresentado por


Bernd H. Schmitt, é uma ferramenta de planejamento capaz de impactar os
sentidos sensoriais dos consumidores com o propósito de motivar, diferenciar
e proporcionar valores. As respostas esperadas podem ser duas: interesse ou
repulsa. Sendo que a resposta positiva é o interesse e, da qual, espera-se que
o consumidor fique mais tempo dentro da loja e disposto a explorá-la atrás de
descobertas.

Para tanto, diversas variáveis podem ser consideradas na construção de


estímulos para a atmosfera de loja. Berman e Evans (1995) descreveram esses
elementos e estímulos e os organizaram em quatro grupos de variáveis: (I) as
variáveis externas à loja, (II) as variáveis gerais do interior, (III) as variáveis do
layout e do design e (IV) as variáveis do ponto de venda e decoração. Buscando
complementar essa descrição, Turley e Milliman (2000) expandiram o escopo
para cinco categorias, adicionando (V) as variáveis humanas, o que configurou
57 elementos e estímulos inerentes à atmosfera de loja.

99
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Como afirmam Diamond e Diamond (1999), alguns aspectos principais podem


ser destacados nesse processo, tais como cor, elementos decorativos, iluminação,
manequins, produto, símbolos, sinalização e vitrines. Vamos ver um pouco sobre
cada um deles.

Cor – as cores são largamente utilizadas pelo varejo por evocarem associações,
que podem ser diferentes conforme a cultura ou entre os vários grupos-alvos,
como homens versus mulheres.

Símbolos, sinalização e elementos decorativos – podemos estimular o


consumidor a partir de imagens que remetam a significados positivos e que
contribuam para uma experiência de compra prazerosa.

Iluminação – a arquitetura comercial já reconhece que a iluminação não envolve


apenas “o campo das ciências exatas aplicadas, como também o das ciências
humanas como fisiologia, a psicologia, a segurança, a arte…” (COSTA, 2005, p.
45), haja vista que existem efeitos comportamentais nos indivíduos.

Manequins – a percepção do corpo humano em relação a outro corpo humano


cria uma identificação a partir de um discurso articulado de cunho comunicativo,
expressivo, figurativo, fetichista ou lúdico. E, por isso, esses simulacros servem na
criação de verossimilidade às encenações de vitrines ou pontos de venda, uma
vez que auxilia o cruzamento da percepção cognitiva e da percepção sensível do
consumidor, indicando, significando e traduzindo os modos do ser.

Vitrinas – “a vitrine é um veículo de comunicação que o varejista utiliza para


prestar serviços àqueles que passam diante dela e, consequentemente, convidá-
los a entrar na loja e comprar” (DAUD; RABELLO, 2007, p. 82). Os autores ainda
classificam a vitrine como uma mídia, responsável pela função didática de
orientar o consumidor a cerca de uma diversidade de informações sobre o
produto, sua coordenação e seu valor.

Produto – a função estética de um produto acontece no processo de percepção


multissensorial do consumidor, “como atributo principal a fruição da beleza, do
prazer e do bem-estar contemplativo em relação a um dado objeto, por parte do
usuário” (GOMES FILHO, 2006, p.43).

Texto: Eduardo Vilas Bôas

Fonte:http://www.mmdamoda.com.br/atmosfera-de-loja-efeitos-comportamento-consumidor/,
adaptado pela autora.

100
CAPÍTULO 3
Fachadas comerciais

Para as fachadas comerciais, existe uma grande variedade de formas e


possibilidades, em conjunto com a arquitetura da edificação ou ambiente
comercial (shopping center, galerias comerciais etc.). A fachada é a estrutura
física que limita a parte externa e interna do estabelecimento comercial. Esse
conjunto físico é um elemento visual fundamental que mostra aos consumidores
de qual segmento aquela loja é, qual tipo produto é comercializado e se o cliente
se sente à vontade para entrar naquele ambiente. Por isso também é importante
uma logomarca bem desenhada em um letreiro que represente a marca.

Vale observar que a vitrine sozinha não vai apresentar muitos significados se não
estiver acompanhada por elementos arquitetônicos e de design visual. São várias
as mensagens que podem ser transmitidas a quem observa, como, por exemplo:
elegância, popularidade e exclusividade são alguns conceitos que podem ser
trabalhados. Aguiar (2016, p. 144) afirma:

[...] O design visual aplicado nas fachadas comerciais surge para


tornar mais eficaz a comunicação entre a marca e o consumidor.
Além de otimizar a forma como ocorre a atração deste à loja, que
por sua vez está ligado diretamente ao efeito visual criado para esse
espaço. Considerando o fato que a vitrine influencia o consumo,
então, podemos afirmar que este depende consequentemente da
ordem visual estabelecida naquela.

Esses elementos contribuem para a imagem corporativa a ser consolidada por


uma empresa. Por exemplo, bancos, escolas, hospitais e hotéis precisam passar
confiança e segurança no serviço que vendem e utilizam a imagem para fazê-lo por
meio da arquitetura de fachada, arquitetura interior e publicidade. Nota-se que
alguns estabelecimentos comerciais usam elementos especiais para marcar sua
arquitetura e ajudar a fixar sua imagem no local em que se implantam.

Aguiar (2016), comenta que atualmente está ocorrendo uma mudança do perfil
dos estabelecimentos comerciais, ou seja, uma variedade de serviços encontrados
em um mesmo espaço.

Ultimamente, as lojas vêm se adaptando e “[tornando] seus espaços mais versáteis,


explorando ao máximo o caráter nômade, onde a arquitetura se renova enquanto

101
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

função”. (AGUIAR 2016, p. 145). A arquitetura comercial é apresentada de uma


nova forma, reinventado conceitos, começa a se flexibilizar para as novas
possibilidades.

Aguiar (2016) cita como exemplo uma loja chamada Caos, que fica em São Paulo.
Ela é uma mistura de antiquário, brechó, bar e boate. Por fora, a fachada possui
grafites coloridos, com várias imagens e cores transmitindo a essência da loja. O
nome da loja é feito com letras caixas, distribuídas de maneira desordenada, que
reforçam a identidade da marca.

Figura 137. Fachada da loja Caos.

Fonte: http://www.naosoogato.com.br/pessoas/caos/.

Figura 138. Letreiro da loja Caos.

Fonte: http://www.naosoogato.com.br/pessoas/caos/, adaptado pela autora.

Vale salientar que a proposta de arquitetura comercial vem se reinventado,


buscando pela conexão com a cidade, transformando os espaços de transição,
podendo ser chamados como espaços semipúblicos. São exatamente espaços de
transição entre o espaço público, que é a rua, e o espaço privado que é a loja.
Aguiar (2016, p. 149) completa:

102
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Ambos os espaços possuem uma relação complexa de


interdependência, uma vez que o espaço gerado entre eles, não é
nem completamente privado, nem totalmente público e corresponde
a ambientes de socialização mais restrito e direcionado.

A Galeria Melissa em São Paulo, projeto do Muti Randolph, é um exemplo de loja


que possui um espaço semipúblico.

A fachada recuada foi projetada para funcionar como uma grande vitrine
tridimensional, que é trocada periodicamente. Os novos conceitos de projetos
da marca Melissa são implementados na própria estrutura física da edificação.
A loja se apresenta em forma de Galeria de artes, com instalações e padronagens
assinadas por vários designers e arquitetos.

Conforme mostram as figuras a seguir.

Figura 139. Galeria Melissa, por Muti Randolph (2005), fachada no 1.

Fonte: http://www.mutirandolph.com/projects/4040263.

Figura 140. Zaha Hadid, por Zaha Hadid (2008), fachada no 10.

Fonte: http://danipolis.com/blog/galeria-melissa-sp-10-anos-10-fachadas/.

103
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 141. Campana, por Irmãos Campana (2008), fachada no 11.

Fonte: http://dellanno.com.br/blog/10-anos-de-galeria-melissa/.

Vale observar que, quando esse espaço semipúblico está fechado, a galeria ainda
pode ser acessada e a vitrine suspensa ao fundo continua a ser vista, chamando a
atenção das pessoas que passam por ali. Segundo Aguiar (2016, p. 152):

O que ocorre na Galeria Melissa à noite é algo extremamente


interessante para a cidade. Soluções como essa poderiam
ser replicadas em outras lojas, pois quaisquer que sejam as
configurações da vitrine externa, independente da loja encontrar-
se fechada, essas poderiam ser transformadas num espaço
bastante diversificado, além de poder criar narrativas, até mesmo,
inesperadas, constituindo espaços para descobertas informativas,
culturais e estéticas, estabelecendo diálogos entre o produto e o
público através de diferentes formas.

A comunicação com o consumidor e a vitrine é fundamental para essa interação.


No caso apresentado, tanto faz se a loja estiver aberta ou fechada, ela contribui
para a dinâmica da cidade e reforça a identidade da marca, mas o investimento
nesse tipo de estrutura se torna acessível economicamente por onde tem a
circulação do consumidor em potencial.

Aguiar (2016), cita também como exemplo a loja Havaianas, localizada em


São Paulo. A arquitetura comercial dessa edificação mostra que não precisa
necessariamente de um projeto de fechamento, resultando na continuação
da comunicação do produto ao consumidor, mas usar a arquitetura como um
anúncio da marca.

104
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

Figura 142. Loja da Havainas, São Paulo (aberta).

Fonte: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/isay-weinfeld-loja-sao-03-03-2010.

Figura 143. Loja da Havainas, São Paulo (fechada).

Fonte: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/isay-weinfeld-loja-sao-03-03-2010.

Em lojas populares (aquelas que chamam a atenção do consumidor pelo preço


baixo), talvez o uso de vitrines não seja algo tão importante, mas mesmo assim
vale considerar uma nova proposta de fachada.

Ao decorrer desse capítulo, foi comentado que a fachada e o ambiente da loja são
os primeiros aspectos a serem percebidos pelo consumidor em potencial. Mas vale
observar que o impacto produzido pode ser positivo ou negativo. Para determinar
o estilo da comunicação visual, é necessário o segmento da loja, o perfil do
consumidor e o tipo de atendimento estabelecido. Quando o projeto elaborado
está em conjunto com o conceito da marca, a fachada pode estimular o acesso do
público ou ao contrário, se assim for o foco do lojista.

A figura a seguir mostra a fachada de uma loja que utiliza elementos metálicos
em dourado. Esses elementos passam uma imagem de loja elegante e com
produto de alto valor agregado.

105
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 144. Fachada com elementos metálicos em dourado.

Fonte: http://www.dupont.com.br/produtos-e-servicos/construction-materials/surface-design-materials/brands/corian-solid-
surfaces/case-studies/fachada-texturizada-le-lis-blanc-deux.html.

Já no exemplo da figura a seguir, a logomarca é bem evidente, mas os produtos da


loja não ficam à mostra, ficando atrás desse painel vazado. Essa marca possui um
público majoritariamente jovem, o que não reduz o interesse. É um exemplo de
que as necessidades e desejos do público-alvo foram compreendidas para a frente
do ponto de venda.

Figura 145. Exemplo de fachada que não expõe os produtos.

Fonte: https://adoroarquitetura.com.br/arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-uma-loja/.

Para os letreiros, são várias as possibilidades de concepção. Geralmente, o letreiro


é desenvolvido junto com a criação do conceito da identidade visual do ponto de
venda. Vale observar que devem ser levados em consideração elementos técnicos
e normativas de centros/galerias comerciais, shoppings ou prefeituras. Segundo
Aguiar (2016, p. 209):

Uma placa de identificação na fachada, que esteja de acordo com o


público-alvo da loja e seja visualmente adequada, isto é, com cores,
tamanho, iluminação, tipografia aplicados de maneira correta ao que
a marca pretende transmitir, funcionará como uma comunicação
direta com o consumidor.

Uma placa de sinalização efetiva numa fachada consegue marcar a


memória do consumidor e atraí-lo visualmente. Para tanto, é preciso

106
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

entender qual o melhor tipo de placa e material a ser utilizado em cada


situação.

Podem-se citar os tipos de sinalização da marca, como, por exemplo: com letras caixas,
impressão digital, recortes eletrônicos e painel.

Figura 146. Letreiro com letras caixa.

Fonte: https://adoroarquitetura.com.br/arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-uma-loja/.

Figura 147. Placa de sinalização com recorte eletrônico.

Fonte: https://hbrs.gm5.com.br/lojas/maria-filo.

Os letreiros que ocupam toda a fachada, conforme mostra a figura a seguir, são
indicados quando o nome da marca é pequeno. A utilização do modelo de caixa
iluminada atrai a atenção do consumidor, principalmente à noite.

107
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

Figura 148. Exemplo de letreiros que ocupam a fachada toda.

Fonte: https://adoroarquitetura.com.br/arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-uma-loja/.

Também podem ser usados, por exemplo, os letreiros que usam a sombra
projetada na fachada pelo movimento do sol, conforme a figura 164 mostra.
Esse tipo de letreiro necessita de cautela para a instalação, pois deve impedir
que a sombra seja projetada além dos limites da fachada da edificação.

Figura 149. Letreiros que usam a sombra projetada na fachada.

Fonte: https://adoroarquitetura.com.br/arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-uma-loja/.

108
ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES │ UNIDADE III

É preciso prestar atenção em relação ao lugar onde a letra caixa será fixada, pois
dependendo do local pode ficar ilegível, como acontece em alguns casos que as
letras são colocadas diretamente no vidro da vitrine.

Vale observar que existem placas de sinalização elaboradas por meio de


impressão digital. Desenvolvidas em lona fixadas na parte frontal de uma
estrutura de ferro. De acordo com Aguiar (2016, p. 211), há duas maneiras para
iluminar esse tipo de placa:

» Front Light: onde a iluminação é feita por meio de lâmpadas e


holofotes externos.

» Back Light: onde a iluminação provém de lâmpadas, normalmente


fluorescentes, que estão posicionadas na parte interna da placa.

Figura 150. Sinalização com impressão digital e iluminação Front Light.

Fonte: https://www.stylebeatblog.com/home-blog/ylebeatblog.com/2010/11/new-yorks-todd-romano-brings-his-fab.html.

Vale salientar que o mais relevante das formas de comunicação visual é que cada
segmento tem que ter uma placa que melhor transmita os preceitos da marca.

Arquitetura comercial pode impulsionar o movimento das lojas.

Cores, iluminação e circulação são essenciais no momento de atrair a atenção


dos consumidores e aumentar o faturamento da loja.

O sucesso de um ponto varejista está diretamente relacionado com a


arquitetura do ambiente. Fatores como cores, iluminação e circulação são
essenciais no momento de atrair a atenção dos consumidores e aumentar
o faturamento da loja. “O projeto arquitetônico está ligado à estratégia
estabelecida e aos resultados buscados pelo estabelecimento comercial.
No Brasil, é normal optar por soluções mais econômicas, deixando de
explorar ao máximo o potencial do imóvel”, informa o arquiteto Flávio
Radamarker, sócio-diretor da Arquitetar – Arquitetura de Varejo.

109
UNIDADE III │ ARQUITETURA COMERCIAL E AS VITRINES

A formação multidisciplinar é importante, pois, em projetos de lojas, o marketing


e a arquitetura devem caminhar lado a lado. “O ambiente deve ser planejado
com características que despertem no consumidor a vontade de adquirir
determinado produto”, afirma Radamarker, informando que o briefing inicial
do projeto é montado a partir de um composto de marketing. “São analisados,
principalmente, os 3P’s – Produto, Pessoa, Praça. Deve-se levar em consideração
o ponto em que a loja será construída, os consumidores que serão o público-
alvo e o tipo de mercadoria que será comercializada.

“Todos os fatores do projeto devem atender a esses itens do composto de


marketing”, fala.

Entre essas características, as primeiras a serem analisadas geralmente são o


público-alvo e o produto, mas isso não é uma regra. “Existem as lojas flagship,
abertas em determinado local para marcar presença. Nesse caso, o fortalecimento
da marca é mais importante do que o próprio resultado de vendas. Esse modelo
é muito comum em ruas como a Oscar Freire, em São Paulo, ou a Quinta Avenida,
em Nova York. O ponto é o primeiro aspecto a ser levado em consideração”,
exemplifica.

A estratégia da empresa é item que também influencia na arquitetura da loja.


“Pode ser que seja necessário abrir franquias, com o objetivo de 50 novas
lojas em um ano. Aqui, o projeto deve ser focado em questões de logística e
velocidade de construção, com orçamento mais enxuto. Outra demanda pode
ser lojas impactantes, então devem ser analisados outros aspectos”, ensina.

Fonte: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/arquitetura-comercial-pode-impulsionar-o-
movimento-das-lojas_10667_10_0, adaptado pela autora.

110
MATERIAIS E UNIDADE IV
ACABAMENTOS

Um projeto comercial, quando é bem desenvolvido, poderá resultar em uma


marca de sucesso, mas dependerá de conceitos que reflitam exatamente sobre o
valor agregado dos produtos e serviços ofertados pela empresa.

Uma das principais estratégias usadas pelas empresas é criar experiências de


consumo. Essa prática é o caminho que muitas empresas têm percorrido para se
aproximar do seu público-alvo, conquistando confiança e fidelidade.

Vale salientar que os elementos arquitetônicos são fundamentais em um


projeto comercial. Essa unidade fará um estudo sobre os materiais e elementos
arquitetônicos que podem agregar valor em um ambiente comercial. A partir da
análise da arquitetura é que são estudadas as possibilidades de se alterar os espaços
ou construir um novo ambiente, definindo as formas e o tipo de construção.

CAPÍTULO 1
Elementos arquitetônicos em ambientes
comerciais

Vale observar que o piso, teto e parede fazem parte dos elementos arquitetônicos,
pois é a partir deles que se pode ter a possibilidade da criação de espaços inovadores
através de vários recursos e materiais disponíveis hoje no mercado. Por exemplo, o
piso poderá ter sua superfície revestida com diversos materiais, mas vai depender
da personalidade e características determinadas para cada ambiente, pois cada
material transmitirá um efeito visual e com inúmeros estímulos sensoriais. São
vários os significados que os materiais podem transmitir.

O piso de projetos que possuem ambientes que recebem um grande fluxo de


pessoas (como, lojas, consultórios e escritórios) precisam de revestimento
mais resistentes, mas vale levar em consideração que a maioria desses

111
UNIDADE IV │ MATERIAIS E ACABAMENTOS

estabelecimentos ficam localizados dentro de shoppings, galerias e edifícios


comerciais, e para acessá-los é preciso passar por outros ambientes. Com isso,
a sujeira presente nos solados dos calçados das pessoas que frequentam o local
vai se dissipando ao longo do caminho, por isso pode-se usar revestimentos
brilhantes como os polidos. Mas cada projeto é um caso!

Se o estabelecimento fizer uso de cadeiras com rodinhas ou mobiliários que


possam ser arrastados com frequência, dessa forma ocasionando o atrito constante
no material, pode-se aplicar acabamentos de superfície como o acetinado ou o
natural, porque os brilhantes com o contato diário podem riscar ou perderem o
brilho.

Figura 151. Superfície de piso acetinado.

Fonte: https://www.eliane.com/blog/tudo-sobre-revestimentos-para-areas-comerciais/.

Os supermercados, concessionárias de veículos, centros de compra, hospitais


e clínicas recebem inúmeras pessoas ao decorrer do dia. Em ambientes de alto
tráfego, é indicado utilizar o acabamento fosco e levemente texturizado. Pode
ser uma opção mais resistente devido ao contato com carrinhos de compras,
automóveis, transportes de macas, aparelhos e equipamentos para o funcionamento
do estabelecimento. Quanto à resistência do material, é sempre bom consultar o
fabricante.

Deve haver uma certa atenção com os pisos polidos, pois é preciso respeitar a
classificação correta e analisar a situação à qual estarão expostos diariamente. Se
for possível, direcione os revestimentos com brilho para certos pontos estratégicos,
como mais um elemento decorativo.

112
MATERIAIS E ACABAMENTOS │ UNIDADE IV

Figura 152. Acabamento fosco em centro comercial.

Fonte: https://www.eliane.com/blog/tudo-sobre-revestimentos-para-areas-comerciais/.

No caso do elemento parede, são atribuídas diversas funções. Ela pode exercer o
papel de barreira para o som e iluminação. Pode também ser usada para resistir
a esforços verticais. Se caso for projetada em curvas, pode ser uma facilitadora de
fluxos. De uma maneira geral, elas podem ser de tijolos, concreto, pedra, gesso
(drywall), barro ou algum outro elemento que permita resistência à construção.
Conforme afirma Scarpin (2014, p. 17):

Quanto ao elemento parede, a este são atribuídas várias funções.


Uma parede pode funcionar como barreira do som e iluminação,
como facilitadora de fluxo, uma vez projetada em curvas, além de
ser utilizado diversos materiais, que, dada a sua correta aplicação
permitem transformar ambientes, como exemplo, podem-se citar
os espelhos, que tem o poder de ampliar os espaços, alterando
completamente os ambientes. Outros materiais como o papel de
parede, pintura, textura, pedras, madeira, entre outros, também
possuem características peculiares em sua aplicação e podem
transmitir variadas sensações através do tato e visão.

As paredes são elementos construtivos que podem ser construídos em várias


alturas diferentes e com inúmeros tipos de materiais. Vai depender da solução
criativa que deixará os ambientes mais aconchegantes e interessantes.

As texturas são fundamentais para a composição do ambiente. A maioria dos materiais


possuem alguma de textura. Segundo Scarpin (2014, p. 16),

Assim como as cores e a iluminação, as texturas têm suas


propriedades particulares e sua aplicação pode provocar diferentes
sensações. Dependendo do material aplicado, as texturas podem
influenciar na acústica, na manutenção, na segurança e na
temperatura de um ambiente.

113
UNIDADE IV │ MATERIAIS E ACABAMENTOS

As texturas têm um papel importante na composição de um projeto comercial, sendo


mais um estímulo sensorial, ou seja, influencia as pessoas, como, por exemplo: as
texturas visuais são aquelas que podem ser somente vistas e as texturas táteis são as
que podem ser vistas e também tocadas e sentidas. Elas podem estar em conjunto
com outros materiais e a utilização delas pode determinar a atmosfera de um projeto,
emitindo sensações e mostrando o conceito da marca.

As cortinas, papéis de parede e tecidos, com suas texturas, fazem toda a diferença
na escolha das composições. A escolha desses materiais reflete nas sensações que o
indivíduo tem ao circular e permanecer nos espaços.

As texturas de parede podem inovar na decoração, diferenciando-se da estética


padronizada das pinturas convencionais. O resultado fica muito bom quando esse
acabamento é feito em equilíbrio com as cores. As cores e texturas influenciam a
composição dos ambientes.

As texturas, além de compor paredes, dando personalidade ao ambiente comercial,


também podem demarcar limites. Algumas podem simular diferentes aparências
de materiais, como tijolo aparente, pedra etc. Vale salientar que existem texturas
específicas que demonstram propriedades elásticas e podem ser utilizadas com a
intenção de diminuir os riscos de infiltração nas paredes e reduzir a temperatura
interna dos espaços.

É preciso observar alguns cuidados e não usar texturas muito marcadas próximas
umas às outras e, na medida do possível, tentar alternar paredes com texturas e
paredes com cores lisas.

O uso de papéis de parede e tecidos na decoração personalizam com autenticidade o


ambiente comercial. Esses materiais possuem uma grande variedade de estampas e
cores e permitem a criação de atmosferas.

10 Sites de Texturas, Cortes e Materiais para Arquitetura.

Procurar texturas, materiais e figuras humanas em .png talvez seja a parte mais
prolongada quando fazemos um projeto no sketchup, no revit ou no photoshop.
Talvez porque muitas vezes não encontramos a textura ideal, a figura humana
certa ou porque simplesmente não encontramos um site que ofereça o que
precisamos.

1. www.skalgubbar.se

O Skalgubbar.se talvez seja o site mais conhecido de figuras humanas em .png.


O site conta com imagens de qualidade e com figuras de pessoas realizando
atividades variadas, o que muitas vezes é bastante útil para dar vida ao projeto.

114
MATERIAIS E ACABAMENTOS │ UNIDADE IV

2. www.cgtextures.com

O CgTextures conta com diversas categorias, imagens em alta resolução e até


texturas em .png (as que contêm parte imagem, parte transparência).

3. www.immediateentourage.com

O ImmediateEntourage é outro site que conta com diversas categorias como


animais, objetos, pessoas e plantas em .png. Conta também com texturas, que
podem ser acessadas pelo menu no topo da página.

4. www.texturer.com

Conta com diversas texturas separadas em diversas categorias, que vai desde
animais até madeiras, janelas etc.

5. www.mrcutout.com

Possui uma variedade imensa de imagens e categorias, mas para baixar é


necessário que o usuário faça um cadastro no site.

6. www.swtexture.com

É uma espécie de blog que conta com diversas texturas de alta qualidade. Não
requer cadastro, basta clicar na imagem e baixar.

7. www.tonytextures.com

O site TonyTextures é o lugar perfeito para você encontrar o que você precisa. O
site conta com diversas imagens. Dentre elas, muitas que podem ser utilizadas
como fundo. Não é necessário cadastro.

8. www.gobotree.com

O GoboTree é um site com diversas imagens, principalmente paisagens urbanas


e naturais.

9. www.xoio-air.de

Eles possuem também uma categoria apenas de downloads, que conta com
um acervo de imagens em .png que você não encontra em qualquer lugar da
internet.

115
UNIDADE IV │ MATERIAIS E ACABAMENTOS

10. www.flyingarchitecture.com/

O site é um acervo com imagens HDRI, Texturas e materiais. Se você trabalha


com o 3DS Max, você com certeza devia dar uma olhada nesse site. O site não
requer cadastro para o download do conteúdo.
Texto: Marina Araújo

Fonte: http://marinaaraujo.arq.br/10-sites-de-texturas-cortes-e-materiais-para-arquitetura/.

O teto, pode ter visuais interessantes. Por causa do gesso, é possível criar
sinuosidades no forro dando a sensação de movimento. Também é possível criar
diversos níveis de rebaixmentos em conjunto com os efeitos de iluminação que
visam criar cenários para cada situação. Eles podem ter cores e texturas, para
personalizar o ambiente e dar uma linguagem nova ao local.

As cores, design e mobiliário podem garantir que a imagem que o cliente tem sobre
o estabelecimento comercial seja positiva, podendo também influenciar nas vendas.
É importante observar que uma arquitetura comercial planejada ajuda na construção
da identidade visual da empresa. Desde a fachada do imóvel até o interior devem ser
pensados para não prejudicar a imagem da organização. Sobretudo, uma boa decoração
que auxilia que a identidade visual da empresa seja reforçada.

Dependendo da localização do ambiente comercial, também vale incluir no


projeto de arquitetura comercial os jardins corporativos. As plantas trazem muita
harmonia para o lugar.

Os móveis também são muito importantes para a personalização e conforto de


um ambiente comercial. Vale observar que no projeto é preciso investir em uma
área destinada à recepção de clientes com um mobiliário adequado. Para isso, esse
espaço deve ter móveis bem estofados, com design ergonômico e atraente.

Também pode ocorrer a necessidade de fazer móveis sob medida, trazendo


personalidade e facilitando o dinamismo e a funcionalidade do ambiente comercial,
como lojas, consultórios, escritórios ou até mesmo as recepções de alguns edifícios,
ou seja, cada área de atuação comercial tem as suas características próprias e por
isso precisam de móveis planejados específicos para a otimização das atividades
do dia a dia.

Os móveis planejados podem ser elaborados de acordo com as medidas e as


especificações de cores e modelos de cada espaço:

» Balcão de atendimento de madeira: se for produzido em madeira


pode ter acabamento em várias cores e formatos.

116
MATERIAIS E ACABAMENTOS │ UNIDADE IV

» Mesas de madeira: em lojas que prestam atendimento ao cliente


é fundamental ter mesas de madeira e cadeiras em que os clientes e o
vendedor possam conversar confortavelmente.

» Prateleiras de madeira: em algumas lojas são necessárias porque


ajudam a organizar visualmente os produtos.

» Nichos de madeira: podem ser usados para várias funções em uma


loja, como para aproveitar espaços vazios ou para separar ambientes.

Nos ambientes corporativos também são necessários profissionais que possam


ajudar os empreendedores a pensarem em um espaço que seja funcional e ao
mesmo tempo agradável. Nesses ambientes, é cada vez mais comum funcionários
sentados em frente a um computador, fazendo com que a mesa e a cadeira sejam
peças fundamentais nos escritórios.

Organizando o local e com o uso de móveis planejados para escritório, os


indivíduos passam a ter um cotidiano com melhores condições, reduzindo os
casos de incidentes. A preocupação com a elaboração do mobiliário corporativo
tem aumentado cada vez mais, atendendo melhor às necessidades e especificações
cada empresa.

O profissional da área de arquitetura comercial tem função importante no ramo


dos negócios, pois consegue unir o design e a funcionalidade dos escritórios,
atendendo às exigências ergonômicas.

Programas para projetar ambientes na sua


marcenaria
De todas as etapas envolvidas na produção de móveis em uma marcenaria,
a que mais encanta os clientes é a projeção. E não é para menos, esse é o
momento em que eles podem visualizar como ficará o futuro lar uma
vez instalado o mobiliário. Para isso, além de contar com um profissional
capacitado para projetar ambientes, sua marcenaria deve contar com o
suporte de um programa eficiente. É para ajudá-lo na tarefa de escolher um
bom software que elaboramos este post.

pCon.planner

Este programa 3D de design de interiores é voltado para profissionais e,


ainda assim, é muito simples de utilizar. Ele permite criar e mobiliar casas,

117
UNIDADE IV │ MATERIAIS E ACABAMENTOS

escritórios e demais espaços de forma intuitiva. Além dos ambientes, o


software funciona como um configurador gráfico de produtos, simplificando
o processo de especificação e configuração dos itens que serão usados no
cômodo. O pCon.planner gera imagens claras, capazes de mostrar ao cliente
como foi pensada a mobília do local. Essas reproduções, inclusive, possuem
alta definição mesmo quando visualizadas em tablets e smartphones.

SketchUp Pro

Sua versatilidade e layout intuitivo conquistaram profissionais do mundo


inteiro. O SketchUp Pro é um poderoso programa de modelagem 3D, em que
você começa desenhando linhas e formas para, aos poucos, transformá-las em
imagens tridimensionais. Nele você cria, copia, recorta, cola e pinta da maneira
que preferir. O layout no SketchUp Pro permite que você crie um modelo com um
conjunto de desenhos, transmitindo uma mensagem. É possível definir escalas,
ajustar pesos de linha, adicionar dimensões e gráficos. Com o software, você
pode exportar os modelos em PDF, imagens e arquivos CAD. Ele é útil em todas
as etapas: desde o princípio do desenho esquemático até a administração da
montagem dos móveis. Desenvolvimento do design, diagramação, estimativa
de material, detalhamento e documentação são outras funcionalidades que o
programa oferece.

AutoCAD

Provavelmente o programa para projetar ambientes mais conhecido, o


AutoCAD cria projetos com ferramentas de modelagem e visualização 3D e
produz desenhos e documentação 2D, fundamental para as plantas e medidas.
A nova versão do programa importa arquivos em PDF, incluindo geometria,
preenchimentos, imagens raster e texto TrueType, transferindo tudo para um
desenho. Outra novidade do software é a possibilidade de criar dimensões
automáticas. Basta passar o cursor sobre o objeto selecionado para obter a
visualização antes de criá-los.

3D Studio Max

Desenvolvido pela mesma criadora do AutoCAD, esse software de modelagem


e renderização 3D permite criar cenas impressionantes para visualização de
projetos e experiências em realidade virtual. A renderização em alta qualidade
oferece conquista profissionais da indústria moveleira e arquitetônica, pois a
visualização que oferece é imersiva e com mecanismos de realidade virtual. Ele

118
MATERIAIS E ACABAMENTOS │ UNIDADE IV

pode ser usado para dar o toque final nos projetos, preservando a geometria do
modelo, a iluminação e os materiais, por exemplo. Entre suas funcionalidades
estão: a possibilidade de mesclar até 6 materiais aplicados a um único objeto, a
criação de modelos orgânicos e o mapeamento de texturas — como ladrilhos,
espelhos e decalques.

Fonte: https://gmad.com.br/blog/fique-por-dentro/programas-para-projetar-ambientes/.

Ao decorrer das unidades estudadas, pode-se perceber como a comunicação


visual de um ambiente é capaz de transmitir ou reforçar a credibilidade de uma
marca. Essa é uma das vantagens da arquitetura comercial bem planejada.

Vale observar que cada projeto precisa de uma atenção diferenciada, é


necessário ser pensado de forma isolada, avaliando fatores como qualidade,
custo-benefício, manutenção e a finalidade de sua aplicação, respeitando o
conceito a ser transferido para os indivíduos e a atmosfera a ser criada.

119
Referências

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Lista de figuras
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20).

Figura 2. O Palácio de Cristal durante a Grande Exposição de 1851. Autor da pintura:


Dickinson Brothers (1952). Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Crystal_
Palace_from_the_northeast_from_Dickinson%27s_Comprehensive_Pictures_of_
the_Great_Exhibition_of_1851._1854.jpg.

Figura 3. Detalhe da fachada com linhas sinuosas e assimétricas das flores. Fonte:
http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.
123
REFERÊNCIAS

Figura 4. Estação Porte Dauphine. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Estação_


Porte_Dauphine#/media/Ficheiro:La_station_art_nouveau_de_la_porte_
Dauphine_(Hector_Guimard).jpg.

Figura 5. Ernest Delune (1859-1947): casa-estúdio do vitralista Sterner em Bruxelas


(1904). Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 6. A Maison Coilliot, projetada por Hector Guimard e concluída em 1900. É uma
casa no estilo Art Nouveau localizada em 14, rue de Fleurus em Lille, França. Fonte:
http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 7. Detalhes da decoração no estilo Art Nouveau. Fonte: http://studiolabdecor.


com.br/art-nouveau/.

Figura 8. Detalhes da decoração no estilo Art Nouveau. Fonte: http://studiolabdecor.


com.br/art-nouveau/.

Figura 9. Manipulação de novos materiais, como o ferro e o vidro. Fonte: http://


studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 10. Peças de Tiffany. Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 11. Peças de Gallé. Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 12. Dreaming (Reverie), litografia, 1897.Fonte: http://studiolabdecor.com.br/


art-nouveau/.

Figura 13. Dance, litografia,1898.Fonte: http://studiolabdecor.com.br/art-nouveau/.

Figura 14. Cadeira “David-Weill”, com “Tulipas e Cravos”. Estofados, projetados em


1923; fabricado provavelmente no final da década de 1920 por Louis Süe French. Fonte:
https://www.metmuseum.org/art/collection/search/499561?sortBy=Relevance&amp
;ft=Art+Deco&offset=0&rpp=100&pos=55.

Figura 15. Paravent Les Faunes de André Mare (1920), Musée des Arts Décoratifs,
Paris. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/André_Mare#/media/File:André_mare_
per_compaignie_des_arts_français,_paravento_les_faune,_parigi,_1920_ca.JPG.

Figura 16. Padrão Rose Mousse para estofamento, algodão e seda, André Mare (1920),
Metropolitan Museum of Art. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/André_Mare#/
media/File:Rose_Mousse_MET_DP105936.jpg.

Figura 17. Escola Bauhaus. Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-


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REFERÊNCIAS

Figura 18. Fotografia - Bauhaus 1930 Fonte: http://lounge.obviousmag.org/


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Figura 19. Fotografia - Interior - Um projeto Bauhaus. Fonte: http://lounge.obviousmag.


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explosao-meteorica-do-design-1.html.

Figura 20. As três formas básicas da geometria: quadrado, triangulo e círculo. Fonte:
https://histdesignwerkbundulm.wordpress.com/bauhaus/.

Figura 21. Baby Cradle by Peter Keler. Fonte: https://www.dezeen.com/2018/11/08/


bauhaus-furniture-designs-chair-tables-chess-set-baby-cradle/.

Figura 22. Tea infuser by Marianne Brandt. Fonte: https://www.dezeen.


com/2018/11/08/bauhaus-furniture-designs-chair-tables-chess-set-baby-cradle/.

Figura 23. Estampas em tecidos e a tapeçaria tapeçaria produzida por Anni Albers.
Fonte: http://lounge.obviousmag.org/isso_compensa/2015/06/bauhaus.html.

Figura 24. Anni Albers - Bauhaus Textile Designer. https://shop.bauhaus-movement.


com/anni-albers-bauhaus-rug.

Figura 25. Mesas de Breuer. Fonte: https://medium.com/cesar-update/afinal-o-que-


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Figura 26. Abajur Wagenfeld-Leuchte (ou Bauhaus-Leuchte). Fonte: https://medium.


com/cesar-update/afinal-o-que-foi-a-bauhaus-e-que-legados-ela-deixou-no-design-
contemporâneo-e0d91c0b11e2.

Figura 27. Bauhaus: Maçaneta Gropius. Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/


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Figura 28. Casa Farnsworth, projeto do arquiteto Mies Van der Rohe. Fonte: https://
www.vivadecora.com.br/pro/arquitetos/mies-van-der-rohe/.

Figura 29. Interior da Casa Farnsworth. Fonte: https://refarq.com/2017/02/14/casa-


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Figura 30. Glass House (Casa de Vidro) de Philip Johnson. Fonte:https://www.uol.com.


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125
REFERÊNCIAS

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Barcelona, desenhadas por Mies Van der Rohe, em 1929. Fonte: https://noticias.
bol.uol.com.br/ultimas-noticias/imoveis-e-decoracao/2014/03/27/casa-de-vidro-e-
marco-da-arquitetura-moderna-nos-eua-conheca.htm.

Figura 32. Casa das Canoas, projeto do arquiteto Oscar Niemayer. Fonte: https://www.
nelsonkon.com.br/casa-das-canoas/.

Figura 33. Interior da Casa das Canoas. Fonte: https://www.nelsonkon.com.br/casa-


das-canoas/.

Figura 34. Cadeira “Red and Blue” – Gerrit Rietveld (1917). Fonte: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Cadeira_Vermelha_e_Azul#/media/Ficheiro:Rietveld_chair_1b.jpg.

Figura 35. Cadeira Wassily (1925). Fonte: https://3.bp.blogspot.com/_twbhXF46gdI/


TEIlXsicMyI/AAAAAAAAIoE/4ySl3nUi3b4/s1600/wassily_chair.jpg.

Figura 36. Cadeira Cesca ou B32 (1928). Fonte: http://iarafaria.com.br/site/objetos-


de-desejo/cadeira-cesca-1928-marcel-breuer/.

Figura 37. Cadeira Barcelona (1929). Fonte: https://www.elegancydesign.com.br/


poltrona-barcelona-preta/p?idsku=412&gclid=Cj0KCQjw2K3rBRDiARIsAOFSW_4Q
f1rTcrk76Ut0tCgJefBJ0WeIXFuWVNM6XIXMLepgCOFrf4l4hyMaAj-tEALw_wcB.

Figura 38. Cadeira Paimio (1930/1931). Fonte: http://www.idesign.wiki/paimio-


chair-1930-1931/.

Figura 39. Cadeira no 406 (1938/1939). Fonte: https://www.decorandominhacasa.


com.br/cadeiras-famosas-que-marcaram-epoca/.

Figura 40. Cadeira Butterfly (1938). Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-


de-design-consagradas/.

Figura 41. Cadeira LCW (Lounge Chair Wood) (1945). Fonte: http://studiolabdecor.
com.br/londres-e-puro-design/.

Figura 42. Cadeira Bertoia Diamante (1950). Fonte: http://italianleather.com.br/10-


cadeiras-de-design-consagradas/.

Figura 43. Poltrona e o pufe Charles Eames (1956). Fonte: http://italianleather.com.


br/10-cadeiras-de-design-consagradas/.

Figura 44. Cadeira de tela de arame DKR (1951). Fonte: https://www.essenciamoveis.


com.br/charleseames/cadeira-eames-dkr-aramada.

126
REFERÊNCIAS

Figura 45. Cadeira Model 3107 (1955). Fonte: https://www.artezanal.com/blog/


cadeira-jacobsen/.

Figura 46. Poltrona Paulistano (1957). Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-


de-design-consagradas/.

Figura 47. Poltrona Swan (1958). Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-


design-consagradas/.

Figura 48. Cadeira Egg (1958). Fonte: https://temposmodernosdesign.com.br/


produto/poltrona-egg/.

Figura 49. Cadeira Panton (1960). Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-


design-consagradas/.

Figura 50. Ball Chair (1960). Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/haus/estilo-


cultura/dez-cadeiras-emblematicas-do-design/.

Figura 51. Poltrona Chifruda (1962). Fonte: https://dpot.com.br/poltrona-chifruda-


dpot.html.

Figura 52. Cadeira Tulipa (1965). Fonte: http://italianleather.com.br/10-cadeiras-de-


design-consagradas/.

Figura 53. Cadeira Wiggle (1972). Fonte: http://www.atelierclassico.com.br/.

Figura 54. Cadeira favela, de 1991. Fonte: http://dianabrooks.com.br/cadeiras-que-


fizeram-historia/.

Figura 55. Poltrona Vermelha, 1993. Fonte: https://casaclaudia.abril.com.br/blog/


design-de-origem/a-poltrona-vermelha-500-metros-de-corda/.

Figura 56. Decoração com madeira de restauração, criando prateleiras e gondolas


inusitadas. Fonte: https://www.grzero.com.br/decoracao-para-loja-de-produtos-
naturais/.

Figura 57. Caixotes de madeira viraram prateleiras. Fonte: https://www.lifo.gr/market/


marketnews/16531.

Figura 59. Exemplo de elementos típicos da cultura. A tradicionais caveiras mexicanas


misturam-se a velas, flores e santos, podem ser utilizados em abundância para compor
a decoração do ambiente. Fonte: https://claudia.abril.com.br/sua-vida/tradicao-
mexicana-como-decorar-a-casa-e-receber-os-convidados-em-um-almoco-tipico/.

127
REFERÊNCIAS

Figura 60. Bar com o tema rock, em Goiânia. A decoração do ambiente é um grande
diferencial. Quadros e luzes por todos os lados traz referências do estilo e ambiente
musical. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/757151/velvet36-rock-and-roll-bar-
kapa-arquitetos-associados.

Figura 61. Planejar uma decoração de consultório não é apenas colocar uma mesa
com cadeiras e uma maca. Um consultório atrativo demonstra profissionalismo e
preocupação com os pacientes. Fonte: https://www.vivadecora.com.br/foto/158846/
decoracao-neutra-e-moderna-e-iluminacao-indireta.

Figura 62. Recepção de uma clínica de fisioterapia para crianças. Fonte: https://
gauchazh.clicrbs.com.br/donna/decoracao/noticia/2016/10/e-v-a-espuma-e-
adesivos-sao-destaques-em-projeto-de-clinica-de-fisioterapia-para-criancas-7656539.
html.

Figura 63. Clínica de fisioterapia para crianças, decoração com foguetes e cores fortes
usando referências de uma viagem para o espaço. Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.
br/donna/decoracao/noticia/2016/10/e-v-a-espuma-e-adesivos-sao-destaques-em-
projeto-de-clinica-de-fisioterapia-para-criancas-7656539.html.

Figura 64. Espectro eletromagnético. Fonte: https://www.todamateria.com.br/


espectro-eletromagnetico/.

Figura 65. Quando a luz atravessa um prisma é possível observar a sua decomposição.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-dispersao-luz-branca.htm.

Figura 66. Cores primárias. Fonte: da autora.

Figura 67. Cores secundárias. Fonte: da autora.

Figura 68. Cores terciárias. Fonte: https://www.todamateria.com.br/cores-terciarias/,


adaptado pela autora.

Figura 69. Circulo cromático. Fonte: https://minhacasaminhacara.com.br/cores-na-


decoracao-entenda-o-circulo-cromatico/.

Figura 70. Cores frias. Fonte: da autora.

Figura 71. Cores quentes. Fonte: da autora.

Figura 72. As cores frias e quentes dentro do círculo cromático. Fonte: https://www.
amopintar.com/temperatura-da-cor-cores-quentes-e-cores-frias/. Adaptado pela
autora.

128
REFERÊNCIAS

Figura 73. Cores complementares: roxo e amarelo. Fonte: https://www.cliquearquitetura.


com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

Figura 74. A imagem abaixo mostra as cores complementares amarelo e roxo. O


decorador utilizou um tom escuro de roxo e um amarelo mais vibrante. Fonte: https://
www.cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

Figura 75. Círculo cromático, harmonia 60º. Fonte: http://lardocelar.blog.br/como-


combinar-as-cores-na-decoracao/.

Figura 76. Ambiente decorado conforme a harmonia 60º. Fonte: https://www.


cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

Figura 77. Círculo cromático, harmonia 90º. Fonte: http://lardocelar.blog.br/como-


combinar-as-cores-na-decoracao/.

Figura 78. Ambiente decorado conforme a harmonia 90º. Fonte: https://www.


cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html.

Figura 79. Monocromia. Fonte: https://nikastylista.wordpress.com/2012/05/02/


sobre-as-cores-parte-iv/.

Figura 80. Variações da cor magenta. Fonte: https://www.decorfacil.com/magenta/.

Figura 81. A pintura pode interferir na sensação de amplitude ou de redução de um


ambiente. Fonte: Coelho Lima (2017), disponível em: https://coelholima.com.br/
reforma/pintura-x-sensacao/. Adaptado pela autora.

Figura 82. Tons ocre e marrom em escritório comercial. Fonte: https://www.


essenciamoveis.com.br/blog/decoracao-de-escritorio/. Com adaptação da autora.

Figura 83. Loja de artigos esportivos que possui o vermelho na paleta de cores. Cor
estimulante, excitação e movimento. Fonte: https://arquitetude.com.br/portfolio-de-
projetos-de-arquitetura/arquitetura-comercial/wqsurf/.

Figura 84. Loja de roupa infantil. Nota-se a forte presença da cor amarela. Fonte: http://
www.decoracaoonline.org/decoracao/decoracao-para-loja-infantil/.

Figura 85. Loja de roupa infantil. Fonte: http://www.decoracaoonline.org/decoracao/


decoracao-para-loja-infantil/.

Figura 86. Tonalidade cinza usada nas paredes de uma loja. Fonte: https://www.
vivadecora.com.br/foto/139507/loja-de-roupa-cinza-com-bancos-amarelos.

129
REFERÊNCIAS

Figura 87. A Cor preta trabalhada em fachadas de marcas luxo. Fonte: https://neilpatel.
com/br/blog/visual-merchandising/.

Figura 88. Estratégia visual de uma vitrine, nota-se que nenhum produto da promoção
está exposto na vitrine, os consumidores tem que entrar na loja para conferirem. Fonte:
https://imagemscan.com.br/blog/vitrinismo/.

Figura 89. Vitrine poluída. Fonte: https://www.visualmerchandisingnapratica.com/


single-post/2015/09/24/Poluição-Visual-O-que-é-e-como-evitar.

Figura 90. Vitrine sem poluição visual valorizando os produtos. Fonte: https://www.
blogsenacsp.com.br/trabalho-de-vitrinista/.

Figura 91. Vitrine com espaços vazios. Fonte: https://www.visualmerchandisingnapratica.


com/single-post/2015/09/24/Poluição-Visual-O-que-é-e-como-evitar.

Figura 92. Vitrine aberta. Nesse caso foram utilizados painéis para compor o cenário.
Fonte: https://www.visualmerchandisingnapratica.com/single-post/2015/09/24/
Poluição-Visual-O-que-é-e-como-evitar.

Figura 93. Organização da vitrine em conjunto com o interior da loja. Fonte: http://
www.chriscorcino.com.br/guia-pratico-de-organizacao-visual-para-lojas-de-moda/.

Figura 94. Nichos. Fonte: https://www.vendaotimizada.com/decorar-loja-de-


bijuterias/.

Figura 95. Nichos e ilhas. Fonte: https://www.vendaotimizada.com/decorar-loja-de-


bijuterias/.

Figura 96. Vitrine aberta. Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/blog/conheca-


os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

Figura 97. Vitrine aberta. Fonte: https://arquitetude.com.br/arquitetura-para-lojas-


de-shopping/.

Figura 98. Vitrine fechada. Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/blog/conheca-


os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

Figura 99. Vitrine fechada. Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/


vitrines-outono-inverno.html.

Figura 100. Vitrine com entrada recuada. Fonte: http://www.mmdamoda.com.br/


lojas-sem-vitrine-tendencia-ou-necessidade/.

130
REFERÊNCIAS

Figura 101. Vitrine com entrada recuada. Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/


inovacao/vitrine-ou-frente-aberta-o-que-e-melhor-para-a-loja.

Figura 102. Vitrine de Canto ou Esquina. Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/


blog/conheca-os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

Figura 103. Vitrine de Canto ou Esquina. Fonte: http://www.vidrocom.com.br/vitrines.


html.

Figura 104. Vitrine de nicho. Fonte: https://projetos.habitissimo.com.br/projeto/loja-


de-semi-joias-em-taubate#1. Adaptado pela autora.

Figura 105. Loja de bijuterias com vitrines balcões ao centro. Fonte: https://www.
vendaotimizada.com/decorar-loja-de-bijuterias/.

Figura 106. Vitrine balcão ao centro da loja de utensílios domésticos. Fonte: https://
www.newmobilemoveis.com.br/vitrine-e-balcao-loja#group1-2.

Figura 107. Vitrine Prateleira. Fonte: http://curiosity.jp/works/en/interior/palazzo-


fendi.html.

Figura 108. Vitrine Painel. Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/


vitrines-outono-inverno.html.

Figura 109. Croqui de uma vitrine. Fonte: https://www.acicampinas.com.br/blogs:sua-


vitrine-tem-as-7-estruturas-basicas-necessarias. Com adaptação da autora.

Figura 110. O piso da vitrine delimitou o espaço de exposição de produtos. Fonte:


https://arquitetude.com.br/arquitetura-para-lojas-de-roupas/.

Figura 111. Fundo fixo. Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/vitrines-


outono-inverno.html.

Figura 112. Fundo inexistente. Fonte: http://www.xeniadecoracoes.com.br/blog/


conheca-os-tipos-de-vitrines-e-suas-caracteristicas/.

Figura 113. Teto com sistema de iluminação. Nota-se a iluminação dando destaque para
as peças de roupas. Fonte: https://www.viesdesignmoda.com.br/2016/03/vitrines-
outono-inverno.html.

Figura 114. Variação da tonalidade da luz conforme de temperatura de cor. Fonte:


https://www.ledplanet.com.br/iluminacao-ideal-para-cada-tipo-de-ambiente/,
adaptado pela autora.

131
REFERÊNCIAS

Figura 115. Iluminação quente na loja. Fonte: https://www.mercadoeconsumo.com.


br/2018/08/06/farm-inaugurara-lojas-proprias-nos-estados-unidos/.

Figura 116. Iluminação fria na loja. Fonte: Aguiar (2016), disponível em: https://www.
teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.
pdf.

Figura 117. Iluminação: Pode-se modificar a cor de luz, alterando-a através dos filtros
cromáticos. Fonte: http://www.mmdamoda.com.br/cinco-conceitos-fundamentais-
sobre-iluminacao-no-vitrinismo/.

Figura 118. Ponto focal. Fonte: Aguiar (2016), disponível em: https://www.teses.usp.
br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Figura 119. Ponto focal. Fonte: http://empresas.cromarca.com.br/como-atrair-


clientes/vendas-lucro.

Figura 120. Caminho Visual. Fonte: Aguiar (2016), disponível em: https://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Figura 121. Vitrines monocromáticas. Fonte: http://www.linkshop.com.cn/web/


archives/2014/310099.shtml.

Figura 122. Vitrine com harmonia análoga. Fonte: Aguiar (2016), disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/
publico/karinepetry.pdf.

Figura 123. Vitrine com harmonia complementar. Fonte: Fonte: Aguiar (2016),
disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-
123447/publico/karinepetry.pdf.

Figura 124. Vitrine com harmonia triádica. Fonte: Fonte: Aguiar (2016), disponível
em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/
publico/karinepetry.pdf.

Figura 125. Vitrine com harmonia acromática. Fonte: Fonte: Aguiar (2016), disponível
em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/
publico/karinepetry.pdf.

Figura 126. Suporte de metal da vitrine. Fonte: Fonte: Aguiar (2016), disponível
em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-123447/
publico/karinepetry.pdf.

132
REFERÊNCIAS

Figura 127. Cubos com alturas diferentes criando um ritmo. Fonte: Fonte: Aguiar
(2016), disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-
16022017-123447/publico/karinepetry.pdf.

Figura 128. Cubos com cores fortes para compor a vitrine. Fonte: Fonte: Aguiar (2016),
disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-16022017-
123447/publico/karinepetry.pdf.

Figura 129. Manequins Infanto-juvenis. Fonte: https://pt.dhgate.com/product/new-


new-high-quality-fiberglass-child-mannequin/413696795.html.

Figura 130. Manequins articuláveis. Fonte: https://ameconsultoria.wordpress.com/


category/vitrines/page/25/.

Figura 131. Manequins com braços longos. Fonte: https://www.dnaitalia.


com/2015/02/8-consigli-per-allestire-una-vetrina-di-successo/.

Figura 132. Manequim plus-size. Fonte: https://www.consumidormoderno.com.


br/2019/06/06/nike-manequins-plus-size/.

Figura 133. Manequins baseados nas medidas de pessoas com deficiência. Fonte:
https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2013/12/manequins-
inspirados-em-pessoas-com-deficiencia-sao-colocados-em-vitrines.html.

Figura 134. Manequim baseado na mulher com escoliose na vitrine da loja. Fonte:
https://tvi24.iol.pt/internacional/tvi24/montras-de-zurique-exibem-manequins-de-
pessoas-deficientes.

Figura 135. vitrine da loja de Nova York. Fonte: https://profpatriciadonzele.blogspot.


com/2017_03_24_archive.html.

Figura 136. Manequins que misturam a figura humana e sorvetes. Fonte: http://
happymodern.ru/vitriny-magazinov-46-foto-oformlenie-kotoroe-privlekaet/.

Figura 137. Fachada da loja Caos. Fonte: http://www.naosoogato.com.br/pessoas/


caos/.

Figura 138. Letreiro da loja Caos Fonte: http://www.naosoogato.com.br/pessoas/


caos/, adaptado pela autora.

Figura 139. Galeria Melissa por Muti Randolph (2005), fachada no 1. Fonte: http://
www.mutirandolph.com/projects/4040263.

133
REFERÊNCIAS

Figura 140. Zaha Hadid por Zaha Hadid (2008), fachada no 10. Fonte: http://danipolis.
com/blog/galeria-melissa-sp-10-anos-10-fachadas/.

Figura 141. Campana por Irmãos Campana (2008), fachada no 11. Fonte: http://
dellanno.com.br/blog/10-anos-de-galeria-melissa/.

Figura 142. Lojas Havainas, São Paulo, (aberta). Fonte: https://www.arcoweb.com.br/


projetodesign/arquitetura/isay-weinfeld-loja-sao-03-03-2010.

Figura 143. Lojas Havainas, São Paulo, (fechada).Fonte: https://www.arcoweb.com.


br/projetodesign/arquitetura/isay-weinfeld-loja-sao-03-03-2010.

Figura 144. Fachada com elementos metálicos em dourado. Fonte: http://www.dupont.


com.br/produtos-e-servicos/construction-materials/surface-design-materials/
brands/corian-solid-surfaces/case-studies/fachada-texturizada-le-lis-blanc-deux.
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Figura 145. Exemplo de fachada que não expõe os produtos. Fonte: https://
adoroarquitetura.com.br/arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-
uma-loja/.

Figura 146. Letreiro com letras caixa. Fonte: https://adoroarquitetura.com.br/


arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-uma-loja/.

Figura 147. Placa de sinalização com recorte eletrônico. Fonte: https://hbrs.gm5.com.


br/lojas/maria-filo.

Figura 148. Exemplo de letreiros que ocupam a fachada toda. Fonte: https://
adoroarquitetura.com.br/arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-
uma-loja/.

Figura 149. Letreiros que usam a sombra projetada na fachada. Fonte: https://
adoroarquitetura.com.br/arquitetura-comercial-a-importancia-da-fachada-para-
uma-loja/.

Figura 150. Sinalização com impressão digital e iluminação Front Light. Fonte: https://
www.stylebeatblog.com/home-blog/ylebeatblog.com/2010/11/new-yorks-todd-
romano-brings-his-fab.html.

Figura 151. superfície de piso acetinado. Fonte: https://www.eliane.com/blog/tudo-


sobre-revestimentos-para-areas-comerciais/.

134
REFERÊNCIAS

Figura 152. acabamento fosco em centro comercial. Fonte: https://www.eliane.com/


blog/tudo-sobre-revestimentos-para-areas-comerciais/.

135

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