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Instalações Prediais:

Elétrica e Hidráulica
Material Teórico
Instalações Elétricas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Vanderlei Rotelli

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Instalações Elétricas

• Instalações Elétricas.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar conceitos iniciais;
• Apresentar os principais conceitos de instalações elétricas de baixa tensão.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Instalações Elétricas

Instalações Elétricas
Seja bem-vindo(a) à nossa Unidade de Instalações Prediais.

Esta é uma disciplina muito importante para o curso de Design de Interiores;


é, também, uma disciplina técnica que deve ser conhecida por todos os designers,
pois trabalhamos com estas instalações em todos os nossos projetos, seja instalan-
do novos pontos elétricos ou hidráulicos, seja alterando os existentes.

Para facilitar o entendimento, a disciplina foi dividida em instalações elétricas e


instalações hidráulicas. Vamos iniciar entendendo os principais conceitos de insta-
lações elétricas, compreendendo como utilizamos estes conceitos, e vamos finalizar
entendendo como utilizar estes conhecimentos em nossos projetos de interiores. Na
segunda parte da disciplina, vamos conhecer os conceitos e a utilização deles em
nossos projetos de hidráulica.

Quando falamos sobre um projeto de instalações elétricas para o design de inte-


riores, estamos falando sobre a indicação dos pontos existentes e dos novos pontos
de elétrica, telefonia, lógica, etc. De forma geral, todos os pontos que são instalados
com o auxílio de eletrodutos constarão em nosso projeto.

No Brasil, as instalações elétricas são definidas por Normas e Regras, que definem
tanto a produção e distribuição de energia elétrica, como a sua instalação e utilização
pelos consumidores finais, sejam consumidores residenciais, comerciais ou indus-
triais; a NBR 5410, de 2004, é a que trata das instalações prediais de baixa tensão.

Mas acredito que você esteja se perguntando o que são instalações elétricas de
baixa tensão, certo? Bem, as instalações elétricas são divididas entre “extra baixa
tensão”, “baixa tensão” e “alta tensão”. A diferença entre todas elas está na tensão
elétrica; nossas instalações, que são de baixa tensão, operam entre 75V e 1500V,
o que abrange quase todas as edificações existentes.

Como você já percebeu, a eletricidade é invisível, o que percebemos são os efei-


tos desta força da natureza, através do calor, da luz e do choque elétrico.

Existem, também, algumas grandezas elétricas que você precisa conhecer: a


tensão, a corrente e a potência elétrica. Você deve estar se perguntando: “mas o
que são estas grandezas?”. Elas servem como medidas para a eletricidade, como
veremos a seguir.

A tensão elétrica, medida em Volts (V), é a “força”, é responsável pela movimen-


tação dos elétrons; já a corrente elétrica, medida em Ampères (A), é o fluxo destes
elétrons; um raio é um exemplo de uma corrente elétrica. Para ficar mais claro,
imagine o seguinte: você conseguiu ampliar um cabo de eletricidade o bastante
para que consiga ver os elétrons soltos dentro deste cabo se movimentando de
maneira aleatória. A figura 1 ilustra este conceito.

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Figura 1 – Elétrons livres em um cabo de força
Fonte: Acervo do Conteudista

Para que todos os elétrons se movimentem em uma única direção, devemos


aplicar uma força; esta força é a tensão elétrica. Como já foi dito, ela é medida em
Volts. As usinas hidrelétricas, por exemplo, são geradores de tensão; podemos con-
siderar que a eletricidade parte destes geradores. A figura 2 mostra esta situação; é
possível perceber que todos os elétrons seguem uma direção.

Figura 2 – Tensão elétrica


Fonte: Acervo do Conteudista

Finalmente, quando os elétrons se movimentam de maneira ordenada dentro do


condutor, temos a corrente elétrica, que é medida em Ampères. Apenas para que fi-
que mais claro, quando você recebe um choque elétrico, não é a tensão que provoca
danos ao corpo, mas sim a corrente elétrica. A figura 3 ilustra este último conceito.

Figura 3 – Corrente elétrica


Fonte: Acervo do Conteudista

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UNIDADE Instalações Elétricas

Vamos agora entender o último conceito relacionado às grandezas elétricas e


que se refere aos efeitos que percebemos. Estamos falando da “potência elétrica”.
Quando temos tensão elétrica, os elétrons se movem, e temos a corrente elétrica;
quando temos a corrente elétrica, os aparelhos elétricos funcionam; as luzes, por
exemplo, se acendem com uma determinada intensidade. Esta intensidade é de-
terminada pela potência elétrica, ou seja, o que utilizamos em nosso cotidiano é a
potência elétrica, são estes os efeitos práticos da eletricidade que experimentamos.

Isto está claro? O que precisamos entender é o seguinte: não conseguimos ver a
eletricidade; vemos apenas os efeitos que ela provoca, ou seja, os aparelhos elétri-
cos funcionando, as luzes acendendo, o chuveiro elétrico esquentando, etc. O que
mede estes efeitos é a “potência elétrica”.

A potência elétrica, portanto, é o conjunto da tensão e da corrente elétrica; sua


unidade será, então, dada por Volt-Ampère (VA). Lembre-se de que a tensão elétri-
ca é medida em Volts (V) e a corrente elétrica é medida em Ampères (A).

A potência elétrica pode ser dividida em potência “ativa” e potência “reativa”; a


potência ativa é a que é efetivamente transformada em potência mecânica, que é
aquela que movimenta os motores dos aparelhos, como liquidificadores e batedei-
ras; em potência térmica, que aquece chuveiros e torradeiras; e potência luminosa,
que acende lâmpadas. A potência reativa é a que se transforma em campos mag-
néticos e que movimenta reatores, transformadores e motores elétricos.

Em projetos residenciais, que são nosso foco, trabalhamos com a potência elé-
trica “ativa”, ou seja, para que façamos nossos projetos e nossos cálculos, vamos
utilizar este conceito.

Conseguiu entender as diferenças entre estas noções? Estas ideias ficarão mais
claras agora, pois vamos começar a pensar em nossas instalações elétricas e vamos
utilizar o que acabamos de ver.

No Brasil, a geração de energia vem principalmente das hidrelétricas, que pro-


duzem o que é chamado de “energia limpa”, ou seja, não é produzido carbono para
a geração desta eletricidade. De acordo com o site da ANEEL, que é a agência
responsável pela fiscalização e regulamentação do setor elétrico, cerca de 65% da
energia utilizada no Brasil são produzidos desta maneira; a geração eólica e a foto-
voltaica são responsáveis por quase 10% da geração; os outros 25 % são gerados
por centrais termelétricas e termonucleares.
Explor

Você pode conferir os números exatos no site da ANEEL, em: https://bit.ly/28INSwk

A ANEEL fiscaliza a chegada da energia em sua residência; esta energia chega


até a sua residência através de uma concessionária, responsável pela ligação entre a
produtora de energia e o consumidor final. Esta concessionária é responsável pela
ligação até o medidor na entrada edificação. O link a seguir mostra esta ligação.

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Explor
Ligação elétrica da concessionária, disponível em: http://bit.ly/2vNkXo7

O medidor, popularmente conhecido como relógio de luz, é o dispositivo que


mede o consumo de energia de uma edificação; esta medição é feita em Kwh, ou
seja, quantos quilowatts são consumidos por hora. Um Quilowatt equivale a 1.000
watts. Nesta ligação, logo depois do medidor é colocado um disjuntor geral, que fun-
ciona como um interruptor que se desliga em caso de sobrecarga na corrente elétrica.

No item – Ligações, medidor e disjuntor geral, você verá como fica a ligação em uma
Explor

residência, acesse o link: http://bit.ly/2vQas3o

A partir do medidor e em toda a parte interna da edificação, a responsabilidade


é do consumidor, ou do responsável pelo projeto e pelas instalações. Esta respon-
sabilidade, dependendo das dimensões e da complexidade de cada projeto, deve
ser assumida por um profissional competente, como um engenheiro eletricista.
Este tipo de projeto mais complexo precisa de um responsável legal, capacitado
para fazer os cálculos e se responsabilizar pela segurança e pela precisão do de-
senho. Estes projetos são registrados nos órgãos competentes, e é preciso que o
profissional responsável esteja habilitado para assumir a autoria e fazer o registro
da responsabilidade no órgão competente; em caso de algum problema no projeto,
ou de acidentes decorrentes de algum erro, este será o profissional acionado.

Projetos residenciais podem ser executados por profissionais capacitados, mas


não precisam, obrigatoriamente, ser registrados nos órgãos competentes. Este tipo
de projeto é bastante simples, como veremos a seguir, e podem ser executados por
um profissional treinado.

Como você já deve ter percebido, no Brasil, de maneira geral, as ligações elétri-
cas de distribuição, a partir das concessionárias, são aéreas, ou seja, estas ligações
são feitas a partir de postes, e os fios e cabos correm aparentes, pelo alto destes
postes. As ligações entre estes postes de distribuição da rua e os postes de entrada
das edificações também são feitas pelo alto. Este tipo de ligação, além de ser esteti-
camente desagradável, apresenta uma série de problemas, pois é muito frágil e está
sujeito a uma série de acidentes, que acontecem com frequência, seja pela queda de
árvores, seja pela passagem de veículos muito altos, que acabam por desconectar
os cabos. Este tipo de ligação, também, demanda uma manutenção muito cons-
tante, tanto com a troca de peças que estão sujeitas à ação das intempéries, como
pela poda e corte de árvores, que partem a fiação. Os cabos subterrâneos são mais
seguros, ou seja, estão menos sujeitos a acidentes, e possuem uma manutenção
muito mais fácil e simples, mas o custo para o enterramento da infraestrutura que
já está instalada é muito alto; outro fator que faz com que as concessionárias não

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UNIDADE Instalações Elétricas

queiram executar o enterramento dos cabos é que o espaço dos postes é alugado
para outras concessionárias e permissionárias, de TV a cabo, telefonia, etc.

Quando a ligação dos postes de distribuição para o poste de entrada estiver feita,
a energia estará pronta para ser distribuída e utilizada na edificação. A energia elé-
trica é, então, levada, através do circuito de distribuição, até o quadro de distribui-
ção; o circuito de distribuição é um cabo que faz a ligação entre a caixa de medição
e o quadro de distribuição, ou quadro de luz, como é conhecido popularmente; este
quadro fará a distribuição da energia por toda a edificação, centralizando todas as
ligações. A figura 4 mostra esta ligação.

Quanto mais a energia elétrica é transmitida por um cabo, mais ela se dispersa,
ou seja, maior a perda que acontece; este é um dos motivos pelos quais a caixa de
distribuição está geralmente localizada próxima à entrada da edificação. Além disto,
por transmitir bastante potência elétrica, estes cabos precisam ter uma bitola gran-
de, ou seja, um diâmetro largo, e, portanto, têm um custo alto. No link acima, por
exemplo, é possível ver que a bitola dos cabos que entram na edificação é grande;
de maneira geral, este tipo de cabo tem um custo alto e é utilizado em pequenas
extensões. A figura 5 mostra um quadro de distribuição residencial.

Figura 4 – Ligação elétrica Figura 5 – Quadro de distribuição


Fonte: Adaptado de Electra Fonte: Getty Images

Nosso projeto de interiores começa a influenciar e ser influenciado pelo projeto


de elétrica a partir deste ponto. O quadro de distribuição ou quadro de luz, como já
foi dito, deve ser colocado próximo à entrada da edificação, muitas vezes em uma
posição que fica bastante aparente nas paredes; este quadro, de acordo com a nor-
ma, deve ficar desimpedido e ter o acesso fácil e direto.

O que isto representa para o nosso projeto? Isto quer dizer que teremos de
adaptar nosso projeto de interiores de acordo com o que foi pensado no projeto

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de elétrica; em um projeto de elétrica que foi bem executado, por exemplo, este
quadro de distribuição pode estar atrás da porta da cozinha, que geralmente esta-
rá aberta, escondendo o quadro. Pode acontecer, no entanto, que este quadro de
distribuição esteja na sala de estar, o que significa que ele estará aparente em seu
projeto, como podemos ver na figura 6.

Figura 6 – Quadro de distribuição aparente


Fonte: Getty Images

Este quadro, como é possível ver na figura 6, está localizado atrás da porta
da sala, que é um a porta que geralmente está fechada, ou seja, o quadro estará
sempre aparente. O que podemos fazer para disfarçar este item? Podemos man-
dar fazer uma moldura fixa na parede e fazer com que a porta fique mais discreta;
lembre-se, no entanto, de que o acesso a este quadro deve ser fácil e livre, não
podendo ser obstruído por mobiliário. O link abaixo mostra algumas ideias para
disfarçar este quadro.
Explor

Soluções para o quadro de distribuição: http://bit.ly/2PWmhyi

O quadro de distribuição é onde são instalados os disjuntores, ou os fusíveis em


edificações mais antigas. Os disjuntores são utilizados para a separação da corrente
elétrica que é fornecida pela concessionária nos vários circuitos elétricos, ou circui-
tos terminais, que compõem a instalação. Um circuito elétrico, ou terminal, é o con-
junto de dispositivos, como lâmpadas e tomadas, que estão ligados a um disjuntor.
O disjuntor tem a função de proteger os circuitos terminais e os dispositivos
que estão ligados neles, pois em caso de sobrecarga eles se desconectam, cortan-
do a passagem da energia elétrica e evitando maiores problemas; basta reconec-
tar o disjuntor para restabelecer a energia. Quando um disjuntor se desconecta
com frequência, no entanto, isso pode significar que algum ponto do circuito está
com alguma sobrecarga ou com algum curto-circuito. Falaremos sobre isso mais
adiante, não se preocupe. A figura 7 mostra os tipos de disjuntores mais comuns:

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o unipolar, o bipolar e o tripolar; geralmente, para edificações residenciais, os


disjuntores unipolares são os mais utilizados, pois fazem as ligações conhecidas
como 110V, e os bipolares são menos utilizados, pois fazem as ligações de 220V,
como chuveiros, por exemplo. Os disjuntores tripolares são mais utilizados em
indústrias, pois são utilizados em ligações trifásicas, como as de motores elétricos.

Figura 7 – Disjuntores
Em instalações elétricas mais antigas, os fusíveis têm a mesma função do disjun-
tor, ou seja, o fusível interrompe a passagem de energia em caso de sobrecarga, com
a diferença de que o fusível “queima” e precisa ser trocado. É claro que “queimar”
é um termo popular, já que o que acontece é que o filamento que compõe o fusível
derrete e não pode ser recomposto, obrigando a substituição da peça. A praticidade
dos disjuntores fez com que nenhuma instalação elétrica nova fosse feita com o uso
de fusíveis, e mesmo as antigas, conforme vão sendo atualizadas, utilizam esta tec-
nologia mais nova. O link a seguir mostra como funciona um fusível; é possível ver
no corte da peça o fio de chumbo, que derrete com a sobrecarga de energia elétrica,
evitando que este excesso de potência passe para o circuito terminal e sobrecarre-
gue algum aparelho ou alguma ligação, inutilizando as peças.
Explor

Fusíveis, disponível em: https://bit.ly/2YeK6Ey

Outra importante interação entre o projeto de elétrica e o projeto de interiores


acontece no momento da divisão dos circuitos terminais. É claro que este projeto
independe do designer, mas é interessante que você dialogue com o projetista, a
fim de entender os detalhes do projeto e sugerir as alterações que forem necessá-
rias, de acordo com seu projeto. Lembre-se de que as alterações deverão ser feitas
de acordo com o seu projeto, pois na maior parte das vezes estamos executando
alterações que incluem modificações nos circuitos elétricos, seja aumentando o nú-
mero de pontos elétricos, seja mudando a sua posição.
A Norma 5410 preconiza que a divisão de uma instalação elétrica em circuitos
terminais deve seguir alguns princípios, conforme abaixo.
• É preciso, por exemplo, separar os circuitos terminais de iluminação dos cir-
cuitos terminais de tomadas comuns, chamadas de tomadas de uso geral. Este
cuidado simples pode garantir que, caso aconteça algum problema em uma
tomada, como, por exemplo, um curto-circuito, a iluminação não seja afetada,
permitindo que o problema seja sanado de maneira simples e rápida. Parece

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óbvio, certo? Mas saiba que muitas vezes esta regra básica não é atendida,
causando grandes transtornos aos usuários.
• É preciso prever circuitos separados para aparelhos com corrente superior a
10 A, como secadores de cabelos e chuveiros. Os aparelhos que trabalham
com resistências, geralmente, têm um consumo de energia maior; este consu-
mo é indicado pela amperagem do eletrodoméstico, ou seja, quanto maior a
amperagem, maior o consumo. Com esta relação em mente, você deve saber
que é preciso que este tipo de ligação tenha um circuito separado, ou seja, que
estes aparelhos estejam ligados a um único disjuntor. O chuveiro, por exemplo,
está conectado a um disjuntor exclusivo.
Um detalhe extremamente importante, e ignorado pela maioria dos profissio-
nais, é que tomadas para aparelhos que consumam mais energia, ou seja, que
tenham maior amperagem, são diferentes das tomadas padrão, conforme mostra a
figura 8. A tomada para 20 ampères deve ser indicada para o uso em banheiros,
área de serviço e cozinhas, que possuem mais aparelhos com amperagem maior,
como o forno de micro-ondas, por exemplo.

até 10 A até 20 A
orifício orifício
04 mm 04 mm

Figura 8 – Tipos de tomada


Este tipo de tomada deve ser conectado a um disjuntor exclusivo, e este disjuntor
deve, obviamente, ter uma potência maior, prevendo o consumo. Note que não se
fala apenas em trocar o modelo da tomada, mas sim em criar uma ligação específica
e exclusiva. É muito comum que profissionais despreparados façam apenas a troca
da tomada, sem a devida troca de potência, o que é errado e pode causar sobrecar-
gas e acidentes. O que acontece nestes casos? Exatamente! O aparelho não vai rece-
ber a potência que precisa, não vai funcionar da maneira esperada, e o sistema vai
ser sobrecarregado, fazendo com que aquele disjuntor específico seja desconectado.
• Os circuitos de cozinhas, banheiros e áreas de serviço devem ser alimentados
por circuitos exclusivos, ou seja, circuitos que sejam destinados apenas a estes
ambientes; como já foi dito, muitos dos aparelhos eletrodomésticos que são
utilizados nestes locais, como secadores, fornos de micro-ondas, secadoras de
roupa, ferro elétrico, etc., possuem uma amperagem muito alta, ou seja, preci-
sam de muita potência, e, portanto devem estar ligados a disjuntores exclusivos
ou, pelo menos, a disjuntores que estejam conectados a um único ambiente e
que tenham bastante potência para atender à demanda (mesmo que esta não
seja a solução ideal).
Você também notou, na figura 8, que as tomadas que utilizamos no Brasil devem
ter três pinos e, portanto, os plugues também devem ter os três pinos. O pino cen-
tral funciona como aterramento, ou seja, deve ser ligado ao fio terra da edificação,
para evitar que ocorram choques ou superaquecimentos; o fio terra vai desviar o
excesso de energia para a haste que está em contato com a terra. Outro detalhe

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muito importante com relação a este tipo de tomada é que ela fica recuada em re-
lação ao espelho, que é o acabamento que vai na parede. A função desta distância
é evitar acidentes, já que nenhuma peça metálica do plugue fica aparente no mo-
mento de fazer a conexão, evitando choques e machucados.
Mas o que nós, como Designers de Interiores, podemos fazer, já que este não
é um projeto que iremos executar? Devemos, além de ter este conhecimento, que
você está adquirindo, confirmar se o projeto de elétrica ou se o profissional que
está executando as instalações conhece estas instruções e está seguindo as nor-
mas. É comum, por exemplo, que alguns profissionais não façam a ligação do pino
central das novas tomadas no aterramento da edificação, o que inutiliza totalmente
a eficácia destas peças.
Nosso papel principal como designers de interiores é indicar a posição e a quan-
tidade de pontos de energia em cada ambiente, prevendo o uso que cada ambiente
terá e calculando o número de tomadas e interruptores em cada cômodo.
A Norma indica o número mínimo de tomadas a ser projetada, mas você verá
que este número é realmente pequeno e bastante inferior ao necessário para as
exigências atuais, mas é preciso levar em consideração que esta regulamentação é
antiga, a NBR 5410 é de 2004, quando as pessoas não utilizavam tantos aparelhos
e carregadores como hoje em dia.
Mas vamos ver quais são as recomendações da norma, que devem ser seguidas.
• Qualquer cômodo, independentemente do uso, com menos de 6m² deve ter
pelo menos um ponto de tomada (um ponto de tomada pode ter mais de
uma tomada).
• Salas, dormitórios e dependências com mais de 6m² devem ter um ponto de
tomada para cada 5 m de perímetro mais 1 para as frações. O que isto quer
dizer? Vamos ver um exemplo: seu cliente tem um dormitório que tem 4,5m
x 4m, ou seja, 18 m². Como este cômodo tem mais de 6m², devemos obter o
perímetro para descobrir o número de pontos de tomada; para isto devemos
somar as medidas de todas as paredes, ou seja, 4m + 4,5m + 4m + 4,5m, o
que nos dá um total de 17 m. De acordo com a NBR, devemos estabelecer
que haverá um ponto de tomada a cada 5 m mais um ponto de tomada pela
fração, o que nos dá um total de 4 pontos de tomada para este ambiente. Fácil
de entender isto, certo?
• Cozinhas, áreas de serviço, lavanderias, etc. Nestes casos, independentemente
da área, devem ser previstos pontos de tomada a cada 3,5m de perímetro,
mais um ponto para a fração. No exemplo acima, assumimos que o ambiente
era um dormitório, mas caso imaginemos que seja uma cozinha, teremos um
perímetro de 17m; a cada 3,5m deste perímetro mais a fração, teremos um
ponto de tomada, o que nos dará um total de 5 pontos de tomada, certo? Va-
mos conferir: 3,5m x 4 = 14m, mais a fração de 3m, que corresponde a mais
um ponto de tomada.
No caso da cozinha, de acordo com a NBR, devemos prever, além dos pontos
calculados acima, pelo menos duas tomadas sobre a bancada (no mesmo ponto ou
em pontos diferentes).

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• Para as varandas, independentemente da área e do perímetro, deve ser previs-
to pelo menos um ponto de tomada.
• Para os banheiros, pelo menos um ponto de tomada junto ao lavatório, desde
que esteja a pelo menos 0,60 m do box, para evitar o respingo de água, o que
pode causar graves acidentes.
Como foi dito antes, a NBR nos dá o número mínimo de tomadas a ser proje-
tado em cada ambiente. Em uma edificação nova, esta Norma deve ser obedecida,
então você vai encontrar este número mínimo de pontos de tomada, mas, ainda
assim, em muitos casos, vai precisar aumentar o número de pontos de tomada, em
função do uso das pessoas que utilizam a edificação.
Em edificações antigas que serão reformadas, é muito comum que você en-
contre vários cômodos com apenas um ponto de tomada, e com uma caixa de
distribuição subdimensionada, precisando, muitas vezes, de um novo projeto de
elétrica. Dependendo da época de construção, poderemos encontrar até caixas
de distribuição com fusíveis; nestes casos, pode ser recomendável contratar um
engenheiro elétrico para a execução do projeto.
Um hábito que é interessante que você desenvolva é uma visita à residência ou
ao escritório de seus clientes antes ou durante a execução do seu projeto de interio-
res e das suas indicações para o projeto de elétrica, observando como é feito o uso
cotidiano dos equipamentos e aparelhos. Caso você note a presença de extensões,
de adaptadores ou de benjamins ou T’s, esta é uma indicação clara de que é preciso
repensar a instalação, aumentando o número e a disposição dos pontos de tomada;
esta verificação terá uma influência direta em seu projeto.
A partir destas observações e das conversas com o cliente, você vai executar seu
projeto de elétrica, que inclui a indicação dos pontos de tomada, dos interruptores,
etc., ou seja, você vai indicar para o engenheiro ou para o profissional qualificado
o que ele deverá fazer para que as instalações elétricas atendam às necessidades do
seu projeto e, portanto, às necessidades do seu cliente.
Vamos estudar, na próxima Unidade, o significado da simbologia utilizada nos
projetos de elétrica, bem como todos os itens que são utilizados em um projeto, de
tal forma a que estejamos capacitados a entender um projeto de instalações elétri-
cas e fazer as nossas interferências neste tipo de projeto.
Os conceitos que vimos nesta Unidade são fundamentais para o prosseguimento
de nossos estudos, por isso releia o que não estiver claro, tirando as suas dúvidas,
e nos reencontraremos em breve.
Até lá!

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UNIDADE Instalações Elétricas

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Física – Circuitos Elétricos: Resumo
Video interessante para se aprofundar em circuitos elétricos.
https://youtu.be/eX-XWKFnpWA

 Leitura
Habitação Social e Eficiência Energética: Um protótipo para o clima de Belo Horizonte
ASSIS, Eleonora Sad de et al. Habitação social e eficiência energética: um protótipo
para o clima de Belo Horizonte. Anais do II Congresso Brasileiro de Eficiência
Energética. Vitória, Espírito Santo, Brasil.
https://bit.ly/2W3WtWy
Viabilidade Econômica de um Projeto de Micro Geração Fotovoltaica Residencial no Ambiente de Compensação
de Energia Elétrica
REIS, Vagner Vieira et al. Viabilidade econômica de um projeto de microgeração
fotovoltaica residencial no ambiente de compensação de energia elétrica. Convibra 2015
https://bit.ly/2Q6KP7L

18
Referências
LIMA FILHO, D. S. Projetos de instalações elétricas prediais. 12ª ed. São Paulo:
Editora Érica, 2011.

SILVA, B. W. Manual de instalações elétricas. 1ª ed. São Paulo: BWS Consul-


toria, 2015.

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Instalações Prediais:
Elétrica e Hidráulica
Material Teórico
Circuitos Elétricos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Vanderlei Rotelli

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Circuitos Elétricos

• Introdução.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar o conceito de circuitos elétricos e descrever sua definição em projeto.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
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material e local de
estudos sempre
organizados.
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colegas e tutores Complementar.
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horário fixo aprendizagem.
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as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Circuitos Elétricos

Introdução
Olá, estudante!

Vamos continuar estudando as instalações elétricas e como elas funcionam, bem


como as nossas responsabilidades e competências como Designers de Interiores.

A indicação dos circuitos, como já vimos, é um cuidado que faz parte das suas
funções, ou seja, você pode e deve discutir, tanto com o projetista de elétrica,
como com o profissional que vai efetivamente fazer as instalações, a forma como
estas instalações funcionarão melhor para cada tipo de cliente.

Mas o que isto quer dizer? Isto significa que você, como autor(a) do projeto de
interiores, tem um conhecimento melhor e mais profundo a respeito das neces-
sidades do seu cliente do que um projetista, que vai, de maneira geral, fazer um
projeto padronizado, atendendo ao que está descrito nas Normas, mas sem saber
as necessidades específicas do seu cliente.

Por exemplo, caso seu cliente compre alguns eletrodomésticos em lojas de


peças importadas, é muito comum que a instalação feita por estes comerciantes
exija um circuito independente para seus eletrodomésticos.

Vamos pensar em um caso específico, o que você acha? Seu cliente optou por
comprar um micro-ondas em uma loja que vende equipamentos importados; esta
loja exige, como parte da garantia, que a instalação seja feita por um profissional
autorizado por ela. Quando este profissional for fazer a instalação desse eletrodo-
méstico, caso a tomada esteja ligada a um circuito com outras tomadas ou com
iluminação, ou seja, caso o projeto de elétrica não tenha previsto um circuito
exclusivo para a ligação do micro-ondas, este profissional não fará a instalação,
ou fará a instalação, mas seu cliente irá perder a garantia da loja.

Como é possível perceber pelo exemplo acima, que é bastante comum em


nossa área de trabalho, um projeto de instalação elétrica (de maneira semelhante
ao projeto de interiores) deve atender às necessidades particulares do seu cliente
e, portanto, deve ser feito de maneira específica para cada pessoa.
Você já deve ter percebido que para cada cliente que lhe solicitar um projeto,
será necessário um estudo aprofundado dos desejos e necessidades desta pessoa
ou das pessoas desta família, pois cada indivíduo terá um desejo e uma exigência
diferente. Você pode, por exemplo, ter um cliente que gosta muito de cozinhar e
pedirá instalações muito específicas para a cozinha, com equipamentos e espaços
muito bem definidos, enquanto os filhos pedirão a instalação de um conjunto de
equipamentos multimídia para a sua diversão, o que significa projetos de instala-
ções elétricas particularizados para o atendimento destas necessidades. Por outro
lado, você terá clientes que terão pedidos mais específicos para as áreas intimas,
como dormitórios e closets, enquanto aceitarão áreas sociais mais padronizadas;
nestes casos, os projetos de instalações elétricas serão mais simples, mas ainda
assim devem atender às necessidades destes espaços.

8
Isto significa que seus conhecimentos deverão ser amplos e, pensando mais
especificamente nos projetos de instalações elétricas, será preciso que você inter-
prete estes pedidos e consiga atendê-los de maneira plena.
Para que você consiga ter esta discussão, é preciso que você saiba ler e inter-
pretar um projeto técnico de instalações elétricas, entendendo o que foi projetado
para determinado cliente e sugerindo as alterações que forem necessárias para o
atendimento de suas necessidades.
Iremos entender passo a passo como este projeto é feito e vamos aprender
como podemos sugerir as alterações que forem necessárias. Vamos lá?
Os projetos de instalação elétrica são feitos em diagramas unifilares, como
veremos adiante. Estes diagramas utilizam uma série de símbolos. Veremos a
simbologia mais utilizada pelos profissionais.
A primeira coisa a ser compreendida é a simbologia utilizada nos projetos de
instalações elétricas e o que cada símbolo significa, pois estes são os símbolos que
você deverá utilizar em suas alterações e nas intervenções que forem necessárias;
lembre-se de que este é um projeto técnico e é preciso que você utilize as ferra-
mentas corretas!

Os diagramas unifilares são desenhos técnicos que representam graficamente, de forma


Explor

simplificada, o projeto de instalação elétrica, feito sobre a planta de arquitetura.

A primeira representação que veremos é a do quadro de distribuição. Como


você se lembra, é aqui que a energia elétrica vinda da rede de distribuição é dividi-
da por toda a instalação e onde estão localizados todos os circuitos da edificação.
Nesta caixa de distribuição, serão instalados os disjuntores relativos a cada um
dos circuitos.
Esta caixa de distribuição é instalada próxima à entrada da edificação; esta
localização é definida pelo projeto de elétrica. A figura 1 mostra como fica a
indicação desta caixa de distribuição em um projeto, de acordo com NBR 5410.

Figura 1 – Caixa de distribuição

Depois desta peça, as próximas que vamos conhecer serão os interruptores.


Os interruptores são dispositivos simples, com a função de abrir ou fechar
circuitos elétricos, ou seja, para acender e apagar as luzes, bem como para
outros aparelhos elétricos. A figura 2 mostra a simbologia que representa um
interruptor simples, com apenas uma tecla.

9
9
UNIDADE Circuitos Elétricos


Figura 2 – Interruptor simples

A letra que é colocada neste símbolo indica o ponto que será comandado por
esta peça, ou seja, qual a luminária que será acionada quando ligarmos este inter-
ruptor. É muito comum, também, o uso de interruptores com mais de uma tecla, ou
seja, interruptores que podem comandar mais de uma luminária; a figura 3 mostra
a representação deste tipo de interruptor.

b 

c
Figura 3 – Interruptor triplo

A figura 4 mostra o que está sendo representado por estes símbolos, ou seja,
todas as vezes em que você vir esta simbologia em um projeto de elétrica, isto é o
que deve ser imaginado.

Figura 4 – Interruptor triplo

10
Na figura 4, é possível ver um tipo de acabamento utilizado para as placas de
cobertura de interruptores, mas saiba que você pode optar entre várias opções
de acabamento e de cor, escolhendo até mesmo entre alternativas customizadas
para seu cliente, ou seja, peças que sejam feitas de acordo com um desenho que
você tenha criado; o funcionamento mecânico das peças independe do acaba-
mento que elas tenham.

Em um projeto de elétrica, também é importante observar a posição na qual


os interruptores serão instalados, isto é, é preciso que, durante a fase de projeto
ou de reforma, estas peças sejam colocadas na melhor posição, ou seja, próximas
às portas e de fácil acesso para os usuários. Uma outra coisa muito importante
de ser indicada em seus projetos é o interruptor “paralelo”. Este interruptor per-
mite que a luminária seja acionada em pontos diferentes; em um dormitório, por
exemplo, o interruptor paralelo permite que a luminária seja acionada tanto no
momento em que se entra no quarto, quanto próximo à cama (se ele estiver ins-
talado neste ponto). Existe, também, uma simbologia específica a ser empregada
para a indicação do interruptor paralelo, que está indicada na figura 5.

b 

c
Figura 5 – Interruptor paralelo triplo

O uso de interruptores paralelos é muito indicado em corredores, escadas, en-


tre outros ambientes que sejam muito grandes, ou nos quais existam mais de uma
entrada. É muito indicado, por exemplo, que você proponha a colocação de inter-
ruptores paralelos em dormitórios, para que o usuário consiga acender e apagar
as luzes sem se levantar da cama. Note que não necessariamente você precisa ter
todos os interruptores paralelos, isto é, você pode ter um interruptor triplo na en-
trada do dormitório, acionando todas as luminárias do ambiente, e um interruptor
simples próximo à cama, acionando apenas uma luminária. A figura 6 mostra o
uso de interruptores paralelos em uma escada; o cliente pode acender e apagar as
luzes em qualquer um dos dois interruptores, ou seja, ele vai optar pelo local mais
conveniente. Caso esses interruptores não sejam projetados, o usuário sempre irá
precisar acionar o interruptor no mesmo lugar (seja na parte superior ou na parte
inferior da escada, ou seja, no interruptor 1 ou no interruptor 2), o que é, no míni-
mo, inseguro, além de ser, obviamente, inconveniente.

11
11
UNIDADE Circuitos Elétricos

Figura 6 – Interruptores paralelos

A próxima simbologia que devemos conhecer é a de tomadas. Esta é uma sim-


bologia muito utilizada por nós, pois é muito comum que precisemos aumentar
o número de tomadas, ou modificar a sua posição. Temos dois tipos de tomadas,
como você se lembra: as tomadas de Uso Geral (TUG) e as Tomadas de Uso Es-
pecífico (TUE). Além disto, temos, de acordo com a NBR 5410, tomadas baixas,
localizadas a 0,30 m de altura do piso acabado; tomadas médias, localizadas a
1,20 m de altura do piso acabado; e altas, localizadas a 2,00 m de altura do piso
acabado. Temos, ainda, as tomadas localizadas no piso, que não são muito co-
muns em residências, mas são bastante utilizadas em projetos corporativos (que
muitas vezes têm piso elevado) e em projetos comerciais.

As representações relativas a estas tomadas são semelhantes, por isso é impor-


tante conhecê-las e saber como utilizá-las. A figura 7 mostra como é a represen-
tação que devemos usar, de acordo com a NBR, para a indicação de cada uma
destas peças em um projeto.

tomada universal ― baixa h=0,30m


tomada universal ― media h=1,20m
tomada universal ― alta h=2,00m
tomada universal 600 VA ― h=1,20m
tomada piso
Figura 7 – Representação de tomadas

12
De maneira geral, as tomadas baixas são as mais utilizadas, pois são mais dis-
cretas, isto é, estas peças ficam escondidas atrás do mobiliário e, portanto, não
interferem na composição de nossos ambientes.
Explor

Alturas acessíveis a um cadeirante: http://bit.ly/2JhtGHY

As tomadas baixas devem ser evitadas em projetos para idosos ou pessoas com
problemas de mobilidade, pois é preciso um grande esforço deste público para ligar
e desligar os aparelhos. A imagem na caixa anterior mostra as alturas que podem
ser acessadas por um cadeirante; é possível perceber que as tomadas médias são as
mais indicadas para este público.

As tomadas médias são utilizadas na maioria das vezes junto aos interruptores,
isto é, estes equipamentos são instalados em uma mesma caixa de passagem. Na
figura 8 é possível ver algumas das várias composições disponíveis para o uso de
tomadas junto a interruptores.

Figura 8 – Composição de interruptor e tomada

Agora você deve estar se perguntando como representar esta composição em


um projeto, certo? É muito simples; basta associar a representação de um interrup-
tor junto a uma tomada média. A figura 9 mostra como fica a representação de um
interruptor simples (de uma tecla) com uma tomada dupla (esta opção é a que está
em primeiro plano na figura 21).

a
Figura 9 – Representação do conjunto interruptor e tomada

13
13
UNIDADE Circuitos Elétricos

Prosseguindo nos tipos de tomadas, temos as tomadas altas. Como você já


deve imaginar, as tomadas altas serão utilizadas principalmente para chuveiros
elétricos, pois possuem a altura ideal para a ligação destas peças; estas tomadas
também são indicadas para a instalação de ventiladores de parede; outro uso,
mais recente, é para máquinas de ar-condicionado, que são, geralmente, ligadas
na parte superior das paredes.
Temos, também, as tomadas de piso. Estas tomadas podem ser instaladas,
principalmente, em edificações que tenham piso elevado. Em edificação com piso
nas lajes (como um apartamento, por exemplo), é muito difícil de fazer com que
os eletrodutos, a fiação e a caixa de passagem sejam instalados, pois isso implica
quebrar a laje, que, como você sabe, é um elemento estrutural e não pode ser
alterado (a não ser que isto tenha sido previsto durante o projeto arquitetônico, e
estes itens tenham sido instalados durante a fase de concretagem da laje).
Finalmente, o último tipo de tomada que vamos estudar são as tomadas para
aparelhos com amperagem maior, como secadores, fornos de micro-ondas,
entre outros. Como é possível ver na figura 19, estas tomadas são instaladas
a meia altura, isto é, a 1,20 m. Por que estas tomadas são instaladas nesta
posição? Exatamente! Porque a maior parte dos aparelhos que utilizam este
tipo de tomada estarão aproximadamente a esta altura, além de serem ligados
e desligados com frequência.
Para conferir estas informações, comece a olhar pela sua casa e pelo seu local
de trabalho como os interruptores e as tomadas estão instalados; analise se estes
são os melhores lugares e imagine as modificações que fariam com que a utiliza-
ção destas peças fosse mais simples, se for o caso de modificá-las.
Depois de tomadas e interruptores, vamos estudar a parte referente à ilumina-
ção em um projeto de elétrica. Como você sabe, o projeto de iluminação é um
dos projetos complementares que o Designer de Interiores pode criar, caso seja
pedido pelo cliente. Para a execução deste projeto, na maior parte das vezes,
vamos alterar o projeto elétrico original. Lembre-se de que o projeto de elétrica
é feito para atender às necessidades mínimas exigidas pela Norma Brasileira e
não necessariamente é a melhor opção para a iluminação dos ambientes de uma
edificação, de acordo com seu projeto.
De acordo com a NBR 5410, todos os cômodos devem ter pelo menos um
ponto de luz fixo no teto, com pelo menos um interruptor simples para comandá-
-lo. Este ponto de luz no teto pode ser substituído por um ponto de luz na parede,
em lugares como depósitos, lavabos, sob escadas, ou em lugares onde a coloca-
ção no teto seja de difícil execução.
Outra indicação é que em caso de ambientes muito grandes, com medidas maio-
res do que 6,00 m, sejam colocados mais pontos, de tal forma que a distância má-
xima entre as luminárias e as paredes seja de 3,00 m.

Isto significa que na maior parte dos projetos de elétrica temos apenas um pon-
to de luz centralizado no ambiente, e isto muitas vezes não atende às necessidades

14
do projeto. Mas antes de pensar nas alterações que faremos, vamos ver como são
indicados estes pontos de luz; é isto que está representado na figura 10.

a
1 2x80W
Figura 10 – Ponto de luz no teto

Na figura 10, o círculo representa o ponto de luz no teto. Este círculo é maior
do que aquele utilizado para a representação do interruptor. Além disto, esta
representação deve conter algumas informações que irão auxiliar na execução da
instalação. A letra “a”, na parte superior direita, representa o interruptor que irá
acionar esta luminária; o número 1, na parte inferior esquerda, se refere ao circui-
to no qual esta luminária estará conectada. O último dado informado, que está na
parte inferior direita, é o número e a potência das lâmpadas que serão utilizadas
nesta luminária.

A figura 11 mostra a representação de um ponto de luz na parede, que nor-


malmente é chamado de arandela; lembre-se de que este ponto pode substituir
o ponto de luz do teto, mas também é muito comum que utilizemos esta opção
como um complemento ou uma alternativa da iluminação fornecida pelo ponto
no teto, ou seja, posso optar por um ponto de luz na parede para criar um clima
ou uma iluminação diferente em um ambiente.

a
1 2x80W
Figura 11 – Ponto de luz na parede

Os dados que constam na indicação do ponto de luz na parede são os mesmos


que constam no ponto de luz no teto, ou seja, a indicação do interruptor, do circuito
e da potência das lâmpadas.

Como você já pode imaginar, ao seguirmos um projeto como este, teremos


apenas uma luminária por ambiente, o que dificilmente vai atender a todas as
necessidades de nossos projetos e de nossos clientes, então é muito comum que
modifiquemos este projeto.

É importante que você entenda que esta simbologia significa mais do que
apenas a posição da luminária no teto; este ponto de luz também funciona como
uma caixa de passagem para a fiação e os eletrodutos; todos estes itens, aliás,
devem ser previstos no projeto que será utilizado na construção, pois devem ser

15
15
UNIDADE Circuitos Elétricos

locados antes da concretagem da laje. A figura no link a seguir mostra esta caixa
de passagem, que equivale ao ponto de luz no teto.
Explor

Caixa de distribuição: http://bit.ly/2LFESjT

Podemos ver na figura do link anterior que temos a caixa de passagem com
vários eletrodutos; é por estes eletrodutos que passam os fios que vão distribuir a
energia entre as outras luminárias, tomadas e interruptores.

Agora que conhecemos as principais simbologias, vamos ver o que elas represen-
tam na prática e como interpretar cada uma destas representações. Vamos começar?

Primeiro precisamos de uma planta arquitetônica. A figura 12 indica a que usa-


remos em nosso projeto.

Figura 12 – Planta arquitetônica

Vamos iniciar fazendo o projeto de elétrica de um dos cômodos; perceba que


vamos fazer o projeto básico, isto é, vamos executar um projeto sem as alterações
que fazemos normalmente, depois de nossos estudos. Imagine que este é o projeto
de acordo com o que foi entregue pela construtora. Depois disto, veremos como
podemos alterar o projeto, certo? Vamos lá!

Vamos começar pela sala de estar, pois neste ambiente vamos colocar a
caixa de distribuição, que, como você já sabe, pode ser uma peça que atrapalha
a composição do nosso projeto, pois o acesso à caixa de distribuição deve ficar
livre e desimpedido.

Lembre-se de que a ideia neste momento é que você consiga ler um projeto,
entendendo como todos os símbolos se relacionam, agora que você já sabe o que
significam. Imagine, por exemplo, que você não tem acesso à edificação, seja pela

16
distância, seja por ela ainda não estar pronta, mas o projeto de elétrica será exe-
cutado da forma como você vai ler o desenho. Depois disso, veremos as alterações
que podemos executar.

A figura 13 mostra uma ampliação da sala de estar; neste desenho, vamos en-
tender como funcionarão as indicações de elétrica, está bem? Na figura é possível
ver a caixa de distribuição, colocada próxima à porta de entrada.

Figura 13 – Caixa de distribuição

Vamos agora colocar o ponto de luz, ou seja, vamos indicar a localização da


luminária (de acordo com a posição disposta pelo engenheiro eletricista, não ne-
cessariamente este será o ponto onde você vai manter a iluminação depois que
fizer seu projeto de luminotécnica). Lembre-se de que o ponto de luz no teto indica
não somente a posição da luminária, mas a passagem de vários eletrodutos que se
cruzam e que estão na laje. A figura 14 indica este ponto de luz e as informações
que ele deve conter.

Figura 14 – Ponto de luz

17
17
UNIDADE Circuitos Elétricos

Na imagem, é possível ver que a luminária será acionada pelo interruptor “a”, que
já iremos localizar; também é possível ver que ela está ligada no circuito “1”; é possível
ver ainda que a luminária terá duas lâmpadas de 100 W de potência cada uma.

Agora que temos o ponto de luz, vamos ver onde o projetista colocou o interrup-
tor que aciona este conjunto. O interruptor está indicado na figura 15.

Figura 15 – Interruptor

Você pode notar que o interruptor foi colocado próximo à porta, de tal forma
que o acesso a esta peça seja facilitado quando a pessoa abrir a porta. Como já
foi dito, esta sempre deve ser uma preocupação do projetista. Também é possível
observar na imagem que o interruptor tem uma letra “a”, da mesma forma que o
ponto de luz, confirmando que aqui será feito o acionamento da luminária.

Finalmente, vamos colocar as tomadas. Como você se lembra, a Norma deter-


mina que cômodos com mais de 6 m² devem ter uma tomada para 5 m de períme-
tro mais uma tomada para a fração. No caso do projeto que estamos estudando,
temos uma área de 15,45 m²; portanto, o projetista deve calcular o perímetro da
sala, para encontrar o número de tomadas necessário. Quando for feita a somatória
das medidas das paredes, vamos chegar a um total de 16,30 m; teremos, portanto,
um total de quatro tomadas, certo?

A maior parte dos projetistas de elétrica vai, a partir deste total, fazer uma divi-
são do número de tomadas pela sala, o que quer dizer que teremos uma tomada em
cada parede. A figura 16 mostra como esta divisão pode ser feita.

18
Figura 16 – Tomadas

Agora que temos os principais elementos de nosso projeto de elétrica, o proje-


tista de elétrica deve fazer as ligações entre eles, isto é, sabemos que a luminária
“a” precisa da energia elétrica que vem de um disjuntor localizado na caixa de
distribuição, certo? Mas qual o caminho que a fiação, dentro do eletroduto, vai per-
correr para levar esta energia? Como você imagina, isto não pode ser deixado ao
acaso, ou seja, precisa ser definido pelo projetista. Mas como esta indicação pode
ser mostrada? Como a indicação deste percurso fica no nosso desenho? Vamos ver
isto na figura 17.

Figura 17 – Eletroduto

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19
UNIDADE Circuitos Elétricos

A linha que liga o ponto de luz no teto à caixa de distribuição indica o caminho
que o eletroduto deverá percorrer para levar a fiação de um ponto ao outro; como a
linha representada é uma linha cheia, isto significa que este eletroduto correrá pela
laje. Você também deve ter reparado que a linha indicada não é reta. Isto acontece
porque o projetista apenas indica o percurso, mas pode haver alguma mudança na
concretagem. A figura 25 mostra os eletrodutos antes da concretagem. Durante
este processo, eles podem ser movidos, portanto o caminho indicado não é fixo.

Você pode estar se perguntando: o que isso significa na prática? A figura 18, que
representa esta sala em perspectiva, vai deixar estes conceitos mais claros.

Figura 18 – Percurso do eletroduto

Desta forma ficou mais simples de entender, certo? O que está indicado na figura
31, portanto, é este percurso, que indica um eletroduto que sobe pela parede, a
partir da caixa de distribuição, e segue horizontalmente pela laje até o ponto de luz.

Agora que temos o percurso da caixa de distribuição, como fica o acionamento,


ou seja, como fica a ligação do interruptor com a luminária? O caminho desta liga-
ção está indicado na figura 19.

Figura 19 – Ligação do interruptor

20
E como esta ligação pode ser demonstrada na perspectiva? Creio que você já
imaginou, mas vamos conferir na figura 20.

Figura 20 – Ligação do interruptor

Como na ligação para o acionamento da luminária basta conectar um circuito,


a representação em planta segue o que está indicado na figura 19, e o significado
disto em uma perspectiva segue o que está indicado na figura 20.

Isto parece complicado? Não se preocupe! Em um primeiro momento estas no-


vas informações podem parecer complicadas, mas releia os pontos que forem mais
difíceis e estude as ilustrações, pois elas vão ajudar a entender os conceitos.

Na próxima Unidade, vamos finalizar o estudo do significado da simbologia,


para que você consiga ler corretamente um projeto de elétrica, e vamos ver as
alterações que indicamos neste tipo de projeto, para adaptá-lo às necessidades de
nossas ambientações e das exigências de nossos clientes.

Até a próxima!

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UNIDADE Circuitos Elétricos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
Simbologia para Instalações Elétricas
http://bit.ly/2w0iHdn

 Leitura
Instalações Elétricas Residenciais
MORENO, Hilton (revisor técnico). Instalações elétricas residenciais. 2003. Edição
baseada nos Manuais de instalações elétricas residenciais – 3 volumes, 1996,
Elektro, Pirelli.
http://bit.ly/2w45790
Simbologia de Projetos Elétricos
GONÇALVES, Luiz Fernando. Aula 7 – Simbologia de projetos elétricos.
http://bit.ly/2w45PmG
NBR 5444 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais
http://bit.ly/2w1IDVQ

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Referências
LIMA FILHO, D. S. Projetos de instalações elétricas prediais. 12ª ed. São Paulo:
Editora Érica, 2011.

SILVA, B. W. Manual de Instalações Elétricas. 1ª ed. São Paulo: BWS Consul-


toria, 2015.

23
23
Instalações Prediais:
Elétrica e Hidráulica
Material Teórico
Projeto

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Vanderlei Rotelli

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Projeto

• Projeto.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Estudar a utilização dos conceitos vistos num Projeto de Instalação Elétrica, usando a
simbologia adequada.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Projeto

Projeto
Vamos continuar estudando o significado da simbologia utilizada num Projeto de
Instalações Elétricas?

Vamos prosseguir estudando as ligações entre as partes do Sistema, vendo como


elas se conectam e como a energia chega a todas as peças. Como você se lembra,
vimos como a energia sai da Caixa de Distribuição e chega até o ponto de luz e
como o Sistema é conectado ao interruptor.

Vamos agora estudar como a energia chega até as tomadas?

Como você já imagina, o percurso é o mesmo, ou seja, a energia sai da caixa de


distribuição, e é levada pelos fios, através dos eletrodutos, até as tomadas.

A Figura 1 mostra como ficam os eletrodutos para a distribuição dos fios.

a a
Estar
3.00

3.00
1 2x100w 1 2x100w

Estar

5.15 a 5.15 a

Figura 1 – Ligação das tomadas


Fonte: Acervo do conteudista

A partir desse ponto, a coisa começa a ficar mais interessante!

Como você se lembra, já temos um eletroduto que sai da Caixa de Distribuição


e vai até o ponto de luz no teto, certo?

E você deve ter notado que a diferença entre as duas imagens é apenas as linhas
que saem do ponto de luz para as tomadas, e você deve estar se perguntando como
os fios chegam até a tomada, certo?

Como você já sabe, o ponto de luz no teto é o local em que o projetista de elétri-
ca colocou a luminária, mas que funciona também como uma caixa de passagem,
ou seja, os eletrodutos chegam e partem desse ponto.

Fica mais fácil entender esses conceitos ao olhar a perspectiva apresentada na


Figura 2.

8
Figura 2 – Ligação das tomadas
Fonte: Acervo do conteudista

Na perspectiva, fica fácil entender os percursos dos eletrodutos, não é verdade?


Tenho certeza que você notou, na Figura 1, que entre a tomada que se localiza
sob a janela e a tomada que está localizada na parede do dormitório existe uma
linha tracejada, certo?
O que isso significa?
Linhas tracejadas, num Projeto de Instalações Elétricas, indicam eletrodutos que
estão embutidos nas paredes, isto é, esses eletrodutos não precisam ser colocados
antes da concretagem, pois serão instalados depois de a parede estar construída.
Você já conhece este tipo de instalação, mesmo que não soubesse como ele era
indicado. Numa obra, o pedreiro vai fazer o que é chamado de “rasgar” a parede,
para que o eletroduto seja embutido nela, e depois é aplicado o mesmo acabamento
usado no restante.
A Figura 3 mostra uma parede que foi “rasgada” para que sejam colocados
os eletrodutos.

Figura 3 – Parede “rasgada”


Fonte: Getty Images

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9
UNIDADE Projeto

Na Figura, é possível ver uma parede que está preparada para receber os ele-
trodutos e as caixas de passagem, isto é, o pedreiro quebrou a alvenaria com uma
talhadeira, fazendo o percurso indicado no Projeto de Instalação Elétrica.

Nesse buraco aberto será instalado o eletroduto e a parede será finalizada e pre-
parada para receber os acabamentos que serão aplicados de acordo com o Projeto
de interiores.

Depois de finalizada a parede é que a fiação é passada, para que sejam feitas as
ligações de tomadas e luminárias.

No caso dessa Figura, as instalações estão sendo executadas durante a obra, o


que facilita as mudanças, pois a parede toda ainda vai receber o acabamento; quan-
do trabalhamos com reformas, ou em imóveis prontos, a execução do acabamento
pode demorar um pouco mais.

Numa sala de estar, além de tomadas e interruptores, ligamos também alguns


outros itens que são conduzidos através de eletrodutos.
Quais são eles?
Isso mesmo! Estamos falando de cabo de antena, fios de telefonia e campainha.
Vamos ver como representá-los e o que significam em nosso projeto?
Vamos lá!
Vamos iniciar colocando a indicação de antena de TV e a fiação do telefone.
Geralmente, os cabos de antena, telefonia fixa e Internet não podem passar pelo
mesmo eletroduto que os cabos de energia, ou estes causarão interferência.
Isso significa que precisaremos ter eletrodutos que podem estar paralelos aos
que levam os cabos de energia, mas que serão exclusivos para esta outra fiação.
A Figura 4 mostra o posicionamento dos pontos de TV, Internet e telefone,
bem como o percurso do eletroduto; é possível perceber que esse eletroduto está
embutido na parede.

Figura 4 – Ponto de TV, telefone e Internet


Fonte: Acervo da conteudista

10
Vamos, agora, colocar a cigarra e a campainha. Esses equipamentos podem
compartilhar os eletrodutos da fiação elétrica, o que facilita bastante sua instalação.

Na Figura 5, é possível ver a posição na qual o projetista responsável pelo pro-


jeto instalou esse equipamento:

Figura 5 – Campainha
Fonte: Acervo do conteudista

A Figura 6 mostra uma perspectiva do cômodo com os equipamentos instalados


e os eletrodutos que conduzem o cabeamento de alimentação dessas peças:

Figura 6 – Perspectiva final


Fonte: Acervo do conteudista

Apenas para finalizar a simbologia que estamos estudando, vamos ver com de-
talhes como são representadas essas últimas peças que instalamos.

A Figura 7 mostra uma legenda, com todas as instalações que foram feitas. Essa
legenda deve constar no Projeto de Instalações Elétricas, bem como nas alterações
que você fizer, pois facilita a comunicação entre todos os envolvidos.

11
11
UNIDADE Projeto

CONVENÇÕES:
quadro de distribuição – QD – 01
tomada universal – baixa h=30cm
tomada universal – média h=120cm
tomada universal – alta h=220cm
tomada universal 600VA h=220cm
tomada de piso
a
Interruptor Simples
a
Interruptor Simples Paralelo
3

1 2x100w Ponto de luz no teto

Ponto de telefonia
Ponto de TV e Internet
Campainha
Cigarra

Figura 7 – Simbologia

No Projeto de Instalações Elétricas, ainda é preciso indicar a potência dos cabos


que alimentam cada um dos complementos, como tomadas e interruptores, isto é,
é preciso que fique claro para quem vai fazer a instalação qual potência vai passar
pelos cabos, pois a bitola, ou seja, o diâmetro dos cabos pode mudar em função do
uso e da energia que vai ser levada.

Essa indicação também é feita por meio de um desenho, no qual, por uma sim-
bologia específica, é indicada a potência e o tipo de cabos usados.

A Figura 8 mostra como essa representação é feita.

Figura 8 – Indicação de potência


Fonte: Acervo do conteudista

12
Isso encerra as principais instalações que vamos ver na sala de nossa edificação.

Até aí as coisas estão fáceis, certo?

Vamos agora ver como fica o projeto completo de instalações elétricas dessa
edificação, de acordo com o que foi pensado pelo projetista, ou seja, como é o
Projeto sobre o qual você vai fazer as suas alterações, a fim de adaptar a residência
para o uso do seu cliente.

A Figura 9 mostra esse projeto. Tente identificar as instalações, de acordo com


a simbologia que estudamos, verificando se elas atenderão às necessidades.

Figura 9 – Instalação completa


Fonte: Acervo do conteudista

E agora?

Ficou mais fácil entender o que está representado?

Tenho certeza que sim. Lembre-se de que, muitas vezes, você terá de trabalhar
com um Projeto como esse e terá de saber como ler e interpretar esse desenho,
além de conseguir fazer as suas alterações e mudanças.

A Figura 10 mostra um Projeto real de instalação elétrica, apesar de o desenho


parecer complicado, perceba como você já consegue ler e interpretar os dados que
constam na Planta.

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UNIDADE Projeto

Figura 10 – Projeto de Instalação Elétrica


Fonte: <https://bit.ly/2BiKNCn>. Acesso em: 9 fev. 2019

Vamos começar a estudar de maneira mais profunda esse projeto e, principal-


mente, entender como ele foi feito, para que consigamos fazer as adaptações que
forem necessárias.

A primeira coisa que você deve ter notado, é que esse projeto foi feito sem a pre-
sença de um layout, isto é, a maior parte das tomadas, por exemplo, foi colocada
de maneira centralizada em cada uma das paredes, mas sem um estudo sobre as
necessidades e os usos de cada uma.

Pode-se dizer a mesma coisa a respeito de todas as outras peças. Os interrup-


tores dos dormitórios, por exemplo, não são do tipo paralelo, ou seja, os usuários
precisam se levantar da cama para apagar ou acender a luz.

Como foi dito, esse é um projeto feito por um Engenheiro Eletricista, e que aten-
de às Normas, mas não é um PROJETO feito para um cliente específico, que tem
um estilo de vida particular, necessidades exclusivas e que precisa de um projeto
que atenda a essas necessidades.

Como designers de interiores, entre os projetos que executamos, estão os pro-


jetos complementares e, entre esses projetos, o Projeto de adaptação de Instalação
Elétrica, ou seja, precisamos saber ler o Projeto original e pedir que sejam feitas as
alterações necessárias para que as instalações propiciem uma utilização confortável
e correta para o nosso cliente.

Note que sempre deveremos sugerir essas alterações, mas é preciso um profis-
sional especializado para adaptar, a partir das instalações existentes, os equipamen-
tos e o fornecimento de energia para esse novo projeto.

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De maneira geral, as alterações que vamos propor são bastante simples, e não
requerem grandes mudanças no fornecimento de energia ou nas instalações que
já existem na edificação, mas é sempre aconselhável procurar um profissional que
tenha o conhecimento e a competência técnica para fazer essa avaliação.
De qualquer forma, vamos começar a analisar e adaptar o Projeto às necessida-
des do Projeto que executamos. Para isso, vamos estudar uma proposta de layout
para a edificação, como pode ser visto na Figura 11.
É claro que este layout está bastante simples. A ideia é que tenhamos uma ideia
de uso para que possamos pensar nas alterações que seriam necessárias para este
projeto, pois com outro layout ou outros usos, as alterações seriam diferentes.

Figura 11 – Proposta de lado


Fonte: Acervo do conteudista

Como temos estudado a sala de estar para entender a simbologia e o projeto,


vamos começar por ela.

O que você acha?

Vamos lá!

A primeira coisa que você deve ter notado é que temos apenas um interruptor
simples na sala de estar, ou seja, além de termos apenas um lugar para apagar e
acender a luminária, teremos apenas um tipo de iluminação, o que geralmente
não é verdade, isto é, numa sala de estar temos vários tipos de luminárias e de
iluminações. Isso significa que depois da execução do seu projeto de luminotécnica,
você, provavelmente, vai trocar esse interruptor simples por um interruptor duplo
ou triplo, de acordo com a sua necessidade.

De qualquer forma, nesse primeiro estudo do Projeto de Instalação Elétrica, você


já vai fazer a sua primeira modificação com relação ao interruptor.

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15
UNIDADE Projeto

Qual vai ser essa alteração?

Exatamente!
Você vai sugerir a colocação de um interruptor paralelo próximo ao hall de aces-
so aos dormitórios.
Sempre que você for sugerir essas modificações em Projeto, é necessário que
você imagine como o usuário vai utilizar os espaços.
No caso da colocação do interruptor paralelo, você precisa imaginar que seu
cliente, ao entrar em casa, acionou o interruptor para acender a luz da sala; depois
disso, ele foi para a cozinha, ou se sentou no sofá para assistir à Televisão; quando
ele for para o dormitório, da forma como o Projeto está executado, ele precisará
vir até a porta da sala para apagar a luz, e irá para o dormitório no escuro, o que
pode ser perigoso.
Ao sugerir um interruptor paralelo próximo ao hall dos dormitórios, você está
prevendo uma melhoria no uso, facilitando o dia a dia do usuário.
Como podemos fazer essa modificação?
Vamos utilizar o Projeto base de Instalações Elétricas que foi fornecido, mas
vamos indicar as alterações que forem sugeridas em vermelho, destacando as mu-
danças que devem ser executadas.
A Figura 12 mostra a mudança no interruptor, de acordo com o que você pro-
jetou; por enquanto, como ainda não temos o Projeto de Luminotécnica, vamos
manter o interruptor de uma tecla:

Figura 12 – Alteração dos interruptores


Fonte: Acervo do conteudista

O número de teclas de um interruptor é definido pelo Projeto de Luminotécnica, ou seja, é o


Explor

Projeto de Luminotécnica que vai definir como e quando cada luminária será acesa.

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Perceba que o mobiliário foi esmaecido, isto é, foi deixado transparente, para
que a associação entre as alterações indicadas e o layout sugerido fique mais sim-
ples, e seja possível associar o projeto executado e as mudanças necessárias.
Note, também, que já foram retirados os eletrodutos e a fiação, pois, geralmente,
em alterações como essas que estamos sugerindo, os eletrodutos estarão embutidos
na parede, isto é, a edificação já está construída, portanto, será impossível colocar
mais eletrodutos na laje. Assim, as alterações serão feitas por meio de eletrodutos
nas paredes, e nós, designers de interiores, não somos os profissionais responsá-
veis por definir o percurso dessas peças.
Depois da indicação da colocação dos paralelos, qual a próxima alteração que
chama a sua atenção? O que você acha de deslocarmos o ponto de antena e de
Internet próximo ao aparelho de TV?
Faremos a mesma indicação, ou seja, vamos trabalhar com cores para que a
alteração fique bem clara para o profissional que vai fazer a mudança.

A Figura 13 mostra essa outra alteração:

Figura 13 – Alteração da antena de TV


Fonte: Acervo do conteudista

Já que estamos fazendo alterações para o espaço da televisão, você deve ter
percebido que temos apenas uma tomada nesta parede.
Atualmente, o número de aparelhos que utilizamos junto com o aparelho de
televisão é muito grande, desde receptores de TV a cabo até videogames e home
theaters, além de leitores de blu-ray, entre outros.
Isso quer dizer que precisamos de um grande número de tomadas para atender
a todas essas demandas.
Lembre-se de que o ideal é que, dentro das possibilidades, você evite que seu
cliente precise utilizar extensões ou benjamins (ou “Ts”) para ligar todos esses apa-
relhos. O ideal é que você projete caixas com no máximo duas tomadas, pois vários
plugs tem formatos diferentes, e podem atrapalhar a ligação de outros plugs numa
caixa com quatro tomadas, por exemplo.

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UNIDADE Projeto

A maneira de indicar essas caixas num projeto é utilizando a mesma simbologia


de uma tomada, mas sobreposta, isto é, indicando um símbolo sobre o outro, como
indicado na Figura 14:

Figura 14 – Alterações de tomadas


Fonte: Acervo do conteudista

Nesta Figura, é possível perceber que mantivemos a tomada projetada original-


mente, mas acrescentamos outras cinco. Caso fosse necessário mover a tomada
para outro ponto, todos os símbolos deveriam ser coloridos, pois a tomada existen-
te não seria utilizada.

No caso dessas tomadas, o eletricista vai apenas rasgar a parede, como foi visto
na Figura 3, embutir o eletroduto, juntamente com a caixa de tomada e, depois
disso, fazer a ligação das peças.

No caso do layout sugerido, pode ser interessante, também, que façamos a mu-
dança do ponto de telefonia fixa.

Como você pode ver na Figura 11, foi posicionada, próxima ao sofá, uma mesa
lateral, que pode funcionar como apoio ao aparelho de telefonia fixa.

Além dessa alteração, podemos aproveitar melhor a tomada que está localizada
na parte posterior dessa mesa, isto é, o aparelho pode ser ligado nessa tomada
para a alimentação da peça.

Esta alteração também precisa ser indicada, conforme é possível ver na Figura
15, mas é uma alteração simples, pois o eletroduto já está instalado, bastando ape-
nas a instalação da caixa do telefone.

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Figura 15 – Alteração do ponto de telefonia fixa
Fonte: Acervo do conteudista

Uma coisa que você sempre deve ter em mente, é que o custo de modificações
em projetos construídos pode ser bem alto. Por isso, é importante que essas alte-
rações sejam sempre pensadas a partir do layout definitivo, isto é, você não vai
propor essas alterações enquanto estiver na fase de estudos, ou antes da definição
final do mobiliário e da circulação.

Outro detalhe importante que você deve ter em mente são as necessidades do
seu cliente, isto é, caso seu cliente não tenha muitos aparelhos eletroeletrônicos,
pode ser desnecessária a colocação de tantas tomadas.

Muitos designers também costumam transformar todas as tomadas simples em


tomadas duplas, pela troca das peças. Essa é outra modificação que deve ser pen-
sada, tanto pela questão do custo quanto pelo tempo de uma obra.

Fazer o “rasgo” na parede é uma obra relativamente simples e rápida. A mudan-


ça na caixa e na tomada também não leva muito tempo, bem como a passagem
da fiação.

A parte mais demorada é o acabamento que deve ser dado sobre essa alteração,
pois refazer a parede pode demorar de dois a três dias, antes mesmo do acabamen-
to que deve ser aplicado, de massa e pintura.

Temos outro problema nessa sala, que você já deve ter percebido, e que já
foi mencionado.

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19
UNIDADE Projeto

Sabe qual é?

Isso mesmo!

A Caixa de Distribuição. Essa caixa está projetada num lugar muito visível, na sala
de estar, e como dito, essa peça é muito difícil e tem custo muito alto para ser alterada.
Isso significa que ao estudar o Projeto original de Instalações Elétricas, você já
identificou esse problema, ou seja, já percebeu a posição na qual foi colocada a cai-
xa de distribuição, e já começou a pensar em uma solução, para disfarçá-la, como
vimos anteriormente.
Outro custo que você deve ter em mente é o da troca de disjuntores, isto é, é
provável que no Projeto de Instalações Elétricas original, todas as tomadas da sala
estivessem ligadas num disjuntor, isto é, fizessem parte de um único circuito.
Com as alterações que foram pedidas, provavelmente as seis tomadas que foram
colocadas atrás do rack da televisão serão alimentadas por um único disjuntor, ou
até por dois disjuntores, dependendo da energia que for necessária para alimentar os
aparelhos (isso quer dizer que teremos mais um ou dois circuitos), enquanto as outras
tomadas, que constavam no Projeto original, serão alimentadas pelo circuito original.
Também é possível, dependendo da energia demandada pelos aparelhos, ape-
nas trocar o disjuntor original por um que tenha potência maior, mas isso é desa-
conselhável, pois pode provocar sobrecarga.
Como você já sabe, o disjuntor deve desligar em caso de sobrecarga, mas pode
ser que isso não aconteça no caso de um aumento de potência.
Outro ambiente no qual costumamos fazer algumas alterações é a cozinha. Al-
guns eletrodomésticos precisam de circuitos exclusivos, isto é, alguns aparelhos
precisam ser ligados a um disjuntor exclusivo, com a potência especificada pelo
fabricante, sob a pena de perda da garantia.
Nos dormitórios, caso também não tenham sido projetados, você pode projetar
interruptores paralelos para a iluminação, além de tomadas nos dois lados da cama,
no caso da cama de casal.
Finalizando, a Figura 16 mostra todas as alterações que foram feitas em relação
ao Projeto original.

Lembre-se de que as alterações devem ser feitas a partir da finalização do layout,


adaptando o Projeto original às reais necessidades do cliente.

É possível perceber, também, que, de forma geral, acrescentamos alguns itens


ao que foi pensado inicialmente, pois a NBR sempre fala sobre as instalações míni-
mas, e, por ser uma normatização antiga, está defasada.

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Figura 16 – Projeto alterado
Fonte: Acervo do Conteudista

Perceba, também, que sempre que possível, o ideal é que você participe da
concepção inicial do Projeto de Instalações Elétricas, evitando, dessa forma, as
alterações que vimos, isto é, se esse projeto tivesse sido concebido a partir do seu
Projeto de Interiores, ele já teria sido executado da maneira mais adequada às ne-
cessidades do seu cliente.

Infelizmente, esta é uma condição muito rara, e trabalhamos, na maior parte das
vezes, com alterações, como acabamos de estudar.

Dessa maneira, finalizamos o estudo das Instalações Elétricas residenciais.

Como você viu, a execução das alterações que devemos executar não são difíceis
de serem projetadas, mas demandam bom senso e conhecimento técnico.

Releia as partes que ainda causam dúvidas, estude atentamente as Figuras e


você verá que, apesar de ser um conhecimento técnico, este é um Projeto comple-
mentar que você fará de maneira simples e rápida.

Até a próxima Unidade!

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UNIDADE Projeto

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Instalações Elétricas Passo a Passo - Projeto Completo Aula 1
Explicação sobre projeto.
https://youtu.be/N7BJHUFNsBU
Projeto Elétrico Residencial Completo Passo a Passo com Simbologia Padrão
Uso de simbologia.
https://youtu.be/BM6P3WfkV8A

 Leitura
Projeto de Instalações Elétricas Residenciais
Cálculo de potência.
https://bit.ly/2UbUITx
Apostila de Projeto de Instalações Elétricas Residenciais e Prediais (Parte III)
Projeto de elétrica.
https://bit.ly/2C1Uk2Y

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Referências
LIMA FILHO, D. S. Projetos de Instalações elétricas prediais. 12. ed. São Paulo:
Érica, 2011.

SILVA, B. W. Manual de Instalações Elétricas. São Paulo: BWS Consultoria, 2015.

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Instalações Prediais
Elétrica e Hidráulica
Material Teórico
Instalações Hidrossanitárias

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Vanderlei Rotelli

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Instalações Hidrossanitárias

• Introdução;
• Instalações de Água Fria;
• Instalações de Água Quente;
• Instalações de Esgoto;
• Instalações de Águas Pluviais.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar os principais conceitos de Instalações Hidráulicas e de água quente.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Introdução
Vamos continuar nossos estudos sobre as instalações prediais básicas?

A partir desse momento, focaremos nossos estudos nas instalações hidrossanitá-


rias, como elas funcionam, bem como em nossas responsabilidades e competências
como Designers de Interiores.

Vamos começar?

Quando falamos sobre um Projeto de Instalações hidrossanitárias para o Design


de Interiores, estamos falando sobre a indicação dos pontos existentes e dos novos
pontos de água fria, água quente e esgoto.

De forma geral, todos os pontos que são ligados à Rede de Abastecimento, como
a água fria, e à Rede de Recolhimento, como o esgoto, constarão em nosso Projeto.

No Brasil, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) traz as definições e as


atribuições de cada profissão, nela descrita as características e as competências da
profissão de Design de Interiores, e apresenta as atividades da profissão, entre elas
a de coordenar equipes, contratar serviços especializados e alocar pontos hidráulicos.

Por intermédio da ABNT, temos a NBR 16.280, Reforma de Edificações – Sis-


tema de Gestão de Reformas – Requisitos, que apresenta requisitos para a gestão
de reforma em edificações. Por meio dessas características apresentadas, compre-
endemos até que ponto vai a responsabilidade do Designer de Interiores na etapa
de Projeto e de execução a obra.

Mesmo que o Designer de Interiores não tenha responsabilidade técnica para


projetar, executar e assinar Projetos de Instalações Hidrossanitárias, é de extrema
importância que tenha o conhecimento básico sobre o assunto, vez que o instru-
mento de Projeto é o ambiente, que é composto por algumas instalações elétricas
e instalações hidrossanitárias.

Esse conhecimento prévio permite a concepção de um Projeto criativo, racional


e viável para sua execução, não gerando ônus ao cliente por desconhecimento de
normas, tecnologia ou procedimentos na etapa de execução, a qual deveria ter sido
observada e avaliada na etapa de concepção do Projeto.

Muito bem, caro estudante!

Chegamos a um ponto importante!

A compreensão sobre a organização e o funcionamento das etapas de execução


das Instalações Hidrossanitárias gera insumos para a concepção do Projeto de
Design de Interiores.

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Esse conhecimento permite decisões coerentes sobre o Projeto e a viabilidade
para sua execução, otimizando recursos materiais, financeiros e tempo.

A partir dessa compreensão sobre qual é a responsabilidade e o limite da atuação


do Designer de Interiores, vamos conversar sobre as Instalações Hidrossanitáras.

Para começar, vamos conhecer os quatro subsistemas diferentes das Instalações


Hidrossanitárias, que são as instalações de água fria, as instalações de água quente,
o Sistema de Esgoto e as instalações de águas pluviais. Cada tipo de Subsistema das
Instalações Hidrossanitárias tem normas brasileiras que regulamentam as caracte-
rísticas do Projeto, sua execução e seus requisitos.

Neste momento, destacamos:


• NBR 5626: Instalação predial de água fria;
• NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitário;
• NBR 7198: Projeto e execução de instalações prediais de água quente;
• NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais.

Em uma visão geral, as Instalações Hidráulicas são formadas pelo conjunto de


tubulações, reservatórios e equipamentos que abastecem aparelhos sanitários e
pontos hidráulicos, que caracterizam as instalações de água fria e de água quente, e
também pelo conjunto de tubulação para coleta, transporte, e tratamento de líquido
de despejo, que caracterizam as Instalações de Esgoto.

As edificações, conforme sua natureza de uso, devem possuir Instalações de


Distribuição de água e Recolhimento de resíduos líquidos considerando as exigên-
cias sanitárias mínimas, por mais simples que sejam as tipologias das Instalações
Hidrossanitárias.

Numa visão macro do Sistema Hidráulico, podemos classificar as Instalações em


dois termos:
• Instalações Internas: que compreendem as Instalações Hidráulicas realizadas
para uso da edificação;
• Instalações Externas: que compreendem as Instalações Hidráulicas de caráter
de obra pública, para abastecimento e saneamento básico das edificações.

Pensando nisso, pergunto: qual a importância de conhecer as Instalações Hi-


dráulicas presentes nas edificações ou nos ambientes em que será desenvolvido o
Projeto de Design de Interiores? No que as Instalações Hidráulicas podem influen-
ciar o Projeto final?

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Figura 1 – Imagem esquemática da distribuição das instalações internas e instalações externas de uma edificação
Fonte: CARVALHO, 2013

A partir da imagem esquemática da Figura 1, compreendemos que as instala-


ções internas terão influência nos Projetos de Design de Interiores, sendo neces-
sário o conhecimento básico de como funciona esse Sistema, seu comportamento
e as variantes presentes nas Instalações Hidráulicas.

Para uma edificação ter o serviço de abastecimento de água e saneamento deve


existir a ligação entre as instalações externas, que fazem o fornecimento público,
e as instalações internas, que fazem o Serviço de Distribuição e de Recolhimento
dentro das edificações, como podemos observar na Figura 2:

Figura 2 – Distribuição da Rede de água quente, água fria e esgoto


Fonte: Wikimedia Commons

Para o desenvolvimento de um Projeto, o Designer de Interiores deve contem-


plar as instalações internas, que correspondem ao Sistema de Distribuição de água
fria e água quente, esgoto, águas pluviais, esse último apenas para conhecimento,
e aos equipamentos sanitários como chuveiro, lavatório, bacia sanitária, tanque,
torneiras, ralo sifonado, sifão e outras peças.

Não cabe ao Designer de Interiores a responsabilidade projetual das Instala-


ções Hidráulicas.

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No Projeto de Design de Interiores que contemplar as Instalações Hidráulicas,
o designer deve limitar-se a alocar os pontos hidráulicos e a especificação do equi-
pamentos sanitários, como modelo de bacia sanitária, cubas, misturadores e outas
peças, deixando a cargo de profissionais ou Empresas especializadas a definição do
Projeto Hidráulico em relação ao Projeto de Design de Interiores, no qual também
se faz necessária a emissão da Responsabilidade Técnica (ART) do Projeto Hidráu-
lico, bem como um acompanhamento rigoroso de sua execução.

Infelizmente, na prática, vemos certo desprezo com esses procedimentos proje-


tuais, o que acarreta, posteriormente, depois de finalizada a execução, vários pro-
blemas, que poderiam ser evitados se fosse dada a devida importância ao Projeto e
ao Planejamento Hidráulico.

Por exemplo, em uma reforma, podemos ter dois tipos de serviços a serem
contemplados, como troca e manutenção dos equipamentos hidrossanitários ou
alteração e ampliação da tubulação ou pontos existentes.

Na primeira situação, é necessário apenas um profissional capacitado, com su-


pervisão do Designer de Interiores.

Imagine, por exemplo, a troca da louça sanitária de um lavabo. Na segunda situa-


ção, por envolver alterações nas Instalações Hidráulicas e, possivelmente, aberturas
nas alvenarias (lembra-se de quando falamos em “rasgar” a alvenaria para embutir
os eletrodutos? O mesmo procedimento é feito para embutir o encanamento), é ne-
cessário um profissional especializado, como o Engenheiro Civil, para a avaliação,
o desenvolvimento do Projeto e o acompanhamento da execução.

Depois de compreendermos a visão macro das Instalações Hidrossanitárias, ou


seja, uma visão geral do Sistema, vamos agora conversar sobre cada um dos quatro
Subsistemas existentes, a função de cada um e sua tipologia no Sistema geral.

Em geral, as Instalações Hidráulicas prediais são todos os Subsistemas res-


ponsáveis pelo abastecimento da água e pelo Sistema de Recolhimento do esgo-
to da edificação.

Como visto anteriormente, os Projetos de Instalações Hidráulicas devem ser


desenvolvidos por profissionais especializados, ficando a cargo do Designer de
Interiores alocar os novos pontos ou relocar os pontos existente em relação à con-
cepção do Projeto.

Uma Instalação Hidráulica Predial é dividida em Subsistemas diferentes, confor-


me sua natureza.

Neste momento, destacamos as instalações de água fria, as instalações de água


quente, o Sistema de Esgoto e as instalações de águas pluviais. A partir deste pon-
to, veremos os conceitos envolvidos em cada Subsistema.

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Instalações de Água Fria


Uma instalação de água fria, na qual se considera a água em temperatura am-
biente, é o conjunto de tubulações, conexões, equipamentos, dispositivos e reserva-
tórios que contribuem para o abastecimento dos pontos de água e dos equipamen-
tos sanitários de uma edificação, em quantidade satisfatória, mantendo a qualidade
da água fornecida pela Rede de Abastecimento.
Os conceitos envolvidos em um Projeto e Execução desse tipo de instalação são
o fornecimento contínuo de água às edificações, em quantidade suficiente, prevendo
situações problemas decorrentes da interrupção do funcionamento do Sistema Públi-
co de Abastecimento, definição por meio das normas vigentes de valores de pressões
e velocidades da água, assegurando, assim, um bom funcionamento da instalação e
evitando vazamentos e ruídos nas canalizações e nos aparelhos, a preservação da
qualidade da água por meio de técnicas de distribuição e a reserva satisfatória de
água, proporcionando aos usuários boas condições de higiene e conforto.
O abastecimento de água fria pode ser público, por meio de uma concessioná-
ria legalmente estabelecida, privado, por meio do uso de poços artesianos, ou uso
misto, empregando as duas tipologias descritas.

Os Sistemas de Abastecimento de uma edificação podem ser divididos em


três tipos:
• Sistema Direto: A água vem diretamente da Rede Pública de Abastecimento
(via Concessionária), não havendo um reservatório na edificação. Nesse caso, a
distribuição da água é feita de forma progressiva e os equipamentos de utilização
de água são abastecidos diretamente da Rede Pública. Esse Sistema tem baixo
custo de instalação; porém pode existir problema de interrupção no fornecimen-
to de água no Sistema Público, consequentemente, faltando água na edificação:

Figura 3 – Imagem esquemática da Distribuição do Sistema Direto


Fonte: CARVALHO, 2013

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• Sistema Indireto: Neste tipo de Sistema, cria-se um reservatório para mini-
mizar o impacto que a irregularidade do fornecimento ou a falta de água pode
causar. Para essa tipologia de Sistema, podemos considerar três situações:
» Sistema Indireto sem Bombeamento: Sistema ocorre sem bombeamento
da água. A pressão da Rede Pública, fornecida pela Concessionária, é sufi-
ciente para abastecer o reservatório superior da edificação, que alimenta os
pontos de água por gravidade. Esse tipo de Sistema é utilizado em edifica-
ções de até três pavimentos;

Figura 4 – Imagem esquemática da distribuição do Sistema Indireto sem bombeamento


Fonte: CARVALHO, 2013

» Sistema Indireto com Bombeamento: utilizado quando a pressão da Rede


Pública não é suficiente para abastecer o reservatório superior. Nesse caso,
cria-se um reservatório inferior que é abastecido pela Rede Pública e, através
dele, a água é bombeada para o reservatório superior, através de um Sistema
de recalque, abastecendo os pontos por gravidade. Esse tipo de Sistema é usu-
al em edificações acima de três pavimentos;

Figura 5 – Imagem esquemática da distribuição do Sistema Indireto com bombeamento


Fonte: CARVALHO, 2013

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

»» Sistema Indireto Hidropneumático: quando o abastecimento requer um


Sistema de pressurização da água a partir do reservatório inferior. Ele é
utilizado sempre em que não possibilidade de instalação de um reservatório
superior, onde perde-se a força da gravidade para gerar a pressão necessá-
ria para o ponto de água. Outra situação de utilização é quando o reserva-
tório superior não está elevado suficiente para gerar a pressão necessária
por gravidade;
• Sistema Misto: O Sistema de Distribuição Mista é utilizado com parte do
abastecimento da edificação feito diretamente pela Rede Pública e outra parte
feita pelo abastecimento do reservatório superior. É o Sistema mais usual, pois
a mescla do abastecimento permite priorizar locais essenciais com o abasteci-
mento do reservatório superior, como os banheiros, e os demais pontos ligados
diretamente à Rede Pública, como tanques e torneiras externas.

Figura 6 – Imagem esquemática da distribuição do Sistema Misto


Fonte: CARVALHO, 2013

Instalações de Água Quente


Ao longo dos anos, houve evolução nas exigências sobre a qualidade e o con-
forto das edificações de uso habitacional, chegando até a esfera das Instalações
Hidráulicas prediais.

Hoje, as instalações de água quente são encontradas largamente em residências


e condomínios de médio e alto padrão e se destinam a banhos, à higiene, à utili-
zação em cozinhas, à lavagem de roupas e, saindo da esfera do uso residencial, a
finalidades médicas ou industriais.

As instalações de água quente também devem seguir as normas vigentes, ade-


quando seu Projeto e execução de modo a garantir as condições mínimas exigidas.

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Em geral, as temperaturas previstas conforme o uso são:
• Uso pessoal, banhos e higiene 35° C a 50° C;
• Uso em cozinhas industriais 60° C a 70° C;
• Uso em lavanderias industriais 75° C a 85° C.

Com relação ao fornecimento de água quente, como não há fornecimento via


Rede Pública, ele é realizado em tubulação diferente da instalação de água fria,
sendo produzido por três tipos diferentes de Sistemas:
• Aquecimento individual: é a produção de água quente para um único apare-
lho sanitário ou para um conjunto pequeno no mesmo ambiente, como, por
exemplo, aquecedores de torneira elétricos ou chuveiro elétrico;

Figura 7 – Chuveiro elétrico


Fonte: Getty Images

• Aquecimento central individual: é a produção de água quente para abaste-


cimento de todos os equipamentos hidráulicos de uma única residência, por
exemplo, aquecedores por acumulação (boiler) ou aquecedores de passagem;
• Aquecimento central coletivo: é a produção de água quente para o abasteci-
mento dos aparelhos e das unidades habitacionais de uma edificação. A produ-
ção é realizada para atender todas as unidades residenciais e suas demandas.

Além da modalidade de fornecimento, podemos ter fontes diferentes para o Sis-


tema de Aquecimento da água quente, sendo essa definida por sua tipologia e pelos
equipamentos de uso para aquecer.

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

As tipologias são:
• Sistema de aquecimento por passagem, com equipamentos elétricos ou a gás,
nos quais o calor gerado será transferido diretamente para a água, que será
aquecida. Para esse tipo de aquecimento temos, por exemplo, os seguintes
equipamentos: chuveiros e torneiras elétricas e aquecedores de passagem, nos
quais o uso será imediato;

Figura 8 – Aquecedor de passagem


Fonte: Wikimedia Commons

• Sistema de aquecimento por acumulação, no qual o aquecimento da água é


gerado por um Sistema de serpentina dentro do aparelho de acumulação, sen-
do elétrico ou a gás. A água aquecida fica armazenada e é controlada por um
termostato, que mantém a temperatura dentro dos limites. A perda de calor é
controlada pelo revestimento térmico do equipamento. O uso da água desse
Sistema pode ser imediato, bem como posterior;

Figura 9 – Aquecedor por acumulação


Fonte: Wikimedia Commons

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• Sistema de aquecimento solar, parecido com o Sistema de acumulação, no
qual é utilizado um tanque para a acumulação de água. Sua diferença está na
fonte geradora de calor, na qual são utilizadas placas coletoras solares para a
produção de energia e aquecimento da água.

Figura 10 – Aquecedor solar


Fonte: Getty Images

Instalações de Esgoto
As Instalações de Esgotos têm o fim de conduzir as águas utilizadas para fins
higiênicos, a lugares adequados, retirando-as das edificações. Para atender essa
necessidade, faz uso de aparelhos sanitários, equipamentos, tubulações e outros
dispositivos, que devem realizar esse trabalho de forma eficaz.

As tubulações de esgoto devem ser de rápido escoamento e fácil desobstrução,


evitando vazamentos e escapamentos, impedindo a poluição da água potável (o que
se pode conseguir com a correta utilização e com o dimensionamento apropriado
de tubulações e de conexões, assim como os outros componentes do Sistema de
Esgoto) e devem evitar a passagem de gases e de animais para o interior da edifi-
cação, o que pode ser resolvido com o uso de sifão e fecho hídrico. Todo o esgoto
deverá ser coletado e lançado na Rede Pública ou em um Sistema particular, quan-
do não existir a Rede Pública para recolhimento e tratamento.

O Sistema de Esgoto é divido em dois grupos:


• Esgoto primário: são as tubulações e os conectores que podem ter acesso de
gases; são as descargas que vão desde os desconectores até o coletor público;
• Esgoto secundário: no qual as tubulações e os aparelhos utilizados não têm
acesso de gases gerados pela Rede Pública; vão das descargas até as caixas
sifonadas, ralos sifonados e sifões.

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Explor
Esgoto primário e esgoto secundário: https://bit.ly/2vZw2m7

Para melhor compreensão, sugiro que você vá até o banheiro de sua casa. Lá,
você verá em funcionamento as instalações de água fria, água quente e esgoto,
todas funcionando em conjunto, mas em Sistemas separados.

Ao tomar banho, você estará usando um Sistema de aquecimento, o qual está


gerando a água quente e o recolhimento desse líquido utilizado estará sendo feito
pelo ralo que está próximo à área de banho.

Esse é o Sistema de Esgoto secundário, que recolhe as águas servidas e carrega


até o Sistema de Esgoto primário, ligado ao coletor municipal.

É importante frisar que as instalações de água fria, água quente e esgoto são
as Instalações Hidrossanitárias de uma edificação. O dimensionamento correto de
suas tubulações e aparelhos, conforme demanda e uso, garante a qualidade do
Projeto e de sua execução.

Pense nisso!

Instalações de Águas Pluviais


As Instalações de Águas Pluviais têm como objetivo a coleta e o escoamento das
águas das chuvas para os cursos de águas naturais, com a finalidade de evitar as
enchentes das edificações e das ruas públicas.

Atualmente, existem normas vigentes sobre as condições e as exigências mí-


nimas para o desenvolvimento do Projeto e sua execução, como, por exemplo, a
NBR 10844.

Os municípios, em geral, preveem em seus Códigos de Edificações e Obras que


o recolhimento das águas pluviais não pode ocorrer junto com o Sistema de Esgoto
e nem permitir o acesso de gases em sua tubulação.

Esse Sistema também não pode estar ligado às instalações de água fria, pois
esse tipo de água não passou por tratamento para sua utilização.
Explor

Sistema Hidrossanitário com Sistema de águas pluviais: https://bit.ly/2Q2oGYr

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Fácil entender esses conceitos, certo?

Caso você tenha alguma dúvida, reveja a passagem que não ficou clara, consulte
o Material Complementar indicado e você vai ver que isso é muito simples e, como
dito, comece a prestar atenção às instalações de sua casa, pois elas certamente
segue essas diretrizes; basta que você perceba como isso funciona.

Até a próxima!

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Um Mundo Melhor está em Obra | Soluções Tigre de Tratamento para Água e Tratamento de Esgoto
Reflexão sobre as Instalações Hidrossanitárias e a Sustentabilidade.
https://youtu.be/onmkphatFiM

 Leitura
Esquema de Funcionamento e Dimensionamento da Instalação de Água Fria em Residências
Reportagem sobre o funcionamento da Rede de água fria.
https://bit.ly/2YTk8Xy
Processo de Projeto de Obras de Edificações: Iniciativas para a Melhoria da Qualidade
Artigo sobre a qualidade na construção civil.
https://bit.ly/2MeDHrV
Reuso da Água Pluvial em Edificações Residenciais
Artigo sobre reuso de água pluvial.
https://tinyurl.com/y466wro6

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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626 – Instalação
predial de água fria. Rio de Janeiro: ABNT, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7198 – Projeto e


execução de instalações prediais de água quente. Rio de Janeiro: ABNT, 1993.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8160 – Sistemas


prediais de esgoto sanitário. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16280 – Refor-


ma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos. Rio de Janeiro:
ABNT, 2014.

BORGES, Ruth Silveira; BORGES, Wellington Luiz. Instalações Prediais Hidráu-


lico-Sanitárias e de Gás. 4.ed. São Paulo: Pini, 1998.

CARVALHO JUNIOR, Roberto de. Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias:


princípios básicos para elaboração de Projetos. São Paulo: Blucher., 2014.

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Instalações Prediais:
Elétrica e Hidráulica
Material Teórico
Instalações Hidrossanitárias

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Vanderlei Rotelli

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Instalações Hidrossanitárias

• Introdução;
• Tubulações e Conexões em PVC Rígido (Policloreto de Vinila);
• Tubulações e Conexões em CPVC (Policloreto de Vinila Clorado);
• Tubulações e Conexões em PPR (Polipropileno Copolímero Random);
• Tubulações em PEX (Polietileno Reticulado);
• Tubulações e Conexões em Cobre.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar os principais conceitos de instalações sanitárias, colunas e shafts.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Introdução
Nesta Unidade, apresentaremos os principais conceitos de instalações sanitá-
rias, colunas e shafts, conversaremos sobre a escolha adequada dos componentes,
materiais, equipamentos e aparelhos a serem usados nas instalações hidráulicas,
condições básicas necessárias para uma execução de confiança e garantia de fun-
cionamento adequado do sistema, além da existência de um projeto que prevê
soluções racionais e de bom custo-benefício. Conhecer as tipologias de materiais,
tecnologias empregadas, média de custo de material e de mão de obra e prazos
gerais de execução é fundamental para o desenvolvimento do projeto.

Anteriormente, conceituamos alguns tipos de instalações existentes nas ins-


talações hidrossanitárias, sendo elas: instalação de água fria, instalação de água
quente, instalação de esgoto e instalação de águas pluviais. Além de normatizar
as instalações hidráulicas, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
também estabelece normas e padrões para os materiais e componentes, como,
por exemplo, a NBR 5648/10 – Tubos e conexões de PVC-U com junta soldável
para sistemas prediais de água fria – Requisitos, que especifica as condições míni-
mas necessárias para tubos e conexões em PVC-U para instalações de água fria.
A partir dos estudos anteriores que tivemos sobre os tipos de instalações hi-
drossanitárias, vamos agora conhecer alguns dos materiais empregados na cons-
trução civil que são utilizados nas instalações hidráulicas prediais. É importante
ressaltar que ao longo dos anos, novos materiais foram surgindo, buscando-se
sempre agregar melhor produtividade com reduções de custos, tanto dos mate-
riais quanto na mão de obra na construção. A escolha de um fabricante de mate-
riais e componentes hidráulicos não pode ser definida apenas pelo preço, deve-se
considerar primeiro quais as exigências a que os materiais obedecem conforme
os testes baseados nas normas brasileiras, buscando-se, dessa maneira, garantias
na produção dos componentes e equipamentos. Uma escolha bem definida pode
caracterizar boas soluções em uma construção ou na reforma de uma edificação,
evitando-se problemas com má qualidade de produtos ou certificando-se das ga-
rantias apresentadas pelos fabricantes, estabelecidas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas, em cada uma das normas específicas dos materiais e com-
ponentes deste tipo de instalação.

Tendo como exemplo a Figura 1, onde podemos verificar o emprego dos tubos
e conexões de esgoto, água fria e água quente, vamos conhecer os principais ma-
teriais empregados na construção civil para a distribuição da água, seja ela fria ou
quente, e para o recolhimento do esgoto.

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Figura 1 – Exemplo de aplicação das tubulações de esgoto, água fria e água quente
Fonte: pixabay

Tubulações e Conexões em PVC Rígido


(Policloreto de Vinila)
A tubulações e conexões em PVC (Policloreto de Vinila) é um dos mais tradicio-
nais materiais usados nas construções, as conexões e tubos de PVC são confec-
cionados pelo processo de combinação de cloro e etileno. É um material que pode
ser rígido ou flexível, que não compromete a qualidade potável da água, é leve e
isolante. As peças podem ser soldáveis (a junção se dá por meio da aplicação de
adesivo no tubo e na conexão) ou roscáveis (utilizam-se tarraxa e fita veda‐rosca
para fazer a junção).

O PVC é usado para a confecção de tubos e conexões de água fria e esgoto,


conforme as especificações de cada norma brasileira. Os tubos e conexões de PVC
para água fria são de cor marrom, não podem ser usados em exposições a tempe-
raturas maiores que 60°C, podendo sofrer degradação em seu material, por esse
motivo são usados somente para instalações de água fria.

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Figura 2 – Tubos e conexões em PVC para instalações de água fria


Fonte: Divulgação

Os tubos e conexões de PVC Rígido também são utilizados nas redes de reco-
lhimento de esgoto e águas pluviais, utilizando-se cor branca para especificar essa
tipologia de rede; neste momento, devemos lembrar que não se deve interligar a
rede de esgoto com as instalações de águas pluviais.

Figura 3 – Tubulação de esgoto


Fonte: Divulgação/APERPAM

A norma brasileira que faz referência ao processo de fabricação dos tubos e co-
nexões em PVC é: NBR 5648 ‐ Sistemas Prediais de Água Fria ‐ Tubos e Conexões
de PVC.

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Tubulações e Conexões em CPVC
(Policloreto de Vinila Clorado)
Os tubos e conexões de CPVC são confeccionados em PVC com acréscimo na
quantidade de cloro em sua fabricação. Por isso, apresentam maior resistência à
condução de líquidos sob temperaturas elevadas e pressão. De sistema de instalação
simples, sem o uso de ferramentas ou de mão de obra especializada, os tubos de
CPVC têm sido uma opção para conduzir água quente, sempre observando que a
temperatura desse tipo de instalação não ultrapasse a 70°C. A junção é feita com
a solda por adesivo nos tubos e conexões a frio.

Figura 4 – Instalação de água quente com CPVC


Fonte: Divulgação/HABITISSIMO

A norma brasileira que faz referência ao processo de fabricação dos tubos e


conexões em CPVC é: NBR 15884 ‐ Sistemas de Tubulações Plásticas para Insta-
lações Prediais de Água Quente e Fria ‐ Policloreto de Vinila Clorado (CPVC).

Tubulações e Conexões em PPR


(Polipropileno Copolímero Random)
Já conhecido na área da construção civil, os tubos e conexões de PPR são utili-
zados tanto em instalações de água quente quanto de água fria, fabricados a partir
de resina plástica atóxica e de baixa condutividade térmica, isso evita a perda de
calor para o lado externo do tubo, dispensando o uso de isolamento térmico, como
acontece nas tubulações de cobre. Um dos atributos importantes desse tipo de

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

tecnologia é a redução do problema de ruídos nas instalações hidráulicas. Embora


o processo de soldagem seja simples, o sistema requer mão de obra especializada
e equipamento específico; as conexões e tubos são unidos por um processo de
termofusão, com temperatura a 260ºC, e após o processo, a tubulação torna-se
única, sem a utilização de colas ou roscas. São indicados principalmente para con-
dução de água quente. A temperatura comum de trabalho em uma instalação de
água quente é de 70ºC, mas os tubos PPR suportam picos de até 95ºC.
Explor

Tubos e conexões em PPR: http://bit.ly/2vTCQSt.

A norma brasileira que faz referência ao processo de fabricação dos tubos e


conexões em PPR é: NBR 15813 ‐ Sistemas de Tubulações Plásticas para Instala-
ções Prediais de Água Quente e Fria - Parte 1: Tubos de polipropileno copolímero
random (PP-R) tipo 3 – Requisitos.

Tubulações em PEX (Polietileno Reticulado)


Entre os materiais para tubulação de água fria e água quente, os tubos de PEX
são os mais novos na área da construção civil. Esse tipo de tubulação apresenta a
capacidade de suportar variação de temperaturas, como ‐100ºC e 95ºC; o sistema
composto por tubos de PEX pode ser utilizado nas instalações tanto para água
quente quanto para água fria. Uma das suas principais características é a flexibilida-
de, já que esse tipo de característica reduz o tempo de instalação e também reduz a
possibilidade de vazamentos, pelo motivo de que a instalação utiliza o método pon-
to a ponto, em que a água é distribuída a partir de um quadro de distribuição, ligado
diretamente aos pontos de consumo, sem conexões intermediárias, semelhante ao
que ocorre em uma instalação elétrica.

As tubulações de PEX apresentam boa compatibilidade com o sistema drywall,


permitindo acessibilidade total às instalações em eventual manutenção e evitando
quebra e retalhos desnecessários. Por esse motivo, os tubos PEX vêm sendo atual-
mente bastante aproveitados nas construções de edifícios residenciais, comerciais
e em projetos nos quais o principal ponto a ser observado é a manutenção das
tubulações, como em hotéis, hospitais e outros tipos de edificações.
Explor

Instalação de água quente com mangueira PEX: http://bit.ly/2vUbCLp.

A norma brasileira que faz referência ao processo de fabricação dos tubos e co-
nexões em PEX é: NBR 15939 ‐ Sistemas de Tubulações Plásticas para Instalações
Prediais de Água Quente e Fria ‐ Polietileno Reticulado (PEX).

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Tubulações e Conexões em Cobre
As tubulações e conexões em cobre são um dos materiais mais empregados nas
instalações de água quente. Os tubos e conexões de cobre atendem aos requisitos
desse tipo de aplicação, com elevada resistência e durabilidade e baixa rugosidade,
sendo indicados os tubos de classe E para as instalações de água quente. As soldas
utilizadas nas conexões também proporcionam boa estanqueidade; além de ser
reciclável, o cobre conta com boa condutividade térmica. As tubulações devem ser
revestidas com material isolante para evitar perdas excessivas de calor.
Explor

Tubos e conexões em cobre: http://bit.ly/2vS9vaU.

A norma brasileira que faz referência ao processo de fabricação dos tubos e co-
nexões em cobre é: NBR 15345 ‐ Instalação Predial de Tubos e Conexões de Cobre
e Ligas de Cobre ‐ Procedimento.

Além dos tipos de tubos e conexões apresentados acima, há também tubos e


conexões em aço galvanizado e ferro fundido. Os tubos e conexões em aço galva-
nizado podem ser utilizados em instalações de água fria e água quente, suportando
uma temperatura de até 200°C. Já os tubos e conexões de ferro fundido podem
ser utilizados para redes de esgotos e instalações de águas pluviais, suportando
uma temperatura de até 80°C. Pelos motivos de alto custo, comparados com os
outros materiais existentes para a mesma utilização, a corrosão ao longo do tempo
e a dificuldade de manutenção por se tratar de metais rígidos, os tubos e conexões
de aço galvanizado e ferro fundido vêm caindo em desuso, sendo substituídos por
materiais com melhores custos-benefícios.

Figura 5 – Conexões em aço galvanizado


Fonte: Divulgação/SANTA FÉ COMERCIAL

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Além dos materiais com que são fabricados os tubos e conexões, precisamos
conhecer os componentes que se agregam às instalações, compondo os sistemas
hidráulicos. Para o sistema de distribuição de água nas instalações de água fria (AF)
e água quente (AQ), citaremos os seguintes componentes:
• Registros de Gaveta (AF/AQ): são válvulas de bloqueio da tubulação que
funcionam completamente abertas ou fechadas, apresentam pequena perda
de carga quando abertos. São instalados em ramais de alimentação, barriletes,
para eventual manutenção das peças e tubulações.
• Registros de Pressão (AF/AQ): são válvulas controladoras de vazão de água.
São instalados em chuveiros, banheiras, lavatórios, duchas higiênicas e válvulas
de descarga. Apresentam grande perda de carga.
Explor

Diferença entre o registro de gaveta e registro de pressão: http://bit.ly/2vWJya8.

• Misturadores Monocomando (AF/AQ): assim como os misturadores, permi-


tem a combinação de água fria com a água quente, porém o acionamento é
realizado em um único registro, sem a necessidade de misturadores.
• Torneiras (AF): são dispositivos destinados a controlar, fechar ou manter o
fornecimento de água no ponto de distribuição, em uma região de lavatório,
cubas, pias, tanques e pontos externos.
• Misturadores Bicomando (AF/AQ): são componentes instalados entre os
registros de pressão de água fria e água quente. Através desse tipo de com-
ponente, é possível a combinação da água fria e água quente, controlando a
temperatura da água nos chuveiros, duchas e banheiras. No caso de lavatórios
e pias de cozinha, os misturadores são peças de um único conjunto, formado
pelos registros, misturadores e bicas.
• Chuveiros e Duchas (AF/AQ): são dispositivos de vazão de água para regiões
de banho, acoplados a um sistema de misturador ou diretamente a um registro
de pressão. Eles podem ser elétricos para aquecimento da água, nos casos dos
chuveiros, ou, nos casos das duchas, são equipamentos que fazem a vazão da
água quente ou fria, conforme as tubulações instaladas.
• Válvula de Descarga (AF/ES): dispositivo de retirada e limpeza de sólidos
das bacias sanitárias. Recomenda-se uma tubulação exclusiva para atendê-
-las. Atualmente, é recomendado o uso de válvulas de descarga ecológicas,
com duplo acionamento, para liberação de 3 litros (meia carga) e 6 litros
(carga completa).
• Bacia Sanitária (AF/ES): aparelho destinado à captação e recolhimento de
sólidos e fluidos, destinando-os à rede de esgotos.
• Bacia com Caixa Acoplada (AF/ES): são bacias que possuem caixas de des-
cargas, principalmente as acopladas aos vasos. Têm sido muito empregadas

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em lugar de válvulas de descarga, por apresentarem vantagens, como diâme-
tros menores de tubulação, diminuição dos problemas de pressões e economia
de construção.
• Aquecedores de passagem (AQ): equipamentos onde o calor é transferido
diretamente da fonte de calor para a água que está em passagem, que será
aquecida. Os equipamentos para o fornecimento podem ser a gás ou elétricos,
sempre seguindo as especificações do fabricante.
• Aquecedores de Acumulação (AQ): são equipamentos de acumulação de
água que através da passagem da água por um sistema de serpentina produ-
zem seu aquecimento, mantido em um reservatório, conhecido como boiler.
Para os aquecedores solares, o sistema de acumulação é o mesmo, modifican-
do-se apenas o sistema de aquecimento.
• Reservatório (AF): são recipientes de grande capacidade de armazenamento
de água, sendo que alguns modelos podem ser instalados em edificações altas.
Sua capacidade de armazenamento pode variar conforme os modelos e mate-
riais, variando de 300 litros a 25 mil litros (por exemplo, reservatórios de fibra
de vidro). Nos reservatórios, assim como nas caixas acopladas, é instalada uma
torneira boia, que faz a função de abertura e fechamento da água conforme o
nível da reserva definida.

Para o sistema de recolhimento de água nas instalações de esgoto (ES) e águas


pluviais (AP), citaremos os seguintes componentes:
• Calha (AP): é um elemento construtivo ao longo do beiral de um telhado (calha
de beiral), ao longo da platibanda (calha de platibanda) ou no sistema de águas
furtadas, onde a finalidade é o recolhimento e a condução da água da chuva até
o tubo de queda, evitando molhar as edificações, pessoas ou objetos protegidos
pelo telhado.
• Condutor Vertical (AP): são as tubulações verticais destinadas ao recolhimen-
to das águas de calhas, coberturas, terraços e similares e a conduzi-las até a
parte inferior da edificação.
• Condutor Horizontal (AP): são tubulações horizontais destinadas a recolher e
conduzir águas pluviais até a rede pública de coleta.
• Grelha (AP): sistema de caixa com tampa em formato de grelha para captação
e recolhimento da água da chuva no nível do piso.
• Ralo (ES): também conhecido como ralo seco, é um dispositivo com tampa
no formato de grelha, para captação da água de lavagem de piso ou chuveiro,
conduzindo-a até um ralo sifonado para evitar o retorno dos gases provenien-
tes do esgoto.
• Ralo Sifonado (ES): é um dispositivo com tampa no formato de grelha, para
captação da água de lavagem de piso ou chuveiro; diferente do ralo seco, pos-
sui um fecho hídrico, o qual evita o retorno dos gases provenientes dos esgotos.

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

• Sifão (ES): conector com fecho hídrico, destinado a receber líquidos de cubas
e pias e encaminhá-los à rede de esgoto.
• Caixa de Inspeção (ES): dispositivo destinado à inspeção, limpeza e desobs-
trução das tubulações de esgoto (Figura 6).
• Caixa de Gordura (ES): dispositivo destinado a reter e separar substâncias
indesejáveis à rede de esgoto (Figura 7).

Figura 6 – Caixa de inspeção Figura 7 – Caixa de gordura


Fonte: Divulgação/TIGRE Fonte: Divulgação/HIGITEC

Ralo sifonado: http://bit.ly/2vYc8ry.


Explor

Sistema de esgoto com as ligações da caixa de inspeção e caixa de gordura: http://bit.ly/2vYcYoc.

• Caixa sifonada (ES): caixa equipada com fecho hídrico destinada a receber
fluidos da instalação secundária de esgoto.
• Aparelhos sanitários (ES): aparelhos cerâmicos destinados a receber dejetos,
águas servidas ou para fins higiênicos. Por exemplo, bacia sanitária.

Fácil, até aqui, certo? Caso você tenha alguma dúvida, releia a parte que não
ficou clara e verifique, também, as indicações de materiais complementares, que
têm a função de deixar o assunto mais claro. Continuamos com estas instalações
a seguir!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Instalações hidráulicas: como escolher as tubulações
QUINALIA, Eliane. Instalações hidráulicas: como escolher as tubulações.
http://bit.ly/2Q9mPB5
Obras e reformas: água
TIGRE. Obras e reformas: água. Material sobre os tubos e conexões para instalação
hidrossanitárias.
http://bit.ly/2QaJjSm

Livros
Prática das pequenas construções
BORGES, Alberto de Campos; MONTEFUSCO, Elizabeth; LEITE, Jaime Lopes. Prática
das pequenas construções. 8ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000, p. 333-372.

Vídeos
Amanco Pex
AMANCO BR. Amanco Pex. Vídeo que apresenta a tecnologia de tubos PEX, como é
feita a instalação e suas aplicações e vantagens na utilização em instalações hidráulicas.
https://youtu.be/uvRaD5S4aCQ

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UNIDADE Instalações Hidrossanitárias

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5648 – Sistemas
Prediais de Água Fria – Tubos e Conexões de PVC. Rio de Janeiro. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15884 – Sistema


de Tubulações Plásticas para Instalações Prediais de Água Quente e Fria. Rio
de Janeiro. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15813 ‐ Sistemas


de Tubulações Plásticas para Instalações Prediais de Água Quente e Fria -
Parte 1: Tubos de polipropileno copolímero random (PP-R) tipo 3 – Requisitos. Rio
de Janeiro. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 15939 ‐ Sistemas


de Tubulações Plásticas para Instalações Prediais de Água Quente e Fria ‐
Polietileno Reticulado (PEX). Rio de Janeiro. 2010.

BORGES, Ruth Silveira; BORGES, Wellington Luiz. Instalações prediais hidráu-


lico-sanitárias e de gás. 4ª ed. São Paulo: Pini Editora, 1998.

CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações prediais hidráulico-sanitárias:


princípios básicos para elaboração de projetos. São Paulo: Editora Blucher, 2014.

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Instalações Prediais:
Elétrica e Hidráulica
Material Teórico
Instalações Hidráulicas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Vanderlei Rotelli

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Instalações Hidráulicas

• Instalações Hidráulicas.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Utilização dos conceitos vistos em um Projeto de Instalações Hidrossanitárias, utilizando a
simbologia e a representação adequadas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Instalações Hidráulicas

Instalações Hidráulicas
Até este momento, aprendemos com o desenho arquitetônico que a represen-
tação gráfica é um meio de comunicação visual, que apresenta informações como
medidas, materiais, início de instalação ou sequência de trabalho para a construção
ou reforma de uma edificação ou a confecção de mobiliário e até mesmo de objetos.
A partir do emprego desses conceitos, consegue-se manter uma linguagem uni-
versal dentro da Construção Civil.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresentas um série de
Normas brasileiras, uma das quais trata o assunto da representação gráfica, tipo-
logias e espessuras de linhas e outros temas, para manter padronização na repre-
sentação nos Projetos desenvolvidos no Brasil e, também, para outras localidades
estrangeiras, pelo fato de as Normas brasileiras estarem baseadas na Normas da
ISO (International Organization for Standardization), Entidade internacional que
reúne as associações de normas técnicas de 246 países, entre elas, a ABNT.
Vale a pena lembrar, também, de alguns princípios que conversamos, como o
que diz que as Instalações Hidráulicas Prediais são todos os subsistemas e conjuntos
responsáveis pela distribuição da água em uma edificação, também compostas pelo
sistema de recolhimento do esgoto produzido na edificação.
Os Projetos de Instalações Hidráulicas são desenvolvidos por profissionais espe-
cializados e fica a cargo do designer de interiores a alocação dos novos pontos ou
a realocação dos pontos existentes em relação à concepção do projeto.
Para a execução das instalações, há empresas ou profissionais capacitados que
devem contemplar sua Rede de Distribuição, formada pelos seguintes elementos:
barriletes, colunas ou prumadas, ramais, sub-ramais, conexões, registros e pontos,
junto com as especificações dos materiais a serem utilizados na sua execução, como
tubos de PVC (Policloreto de Vinila), CPVC (Policloreto de Vinila Clorado), PPR
(Polipropileno Copolímero Random) e PEX (Polietileno Reticulado Monocamada).
A figura no link a seguir mostra um dos materiais mais utilizados, atualmente,
nas construções; as instalações com PEX.
Explor

Ligação de tubulação PEX: http://bit.ly/31RvXj9

Além das Normas Técnicas e da Legislação vigente, há outros dados que tam-
bém complementam as informações para cada tipo de Projeto de Instalações Hi-
dráulicas, sempre lembrando que há necessidade de um profissional especializado
para a concepção do seu projeto e de sua execução.

O conhecimento desses tipos de Instalações Prediais auxilia o designer de inte-


riores na concepção do projeto a ser desenvolvido. Por meio da reflexão das ne-
cessidades apresentadas pelo cliente, do levantamento métrico e das informações
apresentadas no conjunto de instalações prediais (instalação hidráulica, instalação

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elétrica, instalação de gás e instalação de telecomunicações) é possível analisar,
testar e comprovar as soluções mais adequadas ao Projeto de Design de Interiores.

No processo de projeto e de execução de readequação dos pontos existentes


ou dos novos pontos, deve-se sempre prever as acomodações dos materiais e dos
equipamentos no momento de obra.
O canteiro de obra, seja de uma reforma simples ou de uma construção nova,
deve acondicionar os materiais e os equipamentos de forma adequada e certa,
evitando danificar, extraviar ou comprometer seu uso e, assim, gastos desneces-
sários à obra.
É função do designer de interiores prever esses tipos de acomodações na obra,
que servirão de apoio para a execução dos serviços de instalações prediais.
Explor

Representação das passagens hidráulicas: http://bit.ly/2Y6PHNs

Com esses princípios, compreendemos que o desenvolvimento dos desenhos


para a execução de uma obra não pode ser feito de qualquer maneira, mas deve
sempre ser balizado com as Normas emitidas pela ABNT, sejam elas para a repre-
sentação gráfica de um ambiente, sejam de alguma instalação predial.

Pela padronização da representação e pela simbologia empregada nos desenhos,


é possível uma comunicação clara e direta, livre de interpretações duvidosas que
possam prejudicar o bom andamento de uma obra. Para tanto, é necessário que o
projetista ou o profissional que esteja desenvolvendo algum tipo de planta técnica
siga corretamente a normatização vigente para o tipo de projeto a ser desenhado.
Por exemplo, podemos visualizar o comentário acima na imagem a seguir, na qual
temos uma vista isométrica com as ligações hidráulicas:

Figura 1 – Vista isométrica com água fria e água quente


Fonte: Reprodução

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UNIDADE Instalações Hidráulicas

Nessa macrovisão da representação gráfica e simbologias, faremos um recorte


para as instalações hidráulicas básicas. Nosso objetivo será conhecer as simbologias
usadas nas plantas hidráulicas e como elas auxiliam a leitura do projeto hidráulico,
para seu desenvolvimento.

É importante visualizar todos os detalhes da planta, como legendas, notas e


outras representações, pois, por mais que se tenha uma padronização vigente por
meio das Normas brasileiras, algumas simbologias podem sofrer alterações con-
forme regulamentos de cada Empresa, escritórios, construtoras ou profissionais
da área.

Dessa maneira, um dos principais instrumentos de uma planta, que nos auxiliará
na sua leitura, é o quadro de legendas.

É de extrema importância que toda a simbologia utilizada na elaboração das plan-


tas e vistas hidráulicas esteja contida na legenda, para seu entendimento correto.

As demais informações, como escalas de trabalho, materiais utilizados, dimen-


sões e procedimentos de execução estarão descritas em sistemas de notas de dese-
nho, complementando as informações transmitidas pelas simbologias empregadas.

Figura 2 – Projetos compatibilizados visando à economia e eliminando retrabalho


Fonte: Reprodução

A aplicação da simbologia e a leitura correta e clara da planta hidráulica garante


uma execução de obra segura, na qual são evitados erros de execução, ônus ao
cliente, preservação a qualidade e garantia da solução projetual proposta ao cliente.

Para melhor compreendermos esses procedimentos de representação gráfica, a


Figura 3 apresenta os principais símbolos utilizados nas plantas hidráulicas prediais,
para instalações de água fria e de água quente (sistema de distribuição de água em
uma edificação):

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Figura 3 – Simbologia de água quente e água fria
Fonte: Acervo do conteudista

A Figura 4 apresenta os principais símbolos utilizados nas plantas hidráulicas


prediais para instalações de esgoto e de águas pluviais (sistema de recolhimento de
líquidos, águas servidas e águas pluviais em uma edificação).

Perceba como a simbologia é semelhante, mas, lembre-se de que, como Designer


de Interiores, você precisa ler essa simbologia, mas não vai desenhar ou executar
o Projeto.

Figura 4 – Simbologia de esgoto e águas pluviais


Fonte: Acervo do conteudista

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UNIDADE Instalações Hidráulicas

Se não existisse uma padronização na representação gráfica dos tubos, cone-


xões e componentes das instalações hidráulicas prediais, como identificaríamos
cada tipo de instalação?

Exatamente!

Seria impossível manter um padrão de qualidade na execução em obra das ins-


talações hidráulicas sem uma planta hidráulica devidamente desenhada, com apli-
cação correta da representação gráfica, simbologia e legenda.

A normatização permite que todos os envolvidos entendam os desenhos da mes-


ma maneira, permitindo que o projetista não precise sequer conhecer o executor,
pois o projeto se explica pelo desenho.

Conhecendo a simbologia básica das instalações hidráulicas, podemos realizar


com facilidade e clareza a leitura do um projeto hidráulico, conforme as Figuras 83
e 84.

Assim, temos total compreensão dos procedimentos, para sua execução:

Figura 5 – Planta hidráulica de um banheiro


Fonte: Acervo do conteudista

Na planta acima, podemos observar os símbolos das conexões, tubos e compo-


nentes de cada tipo de instalação hidráulica, como água fria, água quente, esgoto
e águas pluviais.

Com as informações na planta baixa e na vista esquemática (Figura 6), é possível


uma clara e fácil compreensão da maneira que serão executadas e como funciona-
rão as instalações hidráulicas básicas.

Quando associamos as duas Figuras, é bem simples entender esse projeto, certo?

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Figura 6 – Vista hidráulica esquemática
Fonte: Acervo do conteudista

Como já conversamos antes, não é atribuição do Designer de Interiores o de-


senvolvimento da planta hidráulica com as definições de diâmetro de tubulação e
carga, mas fica sob a responsabilidade do Designer a definição do posicionamento
dos equipamentos e dos aparelhos a serem utilizados nos ambientes que recebem
as instalações hidráulicas.

Quando se desenvolve a planta de pontos hidráulicos, você deve considerar as


informações existentes do projeto hidráulico ou da situação atual da obra.

A partir dessas informações, você desenvolve uma planta e corte (ou vista) com
a posição dos pontos hidráulicos, informando suas localizações, em função do pro-
jeto de design de interiores que você desenvolveu.

A planta de pontos hidráulicos será o elo entre o projeto de design de interiores


e o projeto hidráulico. Por meio dela, o profissional técnico que desenvolverá o
projeto hidráulico terá um norte para se guiar em relação à concepção prevista.

Por exemplo, a Figura 7 apresenta uma planta com os pontos hidráulicos de


um banheiro:

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Figura 7 – Planta de pontos hidráulicos


Fonte: Acervo do conteudista

Figura 8 – Corte esquemático com os pontos hidráulicos


Fonte: Acervo do conteudista

As Figuras 7 e 8 são exemplos de planta e vista dos pontos hidráulicos do novo ba-
nheiro proposto em Projeto. Dessa maneira, podemos compreender a importância

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em posicionar de maneira correta os aparelhos sanitários em relação aos pontos
de saída e coleta.

Você desenvolve a planta com a posição dos aparelhos hidrossanitários e os


pontos hidráulicos do espaço, correlacionada ao projeto de design de interiores.
Depois, encaminha essa peça gráfica para o projetista hidráulico, que ele irá di-
mensionar todo o sistema e realizar os ajustes que forem necessários. O conheci-
mento básico das instalações hidráulicas prediais permite desenvolver esse tipo de
planta sem que haja muita alteração ou ajuste por conta do projetista hidráulico,
otimizando, assim, o tempo de projeto e execução.

O Designer de Interiores não desenvolve projeto hidráulico, dimensionamento


de tubulação ou cálculo de carga. É atribuição desse profissional definir o posicio-
namento dos aparelhos sanitários e dos equipamentos hidráulicos em relação ao
projeto de interiores, conforme a figura a seguir, balizando o desenvolvimento do
Projeto Hidráulico.

Figura 9 – Planta pontos hidráulicos – Cozinha


Fonte: Acervo do conteudista

Figura 10 – Vista pontos hidráulicos – Cozinha


Fonte: Acervo do conteudista

Nos dias atuais, uma questão importante vem sendo discutida nos tramites le-
gais, sobre as atribuições do profissional em Design de Interiores.

A profissão está registrada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do-


cumento que “reconhece, nomeia títulos e descreve as características das ocupações

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UNIDADE Instalações Hidráulicas

do mercado de trabalho brasileiro” – de acordo com a classificação do Ministério


do Trabalho e Emprego.

Os códigos da CBO para Designer de Interiores são os de nível superior – 2629


e médio – 3751.

Dentro das atividades descritas na classificação, destacamos algumas, como:


• Alocar pontos de iluminação;
• Alocar pontos elétricos;
• Alocar pontos hidráulicos;
• Alocar pontos de telefonia;
• Contratar serviços especializados;
• Coordenar equipes.

Além das definições e da descrição das atividades na Classificação Brasileira de


Ocupações (CBO), a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 2014,
homologou a NBR 16.280, que apresenta os requisitos para o sistema de gestão no
controle de processos, projeto e execução de reformas em edificações.

Analisaremos, agora, algumas definições que a NBR 16.280:2014, Reforma de


Edificações – Sistema de Gestão de Reformas – Requisitos, apresenta:
• Empresa capacitada: Organização ou pessoa que tenha recebido capacita-
ção, orientação e responsabilidade profissional habilitado e que trabalhe sob
responsabilidade de profissional habilitado;
• Empresa especializada: Organização ou profissional liberal que exerça fun-
ção na qual são exigidas qualificação e competência técnica específicas (ABNT
NBR 16.280, Reforma de Edificações – Sistema de Gestão de Reformas – Re-
quisitos, 2014).

Estimado aluno, veja que a partir dessas definições apresentadas pela Classifi-
cação Brasileira de Ocupações e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas,
podemos compreender melhor até que fase o projeto de Design de Interiores chega
e, a partir disso, quais são os outros profissionais que estão envolvidos, para emba-
sar nossa proposta projetual.

A partir das considerações levantadas, é possível compreender que, para pro-


por alterações nas instalações prediais, o designer de interiores precisa trabalhar
previamente algumas etapas do Projeto, como definições de layout, mobiliário,
acabamentos e, junto com essas informações, começamos a alocar os pontos das
instalações prediais existentes e/ou novos.

A partir dessa visão macro do projeto, começamos a definir quais os outros


serviços especializados precisaremos, como, por exemplo, um projetista hidráulico
para redimensionar e calcular a nova demanda hidráulica, caso seja necessário
para melhor adequação ao projeto proposto.

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Seguindo o conceito formado até o momento, entendemos que o Projeto de
Designer de Interiores, no momento de sua idealização, deve contemplar cada tipo
de instalações prediais que há no ambiente ou espaço que você está projetando.

Ao propor novos pontos hidrossanitários, você deve considerar as instala-


ções existentes e a sua viabilização no Projeto. Esse tipo de pensamento não
restringe a sua criação, e sim cria uma visão mais ampla das possibilidades de
soluções de projeto.

Segundo comenta Miriam Gurgel (2011), o processo de criação começa real-


mente após a definição de “O que”, “Para quem” e “Onde”. As soluções serão infi-
nitas; portanto, a existência de um briefing nos fornecerá diretrizes, irá nos manter
nos trilhos e organizará o projeto.

Concluindo nosso pensamento sobre o projeto e as instalações hidrossanitárias,


entendemos que as instalações hidrossanitárias são subsistemas que estão integra-
dos ao sistema construtivo existente ou que está sendo proposto, de forma racional,
harmônica e tecnicamente correta.

Se não existe coordenação ou entrosamento entre a equipe multidisciplinar com-


posta pelo designer de interiores e os profissionais contratados para a elaboração
dos projetos complementares, pode ocorrer incompatibilização entre os projetos, o
que aparecerá depois, durante a execução da obra.

Pensando dessa forma, é válida a comparação da Figura do designer de interio-


res com a de um maestro e sua orquestra: sob sua batuta, ele conduz um grupo de
instrumentistas, e juntos ecoam melodias harmoniosas. Da mesma maneira, o de-
signer de interiores irá “reger” sua equipe multidisciplinar, que estará sendo guiada
pelas diretrizes estabelecidas no projeto.

Simples, certo?

Reveja as partes que não ficaram muito claras e consulte os Materiais Comple-
mentares, que vão ajudar a sanar todas as suas dúvidas!

Bons estudos!

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UNIDADE Instalações Hidráulicas

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Saiba como Funciona na Prática um Projeto Hidráulico
https://youtu.be/Yi1x3M2AjaE

 Leitura
Nas Instalações Hidráulicas, existe o Produto Ideal para cada Tipo de Projeto
http://bit.ly/31WdDW3
Shafts de Espuma otimizam Custo de Instalação em Condomínio
http://bit.ly/323YvGq
Instalações Hidráulicas
http://bit.ly/31WdLov

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Referências
BORGES, R. S.; BORGES, W. L. Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias e
de Gás. 4.ed. São Paulo: Pini, 1998.

CARVALHO JUNIOR, R. de. Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias:


Princípios básicos para elaboração de projetos. São Paulo: Blucher, 2014.

GURGEL, M. Projetando Espaços: Design de Interiores. 7.ed. São Paulo: SENAC


São Paulo, 2011.

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